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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


9ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO

Registro: 2014.0000828591

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº


0141394-06.2011.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante
VALMIR GARDIANO, é apelado FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em 9ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de


São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.",
de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


MOREIRA DE CARVALHO (Presidente), CARLOS EDUARDO PACHI E
DÉCIO NOTARANGELI.

São Paulo, 17 de dezembro de 2014.

Moreira de Carvalho
RELATOR
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
9ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
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Comarca: São Paulo
Juiz de 1ª Inst.: Felipe de Melo Franco
Apelante: VALMIR GARDIANO
Apelado: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

“EMBARGOS DE TERCEIRO FRAUDE À


EXECUÇÃO RECONHECIDA POR SENTENÇA -
Apelação Fraude caracterizada Alienação dos bens
que ocorreu após a citação da ação de execução
Inaplicabilidade da Súmula nº 375, do Superior Tribunal
de Justiça Sentença mantida Recurso desprovido.

VOTO 18385

EMBARGOS DE TERCEIRO opostos por


VALMIR GARDIANO na ação que a FAZENDA DO ESTADO
DE SÃO PAULO move em face da WP INDÚSTRIA DE
ARTEFATOS FUNDIDOS LTDA., alegando, em síntese, ter sido
penhorado bens de sua propriedade (veículo) adquirido de Fabiana
Francisco e Oliveira Macil. Sustenta que apenas adquiriu o veículo
em 6.04.2009, após analisar que não havia restrições financeiras em
nome de vendedora. Pleiteou a procedência dos Embargos para que
seja anulada a constrição.

A sentença de fls. 107/108, cujo relatório se


adota, julgou improcedentes os embargos, e determinando o
prosseguimento da execução.

Apelação nº 0141394-06.2011.8.26.0100
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Apela o autor, objetivando o cancelamento do
bloqueio do veículo, diante da comprovação de boa-fé, bem como o
fato da restrição do veiculo ter sido realizada após a sua aquisição por
terceira pessoa, invertendo-se o ônus da sucumbência (fls. 113/117).

Houve apresentação de contrarrazões ao recurso


(fls. 130v/132).

Vieram os autos para julgamento.

RELATEI.

Tramita ação de execução fiscal proposta em


29.12.2006 pela FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO em face
de WP INDÚSTRIA DE ARTEFATOS FUNDIDOS LTDA, antiga
proprietária do automóvel em questão.

Em 15.12.2006 foi determinada a citação do


devedor, o qual foi citado em 08.01.2007 (fls. 14). Em razão do não
pagamento foi requerida a penhora de veículo localizado em nome do
executado, a qual foi efetivada em 12.12.2008.

Segundo o embargante o veículo foi por ele


adquirido de boa-fé em 06.04.2009, sendo que não existia qualquer
restrição financeira sobre o mesmo.

Importante salientar, que no momento da venda

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do veículo ocorrida em abril de 2006 à primeira proprietária do
veículo, que sofre a execução fiscal, já havia sido devidamente citada.

Ademais, não basta o executado ter sido citado


em momento anterior à alienação, é necessário se comprovar que
aquela alienação causaria a insolvência da devedora, de acordo com o
que dispõe o parágrafo único do art. 185, do Código Tributário
Nacional, a seguir:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou


oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em
débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa. (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou
rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação
dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Nesse sentido:
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL
EXECUÇÃO FISCAL EMBARGOS DE
TERCEIRO ALIENAÇÃO DE BENS FRAUDE
À EXECUÇÃO INEXISTÊNCIA AUSÊNCIA DE
RESTRIÇÃO SOBRE O BEM NO DETRAN
EXISTÊNCIA DE OUTROS BENS EM NOME
DA ALIENANTE.
Presume-se em fraude à execução a alienação de
bens realizada após a citação válida do devedor
se este não reservou meios para quitação da

Apelação nº 0141394-06.2011.8.26.0100
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dívida fiscal (art. 185 CTN). Presunção jure et de
jure. Natureza pública do crédito tributário.
Inaplicabilidade da Súmula 375 do STJ.
Existência de bens em nome da alienante. Fraude
à execução não caracterizada. Sentença
reformada. Recurso provido. (APELAÇÃO Nº
9101485-51.2004.8.26.0000 Rel. Des. DÉCIO
NOTARANGELI j. em 8/6/2011)

A dívida que está sendo executada em 2006 era


de R$ 5.373,35, referente à ICMS, e no curso desta ação não foram
localizados outros bens que supririam a dívida aqui cobrada,
demonstrando que alienação do referido bem leva o executado a
insolvência.

No caso de execução fiscal é entendimento desta


Câmara, que, em razão da natureza pública do crédito tributário, não
se aplica a Súmula nº 375, do Superior Tribunal de Justiça.

Nesse sentido:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL


EXECUÇÃO FISCAL EMBARGOS DE
TERCEIRO ALIENAÇÃO DE BENS FRAUDE
À EXECUÇÃO INEXISTÊNCIA AUSÊNCIA DE
RESTRIÇÃO SOBRE O BEM NO DETRAN
EXISTÊNCIA DE OUTROS BENS EM NOME
DA ALIENANTE.
Presume-se em fraude à execução a alienação de
bens realizada após a citação válida do devedor
se este não reservou
meios para quitação da dívida fiscal (art. 185
CTN). Presunção jure et de jure. Natureza
pública do crédito tributário. Inaplicabilidade da
Apelação nº 0141394-06.2011.8.26.0100
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Súmula 375 do STJ. Existência de bens em nome
da alienante. Fraude à execução não
caracterizada. Sentença reformada. Recurso
provido. (APELAÇÃO Nº
9101485-51.2004.8.26.0000 Rel. Des. DÉCIO
NOTARANGELI j. em 8/6/2011)

Desta forma, ocorreu a fraude á execução, sendo,


portanto, de rigor a manutenção da sentença.

Ocorrendo isto, NEGO PROVIMENTO AO


RECURSO.

Jeferson MOREIRA DE CARVALHO


Relator
(assinatura eletrônica)
mt

Apelação nº 0141394-06.2011.8.26.0100

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