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INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE ARTE,

CULTURA E HISTÓRIA (ILAACH)

HISTÓRIA – GRAU LICENCIATURA

O PAPEL DO BRASIL NAS TENTATIVAS DE REFORMA DO CONSELHO DE


SEGURANÇA DA ONU NO FINAL DO SÉCULO XX

FERNANDA FERREIRA CHAN


MANUEL ALEJANDRO MARCANO CHACÓN

Disciplina: Introdução à História


Prof. Dr. Éder C. de Souza
Semestre: 2019.1

Foz do Iguaçu

2019
Introdução

Criado sob os auspícios do fim da 2ª Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas
(ONU) foi estabelecida em 24 de outubro de 1945, esta organização internacional possuía
o papel de estimular o desenvolvimento humano, mas acima de tudo manter a paz,
reduzindo as chances de conflito, especialmente nas proporções das guerras anteriores. A
ONU é composta por seis agências principais: Assembleia Geral, uma assembleia
deliberativa, principal da organização; Conselho de Segurança para tomar decisões sobre
resoluções de paz e segurança, Conselho Econômico e Social para a promoção do
desenvolvimento econômico e social, Conselho de Direitos Humanos para a promoção e
proteção dos direitos humanos no mundo, Secretariado, para o fornecimento de estudos e
informações para os outros órgãos e Estados-membros; e o Tribunal Internacional de
Justiça, que julga e dirige conflitos entre os Estados, emitindo também opiniões consultivas
para as diferentes comissões .
A ONU hoje possui 193 assentos ocupados por Estados, e o único órgão capaz de adotar
decisões obrigatórias para todos estes Estados, incluindo a autorização a intervenção
militar para garantir a execução de suas sanções, é o Conselho de Segurança, este possui
15 assentos, dos quais 5 são assentos permanentes, pertencentes aos Estados Unidos,
Rússia (antes da URSS), Reino Unido, China e França, e outros 10 assentos são Estados
eleitos pela Assembleia Geral para mandatos de 2 anos, sendo que 5 destes são substituídos
a cada ano. Entretanto, o Conselho de Segurança nem sempre foi assim composto, reformas
foram demandadas, e não só para este órgão, como para toda a organização, o Brasil
inclusive buscou um assento, especialmente um assento permanente, por anos,
especificamente de 1945 até início dos anos 2000, mas este foi caminho que esteve sempre
longínquo,
Considerando as observações do texto “O Brasil e o Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas: dos anos 90 a 2002” do pós-doutor em História, Virgílio
Caixeta Arraes da Université de Montréal, e dos textos “De como o Brasil quase se tornou
membro permanente do Conselho de Segurança da ONU em 1945” e “A Reforma da
ONU” dos diplomatas e ex-ministros das relações exteriores Eugênio V. Garcia e Celso
Amorim, respectivamente, encontraremos interpretações de cada um para compreender a
história do caminho do Brasil nesse processo.

Desenvolvimento
Desde a Liga das Nações, o Brasil procurava compor uma instância decisória internacional
de maneira permanente, segundo Arraes (2005), via nesta posição o prestígio regional, mas
sabendo que lutar por um assento temporário seria mais sensato, fez esta proposta em 1922,
entretanto, a resistência foi bastante grande, de modo que o país recuou em sua proposta,
mas a ambição do país renasceu em 1944, quando da criação da ONU,.
Em 28 de Outubro de 1944, foi realizada a Conferência de Dumbarton, ela foi a primeira
a começar a definiu a estrutura e o funcionamento do que seria a ONU, incluindo a estrutura
do Conselho de Segurança. Segundo Arraes (2005) e Garcia (2011), Franklin Roosevelt
influenciou nesse processo, pois ele trouxe a ideia de grandes potências policiarem a
segurança mundial, daí a configuração dos assentos permanentes do Conselho de
Segurança serem dos Estados Unidos, URSS, Reino Unido e China no início. Nesta época
o Brasil tinha boas relações com os Estados Unidos, ou seja, a cooperação havia sido
estabelecido entre os presidentes da época, Getúlio Vargas e Franklin Roosevelt,
especialmente devida a imagem do Brasil de “bom vizinho”, confiável e favorável aos
Aliados, o grupo vencedor da 2ª Guerra Mundial e que tinha os assentos permanentes no
Conselho de Segurança, ao contrário da Argentina que aparentemente tinha inclinações ao
Eixo, o grupo perdedor, segundo Garcia (2011).
Neste cenário, o Brasil não tinha delegação na Conferência, mas era cogitado ao assento
permanente, o que mostrava que o Brasil tinha alguma possibilidade de atingir sua
ambição, isso porque os Estados Unidos embora sucintamente, alegava que o Brasil tinha
as condições necessárias para tal posição, e claro que seria interessante aos estadounidenses
um aliado latino-americano no Conselho, tanto Garcia (2011) como Arraes (2005)
concordaram quando apresentaram estas informações.
Garcia (2011) se aprofunda argumentando que existia resistências internas, pois havia a
ideia no território brasileiro de que o Brasil não estava interessado no assento,
considerando as imensas responsabilidades financeiras, políticas e militares, e seria
rejeitado, o que envergonharia a si próprio, como envergonharia os Estados Unidos que
estavam ao lado do Brasil nesse processo; como existiam resistências externas, porque o
Brasil não era um potência aos olhos dos soviéticos e britânicos, além do que os Estados
Unidos já tinham possibilitado a entrada da China e depois da França para os assentos
permanentes, a contragosto da URSS, sendo que este, nem sequer possuía relações
diplomáticas com o Brasil, desde 1918, e sentia-se cada vez mais ameaçado por essas
suposições sobre o alargamento do Conselho de Segurança, que fariam o Conselho estar
sobretudo alinhado aos Estados Unidos. A proposta ainda se manteve firme e tratada
sucintamente pelos Estados Unidos em meio a conferência, entretanto, não se chegou a
consenso de que o Brasil ficaria com o 6º assento permanente, assim o Brasil em novembro
desse mesmo ano, defendeu pela sua posição temporária o Conselho.
De 25 de abril a 26 de junho de 1945, foi realizada a Conferência de São Francisco, a qual
criou a Carta das Nações Unidas que estabeleceu de fato a criação da ONU e apresentou a
legislação a qual os membros estão sujeitos, aqui novamente o Brasil seria sugerido para o
assento permanente, mas alegações como sua incapacidade para missões, especialmente
devido a crise que assolava o Brasil pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, comprometeria
qualquer apoio que o Brasil receberia, o que foi visto, através da retirada de apoio dos
Estados Unidos para o Brasil, para o assento permanente, os estadunidenses garantiram
que apoiavam o país para um assento não permanente, e mais uma vez o Brasil retira sua
proposta para o assento permanente.
Segundo Garcia (2011, p. 175) “traçar o limite da expansão era mais uma questão de
conveniência política do que de aritmética ou de eficiência do órgão”, ainda que uma
pequena reforma havia sido proposta em Janeiro de 1963, tendo sido ratificada em 1965,
pelo alargamento de 6 para 10 membros não permanentes no Conselho de Segurança.
Com a queda da URSS em 1991, a nova configuração mundial demandava a reestruturação
dos organismos internacionais, em especial da ONU, afinal este tinha o seu arranjo datado
da década de 1940, a crença de que potências juntas resolveriam as questões de segurança
mundial melhor do que que acordos ad hoc, estava em alta, assim, o Conselho de Segurança
estava na sua melhor fase, ainda que dentro do Conselho existissem práticas individuais,
como o veto e abstenção, assim a ampliação dos assentos tanto permanentes como não
permanentes começava a estar em alta novamente, ainda que o Brasil dois anos anteriores
havia proposto o alargamento deste para que houvesse participação mais efetiva dos
Estados periféricos.
Sob a presidência de Fernando Collor nos anos 1990, o Brasil se aproximou dos EUA, mas
logo Collor é destituído e fica a cargo do novo presidente, Itamar Franco, através de seu
ministro das relações exteriores Celso Amorim, reestabelecer a proposta de que o Brasil
deveria ocupar o assento permanente do Conselho, pois este seria o passo para
democratizar o Conselho e a Organização, segundo Arraes (2005) a partir deste período, o
Brasil “carregou” de fato as credenciais de democracia, pacifismo e multilateralismo,
sendo este último apresentado por Amorim (1998) como um impulso que serve ao
interesse unipolar, mas que deve ser promovido em sua essência, ou seja, na reforma para
participação de todos os Estados-membros, para maior eficiência e transparência, afinal a
conjuntura mundial agora era outra, era globalizada, não é a toa que em 1989, eram
realizadas 69 reuniões e resultavam 20 resoluções, e em 1993, eram 171 reuniões e
resultavam 93 resoluções.
Durante o 1º mandato de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 a 1998, o Brasil tinha
condições para ser membro permanente, mas se caso não fosse, segundo Arraes (2005) não
cabalaria por nenhum outro Estado, ainda que os Estados Unidos estivessem simpáticos
novamente a estar ao lado do Brasil nos assentos permanentes. Nesses anos 1990, o Brasil
voltaria a propor sua posição fixa no Conselho, e mostraria suas características pacifistas
novamente, quando aumenta o número de missões em que participa, suspende a exportação
de minas terrestres, e a assina o Tratado de Proibição de Testes Nucleares. Coerente e
inclusive, consultado, o Brasil relevante insiste no assento permanente, mas em 1997,
encontra resistência, a Rússia embora apoiasse um assento para América Latina, não apoia
um país em específico, como o Brasil, ou mesmo a Argentina, que também buscava de
forma compacta. Chega a instabilidade financeira e os desafios sociais, e sem poder utilizar
do orçamento federal para reanimar sua capacidade militar, o Brasil recua no pleito de ser
membro permanente, o que segundo Arraes (2005) o governo tem bom senso ao fazê-lo, e
apenas reivindica a reforma financeira.
Nos anos 2000, ou para ser mais específico, em 2001, o atentado terrorista em setembro
nos Estados Unidos, colocaria em questão o alargamento do Conselho para que a
comunidade internacional se prepara-se para cenários que fossem assim sombrios como o
atentado, Fernando Henrique Cardoso reafirmou a necessidade de reforma, especialmente
do Conselho de Segurança, para que a realidade fosse melhor refletida, explica Arraes
(2005). Em 2002, e sobretudo em 2003, com a presidência de Lula, o Brasil voltaria com
seu prestígio de “pacifista internacional”, e ganharia apoio integral dos Estados Unidos,
embora, com os problemas sociais tomando a maior atenção do presidente brasileiro, a
falta de consenso regional e a contraposição dos outros aspirantes ao assento permanente,
Brasil recuaria mais uma vez em sua ambição.

Conclusão
Certa de que a reforma seria acordada, o Brasil se situava na década de 1990 como um dos
mais claros candidatos para os possíveis novos assentos no Conselho de Segurança,
tomando em consideração sua importância econômica e política, assim como sua atuação
diplomática exemplar tanto na ONU quanto no Conselho, mantendo os princípios de
transparência, responsabilidade e defendendo a via diplomática como meio para a
resolução de conflitos como bem apontam Amorim e Arraes.
Apesar disso, o panorama da seguinte década em especial o referente ao ano 2005 (no qual
se tinha previsto a consolidação da reforma) se presenta como desalentador para as
aspirações brasileiras, neste sentido, Cortado (2005) tem uma visão muito diferente ao
destacar como principal obstáculo para a reforma, a possibilidade ao direito de veto dos
membros permanentes assim como a questão da existência de candidaturas regionais
alternativas (no caso latino-americano, Argentina ou México) países que ainda que
enfatizam a necessidade de mudança, não apoiam do mesmo jeito a possibilidade da
ascensão do Brasil como membro permanente preferindo em alternativa um assento
permanente de caráter rotativo.
Ao longo do todo o tempo de atuação do Conselho de Segurança, o qual não tem sido tão
democrático quanto deveria ser, a nova configuração mundial tem acrescentado a
necessidade de reformas na estrutura da ONU e o Conselho de Segurança, embora em um
mundo cada vez mais globalizado, há uma assimetria de poder, onde o núcleo de poder que
sobressai é o dos EUA, pois atualmente não há um “rival” em sua dimensão e que seja
relutante para frear seus interesses hegemônicos, ao menos não como a URSS.
Toda a situação atual, em contrastes com a configuração existente na década de 1990, é
apresentada com novos desafios as ambições do Brasil, cujo governo tem se mantido firme
no seu posicionamento em favor das reformas necessárias.

Referências Bibliográficas

ARRAES, Virgílio C. (2005). “O Brasil e o Conselho de Segurança da Organização das


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MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, República Federativa do Brasil. “O
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ZIEMATH, Gustavo G. D. (2016) O Brasil no Conselho de Segurança das Nações
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