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papi

Caros cursistas,
Desejamos as boas-vindas ao curso de Docência Virtual. Dada a sua atividade fim e a preocupação
contínua com a qualidade dos processos interativos, o aperfeiçoamento dos tutores sempre foi uma
prioridade para a Rede EaD-SENASP. Da sua criação até os dias atuais, foram aprimorados os critérios de
seleção, avaliação e o número de cursos que compõem o itinerário formativo dos tutores.
É importante ressaltar que as ferramentas e interfaces disponibilizadas na Rede EaD-SENASP para a
interação, podem auxiliar os processos de ensino e aprendizagem, mas somente o domínio das mesmas não
garantirá o alcance dos objetivos do processo de tutoria.
Sendo assim, faz-se necessário que um curso que se destina a formação de tutores possa explorar a
necessidade de se criar situações significativas de aprendizagem que favoreçam a mobilização de saberes,
como a discussão a respeito do tema tratado, da análise de situações, do levantamento de hipóteses, da busca
de soluções, propostas de intervenção, dentre outras.
O curso “Docência Virtual”, além de estar alinhado com o aprimoramento das ações de
aperfeiçoamento dos tutores, unificou os objetivos e conteúdos dos cursos de formação de tutores I e II
e trouxe, para a discussão, novos temas presentes atualmente nas agendas da educação a distância.

Pronto para começar?


Bom curso!

Objetivos do curso

Este curso criará condições para que você possa:

• Ampliar conhecimentos para:


- compreender a modalidade a distância: histórico; características; fundamentos; gestão dos processos
de aprendizagem e avaliação;
- reconhecer o papel estratégico da educação a distância no desenvolvimento das competências
profissionais no âmbito da SENASP;
- identificar os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias ao exercício da tutoria na Rede
EaD-SENASP;
- identificar as tarefas do tutor na Rede EaD-SENASP;
- compreender o processo de mediação pedagógica nos ambientes
virtuais.

2
• Desenvolver habilidades para:
- elaborar o plano de tutoria, selecionando as estratégias e as atividades a serem utilizadas;
- exercitar as habilidades de tutoria por meio da utilização das principais ferramentas de interação
disponíveis na Rede EaD-SENASP;
- exercitar as habilidades comunicacionais importantes para a efetividade do processo de comunicação
e mediação pedagógica na atividade de tutoria.
• Fortalecer atitudes para:
- reconhecer a importância do tutor nos processos de ensino e de aprendizagem;
- defender a EaD como indutora do desenvolvimento pessoal e organizacional;
- reconhecer o feedback como ferramenta imprescindível para mediação pedagógica.

Estrutura do curso

Este curso é composto pelos seguintes módulos:


• Módulo 1- Por dentro da educação a distância
• Módulo 2- A Rede EaD-SENASP e o papel do tutor
• Módulo 3- Comunicação e mediação no ambiente virtual
• Módulo 4- Planejando o processo de interação
• Módulo 5- Avaliando o processo de interação

3
MÓDULO
POR DENTRO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1

Apresentação do módulo

Antes de iniciar o estudo deste módulo, reflita sobre as situações a seguir.

Situação 1
João, profissional da área da segurança pública, está sentindo necessidade de atualização para melhorar
a sua atuação na profissão, mas fez um levantamento da sua rotina e verificou que seu dia está dividido da
seguinte forma:
11h – trabalho e deslocamento.
07h – repouso.
03h – alimentação.
03h – tempo restante para lazer, diversão e APRENDIZADO.
Você recomendaria a modalidade de educação a distância para João atualizar-se? Por quê?

Situação 2
Paulo é profissional da área de segurança pública e atualmente está responsável pela divisão de pessoal
da sua instituição. No último levantamento de necessidade de treinamento (LNT), realizado junto aos
profissionais da área de segurança pública do seu Estado, foram identificados que 1.200 profissionais,
distribuídos em diferentes Municípios, precisavam de um curso que abordasse o tema “Qualidade no
Atendimento”.
Você recomendaria a modalidade de educação a distância para capacitação desses profissionais?
Por quê?

Você tem exemplos de outras situações em que a educação a distância se apresentou como a
modalidade mais adequada?
A interconexão mundial, os recursos para gerenciamento da informação e o avanço das tecnologias
da informação e da comunicação, principalmente a sua portabilidade, têm auxiliado na ampliação do acesso às
ações educacionais, no uso de diferentes metodologias de aprendizagem e no repensar das práticas
pedagógicas.
No ambiente institucional, a modalidade a distância tem se tornado uma ferramenta imprescindível no
investimento do capital intelectual e no alinhamento das pessoas aos objetivos organizacionais. A Rede Nacional
de Educação a Distância para a Segurança Pública (Rede EaD-SENASP) é um bom exemplo disso.
Mas...

4
Quando tudo isso começou?
Quais são as características da educação a distância (EaD)?
Quem são os docentes e discentes virtuais?
Essas, dentre outras perguntas, orientarão os seus estudos nesse primeiro módulo.

Objetivo do módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

• Compreender os aspectos históricos, conceituais e legais relacionados à educação a distância;


• Identificar os conhecimentos, habilidades e atitudes para a atividade de tutoria;
• Caracterizar o discente de Educação a Distância e seus estilos de aprendizagem;
• Reconhecer o papel das comunidades virtuais de aprendizagem.

Estrutura do Módulo

Este módulo é composto pelas seguintes aulas:

• Aula 1 – Educação a distância: aspectos conceituais e legais;


• Aula 2 – Tutores, discentes e as comunidades virtuais de aprendizagem.

Aula 1 – Educação a distância: aspectos conceituais e legais

1.1 Definições e características

Impulsionados por mudanças constantes na sociedade, os profissionais de diversos campos, dentre


eles os da área de segurança pública, têm procurado por cursos para se atualizarem. Isso tem apontado não só
uma procura por cursos presenciais, mas, principalmente, por cursos a distância, em que o estudante possui
maior liberdade para gerenciar o tempo destinado aos estudos e os locais que melhor lhe convém estudar.

Para a American Council on Education (1996), a “educação a distância (EaD) é uma forma de educação
que conecta discentes a recursos distantes de aprendizagem”.
Já Moran (2002), define educação a distância como sendo “o processo de ensino-aprendizagem,
mediado por tecnologias, onde professores e discentes estão separados espacial e/ou temporalmente”.

5
A definição e as características da EAD estão descritas na legislação brasileira sobre EAD, de acordo
com Ministério da Educação. (http://portal.mec.gov.br/).
No âmbito legal, a educação a distância é a modalidade educacional que proporciona do
desenvolvimento de atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares
e tempos diversos.
Essa modalidade considera que a mediação didático-pedagógica, nos processos de ensino e
aprendizagem, ocorrerá não somente com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação,
mas também com pessoal qualificado, com políticas de acesso e com acompanhamento e avaliação compatíveis
com a modalidade.

Observe que os meios podem ser variados, mas as definições de EaD apresentam duas características
comuns:
• Separação de lugar ou tempo entre discentes e professores;
• Mediação conduzida por um ou mais meios entre participante/professor e
participante/participante.

Sendo uma modalidade educacional, a EaD está submetida aos marcos referenciais e legais, bem como
aos critérios de qualidade estabelecidos para a educação nacional.

Saiba Mais
APROFUNDANDO O CONHECIMENTO
Visite o Portal de Educação do MEC (http://portal.mec.gov.br/) e consulte a legislação de EAD.

Importante!
No âmbito da administração federal, as atividades de desenvolvimento de pessoal, presencial ou a
distância, são orientadas pelo Decreto 5.707 de 23 de fevereiro de 2006, que Institui a Política e as
Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. De acordo com o
Art. 2º, Inciso III, do referido decreto, são considerados eventos de capacitação: cursos presenciais e a
distância, aprendizagem em serviço, grupos formais de estudos, intercâmbios, estágios, seminários e
congressos, que contribuam para o desenvolvimento do servidor e que atendam aos interesses da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Os cursos de capacitação ofertados pela Rede EaD-SENASP estão alinhados ao referido Decreto.

1.2 A origem da EaD

6
A Educação a Distância não é uma prática recente. Ela faz parte do histórico esforço do homem em
lidar com a tecnologia disponível, agregando-a aos processos de ensino e aprendizagem.
Muito se discute a respeito da origem da EaD. Para Landim (1997), as origens da EaD remontam à
Antiguidade, citando como exemplo as epístolas apostolares* como forma de educar.
* Termo cristão referente às cartas escritas pelos apóstolos às primeiras comunidades cristãs.

Já, outros autores apontam que historicamente a EaD teve início no século XV, com a invenção da
imprensa – creditada a Gutenberg, pois essa criação possibilitou às pessoas o acesso direto aos livros,
mecanicamente impressos, acesso que até então só era possível quando os “mestres” liam para seus discípulos
os livros copiados manualmente, caríssimos e, por isso, restritos.
Estudos e pesquisas mostram que as grandes responsáveis pela difusão da EaD foram as experiências
acontecidas na França, Espanha e Inglaterra.
No caso do ensino superior, a Universidade de Londres começou
programas de aprendizagem a distância em 1858 através de
cursos por correspondência, e teve entre seus discentes mais
ilustres Mahatma Gandhi e Nelson Mandela (que estudavam
direito), além de quatro cientistas que posteriormente foram
contemplados com Prêmio Nobel. (LITTO, 2010, p. 26).

1.2.1 A EaD no Brasil

No Brasil, o início da EaD também não é tão preciso. Porém, há experiências bastante significativas,
como exemplos podem ser destacados:
• Instituto Universal Brasileiro criado em 1939 e em funcionamento até hoje;
• Instituto Monitor criado em 1940;
• Sistemas de rádio educação utilizados pelo Movimento de Educação de Base (MEB) (1961/65);
• Projeto Minerva – convênio entre a Fundação Padre Landell de Moura e a Fundação Padre
Anchieta para a produção de textos e programas de rádio (1970);
• Telecurso – mantido pela Fundação Roberto Marinho e pelo sistema FIESP – surgiu na década de
1980.

De acordo com Moran (2002), atualmente, a EaD no Brasil encontra-se em fase de consolidação. O
crescimento mais expressivo e sustentado tem sido no Ensino Superior. Ainda segundo o autor (2002):

Passamos de importadores de modelos de EaD para


desenvolvedores de novos projetos, de programas complexos
implantados com rapidez. Algumas razões principais para esse
crescimento rápido: demanda reprimida de participantes não

7
atendidos, principalmente por motivos econômicos. Muitos
participantes são adultos que agora podem fazer uma graduação
ou especialização.

Vale destacar o papel da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) na história da EaD no
Brasil. Anualmente, a ABED realiza congressos nacionais e internacionais e tem auxiliado a registrar e a divulgar
experiências em EaD, bem como a fomentar, junto a órgãos governamentais, a criação e atualização de marcos
regulatórios que fortalecem a qualidade dos processos e das pessoas.

Saiba Mais
APROFUNDANDO O CONHECIMENTO
Consulte o site da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED)
(http://www.abed.org.br/site/pt/) e consulte os dados do último Censo. EAD.BR e verifique o crescimento da
EAD.

1.3 As fases da EaD

A história da EaD pode ser descrita em quatro fases, também denominadas gerações. Em todas elas é
possível perceber o esforço do homem ao lidar com a tecnologia disponível, agregando-as aos processos de
ensino e aprendizagem.

Fases Tecnologias Exemplos

Módulos impressos
1ª Geração Papel
Correspondência

2ª Geração Eletrônicas Rádio e TV

Digitais CD, softwares educativos, internet,


3ª Geração
Ênfase na comunicação intranet, videoconferência

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Digitais
Ênfase em ambientes virtuais e Ambientes virtuais: E-grupos, listas,
4ª Geração
comunidades virtuais de blogs e Redes Sociais
aprendizagem

Fonte: elaborada pela conteudista, 2015.

Saiba Mais
PARA REFLETIR
“Cada tecnologia de comunicação tem características diferentes, podendo ser aplicadas em situações
variadas, como no entretenimento ou na aprendizagem; será que estamos fazendo bom uso de todas as
tecnologias - que já estão em nossas mãos - para atender as necessidades de adquirir conhecimento que nossa
sociedade exige atualmente?” (LITTO, 2010, p. 27).

1.3.1 A Internet: um novo conceito de comunicar e aprender

Os autores destacam a importância da internet, comparando-a como um grande divisor de águas no


histórico da EaD: a EaD antes e depois da internet. A maior e mais poderosa rede mundial de computadores
diversificou e revolucionou as possibilidades existentes de metodologias aplicadas à educação a distância.

O ensino mediado pelas tecnologias digitais pode alterar estas


estruturas verticais (professor > participante) e lineares de
interação com as informações e com a construção individual e
social do conhecimento. Os ambientes digitais oferecem novos
espaços e tempos de interação com a informação e de
comunicação entre mestres e aprendizes. [...] As múltiplas
interações e trocas comunicativas entre parceiros do ato de
aprender possibilitam que estes conhecimentos sejam
permanentemente reconstruídos e re-elaborados. (KENSKI, 2003,
p. 122- 123).

Nas empresas e instituições, as ações de capacitação contemplam a EaD como ferramenta estratégica
para favorecer, entre outros aspectos, a melhoria do seu “capital intelectual”, o aprendizado contínuo e a
busca de soluções para lidar com os desafios do dia a dia do trabalho.
A Internet vem possibilitando uma revisão do próprio conceito da EaD e impulsionando a sua utilização
para favorecer:
- a ampliação e democratização do acesso às informações;
9
- a diversificação dos ambientes de aprendizagem com a utilização de várias mídias e formatos;
- a construção do conhecimento;
- a colaboração e a cooperação;
- a socialização do saber;
- as possibilidades múltiplas de interação (um para um, um para muitos e muitos para muitos); e
-o desenvolvimento de competências para desenvolver novas competências.

Outra tendência de grande significância para EaD é a


aprendizagem-M (M-Learning ou Mobile learning), que pode
ocorrer a qualquer momento, em qualquer lugar, com a ajuda de
um aparelho computacional portátil, como telefone celular,
assistente digital pessoal (palm-top), i-pod, i-pad, dispositivo de
jogos, laptop, ou outro aparelho portátil. Por meio da
comunicação bidirecional e sem fios é possível apresentar
conteúdos com valor educativo, favorecendo o processo de
envio e recebimento da informação textual, imagética e sonora
até por populações nômades. (LITTO, 2010, p.76).

Saiba Mais
PARA REFLETIR
Se a internet vem contribuindo com as ações de capacitação de várias organizações no Brasil e no
mundo, reflita a respeito dos resultados nas ações formativas dos profissionais de segurança pública. Reflita
também acerca da importância do seu papel, como tutor, nesse projeto.

Aula 2 – Tutores, discentes e as comunidades virtuais de


aprendizagem

2.1 Conhecimentos, habilidades e atitudes dos tutores

Segundo Almeida (2001), tutores são profissionais, geralmente professores, responsáveis por
promover e facilitar os processos de interação: professor-estudante, professor-estudantes, estudante-
estudante, estudantes-estudante.
O objetivo da Tutoria é criar situações que possibilitem ao participante perceber que, apesar do estudo
ser autônomo, ele pode compartilhar seus conhecimentos.

Mas, quais são as tarefas de um tutor?


Para Almeida (2001), as principais tarefas do tutor são:
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• Auxiliar os estudantes a planejarem seus trabalhos e tempo de estudo
• Criar desafios e outras formas de motivar os estudantes para o trabalho no curso
• Orientar e supervisionar trabalhos do grupo
• Esclarecer dúvidas sobre os regulamentos e os procedimentos do curso
• Esclarecer dúvidas sobre o conteúdo
• Corrigir e atribuir grau de exercícios e provas
• Dar feedback
• Representar e defender o ponto de vista dos estudantes junto aos responsáveis pelo curso

Ainda, de acordo com Almeida (2001), o tutor deve reunir em seu perfil os conhecimentos, habilidades
e atitudes relacionadas a seguir:

• Conhecimentos
- dominar os aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais abrangidos pelo curso e áreas conexas;
- identificar os pontos essenciais do conteúdo do curso – este item é fundamental para uma atuação
pedagógica eficaz;
- aplicar princípios de aprendizagem que baseiam o curso;
- utilizar casos, exemplos e problemas relacionados ao conteúdo do curso que possibilitem ajudar na
compreensão e motivação dos estudantes;
- utilizar de forma completa e detalhada, os recursos dos materiais do curso.

• Habilidades
- utilizar microcomputadores e, em especial, ferramentas da internet como e-mail, listas de discussão,
chats e a Web;
- estabelecer nível elevado de comunicação com os discentes, utilizando linguagem clara, simples
e objetiva;
- utilizar os recursos da internet, a fim de:
- atender os estudantes individualmente ou em grupo;
- estabelecer relação empática com todos os estudantes;
- facilitar a compreensão do conteúdo pelos estudantes;
- estimular o estudo e esclarecer dúvidas;
- orientar os estudantes na aplicação de pontos da teoria às situações concretas;
- orientar os estudantes na realização de análises e sínteses, na avaliação de situações concretas e na
solução de problemas relacionados aos objetivos do curso;
- estabelecer desafios de acordo com a capacidade de cada discente ou grupos de estudantes;
- estimular a colaboração entre estudantes ou grupos de estudantes com interesses comuns;
- analisar os relatórios relacionados aos registros dos estudantes.

• Atitudes

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- demonstrar disposição para:
- identificar individualmente cada um de seus estudantes, utilizando os meios tecnológicos disponíveis;
- estabelecer uma relação amistosa, cooperativa e incentivadora com todos os seus estudantes;
- identificar as dificuldades dos discentes e ajudá-los a enfrentá-las;
- responder rapidamente às comunicações dos estudantes e devolver rapidamente as correções dos
trabalhos por eles submetidos;
- aprender com as vivências e experiências dos discentes, incorporando essas lições à prática da Tutoria,
se for o caso;
- reconhecer limitações pessoais em face de um problema surgido durante a tutoria e solicitar
cooperação a um colega tutor ou o responsável pelo módulo ou curso, ou seja, o orientador pedagógico;
- manter entusiasmo e disposição para o trabalho na Tutoria, esforçando-se para ser criativo, se
necessário, ao enfrentar desafios;
- manter compromisso constante com a qualidade do trabalho e do curso.

Importante!
Um tutor deve saber que, antes de tudo, seu trabalho é com pessoas.

2.2 O discente virtual

De acordo com Palloff e Pratt (2004), conhecer o discente virtual, suas necessidades e estilos de
aprendizagem é fundamental para o planejamento do curso.
Os autores destacam sete atributos que contribuem para o sucesso do discente virtual. São eles:
1. acesso a um computador e banda larga de alta velocidade;
2. oportunidade de compartilhar informações a respeito da sua vida, trabalho e experiências
educacionais;
3. oportunidade de desenvolver “personalidade eletrônica”;

Personalidade eletrônica
Palloff e Pratt (2004) destacam que o discente e o professor virtual desenvolvem o que eles
denominaram de “personalidade eletrônica”, sentindo-se à vontade com a ausência de sinais visuais.
“Acreditamos que, para a personalidade eletrônica existir, as pessoas devem ter determinadas
habilidades, incluindo as seguintes: saber elaborar um diálogo inteiro para formular respostas; criar uma imagem
de privacidade no que diz respeito ao espaço pelo qual se comunica. Elaborar um conceito internalizado de
privacidade; lidar com questões emocionais sob a forma textual; criar uma imagem mental do parceiro durante
o processo de comunicação e criar uma sensação de presença on-line por meio da personalização do que é
comunicado” (PRATT, 1996 apud PALLOFF e PRATT, 2004, p. 31).

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4. dedicação de uma quantidade significativa de tempo para os estudos;
5. capacidade de pensar criticamente;
6. capacidade de refletir;
7. crença de que a aprendizagem independe do tempo e lugar.

2.2.1 Estilos de aprendizagem

A aprendizagem é um processo individual, ou seja, cada pessoa aprende de uma determinada forma.

Claxton e Murrell (1988 apud PALLOFF; PRATT, 2004, p.52) revisaram vários estudos que abordavam
estilos de aprendizagem classificando-os em quatro categorias ou modelos principais pelos quais as pessoas
aprendem. São eles:
- Modelos de personalidade: consideram as características de nossa personalidade como sendo as que
dão forma à nossa orientação no mundo (o indicador Meyers-Briggs é um exemplo de medida das características
da personalidade).
- Modelos de processamento de informação: tentam entender como a informação é recebida e
processada.
- Modelos de integração social: consideram questões de gênero e o contexto social.
- Modelos de preferência instrucional e ambiental: observam como o som, a luz, a estrutura e as relações
de aprendizagem afetam a percepção.

2.3 A construção de comunidades virtuais de aprendizagem

As comunidades virtuais de aprendizagem são agregações


culturais que surgem quando um número de pessoas se encontra
com frequência suficiente no ciberespaço. (RHEINGOLD, 1993, p.
57 apud PALLOFF; PRATT, 2004, p. 38).

Uma comunidade on-line consiste em pessoas, em um objetivo,


em políticas comuns e nos sistemas de computador. (PREECE,
2000 apud PALLOFF; PRATT, 2004, p. 38).

De acordo com Palloff e Pratt (2004), o objetivo de uma comunidade virtual pode ser um interesse ou
uma necessidade comum, uma troca de informações ou uma provisão de serviços.
Além de pessoas e objetivos comuns, uma comunidade virtual se caracteriza por ser um espaço de
aprendizagem colaborativa e reflexiva.
O Quadro, a seguir, foi elaborado a partir da descrição dos indicadores destacados por Palloff e Pratt
(1999 apud PALLOFF, PRATT, 2004, p. 39), que apontam como se forma uma comunidade virtual. São eles:

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Indicadores Evidências
Interação ativa Abrange o conteúdo e a comunicação pessoal.
Aprendizagem colaborativa Comentários dirigidos, primeiramente, entre um
“discente ao outro” e não do “discente para o
professor”.
Significados construídos socialmente Concordância ou questionamento com o objetivo
de construir um acordo.
Compartilhamento de recursos Entre os discentes.
Verbalização de expressões de apoio e estímulos Entre os discentes.

Avaliação crítica Dos trabalhos dos colegas.


Fonte: Palloff e Pratt (1999 apud PALLOF; PRATT, 2004, p. 39).

Para finalizar este tema, veja, a seguir, as técnicas instrucionais que facilitam a responsabilidade do
discente nas comunidades de aprendizagem on-line:
• Oportunizar a apresentação dos participantes e disponibilizar uma apresentação pessoal;
• Criar um fórum de interação livre no ambiente durante o curso;
• Gerar o envolvimento dos discentes em aprendizagens sugeridas por eles;
• Esclarecer ao discente qual o papel do professor (tutor) e orientá-los sobre as responsabilidades
que devem ter como discente; e
• Estimular os discentes a dar e a receber feedback.

Finalizando...

Nesse módulo do curso, você estudou que:

• Moran (2002) define educação a distância como sendo “o processo de ensino-aprendizagem,


mediado por tecnologias, em que professores e discentes estão separados espacial e/ou temporalmente”.
• Estudos e pesquisas mostram que as grandes responsáveis pela difusão da EaD foram as
experiências acontecidas na França, Espanha e Inglaterra.
• No Brasil, o início da EaD também não é tão preciso. Mas há experiências entre listas e blogs
• A história da EaD pode ser descrita em quatro fases, também denominadas gerações.
• Os autores destacam a importância da internet, comparando-a como um grande divisor de águas
no histórico da EaD: a EaD antes e depois da internet. A maior e mais poderosa rede mundial de computadores
diversificou e revolucionou as possibilidades existentes de metodologias aplicadas à educação a distância.
• Segundo Almeida (2001), tutores são profissionais, geralmente professores, responsáveis por
promover e facilitar os processos de interação: professor-estudante, professor-estudantes, estudante-estudante,
estudantes-estudante.

14
• De acordo com Palloff e Pratt (2004), conhecer o discente virtual, suas necessidades e estilos de
aprendizagem é fundamental para o planejamento do curso.
• Além de pessoas e objetivos comuns, uma comunidade virtual se caracteriza por ser um espaço
de aprendizagem colaborativa e reflexiva.

Exercícios

1. As definições de EaD apresentam duas características comuns. São elas:

a. Separação de lugar ou tempo entre discentes e professores e submissão aos marcos referenciais
legais.
b. Mediação conduzida por um ou mais meios entre participante/professor e participante/participante
e aos critérios de qualidade estabelecidos para a educação nacional.
c. Separação de lugar ou tempo entre discentes e professores e mediação conduzida por um ou mais
meios entre participante/professor e participante/participante.
d. Submissão aos marcos referenciais e legais e aos critérios de qualidade estabelecidos para a
educação nacional.

2. Considerando as fases da EaD, associe a 2ª coluna de acordo com a 1ª.

(1) 1ª Geração – Papel


(2) 2ª Geração – Eletrônicas
(3) 3ª Geração – Digitais – ênfase na comunicação
(4) 4ª Geração – Digitais – Virtuais

( ) Projeto Minerva (1970)


( ) Ambientes Virtuais de Aprendizagem
( ) Os módulos do Instituto Universal Brasileiro, enviados por correspondência são exemplos desta fase.
( ) Softwares educativos são bons exemplos desta fase.

3) 3) Sobre tutores, discentes e comunidades virtuais de aprendizagem, assinale as alternativas


verdadeiras.

a. De acordo com Palloff e Pratt (2004), conhecer o discente virtual, suas necessidades e estilos de
aprendizagem é fundamental para o planejamento do curso.
b. Apesar da aprendizagem ser um processo individual, ou seja, cada pessoa aprende de uma
determinada forma é no coletivo que ela ganha significado.

15
c. Segundo Almeida (2001), tutores são profissionais, geralmente professores, responsáveis por
promover e facilitar os processos de interação: professor-estudante, professor-estudantes, estudante-estudante,
estudantes-estudante.
d. De acordo com Palloff e Pratt (2004), o objetivo de uma comunidade virtual está associado a troca
de informações ou provisão de serviços.

16
Gabarito

1. Resposta Correta: Letra C


2. Resposta Correta: 2-4-1-3
3. Resposta Correta: Letras A e C

17
MÓDULO
A REDE EAD-SENASP E O PAPEL DO TUTOR

Apresentação do módulo

“Muitos professores, erroneamente, pensam que lecionar on-line envolve o que se chama de
mudança curricular. Sustentamos que não é o currículo que estamos mudando, mas sim nossa pedagogia
(...).”
(PALLOFF, 2002, p.115-116)

Palloff (2002) tem razão, não se está mudando o conteúdo enquanto informação. Mas tornando-o
dinâmico, intencional, com mais sentido... mas significativo...e com possibilidade para que o discente o acesse
independente do espaço e do tempo. Este é um dos propósitos da Rede EaD-SENASP que se dinamiza a partir
dos conteúdos disponibilizados e das interações entre tutores e discentes.
Neste módulo, você irá conhecer a Rede EaD-SENASP, o ambiente virtual de aprendizagem.

Objetivo do módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

• Descrever os objetivos e a organização da Rede EaD-SENASP;


• Caracterizar o ambiente virtual de aprendizagem da Rede EaD-SENASP;
• Exercitar as habilidades de tutoria utilizando as ferramentas de comunicação e interação
disponibilizadas no ambiente virtual de aprendizagem;
• Enumerar as tarefas do tutor da Rede EaD-SENASP para uma tutoria eficaz;
• Identificar os documentos e os relatórios a serem enviados para a administração de cursos, de
acordo com o cronograma.

Estrutura do Módulo

Este módulo é composto pelas seguintes aulas:

18
• Aula 1 – A Rede EaD-SENASP
• Aula 2 – Conhecendo o Ambiente Virtual da Aprendizagem (AVA) da Rede EaD-SENASP
• Aula 3 – Tarefas dos tutores na Rede EaD-SENASP
• Aula 4 – O modelo pedagógico da Rede EaD-SENASP

Aula 1 – A Rede EaD-SENASP

1.1 A Rede EaD-SENASP

A Rede Nacional de Educação a Distância para a Segurança Pública (Rede EaD-SENASP) é um


ambiente tecnológico de educação continuada, fruto de uma parceria estratégica, estabelecida em 2005,
entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) e a Academia Nacional de Polícia (ANP) do
Departamento de Polícia Federal (DPF).
Sua implementação contou com a participação ativa do Distrito Federal, Estados e Municípios, pois
foram eles os responsáveis pelas condições necessárias para a implantação da infraestrutura.
Nascida com o propósito de capacitar, gratuitamente, os profissionais de segurança pública no
Brasil – policiais federais, rodoviários federais, militares, civis, bombeiros, agentes penitenciários e guardas
municipais, por meio da oferta de educação a distância.
A Rede EaD-SENASP foi responsável pela instauração de um novo paradigma, no qual a SENASP
passou a exercer um papel ativo nos processos de educação continuada em segurança pública ampliando
o alcance das ações formativas - de forma direta ou pelo apoio a implementação da modalidade a distância nas
Instituições de Ensino de Segurança Pública, diminuindo as barreiras geográficas e promovendo a inclusão
digital - e criando condições para a socialização do conhecimento com a utilização de um Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA).
Cabe destacar que algumas decisões tomadas foram imprescindíveis durante o processo de
planejamento da Rede EaD-SENASP, como por exemplo:
- a escolha das Mídias TV e Internet, dentre outras mídias que enriquecem o processo de
aprendizagem, possibilitou a utilização de entrevistas, depoimentos, demonstrações, relatos de casos, dentre
outras técnicas;
- a criação da estrutura física em parceria com o Distrito Federal, Estados e Municípios criou as
condições necessárias para que os responsáveis por estes entes compreendessem que a Rede EaD-SENASP não
era apenas uma entrega de equipamentos, mas a criação de um espaço de aprendizagem onde o sucesso
estava diretamente relacionado com a participação ativa dos atores locais (gestores, tutores e discentes);
- o investimento na criação de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) da SENASP permitiu
a customização das ferramentas da interação com base na concepção pedagógica descrita na Matriz
Curricular Nacional, ou seja, pautada no desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, na
valorização da construção do conhecimento e na transversalidade dos Direitos Humanos;

19
- a participação direta dos profissionais da área de segurança pública nos processos de gestão,
tutoria e produção de conteúdos, o que possibilitou a criação de cultura voltada para a aprendizagem entre
pares, notadamente, na modalidade a distância.

Os números da Rede EaD-SENASP

Dos primeiros cursos criados, no segundo semestre de 2005, ao atendimento da demanda advinda do
Programa de Bolsa Formação, em 2009, o número de discentes ultrapassou as unidades, chegando a centena
de milhares, atendendo em um ciclo mais de 100.000 profissionais da área de segurança pública.
Atualmente a Rede EaD-SENASP oferta mais de 70 cursos e atende cerca de 311.290 matriculas ao ano.
Atendendo as necessidades regionais, além dos cursos, a Rede EaD-SENASP oferece também o Módulo
Academia, que é a versão do AVA voltada para atender as especificidades das instituições de segurança pública
para a formação inicial ou continuada dos seus profissionais na modalidade semipresencial (malha curricular
mista) ou totalmente a distância.
Os cursos do módulo academia são solicitados pelo Tutor Máster à Coordenação da Rede EaD-SENASP
que, após análise e autorização, solicita a este que providencie o envio da relação de discentes para inscrição
nos cursos disponibilizados, e a assinatura dos discentes em termos de compromisso para a participação na
capacitação que obedecerá um cronograma próprio.

Considerando o contexto da aprendizagem, no ambiente de trabalho, a contribuição das tecnologias


da informação e da comunicação não está relacionada apenas a aceleração de mudanças, mas sim, a
ampliação da capacidade de comunicação das pessoas e as possibilidades de aprendizagem.
A Rede EaD-SENASP representa um salto qualitativo em termos de investimento no capital
humano, na valorização do profissional, na busca da excelência nas ações de formação e, consequentemente,
na melhoria das ações de Segurança Pública.

1.2 Os objetivos da Rede EaD-SENASP

As atividades desenvolvidas pela Rede possuem os seguintes objetivos:

Geral
• Investir na valorização dos profissionais de segurança pública e, consequentemente, na
melhoria das ações de segurança pública no país, por meio da educação continuada, integrada, qualificada e
gratuita, ofertada na modalidade a distância.

Específicos

20
Dotar as Unidades Federativas (UFs) de um ambiente de ensino, mediado pelas tecnologias de
informação e comunicação, notadamente a Internet - voltado para os processos de ensino e
aprendizagem;

• Compartilhar conhecimentos e informações a todos os profissionais da área de segurança


pública, estimulando a criação/ adoção de doutrinas e práticas unificadas independentemente da distância e
das corporações/ instituições;
• Favorecer o diálogo social entre as diversas instituições que compõem o Sistema de Segurança
Pública;
• Contribuir para a integração dos profissionais da área de segurança pública;
• Promover a consolidação das políticas públicas na área de segurança pública;
• Implementar ações de formação continuada, de forma sistematizada;
• Registrar o capital intelectual das instituições/profissionais da área de segurança pública.

1.3 Aspectos legais

Por não se tratar de uma instituição formal de ensino, a Rede não necessita de credenciamento do
Ministério da Educação (MEC) para oferta de Educação a Distância e nem a autorização para a oferta de cursos.
Os cursos da Rede são considerados cursos de capacitação, denominados livres e, como estudado no
módulo 1, estão alinhados a orientação do decreto nº 5.707/2006 que "Institui a Política e as Diretrizes para
o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e
regulamenta dispositivos da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990".

Importante!
As atividades dos tutores másters, tutores, conteudistas e discentes são orientadas por Portarias da
SENASP e por manuais específicos em formato eletrônico na Rede.
Veja nos materiais complementares a portaria em vigor e a versão atual do manual do tutor.

1.4 Organização e funcionamento da Rede EaD-SENASP

Alguns autores definem uma “rede” como uma estrutura diferente da piramidal, pois o elo entre os
membros que a compõem não está centrado na hierarquia institucional, mas sim em objetivos comuns, isto é,
no conhecimento profissional.
Uma estrutura em rede – que é uma alternativa à estrutura
piramidal – corresponde também ao que seu próprio nome
indica: seus integrantes se ligam horizontalmente a todos os
demais, diretamente ou através dos que os cercam. O conjunto
resultante é como uma malha de múltiplos fios, que pode se
21
espalhar indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum
dos seus nós possa ser considerado principal ou central, nem
representante dos demais. (WHITAKER, 1993, s.p.).

Na última década a organização de redes, principalmente com objetivos de favorecer a circulação de


informações e os processos formativos, ganharam espaços nas instituições públicas, pois são vistas como
uma estratégia de implementação de políticas públicas de modo pactuado com todos os membros o que amplia
a corresponsabilidade.
Como já estudado, na Rede EaD-SENASP os objetivos estão voltados para a formação continuada dos
profissionais da área de segurança pública e são eles que a estruturam, mantêm interligados os seus
membros e possibilitam a circulação da informação.
Para organizar toda essa informação e garantir a efetividade de seus processos a Rede EaD-SENASP
compreende várias redes ao mesmo tempo:

Rede Física: A Rede Física reúne a infraestrutura e os meios necessários para videoconferências e
acesso ao ambiente virtual de aprendizagem.

Rede de Pessoas: Partindo da necessidade de se estabelecer um fluxo que organize a circulação das
informações e do princípio de que os profissionais da área de segurança pública devem participar diretamente
das atividades e processos voltados para a formação continuada, a Rede de Pessoas reúne pessoas em atividades
específicas.
COORDENAÇÃO DA REDE EAD-SENASP
A coordenação da Rede EaD-SENASP é exercida pelo Departamento de Ensino, Pesquisa, Análise de
Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública (DEPAID/SENASP) e abrange, dentre outras,
as seguintes funções:
- coordenar as atividades da rede de acordo com os objetivos estratégicos da Senasp/MJ;
estabelecer as diretrizes para a programação anual dos ciclos e cursos (parcerias, número de vagas por
ciclo, etc);
- elaborar o orçamento da Rede;
- estipular a oferta dos cursos de acordo com seus objetivos estratégicos;
- definir o cronograma anual dos ciclos;
- acompanhar e avaliar, através dos mapas estatísticos gerados pelo sistema, o desempenho dos tutores
másters, tutores e discentes e a abrangência e aceitação dos cursos ofertados;
- acompanhar a elaboração e revisão/atualização dos cursos já existentes.
Para auxiliá-la nessas funções, além de uma equipe interna para acompanhamento das rotinas
administrativas, a coordenação conta com o apoio direto de duas consultorias: administrativa e pedagógica.
No âmbito dos Estados a Rede EaD-SENASP conta com os tutores másters e os tutores de curso.

22
Os tutores másters são profissionais da área de segurança pública responsáveis pela gestão da Rede
no seu Estado/Município. Eles possuem as seguintes atribuições:
Administração: Supervisão das atividades dos tutores e acompanhamento das instalações físicas;
Gestão da EaD local: elaboração e implantação do Plano de Trabalho da Rede na região, assim como
do plano de divulgação das atividades realizadas. Promoção de ações para atração e facilitação do acesso dos
servidores de segurança pública a Rede EaD-SENASP. Responsabilidade pelas ações desenvolvidas nos ciclos de
cursos do seu Estado/Município. Acompanhamento, controle e adoção de medidas necessárias a partir da análise
dos mapas estatísticos publicados no AVA;
Gestão da matrícula dos discentes: identificação e análise das inscrições e homologação das
matrículas dos discentes do seu Estado/Município;
Acompanhamento dos discentes nos ciclos de cursos: acompanhar a evolução dos discentes do seu
Estado/Município, mesmo quando distribuídos nas turmas cuja tutoria é de outros Estados. Motivar a
participação e evitar a evasão no decorrer dos cursos;
Indicação e acompanhamento dos tutores: Monitoramento da atuação dos tutores indicados durante
o andamento dos cursos, auxiliando-os no desempenho de suas funções;
Representação do seu Estado/Município junto à SENASP: realização e encaminhamento dos
relatórios gerenciais mensais e de controle estabelecidos pela SENASP. Captação e apresentação de demandas
de novos cursos. Participação nas reuniões e teleconferências com a administração da Rede, sempre que
necessário;
Representação da Rede EaD-SENASP junto às instituições parceiras no Estado/Município:
estabelecimento de parcerias locais visando o alargamento da Rede, a obtenção de novos conteúdos e a
ampliação da cesta de cursos oferecidos pela SENASP, principalmente no que diz respeito às especificidades
locais;
Representação da Rede EaD-SENASP junto às demais áreas de treinamento das corporações
vinculadas à segurança: com especial atenção ao relacionamento e estabelecimento de ações coordenadas
com as áreas da gestão de ensino das várias instituições de segurança pública.

Os tutores de curso possuem curso superior e conhecimentos necessários sobre os temas dos cursos
nos quais atuam. São capacitados para estimular e facilitar tanto o processo de aprendizagem dos discentes
quanto o compartilhamento de conhecimentos entre eles.

Importante!
O aspecto principal da atuação de um tutor é a interação com os discentes, auxiliando-os e motivando-
os a interagirem entre si e concluírem seus cursos satisfatoriamente. O planejamento das ações de
tutoria é essencial para o bom desempenho do seu trabalho.
Na aula 3, desse módulo, você estudará sobre as atribuições do tutor na rede.
Fique atento!

23
Rede Tecnológica: A rede tecnológica envolve o parque tecnológico disponibilizados nas unidades e
a infovia construída para o acesso ao ambiente virtual de aprendizagem que integra diversas mídias, ferramentas
de interação e avaliação.
O ambiente de aprendizagem é próprio da SENASP. Você estudará mais sobre ele na aula 2, desse
módulo.

Aula 2 – Conhecendo o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)


da Rede EaD-SENASP

Para melhor acompanhamento desta aula, tenha a mão o Manual do Tutor. Acesse e salve a versão
atualizada do manual disponível nos materiais complementares.

2.1 Aspectos gerais do AVA

Os cursos da Rede EaD-SENASP são disponibilizados em um AVA, customizado, para atender as


necessidades dos profissionais da área de segurança pública.
O AVA é um sistema composto por interfaces e ferramentas voltadas para promover a interação
(diálogo entre tutor-discentes/discentes-discentes), possibilitar a interatividade (utilização de interfaces e
ferramentas) e gerar as condições necessárias para que ocorra o processo de ensino e aprendizagem.
O ambiente virtual de aprendizagem da Rede EaD-SENASP possui três entradas com níveis de
serviços e permissões diferenciadas:
Gestão: Utilizada pela administração do ambiente (Acesso restrito aos tutores Masters);
Tutoria: Utilizada pelos tutores e que você poderá utilizar em breve (você terá acesso a este
ambiente caso seja alocado como tutor em um dos cursos);
Educacional: Utilizada pelo discente (o mesmo que está utilizando neste curso).

2.2 Principais interfaces

A palavra interface pode ter várias definições, mas neste curso será utilizada para se referir ao
conjunto de ferramentas disponíveis para interação e estudo dos conteúdos.
Os discentes e tutores terão as seguintes interfaces disponíveis: interatividade, conteúdo e
interação.
Estude a seguir, sobre cada uma delas.

Interatividade
Esta interface permite gerenciar as seguintes ferramentas de interação:
- Quadro de avisos;

24
- Interatividade (Fórum de discussão, chat e vídeo chat);
- Caixa Postal (e-mail).

Conteúdo
Esta interface não permite interação, mas possibilita ao tutor ter acesso ao conteúdo para que possa:
- estudar o conteúdo;
- consultar materiais complementares;
- planejar a tutoria, elegendo os assuntos que farão parte do fórum;
- tirar dúvidas pontuais.

O discente utiliza essa interface para estudar o conteúdo, realizar exercícios, navegar em sites e textos
indicados, pesquisar o glossário e consultar materiais complementares.

Avaliações
Esta interface permite o acesso à liberação da avaliação após o prazo e a segunda chance de
avaliação.

2.3 Ferramentas de interação

Veja a seguir os principais aspectos de cada ferramenta de interação disponível no ambiente


virtual de aprendizagem.

Quadro de Avisos – espaço destinado aos avisos do tutor para os discentes.


Essa interface é de suma importância, pois é um espaço de contato tutor–discentes, ou seja, a
mensagem colocada no aviso será lida por todos os seus discentes.
Algumas regras auxiliam o melhor aproveitamento desse espaço:
- Comece sempre a mensagem se referindo a todos.
Ex: caros(as) cursistas ou olá turma.
- Coloque uma saudação, ao final, seguida pelo seu nome.
Ex: Um abraço (nome); Até mais (nome).

Importante!
As mensagens disponibilizadas no quadro de aviso deverão ser claras, objetivas, com
vocabulário no nível do interlocutor e podem, quando necessário, ter um foco motivacional quando
estimuladas ou reforçadas as atitudes dos alunos.
Nota: É necessário a liberação do pop up’s no navegador para a visualização do quadro de
aviso.

25
COMO PREENCHER O QUADRO DE AVISOS
Visite o Manual do Tutor e acompanhe o passo a passo de como preencher o quadro de avisos.

Fórum de discussão - espaço de interação virtual da comunidade de aprendizagem, assíncrono*, onde


o grupo de discentes expõe ideias, discute, sintetiza e elabora conclusões acerca de um assunto disponibilizado
e mediado pelo tutor.
* professor e discentes não precisam estar ao mesmo tempo no ambiente.

O tutor deverá explorar bastante esta interface. É por ela que acontecerá o maior grau de interação
entre todos que participam do curso.
As questões colocadas no fórum deverão estimular a discussão, portanto, devem ser questões abertas,
que possibilitem aos discentes, dentre outros aspectos, expressarem suas respostas pessoais sobre o assunto
estudado; trazer novas informações e possibilitar a interação com os colegas.

COMO CRIAR E GERENCIAR FÓRUNS DE DISCUSSÃO


Visite o Manual do Tutor e acompanhe o passo a passo de como criar e gerenciar os fóruns de discussão.

Chat/Vídeo chat - espaço de interação virtual da comunidade de aprendizagem, síncrono*, onde o


grupo de discentes expõe ideias, discute, sintetiza e elabora conclusões acerca de um assunto, muitas vezes sob
a orientação do tutor. O vídeo chat possibilita a interação (conversa virtual), em tempo real, por texto e/ou por
meio de microfone e a visualização do outro participante (ou discente), desde que você tenha uma webcam
ligada ao seu computador.
* professor e discentes precisam estar ao mesmo tempo no ambiente.

Esta interface diferencia-se do fórum, pois a interação aqui se dá em tempo real. O chat/vídeo chat
também poderá ter um tema que oriente as intervenções.

COMO CRIAR E GERENCIAR O CHAT E O VÍDEO CHAT


Visite o Manual do Tutor e acompanhe o passo a passo de como criar e gerenciar o Chat e o Vídeo
Chat.

Caixa postal (e-mail) – permite a você enviar, receber e gerenciar as suas mensagens.

Por esta interface o tutor poderá enviar mensagem aos discentes.


É recomendável que os avisos disponibilizados na interface Quadro de Avisos sejam enviados, também,
por e-mail para todos os(as) discentes(as) da turma.

26
Uma grande vantagem do e-mail é a possibilidade da interação individual. Assim, procure utilizá-lo
quando for necessário para lembrar o discente sobre a sua participação, responder dúvidas individuais e enviar
avisos pessoais.

COMO UTILIZAR A CAIXA POSTAL


Visite o Manual do Tutor e acompanhe o passo a passo de como utilizar a caixa postal.

EXPLORANDO O AVA
Como discente, visite cada uma das ferramentas de interação trabalhadas aqui.
Veja como elas aparecem para você e quais as informações você tem acesso a partir delas.
Conhecendo a visão que os discentes possuem do ambiente virtual de aprendizagem, ficará mais fácil
pensar na potencialidade de cada uma das interfaces apresentadas.

Aula 3 – Tarefas dos Tutores na Rede EaD-SENASP

3.1 Tarefas

De acordo com o que você estudou no módulo 1, uma das habilidades exigidas para a tutoria está
relacionada à utilização dos recursos da Internet, por isto é importante que você explore as ferramentas de
interação do AVA da Rede EaD-SENASP. Contudo, só isso não garantirá que a tutoria seja realizada com
qualidade, fazendo-se necessário que como tutor você tenha conhecimento não só do conteúdo do curso, mas,
também, das tarefas que orientarão o planejamento e a execução de uma tutoria eficaz.
No Manual do Tutor, você encontrará descritas as principais tarefas da tutoria, mas aqui nesta aula, para
facilitar a sua compreensão, elas foram divididas em três momentos: antes de iniciar o curso, durante o curso
e após o curso. Veja cada um desses momentos a seguir:

• Antes de iniciar o curso


- Revisar o conteúdo do curso que irá atuar;
- Verificar qual ou quais são as turmas e quem são os seus discentes;
- Verificar se houve alterações no Manual do Tutor e no Manual do Discente;
- Elaborar o Plano de Tutoria on-line.

Importante!
O plano de tutoria é a bússola do discente. No módulo 4, você aprenderá a elaborá-lo.

• Durante o curso
Estabelecer contato com os discentes por meio do Quadro de Avisos e da Caixa Postal, sendo essenciais
quatro tipos de mensagens:
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- Mensagem de apresentação e de boas-vindas, informando sobre o “Plano de Tutoria on-line” com as
atividades planejadas para o curso e os critérios para atribuição de notas aos discentes. Nessa mensagem, o
tutor também deverá reforçar a necessidade dos discentes lerem o Manual do Discente;
- Mensagens semanais motivadoras, contendo as informações de cada semana e de cada módulo;
- Mensagem informando sobre a última semana do curso e solicitando aos discentes com pendências
que concluam suas atividades;
- Mensagem de despedida, encerrando o curso e destacando os principais pontos abordados pelos
discentes ao longo do curso.

Criar fóruns:
- Obrigatoriamente, deverão ser criados 4 fóruns de conteúdo para cursos de 40 horas e 5 fóruns de
conteúdo para cursos de 60 horas. O sistema criará automaticamente os fóruns de Apresentação e de Despedida.
- Dar sempre retorno rápido e eficiente às intervenções dos discentes e estimular a colaboração entre
eles.
- Visitar diariamente os fóruns existentes para fazer a mediação, ver as mensagens postadas e
respondê-las e, se for o caso, anular postagens indevidas.

Importante!
Os fóruns ficarão disponíveis para os discentes por 15 dias para os cursos de 40 horas e 20 dias para os
cursos de 60 horas. Para dar flexibilidade ao discente no período de participação dos fóruns, crie os
fóruns com intervalos entre eles.

Criar salas de Chat (bate-papo):


- Marcar dia e horário anteriormente, se possível, no seu “Plano de Tutoria” (marque sempre pela hora
de Brasília, orientando os discentes para verificarem o fuso horário);
- Definir um tema que provoque o debate;
- Estar no chat no horário combinado, junto com os discentes.

Acompanhar a participação dos discentes nos módulos, fóruns e chats ao longo do curso:
- Criar mecanismos para estimular aqueles que não estão participando e/ou acessando o AVA;
- Entrar em contato direto com aqueles que não estão participando, buscando identificar as dificuldades
e auxiliar na solução dos problemas; e
- Verificar se os discentes estão concluindo os módulos corretamente e realizando a avaliação final.

28
• Após o curso
- Atribuir nota aos discentes;
- Disponibilizar a “Avaliação Após o Prazo” para os discentes que concluíram todas as etapas do curso
(leitura de todos os módulos obrigatórios e participação em, no mínimo, três fóruns de conteúdo) e que
deixaram de fazer apenas a avaliação final. Essa liberação não se trata de um direito do discente, mas uma
concessão feita por você em casos justificados de perda de prova. Caso o discente entre em contato, solicitando
a possibilidade de realização da prova, você deverá, primeiro, analisar o motivo da não realização da prova no
prazo, avaliar o desempenho do discente no curso e verificar se ele concluiu todas as atividades obrigatórias.
Não disponibilizar a segunda chance de Avaliação solicitada pelo discente ou oferecida por você sem a
solicitação do discente, quando seu desempenho na prova contribuiu para a sua reprovação;
- Corrigir as avaliações sobre os vídeos de sinalização de acordo com as orientações contidas na trilha
pedagógica (Tutores de Libras);
- Elaborar e enviar o Relatório Final da Turma (on-line).

3.2 Atividades e prazos a serem seguidos pelo tutor

Atividade Prazo

Plano de Tutoria on-line. Semana de ambientação (1ª semana).


De acordo com os novos critérios de avaliação do
Mensagens no Quadro de avisos.
desempenho do tutor.

Criar obrigatoriamente 4 fóruns para os cursos de 40


Criação dos Fóruns. horas e 5 fóruns para os cursos de 60 horas. A
participação do tutor nos fóruns é obrigatória.

Respostas as dúvidas dos discentes enviadas por 48 horas para o tutor responder. Caso demande mais
e-mail, Caixa Postal ou Fórum. tempo, avise ao discente.

Atividade não obrigatória para o discente, mas


Chat (Bate-papo). importante para interação. Crie, no mínimo 1 chat por
curso.
O lançamento da nota do tutor durante o curso ou após
o curso, no período de até 7 dias após o seu
encerramento, porém, antes do envio do relatório final da
turma. Caso você lance a nota de um discente durante o
Lançamento da nota do tutor.
período do curso, verifique se esse discente já concluiu
sua participação nos fóruns e chats e não crie novas
atividades, pois o discente ficará impedido de participar
delas.

29
A liberação poderá ocorrer durante ou após o curso,
desde que a prova seja liberada e concluída pelo discente
Liberação de segunda chance para reprovados. antes da entrega do relatório final da turma, ou seja até 7
dias após o encerramento do curso.

Última atividade! Deve ser feita após o término do curso,


em até 7 dias. Enviado o relatório, a turma é finalizada e
Envio do Relatório Final da turma.
nenhum procedimento poderá ser realizado sobre a
turma.
Fonte: Manual do Tutor da Rede EaD-SENASP (2018)

Veja o detalhamento de cada um dos prazos no Manual do Tutor!

Importante!
O curso de Libras tem características diferenciadas. Além das atividades obrigatórias dos cursos
regulares, há também a obrigatoriedade da atividade prática para elaboração dos vídeos. O tutor do
curso deve incluir a realização e o envio dos vídeos em sua agenda de tarefas para acompanhamento.
As informações completas sobre o curso, prazos, atividades e critérios para distribuição de notas estão
na Trilha Pedagógica e no material complementar do curso.

Aula 4 - O modelo Pedagógico da Rede EaD-SENASP

4.1 Concepções e orientações pedagógicas

Os cursos da Rede EaD-SENASP seguem a mesma fundamentação teórica da Matriz Curricular


Nacional para Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública (BRASIL, 2014) ou seja, se
orientam pelo modelo de desenvolvimento de competências (traduzidas em objetivos operacionais), entendida
como a capacidade de mobilizar saberes (conhecimentos, habilidades e atitudes) para agir em diferentes
situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia
intelectual (BRASIL, 2009, s.p).
As competências orientam a seleção dos conteúdos e o desenho pedagógico dos cursos. Assim temos,
de acordo com as competências selecionadas para cada curso:
- Conteúdos conceituais (leis, teorias e princípios).
- Conteúdos atitudinais (valores, crenças, atitudes e normas).
- Conteúdos procedimentais (habilidades técnicas, administrativas, interpessoais, políticas e conceituais
traduzidas em métodos, técnicas e procedimentos).

30
Os conteúdos e atividades selecionadas devem favorecer ao desenvolvimento das competências
profissionais, entendidas na área de Segurança Pública como:
O conjunto formado por saberes, competências específicas,
esquemas de ação, posicionamentos assumidos, habilidades,
hábitos e atitudes necessárias ao exercício das funções a serem
desempenhadas; o conjunto de competências que forma a
competência profissional é de natureza cognitiva, afetiva e
prática, bem como de ordem didática, incluindo diferentes
saberes que possibilitam a ação em diferentes situações.
(AZEVEDO E SOUZA, et al, 1998).

Alinhada ao desenvolvimento de competências, o desenho pedagógico dos cursos da Rede EaD-


SENASP está pautado nos princípios da abordagem construtivista que consideram, principalmente, as ideias
de Piaget, Vygotsky e Bruner e se expressam nos aspectos a seguir:
- Consideração das características dos diversos profissionais da Rede EaD-SENASP;
- Utilização de uma linguagem clara, atraente e adequada, reforçada por elementos que possibilitem a
reflexão sobre questões e ações relacionadas à área de segurança pública, exemplo é o aprofundamento dos
conteúdos por meio de links para sites, materiais complementares, glossário e referências;
-Utilização de vídeos: demonstrações, entrevistas, depoimentos, palestras, mesas redondas, vídeoaulas,
entre outros, perfazendo, aproximadamente, uma carga horária de 50 minutos;
- Seleção de atividades relevantes e contextualizadas que possibilitem a observação da realidade, a
verificação dos conteúdos estudados e a aplicação em situações problemas, seguidas de feedback ou orientação
para a resposta;
-Utilização de ferramentas que possibilitem a comunicação, a troca de experiência e a discussão dos
temas, por meio da interação com tutores e outros discentes.

A fundamentação teórica e os princípios da abordagem construtivista orientam o desenho pedagógico


dos cursos e a atuação dos tutores na Rede EaD-SENASP.
Ao considerarmos que a Rede EaD-SENASP tem a preocupação/intenção de contribuir com a
qualificação dos profissionais da segurança pública para que compreendam seu protagonismo na sociedade
(nesta perspectiva) é preciso incorporarmos, no processo pedagógico, “o desenvolvimento de ações de
conhecimento que leve o indivíduo a, primeiro, conhecer o mundo; segundo, conhecer-se como sujeito
capaz de agir neste mundo e de transformá-lo” (RODRIGUES, 1998, p.70).
No entanto, esta mudança perpassa pela necessidade de que os profissionais de segurança pública
conheçam as políticas públicas voltadas, principalmente, para a Segurança com Cidadania, para os Direitos
Humanos e para a Educação Brasileira e Mundial que propiciarão a eles compreenderem o papel de cada sujeito
nesse processo para que, de fato, as transformações aconteçam.

31
4.2 O Desenho pedagógico e a atuação dos tutores
O Desenho pedagógico é composto por elementos que orientam a aprendizagem de acordo com
os objetivos estabelecidos.

Filatro (2004, p. 64), define desenho pedagógico como:


[...] ação intencional e sistemática de ensino, que envolve o
planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos,
técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais
em situações didáticas especificas, a fim de facilitar a
aprendizagem humana a partir dos princípios de aprendizagem
e instrução conhecidos.

O ponto de partida para a elaboração dos cursos da Rede EaD-SENASP é a realização de uma oficina
pedagógica com conteudistas convidados (selecionados a partir da expertise no tema). Nessa oficina eles são
orientados sobre os cuidados na elaboração e tomam conhecimento da estrutura do curso da SENASP.
Observando a estrutura você verá que elaborar um curso não é difícil, mas trabalhoso, pois em EaD
todo o planejamento precisa ser pensado antecipadamente.
Uma vez entregue o curso, o conteúdo passa por uma análise pedagógica - onde são criados os
elementos organizativos e estabelecidos os pontos que possibilitarão a interatividade discente – conteúdo e a
revisão técnica, antes de ir para a montagem.

Importante!
Essa é uma fase que você como tutor não presencia, pois já recebe o curso elaborado. Contudo,
contamos com a sua contribuição para diagnosticar os pontos que muitas vezes não aparecem na
revisão e para ampliar os elementos pedagógicos previamente selecionados.

De acordo com os principais autores, dentre eles Laaser (1997) e Filatro (2004) o desenho pedagógico
deverá considerar:
- O conteúdo do curso
- A formulação dos objetivos
- Os meios tecnológicos a serem utilizados
- As estratégias pedagógicas

As estratégias pedagógicas abrangem desde a disponibilização do conteúdo (aulas mais conceituais


para aulas mais práticas e atitudinais); seleção de exemplos; cases; passo a passo; vídeos e exercícios de
fixação, até a orientação para número de fóruns e chats que deverão ser considerados.

Importante!
32
Dada a flexibilidade do desenho pedagógico da SENASP é exigido que o tutor planeje as atividades de
tutoria de forma intencional e que tenha uma participação ativa junto aos discentes.

Saiba Mais
Com o objetivo de sistematizar as informações dos cursos, ofertados pela Rede EAD-SENASP, e
possibilitar o acesso à ementa dos cursos pelos profissionais interessados e pelas instituições de segurança
pública, a SENASP criou o Catálogo Nacional de Cursos da REDE EAD-SENASP.
Atualmente são mais de 70 cursos sobre diversos temas relacionados a teoria e prática das ações de
segurança pública.
Consulte o catálogo em http://www.justica.gov.br/noticias/senasp-oferece-200-mil-vagas-em-71-
cursos-a-profissionais-de-seguranca/relacao-de-cursos-redeead.pdf.

Finalizando...

Nesse módulo do curso, você estudou que:

• A Rede Nacional de Educação a Distância para a Segurança Pública (Rede EaD-SENASP) é um


ambiente tecnológico de educação continuada, fruto de uma parceria estratégica estabelecida, em 2005, entre
a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Academia Nacional de Polícia ( ANP) do Departamento
de Polícia Federal (DPF).
• A Rede EaD-SENASP representa um salto qualitativo em termos de investimento no capital
humano, na valorização do profissional, na busca da excelência nas ações de formação e, consequentemente,
na melhoria das ações de Segurança Pública.
• Os cursos da Rede EaD-SENASP são considerados cursos de capacitação, denominados livres e,
como você estudou no módulo 1, estão alinhados a orientação do decreto 5.707/2006 que "Institui a Política e
as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990".
• Para organizar toda essa informação e garantir a efetividade de seus processos a Rede EaD-
SENASP compreende várias redes ao mesmo tempo: rede física; rede de pessoas e rede de tecnologia.
• Os cursos da Rede EaD-SENASP estão disponibilizados em um AVA, customizado, para atender
as necessidades dos profissionais da área de segurança pública.
• O AVA é um sistema composto por interfaces e ferramentas voltadas para promover a interação
(diálogo entre tutor-discentes/discentes-discentes), possibilitar a interatividade (utilização de interfaces e
ferramentas) e gerar as condições necessárias para que ocorram os processos de ensino e aprendizagem.
• No Manual do Tutor, você encontrará descritas as principais tarefas da tutoria.
• Os cursos da Rede EaD-SENASP seguem a mesma fundamentação teórica da Matriz Curricular
Nacional, ou seja, se orientam pelo modelo de desenvolvimento de competências (traduzidas em objetivos
operacionais), entendidas como a capacidade de mobilizar saberes (conhecimentos, habilidades e atitudes) para
agir em diferentes situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem
a autonomia intelectual (BRASIL, 2009, s.p).

33
• As estratégias pedagógicas abrangem desde a disponibilização do conteúdo (aulas mais
conceituais para aulas mais práticas e atitudinais); seleção de exemplos, cases, passo a passo, vídeos e exercícios
de fixação até a orientação para número de fóruns e chats que deverão ser considerados.

Exercícios

1. Dentre os objetivos da Rede EaD-SENASP, não se encontra:

a. Dotar as Unidades Federativas (UFs) de um ambiente de ensino - mediado pelas tecnologias de


informação e comunicação, notadamente a Internet - voltado para os processos de ensino e aprendizagem.
b. Favorecer o diálogo social entre as diversas instituições que compõem o Sistema de Segurança
Pública.
c. Contribuir para a integração dos profissionais da área de segurança pública.
d. Realizar testes de habilidades pessoais

2. A Rede EaD-SENASP compreende várias redes ao mesmo tempo. Considerando as


características de cada uma elas, associe a 2ª coluna de acordo com a 1ª.

(1) Rede física


(2) Rede de pessoas
(3) Rede de tecnologia

( ) Ambiente Virtual de Aprendizagem.


( ) A Rede Física reúne a infraestrutura e os meios necessários para videoconferências e acesso ao
ambiente virtual de aprendizagem.
( ) Coordenação, consultorias, tutores másters e tutores de curso

3) Analise as situações a seguir e diga quais ferramentas de interação do ambiente virtual de


aprendizagem você utilizaria em cada situação.

“Vera quer promover, por uma semana, a discussão sobre um dos temas principais do curso.”
a. Chat
b. Fórum
c. Caixa postal – e-mail

“Fernando também quer promover uma discussão, mas quer que seja síncrona.”
34
a. Chat
b. Fórum
c. Caixa postal – e-mail

“Pedro, discente do curso de Busca e Apreensão 1, não entra no ambiente há 10 dias. Cláudia precisa
entrar em contato com ele.”
a. Chat
b. Fórum
c. Caixa postal – e-mail

4. Tomando por base os princípios que baseiam o desenho pedagógico da Rede EaD-SENASP,
assinale as alternativas verdadeiras:
a. O desenho pedagógico dos cursos da Rede EaD-SENASP consideram as características dos diversos
profissionais que formam seu público-alvo;
b. Os cursos possuem uma linguagem clara, atraente e adequada, reforçada por elementos que
possibilitam a reflexão sobre questões e ações relacionadas à área de segurança pública.
c. Os cursos possuem vídeos com o objetivo de abordar, especificamente, conteúdos relacionados à
área jurídica.
d. As atividades dos cursos são todas práticas com o objetivo de desenvolver competências técnicas.
e. No ambiente de aprendizagem há ferramentas que possibilitam a comunicação, a troca de
experiência e a discussão dos temas, por meio da interação com tutores e outros discentes.

35
Gabarito

1. Resposta Correta: Letra D


2. Resposta Correta: 3-1-2
3. Resposta Correta: B-A-C
4. Resposta Correta: A, B e E

36
MÓDULO
COMUNICAÇÃO E MEDIAÇÃO NO AMBIENTE
3 VIRTUAL

Apresentação do módulo

Neste módulo você estudará os processos de comunicação e mediação pedagógica no ambiente


virtual, principalmente sobre a ação do tutor nesses processos.

Objetivo do módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

• Definir mediação pedagógica;


• Compreender a relação mediação pedagógica e os processos de ensino e de aprendizagem;
• Reconhecer a importância da comunicação interativa nos processos de ensino e de
aprendizagem;
• Refletir sobre a mediação em ambiente virtual.

Estrutura do Módulo

Este módulo é composto pelas seguintes aulas:

• Aula 1 – A comunicação em ambientes virtuais


• Aula 2 – A comunicação eficaz
• Aula 3 – A mediação pedagógica e o papel do tutor

Aula 1 – A comunicação em ambientes virtuais

1.1 As pessoas em ambientes virtuais

Como você estudou no módulo 1, o trabalho do tutor é com pessoas e, por serem pessoas, elas
pensam, sentem e agem. Todavia, isso só não garantirá um bom relacionamento, é importante que você
compreenda também que as pessoas podem:
37
- Concordar unanimamente;
- Concordar parcialmente;
- Convergir em ideias e comportamentos;
- Divergir em ideias e comportamentos;
- Ter ideias concorrentes;
- Ter ideias antagônicas.

Então, o que é importante considerar?

Quando se fala em pessoas é importante considerar um olhar tridimensional, dividido nas dimensões
aprender a aprender, aprender a fazer e aprender a ser/conviver, ou seja, seres humanos são dotados de
conhecimentos e de capacidades para construir novos conhecimentos, de valores, de hábitos e de atitudes
próprios, bem como de habilidades.

Importante!
A ampliação do conceito visão tridimensional de “seres humanos” possibilita a percepção da
complexidade, da força e da criatividade da natureza humana – somos capazes de “criar condições
ilimitadas de...” – o que, consequentemente, contempla a necessidade de desenvolvimento do ser
humano e a relação que este estabelece com os outros e com o meio que o cerca.

Por que é importante o tutor saber sobre isso?

Grupos são formados por pessoas, e no ambiente virtual não é diferente. Você encontrará perfis
diferenciados de participantes e, consequentemente, modos diferenciados de interagir e aprender.
O participante no ambiente virtual deve ser estimulado a:

- Buscar voluntariamente novas formas de estudar e aprender


- Registrar seus avanços
- Organizar e manter a autodisciplina
- Colaborar nas discussões virtuais
- Participar das atividades propostas
- Autoavaliar-se

38
Aula 2 – A comunicação eficaz

No item anterior você estudou sobre como cada pessoa é única, possui conhecimentos, habilidades
e atitudes que podem se apresentar como convergentes, complementares, diferentes e até mesmo
concorrentes em relação aos conhecimentos, habilidades e atitudes de outros seres humanos.
Mas para que você compreenda melhor a relação do que foi estudado com o processo de comunicação,
observe a figura a seguir e reflita sobre as questões colocadas:

Fonte: Gestalt (CLUBE DA ARTE BLOG, 2013).

O que você está vendo?


Uma caveira ou uma moça com reflexo no espelho?
Caso você tenha visto uma caveira, você acertou.
Se você viu a moça com reflexo no espelho, também acertou.
Provavelmente você também tenha visto as duas.
Por que isso acontece?

Veja que a percepção, sentidos, valores e conhecimentos do ser humano funcionam como um filtro,
interferindo na imagem que temos dos assuntos e, por conseguinte, nas formas pelas quais comunicam
as ideias que concebem.
A comunicação eficaz irá exigir que você busque a convergência no espaço de convivência, seja ele
presencial ou virtual. Isso não significa que é necessário ter as mesmas ideias ou dizer as mesmas coisas,
mas sim que é imprescindível reconhecer o outro como outro legítimo, ou seja, vê-lo como uma pessoa
que, como você, pensa, sente, age orientado pelos conhecimentos, atitudes e habilidades que construiu e
desenvolveu.
39
2.1 Como a comunicação acontece

Comunicar significa tornar comum informações, ideias, sentimentos, experiências, crenças e valores,
por meio de gestos, atos, palavras, figuras, imagens, símbolos, etc.
Observe que, além da interação entre os interlocutores, o processo de comunicação eficaz envolve
a atualização da mensagem. A atualização é a utilização da nossa percepção, dos nossos sentidos, valores e
conhecimentos para dar significado à mensagem.

Importante!
A certificação de que houve comunicação exigirá a criação de condições necessárias, por meio da
interação, para que ocorra o compartilhamento das atualizações feitas.

2.2 Tipos de Comunicação

Os autores que defendem o enfoque triádico da aprendizagem, como por exemplo, a professora
Oliveira (1998), classificam em três os tipos de comunicação:

- Comunicação Verbal: expressa por meio das linguagens: falada ou escrita.


- Comunicação Não Verbal: expressa por meio da linguagem corporal (gestos, emoção, imagens,
cores, postura). No ambiente virtual, além desses aspectos presentes quando se utiliza vídeo ou ferramentas
como vídeo chat, somam-se a presença do tutor e os elementos que utiliza para reforçar a mensagem. Exemplo:
cores, negrito, imagens, etc.
- Comunicação factual: expressa pelo comportamento, pela ação, pelas exemplificações e pela
capacidade de tomar decisão.

Quando as pessoas se comunicam, elas utilizam esses três tipos de comunicação.

Para melhorar seu processo de comunicação, conheça o que é adequado e inadequado em cada tipo de
comunicação.

40
Comunicação Verbal

Adequado Inadequado
 Ideias confusas
 Vocabulário ao nível do interlocutor
 Falta de vocabulário
 Frases curtas
 Incorreção gramatical
 Pontuação clara e variada
 Cacoetes (né, tá, iii, aah)
 Articulação de ideias
 Codificação para um só subgrupo
 Definição de conceitos
 Falta de diálogo
 Fluência e ritmo
 Prolixidade
 Palavras ou expressões comuns para o nível
do grupo

Procure utilizar palavras positivas que estimulem o estudante a estudar e a superar os desafios.

Comunicação Não Verbal

Adequado Inadequado

 Alto grau de motivação  Imobilidade facial


 Mobilidade da cabeça e rosto  Olhar no vazio
 Olho no olho de todos  Falta de gestos
 Gestos enriquecedores  Gestos banais ou pornográficos
 Voz graduada ao ambiente  Dissonância entre gestos e palavras
 Uso de recursos audiovisuais (cor,  Postura oscilante
som, imagem)  Muletas (objetos na mão, apoiar-se
 Aprumação (postura corporal, andar, em algo)
roupas, cores, penteado e adornos)  Tiques (chupar dente, torcer as mãos,
 Capacidade de emocionar morder os lábios)

41
E no ambiente virtual...

Comunicação Não Verbal

Adequado Inadequado
 Presença no ambiente virtual
 Destaque das palavras-chave da
mensagem utilizando negrito, cores, etc.
 Ausência de interação
 Utilizar imagem e emoticons que
 Mensagens sem expressão
reforcem a mensagem
 Excesso de imagem
 Responder a mensagem ou
encaminhar para quem possa responder,
quando for o caso

A presença do tutor gera confiança nos participantes.

Comunicação Factual

Adequado Inadequado

 Troca de posição (colocar-se no lugar do


seu interlocutor)
 Ficar só em palavras sem chegar a
 Comunicação Operacionalizada (O quê?
propostas e planos
Quando? Quem? Etc.)
 Não prometer nada para não se
 Saber fazer bem o que se explica
comprometer
 Ser decidido e prático nas propostas de
 Omitir-se numa hora difícil
ação
 Transmitir informação descontextualizada
 Coparticipar (exemplos)
 Distribuir o poder chamando a
responsabilidade para todos (tutor)

Um planejamento bem elaborado ajudará a comunicação factual.

Importante!
O tutor deverá utilizar os três tipos de comunicação no processo de interação com os participantes.

Para reforçar a eficácia de comunicação, o tutor deverá:


- Criar um ambiente de confiança
- Expor claramente o objetivo do curso e o seu papel como tutor

42
- Estimular o processo de construção do conhecimento
- Fornecer feedback.

Aula 3 - A mediação pedagógica e o papel do tutor

“Diego não conhecia o mar.


O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia,
depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor,
que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando,
pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!”
Eduardo Galeano (2002)

No trecho anterior, entre o menino e o mar estava o pai. Como criar as condições para que Diego
possa “olhar” – conhecer – o mar? Como planejar esta ação para que seja intencional e significativa?

3.1 Mediação assistemática

Imagine as cenas que se sucederam às perguntas de Diego.


Imaginou? Veja uma das possibilidades.

Diego experimentando o mar... seu pai conversando sobre o mar com Diego... explicando as utilidades,
os cuidados, os mistérios do mar... Contando histórias reais, engraçadas e até mesmo tristes.
Observe que se estabeleceu entre Diego e seu pai uma relação, uma comunicação (fala, gestos,
expressões), significativa e interativa.
O poema possibilita pensar também em afetividade. É possível nos apoiar em Vygotsky (1988, p. 114
apud Cavalcanti, 2005, p. 187) e ver que na cena proposta e imaginada está presente uma mediação, mesmo
frente a algo visto pela primeira vez.

Todas as funções psicointelectuais superiores aparecem duas


vezes no decurso do desenvolvimento da criança: a primeira vez,
nas atividades coletivas, nas atividades sociais, ou seja, como
funções interpsíquicas; a segunda, nas atividades individuais,

43
como propriedades internas do pensamento da criança, ou seja,
como funções intrapsíquicas.

É possível ressaltar que a percepção, memória e pensamento – consideradas funções mentais


superiores – são desenvolvidas na relação sujeito – meio que é mediada por signos. (CAVALCANTI, 2005).

3.2. Mediação pedagógica

Partindo da cena de Diego e seu pai, passe para o contexto de aprendizagem. Imagine Diego, o mar e
o professor. O que muda neste contexto para adjetivarmos esta relação “assistemática” para “sistemática” e,
portanto, “pedagógica”?
O cotidiano em que acontece a mediação é alterado e surgem outros elementos, principalmente a
I N T E N C I O N A L I D A D E.
Num ambiente educativo que privilegie a construção do conhecimento, este processo tem como foco
a aprendizagem do estudante e é estimulado pelo professor, por meio do processo de ensino, pois é ele que
deverá criar as condições que instiguem e estimulem a mobilização de saberes.
É na possibilidade que o processo de aprendizagem aconteça que a mediação pedagógica ganha
movimento. Podem (e devem) entrar em cena outros elementos que auxiliarão o processo de mediação a ser
mais efetivo.
E quem é o professor? Alguém que se aceita como guia na
criação deste espaço de convivência. No momento em que eu
digo a vocês: "Perguntem", e aceito que me guiem com suas
perguntas, eu estou aceitando vocês como professores, no
sentido de que vocês me estão mostrando espaços de reflexão
onde eu devo ir. Assim, o professor, ou professora, é uma pessoa
que deseja esta responsabilidade de criar um espaço de
convivência, este domínio de aceitação recíproca que se
configura no momento em que surge o professor em relação
com seus discentes, e se produz uma dinâmica na qual vão
mudando juntos. (COMITÊ PAULISTA PARA A DÉCADA DA
CULTURA DA PAZ, 1990)

Sendo assim, pode-se definir mediação pedagógica como:

O processo pelo qual o professor, no contexto educacional, cria, intencionalmente, as condições


de aprendizagem que incentivem a mobilização de saberes.
Com base nesse conceito e em Moraes (2008), é possível destacar as seguintes características da
mediação pedagógica:
• diálogo;
• ação sobre o outro;
44
• intencionalidade;
• significação dos processos e conteúdos educacionais;
• incentivo a construção de conhecimentos por meio da mobilização de saberes.

As características da mediação pedagógica aparecem expressas no trecho a seguir, em que os autores


destacam as exigências do processo de mediação pedagógica a discentes e professores. Segundo eles, a
mediação pedagógica:

[...] requer flexibilidade de ambas as partes, em que um tem


influência sobre o outro e o seu meio, desta forma pode-se
afirmar que o professor deve atuar como mediador, facilitador,
incentivador e pesquisador e o discente deve ter autonomia,
como base de qualquer atividade desenvolvida. (OLIVEIRA;
ROSINI, 2010, p. 8).

A curiosidade de Diego e o prazer de seu pai em mostrar algo até então desconhecido estimulou uma
comunicação cheia de significado.
A mediação estabelecida no contexto educacional, portanto, pedagógica, cria as condições para que
esta comunicação significativa ganhe sentido e possibilite de forma intencional a construção do conhecimento
por meio da mobilização de saberes.

Importante!
Os tutores devem criar situações de aprendizagem que tenham sido pensadas INTENCIONALMENTE
para promover a mobilização de saberes.

[...] a mediação pedagógica no ambiente virtual deve voltar-se


ao uso da tecnologia como possibilidade “do estar junto virtual”,
que “explora a potencialidade interativa da TIC, propiciada pela
comunicação multidimensional que aproxima os professores,
estudantes e contexto”, permitindo criar condições de
aprendizagem por meio de uma educação colaborativa e
cooperativa. (MACHADO; AQUINO; BESSA, 2010, p. 4).

3.3 A mobilização de saberes e a comunicação interativa

As tecnologias digitais utilizadas no contexto educacional ampliam as possibilidades de mobilização


de saberes trazendo outros estímulos – signos, linguagens, movimento, formas de interação – alterando de
maneira significativa a forma de comunicação, e, como resultado, os processos de ensino e de aprendizagem.

45
Tiffin e Rajasingham (2007) buscaram diferenciar o paradigma instrucional “moderno” (o termo
moderno não é utilizado aqui como sinônimo de atual. Pelo contrário, moderno está restrito à visão de que o
conhecimento é algo pronto acabado, bastando, portanto, ser inserido na cabeça do discente pelo professor)
do que eles denominavam de nova episteme*. De acordo com os autores, partes do paradigma do futuro já
podem ser percebidas atualmente.
* este termo se relaciona com o conhecimento e a forma de trabalhá-lo.

A velha Episteme A nova Episteme

 Centrada no discente
 Centrada no professor
 Baseada em situações problematizadoras
 Baseada no conhecimento pelo
que gerem a mobilização de saberes
conhecimento
 Aprendizagem flexível
 Aprendizagem fechada
 Democrática, interativa, colaborativa e
 Autoritária
cooperativa
 Estudo individual
 Estudo grupal (coletivo)
 Face a face e papel
 Ambientes Virtuais de aprendizagem (uso
 Sala de aula (tradicional)
de Tecnologias da Informação e da Comunicação)
 Administrada pelo professor
 Orientada pelo professor (facilitador)

Fonte: Adaptado pela conteudista para fins didáticos de Tiffin e Rajasingham. (2007, p. 68).

O uso de tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem fortalece a necessidade de mudança


nos papeis desempenhados por estudantes e professores. Autores, como Ramal (2002) e Silva (2002), destacam
que a tecnologia não permite mais que o professor seja apenas o “mestre-transmissor de conteúdo”, sendo
exigido do professor:

[...] atuar de uma forma muito mais importante, como uma


espécie de arquiteto cognitivo, projetando os caminhos que os
estudantes deverão percorrer na grande rede hipertextual que é
o currículo hoje. Além disso, ele precisa ser um dinamizador de
grupos, responsável não mais por formar discentes
isoladamente, mas por construir comunidades de aprendizagem
capazes de desenvolver projetos em conjunto, se comunicar e
aprender colaborativamente. (RAMAL, 2002, s.p.).

[...] predispõe teias, cria possibilidades de envolvimento, oferece


ocasião de engendramentos, de agenciamentos. E estimula a
intervenção dos discentes como coautores de suas ações. [...] O

46
professor modifica a sua ação modificando seu modo de
comunicar. (SILVA, 2002, p.73).

Ainda segundo Silva (2002), a expressão “comunicação interativa” expressa muito bem a
comunicação que necessita estar presente no contexto educacional, pois possibilita a “bidirecionalidade” entre
emissores e receptores, ou seja, a troca, a conversação livre e criativa, os intercâmbios e o feedback entre os
envolvidos do processo comunicacional.
Apesar da ideia da comunicação interativa não ser nova, pois ganha força com os teóricos da década
de 1970, é com o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação que as possibilidades de reflexão
sobre o seu uso contribuem para repensar a prática pedagógica, por meio dos termos interação e interatividade.
Dada a toda a polêmica que contempla a discussão acadêmica dos termos interação e interatividade,
eles não serão definidos como possibilidades estanques, mas apresentados, com base em Silva (2002), nos
critérios que os parametrizam dentro da ação educacional. São eles:

• Relacional – A noção desse termo flutua entre dois polos: “a relação homem-máquina e a relação
homem-homem”. Assim, além das trocas constantes onde prevalece o diálogo, há as possibilidades de ação e
intervenção.

Quadro 5: Possibilidades relacionais


interlocutores humanos
Diálogo
interlocutores humanos e máquina
Comunicação entre
usuário e serviço
Troca
assinante e rede (fonte)
Possibilidade
o programa
 de agir sobre
o conteúdo
 Intervir
Fonte: adaptado de Silva. (2002, p. 84).

• Gradações – Há gradações e modelos que possibilitam a dimensão dos termos. De acordo com
Holtz-Bonneau (apud SILVA, 2002, p. 86), são possíveis três modalidades de gradação: “uma baseada na seleção
de conteúdos, outra na intervenção sobre os conteúdos e a terceira tomando os dois processos em conjunto”.

• Hipertextualidade – Possibilita ao discente utilizar a disponibilidade dos elementos e as


interações entre eles para intervir diretamente na seleção do conteúdo e, assim sendo, na aprendizagem.

Importante!

47
Como tutor é importante que você compreenda que todo esse contexto amplia as possibilidades de se
explorar os dois pilares da contemporaneidade: conhecimento e comunicação (SILVA, 2002). Isto
exigirá que você possa pensar em situações de aprendizagem que promovam a mobilização de saberes
que comportem na mediação pedagógica a riqueza das relações instituídas.

3.4 As ferramentas de interação e a comunicação interativa

Os ambientes virtuais de aprendizagem possibilitam que se estabeleçam as redes de interação


multidirecionais que envolvem: professor-estudante-conhecimento em diversas possibilidades de comunicação
interativa:
- De um para um;
- De um para todos;
- De todos para um;
- De todos para todos.

Para tanto, reúnem-se várias ferramentas de interação, dentre elas destacam-se: o e-mail, o chat e o
fórum. Cada uma dessas ferramentas possui objetivo, sincronicidade e foco de interação distintos. Veja a seguir:

Quadro 6 - Ferramentas de Interação


Ferramentas Objetivos Foco da interação

Possibilita o envio de mensagem, com ou sem


anexos, de forma assíncrona, ou seja, não Um para um
E-mail
necessitam ocorrer em dia e horário Um para todos
determinados.
Possibilitar a comunicação e a discussão sobre o Um para um
conhecimento de forma síncrona, ou seja, exige Um para todos
Chat
a presença dos discentes – ao mesmo tempo, Todos para um
em dia e horário determinados. Todos para todos
Um para um
Possibilita a comunicação, favorecendo a
Um para todos
Fórum discussão sobre o conhecimento, de forma
Todos para um
assíncrona.
Todos para todos
Fonte: Adaptado do conteúdo do curso de formação de tutores. (BRASIL, 2006).

Dada a característica assíncrona e as possibilidades de interação, o “fórum” é a ferramenta mais utilizada


e a que permite um maior número de participação. Destacam-se ainda três outros processos que o fórum
48
possibilita e que são imprescindíveis para a mediação pedagógica: estratégias pedagógicas, reflexão e
feedback.

Finalizando...

Nesse módulo do curso, você estudou que:

• A comunicação eficaz irá exigir que você busque a convergência no espaço de convivência, seja
ele presencial ou virtual. Isso não significa que é necessário ter as mesmas ideias ou dizer as mesmas coisas,
mas sim que é imprescindível reconhecer o outro como outro legítimo, ou seja, vê-lo como uma pessoa que,
como você, pensa, sente, age orientado pelos conhecimentos, atitudes e habilidades que construiu e
desenvolveu.
• Num ambiente educativo que privilegie a construção do conhecimento, este processo tem como
foco a aprendizagem do estudante e é estimulado pelo professor, por meio do processo de ensino, pois é ele
que deverá criar as condições que instiguem e estimulem a mobilização de saberes.
• Mediação pedagógica é o processo pelo qual o professor, no contexto educacional, cria,
intencionalmente, as condições de aprendizagem que incentivem a mobilização de saberes.
• A mediação estabelecida no contexto educacional, portanto, pedagógica, cria as condições para
que esta comunicação significativa ganhe sentido e possibilite de forma intencional a construção do
conhecimento por meio da mobilização de saberes.
• As tecnologias digitais utilizadas no contexto educacional ampliam as possibilidades de
mobilização de saberes trazendo outros estímulos – signos, linguagens, movimento, formas de interação –
alterando de maneira significativa a forma de comunicação e, como resultado, os processos de ensino e de
aprendizagem.

Exercícios

1. Considerando o que estudou sobre mediação pedagógica, assinale as alternativas


verdadeiras:

a. A comunicação interativa possibilita a mediação pedagógica, mas basta mantê-la considerando


apenas a relação professor – discente.
b. A mediação pedagógica também pode ser denominada mediação assistemática, pois a afetividade
está presente.
c. O diálogo, a ação sobre outro, a intencionalidade, a significação dos processos e conteúdos
educacionais, bem como, o incentivo a construção de conhecimentos por meio da mobilização de saberes, são
características da mediação pedagógica.

49
d. A mediação estabelecida no contexto educacional, portanto, pedagógica, cria as condições para que
esta comunicação significativa ganhe sentido e possibilite de forma intencional a construção do conhecimento
por meio da mobilização de saberes.
e. A presença física não é condição para que ocorra mediação pedagógica.

2. Considerando algumas das características da velha e da nova episteme, relacione as opções


e marque a opção correta:

(1) Velha Episteme


(2) Nova Episteme

(a) Centrada no professor


(b) Baseada em situações problematizadoras que gerem a mobilização de saberes
(c) Estudo grupal (coletivo)
(d) Sala de aula (tradicional)
(e) Ambientes Virtuais

a) a-1, b-2, c-2, d-1, e-2


b) a-1, b-2, c-1, d-2, e-1
c) a-2, b-2, c-1, d-2, e-1
d) a-2, b-1, c-1, d-2, e-1

3. Tomando por base os critérios que parametrizam os termos interação e interatividade, no


contexto educacional, correlacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª:

1. Relacional
2. Gradações
3. Hipertextualidade

( ) Diz respeito a possibilidade do discente utilizar a disponibilidade dos elementos e das possibilidades
de interações entre eles para intervir diretamente na seleção do conteúdo e, consequentemente, na
aprendizagem.
( ) Diz respeito à flutuação dos termos interação e interatividade entre dois polos: relação homem-
máquina e relação homem-homem.
( ) Diz respeito às modalidades possíveis: seleção de conteúdos, intervenção sobre o conteúdo e os dois
processos em conjunto.

50
Gabarito

1. Resposta Correta: Letra C, D e E


2. Resposta Correta: Letra A
3. Resposta Correta: 3-1-2

51
MÓDULO
PLANEJANDO O PROCESSO DE INTERAÇÃO
4

Apresentação do módulo

Você estudou sobre a importância da ação do tutor ser intencional.


Mas o que significa essa i n t e n c i o n a l i d a d e?
Como planejar a ação de tutoria para conseguir essa intencionalidade?
Quais as situações de aprendizagem podem ser criadas para gerar a mobilização dos saberes?
Nesse módulo, você estudará estas questões.

Objetivo do módulo

Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de:

• Compreender a importância da intencionalidade no planejamento das ações de tutoria;


• Utilizar corretamente o modelo de planejamento da Rede EaD-SENASP;
• Refletir sobre o que considerar no planejamento da ação da tutoria em relação a semana de
ambientação; no fórum e no chat.

Estrutura do Módulo

Este módulo é composto pelas seguintes aulas:

• Aula 1 – A Intencionalidade: pensando na aula virtual


• Aula 2 – Explorando o planejamento
• Aula 3 – A Semana de Ambientação no planejamento
• Aula 4 – O Fórum no planejamento
• Aula 5 - O Chat no planejamento

52
Aula 1 – A intencionalidade: pensando na aula virtual

1.1 A intencionalidade

Considerada fundamental para dar significado à proposta pedagógica adotada pelo tutor, a
intencionalidade representa muito mais do que simplesmente organizar/planejar as ações didáticas que
serão desenvolvidas.

Quanto mais avançarmos rumo às didáticas sofisticadas,


pedagogias diferenciadas e construtivistas, mais esperamos que
o professor (tutor) tenha um domínio dos conteúdos que lhe
permita não só planejar e ministrar (tutorear) cursos, mas
também partir das perguntas dos discentes (cursistas), de seus
projetos e intervir na regulação de situações de ensino-
aprendizagem que podem ser muito menos planejadas que uma
sucessão de lições. Talvez, ele não precise ter uma cultura de
enciclopédia e com uma forte estruturação discursiva, que tem
como base ‘o texto do saber’ em uma pedagogia essencialmente
frontal. (PERRENOUD, et al, 2001, p.17).

A intencionalidade (pedagógica) vai além da transmissão pura de conteúdo. Ela envolve dentro de
um cenário pedagógico, atitudes e postura do educador e do discente (NEGRI, 2010).
A partir dessas afirmações é possível compreender a importância dos pressupostos teóricos que,
intencionalmente, fundamentam os processos de ensino e de aprendizagem que influenciam, diretamente,
na atuação do tutor, e na participação do discente.
Este desafio, além de exigir do tutor mais do que um talento e uma formação, também exigirá
competência, para que possa saber mobilizar conhecimentos, habilidades cognitivas e atitudes (PERRENOUD,
et al, 2001).

Importante!
Quando o tutor percebe estas diferenças, percebe a importância do planejamento dos seus atos
educativos, pois seu planejamento passa a existir em função do discente que é o seu “verdadeiro
sujeito” do ato de aprendizagem.

A intencionalidade dentro do contexto pedagógico é uma ação voltada ao planejamento e à


execução. A consciência do tutor envolvido neste processo demonstra a intenção de determinar um espaço
relacional entre ensinamento e aprendizagem. A intencionalidade deve mostrar a preocupação com o
planejamento.

53
Saiba Mais
PARA REFLETIR
Imaginando ...

Imagine-se como tutor de uma turma e quais seriam suas angústias, indagações e incertezas na prática
do planejamento pedagógico, pois seja qual for a experiência vivida por você, na discussão para elaboração do
planejamento, é indispensável localizar a pergunta para, em seguida, encontrar as possíveis respostas.

1.2 A intencionalidade e a aula virtual

Como ponto de partida para o planejamento é fundamental compreender que a “Aula Virtual” exige
a elaboração de um planejamento.
A aula virtual pode ser compreendida como o conjunto de estratégias de aprendizagem contidas no
desenho pedagógico do curso e/ou selecionadas pelos tutores como, por exemplo, leituras, situações problemas
nos fóruns, observações da realidade e exercícios que criarão condições para que ocorra a mediação
pedagógica.
O grande desafio de planejar a “Aula Virtual” não é apenas saber utilizar corretamente todas as
ferramentas disponíveis no ambiente para desenvolver uma comunicação interativa, um processo de ensino de
qualidade, uma aprendizagem significativa e uma avaliação efetiva, mas sim associar as perspectivas:
• Disciplinar (conteúdo do curso)
• Tecnológica (ferramentas de interação)
• Pedagógica (processo de interação).

Estas perspectivas precisam contribuir para que a “Aula Virtual” seja o objeto de construção de uma
dinâmica humana e formativa.
No desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem alguns aspectos, devem ser
considerados de forma intencional, como por exemplo:
• As expectativas dos discentes
• As competências a serem desenvolvidas
• A capacidade de mostrar como aprender
• A criação de oportunidades de aprendizagem na Aula Virtual
• O favorecimento de aprendizagens significativas, por meio dos grupos de aprendizagens
colaborativas e dos fóruns de discussão.

54
Saiba Mais
PARA REFLETIR
De que maneira acontece a aprendizagem na Aula Virtual?

Aula 2 – Explorando o planejamento

2.1 O planejamento da ação de tutoria

Uma das tarefas centrais do tutor da Rede Nacional de Educação a Distância para a Segurança Pública
(Rede EaD-SENASP) é, com certeza, a interação com os discentes. É por meio da interação que o tutor incentiva
os discentes a interagirem e concluírem seus cursos com sucesso (BRASIL, 2014).
Para que o trabalho de um tutor seja efetivo, com um bom desempenho e qualidade, é essencial
“planejar a sua ação na tutoria”.
O planejamento expressa o processo educativo e sua intencionalidade, mas não deve ficar somente
na imaginação ou intenção. A intencionalidade deve ser um marco importante no planejamento, ou seja, deve
nortear além do processo educativo, as etapas de toda proposta de trabalho do tutor. Desta forma, o
planejamento passa a ser um instrumento de orientação do tutor.
É claro que não existe nenhuma forma mágica ou pronta, mas também é fato, que seria impossível
falar de planejamento, sem evidenciar o conteúdo e seus fundamentos.
Elaborar um planejamento depende da visão de mundo, da percepção de quem é o discente, da
compreensão do que é educação e do processo educativo: uma atividade, uma reflexão, uma música, um
conteúdo e até mesmo na maneira de encaminhar o planejamento/plano de trabalho. Isto tudo envolve
escolhas. Veja alguns exemplos de questionamentos:
 Onde e quando realizar uma atividade?
 O que incluir ou deixar de fora?
 No curso há muita ou pouca atividade?
 A leitura está clara?
 A minha turma vai entender a proposta expressa no planejamento?

As escolhas a serem feitas por você estarão fundamentadas no modelo pedagógico da Rede EaD-
SENASP, na carga horária do curso e, principalmente, nos princípios ou crenças construídos sobre a sua prática
pedagógica, que num processo reflexivo para elaboração do planejamento/plano de aula, possibilitará que você
perceba a necessidade da sua turma e aprenda a localizar os problemas indo ao encontro das causas.

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2.2 O modelo de planejamento da Rede EaD-SENASP
O modelo de planejamento da Rede EaD-SENASP é expresso no “Plano de Tutoria on-line”,
ferramenta na qual o tutor deve realizar a “inclusão de atividades” - que serão desenvolvidas durante o período
do curso, e a “inclusão de critérios de distribuição de notas”.
O plano de tutoria on-line é obrigatório e deve ser elaborado no sistema e disponibilizado para
discentes e tutor máster.
Veja passo a passo como preencher o plano de tutoria.

Passo 1 – Acessando a ferramenta “plano de tutoria on-line”

Figura 11 – Acesso ao plano de tutoria

Importante!
A elaboração do plano de tutoria é uma atividade obrigatória. Os tutores que não disponibilizarem o
plano de tutoria on-line, dentro do prazo, terão o acesso às atividades bloqueado.

Passo 2 – Incluindo atividades


Ao clicar em plano de tutoria, abre-se outra tela para que você possa incluir as atividades.

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Figura 12 – Inclusão de atividades

Clicando em “Incluir Atividade”, abre-se o formulário a ser preenchido com as atividades do


seu Plano de Tutoria. Preencha cada um dos espaços de acordo com as suas legendas (Figura 13).

Figura 13 – Inserção das atividades

Observação
As atividades deverão ser descritas semanalmente para as 7 (sete) semanas de curso (com carga
horária de 60 horas) ou para as 5 (cinco) semanas (com carga horária de 40 horas).

Veja a seguir como preencher cada um dos espaços do formulário de inclusão de atividades.
Data: Preencha a data do início do preenchimento no formato dd/mm/aaaa, ou utilize o botão “HOJE”
que será incluída a data do dia ou selecione a data do “Calendário”.
Título: Preencha com o título da atividade. Ex: II Fórum de Discussão sobre...
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Disponibilizar no plano: Ao marcar “Disponibilizar no plano” a atividade será mostrada no Plano de
Tutoria. Mas você poderá preencher uma atividade e deixar para disponibilizá-la em outro momento.
Atividade: Descreva o conteúdo da sua atividade.
Interface: Preencha inserindo a natureza da atividade e o ambiente através do qual ela será expressa.
Turmas: Indique qual turma se refere a atividade e clique em “Salvar”.

Orientação
Publique o plano de tutoria na primeira semana do curso e programe as atividades por meio da
ferramenta “interatividade” – criar e gerenciar sala de fóruns e criar e gerenciar sala de chat.

Importante!
As datas e atividades publicadas no Plano de Tutoria são referenciais. Ao criar um fórum ou chat, a
data não é automaticamente alterada no plano. É importante orientar os discentes para acompanharem
as mensagens automáticas da caixa postal informando sobre as datas dos fóruns e chats.

Veja a seguir alguns exemplos de atividades.

2.2.1 Exemplos de Atividades

1. Título: Fórum de apresentação


Data: 14/09/2018
Interface: Fórum de apresentação
Atividade: Fórum criado automaticamente pelo sistema, destinado à apresentação do tutor e dos
alun@s, Participe!
Período: 14/09 a 03/10/2018.

2. Título: Fórum do módulo 1


Data: 15/09/2018
Interface: Fórum de conteúdo
Atividade: Esse fórum de conteúdo tem como objetivo a discussão das Aulas do Módulo 1 e será
avaliado.
Tema: Soluções para os incidentes críticos que poderão ocorrer na sua tutoria.
Período: 15/09 a 04/10/2018.

3. Título: Chat 1
Data: 30/09/2018
Interface: Chat

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Atividade: o nosso chat será realizado para discutir, em tempo real, as melhores práticas para tornar
os fóruns de conteúdo mais atrativos para os discentes. Essa atividade está programada para funcionar das 19h
às 20h (uma hora) – no fuso horário de Brasília.

4. Título: Fórum de encerramento


Data: 04/11/2018
Interface: Fórum de Encerramento
Atividade: Fórum criado automaticamente pelo sistema, destinado à publicação das mensagens de
despedidas, entre outras, do tutor e dos alun@s, Participe!
Período: 04/11 a 09/11/2018.

Incluídas todas as Atividades do curso, o tutor deverá descrever em detalhes o último item do Plano de
Tutoria, por meio da ferramenta “inclusão de critérios de distribuição de notas”. Quanto mais detalhada
estiver a descrição da composição da nota final do discente, melhor será a compreensão do mesmo quanto a
sua performance, e do que o tutor espera dele para ter sucesso no curso.

2.3 Número de fóruns na Rede EaD-SENASP

Deverão ser criados pelo Tutor no mínimo 4 (quatro) fóruns de CONTEÚDO para o curso de 40h e 5
(cinco) para o curso de 60h, sendo que o discente terá a OBRIGATORIEDADE de participação de pelo menos 3
(três) fóruns de CONTEÚDO para liberação da Avaliação Final.

Importante!
Os fóruns de apresentação e encerramento serão abertos automaticamente pelo sistema, mas devem
fazer parte do Plano de Tutoria.

2.3.1 Observações sobre a superposição dos fóruns

• Cursos de 60h
Considerando 7 dias de prazo para a semana de ambientação:
- É obrigatória a criação de 5 (cinco) fóruns de conteúdo, os quais ficarão abertos durante 20 dias.
- A data de abertura dos fóruns de conteúdo é apresentada pela Coordenação da Rede EaD.
- Os 2 (dois) últimos fóruns de conteúdo deverão ser abertos simultaneamente, permanecendo abertos
até o último dia de encerramento do curso, possuindo também o prazo máximo para postagem de 20 dias.
- O fórum de apresentação ficará aberto por 20 dias e o fórum de encerramento por 08 dias, – contando
com a data de encerramento do curso.

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• Curso de 40 horas
Considerando 7 (sete) dias de prazo para a semana de ambientação:

- É obrigatória a criação de 4 (quatro) fóruns de conteúdo, os quais ficarão abertos durante 15 dias;
- A data de abertura dos fóruns de conteúdo é apresentada pela Coordenação da Rede EaD;
- Os 2 (dois) últimos fóruns de conteúdo deverão ser abertos simultaneamente, permanecendo abertos
até o último dia de encerramento do curso, possuindo também o prazo máximo para postagem de 15 dias;
- O fórum de apresentação ficará aberto por 15 dias e o fórum de encerramento por 8 (oito) dias,
contando com a data de encerramento do curso.

Aula 3 - A semana de ambientação no planejamento

A semana de ambientação tem por objetivo possibilitar que o discente conheça o ambiente, aprenda
a navegar no curso, saiba como utilizar as ferramentas de interação e tome conhecimento do plano de tutoria.
Mas também deverá ser utilizada pelo tutor para conhecer seus discentes, por meio do fórum de
apresentação e levantamento de expectativas; encaminhar o plano de tutoria e solicitar observações; estimular
a leitura do Manual do Discente e deixar claro quais são os critérios de avaliação.

Portanto, nesse período, procure:


- Encaminhar uma mensagem de boas-vindas informando que a primeira semana de curso é dedicada
para explorar o Ambiente Virtual de Aprendizagem – (AVA). Utilize um tom motivacional e inclua algumas
observações chaves;
- Solicitar que encaminhem as observações sobre o plano de tutoria;
- Realizar levantamento de quem não participou da semana de ambientação e encaminhar uma
mensagem lembrando a importância de participação no curso.

Aula 4 - O fórum no planejamento

4.1 O fórum como estratégia pedagógica para a reflexão

O fórum permite a criação de uma variedade de estratégias pedagógicas desde discussões simples,
ou seja, a partir de uma pergunta ou situação problema feita para os discentes para que coloquem as suas
intervenções e possam se comunicar a partir dessas intervenções, até atividades em grupo, onde os discentes
são estimulados a discutirem entre os pares (separados por eles mesmos ou pelo tutor) e depois apresentem a
síntese que construíram.

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Por ser assíncrono, o fórum possibilita que o discente possa utilizar a reflexão com maior frequência
em relação a outras ferramentas.
A reflexão favorece a mobilização de saberes (conhecimento, habilidades e atitudes) e,
consequentemente, a construção do conhecimento.
A figura, a seguir, permite a visualização dos processos mentais, dentre eles a reflexão, associados às
teorias e abordagens de aprendizagens, exigidos dos discentes frente às situações proporcionadas pelo uso
da tecnologia, onde se pode destacar o papel dos fóruns de discussão.

Figura 14 – Processos mentais frente ao computador


Fonte: Valente, s.d (mimeo).

Com base em Freire (2005), pode-se destacar o social por meio da colaboração e cooperação entre os
discentes.
Em Piaget (1990) encontram-se as bases para a abstração reflexiva a partir das abstrações pseudo-
empíricas (hipóteses) e das abstrações empíricas (pautadas no conhecimento).

Importante!
Observe que isto exigirá uma depuração, ou seja, quais as reflexões a serem feitas a partir da situação
colocada. Esse processo é individual e ocorre a partir dos saberes prévios, mas sofrerão influência das
colocações das intervenções dos outros discentes.

Vygotsky (1988) aponta ainda que é possível o mediador ser entendido como alguém externo, no caso
o professor ou tutor, ou até mesmo como algo interno (Zonas de Desenvolvimento).

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Todo esse processo proporcionado pela reflexão impulsiona uma nova ação.

Palloff e Pratt (2004, p.173) destacam que além da reflexão, os fóruns estimulam o desenvolvimento
do pensamento crítico e dão dicas de atividades para que os tutores possam estimulá-lo. São elas:
 Incentivar os discentes a encontrar analogias e outros tipos de relação entre as informações
encontradas nas leituras e discussões;
 Oferecer problemas ou casos com que os discentes possam trabalhar e incentivá-los a encontrar
e avaliar soluções alternativas para esses problemas ou casos;
 Promover a interatividade – a discussão ajuda os discentes a observar as questões a partir de
pontos de vistas diferentes;
 Não incentive o pensamento igual. Quando os discentes começam a criar um coro em que se
ouve apenas a expressão “concordo, concordo”, entre na discussão e crie outros desafios ou peça aos discentes
para observar as coisas por outra perspectiva;
 Peça aos discentes para justificar e explicar seus pontos de vista. Force os discentes a responder
de maneira substancial às questões do fórum;
 Faça perguntas abertas que incentivem o pensamento e a análise. Não peça listas de perguntas
do tipo sim/não. Se precisar fazer uma pergunta do tipo sim/não, exija também uma justificativa;
 Use a natureza assíncrona do ambiente on-line para incentivar a reflexão e a análise. Faça uma
pergunta difícil e depois peça para os discentes a responderem somente em dois ou três dias, para que tenham
tempo de pensar e formular uma resposta;
 Peça aos discentes para aplicar sua aprendizagem às situações da vida real e para discutir como
o fizeram. Peça a eles para encontrar exemplos que, na vida real, ilustram os conceitos discutidos;
 Incentive o espírito de descoberta que existe em potencial em uma aula on-line. Peça aos
discentes para buscar e compartilhar o material encontrado com os colegas. (PALLOFF; PRATT, 2004, p. 173).

Importante!
Procure planejar os fóruns pensando nessas orientações, pois elas são excelentes estratégias para
auxiliar a mediação pedagógica.

4.2. Planejando o fórum na Rede EaD-SENASP

Ao planejar um Fórum de discussão, o tutor deverá observar como se dará sua construção e
desenvolvimento. Assim, alguns procedimentos serão importantes:
a) Definir um tema - em um fórum temático, deverá ser definido com antecedência, o tema a ser
estudado, bem como, a leitura que apoiará a discussão que envolverá o discente e o grupo;

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Exemplo: O uso de armas não letais é um tema presente nos currículos de formação dos operadores
de segurança pública. De acordo com o que está estudando no curso ressalte a importância e os cuidados que
envolvem o uso de armas não letais.

b) Ponto de partida - o ponto inicial do fórum deverá ser sempre uma questão ou afirmativa que
servirá de ponto de partida para o desenrolar da atividade;
Exemplo: No dia 31 de dezembro de 2010, o Ministério da Justiça estabeleceu a Portaria nº 4.226 que
traz as Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes da Segurança Pública. Com base na leitura dos
considerandos, destaque até três pontos que julgue importante que os agentes da área de segurança pública
tenham atenção com relação ao Uso Diferenciado da Força.

c) Questões provocativas - elaborar questões provocativas e abertas que permitam ao discente, uma
fácil interpretação;
Exemplo: A cada dia aumenta a necessidade das secretarias de segurança disponibilizarem de forma
transparente, os índices de criminalidade. Em sua opinião, esse registro ajuda na prevenção da criminalidade ou
assusta a população?

d) Critérios de avaliação - apresentar previamente e detalhadamente ao discente, todos os critérios


de avaliação que serão utilizados no decorrer do curso.
Exemplo:
Na avaliação dos fóruns serão consideradas: o número de participações, a qualidade das intervenções
e as interações com os colegas.

Algumas considerações poderão ser feitas no seu planejamento de modo a orientar a participação dos
discentes. Os pontos a seguir poderão norteá-los na construção dessas considerações:
• O discente deverá se ater ao tema proposto no debate. Mensagens particulares deverão ser
enviadas por e-mail;
• Participações muito longas, ou várias no mesmo dia, podem cansar os interlocutores, portanto,
devem ser evitadas;
• A participação é um discurso escrito, por isso, o discente deverá estar atento à forma que estiver
escrevendo, pois ela pode tanto ajudar a compreensão como também atrapalhá-la. Deverá também evitar um
linguajar muito formal e rebuscado, como também, colocações muito informais e o abuso de intimidade;
• Para finalizar, acrescente no seu planejamento/plano de tutoria, a título de informação importante
ao discente, que ninguém é dono da verdade, e muito menos é obrigado a demonstrar que sabe muito, pois
todos os participantes estão no curso para aprender. Deverá ficar claro para o discente, que as divergências, as
críticas e os erros são elementos importantes para enriquecer nossas próprias argumentações e aprendizagens.

63
Importante!
Mais uma vez, vale a pena ressaltar, que o tutor deve sempre ter em mente, que cada um dos discentes,
incondicionalmente, tem a sua forma própria e histórica de discutir e analisar os temas, dessa forma,
todas as participações devem ser analisadas, creditadas e acima de tudo respeitadas.

Aula 5 – O Chat e o vídeo chat no planejamento

O Chat e o Vídeo Chat devem ser incluídos no planejamento/plano de tutoria, de maneira que a pauta
da discussão seja elaborada antes do evento, ou seja, deve ser enviada ao discente, para que possa se preparar
para a discussão on-line.
Desta maneira pode-se incluir, além da leitura de textos relativos aos temas propostos, as dúvidas e
questões sobre o assunto. Este procedimento poderá ser dirigido por meio do planejamento/plano de tutoria.
Ao definir previamente um tema, uma agenda e um grupo de discussão, o tutor poderá obter uma
dinamização satisfatória dessa ferramenta.

O chat, para ter efetividade educativa, precisa ser trabalhado


como uma ferramenta, um recurso e a habilidade de participação
precisa ser desenvolvida no discente pela tutoria, consideradas
todas as peculiaridades tanto do ambiente virtual de
aprendizagem, quanto do tema, quanto dos cursistas. (BRANT,
2011, s.p.).

PARA REFLETIR
Ajude os Outros a Vencer!
Alexandre Rangel
Há alguns anos, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental
ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos cem metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente
em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e quem sabe ganhar.
Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os outros
oito competidores ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles se viraram e voltaram.
Todos. Uma das meninas, com síndrome de Down, se ajoelhou, deu um beijo no garoto caído e disse:
- Pronto, agora vai sarar.
E todos os nove competidores deram-se os braços e andaram juntos até a linha de chegada.
O estádio inteiro ficou de pé e aplaudiu os atletas por muitos minutos. Os espectadores que
estavam ali naquele dia e presenciaram aquela cena incomum continuam repetindo essa história até
hoje.

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E por quê? Porque no fundo nós sabemos que na vida o que importa não é ganhar sozinho. O que
importa é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudarmos o curso.
Então, pense nesta história ao diminuir o passo e mudar o curso do seu planejamento, sempre que for
necessário.
Bons Estudos!

Finalizando...

Nesse módulo do curso, você estudou que:


• A intencionalidade dentro do contexto pedagógico é uma ação voltada ao planejamento e
execução. A consciência do tutor envolvido neste processo demonstra a intenção de determinar um espaço
relacional entre ensinamento e aprendizagem. A intencionalidade deve mostrar a preocupação com o
planejamento.
• O planejamento expressa o processo educativo e a sua intencionalidade, mas não deve ficar
somente na imaginação ou intenção. A intencionalidade deve ser um marco importante no planejamento, ou
seja, deve nortear além do processo educativo, as etapas de toda proposta de trabalho do tutor. Desta forma, o
planejamento passa a ser um instrumento de orientação do tutor.
• O fórum permite a criação de uma variedade de estratégias pedagógicas desde discussões
simples, ou seja, a partir de uma pergunta ou situação problema feita para os discentes para que coloquem as
suas intervenções e possam se comunicar a partir dessas intervenções, até atividades em grupo, onde os
discentes são estimulados a discutirem entre os pares.
• Por ser assíncrono, o fórum possibilita que o discente possa utilizar a reflexão com maior
frequência em relação a outras ferramentas.
• O Chat deve ser incluído no planejamento/plano de tutoria, de maneira que a pauta da discussão
seja elaborada antes do evento, ou seja, deve ser enviada ao discente, para que possa se preparar para a
discussão on-line.

Exercícios
1. Julgue a alternativa FALSA sobre a intencionalidade.

a. A intencionalidade representa muito mais do que simplesmente organizar/planejar as ações didáticas


que serão desenvolvidas.
b. A intencionalidade não tem relação nenhuma com o processo de planejamento.
c. A intencionalidade dentro do contexto pedagógico é uma ação voltada ao planejamento e execução.
d. De acordo com Negri (2010) a intencionalidade (pedagógica) envolve, claramente, a atitude e a
postura do educador/tutor, acomodada dentro do cenário pedagógico, determinado como espaço relacional,
dos que ensinam e dos que aprendem.

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2. Considerando as perspectivas a serem associadas em uma aula virtual. Correlacione a 2ª
coluna de acordo com a 1ª.

(1) Disciplinar
(2) Tecnológica
(3) Pedagógica

( ) Relaciona-se com o processo de interação


( ) Diz respeito ao conteúdo do curso
( ) Refere-se as ferramentas de interação

3. Dentre os aspectos que devem ser considerados de forma intencional para o planejamento,
não se encontra:

a. As expectativas dos discentes


b. As competências a serem desenvolvidas
c. A formação do tutor
d. A capacidade de mostrar como aprender
e. A criação de oportunidades de aprendizagem na Aula Virtual
f. O favorecimento de aprendizagens significativas

4. Considerando o processo de reflexão possibilitado pelo fórum julgue as informações


VERDADEIRAS:

a. A reflexão favorece a mobilização de saberes (conhecimento, habilidades e atitudes) e,


consequentemente, a construção do conhecimento.
b. O processo de reflexão é grupal e ocorre a partir dos saberes prévios de cada um dos discentes e
sofrendo influência das colocações das intervenções de todos os discentes.
c. Vygotsky (1988) aponta ainda o mediador que é possível ser entendido como alguém externo, no
caso o professor ou tutor, ou até mesmo como algo interno (Zonas de Desenvolvimento).
d. A reflexão é um processo estanque, não impulsionando uma nova ação.

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Gabarito

1. Resposta correta: Letra B


2. Resposta correta: 3-1-2
3. Resposta correta: Letra C
4. Resposta correta: Letra A e C

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MÓDULO AVALIANDO O PROCESSO DE INTERAÇÃO

Apresentação do Módulo

Você já deve ter ouvido falar em feedback. Mas, talvez não, no contexto pedagógico.
Nesse módulo você estudará sobre o acompanhamento e a elaboração de feedback e avaliação de
fóruns como ferramentas essenciais para garantir a motivação e efetividade do processo de aprendizagem.

Objetivos do módulo

Ao final deste módulo, você será capaz de:


• Compreender a importância de utilizar estratégias diferenciadas para o acompanhamento
sistemático dos discentes;
• Analisar uma proposta de avaliação de fórum;
• Reconhecer a importância do feedback emitido pelo tutor para fortalecer a interação e estimular
efetividade da aprendizagem;
• Classificar o feedback;
• Elaborar feedback positivo e corretivo.

Estrutura do módulo

Este módulo está dividido nas seguintes aulas:

• Aula 1 – Acompanhamento sistêmico


• Aula 2 – Avaliação de fórum: uma proposta
• Aula 3 – Feedback: ferramenta imprescindível para a mediação pedagógica.
• Aula 4 – Respondendo as dúvidas dos discentes

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Aula 1 – Acompanhamento sistêmico

O papel do tutor para acompanhar o discente em um curso a distância resulta num esforço ainda
maior do que na modalidade presencial, pois é necessário analisar, ao mesmo tempo, momentos diferentes
do curso.
Escolher métodos diferenciados para acompanhar a evolução dos discentes não é uma tarefa fácil e
devem estar adequadas ao contexto estudado, de acordo com as necessidades específicas encontradas. Por isso,
é importante e necessário ao tutor obter informações concretas sobre a performance do discente e do
curso.
A fase de acompanhamento é muito importante e necessária à atuação do tutor, pois as mudanças
detectadas no percurso do curso poderão ser realizadas de maneira precisa e com maior objetividade.
Ao considerar a progressão da aprendizagem e da compreensão, o tutor deverá levar em consideração
alguns pontos chaves como, por exemplo:

1. O desejo de aprender – é preciso “criar condições” para que o discente perceba que aquele
conhecimento adquirido não é o suficiente. Isto “despertará” certa motivação e/ou desejo de aprender outras
formas de enfrentar os problemas;
2. Mostrar como aprender – o tutor deverá ser o mediador na experiência de aprender, criando
condições para que o discente perceba formas de aprendizagem a serem seguidas. Neste processo a ser
desenvolvido é importante estar atento aos três momentos do curso:
a. No início do curso – ambientando o discente, indicando a leitura apropriada de textos e as atividades
a serem desenvolvidas;
b. No momento em que houver “a fala significativa”* do discente sobre o que ele está estudando
(fórum de discussão), o tutor deverá dar apoio a esse tipo de autonomia;
c. Solicitar autoavaliações, possibilitando que o discente torne-se seu próprio “sujeito” da observação;

*a expressão “fala significativa” é uma referência as mensagens postadas pelos discentes que
sejam relacionadas ao conteúdo estudado. Podem envolver, dentre outros, definições trabalhadas,
relatos e exemplos.

3. Criar oportunidades de aprendizagem na Aula Virtual – As atividades obrigatórias devem ser


objetivas e claras, pois devem estar ligadas ao aprendizado do discente e, não simplesmente para validar a
leitura feita pelo mesmo;
4. Favorecer aprendizagens significativas – criar condições para:
a. Adaptar as mensagens, de acordo com a compreensão do discente;
b. Relacionar o conhecimento novo adquirido com a vivência do discente, buscando, desta forma,
relacioná-lo(s) com o(s) conteúdo(s) do curso;
c. Identificar os aspectos mais relevantes do curso e incentivar o discente a centrar sua atenção nos
referidos aspectos;
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d. Realizar um controle das atividades do discente, realizando feedbacks das atividades elaboradas;
solicitando exemplos que possam sugerir a aplicação da teoria à prática; e promovendo a interação para a troca
de opiniões pessoais com o grupo.

Importante!
Vale enfatizar que há diferentes estilos de aprendizagem, e que cada discente tem suas próprias
características. Portanto, é imprescindível um acompanhamento por parte do tutor para que o discente
sinta-se à vontade dentro do seu próprio estilo de aprendizagem.
Isto quer dizer que, cada ser humano processa a informação e suas experiências de maneira bem
singular, porque percebe uma realidade de forma diferenciada.

Algumas ferramentas disponibilizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Rede EaD-


SENASP, tais como os Fóruns e Chats, dentre outros, possibilitam uma maior interação entre o discente e o
tutor que, por sua vez, poderão ser utilizados por você como uma ótima opção de suporte na identificação de
possíveis falhas na aprendizagem, além das possibilidades de compartilhar ideias, conhecimentos e conceitos
entre os participantes do curso.

Aula 2 - Avaliação de fórum

O tutor tem ao todo 40 pontos para atribuir aos discentes referentes à participação nos fóruns de
discussão.
O sistema permite que o tutor faça o lançamento oferecendo informações complementares para que
ele lance a sua nota e possibilitando a geração de uma planilha em Excel para controle.
É importante que você considere as opções de sugestões a seguir na hora de atribuir a nota ao
discente.
A seguir, veja algumas opções para a distribuição das notas:

• Opção 1: A pontuação será dividida entre os fóruns criados em partes iguais;


• Opção 2: Cada fórum poderá ter seu valor diferenciado, de acordo com o grau de complexidade
e especificidade;
• Opção 3: O tutor poderá atribuir nota de Interação/Comprometimento, destinada aos discentes
que participaram de todas as atividades, com acessos constantes e que suas participações ocorreram dentro do
prazo estipulado para o fórum;
• Opção 4: A distribuição das notas poderá ter critérios diferenciados, como por exemplo, o fórum
será dividido em duas partes (pontuação pela Participação (20%) e Qualidade das intervenções (80%).

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O quadro, a seguir, apresenta uma sugestão da valoração dos fóruns conforme o aproveitamento do
discente, podendo auxiliar na pontuação:

Pontuação de
Valoração Descrição
Aproveitamento

O discente atendeu plenamente aos objetivos do fórum proposto,


participou de forma objetiva e original, demonstrando coerência e
Muito bom 100%
discernimento das particularidades do fórum, seus argumentos alcançaram o
resultado esperado.

O discente atendeu de forma satisfatória aos objetivos do fórum proposto,


Bom 75% apesar de seus argumentos não terem aprofundamento teórico em sua
resposta, demonstrou coerência em seus posicionamentos.

O discente participou do fórum, porém sua postagem atendeu parcialmente


Regular 50% aos questionamentos. Na construção do texto suas ideias são desarticuladas
prejudicando assim a organização de seus argumentos.

O discente participou do fórum, mas não atendeu ao objetivo do fórum, sua


Ruim 25% postagem demonstrou falta de conhecimento e ou desinteresse pelo fórum
proposto e seus argumentos não foram convincentes.

Quadro 7 – Sugestão da Valoração do Fórum

Aula 3 - Feedback: ferramenta imprescindível para mediação


pedagógica

O feedback é uma ferramenta de comunicação que possibilita o fortalecimento da relação interpessoal


entre os sujeitos envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem.
Num sentido mais pedagógico e no âmbito da educação a distância pode-se dizer que o feedback é:

A apreciação que o tutor faz sobre a intervenção realizada pelos discentes a partir das ferramentas de
interação.

Como você estudou que o fórum é a ferramenta de interação mais utilizada, os aspectos trabalhados
nesse item considerará a relação existente entre o feedback emitido pelo tutor e a mediação pedagógica.

71
No módulo 3 você estudou o processo de comunicação interativa e as possibilidades que o tutor tem
de comunicar, dialogar, trocar e agir/ intervir tanto sobre o programa como no conteúdo. A elaboração do
feedback pelo tutor também deverá considerar essas possibilidades, pois é por meio dele que você criará
condições para que o discente perceba seus pensamentos, sentimentos e reações sobre a mensagem
enviada por ele.

Importante!
Há fatores que não são comunicados verbalmente, mas interferem na percepção do discente e
acarretam a desmotivação. Dentre eles destacam-se: o não cumprimento, pelo tutor, dos prazos
estabelecidos; ausência do professor no fórum e a falta de retorno ao discente (FLORES, 2009).

O quadro a seguir apresenta a classificação dos feedbacks que podem ser utilizados por você para
apreciação sobre a intervenção dos seus discentes:

Tipos de Feedback Objetivos Utilização

Sempre. Mesmo que as pessoas já


Reforçar um comportamento do estejam agindo de forma
Positivo discente que o tutor deseje que se adequada no ambiente virtual.
repita. Esse tipo de feedback contribui
para a motivação.

Quando um discente não está


agindo adequadamente.
Corretivo Modificar um comportamento
Observação: tomar cuidado para
não emitir um feedback ofensivo.

Insignificante Não tem um objetivo pedagógico Não deve ser utilizado, pois não
(vago ou genérico) válido provoca reação no discente.

Não deve ser utilizado, pois não


Não tem um objetivo pedagógico
Ofensivo possibilita a aprendizagem,
válido
desmotiva e gera conflito.

Quadro 8 - Tipos de Feedback


Fonte: adaptado de William (2005 apud FLORES, 2009).

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3.1 Como elaborar um feedback: positivo e corretivo

De acordo com William (2005 apud FLORES, 2009) a elaboração de feedback positivo e de feedback
corretivo exige a observação de alguns passos.
A seguir apresentaremos exemplos de feedbacks, para orientar na construção da sua apreciação sobre
a intervenção dos seus discentes. Esses exemplos foram extraídos de Flores (2009) e adaptados para esse curso
com a finalidade didática.

a) Feedback Positivo

Passo 1 – Descreva um componente específico:


Exemplo: Olá, Pedro, tudo bem? Este fórum tem como objetivo [...]. Ao enviar sua intervenção você
está demonstrando sua compreensão da primeira parte deste tema.[...]

Passo 2 - Descreva as consequências do comportamento:


Exemplo: [...] Essa sua atitude possibilita que você aproveite mais a interação com os colegas[...]

Passo 3 - Descreva como você se sente em relação ao comportamento e porque você se sente
desta forma:
Exemplo: É importante destacar que você cumpriu o prazo combinado para sua participação [...]. Suas
respostas estão muito boas e contribuirão com a discussão do grupo. [...]

De acordo com Flores (2009) esses passos auxiliam a potencializar o efeito do Feedback, propiciando
que o comportamento adequado se repita, diferentemente de um simples “muito bem!”, expressão que não
auxilia o discente a relacionar o resultado da mensagem com o seu comportamento.

Importante!
Exercite! De acordo com Flores (2009) é necessário praticar para conseguir a aplicação do feedback de
forma poderosa.

b) Feedback Corretivo
Passo 1 – Iniciar pelo feedback positivo:
Exemplo: Olá, Maria, tudo certo com você? Fiquei satisfeita em ver a sua intervenção de forma quase
imediata. Perceba que com esta atitude terá a oportunidade de interagir mais com os colegas, além de [...].

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Passo 2 - Fazer perguntas orientadas para mudança de atitude:
De acordo com Flores (2009) a técnica de perguntas cria condições para que o discente assuma a
responsabilidade pelas ações que executou.
Exemplo: [...] a sua resposta está adequada à situação problema colocada. Parabéns! Que tal dar um
exemplo prático?[...]

Passo 3 - Dizer de forma clara qual a mudança necessária, aplicando a disciplina apropriada e
estabelecer um limite.
Exemplo: Visando melhorar o aproveitamento nos estudos dos conceitos trabalhados, é necessário que
você envie o exemplo até o dia XX/XX, pois assim contribuirá com a discussão do tema.

Importante!
Observe os exemplos e encontre a sua forma pessoal de elaborar feedback. Deixe registrada a sua
marca.

O quadro a seguir, mostra o que deve ser evitado para eliminar a distorção no feedback.

Aspectos O que deve ser evitado

O uso de termos como controle, correção, dever, exame, nota, pois evidenciam
Vocabular
um sentido pessimista, negativo e abstrato, marcado pela ausência de diálogo.

O uso de palavras que demonstrem poder, superioridade, fatalismo ou lição


Simbólico
de moral, bem como vazias de sentido.

Gramatical Frases mal elaboradas, incompletas e com erros ortográficos.

Quadro 9 – Feedback: o que evitar


Fonte: adaptado de Flores (2009, apud BARLOW apud HADJI, 2001).

As pessoas buscam coisas positivas em tudo que leem.


É possível traduzir em palavras pensamentos, sentimentos, bem como descrever os comportamentos
inadequados. Contudo, uma regra deve ser observada:
Escreva de forma que possa ajudar o outro a perceber a utilidade do que ele disse para o seu
próprio crescimento.

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Aula 4 – Respondendo as dúvidas dos discentes

É comum que ao longo do curso os discentes tenham dúvidas sobre o conteúdo e da sua aplicação.
Por ciclo, centenas de dúvidas são respondidas pela equipe pedagógica da Rede EaD-SENASP.
Contudo, observa-se que muitas dessas dúvidas poderiam ter sido respondidas pelos tutores, ou porque
estavam relacionadas ao conteúdo do curso, ou porque estimulavam a pesquisa sobre o tema.
O que se tem que ter em mente sobre as dúvidas é que elas são excelentes oportunidades para
mediação pedagógica, aprendizagem de todos envolvidos no processo (discente e tutor) e exercitar a
elaboração de feedback.

Por isto diante da dúvida de um discente procure:


Identificar o que gerou a dúvida:
• Desconhecimento (o discente não conhecia o conteúdo)
• Verificação (o discente tinha um conhecimento sobre o assunto e quer saber o porquê de no
curso estar diferente);
• Aprofundamento do tema (o discente quer saber mais);
• Outros

Formular o feedback de acordo com a necessidade do discente:


• Desconhecimento – procure verificar como o item é explicado no curso, esclareça para o discente,
indicando a aula e a página. Acrescente um exemplo para ilustrar e facilitar a explicação, caso o conteúdo não
tenha sido trabalhado tão precisamente no curso, procure na Internet algo sobre o tema e encaminhe para o
discente, ou estimule-o a procurar;
• Verificação – primeiramente, analise a dúvida do discente para ter a exata compreensão do que
está sendo verificado. Depois, confira no curso como está disponibilizada a informação. Pesquise para verificar
se não houve mudanças sobre a informação. Exemplo: legislação, procedimentos, etc. Com base nas informações
pesquisadas, elabore o feedback para o discente esclarecendo o que foi verificado. Lembre-se de informar a
fonte de pesquisa para que o discente possa consultar.
• aprofundamento – Indique para o discente novas fontes, ou oriente-o a pesquisar.

As dúvidas também podem estar baseadas em outras fontes como, por exemplo, o discente que
coloca uma dúvida para testar o tutor. Caso note que a dúvida não tem pertinência com o curso, responda
educadamente que determinado assunto não faz parte do curso.
É importante ressaltar também que, caso o tutor não consiga responder a alguma dúvida, poderá
solicitar ajuda ao tutor máster, colocá-la no fórum de tutores do curso ou enviá-la pela ferramenta de dúvidas
e sugestões.

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Importante!
Caso a dúvida do discente ou observação implique em mudanças no curso, elas deverão ser
encaminhadas para o tutor máster, destacando o nome do curso, o módulo, a aula e a página.

Finalizando...

Nesse módulo do curso, você estudou que:

• Escolher métodos diferenciados para acompanhar a evolução dos discentes, não é uma tarefa
fácil e deve estar adequada ao contexto estudado, de acordo com as necessidades específicas encontradas. Por
isso, é importante e necessário ao tutor obter informações concretas sobre a performance do discente e do
curso.
• O feedback é uma ferramenta de comunicação que possibilita o fortalecimento da relação
interpessoal entre os sujeitos envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem.
• Há fatores que não são comunicados verbalmente, mas interferem na percepção do discente e
acarretam a desmotivação. Dentre eles destacam-se: o não cumprimento, pelo tutor, dos prazos estabelecidos;
a ausência do professor no fórum; e, a falta de retorno ao discente (FLORES, 2009).
• De acordo com William (2005 apud FLORES, 2009) a elaboração de feedback positivo e de
feedback corretivo exige a observação de alguns passos que foram estudados nesse módulo.
• As dúvidas são excelentes oportunidades para mediação pedagógica, aprendizagem de todos os
envolvidos no processo (discente e tutor) e exercitar a elaboração de feedback .

Exercícios

1. Considerando os pontos chaves a serem utilizados pelo tutor no processo de acompanhamento


sistemático, correlacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª.

(1) Desejo de aprender


(2) Mostrar como aprender
(3) Criar oportunidades de aprendizagem na Aula Virtual
(4) Favorecer aprendizagens significativas

( ) Adaptar as mensagens, de acordo com a compreensão do discente é um exemplo de como isto pode
acontecer.
( ) As atividades obrigatórias devem estar ligadas ao aprendizado do discente.

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( ) O tutor deverá criar condições para que o discente perceba que aquele conhecimento adquirido não
é suficiente.
( ) O tutor deverá criar condições para que o discente perceba formas de aprendizagem a serem
seguidas.

2. Assinale as alternativas verdadeiras

a. Fatores como o não cumprimento, pelo tutor, dos prazos estabelecidos; ausência do professor no
fórum e a falta de retorno ao discente não interferem na motivação do discente.
b. Deve ser evitado o uso de termos como controle, correção, dever, exame, nota evidenciando um
sentido pessimista, negativo e abstrato, marcado pela ausência de diálogo.
c. O uso de palavras que demonstrem poder, superioridade, fatalismo ou lição de moral, bem como
vazias de sentido não interferem na percepção do feedback pelo discente.
d. O feedback deve ser elaborado de forma que possa ajudar o outro a perceber a utilidade do que ele
disse para o seu próprio crescimento.

3. Considerando as situações a seguir, elabore feedback aos discentes:

Situação 1
A participação do discente no fórum foi excelente.
Situação 2
A participação do discente no fórum deixou a desejar.
Situação 3
Após participar apenas uma vez, o aluno sumiu do fórum.

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Gabarito

1. Resposta correta: 4-3-1-2


2. Resposta correta: Letras B e D
3. Resposta correta: As respostas são livres mais observe os passos para elaboração do feedback e o
que deve ser evitado.

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Referências

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Acesso com login e senha.
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