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VIGOTSKI E PAULO FREIRE: 5 ASPECTOS PEDAGÓGICOS EM COMUM:

PAULO FREIRE (1921 - 1997), o mais célebre educador brasileiro, autor da “Pedagogia do Oprimido” e da “Educação
Libertadora”, defendia como objetivo da escola/professor ensinar o aluno a “ler o mundo” para poder transformá-lo.
Frase famosa: “a educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”.

LEV VYGOTSKY (1896 - 1934), psicólogo russo, autor da “Teoria Histórico-Cultural” e do conceito de “Aprendizagem
Mediada”, postulou que o professor é figura essencial do saber, pois age como mediador entre o aluno e o
conhecimento disponível no ambiente em que ele vive.
Frase famosa: “o professor deve adotar o papel de facilitador e não de provedor de conteúdo” (em outras palavras, o
aluno é quem deve construir o aprendizado, o professor só o acompanha no caminho).

Apesar de terem vivido em épocas e contextos diferentes, o pensamento de Paulo Freire e de Vigotski se aproxima e
muito! Mas o que eles tem em comum? Ambos tratam da AUTONOMIA do aluno em sala de aula. Versam sobre a
influência do meio social e cultural na formação de um sujeito autônomo (livre). O fim, para ambos, é promover o
desenvolvimento humano.

6 ASPECTOS PEDAGÓGICOS EM COMUM:


1) MEIO SOCIAL:
Paulo Freire, influenciado pelas teorias de Karl Marx, formulou a teoria de “luta de classes”: da opressão exercida
pela classe dominante à classe dominada, e da maneira como se dá o processo para que os oprimidos continuem na
alienação.
Vigotski defende que o homem só se constitui mediado pela realidade social, pois ele sofre influência da cultura e da
história na qual vive. O homem deve ser compreendido como uma totalidade e não como um sujeito isolado,
buscando transformar a sua realidade, através do pensamento crítico.
2) INTERAÇÕES SOCIAIS:
Tanto Paulo Freire quanto Vigotski acreditam que é na interação, nas relações sociais, que os sujeitos se constituem e
produzem conhecimento.
Paulo Freire entendia que a tomada de consciência se dá em um processo de interação entre as pessoas, na busca de
transformação da realidade que o oprime.
Vigotski apresenta a sua ideia de interação ao pontuar que tudo o que constitui o sujeito e que fora internalizado por
ele já esteve antes no âmbito social.
3) LINGUAGEM E DIÁLOGO:
O diálogo, para Paulo Freire, é a fonte de comunicação entre os sujeitos, pois permite que se aproximem e
expressem suas opiniões, estabelecendo, assim, uma relação em que ambos os sujeitos possam aprender e ensinar,
promovendo o desenvolvimento da consciência crítica.
Vigotski dedicou sua obra “Pensamento e Linguagem” a essa questão da linguagem e de como ela influencia no
desenvolvimento do pensamento. Para ele, seria por meio da linguagem que o sujeito teria a possibilidade de
transformar o concreto em abstrato, de passar do âmbito do real para o simbólico, permitindo que o sujeito formule
representações desse real.
4) CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO:
Paulo Freire postula que o conhecimento deve ser construído partindo-se da necessidade reconhecida no cotidiano
do sujeito.
Para Vigotski, o conhecimento também se dá a partir do que é identificado pelo sujeito em seu cotidiano, do que ele
internalizou ao longo de seu desenvolvimento e por meio das relações sociais estabelecidas.
5) OPOSIÇÃO À EDUCAÇÃO VIGENTE:
Paulo Freire denominou a educação da sua época de “Educação Bancária” e Vigotski de “Velha Escola”. Ambos
apresentam concepções que se opõem à simples transmissão de conhecimento para um sujeito “sem história”, como
se o seu saber também não fosse cultural e ele não estivesse inserido em uma sociedade. Ambos acreditavam que o
caminho para a humanização, passava pela liberdade de escolha e pela responsabilidade na tomada de decisões.
6) AUTONOMIA:
Paulo Freire conceitua a autonomia como a capacidade de agir por si, de poder escolher e expor ideias, capacidade
de tomar decisões, de ser responsável pelos seus atos, de posicionar-se no mundo de maneira crítica, de ter
dignidade. A autonomia se desenvolve por meio de uma educação libertária, em que o professor é parceiro do seu
aluno, a fim de formar um aluno libertário e autônomo. Assim, ter uma atitude crítica, consciente, libertária,
estimulando a curiosidade, agindo com humildade e tolerância, escutando e dialogando, o educador promoverá o
desenvolvimento de seus alunos.
O professor necessita estar atento ao que acontece com seus alunos, ser crítico para formar críticos, ser livre para
promover libertação, ser consciente para superar a alienação, acreditar na mudança para promover transformações,
não desprezar os saberes e a cultura de cada um, respeitar para ser respeitado, ser autônomo para formar para a
autonomia, ser humano para promover a humanização das relações.
Vigotski chama este processo de autonomia de “autorregulação”, que ocorre quando o sujeito consegue internalizar
as regras, as normas, os costumes existentes no meio ao qual pertence. A autorregulação é o resultado da mediação
realizada nas e pelas interações sociais e culturais presentes no contexto em que o sujeito está inserido, e que forjam
a sua conduta e o autorregulam.

CONCLUSÃO:
Esses dois autores, mesmo tendo vivido em contextos totalmente diferentes, possuem muitas coisas em comum.
Tanto a “autonomia”, como a “autorregulação” dizem respeito à liberdade que o sujeito adquire para agir de acordo
com suas próprias experiências, partindo do que já existe na sociedade e na cultura na qual está inserido, mas sem
deixar de lado a responsabilidade por suas ações e compreender que qualquer que seja a atitude tomada há de se
ter criticidade. As influências do meio social e cultural tem papel importante para o desenvolvimento de um sujeito
autônomo. Paulo Freire e Vigotski nos põem para refletir sobre as influências sociais e culturais para a formação do
aluno. Ambos se preocuparam com a forma como os sujeitos são formados, constituídos e, ao mesmo tempo, como
constituem a cultura, o conhecimento e a sociedade em que vivem.
É preciso que se forme para a autonomia, que se promovam mediações capazes de favorecer a conscientização do
que se faz e do porquê se faz.

FONTE:
“VIGOTSKI E PAULO FREIRE: contribuições para a autonomia do professor”, Revista Diálogo Educacional, Curitiba, PR,
Vol. 9, Nº 27, pág. 351 a 361, 2009. Trata-se de uma publicação quadrimestral do Programa de Pós-Graduação de
Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que publica artigos científicos destinados à área da
Educação.

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