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INTOLERÂNCIA E SAÚDE MENTAL: ESTÍGMAS, CRENÇAS E ATITUDES


PERANTE PESSOAS EM SOFRIMENTO MENTAL NO MEIO ACADÊMICO E AS
INFLUÊNCIAS EM SEU CONVÍVIO SOCIAL
Rafael Henrique Silva1
Karine Morato Goulart2
Amanda Damásio Souza3
Poliane Pereira de Freitas4
Lílian Aparecida S. Santos5
Rhaianny Rhênzia F. de Oliveira6

RESUMO

Como marca principal, o presente artigo apresenta traços históricos sobre o estigma em relação à loucura ou ao
louco, sendo devidamente tratado hoje como pessoa em sofrimento mental. Pessoas que sofrem de esquizofrenia,
depressão dentre tantos outros transtornos, trazem historicamente traços de sofrimento em consequência do
estigma e da desinformação da sociedade. O estigma não só fere seu tratamento, como também o seu convívio
social. Sendo assim, este projeto de extensão propõe uma intervenção sobre a existência, prevalência e dimensão
da intolerância com pessoas em sofrimento mental a partir da visão dos estudantes de diversos cursos da
Faculdade Ciências da Vida. Aos alunos da instituição, foi distribuído um termo de consentimento livre e
esclarecido, foi aplicado a estes um questionário contendo questões abertas e fechadas, a fim de se obter deles a
existência e, subsequentemente, as consequências da intolerância no seu convívio social, assim como as vias que
levam a tal comportamento. Esse estudo visa mostra a relação da sociedade com esses pacientes, utilizando-se de
um questionário como recurso para levantamento de dados sendo os indivíduos em sofrimento mental o público
alvo.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde mental. Intolerância. Estigmas. Convívio social .

1 INTRODUÇÃO

A sociedade é abarrotada de estigmas relacionados às pessoas em sofrimento mental,


trazendo assim um aspecto excludente para com esses indivíduos, acarretando em um
desfalque no convívio social dos mesmos.

Como se observa, ao longo da história da loucura, as pessoas com transtornos


mentais eram qualificadas como "perigosas", "doentes", "anormais" ou "especiais".
Várias eram e ainda são as concepções atribuídas a essas pessoas, o que concorre
para a produção de pensamentos ambíguos em relação à temática (CANDIDO,
2012, p. 111).

1
Graduando de Psicologia da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; rafaelkakasilva@gmail.com
2
Graduanda de Psicologia da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; karine_goulart@hotmail.com
3
Graduanda de Psicologia da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; amandadamasio14@hotmail.com
4
Graduanda de Psicologia da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; polianepoliane6@gmail.com
5
Graduanda de Psicologia da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; lilianpsant@outlook.com
6
Graduanda de Psicologia da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; rhaianny.rhenzia@gmail.com
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Segundo HIRATA (2014, p. 10), a relação entre desinformação, estigma e


discriminação tem sido descrita na literatura. A falta de informação acarreta em sentimentos
negativos perante as pessoas em sofrimento mental, podendo gerar o preconceito e, como
resposta do comportamento, a rejeição e a discriminação. O estigma e a segregação agravam a
condição emocional do paciente.

De acordo com Cavestro e Rocha (2006, p. 265), estima-se que 15% a 25% dos
estudantes universitários apresentam algum tipo de transtorno psiquiátrico durante sua
formação acadêmica, notadamente transtornos depressivos e de ansiedade. Um estudo
realizado na Nigéria envolveu estudantes universitários em geral, e a prevalência encontrada
de transtorno depressivo maior foi de 8,3%. No Brasil, a taxa de transtornos depressivos foi
de 15,6% entre estudantes da Faculdade de Medicina de Salvador.

Diante desse contexto, o presente artigo visa esclarecer a problemática em torno da


existência de crenças e estigmas perante as pessoas em sofrimento mental, principalmente no
âmbito acadêmico, que interferem em seu convívio social. Tendo em vista a frequente
expansão na intolerância com pacientes em sofrimento mental e, sabendo de suas
consequências sobre os mesmos, torna se necessário um olhar mais preciso a esse tema. A
importância com os pacientes em sofrimento mental vem ganhando forças, principalmente no
âmbito acadêmico e, em busca de melhorias e inclusão social destes, o presente estudo visa
mostrar a relação da sociedade com esses indivíduos em sofrimento mental, bem como a
necessidade da contribuição e envolvimento de toda uma população perante esses pacientes,
tendo o Psicólogo um papel importante nesse contexto.

2 METODOLOGIA

O estudo foi baseado em uma estratégia qualitativa e quantitativa, por meio de uma
pesquisa de campo, de caráter descritivo, onde buscou identificar o quanto e como a
intolerância interfere na saúde mental. A pesquisa bibliográfica também foi utilizada para dar
embasamento teórico ao trabalho. Foram selecionados, dentre os alunos da Faculdade
Ciências da Vida para compor a pesquisa, aproximadamente 20 participantes através de um
procedimento de amostragem aleatório, por conveniência, com a variável de idade entre 19 e
30 anos de idade, de ambos os sexos, residentes em área urbana no município de Sete Lagoas.
Os alunos solicitados a participar da pesquisa foram abordados na instituição por
pesquisadores membros do projeto e convidados a participar da mesma.
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Aos alunos da instituição, foi distribuído um termo de consentimento livre e


esclarecido, esclarecendo sobre o objetivo da pesquisa e suas peculiaridades. Foi aplicado a
estes um questionário contendo questões abertas e fechadas, a fim de se obter deles a
existência e, subsequentemente, as consequências da intolerância no seu convívio social,
assim como as vias que levam a tal comportamento. A coleta de dados foi feita em fase única.
Os dados recolhidos foram plotados em gráfico, lançados em tabela Excel e analisados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Essa etapa consistiu em avaliar, dentro da amostra geral, os dados obtidos entre os
grupos masculino e feminino participantes da pesquisa, indiferente de curso que estejam
cursando. A amostra selecionada consiste em 9 (nove) participantes do sexo masculino com
idades entre 19 e 27 anos e 11 (onze) participantes do sexo feminino com idades entre 20 e 30
anos. Dentre os pontos principais da pesquisa, os primeiros itens analisados são o
conhecimento dos participantes sobre as seguintes questões:

• Você sabe o que é sofrimento mental?


• Você sabe o que é intolerância a pessoas em sofrimento mental?
• Você se considera uma pessoa intolerante a pessoas em sofrimento mental?
• Convívio com pessoas em sofrimento mental;
• Se considerar uma pessoa em sofrimento mental;
• Presenciar ou sofrer intolerância em relação à saúde mental;
• Criação de estigmas pela sociedade quanto à pessoa em sofrimento mental;
• Influência dos estigmas sociais no convívio social das pessoas em sofrimento
mental;

O grupo masculino apresentou maior margem de desconhecimento perante o tema


abordado, onde a análise mostra que 66% dos entrevistados dizem saber o que é sofrimento
mental, mas essa margem cai para 55% em relação ao conhecimento sobre intolerância a
pessoas em sofrimento mental, enquanto o grupo feminino demonstra maior conhecimento
sobre o tema abordado, onde 90% dizem saber o que é sofrimento mental e 81% apontam
saber o que é intolerância a pessoas em sofrimento mental.
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Em ambos os grupos, levando em conta a questão de se considerar uma pessoa


intolerante a pessoas em sofrimento mental, nenhum participante se declarou de fato como
sendo uma pessoa intolerante. No grupo masculino, oito dos nove participantes (88%) dizem
não ser intolerantes a pessoas em sofrimento mental, enquanto apenas um participante (11%)
marcou a opção às vezes. Já entre o grupo feminino, mesmo a maioria apontando não ser
intolerante a pessoas em sofrimento mental (63%), houve uma parcela maior de participantes,
em comparação ao grupo masculino, que declara ser intolerante às vezes (37%).

Entre o grupo masculino, 46% afirmam conhecer ou ter algum convívio com alguma
pessoa em sofrimento mental e apenas um entre os nove participantes relatou ser uma pessoa
em sofrimento mental às vezes. O grupo feminino não apresenta um valor muito destoante de
participantes que afirmam conhecer ou ter convívio com pessoas em sofrimento mental, sendo
este de 54% do total. Entretanto, o número de participantes que se colocam como pessoa em
sofrimento mental entre as mulheres entrevistadas chega a 37% do total.

45% dos entrevistados do grupo masculino relatam já ter presenciado ou sofrido


intolerância em relação à saúde mental, enquanto no grupo feminino esse número sobe para
64%.

Já em relação à criação de estigmas e a influência desses no convívio social, ambos


os grupos são unânimes em concordar que a sociedade cria estigmas sobre pessoas em
sofrimento mental e que esses estigmas influenciam diretamente no convívio social dessas
pessoas. Concordam também que o preconceito e os estigmas levam ao afastamento da
sociedade às pessoas em sofrimento mental.

No grupo feminino, todas as entrevistadas concordam que o conhecimento


acadêmico lhes permite ter uma visão diferenciada sobre as pessoas em sofrimento mental,
enquanto que no grupo masculino 45% dos entrevistados não concordam com tal afirmativa.
Entretanto, esses dados conflitam diretamente com o índice de entrevistados que dizem não
saber o que é sofrimento mental.

4 CONCLUSÃO

Um dos primeiros fatores que corroboram para a relevância do tema é o índice de


pessoas, dentro da amostra analisada, que declaram saber o que é sofrimento mental e o que é
intolerância a pessoa em sofrimento mental. A margem de quem demonstra saber sobre estes
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fatores em relação aos que declaram desconhecimento é próxima, indicando que quase a
metade dos entrevistados desconhece sobre o assunto. Entretanto, quando a análise considera
a avaliação dividida por cursos, os estudantes de Psicologia entrevistados unanimemente
afirmam conhecimento sobre o tema, fato esse um tanto quanto esperado, enquanto que
comparando com os estudantes de Engenharia, apurou-se que estes demonstram um nível
menor de conhecimento do tema.

Em ambas as análises foram possíveis constatar que concomitantemente, pelo menos


metade dos entrevistados de todas as categorias afirma ter presenciado ou sofrido intolerância
em relação à saúde mental. Já em relação à criação de estigmas e a influência desses no
convívio social, ambos os grupos são unânimes em concordar que a sociedade cria estigmas
sobre pessoas em sofrimento mental e que esses estigmas influenciam diretamente no
convívio social dessas pessoas. Concordam também que o preconceito e os estigmas levam ao
afastamento da sociedade às pessoas em sofrimento mental.

REFERÊNCIAS

CANDIDO, M. R. et al. Conceitos e preconceitos sobre transtornos mentais: um debate


necessário. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas, Ribeirão Preto, v. 8, n.
3, p. 110-117, dez. 2012. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
69762012000300002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 mar. 2018.
CAVESTRO, J. de M.; ROCHA, F. L. Prevalência de depressão entre estudantes
universitários. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v.55 n.4, 2006, p. 264-267.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-
20852006000400001>. Acesso em: 19 mar. 2018.

HIRATA, E. S. Projeto pandora: a percepção do paciente sobre a depressão. Revista


Brasileira de Medicina, v. 71, p. 5-8, 2014. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=6099> Acesso em: 24
mar. 2018.

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