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Sumário

Introdução

1.1. Funções Básicas ........................................................................ 10


1.2. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional .......................................... 11
1.2.1. Conselho Monetário Nacional – CMN........................................... 12
1.2.2. Banco Central do Brasil – BACEN ................................................ 14
1.2.3. Comissão de Valores Mobiliários – CVM...................................... 15
1.2.4. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP........................ 17
1.2.5. Superintendência Nacional de Previdência Complementar –
PREVIC ..................................................................................................... 18
1.2.6. Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
capitais - ANBIMA. ..................................................................................... 21
1.2.6.1.1. Padrões de Conduta........................................................... 27
1.2.6.2. Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas de
Distribuição de Investimento no Varejo. ................................................. 28
1.2.6.2.1. Objetivo .............................................................................. 28
1.2.6.2.2. Princípios gerais. ................................................................ 30
1.2.6.2.3. Da publicidade e divulgação dos produtos de investimento.
30
1.2.7. Principais Intermediários Financeiros ........................................... 34
1.2.7.1. Banco Comercial .................................................................... 34
1.2.7.2. Banco de Investimento ........................................................... 36
1.2.7.3. Banco Múltiplo........................................................................ 37
1.2.8. Outros Intermediários ou Auxiliares Financeiros .......................... 38
1.2.8.1. Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários.. 38
1.2.9. Investidores Qualificados, Investidores Profissionais e Investidores
Não- Residentes ........................................................................................ 39
1.2.9.1. Investidores qualificados ........................................................ 39
1.2.9.2. Investidores profissionais ....................................................... 40
1.2.9.3. Investidores Não-Residentes ................................................. 40
1.2.10. Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC ...... 41

2
2. COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR
44
2.1. Risco de Imagem e Risco Legal .......................................................... 44
2.2. Controles Internos: Resolução CMN 2.554/98, artigo 1° ..................... 45
2.3. Segregação de atividades e política de segurança da informação ..... 46
2.4. Prevenção e combate à lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,
direitos e valores. .......................................................................................... 47
2.4.1. Identificação dos clientes .............................................................. 47
2.4.2. Fases da lavagem de dinheiro ...................................................... 48
2.4.3. Pena ............................................................................................. 50
2.4.4. Comunicação ao COAF ................................................................ 51
2.4.5. COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras ........... 52
2.4.6. Quem está sujeito à lei e a regulamentação ................................. 52
2.4.7. Convenção de Viena .................................................................... 54
2.5. Normas e Padrões éticos .................................................................... 54
2.5.1. Utilização Indevida de Informações Privilegiadas ......................... 54
2.5.2. Confidencialidade ......................................................................... 55
2.5.3. Conflitos de Interesse. .................................................................. 55
2.6. Código de Divulgação de Produtos de Investimentos no Varejo. ........ 56
2.6.1. Ética. ................................................................................................ 56
2.6.2. Definições ..................................................................................... 57
2.6.3. Objetivo ........................................................................................ 59
2.6.4. Princípios Gerais .......................................................................... 59
2.6.5. Segurança e Sigilo das Informações ............................................ 60
2.6.6. Material Publicitário ...................................................................... 61
2.6.7. Material Técnico ........................................................................... 61
2.6.8. Avisos Obrigatórios....................................................................... 62
2.6.9. Divulgação de Informações via Site.............................................. 63
2.6.10. Conheça seu Cliente .................................................................... 63
2.6.11. Suitability ...................................................................................... 64
2.6.12. Selo ANBIMA ................................................................................ 65
2.8. Análise do perfil do investidor. ...................................................... 66
2.9. Decisões do Investidor na perspectiva de Finanças
Comportamentais ...................................................................................... 69

3
2.9.1.1. Heurísticas ............................................................................. 70
2.10. Fatores Determinantes para adequação dos produtos de
investimentos as necessidades dos investidores .......................................... 77
2.10.1. Objetivo do investidor e horizonte de investimento ....................... 77
2.10.2. Risco Versus Retorno ................................................................... 77
2.10.3. Diversificação, Risco Sistemático e não sistemático .................... 78
2.10.4. Conceito de orçamento pessoal e familiar .................................... 79
2.10.5. Patrimônio Líquido (Ativos e Passivos) e Índice de endividamento
80
3.1.4.3. Taxa TR ........................................................................................ 88
4.1. Ações ................................................................................................ 113
4.1.1. Assembleia Geral e Assembleia Extraordinária .......................... 115
4.1.2. Direitos dos acionistas ................................................................ 117
4.1.3. Direito de representação ............................................................ 118
4.1.4. Oferta Primária e Secundária ..................................................... 120
4.1.5. Precificação ................................................................................ 122
4.1.5.1. Estratégia de Precificação em ações ................................... 125
4.1.6. Conceitos Gerais de Práticas de Boa Governança Coorporativa 127
4.1.7. Tributação: .................................................................................. 130
4.2. Renda Fixa ........................................................................................ 131
4.2.1. Principais conceitos e características de instrumento de renda fixa:
131
Principais Títulos públicos e sua Característica ................................... 135
4.2.3. Títulos Privados Bancários ......................................................... 144
4.2.3.1. Certificado de Deposito Bancário – CDB ............................. 144
4.2.3.2. Letras Financeiras................................................................ 146
4.2.3.3. Depósito a Prazo com Garantia Especial – DPGE............... 148
4.2.4. Títulos Corporativos.................................................................... 150
4.2.4.1. Debêntures........................................................................... 150
4.2.4.2. Debêntures Incentivadas ..................................................... 156
4.2.4.3. Nota Promissória .................................................................. 156
4.2.5. Títulos do Segmento Agrícola..................................................... 158
4.2.5.1. Cédula de Produtor Rural..................................................... 158
4.2.5.2. LCA ...................................................................................... 159

4
4.2.5.3. Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio .............. 160
4.2.5.4. Certificado de Recebíveis do Agronegócio .......................... 161
4.2.6. Títulos do Segmento Imobiliário ................................................. 162
4.2.6.1. Certificado de Recebíveis Imobiliários ................................. 162
4.2.6.2. LCI- Letra de Crédito Imobiliário .......................................... 163
4.2.6.3. Cédula de Crédito Imobiliário ............................................... 164
4.2.6.4. RESUMO DOS PRINCIPAIS TÍTULOS DO SEGMENTO
IMOBILIÁRIO E AGRÍCOLA ................................................................. 164
4.2.7. Operações Compromissadas ..................................................... 165
4.2.8. Caderneta de poupança ............................................................. 166
4.2.9. Resumo RENDA FIXA ................................................................ 167
4.3. Fundo Garantidor de Crédito ............................................................. 168
4.4. Derivativos ........................................................................................ 170
4.4.1. Mercado a Termo ....................................................................... 172
4.4.2. Mercado Futuro .......................................................................... 173
4.4.3. SWAP ......................................................................................... 174
4.4.4. Opções ....................................................................................... 175
4.4.5. Contratos futuros de balcão sem entrega física (NDF – Non
Deliverable Forward)................................................................................ 182
4.4.6. Tributação em derivativos ........................................................... 182
4.5. COE - Certificado de Operações Estruturadas ................................. 183
Um COE foi emitido com a seguintes premissas ............................ 184
Compra de 3 ações: Vale, Petrobrás e Banco do Brasil, com vencimento
em 3 anos; ......................................................................................... 184
Cenário I -
; ...................................................................... 184
Cenário II -
................................................................................ 184
Cenário III -
........ 184
Cenário IV -
.................................................. 184
4.6. Sistemas e Câmeras de Liquidação e Custódia (Clearing House) .... 186
4.7. Sistema de Pagamentos Brasileiros – SPB ...................................... 188

5
4.8. Principais Instituições: Funções e Principais Características ............ 189
4.9. Companhia Securitizada ................................................................... 193
5. FUNDO DE INVESTIMENTO E FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS
194
5.2. Registro dos fundos .......................................................................... 196
5.3. (CHINESE WALL) SEGREGAÇÃO ENTRE GESTÃO DE RECURSOS
PRÓPRIOS E DE TERCEIROS – Barreira de Informação ......................... 197
5.4. Assembleia geral de cotistas (competências e deliberações) ........... 198
5.4.1. Convocação da Assembleia ....................................................... 199
5.4.2. Assembleia geral ordinária (AGO) e Assembleia geral extraordinária
(AGE) 199
5.5. Direitos e obrigações dos condôminos.............................................. 200
5.6. Informações relevantes (Disclaimers) ............................................... 202
5.7. Obrigações dos Administrador de um fundo de investimento ........... 203
5.7.1. Regras gerais sobre divulgação de informação: ......................... 203
5.8. Segregação de funções e responsabilidades: ................................... 204
5.9. Tipos de fundos: ................................................................................ 205
5.10. Tipos de Taxas .............................................................................. 208
5.11. Despesas ....................................................................................... 209
5.12. Documentos dos fundos ................................................................ 210
5.13. Gestão de Recursos ...................................................................... 215
5.14. PRINCIPAIS MODALIDADES DE FUNDOS DE INVESTIMENTO 218
5.14.1. FUNDOS DE RENDA FIXA ........................................................ 218
5.14.2. FUNDO DE RENDA FIXA DE CURTO PRAZO.......................... 219
5.14.3. FUNDOS DE RENDA FIXA REFERENCIADOS ........................ 220
5.14.4. FUNDOS DE RENDA SIMPLES................................................. 221
5.14.5. FUNDOS DE RENDA FIXA DE DIVIDA EXTERNA ................... 222
5.14.6. FUNDO CAMBIAL ...................................................................... 223
5.14.7. FUNDO DE AÇÕES ................................................................... 224
5.14.8. FUNDOS MULTIMERCADOS .................................................... 226
5.14.9. FUNDO DE CRÉDITO PRIVADO ............................................... 226
5.14.10. FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE
INVESTIMENTO ...................................................................................... 227
5.14.11. FUNDOS DE INVESTIMENTO EM ÍNDICE DE MERCADO –
FUNDOS DE ÍNDICE............................................................................... 228

6
5.14.12. FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO (FII) .................... 229
5.14.13. FUNDOS DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS
(FIDC E FIC-FIDC) .................................................................................. 232
5.14.14. FUNDOS DE INVESTIMENTO EM PARTICIPAÇÕES – FIP ..... 234
5.14.15. FUNDOS OFF-SHORE .............................................................. 235
5.15. COME-COTAS............................................................................... 236
5.16. MARCAÇÃO A MERCADO............................................................ 237
5.17. DIVULGAÇÃO DE RENTABILDIADE ............................................ 237
5.18. CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO ANBIMA –
NÍVEIS 1, 2 E 3. .......................................................................................... 238
5.19. RESUMÃO FUNDOS DE INVESTIMENTO ................................... 242
Fundos Passivos ......................................................................................... 242
Fundos ATIVOS .......................................................................................... 243
6. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA: PGBL E VGBL................. 244
6.1. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS QUE INFLUENCIAM O PRODUTO
244
6.2. PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (PGBL) .................... 247
6.3. VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES(VGBL) ......................... 247
6.4. Regimes de Tributação (Imposto de Renda) ..................................... 248
7. MENSURAÇÃO E GESTÃO DE PERFORMANCE E RISCOS
(PROPORÇÃO: DE 10% A 20%) ......................................................... 250
7.1. Risco ................................................................................................. 250
7.1.1. TAXA LIVRE DE RISCO ............................................................. 251
7.2. Tipos de Riscos ................................................................................. 251
7.3.2. Gestão de Risco de Carteiras ..................................................... 273
7.3.3. Risco x Retorno .......................................................................... 278
7.3.4. Prazo x Risco x Retorno ............................................................. 283
7.3.5. RESUMO DO MÓDULO ............................................................. 287
7.4. Regimes de Tributação (Imposto de Renda) ..................................... 289
Módulo Adicional – Tributação................................................................. 291
Tributação em “Fundo de Investimento” .................................................. 291
A ÚNICA exceção para esta regra são os fundos que possuem a sistemática
do “COME-COTAS”, na qual irá ocorrer a cobrança 15% ou 20%
anualmente, cobrados semestralmente (Maio e Novembro) e esta cobrança
irá afetar a quantidade de cotas, reduzindo a quantidade de cotas......... 291

7
O único fundo que não cobra IOF, é o fundo de ações, os demais seguem a
regra de cobrança para resgates até 29 dias. ......................................... 291
Investimentos Isentos de IMPOSTO de RENDA para pessoa física (Renda
Fixa): 292
• LCI; ............................................................................................. 292
• LCA;............................................................................................ 292
• Poupança (isento para pessoa física e jurídica sem fins lucrativos);
292
• Debêntures incentivadas ............................................................ 292
Tributação de IMPOSTO de RENDA para pessoa física (Renda Fixa) ... 292
Tabela Regressiva ................................................................................... 292
IOF: Fica isento após 30 dias da data da aplicação ................................ 292
292
Tributação em compra e venda de Ações ............................................... 293
Ex.: Investidor teve prejuízo de R$ 10.000,00 no mês anterior, porém neste
mês ele ganhou R$ 10.000,00, este investidor está isento do pagamento do
imposto de renda. .................................................................................... 294
Tributação em Previdência Privada ......................................................... 294

8
Introdução
Este material foi desenvolvido para você que deseja mudar sua vida e
carreira. Voltado para a certificação CPA-20 Anbima o mesmo busca aliar o
conteúdo com a prática oferecendo conteúdo dinâmico desenvolvido através do
programa detalhado da Certificação Anbima CPA-20. O conteúdo do material
busca aliar o melhor conteúdo bibliográfico para te apoiar no alcance da sua
certificação. Material Atualizado com o conteúdo 01/07/2019.
A prova da CPA-20 é desenvolvida com 60 questões, com total de 2:30
horas de prova. A estrutura da prova é extremamente conceitual, sendo assim
não é necessário realizar cálculos na prova sendo somente cobrado o
conhecimento dos conceitos apresentados neste material. É necessário obter
70% dos acertos para ser profissional ANBIMA CPA-20, sendo assim são 42
acertos questões certas para alcançar a sua certificação.

Abaixo segue o site para inscrição:


http://www.anbima.com.br/pt_br/educar/quero-me-certificar/inscricao.htm

O valor da prova é de:


• Funcionário de instituição Associada: R$ 411,00;
• Não Funcionário de Instituição Associada: R$ 493,00;

A prova é dividida nos seguintes percentuais por conteúdo conforme


abaixo:

9
1. Sistema Financeiro Nacional e seus Participantes

Este módulo equivale de 5 a 10% do conteúdo que cairá em sua prova.


Este módulo busca apresentar o conhecimento do Sistema Financeiro Nacional
mostrando as principais instituições que participam da construção e estrutura do
mercado financeiro nacional e quais são suas atribuições e seu impacto no
contexto brasileiro.

1.1. Funções Básicas

O Mercado Financeiro é o sistema que intermedia os recursos de agentes


superavitários (que possuem recursos para aplicação) e os agentes deficitários
(que necessitam de dinheiro para empréstimo). Este sistema é composto de
diversas instituições financeiras (Banco Múltiplo, Banco de Investimento,
Banco Comercial, Bolsa de Valores, Corretoras e Distribuidoras, Cetip, Selic,
Bm&F Bovespa), Instituições governamentais (CMN, Bacen, CVM e Susep) e
instituições acessórias (Anbima) na qual exercem papel fundamental para o
seu correto funcionamento.

10
Figura: Função Básica do Mercado Financeiro

1.2. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

A estrutura do sistema financeiro Nacional é a forma como são


organizadas as instituições dentro do contexto econômico de um país. Cada
instituição possui sua função e forma de organização, na qual atuam em sinergia
para que todo sistema econômico seja plenamente atendido e o país consiga
manter seu sistema econômico legal e institucional.
Um grande exemplo que se assemelha a organização do sistema
financeiro nacional é Grande Empresa (multinacional), a empresa para se
organizar necessita de uma estrutura organizacional e regras de procedimento
para manter-se em plena capacidade operacional. Uma empresa precisa do
presidente, do gerente e do operário para que funcione perfeitamente. Assim é
o sistema financeiro.

11
1.2.1. Conselho Monetário Nacional – CMN

Instituição máxima do Sistema Financeiro Nacional na qual é sua


principal função é:

“Fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária


(Controla Quantidade de moeda em circulação e taxa de juros) e de Crédito,
compra e venda de ouro”

Obs.: É o órgão que determina a Meta para INFLAÇÃO (IPCA – Índice


de Preço do Consumidor Amplo)

O CMN é um órgão Normativo, sendo assim ele determina o


funcionamento do mercado financeiro. Sua atribuição é comandar o mercado,
sendo assim é uma instituição financeira que não exerce EXECUÇÃO de
atividades. O CMN em si somente determina o que as demais instituições irão
seguir e adotar.

Dica: Nas questões o CMN é sempre ligado a verbos de comando.


Ex.: Determinar, Regulamentar, Fixar, Disciplinar.

As demais funções do CMN de acordo com a LEI 4.595 são:

• Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central


do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e
crédito;
• Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à
compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de
Saque e em moeda estrangeira;
• Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações
creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de
quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;

12
• Coordenar sua própria política com a política de investimentos do
Governo Federal;
• Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das atividades
de instituições monetárias, bancárias e creditícias, bem como a aplicação das
penalidades previstas;
• Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos,
comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços
bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central do Brasil,
assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover
atividades rurais;
• Disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial.
• Autorizar emissões de papel moeda, para adequar o volume de
pagamentos as necessidades da economia nacional.
• Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionário de origem interna ou externa,
as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos
conjunturais.

A composição de membros do CMN é escolhida pelo Presidente da


República e são administradas pelos seguintes Membros:
• Ministro da Fazenda (presidente do conselho)
• Secretário Especial da Fazenda do Ministério da Economia
• Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN)

DICA IMPORTANTÍSSIMA: O CMN é uma instituição que MANDA, REGULA,


DETERMINA as regras no mercado financeiro. Ela não EXECUTA nenhuma função.

13
1.2.2. Banco Central do Brasil – BACEN

O Banco Central é a Instituição Governamental na qual é responsável


pelo:
“Controle da inflação, atua para regular a quantidade de moeda na
economia buscando a estabilidade nos preços (controle de inflação).
Instituição também responsável pela regulação e supervisão das demais
instituições Financeiras no País”.
OBS: O BC executa as orientações do Conselho Monetário Nacional
(CMN).

Além disso, conduz as políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações


financeiras com o exterior; a regulação e da supervisão do Sistema Financeiro
Nacional (SFN); a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e
os serviços do meio circulante.

Dentre as suas principais atribuições estão:


• Emitir papel-moeda e moeda metálica;
• Executar os serviços do meio circulante (Sistema de Pagamentos
– SPB);
• Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras;
• Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições
financeiras;
• Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e
outros papéis;
• Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
• Exercer o controle de crédito;
• Exercer a fiscalização das instituições financeiras;
• Autorizar o funcionamento das instituições financeiras;
• Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de
direção nas instituições financeiras;

14
• Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros
e de capitais;
• Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.
A composição de membros do Bacen é escolhida pelo Presidente da
República e sujeita à aprovação no Senado. É administrada pelos seguintes
Membros:
• Presidente
• 8 Diretores
O BC é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, e foi
criado pela Lei 4.595, de 31.12.1964, que estabelece as suas competências e
atribuições.

OBS: O BC executa as orientações do Conselho Monetário Nacional


(CMN).
OBS:Comitê criado pelo Banco Central Chamado de COPOM (Comitê
de Política Monetária) é o responsável pela “Decisão da TAXA SELIC”, taxa
básica de juros do país.

1.2.3. Comissão de Valores Mobiliários – CVM

A Comissão de Valores Mobiliários é uma instituição governamental que


foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo:

“Fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de


valores mobiliários um título de propriedade (ação) ou
de crédito (obrigação), emitido por um ente público (governo) ou privado
(sociedade anônima ou instituição financeira] no Brasil”.

Exemplos de Valores Mobiliários: Ação, Debêntures, Cota em Fundo


de Investimento, Contrato Futuro, Opções e etc.

15
Demais Funções:
• Estimular investimentos no mercado acionário, poupança, e
investimentos em valores mobiliários.
• Fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de valores
mobiliário.
• Assegurar o funcionamento das bolsas de valores e mercado de
balcão organizado.
• Proteger os titulares contra ação fraudulenta, atos ilegais e
manipulação de preço.
• Fiscalizar a emissão, registro, distribuição e a negociação de
Títulos emitidos por Sociedade Anônimas de Capital aberto.

DICA: A CVM tanto executa, quanto determina e regulamenta o mercado de


títulos e valores mobiliários.

Propósito e Visão - CVM

Fonte: Site CVM

A composição de membros da CVM é escolhida pelo Presidente da República.


É administrada pelos seguintes Membros:

• Presidente
• 4 Diretores

16
A CMV é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda.

OBS:A CVM determina, regular, e cria regras para o mercado de valores


mobiliários (investimentos), a CVM executa tarefas. É a instituição
governamental que regula e executa o mercado de valores mobiliários. As leis
criadas por este órgão SERÃO sempre superiores e devem ser seguidas.

1.2.4. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP

A SUSEP é a instituição governamental responsável pelo:


“Controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro.”

Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo Decreto-lei


nº 73, de 21 de novembro de 1966.

Demais Funções da SUSEP:


• Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação
das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência
Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada
pelo CNSP;
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que
se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de
capitalização e resseguro;
• Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados
supervisionados;
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema
Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição,
assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem;

17
• Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o
mercado;
• Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em
especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas;
• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as
atividades que por este forem delegadas;
• Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.

A composição de membros da SUSEP é escolhida pelo Presidente da


República. É administrada pelos seguintes Membros:
• Superintendente
• 4 Diretores

1.2.5. Superintendência Nacional de Previdência Complementar –


PREVIC

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é um


órgão de supervisão e fiscalização as Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (Fundos de Pensão) e de executar políticas para o regime de
previdência complementar. Criado pela Lei n° 12.154, é uma entidade
governamental autônoma que possui patrimônio e receita próprios, organizado
no sistema de autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.

Conforme Artigo 2 da Lei 12.154, compete a PREVIC:


• Proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de
previdência complementar e de suas operações;
• Apurar e julgar infrações e aplicar as penalidades cabíveis;
• Expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação
das normas relativas à sua área de competência, de acordo com as diretrizes do
Conselho Nacional de Previdência Complementar;

18
• Autorizar:
a) a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de
previdência complementar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e
regulamentos de planos de benefícios;
b) as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qualquer outra
forma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de
previdência complementar;
c) a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e
instituidores, bem como as retiradas de patrocinadores e instituidores; e
d) as transferências de patrocínio, grupos de participantes e assistidos,
planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência
complementar;
• Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência
complementar com as normas e políticas estabelecidas para o segmento;
• Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades
fechadas de previdência complementar, bem como nomear interventor ou
liquidante, nos termos da lei
• Nomear administrador especial de plano de benefícios específico,
podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma
da lei;
• Promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de
previdência complementar e entre estas e seus participantes, assistidos,
patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios que lhe forem
submetidos na forma da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996;
• Enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da
Previdência Social e, por seu intermédio, ao Presidente da República e ao
Congresso Nacional;
• Adotar as demais providências necessárias ao cumprimento de
seus objetivos.

19
A composição de membros da PREVIC é indicada pelo Ministério da
Previdência Social e nomeados pelo Presidente da República. É administrada
pelos seguintes Membros:
• 1 Diretor-Superintendente;
• 4 Diretores, escolhidos dentre pessoas de ilibada reputação e de
notória competência.

20
1.2.6. Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de capitais - ANBIMA.

Papel da ANBIMA

ANBIMA é uma Associação que reuni diversas empresas diferentes entre


si (bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e administradoras) com o objetivo
de reproduzir dentro de casa a pluralidade (diversidade) dos mercados.

É uma instituição que conduz as melhores práticas para distribuição de


investimento.

Obs.: O código de conduta da Anbima jamais irá se sobrepor a LEI. Sendo assim
é um condigo de conduta que deve ser conduzido.

A ANBIMA desenvolve quatro atividades que são:

• Informar;
• Representar;
• Autorregular;
• Educar;

21
Provedora de informações sobre os segmentos de mercado nas quais
representa. Produz e divulga um conjunto de relatórios, estatísticas,
estudos, rankings, referências de preços e de índices, além de uma
série de ferramentas de consulta que é oferecido aos associados e ao
mercado.

Representa as Instituições Financeiras a eles associadas, exercendo


da seguinte maneira:

• Promovendo o diálogo para construir propostas de


aprimoramento do mercado, que são apresentadas e
discutidas com o governo e com outras entidades do setor
privado;
• Propondo boas práticas de negócios, que os associados
seguem de forma voluntária;

A Autorregulação é baseada em regras criadas pelo mercado, para o


mercado e em favor dele. Essas regras estão nos “Códigos de
Autorregulação e Melhores Práticas, que são de adesão voluntária”.

O cumprimento das normas é acompanhado pela equipe técnica, que


supervisiona as instituições e dá orientações de caráter educativo.

A Educação é gerida em três (3) Vertentes:

• Capacitação dos profissionais por meio de certificações;


• Qualificação dos profissionais certificados por meio de
educação continuada;
• Disseminação de conteúdo sobre educação financeira;

22
OBS: O Código Anbima se refere quanto a distribuição e negociação de
valores mobiliários (Investimentos) de acordo com a LEI 6.385 e as
regulamentações da (CVM) com o objetivo de proporcionar a adequada
transparência a este mercado.

SENDO ASSIM qualquer alteração na LEI que não haja alteração no


Código Anbima a Lei se sobrepõe (prevalece) ao Código Anbima.

A fim de garantir o equilíbrio e os controles necessários de sua atividade


regulatória, a dinâmica básica da autorregulação da ANBIMA é a seguinte:

(I) Os associados definem as regras: por meio dos comitês de representação,


da Diretoria e de audiências públicas, os códigos são elaborados e revistos
continuamente. As regras sujeitam todos os associados e qualquer instituição
que voluntariamente queira aderir a elas.
(II) A área técnica supervisiona: a área de Supervisão da ANBIMA é a
responsável por acompanhar o mercado, inspecionando o cumprimento das
regras pelas instituições participantes. Para isso, inclusive, ela dispõe do
Sistema de Supervisão de Mercados (SSM), uma plataforma eletrônica por meio
da qual as instituições podem gerenciar e acompanhar o status de suas
obrigações com a autorregulação da ANBIMA, enviar documentos, agendar
supervisões periódicas ou realizar todo o processo de adesão aos códigos de
autorregulação ou filiação à ANBIMA.
(III) Uma comissão especializada acompanha: cada código conta com uma
comissão de acompanhamento, composta por pessoas do mercado com grande
conhecimento técnico acerca da temática. Com esse conhecimento, as
comissões orientam os trabalhos da área de Supervisão.
(IV) Um conselho independente julga: cada código conta com um conselho
misto, composto em sua minoria por profissionais ligados aos associados e, em
sua maioria, por profissionais indicados por instituições do mercado externas à
ANBIMA. Esse conselho é soberano na apreciação dos casos da
autorregulação.

23
O Código de Regulação e Melhores Práticas está embasado em três
pilares que serão abordados abaixo:

• Objetivo;
• Obrigatoriedade;
• Legislação;

Objetivo: Estabelecer padrões, princípios e regras, na qual deverão ser


observados pelas instituições participantes de maneira a buscar a permanente
elevação da capacidade técnica de seus profissionais, bem como a observância
de seus padrões de conduta no desempenho de suas respectivas atividades.

Obrigatoriedade: Os princípios e regras deste Código será obrigatória


para as instituições participantes, assim entendidas as instituições filiadas à
ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais), bem como as instituições que, embora não associadas,
expressamente aderirem a este Código mediante a assinatura do competente
termo de adesão.
Obs.: As instituições participantes deverão exigir, de todos os
Profissionais que exerçam atividade para a qual seja necessária a certificação
pertinente, que esta seja obtida e mantida atualizada, nos termos deste Código.

Legislação: O presente Código não se sobrepõe à legislação e à


regulamentação vigentes, ainda que venham a ser editadas normas, após o
início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora trazidas. Caso
haja contradição entre regras estabelecidas neste Código e normas legais ou
regulamentares, a disposição deste Código deverá ser desconsiderada, sem
prejuízo de suas demais regras

24
Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o
Programa de Certificação Continuada

O objetivo do Código de Regulação e Melhores Práticas para o Programa


de Certificação Continuada (Código) é estabelecer princípios e regras que
deverão ser observados pelas instituições participantes, que atuam nos
mercados financeiro e de capitais, de maneira a buscar a permanente elevação
da capacitação técnica de seus profissionais, bem como a observância de
padrões de conduta no desempenho de suas respectivas atividades. (Relação
Funcionário com Mercado, Instituição Participante (Banco), Investidor).

Fonte:www.anbima.com.br/data/files/92/36/9F/4D/9B7675106582A275862C16A8/Codigo_Certi
ficacao_20150620_1_.pdf

25
Princípios e padrões de conduta exigidos das instituições participantes

Os princípios e padrões exigidos diretamente das instituições


participantes estão dispostos no art. 8º do Código de Certificação, podendo ser
resumidos em:

• Seguir código de ética e evidenciar a adesão de seus profissionais


a ele;
• Verificar se seus profissionais têm reputação ilibada e atestar que
não tenham:
a) Sido inabilitados para o exercício de cargo em instituições financeiras
e demais entidades autorizadas a funcionar pelo BACEN, CVM,
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) ou Susep;
b) Sofrido punição definitiva, nos últimos cinco anos, em decorrência de
sua atuação como administrador ou membro de conselho fiscal de entidade
sujeita a controle e fiscalização dos órgãos reguladores mencionados;

• Zelar pelo aperfeiçoamento de seus profissionais, fornecendo


atualização profissional constante sobre práticas de mercado, produtos e
regulação aplicável;
• Manter elevados padrões éticos, adotar práticas transparentes nas
negociações e proibir práticas não equitativas e de concorrência desleal;
• Divulgar com clareza riscos e consequências que poderão advir
dos produtos, instrumentos e modalidades operacionais disponíveis no mercado;
• Preservar as informações reservadas ou privilegiadas, excetuadas
as hipóteses em que a sua divulgação seja exigida por lei ou tenha sido
autorizada;
• Adotar procedimentos formais de controle, relacionados à obtenção
e manutenção da certificação pertinente a todos os seus profissionais;

26
1.2.6.1.1. Padrões de Conduta

Principais Padrões de Conduta em relação ao mercado (Eu com o


mercado devo):

• Manter elevados padrões éticos na condução de todas as atividades;


• Conhecer e observar todas as normas, leis e regulamentos, inclusive as
normas de regulação e melhores práticas Anbima;
• Assegurar a observância de práticas negociais e equitativas;
• Recusar a intermediação de investimentos ilícitos;
• Não contribuir para veiculação ou circulação de notícias ou informações
inverídicas;
• Manter sigilo a respeito de informações confidências a que tenha acesso
em razão de sua atividade profissional;

Principais Padrões de Conduta em relação a instituição participante


(Eu com a empresa que trabalho devo):

• Não participar de atividades independentes que compitam direta ou


indiretamente com seu empregador;
• Informar seu empregador sobre a propriedade de quaisquer valores
imobiliários ou outros investimentos que possam influenciar ou ser influenciado
por sua atividade profissional;
• Informar seu empregador sobre quaisquer valores ou benefícios
adicionais que receba;
• Não manifestar opinião que possa prejudicar a imagem do seu
empregador;
• Evitar pronunciamentos a respeito de investimento sob responsabilidade
de outra instituição;

27
Principais Padrões de Conduta em relação ao investidor (Eu com o
investidor devo):

• Manter a independência e objetividade no aconselhamento de


investimentos;
• Distinguir fatos de opiniões, pessoais ou no mercado, com relação aos
investimentos aconselhados;
• Agir com ética e transparência quando houver situações de conflito de
interesse com seus clientes;
• Informar ao cliente a possibilidade de recebimento de remuneração ou
benefício pela instituição participante em razão da indicação de investimentos;
• Orientar o cliente sobre o investimento que pretende realizar, evitando
praticas capazes de induzi-lo ao erro;

1.2.6.2. Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas de


Distribuição de Investimento no Varejo.

1.2.6.2.1. Objetivo

O objetivo do presente Código de Regulação e Melhores Práticas para


Atividade de Distribuição de Produtos de Investimento no Varejo (“Código”) é
estabelecer, para as instituições participantes abaixo definidas, os parâmetros
relativos à atividade de Distribuição de Produtos de Investimento no Varejo, com
as seguintes finalidades:

I. Manter os mais elevados padrões éticos e consagrar a


institucionalização das práticas equitativas no mercado;
II. Estimular o adequado funcionamento da atividade de Distribuição
de Produtos de Investimento no Varejo;
III. Manter transparência no relacionamento com os investidores, de
acordo com o canal utilizado e as características do produto;

28
IV. Promover a qualificação das instituições e de seus profissionais
envolvidos na atividade de Distribuição de Produtos de Investimento no Varejo;
V. Comprometer-se com a qualidade da atuação na distribuição de
produtos e serviços;

Fonte:
www.anbima.com.br/data/files/8E/B5/49/46/730D851093995C8569A80AC2/Codigo-
Varejo-04-11-16.pdf

29
1.2.6.2.2. Princípios gerais.

As instituições participantes devem observar os seguintes princípios e


regras no desempenho da Atividade de Distribuição de Produtos de Investimento
no Varejo:

I. Adotar práticas que promovam a transparência na relação com o


Investidor;
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de
sua atividade, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar
à administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer
infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas;
III. Efetuar prévia e criteriosa análise quando contratar serviços de terceiros;
IV. Evitar práticas que possam vir a prejudicar o mercado de Distribuição de
Produtos de Investimento no Varejo;

Neste Próximo tópico você deve se atentar as frases que são exigidas e
que devem estar informadas em todos os materiais de divulgação de
investimento que TODOS os bancos e corretoras que estão filiadas a ANBIMA
seguir este modelo.

1.2.6.2.3. Da publicidade e divulgação dos produtos de investimento.

A divulgação de publicidade e material técnico elaborado pelas


instituições participantes deve obedecer às disposições da legislação, regulação
e autorregulação vigente aplicável a cada produto de investimento, podendo o
Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes específicas sobre
o tema:
Todo o material utilizado para publicidade dos Produtos de Investimento
é de responsabilidade de quem o divulga, inclusive no que se refere à
conformidade de tal material com as normas do presente Código. Caso a
divulgação seja feita por um prestador de serviço, este deve obter, antes
da divulgação, aprovação expressa da instituição participante.

30
As instituições participantes devem, no que diz respeito à publicidade e
divulgação de material técnico de Produtos de Investimento:

I. Envidar seus melhores esforços no sentido de produzir publicidade ou


material técnico adequado ao seu público-alvo, minimizando incompreensões
quanto ao seu conteúdo, e privilegiando informações necessárias para a tomada
de decisão;
II. Buscar transparência e clareza das informações, fazendo uso de
linguagem adequada ao público-alvo, no intuito de embasar a decisão do
Investidor;
III. Conter informações alinhadas com a documentação do produto, quando
for o caso;
IV. Zelar para que não haja qualificações injustificadas, superlativos não
comprovados, opiniões ou previsões para as quais não exista uma base técnica,
promessa, garantia de resultados futuros ou isenção de risco para o Investidor,
quando isso não refletir a realidade do produto;

Os Produtos de Investimento de mesma natureza podem ser comparados,


desde que sejam informadas simultaneamente as datas, os períodos, a fonte das
informações utilizadas, os critérios de comparação adotados e demais
informações consideradas relevantes para adequada avaliação pelo Investidor
dos dados comparativos divulgados.

É vedada a divulgação de comparativo entre Produtos de Investimento de


diferentes instituições, diferentes naturezas e/ou categoria diversa.

Obs: Você só pode comparar produtos de mesma característica. Se for


comprar LCI você deve comparar com outra LCI.

31
Toda publicidade, exceto aquela veiculada em rádio ou short message
service (SMS), deve obedecer às seguintes regras na divulgação de avisos ao
Investidor:

Publicidade que não possua selo ANBIMA proveniente das regras


estabelecidas para o Produto de Investimento deve adicionar aviso com a
seguinte redação:

ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE


REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA ATIVIDADE DE
DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO NO VAREJO.

Publicidade que faça referência a histórico de rentabilidade, ou menção a


sua performance, deve adicionar aviso com a seguinte redação, quando
aplicável:

A RENTABILIDADE DIVULGADA NÃO É LÍQUIDA DE IMPOSTOS.

Publicidade que mencione Produto de Investimento que não possua a


garantia do Fundo Garantidor de Crédito, adicionar aviso com a seguinte
redação:

TRATA-SE DE UMA MODALIDADE DE INVESTIMENTO QUE NÃO


CONTA COM A GARANTIA DO FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO – (FGC).

Publicidade que divulgue simulação de rentabilidade, adicionar aviso com


a seguinte redação:

AS INFORMAÇÕES PRESENTES NESTE MATERIAL SÃO BASEADAS


EM SIMULAÇÕES E OS RESULTADOS REAIS PODERÃO SER
SIGNIFICATIVAMENTE DIFERENTES.

32
Sem prejuízo das demais regras dispostas neste código, todo material de
publicidade quando direcionado a um único Produto de Investimento deve
possuir o seguinte conteúdo mínimo sobre o produto:

I. Público-alvo;
II. Classificação de risco. (Conservador, Moderado, Agressivo)
III. Características do produto;
IV. Informações sobre os canais de atendimento;
V. Endereço para o portal de educação financeira da ANBIMA “Como
Investir” (www.comoinvestir.com.br) e/ou portal de educação financeira da
instituição participante, quando se tratar de material de publicidade
disponibilizado na internet;

33
1.2.7. Principais Intermediários Financeiros

1.2.7.1. Banco Comercial

Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas


que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos
necessários para financiar (emprestar), a curto e médio prazo, o comércio, a
indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros
em geral.
A captação de depósitos à vista (conta corrente), livremente
movimentáveis, e empréstimo de dinheiro é atividade típica do banco
comercial.
Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão "Banco". (Resolução CMN 2.099,
de 1994).

34
Figura: Função Básica do Banco comercial

Para melhor entendimento dos participantes do Banco Comercial:

• Agente superavitário: Cliente/Investidor que possui dinheiro disponível


buscando ganhar com investimentos.
• Instituição financeira: O BANCO na qual irá realizar esta intermediação.
• Agente Deficitário: Cliente que procura o banco em busca de
empréstimo.

Neste contexto o banco utiliza o dinheiro do agente superavitário e


empresta para o agente deficitário cobrando juros maiores em relação os
rendimentos pagos aos agentes superavitários. Esta diferença é chamada de
“spread” e este é o lucro das instituições financeiras.

35
1.2.7.2. Banco de Investimento

Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas


especializadas em operações de participação societária de caráter temporário,
de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e
de giro e de administração de recursos de terceiros.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar,
obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de
Investimento".
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a
prazo (conta de Investimento), repasses de recursos externos, internos e
venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados.
As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e
capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos
interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2.624, de
1999).

Figura: Função Básica do Banco de Investimentos

36
Para melhor entendimento dos participantes do banco de investimento:

• Agente superavitário: Cliente/Investidor que possui dinheiro disponível


buscando ganhar com investimentos.
• Instituição financeira: O BANCO na qual irá realizar esta intermediação.
• Agente Deficitário: Empresa que busca dinheiro emprestado junto a
investidores.

Neste contexto o banco utiliza o dinheiro do agente superavitário e


repassa a empresa que deseja o dinheiro emprestado. Com isto a empresa cria
uma dívida com o investidor que deverá ser paga a fim de garantir investidores
disponíveis a financiar as atividades da empresa.

Obs.: Nesta modalidade o investidor não é sócio da empresa. Nesta


situação ele empresta dinheiro a empresa e a mesma deverá pagar o que
foi emprestado mais os juros que serão a remuneração do investidor.

1.2.7.3. Banco Múltiplo

Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que


realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:

• Comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito


imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e
investimento.

OBS: O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas


carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de
investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima.

37
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas
carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco
público. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista.
Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco"
(Resolução CMN 2.099, de 1994).

OBS: Deve possuir UM CNPJ para cada Carteira. Podendo publicar


um balanço único.

1.2.8. Outros Intermediários ou Auxiliares Financeiros

1.2.8.1. Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores


Mobiliários.

São empresas especializadas e autorizadas pela CVM que intermediam


a compra, venda e distribuição de valores mobiliários através de ordem de
terceiros (clientes investidores).

Visto a impossibilidade de o investidor realizar compra e venda de


títulos e valores mobiliários diretamente na bolsa, a corretora e distribuidora
possui extrema importância para continuidade deste mercado sendo obrigatório
o envio de ordem de compra e venda por Empresas “Corretoras e Distribuidoras”
de valores mobiliários, na qual cobram corretagem e comissões por este tipo de
serviço. Estas empresas devem ser constituídas sob forma de S/A (Sociedade
Anônima).

De acordo com a decisão do BACEN e CVM do dia 17/03/2009, foi


definido que não há diferença na área de atuação entre Corretora de Valores e
Distribuidora de Valores.

38
Considerações importantes sobre estas empresas:
• Uma corretora pode atuar por conta própria;
• Pode atuar como agente Fiduciário (pode representar os
investidores garantindo seus interesses);
• Sua principal função é dar liquidez e segurança ao mercado
acionário;
• Podem administrar fundos e clubes de investimento;
• Podem Intermediar operações com câmbio (compra e venda de
moeda estrangeira);

1.2.9. Investidores Qualificados, Investidores Profissionais e


Investidores Não- Residentes

1.2.9.1. Investidores qualificados

Investidores Qualificados são aqueles que, segundo o órgão regulador,


possui mais condições do que o investidor comum de entender o mercado
financeiro. A vantagem de se tornar um Investidor Qualificado é a possibilidade
de ingressar em fundos restritos, como por exemplo, Fundos de Direitos
Creditórios –FIDC (Exclusivo para investidores qualificados).

É considerado INVESTIDOR QUALIFICADO:

• Investidores Profissionais;
• Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em
valor superior a R$ 1.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor qualificado mediante termo próprio;
• As pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de
qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como
requisitos para o registro de agentes autônomo de investimento, administradores
de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários em relação a seus
recursos próprios.

39
1.2.9.2. Investidores profissionais

Investidores Profissionais são os únicos que podem constituir Fundos


Exclusivos, um tipo de fundo que possui um único cotista, que necessariamente
deve ser um tipo de Investidor Profissional.

São considerados INVESTIDORES PROFISSIONAIS:

• Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em


valor
superior a R$ 10.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor qualificado mediante termo próprio;
• Instituições financeiras, companhias seguradoras e sociedade de
capitalização;
• Fundos de Investimento;
• Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
• Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários
autorizados pela CVM em relação a seus recursos próprios;

1.2.9.3. Investidores Não-Residentes

Investidores Não Residentes (INRs) são pessoas físicas ou jurídicas,


inclusive fundos ou outras entidades de investimento coletivo, com residência,
sede ou domicílio no exterior e que investem no Brasil. Estes investidores
dependem de aprovação e registro prévio da CVM.

40
1.2.10. Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC

Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) são


operadoras de plano(s) de benefícios, constituídas na forma de sociedade civil
ou a fundação, e sem fins lucrativos, que tenha por objeto operar plano de
benefício de caráter previdenciário.

As EFPC são instituições criadas para o fim exclusivo de administrar


planos de benefícios de natureza previdenciária, patrocinados e/ ou instituídos
na qual geram concessão de pecúlios ou de rendas, de benefícios
complementares ou assemelhados aos da previdência social, mediante
contribuição de seus participantes, dos respectivos empregadores ou de ambos.
A constituição e funcionamento dependem de prévia autorização da PREVIC –
Superintendência Nacional de Previdência Complementar.

Esta entidade Fechada de Previdência Complementar é acessível


exclusivamente aos empregados de uma só empresa ou de um grupo de
empresas, denominadas patrocinadoras.

Ex.: Se você é funcionário da Petrobras e possuir plano de previdência pago ou


parte coberto pela sua empresa, é considerado Previdência Complementar.

41
DA POLÍTICA DE INVESTIMENTO:

A política de investimento de cada plano deve conter, no mínimo, os seguintes


itens:
I - a alocação de recursos e os limites por segmento de aplicação;
II - os limites por modalidade de investimento, se estes forem mais restritivos que
os estabelecidos nesta Resolução;
III - a utilização de instrumentos derivativos;
IV - a taxa mínima atuarial ou os índices de referência, observado o regulamento
de cada plano de benefícios;
V - a meta de rentabilidade para cada segmento de aplicação;
VI - a metodologia ou as fontes de referência adotadas para apreçamento dos
ativos financeiros;
VII - a metodologia e os critérios para avaliação dos riscos de crédito, de
mercado, de liquidez, operacional, legal e sistêmico;
VIII - a observância ou não de princípios de responsabilidade socioambiental;

São classificados no segmento de renda fixa:


I - os títulos da dívida pública mobiliária federal;
II - os títulos das dívidas públicas mobiliárias estaduais e municipais;
III - os títulos e valores mobiliários de renda fixa de emissão ou coobrigação de
instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen;
IV - os depósitos em poupança em instituições autorizadas a funcionar pelo
Bacen;
V - os títulos e valores mobiliários de renda fixa de emissão de companhias
abertas, incluídas as Notas de Crédito à Exportação (NCE) e Cédulas de Crédito
à Exportação (CCE);
VI - as obrigações de organismos multilaterais emitidas no País;
VII - os certificados de recebíveis de emissão de companhias securitizadoras;
VIII - as cotas de fundos de investimento em direitos creditórios e as cotas de
fundos de investimento em cotas de fundos de investimento em direitos
creditórios;

42
São classificados no segmento de renda variável até 49% do patrimônio em
renda variável:
I - as ações de emissão de companhias abertas e os correspondentes bônus de
subscrição, recibos de subscrição e certificados de depósito;
II - as cotas de fundos de índice, referenciado em cesta de ações de companhias
abertas, admitidas à negociação em bolsa de valores;
III - os títulos e valores mobiliários de emissão de sociedades de propósito
específico (SPE);
IV - as debêntures com participação nos lucros;

Os fundos podem cobrar taxa performance na qual ultrapasse 100% do


índice de referência definido:
• Índice de referência RF (Renda Fixa): SELIC, DI, CETIP;
• Índice de referência RV (renda Variável): Ibovespa, IBrX, IBrX 50, FGV-
100, IGC (Índice de Governança Corporativa), ITAG (índice de ações Tag Along
diferenciado), ISE (Índice de Sustentabilidade empresarial);

43
2. COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE DO
PERFIL DO INVESTIDOR

Este módulo contempla a complementação do código de regulação da


ANBIMA tanto quanto o distribuidor de investimento realizar a análise do Perfil
do Investidor com Objetivo de melhor adequar seus investimentos dentro do seu
perfil de risco. O peso deste módulo na prova equivale de 15% a 25%.

2.1. Risco de Imagem e Risco Legal

Risco de Imagem

Este tipo de risco ocorre quando a opinião pública sobre uma empresa é
negativa, tanto pelas suas ações como por seus produtos ou ainda seu histórico.
Isso pode ocorrer por diversos motivos. Veja os principais motivos de risco de
imagem:

• Fornecimento de crédito sem embasamento;


• Vantagens devido a relacionamentos políticos;
• Indícios de lavagem de dinheiro;
• Fama de atender mal os clientes;
• Falta de respeito ao meio ambiente;
• Falta de marcação a mercado dos fundos que administra;
• Situação financeira instável;
• Situação financeira vulnerável;

44
Risco Legal

Já o risco legal ou jurídico é quando há um mal ou não cumprimento da


legislação/regulação. O risco legal se dá quando os administradores da empresa
não estão seguindo a lei por algum motivo. Também pode ocorrer em relação à
empresa estar ou não estar devidamente regulamentada conforme a lei (a falta
de algum documento).
Este tipo de risco pode acarretar em diversos prejuízos para empresa,
inclusive o risco que falamos anteriormente. Risco de imagem.

2.2. Controles Internos: Resolução CMN 2.554/98, artigo


Art. 1º Determinar às instituições financeiras e demais instituições


autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e a
implementação de controles internos voltados para as atividades por elas
desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, operacionais e
gerenciais e o cumprimento às normas legais e regulamentares a elas aplicáveis.

Parágrafo 1º Os controles internos, independentemente do porte da


instituição, devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade
e risco das operações por ela realizadas.

Parágrafo 2º São de responsabilidade da diretoria da instituição:


I – a implantação e a implementação de uma estrutura de
controles internos efetiva mediante a definição de atividades de controle para
todos os níveis de negócios da instituição;
II – o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos
mesmos;
III – a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos
procedimentos definido sem função do disposto no inciso II.

45
2.3. Segregação de atividades e política de segurança da
informação

A Segregação de atividades deve ser realizada de forma a evitar


possíveis conflitos de interesses (Barreira de Informação) e definição de
responsabilidades.
Os controles internos, cujas disposições devem ser acessíveis a todos
os funcionários da instituição de forma a assegurar que seja conhecida a
respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos
níveis da organização, devem prever, em especial:

1. A definição de responsabilidades dentro da instituição;


2. A segregação das atividades atribuídas ao integrante da instituição de
forma a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de minimizar
e monitorar adequadamente áreas identificadas como de potencial conflito da
espécie;
3. A existência de canais de comunicação que assegurem aos funcionários,
segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas
e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e
responsabilidades;
4. A contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da
instituição;
5. A existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de
informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico.
6. Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados,
de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos
ou anteriormente não abordadas;
7. A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles
internos;

46
2.4. Prevenção e combate à lavagem de dinheiro ou
ocultação de bens, direitos e valores.

Lavagem de dinheiro é o processo pelo qual o criminoso transforma,


recursos obtidos através de atividades ilegais, em ativos comuns a origem
aparentemente legal.
Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos a lavagem
de dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer:

• Primeiro, o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando


uma associação direta deles com o crime;
• Segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar
o rastreamento desses recursos;
• Terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os
criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem
de dinheiro podendo ser considerado “limpo”;

2.4.1. Identificação dos clientes

A lei sobre crimes de “lavagem” de dinheiro exige que as instituições


financeiras entre outros:

• Identifiquem seus clientes mantendo cadastro atualizado; inclusive dos


proprietários e representantes das empresas (clientes Pessoa Jurídica);
• Mantenham registro das transações em moeda nacional ou estrangeira,
títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível
de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade
competente e nos termos de instruções por esta expedida;
• Atendam no prazo fixado pelo órgão judicial competente, as requisições
formuladas pelo COAF que se processará em segredo de justiça;

Arquivem por cinco anos os cadastros e os registros das transações.

47
2.4.2. Fases da lavagem de dinheiro

• Colocação: primeira etapa, consiste no ingresso dos recursos ilícitos no


sistema econômico em “Espécie”.
Para isso, são realizadas as mais diversas operações, como, por
exemplo:

A colocação se efetua por meio de:


• Depósitos na boca do Caixa em dinheiro;
• Compra de instrumentos negociáveis (investimentos);
• Compra de bens (Carro, Casa, e etc);
• Compra de Ouro, Metais e Jóias Preciosas;
• Compra de Obra de Arte;

Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos


aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como:

• Fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro;.


• Utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham
com dinheiro em espécie;

OBS: NESTA FASE É UTILIZADO DINHEIRO EM ESPÉCIE (DINHEIRO


VIVO)

• Ocultação – a segunda etapa do processo consiste em dificultar o


rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia
de evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre
a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de forma
eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas –
preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário – ou
realizando depositados em contas “fantasmas”, ou comprando bens e
serviços de forma eletrônica.

OBS: NESTA FASE É UTILIZADO TRANSFERÊNCIAS ELETRÔNICAS (TED)

48
• Integração – nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente
ao sistema econômico. As organizações criminosas buscam investir em
empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais
sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-
se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

Principais operações que são indícios de crimes de lavagem de


dinheiro:

• Aumentos substanciais no volume de depósitos de qualquer pessoa


física ou jurídica, sem causa aparente, em especial se tais depósitos são
posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino
anteriormente não relacionando com o cliente;
• Troca de grandes quantias de notas de pequeno valor por notas de grande
valor;
• Proposta de troca de grandes quantias em moeda nacional por moeda
estrangeira e vice-versa;
• Compras de cheques de viagem e cheques administrativos, ordens de
pagamentos ou outros instrumentos em grande quantidade-isoladamente
ou em conjunto independente dos valores envolvidos sem evidências de
propósito claro
• Movimentação de recursos em praças localizadas em fronteiras;
• Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade
econômica ou a ocupação profissional e a ocupação profissional e a
capacidade financeira presumida do cliente;
• Numerosas contas com vistas ao acolhimento de depósitos em dinheiro
sem nome de um mesmo cliente, cujos valore, somado, resulte em
quantias significativa.
• Abertura de conta em agências bancárias localizadas em estação de
passageiros, aeroporto, rodovia ou porto internacional ou pontos de
atração turística, salvo se o proprietário ou empregado de empresa
regulamente instalada nesses locais;
• Utilização de cartão de credito em valor não compatível com a
capacidade financeira do usuário.

49
Fases Lavagem de Dinheiro

2.4.3. Pena

Reclusão de três a dez anos e multa.

Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de


bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes
referidos neste artigo:

• Os converte em ativos lícitos;


• Os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia,
guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
• Importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos
verdadeiros.

50
A multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não superior:

a) Ao dobro do valor da operação;


b) Ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação;
c) Ai valor de R$ 20.000,00 (Vinte milhões de reais);

Obs.: A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser


cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar aplica-la ou substituí-la por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que
conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização
dos bens, direitos ou valores objeto do crime. A pena será aumentada de um a
dois terços, se os crimes definidos na lei forem cometidos de forma reiterada ou
por intermédio de organização criminosa.

2.4.4. Comunicação ao COAF

De acordo com a Circular 2852/98, Carta-Circular 2826/98 e a


complementação da Carta- Circular 3098/03, as instituições financeiras
deverão comunicar ao Banco Central:

• As operações suspeitas envolvendo moeda nacional ou estrangeira,


títulos e valores mobiliários, metais ou qualquer outro ativo passível de ser
convertido em dinheiro de valor acima de R$ 10.000,00
• As operações suspeitas que, realizadas com uma mesma pessoa,
conglomerado ou grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por
instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$10.000,00;
• Depósito em espécie, retirada em espécie ou pedido de
provisionamento para saque, de valor igual ou superior a R$ 50.000,00,
independentemente de serem suspeitas ou não, o cliente deve avisar ao
banco com no mínimo 3 dias de antecedência ao saque (retirada).

51
Obs: Toda operação realizada por uma instituição financeira acima de R$ 10.000,00 deve ficar
registrada no banco. A operação que for igual ou acima de R$ 10 mil e SUSPEITA deve ser
reportada ao COAF, através do SISCOAF.

2.4.5. COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras

Órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro. O COAF está vinculado


ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e tem como finalidade disciplinar,
aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as
ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da
competência de outros órgãos e entidades.
Porém, para que as atividades do COAF sejam bem-sucedidas, é
importante que, todas as instituições visadas, no que diz respeito à lavagem de
dinheiro, proveniente do crime, mantenham em registro, todas as informações
de relevância sobre seus clientes e suas operações.

Além dos bancos, devem combater a lavagem de dinheiro empresas


e instituições que trabalham com a comercialização de joias, metais
preciosos e obras de arte.

2.4.6. Quem está sujeito à lei e a regulamentação

As pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou


eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:

52
I - A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II – A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial;
III - A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação,
intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários;

As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no


Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por qualquer
forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das
atividades referidas neste artigo:

• As pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção


imobiliária ou compra e venda de imóveis;
• As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais
preciosos, objetos de arte e antiguidades;
• As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto
valor, intermediam a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam
grande volume de recursos em espécie;
• As pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente,
serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou
assistência, de qualquer natureza, em operações;
• As pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação,
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de
atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares;
• As empresas de transporte e guarda de valores;
• As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de
origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização;
• As dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por
meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.

53
2.4.7. Convenção de Viena

Convenção contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias


psicotrópicas.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere
o art. 84, inciso IV da Constituição, e considerando que a Convenção Contra o
Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas, foi concluída em
Viena, a 20 de dezembro de 1988;
Considerando que a referida Convenção foi aprovada pelo Congresso
Nacional, pelo Decreto Legislativo nº 162, de 14 de junho de 1991;

2.5. Normas e Padrões éticos

2.5.1. Utilização Indevida de Informações Privilegiadas

Informação Privilegiada: Representa toda e qualquer informação


relevante, fora do domínio público, que se venha a obter no exercício das
funções diárias de qualquer profissional.

Ex.: Analista de investimentos que será responsável pelo IPO de uma


empresa, este possui informações privilegiadas desta empresa.

Insider Trader: O Insider Trader é o indivíduo que, tendo acesso a


informações privilegiadas, na qual é utilizada em seu próprio benefício ou em
benefício de terceiros.

Ex.: Este mesmo analista por possuir esta informação, faz operações no
mercado financeiro em prol de benefício próprio ou repassando estas
informações a terceiros em busca de ganhos financeiros.

54
Front Runner: O Front Runner é o indivíduo ou instituição que se utiliza
de ordens de clientes para o seu próprio benefício, realizando antes para si
próprio a operação ordenada pelo cliente.

Ex.: Corretor de ações possui um cliente relevante e este envia grandes


ordens para comprar determinada ação, mediante esta informação compra para
si a mesma ação em busca de benefício próprio e ganho financeiro.

2.5.2. Confidencialidade

Profissional deve manter os mais restritos níveis de confidencialidade das


informações com todos os clientes e patrocinadores, a menos que a divulgação
seja exigida por lei. Sendo assim, toda e qualquer informação deve se manter
em sigilo.

2.5.3. Conflitos de Interesse.

Conflito de interesses ocorre quando uma decisão é influenciada pelos


interesses de apenas uma das partes envolvidas, prejudicando as demais.
Portanto, exercer qualquer tipo de ação para obtenção de vantagens pessoais
prejudicando outros é agir tanto antiética (por ser contrário ao que se entende
por correto) quanto imoralmente (por se concretizar em prejuízo ao outro).

55
2.6. Código de Divulgação de Produtos de Investimentos
no Varejo.

2.6.1. Ética.

http://www.anbima.com.br/data/files/3E/D5/9F/F1/F9C575106582A27586
2C16A8/Codigo-ANBIMA-de-Regulacao-e-Melhores-Praticas-de-Fundos-de-
Investimento_1_.pdf

56
2.6.2. Definições

Art. 1º. Para os efeitos deste Código, entende-se por:

I. Administração Fiduciária: compreende o conjunto de serviços relacionados


direta ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção dos Veículos de
Investimento;
II. ANBIMA ou Associação: Associação Brasileira dos Mercados Financeiros e
de Capitais;
III. Canais Digitais: canais digitais ou eletrônicos utilizados na distribuição, que
servem como instrumentos remotos sem contato presencial entre o investidor ou
potencial investidor e a Instituição Participante;
IV. Conglomerado ou Grupo Econômico: conjunto de entidades controladoras
diretas ou indiretas, controladas, coligadas ou submetidas a controle comum;
V. Criptografia: conjunto de técnicas para codificara informação de modo que
somente o emissor e o receptor consigam decifrá-la;
VI. Distribuição de Produtos de Investimento:
(i) oferta de Produtos de Investimento de forma individual ou coletiva, resultando
ou não em aplicação de recursos, assim como a aceitação de pedido de
aplicação por meio de agências bancárias, plataformas de atendimento, centrais
de atendimento, canais digitais ou eletrônicos, ou qualquer outro canal
estabelecido para este fim; e
(ii) atividades acessórias oferecidas aos investidores, tais como manutenção do
portfólio de investimentos e fornecimento de informações periódicas acerca dos
investimentos realizados;
VII. Documentos dos Veículos de investimento: são os documentos oficiais
exigidos pela regulação específica dos Veículos de Investimento;
VIII. Gestão de Recursos de Terceiros: consiste na gestão profissional dos
ativos integrantes das carteiras dos Veículos de Investimento, nos termos
estabelecidos nos Documentos dos Veículos de Investimento, assim como na
regulação em vigor;
IX. Instituições Participantes: instituições associadas à ANBIMA ou instituições
aderentes a este Código;

57
X. Material Publicitário: material que tenha como objetivo estratégia comercial
e mercadológica, divulgado pelas Instituições Participantes por qualquer meio de
comunicação disponível e destinado a investidores ou potenciais investidores;
XI. Material Técnico: material de suporte técnico a uma decisão de
investimento, divulgado pelas Instituições Participantes por qualquer meio de
comunicação disponível e destinado a investidores ou potenciais investidores;
XII. Produtos Automáticos: aqueles que possuem a funcionalidade de
aplicação e resgate automático, conforme saldo disponível na conta corrente do
investidor;
XIII. Produtos de Investimento: títulos, valores mobiliários, direitos e outros
instrumentos de emissor público ou privado, regulados pela Comissão de
Valores Mobiliários e/ou pelo Banco Central do Brasil;
XIV. Organismos de Supervisão: a Comissão de Acompanhamento para
Distribuição de Produtos de Investimento e o Conselho de Regulação e Melhores
Práticas para Distribuição de Produtos de Investimento, ambos previstos no
Título IV deste Código;
XV. Propaganda Institucional: todo material utilizado pelas Instituições
Participantes e empresas do mesmo conglomerado ou grupo econômico com o
objetivo de estratégia mercadológica e que mencione em seu conteúdo a
Distribuição de Produtos de Investimento;
XVI. Regulação: normas legais, infralegais e de autorregulação que abrangem
a Distribuição de Produtos de Investimento;
XVII. Veículo de Investimento: Fundos de Investimento e Carteiras
Administradas constituídos com o objetivo de investir recursos obtidos junto a
um ou mais investidores.

58
2.6.3. Objetivo

O presente Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para


Distribuição de Produtos de Investimento (“Código”) tem como objetivo
estabelecer princípios e regras para Distribuição de Produtos de Investimento,
visando, principalmente:

I. A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da


institucionalização de práticas equitativas no mercado financeiro e de capitais;
I. A concorrência leal;
III. A padronização de seus procedimentos;
IV. O estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de
Investimento;
V. A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o
canal utilizado e as características dos investimentos;
VI. A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na
Distribuição de Produtos de Investimento.

2.6.4. Princípios Gerais

As Instituições Participantes devem:

I. Exercer suas atividades com boa fé, transparência, diligência e lealdade em


relação aos investidores;
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas
atividades, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à
administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações
ou irregularidades que venham a ser cometidas;
III. Nortear a prestação das atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa
e da livre concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de
concorrência desleal e/ou de condições não equitativas, e respeitando os
princípios de livre negociação;

59
IV. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras
e princípios contidos neste Código, na regulação pertinente e/ou nas demais
regras estabelecidas pela ANBIMA;
V. Adotar condutas compatíveis com os princípios de idoneidade moral e
profissional;
VI. Divulgar informações claras e inequívocas aos investidores acerca dos riscos
e consequências que poderão advir dos Produtos de Investimento;
VII. Evitar práticas que possam vir a prejudicar a Distribuição de Produtos de
Investimento, especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados
às atribuições específicas de cada uma das Instituições Participantes
estabelecidas em contratos, regulamentos e na regulação vigente;
VIII. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que
desempenhem funções ligadas à Distribuição de Produtos de Investimento
atuem com imparcialidade, conheçam o código de ética da Instituição
Participante e as normas aplicáveis à sua atividade; e
IX. Identificar, administrar e mitigar eventuais conflitos de interesse que possam
afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à
Distribuição de Produtos de Investimento.

2.6.5. Segurança e Sigilo das Informações

As Instituições Participantes devem estabelecer mecanismos para:

I. Propiciar o controle de informações confidenciais a que tenham acesso os seus


sócios, diretores, alta administração, profissionais e terceiros contratados;
II. Assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas
de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico; e
III. Implantar e manter treinamento para os seus sócios, diretores, alta
administração, profissionais e terceiros contratados que tenham acesso a
informações confidenciais.

60
As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento
escrito, regras e procedimentos para assegurar o disposto no caput, incluindo,
no mínimo:

I. Regras de acesso às informações confidenciais indicando como se dá o


acesso e controle de pessoas autorizadas e não autorizadas a essas
informações, inclusive nos casos de mudança de atividade dentro da mesma
instituição ou desligamento do profissional;
II. Regras específicas sobre proteção da base de dados e procedimentos
internos para tratar casos de vazamento de informações confidenciais, mesmo
que oriundos de ações involuntárias; e
III. Regras de restrição ao uso de sistemas, acessos remotos e qualquer outro
meio/veículo que contenha informações confidenciais no exercício de suas
atividades;

2.6.6. Material Publicitário

A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer


meio de comunicação disponível, deve incluir, em destaque, link ou caminho
direcionando investidores ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre
o Produto de Investimento mencionado, de modo que haja conhecimento de
todas as informações, características e riscos do investimento.

2.6.7. Material Técnico

O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações


sobre o Produto de Investimento:

I. Descrição do objetivo ou estratégia;


II. Público-alvo, quando destinado a investidores específicos;
III. Carência para resgate e prazo de operação;
IV. Nome do emissor, quando aplicável;

61
V. Tributação aplicável;
VI. Classificação de risco do produto, nos termos estabelecidos pela Diretriz
ANBIMA de Suitability;
VII. Descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no mínimo, os
riscos de liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável; e
VIII. Informações sobre os canais de atendimento.

2.6.8. Avisos Obrigatórios

As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos Materiais


Técnicos os seguintes avisos obrigatórios:

I. Caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção a performance:

Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados


futuros; A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos;

II. Caso faça referência a Produtos de Investimento que não possuam garantia
do fundo garantidor de crédito:

O investimento em [indicar produto de investimento] não é garantido pela


instituição ou por qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo fundo
garantidor de crédito;

III. Caso faça referência à simulação de rentabilidade:

As informações presentes neste material técnico são baseadas em


simulações e os resultados reais poderão ser significativamente
diferentes;

62
2.6.9. Divulgação de Informações via Site

As Instituições Participantes devem disponibilizar em seus sites na


internet seção exclusiva sobre os Produtos de Investimento distribuídos,
contendo, no mínimo, as seguintes informações:

I. Descrição do objetivo e/ou estratégia de investimento;


II. Público-alvo, quando destinado a investidores específicos;
III. Carência para resgate e prazo de operação;
IV. Nome do emissor, quando aplicável;
V. Tributação aplicável;
VI. Classificação de risco do produto, nos termos estabelecidos pela Diretriz
ANBIMA de Suitability;
VII. Descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no mínimo, os
riscos de liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável;
VIII. Informações sobre os canais de atendimento;

2.6.10. Conheça seu Cliente

As Instituições Participantes devem buscar conhecer seus investidores no


início do relacionamento e durante o processo cadastral, identificando a
necessidade de visitas pessoais em suas residências, seus locais de trabalho e
em suas instalações comerciais (“know your customer – KYC”).

§1º. As Instituições Participantes devem implementar e manter, em


documento escrito, regras, procedimentos e controles de KYC que sejam
efetivas e consistentes com a natureza, porte, complexidade, estrutura, perfil de
risco dos Produtos de Investimento distribuídos e modelo de negócio da
instituição.
§2º. O documento de que trata o parágrafo acima deve conter, no mínimo:

63
I. Procedimento adotado para aceitação de investidores, incluindo procedimento
para análise e validação dos dados, bem como a forma de aprovação dos
investidores;
II. Indicação dos casos em que são realizadas visitas aos investidores em sua
residência, local de trabalho ou instalações comerciais;
III. Indicação do sistema e ferramentas utilizadas para realizar o controle das
informações, dados e movimentações dos investidores;
IV. Procedimento de atualização cadastral, nos termos da regulação em vigor;
V. Procedimento adotado para identificar a pessoa natural caracterizada como
beneficiário final, nos termos da regulação em vigor;
VI. Procedimento adotado para veto de relacionamentos em razão dos riscos
envolvidos;

2.6.11. Suitability

As Instituições Participantes, no exercício de suas atividades, não podem


recomendar Produtos de Investimento, realizar operações ou prestar serviços
sem que verifiquem sua adequação ao perfil do investidor.

§1º. As Instituições Participantes devem implementar e manter, em


documento escrito, regras e procedimentos que possibilitem verificar a
adequação dos Produtos de Investimento ao perfil dos investidores (“Suitability”),
devendo conter, no mínimo:

I. Coleta de informações: descrição detalhada do mecanismo de coleta das


informações junto ao investidor para definição de perfil;
II. Classificação do perfil: descrição detalhada dos critérios utilizados para a
classificação de perfil do investidor, devendo ser observadas as características
de classificação para cada perfil, conforme Diretriz ANBIMA de Suitability;
III. Classificação dos Produtos de Investimento: descrição detalhada dos
critérios utilizados para a classificação de cada produto de investimento,
devendo ser observado o disposto na Diretriz ANBIMA de Suitability;

64
IV. Comunicação com o investidor: descrição detalhada dos meios, forma e
periodicidade de comunicação utilizada entre a Instituição Participante e o
investidor para:
a. Divulgação do seu perfil de risco após coleta das informações; e
b. Divulgação referente ao desenquadramento identificado entre o perfil do
investidor e seus investimentos, a ser efetuada sempre que verificado o
desenquadramento;
V. Procedimento operacional: descrição detalhada dos procedimentos
utilizados para a aferição periódica entre o perfil do investidor e seus
investimentos;
VI. Atualização do perfil do investidor: descrição detalhada dos critérios
utilizados para atualização do perfil do investidor, incluindo a forma como a
Instituição Participante dará ciência desta atualização;
VII. Controles internos: descrição detalhada dos controles e mecanismos
adotados pela Instituição Participante, observada a seção I do capítulo V deste
Código, para o processo de Suitability com o objetivo de assegurar a efetividade
dos procedimentos estabelecidos pela instituição.

2.6.12. Selo ANBIMA

A veiculação do Selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o


compromisso das Instituições Participantes em atender às disposições deste
Código.

§1º. A ANBIMA não se responsabiliza pelas informações constantes dos


documentos divulgados pelas Instituições Participantes, ainda que façam uso do
Selo ANBIMA, nem tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.
§2º. Cabe à Diretoria da ANBIMA expedir diretrizes para regulamentar as regras
de uso do Selo ANBIMA.

65
2.8. Análise do perfil do investidor.

Analise do Perfil do investidor (API) é uma ferramenta utilizada pelas


instituições financeira com o intuito de adequar o produto de investimento ao
perfil do seu cliente, buscando atender as expectativas de retorno/risco, visto
cada cliente possuir um perfil e expectativas diferentes quando o assunto é
investimento. Sendo assim as Instituições participantes deverão adotar
procedimentos formais, estabelecidos de acordo com critérios próprios, e
controles que possibilitem verificar o processo de API (Análise do Perfil do
Investidor) buscando entender o objetivo e situação financeira do cliente.

Para definição do objetivo de investimento do Investidor, as


instituições participantes devem considerar, no mínimo, as seguintes
informações do Investidor:

I. Período em que será mantido o investimento;


II. As preferências declaradas quanto a assunção de riscos;
III. As finalidades do investimento;

Para definição da situação financeira do Investidor, as instituições


participantes devem considerar, no mínimo, as seguintes informações do
Investidor:

I. O valor das receitas regulares declaradas;


II. O valor e os ativos que compõem seu patrimônio;
III. A necessidade de recursos futuro declarada;

A API (Analise do Perfil do Investidor) pode ser realizado mediante


contato pessoal ou com o uso de qualquer meio de comunicação, seja sob
forma oral, escrita, eletrônica ou pela rede (internet) mundial de computadores.

66
A Instituição deve atualizar as informações relativas ao perfil de seus
clientes em intervalos não superiores a 24 (vinte e quatro) meses.

Não é obrigatório a aplicação do API para os clientes:

I. Investidores Qualificados. (Lembre-se que todo investidor


profissional também é qualificado);
II. Pessoa jurídica de direito público;
III. Cliente tiver sua carteira de valores mobiliários administrada
discricionariamente por administradores de carteira de valores mobiliários
autorizados pela CVM.

Obs: Investidor Pessoa Jurídica considerada investidor qualificado


não é necessário preencher o API.

Após finalizar o preenchimento do questionário, o cliente poderá ser


classificado em um dos três perfis indicados abaixo:

Perfil Conservador: Clientes com este perfil têm como objetivo a


preservação do capital e possuem baixa tolerância a riscos. Também é
representado por clientes que, apesar de estarem dispostos a correr um
pouco mais de riscos na busca por retornos diferenciados, tenham
necessidade de sacar os recursos em curto período de tempo.

Perfil Moderado: Clientes com este perfil estão dispostos a correrem


alguns riscos em investimentos, buscando um retorno diferenciado no
médio prazo, com baixa necessidade de liquidez no curto prazo, havendo
disponibilidade para diversificar parte das aplicações em alternativas mais
arrojadas.

67
Perfil Arrojado: Clientes com alta tolerância a riscos, baixa ou nenhuma
necessidade de liquidez no curto/médio prazo e que estejam dispostos a
aceitar as oscilações dos mercados de risco (e possíveis perdas) na busca
por retornos diferenciados no longo prazo.

Produtos Sugeridos de Acordo com o Perfil do Investidor

Situações Atípicas no Preenchimento do API (Analise Perfil


Investidor)

Caso o cliente se recuse a assinar o API: Assina o termo de recusa na


qual atesta a não intenção do cliente em preencher o questionário API, e no qual
o cliente assume os riscos financeiros relacionados às aplicações dos recursos
nos produtos, serviços e operações escolhidos por ele.

68
Termo de Investidor Qualificado: poderá ser preenchido apenas pelos
clientes Pessoa Jurídica que declaram essa condição, afirmam que a empresa
possui investimentos financeiros no valor superior à R$ 1 MM e ainda atestam
possuir conhecimento suficiente sobre os mercados financeiro e de capitais, de
modo a estarem dispensados da obrigação do Banco de verificar a adequação
dos produtos, serviços ao seu Perfil de Investimento;

Termo de Desenquadramento: Termo na qual o cliente atesta a


aceitação em aplicação em um investimento fora do seu perfil. Aceitando riscos
maiores mesmo fora do seu perfil.

Obs.: O perfil é valido somente para o titular da conta. É realizado um API


por CPF/CNPJ.

2.9. Decisões do Investidor na perspectiva de Finanças


Comportamentais

A todo o momento no mercado financeiro qualquer pessoa que decide realizar


algum tipo de investimento passa pelo processo de tomada de decisão de
investimentos na qual pode ocorrer conflitos de decisões ou com fotografias
emocionais anteriores veja alguns exemplos:

• Investir em poupança pelo simples motivo de ser a aplicação que


os nossos pais sempre utilizaram.
• Comprar uma ação por um determinado valor. Depois, acordar em
um belo dia com uma notícia trágica de essa companhia estar envolvida em um
esquema de corrupção, em que tudo aponta para uma grande crise no curto e
médio prazo. Mesmo assim, não optar em vender a ação, pelo fato de o valor
atual ser inferior ao valor de compra (realizar prejuízo).
• Investir em CDB somente de grandes bancos. Evitar aplicar em
bancos pequenos, que em geral oferecem taxas mais atrativas e para valores
até R$ 250 mil que estão cobertos pelo FGC.

69
• Aplicar em um fundo de ações em um momento ruim de mercado,
resgatar após as primeiras quedas e nunca mais reaplicar nesse tipo de
investimento.
• Ler uma reportagem em uma revista ou jornal, sobre determinado
ativo financeiro ou instituição financeira, e em seguida decidir investir nesse
ativo.

Diante do que foi mencionado acima vemos que nem sempre os


investidores tomam decisões racionais. Por este motivo iniciou-se os estudos
das finanças comportamentais com o objetivo de entender as ilusões cognitivas
no processo de tomada de decisões em investimentos.

Com isto criou-se dois conceitos de tomada de decisões em investimento


pela perspectiva das finanças comportamentais que são:

Razão: Quando agimos com razão estamos vendo a estratégia como um


todo, as consequências e resultados daquela tomada de decisão. A razão pode
ser considerada nosso freio e também, muitas vezes, o nosso impulsor.
Emoção: A emoção nos faz agir por impulso, pensando somente no bem-
estar, no prazer e na alegria momentânea. Ela é responsável por nos fazer rir,
chorar e sorrir. É algo que desperta em nós, sem que usemos a lógica, o bom
senso, ou a racionalidade.

2.9.1.1. Heurísticas

As heurísticas são atalhos mentais que agilizam e simplificam a


percepção e a avaliação das informações que recebemos. Por um lado, elas
simplificam enormemente a tarefa de tomar decisões; mas, por outro, podem nos
induzir a erros de percepção, avaliação e julgamento que escapam à
racionalidade ou estão em desacordo com a teoria da estatística. Esses erros
ocorrem de forma sistemática e previsível, em determinadas circunstâncias, e
são chamados de vieses.

70
Disponibilidade:

Decisões influenciadas por ocorrências e eventos recentes na memória


do investidor.
Experiências mostraram que exemplos de categorias mais numerosas
são recordados mais rapidamente do que categorias menos numerosas, que
ocorrências prováveis são mais fáceis de imaginar do que ocorrências
improváveis e que conexões associativas são fortalecidas quando dois eventos
frequentemente ocorrem simultaneamente.

Vieses cognitivos que emanam da heurística da Disponibilidade:


• Facilidade de lembrança: Os indivíduos julgam que os eventos
mais facilmente recordados na memória, com base em sua vividez ou ocorrência
recente, são mais numerosos do que aqueles de igual frequência cujos casos
são menos facilmente lembrados.
• Capacidade de recuperação: Os indivíduos são enviesados em
suas avaliações da frequência de eventos, dependendo de como suas estruturas
de memória afetam o processo de busca.

Exemplos aplicados a investimentos:


1. Comprar ações da empresa X após ler em uma revista que o lucro
da mesma bateu recorde;
2. Vender ou não comprar ação de uma companhia aérea após ser
noticiado a queda de uma aeronave;

71
Representatividade:

A heurística da representatividade tem como característica a classificação


de uma coisa com base na semelhança com um caso típico ou comum.
Decisões a partir de associações com estereótipos formados e desprezo de
informações relevantes para a tomada de decisão. As pessoas julgam os
eventos pela sua aparência e semelhança, não pela probabilidade de eles
acontecerem. Os indivíduos avaliam a probabilidade de um evento “B” pelo nível
em que um evento “A” se assemelha de “B”.

Vieses cognitivos que emanam da heurística da representatividade:


• Falta de sensibilidade a proporções da base: Os indivíduos
tendem a ignorar as proporções da base na avaliação da probabilidade de
eventos, quando é fornecida qualquer outra informação descritiva, mesmo se
esta for irrelevante.
• Falta de sensibilidade ao tamanho da amostra: Os indivíduos,
frequentemente, não são capazes de apreciar o papel do tamanho da amostra
na avaliação da confiabilidade das informações da mesma.
• Concepções errôneas sobre o acaso: Os indivíduos esperam
que uma sequência de dados gerados por um processo aleatório pareça ser
"aleatória", mesmo quando for demasiado curta para que aquelas expectativas
sejam estatisticamente válidas.
• Regressão à média: Os indivíduos tendem a ignorar o fato de que
eventos extremos tendem a regredir à média nas tentativas subsequentes.
• A falácia da conjunção: Os indivíduos julgam erradamente que as
conjunções (dois eventos que ocorrem em conjunto) são mais prováveis do que
um conjunto mais global de ocorrências do qual a conjunção é um subconjunto.

Exemplos aplicados a investimentos:


• Desistir de investir em ações porque teve experiências negativas
anteriormente, pois anteriormente já perdeu 10% neste investimento;
• Acreditar que toda vez que uma ação chegar ao preço de R$ 10,00
a mesma terá valorização, visto isto já ter ocorrido no passado;

72
Ancoragem

A heurística da Ancoragem faz com que a exposição prévia a uma


informação nos leve a considerá-la fortemente na tomada de decisão ou na
formulação de estimativas, independentemente de sua relevância para o que é
decidido ou estimado, ocorre quando tomamos uma decisão ou avaliação com
base no primeiro pedaço de informação recebida. Nossa primeira impressão
atua como um ponto de âncora ou de referência a que todas as informações
subsequentes e relacionadas são comparadas. Se a âncora contém informações
incompletas ou irrelevantes podemos acabar fazendo uma má decisão.
A ancoragem se deve principalmente a um mecanismo relacionado à
forma como a nossa mente funciona: o priming. O priming é o efeito decorrente
da enorme capacidade associativa da nossa mente, que faz com que palavras,
conceitos e números evoquem outros similares, um após o outro, numa reação
em cadeia. Ou seja, uma palavra é mais rapidamente lembrada, e se torna mais
disponível na nossa mente, se tiver conexão com outras vistas/ouvidas em um
momento recente. É também o processo pelo qual experiências recentes nos
predispõem, de forma automática, a adotar determinado comportamento. É
muito comum a ancoragem se basear em valores.

Da heurística da ancoragem emanam três vieses:


• Ajuste insuficiente da âncora: preconiza que as pessoas
desenvolvem estimativas partindo de uma âncora inicial, com base em qualquer
informação que seja fornecida, a qual é ajustada até produzir uma resposta final.
Uma consequência importante da utilização dessa heurística é que o ajuste
geralmente é insuficiente, ou seja, a resposta final frequentemente fica próxima
dessa âncora.
• Vieses de eventos conjuntivos e disjuntivos: estudos indicam
que as pessoas tendem a superestimar a probabilidade de eventos conjuntos
(eventos que devem ocorrer em conjunção com um outro) e subestimar a
probabilidade de eventos disjuntivos (eventos que ocorrem independentemente).
“Esse viés fornece explicações importantes para os problemas de cronograma
de projetos que requerem planejamento multiestágio, pois a tendência geral de

73
superestimar a probabilidade de eventos conjuntivos leva a um injustificado
otimismo na avaliação da propensão de que planos serão bem-sucedidos ou que
projetos serão finalizados no prazo”.
• Excesso de confiança: em análise de decisão, especialistas
frequentemente são requisitados a expressar suas crenças em relação a uma
quantidade, tal como o valor médio do índice da Bolsa de Valores em um
determinado dia, na forma de distribuição de probabilidade. “Tal distribuição é
geralmente construída por meio da solicitação para que as pessoas selecionem
valores que correspondam a percentis específicos na sua distribuição de
probabilidade subjetiva”.

Exemplos aplicados a investimentos:


• Um investidor que compra a ação da companhia “A” que custa R$
80, tende a achar barata a ação da companhia “B”, cotada em R$ 20, ainda que
as duas empresas não tenham nenhuma correlação.
• Investidor aplica em um fundo de investimento um valor de R$
100.000,00 e a bolsa começa a cair. Ele decide não se desfazer do investimento,
independentemente de qual seja a perspectiva futura do preço e da economia,
enquanto não “recuperar” o valor investido inicialmente.
• Comprar ação de uma companhia que está custando R$ 5,00,
justificando a decisão de investimento pelo fato do valor dessa mesma ação já
ter chegado à R$30,00 meses atrás;

Aversão à perda

A aversão à perda não é uma heurística, como trata o edital da


certificação, e sim um viés comportamental. A Aversão à Perda (loss aversion,
em Inglês) é um viés que nos faz atribuir maior importância às perdas do que
aos ganhos, nos induzindo frequentemente a correr mais riscos no intuito de
tentar reparar eventuais prejuízos.
Alguns estudos sugerem que isso se dá porque, do ponto de vista
psicológico, a dor da perda é sentida com muito mais intensidade do que o prazer
com o ganho.

74
Em investimentos isso acontece quando decidimos manter investimentos
não lucrativos e vender investimentos com ganho.

Exemplos aplicados a investimentos:


• Investir em caderneta de poupança, mesmo não estando satisfeito
com o retorno, guiado principalmente pelo medo de se expor a riscos maiores;
• Ter dificuldades financeiras, investir todo dinheiro em ações em
busca de recuperar poder de compra e de fazer uma poupança;
• Não olhar o saldo de sua aplicação em fundo de ações após o
índice Ibovespa sofrer uma perda significativa;
• Ação cai 30% e investidor não vende por medo de realizar o
prejuízo, porém uma ação sobe 5% o investidor vende este investimento,
ganhando apenas 5%;

Efeitos de estruturação

De acordo com essa abordagem, a maneira como um problema é


estruturado ou a forma como a informação é apresentada, exerce um impacto
importante no processo decisório. É a influência na decisão de investimento da
forma como as alternativas ou o problema é apresentado (framing).

Exemplos aplicados a investimentos:


• Fazer uma operação no mercado de derivativos que te garanta o
dobro do valor investido com 80% de chance. Qual a sua propensão em investir?
• E se anunciasse esse mesmo investimento como algo que lhe
oferecesse uma probabilidade de 20% de perder todo seu investimento. Qual a
sua nova propensão a investir nesse mesmo ativo?

75
Resumo Finanças Comportamentais

76
2.10. Fatores Determinantes para adequação dos
produtos de investimentos as necessidades dos
investidores

2.10.1. Objetivo do investidor e horizonte de investimento

O objetivo do investidor é receber remuneração por disponibilizar seu


capital excedente (dinheiro da qual não está necessitando utilizar, dinheiro
disponível). Esta remuneração poderá ser utilizada no futuro ou ser reaplicada a
fim de gerar riqueza.
O horizonte de investimento está relacionado com a probabilidade de
utilidade do valor investido, sendo assim podemos entender o horizonte de
investimento por:

• Curto Prazo: Quando o recurso investido será utilizado até 6


meses do investimento inicial;
• Médio prazo: Quando o recurso investido será utilizado entre 6
meses e um ano do investimento inicial;
• Longo prazo: Quando o recurso investido será utilizado somente
após um ano do investimento inicial;

2.10.2. Risco Versus Retorno

O princípio que rege o conceito de risco versus retorno, (dominância) entre


investimentos com o mesmo retorno, o investidor prefere o de menor risco entre
os dois investimentos. E investimento de mesmo risco, o investidor irá preferir o
de maior retorno.

77
PRAZO MÉDIO RISCO (Volatilidade) RETORNO

Quanto maior o prazo de investimento, maior será o risco e maior será o


retorno financeiro.
Quanto menor o prazo de investimento, menor será o risco e menor será
o retorno financeiro.

2.10.3. Diversificação, Risco Sistemático e não sistemático

Diversificação: É a maneira de pulverizar determinado montante (capital)


investido a fim de reduzir o risco associado ao mercado financeiro. Sendo assim
a diversificação ajuda o investidor a reduzir o risco de seus investimentos, porém
não é possível eliminá-lo. Isto porque há fatos no mercado que afetam todos
os investimentos no mesmo sentido, positivo ou negativo.

Ex.: Expectativa de recessão econômica, este fato gera uma expectativa


negativa para os investimentos gerando desvalorização.

78
Risco Sistemático (Risco não Diversificável): O Risco Sistemático é
aquele que afeta a economia de uma forma geral. Está intimamente ligada à
expectativa geral.

Risco Não Sistemático (Risco Diversificável): Refere-se a uma


empresa ou setor em específico. Os riscos não sistemáticos podem ser
minimizados uma vez que afetam apenas determinado setor.

Afeta todos os
Risco Sistemático
ativos do mercado

RISCO

MERCADO

Risco não Especifico de uma


Sistemático companhia ou setor

2.10.4. Conceito de orçamento pessoal e familiar

Orçamento pessoal e familiar está diretamente ligado ao planejamento de


gastos e receitas (salário) de uma família ou de uma pessoa. A fim de determinar
a situação financeira o cálculo abaixo é utilizado para determinar a situação do
orçamento familiar.

Fórmula:

Rendas Auferidas – Despesas Gerais = Saldo

79
Se as receitas forem maiores que as despesas haverá sobra de recursos
que poderão ser aplicados a fim de receber rendimentos.

Se as Receitas forem menores que as despesas haverá a necessidade


de financiamento e empréstimo, visto não ser possível pagar suas despesas pela
falta de rendimentos ganhos.

2.10.5. Patrimônio Líquido (Ativos e Passivos) e Índice de


endividamento

Ativos são entendidos como os bens e direitos que uma empresa possui
e estão diretamente ligados com a capacidade da mesma em gerar resultados
financeiros.
Passivos são entendidos como as despesas contraídas pela empresa a
fim de financiar a sua atividade produtiva (atividade fim).
Patrimônio Líquido está diretamente ligado ao capital dos sócios.

O índice de endividamento é a forma de calcular a quão endividada está


uma empresa e qual o risco associado pelo seu endividamento.

Fórmula:

Índice de Endividamento = (Passivo/Ativo) * 100

80
3. Noções de Economia e Finanças

Este módulo equivale de 5 a 10% do conteúdo que cairá em sua prova.


Este módulo busca apresentar o conhecimento dos principais indicadores
econômicos utilizados no contexto nacional e conceitos básicos de finanças na
qual irá te apoiar no entendimento e avaliação de investimentos.
OBS.: Será cobrado somente os conceitos. Não há cobrança de cálculo
na prova.

3.1. Conceitos Básicos de Economia

3.1.1. PIB

O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de TODOS OS BENS E


SERVIÇOS “Finais” PRODUZIDOS EM UM PAÍS durante certo período.
É um indicador que mede a capacidade produtiva e de geração de riqueza
de um país, visto ele indicar todos os produtos e serviços produzidos em
determinado país.

Ex: Por exemplo, se você produziu um armário e vendeu por R$ 50,00,


sabendo que precisou comprar madeira a R$ 10,00 mais as tintas R$ 20,00,
neste caso a participação da indústria foi de R$ 30,00 e você que transformou o
armário contribuiu com mais R$ 20,00 para o PIB do seu País.

O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a


mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é
considerada.

81
Conceito do Cálculo do PIB:

NX (Exportação Líquida) = Exportação – Importação

Obs.: No cálculo do PIB tudo é soma.

Exemplo de como calcular o PIB

3.1.2. Indicadores de Inflação

3.1.2.1. IPCA

O IPCA é o índice de inflação ou deflação oficial Brasileiro e é medido


pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Abaixo seguem algumas características do IPCA:

o O órgão que determina a meta do IPCA é o Conselho Monetário


Nacional.
o Este índice é divulgado mensalmente pelo IBGE.
o Seu Cálculo abrange as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40
Salários Mínimos e que sejam residentes nas regiões metropolitanas de Belém,
Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,
Porto Alegre, Brasília e Município de Goiânia.

82
Participação Percentual no Cálculo do IPCA

3.1.2.2. IGP-M e IGP-DI

É um indicador que mede a variação dos preços, possui o mesmo conceito


do IPCA, porém é medido pela FGV – Fundação Getúlio Vargas, porém não é o
índice de inflação Oficial do Brasil. O IGM-M e IGP-DI é divulgado mensalmente.
Este índice é muito utilizado para correção do preço de alugueis e
contratos em geral.

Para cálculo do IGP é utilizado à seguinte métrica:

60% do IPA (Índice de Preços por Atacado)


30% do IPC (Índice de Preço ao Consumidor)
10% do INCC (Índice Nacional de Custo Construção Civil)

Dica: Para gravar o percentual utilizar a seguinte pergunta:


• 60% do IP é a primeira letra do alfabeto, sendo assim 60% está o IPA.
• 30% é o IP e a próxima letra no alfabeto, sendo assim IPC.
• E os demais 10% é o INCC que sobrou.

Obs: A principal diferença entre o IGP-M e o IGP-DI está nas datas de


cálculo do índice.

83
IGP-DI: É medido entre o 1° (primeiro) e último dia do mês.
IGP-M: É medido entre o 21° dia do mês anterior ao 20° dia do mês atual.

3.1.3. Câmbio (Moeda Estrangeira)

3.1.3.1. Taxa de Câmbio

Taxa de Câmbio é uma relação entre moedas de dois países que resulta
no preço de uma delas medido em relação à outra.

Ex: O preço do dólar esta R$ 3,50, quer dizer que 1 Dólar é equivalente a
R$ 3,50, para trocar o Real pelo Dólar é necessário possuir R$ 3,50.

Mas, além de expressar quantitativamente a condição de troca entre duas


moedas, a taxa de câmbio expressa às relações de troca entre dois países.
Um dos fatores que afetam o preço da taxa de Câmbio é a Balança de
Pagamentos, na qual é um instrumento da contabilidade nacional referente à
descrição das relações comerciais de um país com o resto do mundo.

Registra o total de dinheiro (moeda estrangeira) que entra e sai de um


país, na forma de:
• Importações e exportações de produtos;
• Serviços;
• Capital Financeiro;
• Transferências comerciais;

Taxa Ptax: é a taxa expressa de fechamento (diário, mensal, semestral e


etc) do câmbio. É divulgada diariamente e mensalmente pelo Banco Central
(Taxa de fechamento, mensal, diária e etc.). Taxa relacionada ao passado.

Taxa Spot: é a taxa de câmbio no mercado a vista (taxa expressa quando


você decide comprar os dólares dentro do horário de funcionamento deste
mercado). Taxa relacionada ao presente.

84
Conceito de valorização do Dólar

Sendo assim quando há uma saída muito expressiva de dólares no Brasil


através do envio de dinheiro ao exterior, ocorrerá um aumento no preço do Dólar
em relação ao Real.
Quando há uma entrada muito expressiva de dólares no Brasil através do
recebimento de dinheiro do exterior, ocorrerá uma diminuição do preço do Dólar
em relação ao Real.

85
Figura: Impactos do Dólar

3.1.4. Indicadores de Juros

3.1.4.1. Taxa Selic (over e meta)

Taxa Selic Meta: é a taxa expressa e decida pelo COPOM a fim de


controlar a inflação medida pelo IPCA.

A taxa Selic meta é quem regula a taxa Selic Over, como as demais taxas
de juros de toda economia como exemplo da taxa CDI, DI.

Taxa Selic Over: É a taxa de juros interbancária (entre um banco e outro)


usando como garantia os títulos públicos emitidos pelo tesouro nacional. Esta
taxa também recebe o nome de Taxa Selic Overnight, uma vez que os
empréstimos entre um banco e outro são feitos por períodos de curtíssimo prazo
(1 dia). O termo overnight significa exatamente operações financeiras com prazo
de 1 dia.

Para manter o saldo dos depósitos compulsórios de acordo com o


estabelecido pelo Banco Central, os bancos são obrigados a fazer empréstimos
com outros bancos dando em garantia títulos do tesouro nacional. A garantia
aqui funciona da mesma maneira que um financiamento imobiliário, nele você

86
usa o imóvel como garantia até liquidar o financiamento, os bancos usam os
títulos adquiridos do Banco central como garantia.
Diante das explicações dos conceitos de Taxa Selic Meta e Taxa Selic
Over, abaixo será apresentado como funciona na pratica. O Copom decide a
taxa de Juros Selic, e assim esta taxa é utilizada como parâmetro para formar
de remuneração da taxa CDI e Taxa Selic Over.

A afirmação acima é comprovada com a correlação existente entre a Taxa


Selic e o CDI. Os dois possuem quase sem distorções a mesma Taxa.

15.00%

10.00%
SELIC
CDI
5.00%

0.00%

87
3.1.4.2. Taxa DI / CDI

Taxa DI: é uma das taxas de juros praticadas nos empréstimos entre
instituições financeiras. Todos os dias, bancos que ficam com o caixa negativo
podem recorrer ao mercado interbancário para fazer empréstimos com os
bancos que têm sobra de caixa.

Isso ocorre porque as instituições financeiras não podem terminar o dia


com caixa negativo. Trata-se de uma medida de segurança, para manter o
sistema financeiro saudável e estável.

3.1.4.3. Taxa TR

Taxa Referencial é a taxa básica de nossa economia e é utilizada para


correção de poupança, FGTS, e saldo devedor de financiamentos imobiliários.
O valor da TR é de responsabilidade do Banco Central do Brasil
(BACEN).
A TBF (Taxa Básica Financeira) é calculada pela taxa da LTN aplicando
um fator multiplicativo fixado em 0,93.

Conceito do Cálculo TR:

TBF= Taxa básica Financeira


R= Redutor

88
3.2. Políticas do Sistema Econômico

Metas para Inflação

Política Monetária Política Fiscal Política Cambial

3.2.1. Metas para inflação

Metas de Inflação é uma política econômica no qual o principal objetivo é


diminuir e manter a inflação em níveis baixos.
Para isto eles fazem um anúncio prévio de uma meta numérica para a
inflação em prazo predeterminado e se comprometem explicitamente de que
o Banco Central irá buscar o cumprimento desta meta fixada. Para alcançar a
meta estabelecida, muitas vezes pelo Governo, o BACEN deve utilizar todos os
instrumentos possíveis como a taxa de juros, o crescimento da base monetária
ou a taxa de câmbio.
Modelo adotado no Brasil desde 1999. O objetivo deste sistema é gerar
maior segurança e evitar o risco da hiperinflação, garantindo uma previsibilidade
por parte do mercado quanto á taxa de inflação.

OBS.: O órgão responsável pela definição da meta para inflação


(IPCA) é o CMN (Conselho Monetário Nacional).

89
Figura: Exemplo de Metas para Inflação

3.2.2. Política Monetária

É o conjunto de medidas que o governo adota para controlar a oferta de


moeda conforme os interesses econômicos do país. Entende-se como o
conjunto de medidas adotadas pelo Governo visando adequar os meios de
pagamento disponíveis às necessidades da economia do país, bem como,
controlar da quantidade de dinheiro em circulação no mercado e que permite
definir as taxas de juros (Selic).

Instrumentos utilizados para conduzir a política Monetária:

• Depósito compulsório: É a reserva obrigatória recolhida dos


depósitos bancários, conforme percentual fixado pelo Banco Central do Brasil
(BCB), com a finalidade de restringir ou de alimentar o processo de expansão
dos meios de pagamento. Objetivo é evitar o processo de multiplicação de capital
desenfreado.

90
• Operações de Redesconto: Operação de concessão de um
empréstimo por parte de um Banco Central a um banco comercial, para resolver
situações de dificuldades de tesouraria. Esse empréstimo é remunerado à
designada taxa de desconto. Essa operação é uma ferramenta do Banco Central
para regular a oferta monetária de um país. Se o Banco Central decide aumentar
as taxas de juros de uma operação de redesconto, fica mais difícil para um banco
comercial aumentar sua reserva monetária, diminuindo assim os ativos em
circulação. Porém, caso as taxas de juros para essa operação diminuam, é
facilitado o empréstimo aos bancos comerciais, aumentando a reserva monetária
e facilitando a concessão de crédito a seus clientes.

• Open Market (operações de mercado aberto): Mercado


de títulos no qual atuam um banco central e os bancos comerciais de um país e
no qual são comprados e vendidos os títulos da dívida pública. O
banco central promove leilões de títulos públicos com os dealers (principais
bancos do país) e participa das operações, comprando ou vendendo esses
títulos. Quanto maior a quantidade de Títulos comprados pelo governo maior a
quantidade de dinheiro em circulação na economia. Quanto maior a quantidade
de Títulos menor a quantidade de dinheiro em circulação na economia e maior a
quantidade de dinheiro em poder do governo.

Dentro da Política Monetária há duas políticas que são adotadas a fim de


controlar a quantidade de moedas em circulação no país, é a política monetária
expansionista e contracionista.

Política monetária expansionista: consiste em aumentar a oferta de


moeda, reduzindo assim a taxa de juros básica e estimulando investimentos
majoritariamente no setor privado. Essa política é adaptada em épocas de
recessão visando aumentar a demanda agregada e gerar novos empregos.

91
Política monetária contracionista: consiste em reduzir a oferta de
moeda, aumentando assim a taxa de juros e reduzindo os investimentos no setor
privado. Essa modalidade da política monetária é aplicada quando a economia
está a sofrer alta inflação, visando reduzir a procura agregada e,
consequentemente, o nível de preços.

Abaixo seguem exemplos de impactos em relação à política monetária:

“Política Expansionista”

RECOLHIMENTO OPERAÇÃO DE COMPRA TÍTULO


COMPULSÓRIO REDESCONTO PÚBLICO

“Política Contracionista”

RECOLHIMENTO OPERAÇÃO DE VENDA TÍTULO


COMPULSÓRIO REDESCONTO PÚBLICO

3. 4. 2.

92
3.2.2.1. COPOM – Comitê de Política Monetária

Copom é um órgão constituído no âmbito do Banco Central do


Brasil em 20 de junho de 1996, por meio da circular n° 2.698 com as finalidades
de estabelecer às diretrizes da política monetária e definir a taxa a básica de
juros. Tem, ainda, a competência específica de regular a liquidez da economia,
por meio dos instrumentos de política monetária.

É composto pela Diretoria do Banco Central..

São realizadas 8 reuniões anuais, sendo divulgado até outubro. Podem


ocorrer reuniões extraordinárias caso seja convocada pelo Presidente do Banco
Central. As reuniões ocorrem em dois dias (Terça e Quarta-feira), no primeiro dia
são apresentados dados e discussões no segundo dia acontece a votação e
definição de taxa de juros.

3.2.3. Política Fiscal

O conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza


despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a
redistribuição da renda e a alocação de recursos.

A função Estabilizadora: consiste na promoção do crescimento econômico


sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços.
A função Redistributiva: visa assegurar a distribuição equitativa da renda.
A função Alocativa: consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços
públicos, compensando as falhas de mercado.

93
Dentro da Política Fiscal há duas visões sobre as contas do setor público,
que são: Superávit/Déficit Primário e Superávit/Déficit Nominal.

Contas do setor Público:

Receitas Despesas
operacionais
Impostos (não Resultado
arrecadados financeiras)
Primário

Despesas
com juros
sobre a
Dívida
Pública

Resultado
Nominal

94
Superávit/Déficit primário: É o resultado da atividade pública sem as
despesas de pagamento da dívida pública (Juros).
Superávit/Déficit Nominal: É o resultado da atividade pública com o
pagamento das dívidas pública (Juros).

Dentro da Política fiscal há duas políticas que são adotadas a fim de


controlar a quantidade de produção e carga tributária de um país, são as políticas
fiscais expansionistas e contracionistas:

Política Fiscal Expansionista: É a tomada de medidas econômicas que


objetiva gerar um aumento da despesa pública ou redução de impostos. Os seus
objetivos são:

• Aumentar a despesa pública para aumentar a produção e reduzir o


desemprego;
• Impostos mais baixos, para aumentar o rendimento disponível ao
consumidor/investidor, causando aumento de consumo e investimento das
empresas, em conclusão, uma mudança no sentido da demanda
agregada (expansão);

Política Fiscal Contracionista: É a tomada de decisão que visa uma


redução de gastos governamentais público ou aumento os impostos, ou ainda
uma combinação de ambos. Os seus objetivos são:

• Reduzir os gastos do governo para desacelerar a produção;


• Aumentar os impostos para que as pessoas não consumam tanto
e as empresas invistam menos, consequentemente desloca a demanda
agregada (contração);

95
“Política Expansionista”

IMPOSTOS DESPESA
PÚBLICA

“Política Contracionista”

IMPOSTOS DESPESA
PÚBLICA
6.
5.

3.2.4. Política Cambial

Política cambial tem como principal objetivo manter o equilíbrio no fluxo


de entrada e saída de moeda estrangeira de tal forma que a taxa de câmbio
possa se manter em um patamar que atenda os interesses do governo no
cenário econômico que o país se encontra.
Existem momentos em que o governo adota medidas para valorizar o real
(o dólar fica mais barato). Existem momentos em que o governo adota medidas
que desvalorizam o real (o dólar fica mais caro).
Muitas vezes as variações cambiais são um efeito colateral de outras
políticas econômicas. O objetivo é sempre buscar um equilíbrio, evitando
alterações bruscas da taxa de câmbio e dos preços influenciados por ela. Estas
mudanças bruscas sempre prejudicam as empresas, população e governo.

96
É papel do Banco Central é adotar medidas para evitar a volatilidade
que é a variação rápida do valor da moeda.
Existem três regimes de câmbio diferentes que os governos podem
adotar:

Regime de câmbio flutuante: O preço da moeda estrangeira é


determinado pelas leis de oferta e demanda sem interferência do Banco Central.
Quando a oferta de dólares no país é muito grande o seu preço tende a cair.
Quando existem poucos dólares diante de muito interesse pela moeda o preço
tende a subir. Neste regime o Banco Central não fica comprando e vendendo
dólares para influenciar no preço da moeda. Quem determina a taxa de câmbio
é o mercado em um consenso geral.

Exemplo: Câmbio Flutuante

Regime de câmbio flutuante sujo: Sistema no qual o Banco Central


observa o comportamento do mercado decidindo o momento de intervir, para
evitar uma excessiva desvalorização ou valorização da moeda. Atualmente é o
regime de câmbio adotado pelo Brasil, e o Banco Central utiliza as operações de
“swaps cambiais” a fim de intervir no mercado de câmbio.

97
Exemplo: Câmbio Flutuante Sujo

Regime de câmbio fixo: Existem países onde o nível de interferência do


estado na economia é muito elevado e neles encontramos o regime de câmbio
fixo. Neste tipo de regime o Banco Central está sempre comprando e vendendo
dólares para evitar a variação do seu preço. Para utilizar o câmbio fixo é
necessário que o país tenha uma grande reserva de dólares. Quando falta
dinheiro o país se vê obrigado a pedir empréstimos internacionais, já que não
pode imprimir dólares.

Exemplo: Câmbio Fixo

98
Regime de câmbio híbrido: A mistura do câmbio fixo e câmbio flutuante.

Efeitos da alta do dólar na economia:

Real desvalorizado (dólar caro) ► Inflação sobe (↑)


Real desvalorizado (dólar caro) ► Balança Comercial sobe (↑)
Real desvalorizado (dólar caro) ► PIB sobe (↑)

Efeitos da alta do dólar na economia:

Real valorizado (dólar barato) ► Inflação Cai ( )


Real valorizado (dólar barato) ► Balança Comercial Cai ( )
Real valorizado (dólar barato) ► PIB Cai ( )

Valorização do Dólar

99
Desvalorização do Dólar

Cupom cambial: é a taxa de juro obtida a partir da diferença entre a taxa


acumulada do depósito interbancário (DI) e a taxa de câmbio no período da
operação (PTAX 800 de venda).
Pode-se dizer então que o cupom cambial é uma taxa de juros em dólar,
ou se preferir, é a remuneração em reais dos dólares investidos no Brasil, e
quanto maior o cupom cambial, maior será a atratividade da entrada de recursos
na economia. Caso houver um aumento na taxa de juro ou valorização cambial,
a taxa do cupom cambial também aumentará.

Existem dois tipos de cupom cambial:


• Cupom Cambial Sujo – DDI – é calculado com base na PTAX de
um dia anterior, sendo contaminado pela variação cambial. A variação do dólar
do dia útil anterior à data da operação é utilizada, porém a variação na data do
vencimento do contrato não é utilizada;

• Cupom Cambial Limpo – FRC – é retirado o efeito da variação


cambial, isto é, é substituído a PTAX do dia anterior à operação pela taxa do
dólar spot;

100
Reserva internacional: são os depósitos em moeda estrangeira
dos bancos centrais e autoridades monetárias. São ativos dos bancos centrais
que são mantidos em diferentes reservas, como o dólar americano, o euro ou
o iene, e que são utilizados no cumprimento dos seus compromissos financeiros,
como a emissão de moeda, e para garantir as diversas reservas bancárias
mantidas num banco central por governos ou instituições financeiras.

Contas externas: É o registro das transações de um país com o resto do


mundo. No Brasil, os valores são expressos em dólares americanos, mesmo
quando são efetuados com outros países que não os EUA. Duas grandes contas
formam o balanço de pagamentos de um país:

A) Conta Corrente:
Engloba os registros de três outras contas: a balança comercial, a conta
de serviços e rendas e as transferências unilaterais:
• Balança comercial:
Registra o comércio de bens, na forma de exportações e importações.
Quando as exportações são maiores que as importações temos um
superávit na Balança Comercial.
Um déficit ocorre quando as importações são maiores que as
exportações.
• Conta de Serviços e Rendas:
Inclui os pagamentos/recebimentos relacionados com o comércio de
bens, como fretes e seguros, as receitas/despesas com viagens internacionais,
o aluguel de equipamentos, os serviços governamentais, a exportação e
importação de serviços e o pagamento/recebimento de juros e de lucros e
dividendos.

• Transferências Unilaterais:
Contabilizam o saldo líquido das remessas de recursos ou doações feitas
entre residentes no Brasil e residentes em outros países.

101
B) Conta de Capitais:
Registra o saldo líquido entre as compras de ativos estrangeiros por
residentes no Brasil e a venda de ativos brasileiros a estrangeiro;

3.3. Conceito Básico de Finanças

3.3.1. Taxa de Juro Nominal e Taxa de Juro Real

Taxa de Juro Nominal: As taxas de juros nominais são aquelas em que


a taxa de juros é um valor aparente (taxa de Juros Bruta, ou seja, a taxa de juros
divulgada), e não representa o custo efetivo do dinheiro seja ele recebido ou
desembolsado.

Ex.: Um investimento rendeu 18% no ano. (Esta é a taxa de juros


Nominal).

Taxa de Juros Real: As taxas de juro real, em contrapartida levam em


consideração a inflação e todos os demais custos envolvidos na negociação. É
a taxa nominal dividido pela taxa de inflação do período, na qual considera
somente o ganho real do seu investimento.

102
Cálculo:

Ex.: Um investidor, ao realizar um investimento, receberá taxas pré-


estabelecidas, investindo R$ 10.000,00 e receberá, no prazo máximo de um ano,
o percentual de 30% de rendimento. Se a inflação do período foi de 3%.
Determine a taxa real de juros deste investimento?

Taxa Real= _1+ 0,3__ - 1 * 100 = 26,21%


1+ 0,03

3.3.2. Taxa Equivalente Versus Taxa de Juros Proporcional

Taxa Equivalente: As taxas equivalentes irão produzir um mesmo


montante que a outra operação, porém com períodos de capitalização
(rendimento de juros) diferente da taxa original. No mesmo exemplo o
investimento que rende 10% ao ano renderá 0,79% a.m. Seu principal objetivo
é buscar traduzir diversos períodos de investimento trazendo para a avaliação
de investimento a taxa que equivale a determinado período de investimento.

OBS.: Taxa de juros equivalentes são utilizados somente em juros


compostos.

103
Fórmula:

Obs.: Não é cobrado na prova

Ex.: Qual a taxa equivalente ao mês de uma aplicação que oferece uma rentabilidade
de 12% ao ano?
iq = [( 1 + 0,12 ) ^ 1/12]-1
iq = 0,94%

Taxa de Juros Proporcionais: Duas taxas de juros são consideradas


proporcionais quando possuem períodos de capitalização diferente e se
aplicadas sobre um mesmo montante inicial produzem um mesmo valor final.

OBS: Somente usada em juros simples.

Fórmulas:

Taxa de Juro Proporcional = Taxa x Período

Usado quando se deseja saber de Juros Mensais para Juros Anuais,


Usado de períodos menores para períodos Maiores.

Taxa de Juro Proporcional = Taxa / Período

Usado quando se deseja saber de Juros Anuais para Juros Mensais.


Usado de Períodos Menores para Períodos Maiores.

Usando o exemplo anterior de 10% anuais, teríamos o valor de 0,83% a.m.


Usando o cálculo de (10/12= 0,83).

104
3.3.3. Capitalização Simples e capitalização composta.

Capitalização Simples: Os juros incidem somente sobre o capital Inicial.


Sendo assim a correção e valorização irão ocorrer somente sobre o valor que foi
aplicado.
Fórmula:

Ex.: Qual o valor do montante produzido por um capital de R$


1.200,00, aplicado no regime de juros simples a uma taxa mensal de 2%
durante 10 meses

105
Capitalização Composta: Os juros incidem sobre o capital acrescido os
juros de período anterior. Famoso Juros sobre Juros.

Fórmula:

Ex.: Qual o montante gerado pelo capital de R$ 1.500,00 aplicados a juros


compostos durante 6 meses, a uma taxa de 2% a.m.?

106
3.3.4. Fluxo de pagamentos, relações e conceitos

3.3.4.1. Valor presente, valor futuro e desconto

Valor Presente: é a fórmula matemático-financeira capaz de determinar


o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros
apropriada;

Valor Futuro: é a fórmula matemático-financeira capaz de determinar o


valor futuro de pagamentos futuros adicionados a uma taxa de juros apropriada;

Desconto: é a taxa utilizada para determinar o valor do dinheiro na data


de hoje que será recebido somente em algum momento do futuro.

107
3.3.4.2. Fluxo de Caixa: Cupom e Amortizações

Fluxo de caixa é o método de avaliar as receitas futuras através de juros


que serão recebidos criando uma projeção de recebimento de capital.
O conceito do cupom no sistema de fluxo de caixa significa como você irá
receber os seus juros, se será no final do investimento (zero Cupom), ou se
receberá juros periódicos (cupom).
O conceito de amortização é um processo de extinção de uma dívida
através de pagamentos periódicos, que são realizados em função de um
planejamento, de modo que cada prestação corresponde à soma do reembolso
do capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor, podendo ser o
reembolso de ambos, sendo que os juros são sempre calculados sobre
o saldo devedor

108
3.3.4.3. Zero Cupom

Tipo de título que não paga nenhum juro durante o seu prazo de duração.
O rendimento total, acrescido do valor principal que foi investido, será pago no
vencimento do título.

3.3.4.4. Prazo médio e vencimento

Prazo médio dos ativos em carteira dos fundos de investimento. É a média


ponderada de todos os vencimentos dos ativos que estão em determinada
carteira.

109
3.3.4.5. Taxa Interna de retorno (TIR)

É a taxa que visa determinar a rentabilidade de um investimento. Um


investimento é atrativo quando sua TIR é superior à taxa do Custo de
Oportunidade.

3.3.4.6. Custo de Oportunidade

É o quanto o investidor deixa de ganhar por optar por um outro


investimento. Ao escolher por outra opção, está deixando de ganhar uma taxa
na primeira opção que o mesmo possuía.

Ex.: Investidor possui a possibilidade de investir em uma ação com


potencial de ganho de 20% e possui a possibilidade de receber em um título pré-
fixado o valor de 12%.

Neste caso se o cliente desejar investir nas ações e não obter o ganho
esperado, o custo de oportunidade seria a possibilidade de investir com ganho
certo no título pré-fixado.

3.3.4.7. Taxa Livre de Risco (conceito)

É a taxa na qual a sua volatilidade é próxima de zero, sendo assim são


títulos que possuem um risco baixíssimo. No Brasil são considerados ativos
livre de risco ativos atrelados à SELIC e CDI.

110
3.3.4.8. Custo médio Ponderado de Capital

É uma taxa que mede a remuneração requerida sobre o capital investido


em uma determinada empresa ou entidade com fins lucrativos. Essa taxa mede
também o custo de oportunidade dos investidores ou credores do negócio.
É obtido pelo custo de cada fonte de capital, ponderado por sua respectiva
participação na estrutura de financiamento da empresa.

Formula:

WACC = custo médio ponderado de capital


CP = capital próprio avaliado a preços de mercado
CT = capital de terceiros avaliado a preços de mercado
iCP = custo do capital próprio (remuneração do acionista)
iCT = custo do capital de terceiros (remuneração dos credores)
T = alíquota de imposto de renda

3.3.4.9. Alavancagem Financeira

Alavancagem é a quantidade de dinheiro emprestado na estrutura social


da empresa, possuindo seus benefícios, uma empresa que é alavancada possui
menor custo de capital e menor tributação de imposto de renda, porém o
endividamento possibilita mais crescimento e menor WACC, porém aumenta o
risco de inadimplência e por consequência de falência da empresa. Quanto mais
alavancada, mais arriscada fica a empresa

111
3.3.4.10. Retorno Histórico

Rentabilidade Esperada: É a rentabilidade que o investidor espera


receber diante da sua aplicação. É uma rentabilidade relacionada com o futuro
de um ativo ou uma carteira;

Rentabilidade Observada (Histórico): É a rentabilidade que foi


efetivada, que já ocorreu. É a rentabilidade divulgada pelos fundos de
investimentos e índices. Está relacionada com o passado de um ativo ou de uma
carteira;

RENTABILIDADE RENTABILIDADE
OBSERVADA ESPERADA

PASSADO FUTURO

112
4. Instrumentos de Renda Variável e Renda Fixa

Este módulo equivale de 17% a 25% do conteúdo que cairá em sua prova.
Este módulo busca apresentar o conhecimento de produtos de renda Fixa e
Variável, mostrando os principais investimentos neste mercado e suas
características.

Renda Fixa Renda Variável


• É possível conhecer a rentabilidade Não é possível saber qual será sua
no início da operação. rentabilidade.

4.1. Ações

Ação é a menor fração do capital social da empresa (você compra um


pedaço da empresa e se torna sócio). Todo o titular (dono) de uma ação é Sócio
da empresa na qual investiu e por este motivo investimentos em ações não
possuem risco de crédito, pelo fato na qual quando você investe em ações você
se torna sócio da empresa não havendo necessidade da empresa retornar o seu
dinheiro investido.

Figura: Exemplo de participação dos sócios no % de ações da empresa

113
Ação ordinária: É um tipo de ação que garante poder de voto dentro da
empresa. Este tipo de acionista pode votar durante as assembleias (reunião)
sendo assim é uma modalidade de ação na qual o acionista possui poder de
decisão dentro da empresa.

Ação preferencial: É um tipo de ação que garante a preferência no


recebimento dos dividendos, porém não possui e nem garante direito a voto nas
assembleias e reuniões e recebem 10% a mais em dividendos em relação a ação
ordinária.

Obs.: Caso a companhia fique três (3) anos sem pagar dividendos, as
ações preferenciais passam a ter direito de voto.

Certificados ou Recibos de depósitos de Valores Mobiliários (ADR–BDR)

ADR (American Depositary Receipts): São títulos negociados no


mercado americano que têm como lastro ações de uma empresa que está
instalada fora deste país.

Ex.: Há ações brasileiras que são negociadas no mercado americano,


como ADR da Petrobras, Vale, Itaú.

BDR (Brazilian Depositary Receipts): São títulos negociados no


mercado brasileiro que têm como lastro ações de uma empresa que está
instalada fora deste país.

Ex.: Há ações americanas negociadas no mercado brasileiro, Facebook,


Burger King, Google. A maioria das BDRs são negociadas somente por
investidores qualificados.

114
Direito do acionista

Bônus Subscrição: A Subscrição é um aumento de capital deliberado


por uma Empresa, com o lançamento de novas ações, para obtenção de
recursos. Os acionistas da empresa têm preferência na compra dessas novas
ações emitidas pela companhia, na proporção que lhe couber, pelo preço e no
prazo preestabelecido pela empresa.

OBS.: Porém, se por assembleia for determinada que não há o


benefício da subscrição, caso ocorra aumento de capital (aumento da
quantidade de ações) por parte da empresa, os acionistas atuais não terão
o benefício de prioridade na compra destas ações.

4.1.1. Assembleia Geral e Assembleia Extraordinária

Assembleia Geral

Nos termos do art. 124 da lei 6.404/76 a Assembleia Geral deve ocorrer
anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício
social, deverá haver 1 (uma) assembleia geral para:

I. Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as


demonstrações financeiras;
II. Deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a
distribuição de dividendos;
III. Eleger os administradores e os membros do conselho fiscal,
quando for o caso;
IV. Aprovar a correção da expressão monetária do capital social;
V. autorizar a emissão de debêntures;

115
A companhia aberta deverá enviar à CVM edital de convocação da
assembleia geral ordinária, em até 15 (quinze) dias antes da data marcada
para a sua realização ou no mesmo dia de sua primeira publicação, o que
ocorrer primeiro.

Deverá enviar também todos os documentos necessários ao exercício do


direito de voto nas assembleias gerais ordinárias. Além disso, disponibilizará o
sumário das decisões tomadas na assembleia, no mesmo dia da sua realização,
e ata da assembleia geral ordinária, em até 7 (sete) dias úteis de sua realização.

Assembleia Extraordinária

A assembleia geral extraordinária de acordo com a lei 6.404/76 que tiver


por objeto a reforma do estatuto somente se instalará em primeira convocação
com a presença de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do
capital com direito a voto, mas poderá instalar-se em segunda com qualquer
número.
OBS.: Assembleia geral ordinária e a Assembleia geral extraordinária
poderão ser, cumulativamente, convocadas e realizadas no mesmo local, data e
hora, instrumentadas em ata única.

116
4.1.2. Direitos dos acionistas

Todos os acionistas estão protegidos pela lei n° 6.404/76, na qual rege o


mercado de valores mobiliários. Os acionistas possuem os seguintes direitos:

• Voto, direito total para os acionistas ordinários e para os acionistas preferenciais


este direito somente ocorre caso a companhia deixe de pagar durante três (3)
exercícios sociais seguidos a distribuição nos lucros;
• Participação nos lucros, lembrando que os acionistas preferenciais ganham 10%
a mais do que os acionistas ordinários;
• Participação no acervo em caso de liquidação possui o direito sobre o patrimônio
e ativos da empresa;
• Preferência de subscrição, direito de prioridade de compra na emissão de novas
ações;
• Preferência de retirada, na qual o acionista vende sua participação na empresa;

Remuneração dos acionistas

Dividendos: São parcelas de lucros de uma empresa que são distribuídos


aos seus acionistas como remuneração. Por lei a empresa deve distribuir no
mínimo 25% do seu lucro líquido.
OBS.: Nos dividendos quem é tributado no imposto de renda é a empresa.
OBS.: O valor pago em dividendos é descontado do valor da ação.

Juros sobre capital próprio: É o sinônimo dos dividendos, porém o que


muda é a forma de tributação. É Uma das formas de uma empresa distribuir o
lucro entre os seus acionistas, titulares ou sócios (a outra é sob a forma
de dividendos). Nesta modalidade o pagamento da distribuição do lucro é
dedutível do lucro tributável da empresa.
OBS.: Nos Juros sobre Capital próprio quem é tributado no imposto de
renda é o investidor.
OBS.: O valor pago em juros sobre capital próprio é descontado do valor
da ação.

117
Bonificação: Uma bonificação é um pagamento feito por uma empresa
aos seus acionistas, em espécie ou em ações. Normalmente, o valor da
bonificação é deliberado na assembleia geral e corresponde à uma parte dos
lucros da empresa que ficaram retidos na conta de reservas da empresa.

Ex.: Empresa possui um lucro em suas reservas e não deseja expandir


seus negócios, decide via assembleia dos acionistas que estes lucros serão
distribuídos aos seus acionistas, sendo assim o acionista recebe esta
bonificação por lucros que foram recebidos em períodos passados.

4.1.3. Direito de representação

Acionista Controlador

De acordo com a Lei 6.404/76 Pessoa física ou jurídica, ou grupo de


pessoas vinculadas por acordo de acionistas, que possui a maioria dos votos
(Ações Ordinárias, possuindo mais de 50% de participação na empresa)
nas deliberações da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos
administradores da companhia, e usa efetivamente seu poder para dirigir as
atividades sociais e orientar o funcionamento da companhia.

Acionista Minoritário

Acionista que não detêm uma quantidade significativa de ações


ordinárias, com direito a voto, que lhe permita manter o controle acionário de
uma empresa. Abaixo segue alguns direitos que os acionistas minoritários
possuem:

118
I. Participar nos lucros sociais, recebendo dividendos, juros sobre o capital
e bonificações;
II. Comparecer às assembleias e, conforme a espécie da ação, votar;
III. Ter acesso às demonstrações financeiras da companhia, às informações
eventuais (ex.: fatos relevantes) e periódicas (como o Formulário de Referência)
e aos seus atos societários;
IV. Fiscalizar, na forma da Lei das Sociedades por Ações, a gestão dos
negócios sociais;
V. Receber extratos de sua posição acionária;
VI. Exercer eventuais direitos de subscrição;
VII. Participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
VIII. Dispor dos meios e procedimentos legais para fazer assegurar os seus
direitos, que não podem ser afastados pelo estatuto;

Tag along

É um mecanismo de proteção a acionistas minoritários de


uma companhia que garante a eles o direito de deixarem uma sociedade, caso
o controle da companhia seja adquirido por um investidor que até então não fazia
parte da mesma.

O tag along garante que o comprador das ações dos controladores, faça
uma oferta pública aos acionistas minoritários, por 100% do valor pago pelas
ações dos controladores para o nível de governança corporativa tipo novo
mercado, 100% das ações ON e PN para o tipo nível 2 e 80% do valor para as
ações ON conforme a legislação para o tipo Nível 1. Cabe aos minoritários
aceitarem ou não a proposta.
O tag along é previsto na legislação brasileira (Lei das S.A., n° 6.404/76
Artigo 254-A) e assegura que a alienação, direta ou indireta, do controle
acionário de uma companhia somente poderá ocorrer sob a condição de que o
acionista adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das demais
ações ordinárias, de modo a assegurar a seus detentores o preço mínimo de
80% do valor pago pelas ações integrantes do bloco de controle.

119
4.1.4. Oferta Primária e Secundária

Oferta pública de distribuição, primária ou secundária, é o processo de


colocação, junto ao público, de certo número de títulos e valores mobiliários para
venda.

As ofertas podem ser primárias ou secundárias. Quando a empresa vende


novos títulos e os recursos dessa venda vão para o caixa da empresa, as ofertas
são chamadas de “Oferta Primária”. Por outro lado, quando não envolvem a
emissão de novos títulos, caracterizando apenas a venda de ações já existentes
- em geral dos sócios que querem desinvestir ou reduzir a sua participação no
negócio - e os recursos vão para os vendedores e não para o caixa da empresa,
a oferta é conhecida como “Oferta Secundária (block trade)”.

Oferta Primária e Oferta Secundária

120
Diluição

Quando há uma subscrição de ações ou oferta subsequente primária, os


atuais acionistas têm que decidir se exercem seus direitos (caso a oferta primária
dê direitos preferenciais na aquisição das novas ações. O investidor deve
exercer esses direitos para que a sua participação na empresa não seja
diminuída.

Principais canais de distribuição

Local onde serão intermediadas as compras e vendas de ação:

• Corretora de Valores Mobiliários.


• Distribuidora de Valores Mobiliários.
• Agências Bancárias.
• Home Broker.

Despesas incorridas na negociação:

Corretagem: Valor pago as corretoras pela intermediação de compra e


venda de ações, títulos e valores mobiliários. O valor cobrado pelas corretoras
sobre a compra e venda de ações.

Custodia: Tarifa cobrada mensalmente como manutenção de


investimento, para garantir a guarda e titularidade de suas ações, paga a
Clearing House.

Emolumentos: Os emolumentos são cobrados pelas Bolsas de Valores


por pregão na qual tenha ocorrido negociação por ordem do investidor. A taxa
de custódia cobrada é de 0,035% do valor financeiro da operação.

121
4.1.5. Precificação

FLUXO DE CAIXA POR AÇÃO

O fluxo de caixa da empresa é definido como o lucro líquido da empresa


mais depreciação e amortização no mesmo período, o fluxo de caixa por ação
mede a relação entre o valor do fluxo de caixa da empresa pelo número total de
ações da empresa.

Ex.: Fluxo de Caixa Líquido= R$ 1.000.000,00


Total de ações= 10.000
Fluxo de caixa por ação= R$ 100,00

O fluxo de caixa é analisado através de três vertentes:


• Fluxo de caixa operacional (FCO): Resultado Líquido das atividades
operacionais;
• Fluxo de caixa de Investimento (FCI): Resultado Líquido dos
investimentos realizados;
• Fluxo de Caixa de Financiamento (FCF): Resultado Líquido dos
empréstimos e emissões de títulos;

ÍNDICE DE LUCRO POR AÇÃO – LPA

O índice LPA representa a parcela do lucro líquido pertencente a cada


ação. Busca avaliar o quanto cada ação representa no resultado do lucro líquido.
Quanto maior o Índice Lucro por ação, melhor será esta ação.

LPA = Lucro Líquido / Número de Ações Emitidas

122
ÍNDICE PREÇO/LUCRO DE UMA EMPRESA – (P/A)

O índice Preço/Lucro de uma ação (também conhecido por múltiplo de


lucros ou P/LPA) é um índice usado para medir quão baratos ou caros os preços
das ações estão. É provavelmente o mais consistente indicador de ressalva
quanto ao otimismo excessivo no mercado. Serve também como um marcador
de problemas e de oportunidades de negócio. Relacionando o preço e os lucros
por ação de uma companhia, pode-se analisar a avaliação de mercado das
ações de companhias relativa à riqueza que a companhia está criando
realmente. O índice P/L é calculado da seguinte forma:

Índice P/L = Preço por Ação


Lucro por Ação

É uma indicação do número de anos que se levaria para reaver o capital


aplicado (investido) na compra de uma ação, por meio da distribuição de
dividendos.

CÁLCULO DO EV/EBITDA

Este indicador mede quantos anos seriam necessários para se pagar o


valor de mercado da empresa.

EV = Enterprise Value (EV) é a medida dada pelo mercado do valor de


uma empresa do ponto de vista agregado de todas as suas fontes de
financiamentos: credores, acionistas preferenciais, acionistas minoritários (em
subsidiárias) e acionistas

EBITDA: Ebitda é a sigla em inglês para earnings before interest, taxes,


depreciation and amortization, que traduzido literalmente para o português
significa: "Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

123
ANÁLISE TÉCNICA (GRÁFICA)

A Análise Técnica, ou gráfica estabelece projeções para os preços das


ações baseadas na observação do comportamento passado através da
visualização gráfica: sua demanda e oferta e a evolução passada dos volumes
negociados e os preços das ações.
Em resumo, a análise técnica estuda as movimentações nos preços
passados e, a partir daí, explica a sua evolução futura.

ANÁLISE FUNDAMENTALISTA

Afirma que há um valor para cada ação baseado no desempenho


econômico-financeiro da empresa, comparando empresas do mesmo setor,
setores diferentes e análises conjunturais, considerando variáveis internas e
externas à empresa e suas influências sobre o valor da ação.
Portanto, a análise Fundamentalista utiliza-se de informações quanto à
empresa, ao setor a que ela pertence, ao mercado de ações e à conjuntura
econômica.

124
4.1.5.1. Estratégia de Precificação em ações

A seguir veremos dois conceitos que são utilizados para aumentar ou


diminuir a liquidez das ações no mercado de ações, uma observação importe
para estes dois conceitos são que “Havendo Grupamento (INPLIT) ou
Desdobramento (SPLIT), não há alteração no capital social da empresa”. O
capital social continua o mesmo, a única alteração é em relação ao preço e
quantidade de ações permanecendo inalterado o capital social inalterado.

PREÇO QUANTIDADE
AÇÃO AÇÃO

Grupamento (inplit): Reduzir a quantidade de ações aumentando o


valor de cada ação. (Objetivo: reduzir a liquidez).

Ex.: Uma empresa possui um Capital social de R$ 1.000,00 e possui 10


ações, na qual são cotadas a R$ 100,00.
Quando a empresa decide fazer o Grupamento 1:2 sua ação agora irá
valer R$ 200,00 e a empresa possuirá “5” ações no seu capital social.

PREÇO QUANTIDADE
AÇÃO AÇÃO

AÇÃO

125
Desdobramento (split): Aumenta a quantidade de ações reduzindo o
valor da ação. (Objetivo: dar maior liquidez).

Ex.: Uma empresa possui um Capital social de R$ 1.000,00 e possui 10


ações, na qual são cotadas a R$ 100,00.

Quando a empresa decide fazer o desdobramento 2:1 sua ação agora irá
valer R$50,00 e a empresa possuirá 20 ações no seu capital social.

PREÇO QUANTIDADE
AÇÃO AÇÃO

126
4.1.6. Conceitos Gerais de Práticas de Boa Governança
Coorporativa

Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade


alinhar os objetivos da administração da companhia aos interesses dos
acionistas.
Para tanto, estabelece um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas
e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre investidores
(acionistas/cotistas), Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria
Independente e Conselho Fiscal. A análise das práticas de governança
corporativa aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente:

• Transparência;
• Equidade de tratamento dos acionistas;
• Prestação de contas e responsabilidade corporativa;
• Boas práticas de governança corporativa logram aumentar o valor
de uma companhia, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua
perenidade;

Governança corporativa é o conjunto de mecanismos de incentivo e


controle que visam assegurar que as decisões sejam tomadas em linha com os
objetivos de longo prazo das organizações. Entre os mecanismos de
governança, destacam-se a existência de:

I. Conselho de administração ativo e que atue com independência;


II. Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com
excelente reputação no mercado, experiência e firme compromisso de dedicação
ao Conselho;
III. Comitê de Auditoria composto exclusivamente por membros
independentes;

127
Novo mercado, Nivel 2 e Nivel 1

128
129
4.1.7. Tributação:

A tributação no mercado de ações é de responsabilidade do investidor,


sendo assim ele deve recolher o imposto sobre os ganhos de capital sempre no
último dia útil do mês seguinte em relação ao mês na qual obteve ganhos
financeiros.

Ex.: Cliente obteve ganhos financeiros no mês de agosto, o imposto de


renda sobre estes ganhos somente deverá ser pago no último dia útil de
Setembro.

Tributação em ações:

Isenção de pagamento de Imposto de renda: Somente ocorre isenção


do pagamento sobre o imposto de renda em vendas realizadas no mês que não
ultrapasse o valor de R$ 20.000,00.

Ex.: Investidor comprou ações da Petrobras em Maio no pagamento no


total R$ 15.000,00, o mesmo vendeu estas ações no valor total de R$ 19.800,00
e vendeu no mês de junho. Sendo assim, como as vendas foram abaixo de R$
20.000,00 não há incidência de imposto de renda.

130
Compensação de perdas: É a possibilidade de ficar isento do pagamento
de imposto de renda por ter tido prejuízo em determinado mês, porém só é
possível ficar isento caso tenha auferido perda de capital em operações com
ações no mês atual e em meses anteriores.

Ex.: Investidor teve prejuízo de R$ 10.000,00 no mês anterior, porém


neste mês ele ganhou R$ 10.000,00, este investidor está isento do pagamento
do imposto de renda.

4.2. Renda Fixa

4.2.1. Principais conceitos e características de instrumento de


renda fixa:

Data de emissão: é a data na qual um título é emitido. É a data de início


do direito do investidor em determinado título e a data de início da obrigação do
pagamento por parte do emissor do título.

Valor Nominal Atualizado (VNA): Valor nominal atualizado diariamente


de um título. Valor nominal de emissão atualizado pelo indexador do título
(SELIC, IPCA, IGP-M, e etc.), sem considerar os juros a serem pagos pelo
emissor.

Juros “Acruados”: Também conhecidos como juros decorridos entre as


datas de dois rendimentos, calcula-se quanto já foi acumulado de rendimentos
até a data de referência. É o Cupom do título multiplicado pelo fator de tempo,
que é definido da última data de cupom até a data de liquidação.

131
Formas de Remuneração:

• Prefixado: Um título é prefixado quando o valor dos rendimentos é


conhecido no início da operação.
• Pós-Fixado: Um título é pós-fixado quando o valor dos juros somente é
conhecido no momento do resgate, e sua rentabilidade é atrelada a
diversas taxas de juros, índices de preço, índices e etc. As principais
são: CDI, SELIC, TR, TBF, IPCA e IGP-M.

Amortização e Pagamento de juros

Os juros de um título podem ser amortizados com:

• Com CUPOM: Pagamento de juros periódicos.;

• Sem CUPOM: Pagamento dos juros somente no vencimento;

Exemplo de título ZERO cupom: Investir 10.000 e após 4 anos, resgatar


o título, recebendo de volta o principal + juros de 10% ao ano, acumulado (do
período). Nesse caso o valor total de resgate será de R$10.641,00 (10.000 de
principal + 641,00 de juros).

132
Exemplo de título COM cupom: Investir 1.000 por 5 anos, receber
durante esse período cupons de juros anuais de 10%. Dessa maneira o
investidor irá receber após cada ano 100,00 (10% sobre o principal) e no
vencimento do título 1.100,00 (1.000 de principal e 100 referente aos juros do
último período), totalizando 1.500,00.

Cláusulas Investimentos em Renda Fixa

Covenants (Vencimento Antecipado): são itens dos contratos dos


empréstimos e financiamentos, criados para proteger o interesse do credor.
Estes itens estabelecem condições que não podem ser descumpridas; caso isto
ocorra, o credor poderá exigir o vencimento antecipado da dívida.

São exemplos de investimentos que possuem esta cláusula: Debêntures,


Títulos Municipais, Títulos Estaduais.

133
Cross Default (vencimento antecipado): Quer dizer que se uma dívida
do emissor vencer e ele ficar inadimplente, seus títulos/debêntures também
estarão vencidos automaticamente. Ou seja, se ele não pagar um título ou os
juros, as dívidas podem ser declaradas vencidas automaticamente. É como se
fosse um “bloco único” de obrigações inter-relacionadas.

Ex: Títulos do Governo Grego, na data do seu vencimento o governo não


possuía dinheiro (Recursos Suficientes) para arcar com o pagamento dos Juros
+ Principal (Capital Investido), com isso o investimento vence e possui calote
(não pagamento)

Resgate Antecipado: os Títulos podem ter na escritura de emissão


cláusula de resgate antecipado, que dá ao emissor (a empresa que está
captando recursos) o direito de resgatar antecipadamente, parcial ou totalmente
os títulos em circulação.

4.2.2. Títulos Públicos

Os Títulos Públicos Federais são títulos de Renda fixa emitidos pelo


Governo Federal na qual busca através desta modalidade de investimento
financiar a sua dívida pública e garantir a entrada adicional de recursos
financeiros ao governo. Em contrapartida o governo cria uma obrigação de
pagamento de rendimentos (juros) na qual são determinados no momento da
compra do título. Esse rendimento pode ter sua remuneração:

• Prefixada;
• Pós-fixada;

Para os títulos Pós-fixados, por exemplo, tem-se dois indicadores (IPCA


e SELIC), que variam conforme o tipo.

Existem também aqueles que não possuem indexadores, os chamados


títulos Prefixados.

134
É possível negociar estes títulos diariamente no mercado financeiro,
através do Tesouro Direto, sendo assim não é necessário aguardar até o prazo
do vencimento do título para vende-lo.

Riscos dos Títulos Públicos:

• Risco de Crédito;
• Risco de Mercado;
• Risco de Liquidez

OBS: Títulos Públicos não Garantidos pelo Fundo Garantidor de


Crédito – FGC.

Principais Títulos públicos e sua Característica

As principais características dos títulos públicos estão em sua forma de


remuneração aos investidores, podendo ser Prefixadas, Selic ou IPCA, cada
forma de remuneração possui vantagens em determinados cenários econômicos
e possui este conhecimento é de extrema importância para o investidor.

Título (investimento) PREFIXADO

LTN (LETRA DO TESOURO NACIONAL)

Iniciaremos com a explicação do LTN (Letra do Tesouro Nacional) que


possui em sua característica ser um título PREFIXADO, na qual o pagamento
dos juros será realizado no vencimento do título público.
O LTN (Letra do Tesouro Nacional) é um ótimo investimento em
perspectivas de futuras quedas nas taxas de juros SELIC, isto por que quem
contratou um título prefixado que paga 15% a.a. estará garantido que receberá
esta remuneração independente do que aconteça com a taxa Selic.

135
Então se projetarmos uma possível queda da taxa Selic para 13% a.a., os
nossos títulos LTN (Letra do Tesouro Nacional) estarão pagando mais juros do
que o mercado estaria pagando com a SELIC. (veja o exemplo abaixo para
melhor fixar os conhecimentos)
Nesta situação caso os juros pagos pelo Título Prefixado seja maior que
a taxa Selic, este título possui uma atratividade gerando maior lucro ao investidor
do que o mercado (SELIC) está pagando atualmente, veja os exemplos abaixo:

• Prefixado 15% a.a. Uma aplicação de R$ 10.000,00 obteria um


rendimento no ano de R$ 1.500,00;
• Investimentos atrelados à Selic em 13% a.a. Uma aplicação de R$
10.000,00 obteria um rendimento no ano de R$ 1.300,00;

136
NTN-F (NOTA DO TESOURO NACIONAL – SÉRIE F)

Dentre os prefixados temos o NTN-F (Nota do Tesouro Nacional –


Série F), na qual sua única diferença em relação ao LTN é que o NTN-F paga
juros semestralmente ao investidor, quando o LTN (Letra do Tesouro Nacional)
só irá pagar os juros do investimento no vencimento do título.

Vejam acima que quanto maior for a taxa prefixada de um LTN em relação
a Taxa Selic maior será o ganho do título prefixado, porém caso a Taxa Selic
seja maior que o título prefixado menor será o ganho, visto título atrelados à
SELIC estarem pagando mais juros que os títulos prefixados.

137
“Pagamento dos Juros”

LTN NTN-F

VENCIMENTO SEMESTRAL

Título (investimento) PÓS-FIXADO

LFT (LETRA FINANCEIRA DO TESOURO)

O LFT (letra Financeira do Tesouro) é um título público que remunera o


investidor com a variação da Taxa Selic, sendo assim quanto maior for a alta da
taxa Selic maior será o ganho e quanto maior for a baixa da Taxa Selic menor
será o ganho do investidor.
Este Título pode ser comprado com:
• Ágio: pagamento de taxa na contratação; Você para um valor
adicional ao valor nominal do Título;
• Deságio: Ganho de juros (adicionais) na contratação; Você para
um valor menor ao valor nominal do título;
• Ao par: Não há diferença entre o valor pago e o valor nominal do
título;

Sendo assim no contexto geral, o LFT é um título público que possui seu
Benchmark a variação da Taxa Selic. Abaixo será apresentado o gráfico com a
variação hipotética da Taxa Selic em 7 anos e é possível ver períodos de alta e
baixa da taxa Selic, em períodos de alta o investidor irá ganhar maior
rentabilidade em seus investimentos e nos períodos de baixa sua rentabilidade
será reduzida.

138
Título (investimento) HÍBRIDO

NTN-B e NTN-B PRINCIPAL (NOTA DO TESOURO


NACIONAL)

O NTN-B principal (Notas do Tesouro Nacional) é um título público que


remunera o investidor com uma taxa prefixada mais a variação do IPCA, título
que sempre terá rentabilidade real positiva pois não sofre com os efeitos da
inflação e sim se beneficia da variação do IPCA. Este título é indicado para
investidores que desejam se proteger dos efeitos da inflação a longo prazo.
Nos títulos que remuneram o investidor com a taxa prefixada mais o IPCA
temos o NTB, na qual sua principal diferença está no pagamento de juros
semestrais, quanto o NTN-B Principal somente remunera o investidor no final
do vencimento do título.
Veja abaixo que quanto maior for a inflação do período maior será o ganho
do investidor, e quanto menor for a inflação menor será o ganho do investidor,
mas lembrando sempre que o valor mínimo de ganho já é conhecido pela taxa
prefixada, no qual no caso abaixo está em 5%.

139
“Pagamento dos Juros”

NTN-B NTN-B
(PRINCIPA
L)

VENCIMENTO SEMESTRAL

140
Explicação sobre Títulos Negociados com Deságio

Deságio é pagar um preço abaixo ao valor de emissão (nominal) dos


títulos, nesta situação esta diferença é explicada pelos juros que serão pagos ao
investidor até que se alcance o valor nominal (emissão).
Títulos Públicos com deságio são (LTN, NTN-F, NTN-B e NTN-B
Principal), sendo assim estes títulos serão negociados a um preço abaixo do
seu preço de emissão (nominal), estes títulos são emitidos no valor de R$
1.000,00.

Um exemplo prático sobre Deságio seria:


• Um investimento em LTN (possui valor de emissão) R$ 1.000,00,
e este será o valor que você receberá no vencimento do título;
• O preço desta LTN está atualmente em R$ 596,30. Isto quer dizer
que você está comprando um título publico por R$ 596,30, porém
ele vale R$ 1.000,00, esta diferença é o resultado que você terá
neste investimento;

Painel Resumido Títulos Públicos

141
Título sem CUPOM: Pagamento dos juros somente no Vencimento do
título;

Título Com Cupom: Título com pagamento de juros periódicos


(semestrais);

142
Tributação: A cobrança do imposto de renda incide somente no resgate
da aplicação e somente em relação do rendimento (LUCRO) obtido. O
responsável pelo seu recolhimento é o próprio governo.

A alíquota cobrada é regressiva e depende do tempo investido conforme


tabela abaixo:

IOF: Somente cobrado caso o investidor resgate sua aplicação em até 29


dias. Segue tabela regressiva do IOF.

143
4.2.3. Títulos Privados Bancários

4.2.3.1. Certificado de Deposito Bancário – CDB

O CDB é um título privado de renda fixa para a captação de recursos de


investidores pessoas físicas ou jurídicas, por parte das instituições financeiras a
fim de realizar empréstimos financeiros a seus clientes. O CDB pode ser
emitido por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos
múltiplos, com pelo menos uma destas carteiras descritas.

Rentabilidade:
• Prefixada
• Pós-Fixada

Prazo: O CDB pode ser negociado diretamente com a instituição


financeira (Banco) na qual deseja investir seu recurso. O CDB também pode ser
resgatado antes do prazo final caso o banco emissor concorde em resgata-lo.
No caso de resgaste antes do final do prazo, devem ser respeitados os prazos
mínimos. O resgaste é definido pelo emissor, podendo ser diário ou com prazo
de vencimento.

Garantia: O CDB possui a garantir do FGC – Fundo garantidor de crédito


que protege o investidor pessoa física em até R$250.000,00 por CPF e por
Instituição Financeira.

Riscos do CDB:
• Risco de crédito
• Risco de Liquidez
• Risco de Mercado

144
Tributação no CBD:

A cobrança do imposto de renda incide somente no resgate da aplicação


e somente em relação do rendimento (LUCRO) obtido. O responsável pelo seu
recolhimento (pagamento) é a Instituição Financeira. Além da cobrança do
Imposto de renda, pode ser cobrado o IOF (imposto sobre operações
Financeiras), caso o investidor resgate seus investimentos em até 29 dias do
início de sua aplicação.

A alíquota cobrada é regressiva e depende do tempo investido conforme


tabela abaixo:

IOF: Somente cobrado caso o investidor resgate sua aplicação em até 29


dias. Segue tabela regressiva do IOF.

145
4.2.3.2. Letras Financeiras

A Letra Financeira (LF) é um título de renda fixa emitido por instituições


financeiras com a finalidade de captar recursos de longo prazo, dado que tem
vencimento superior a dois anos.

A LF não pode ser emitida com valor nominal unitário inferior a:

• R$150.000,00, se não contiver cláusula de subordinação; ou


• R$300.000,00, se contiver cláusula de subordinação.

No caso da LF emitida com cláusula de subordinação, seus detentores


têm seu direito de crédito condicionado ao pagamento de outras dívidas da
instituição emissora em caso de falência ou inadimplência. Contudo, este tipo de
LF oferece benefícios contábeis aos emissores e, por esse motivo, tende a
proporcionar uma melhor remuneração quando comparada com a LF sem
cláusula de subordinação.
OBS.: Não Possui FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO

Tributação na Letra Financeira:

A Letra Financeira por sua característica a cobrança de 15% de imposto


de renda sobre o ganho financeiro, devido ao seu prazo mínimo de 2 anos de
investimento, porém na sua regra geral possui a tributação conforme os demais
investimentos em renda fixa, utilizando a tabela regressiva.

A cobrança do imposto de renda incide somente no resgate da aplicação


e somente em relação do rendimento (LUCRO) obtido. O responsável pelo seu
recolhimento é a Instituição Financeira. Além da cobrança do Imposto de renda,
pode ser cobrado o IOF (imposto sobre operações Financeiras), caso o
investidor resgate seus investimentos em até 29 dias do início de sua aplicação.

146
A alíquota cobrada é regressiva e depende do tempo investido conforme
tabela abaixo:

IOF: Somente cobrado caso o investidor resgate sua aplicação em até 29


dias. Segue tabela regressiva do IOF:

147
4.2.3.3. Depósito a Prazo com Garantia Especial – DPGE

Os DPGE’s são depósitos a prazo emitidos por instituições financeiras.


Os bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento e investimento, as
sociedades de crédito, financiamento e investimento e as Caixas Econômicas
são as instituições autorizadas a emitir este ativo. Ao adquirir um DPGE, o
investidor está emprestando dinheiro ao banco e passa a ser o seu credor.

Prazos: O prazo de vencimento destes papéis não pode ser inferior a 6


meses nem superior a 36 meses.

Garantia: O DPGE possui garantia do Fundo Garantidor de Crédito –


FGC até R$ 20 milhões por CPF e instituição financeira.

Remuneração: Pode ser pré-fixada ou pós-fixada. Porém o mais comum


é sua rentabilidade ser sobre o CDI.

OBS.: Uma característica importante é a não poder resgatar


antecipadamente nem parcialmente e seu valor mínimo para emissão é de
R$ 250.000,00.

Tributação

A cobrança do imposto de renda incide somente no resgate da aplicação


e somente em relação do rendimento (LUCRO) obtido. O responsável pelo seu
recolhimento é a Instituição Financeira. Além da cobrança do Imposto de renda,
pode ser cobrado o IOF (imposto sobre operações Financeiras), caso o
investidor resgate seus investimentos em até 29 dias do início de sua aplicação.

148
A alíquota cobrada é regressiva e depende do tempo investido conforme
tabela abaixo:

IOF: Somente cobrado caso o investidor resgate sua aplicação em até 29


dias. Segue tabela regressiva do IOF:

149
Resumo Investimentos em Instituições Financeiras

4.2.4. Títulos Corporativos

4.2.4.1. Debêntures

São títulos de créditos privados emitidos por empresas não financeiras


(empresas que não sejam banco) a fim de financiar sua atividade produtiva
e capital de giro (Ex.: Empresa deseja aumentar a sua fábrica, porém não quer
pegar empréstimo no banco, a empresa procura investidores no mercado
financeiro a fim de investirem no projeto do aumento da fábrica, e assim emitem
debêntures a estes clientes que investiram seus recursos na empresa). O
Objetivo da emissão de uma debênture é de captação de recursos de médio
e longo prazo para sociedades anônimas (S.A.) não financeiras de capital
aberto, em troca a empresa paga juros periódicos aos investidores (mesma
característica de pagamento de juros dos demais investimentos).

150
Não existe padronização das características deste título. Ou seja, a
debênture pode incluir:

• Qualquer prazo de vencimento;


• Amortização (pagamento do valor nominal) programado na forma anual,
semestral, trimestral, mensal ou esporádica, no percentual que a emissora
decidir;
• Remuneração (pagamento de juros) através da correção monetária ou
de juros;
• Remuneração (pagamento de juros) através do prêmio (podendo ser
vinculado à receita ou lucro da emissora);

Direitos dos debenturistas (Contra Inadimplência):

• Conversão da debênture em ação da companhia emissora (Debênture


conversível);
• Garantias contra a inadimplência da empresa emissora (Garantia:
Real, Flutuante, Quirografária, Subordinada);

151
Garantias debêntures

Tipo de Garantia Característica

São Garantia de Bens e Direitos da empresa, limitada


a 80% do ativo total da empresa. Ex.: Empresa
Real garante um veículo (carro) caso não seja realizado o
pagamento dos juros e investimento realizado pelo
investidor.

Os investidores (debenturista) assumem prioridade


geral sobre os ativos da empresa, sem que haja
qualquer impedimento na negociação dos bens.
Possui privilégios sobre o ativo total da empresa.
Caso haja garantias reais, os demais bens que
Flutuante estejam fora da garantia real serão usados como
garantia flutuante.

O valor de emissão é limitado a 70% do valor contábil


do ativo da companhia, diminuído do montante de
suas dívidas garantidas por direitos reais.

Não oferece privilégio ou preferência sobre o ativo do


emissor. O detentor da debênture quirografária
concorre em igualdade de condições com outros
Quirografária
credores não preferenciais em caso de falência da
companhia. O valor de emissão limitado ao capital
social integralizado da companhia emissora.

Em caso de liquidação da companhia emissora,


oferece preferência de pagamento apenas em
Subordinada relação ao crédito dos acionistas. Pertence a uma
categoria inferior à quirografária e não tem limite de
emissão.

152
Como regra geral, o valor total das emissões de debêntures de uma
empresa não poderá ultrapassar o seu capital social.

Resgate Antecipado: as debêntures podem ter na escritura de emissão


cláusula de resgate antecipado, que dá ao emissor (a empresa que está
captando recursos) o direito de resgatar antecipadamente, parcial ou totalmente
as debêntures em circulação.

Riscos das Debêntures:


• Risco de Mercado;
• Risco de Crédito;
• Risco de Liquidez;

OBS: Debênture não é protegida pelo FGC – Fundo Garantidor de


Crédito.

Agente Fiduciário

A função do agente fiduciário é proteger o interesse dos debenturistas


exercendo uma fiscalização permanente e atenta, verificando se as condições
estabelecidas na escritura da debênture estão sendo cumpridas.
Entende-se por relação fiduciária a confiança e lealdade estabelecida
entre a instituição participante (administradora, gestora, custodiante, etc.) e os
cotistas.
A emissão pública de debêntures exige a nomeação de um agente
fiduciário. Esse agente deve ser ou uma pessoa natural capacitada ou uma
instituição financeira autorizada pelo Banco Central para o exercício dessa
função e que tenha como objeto social a administração ou a custódia de bens de
terceiros (ex.: corretora de valores).

153
O agente fiduciário não tem a função de avalista ou garantidor da emissão.

O Agente Fiduciário poderá usar de qualquer ação para proteger


direitos ou defender interesses dos debenturistas, sendo-lhe especialmente
facultado, no caso de inadimplemento da emitente:

• Executar garantias reais, receber o produto da cobrança e aplicá-


lo no pagamento, integral ou proporcional dos debenturistas;
• Requerer falência da emitente, se não existirem garantias reais;
• Representar os debenturistas em processos de falência,
concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial da emitente, salvo
deliberação em contrário da assembleia dos debenturistas;

Assembleia dos debenturistas:

É o fórum em que se reúnem os debenturistas para discutir e deliberar


sobre assuntos relativos à emissão, como, por exemplo, alterações propostas
nas características da debênture.

A assembleia de debenturistas pode ser convocada pelo agente


fiduciário, pela companhia emissora, por debenturistas que representem
10% (dez por cento), no mínimo, dos títulos em circulação, e pela Comissão
de Valores Mobiliários.

A assembleia se instalará, em primeira convocação, com a presença de


debenturistas que representem metade, no mínimo, das debêntures em
circulação, e, em segunda convocação, com qualquer número.

154
Tributação:

A cobrança do imposto de renda incide somente no resgate da aplicação


e somente em relação do rendimento (LUCRO) obtido. O responsável pelo seu
recolhimento é a pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos rendimentos.
Além da cobrança do Imposto de renda, pode ser cobrado o IOF (imposto sobre
operações Financeiras), caso o investidor resgate seus investimentos em até 29
dias do início de sua aplicação.

A alíquota cobrada é regressiva e depende do tempo investido conforme


tabela abaixo:

IOF: Somente cobrado caso o investidor resgate sua aplicação em até 29


dias. Segue tabela regressiva do IOF:

155
4.2.4.2. Debêntures Incentivadas

A emissão do título destina-se ao financiamento de projetos considerados


prioritários pelo governo federal voltados para a implantação, ampliação,
manutenção, recuperação ou modernização, entre outros, nas áreas de logística
e transporte, mobilidade urbana, energia, telecomunicações e radiodifusão,
saneamento básico e irrigação, além de projetos intensivos em P&D e inovação.

Principais diferenças de uma debênture comum:

• Prazo médio ponderado mínimo de 4 anos;


• Isenção de imposto de Renda para pessoa física;

4.2.4.3. Nota Promissória

A Nota Comercial - também conhecida como Nota Promissória ou


Commercial Paper - é um título de emissão de sociedades anônimas, de capital
aberto ou fechado, como forma de captação de recursos junto a investidores que
possuem o direito de crédito contra ela.

As Notas Promissórias dessas instituições não são valores


mobiliários.

Quem pode emitir: Sociedades anônimas não financeiras.

A venda de nota promissória comercial necessita obrigatoriamente de


uma instituição financeira atuando como agente colocador, podendo ser uma
distribuidora ou corretora. Pode ser resgatada antecipadamente (o que implica
na extinção do título) caso o prazo mínimo de 30 dias seja cumprido, e que o
titular (investidor) da NP concorde.

156
A nota promissória comercial não possui garantia real, por isso é um
instrumento para empresas com bom conceito de crédito.

• O prazo mínimo da NP é de 30 dias;


• O prazo máximo da NP é de:
* 180 dias para S.A. de capital fechado;
* 360 dias para S.A. de capital aberto;

O instrumento financeiro pode ser indexado:

• Taxas prefixadas;
• Pós-fixadas, como DI, SELIC, IPCA, TJLP, entre outros.

Debêntures X Notas Promissórias

157
4.2.5. Títulos do Segmento Agrícola

4.2.5.1. Cédula de Produtor Rural

A Cédula do Produtor Rural é um título de crédito lastreado em garantia


real, representada por penhor rural ou mercantil. Trata-se de uma venda a termo,
na qual o produtor, associação ou cooperativa de crédito emite um título para
comercializar seus produtos, recebendo o valor antecipadamente, com a
obrigação de pagamento em produto (CPR Física) ou de resgate financeiro (CPR
Financeira).

A CPR pode ser negociada no:

• Mercado primário, quando o emitente deseja adiantar recursos


para utilizar na produção de determinada mercadoria
agropecuária;
• Mercado secundário, quando o adquirente da CPR deseja
negociá-la por meio de sua venda a outro agente interessado;

O emitente deve procurar uma instituição (banco ou seguradora) que


dê garantia à CPR, pois aumenta o universo de compradores interessados em
adquiri-la. Essa instituição, após análise do cadastro e garantias que o emitente
oferecer, acrescenta seu aval ou agrega um seguro.
Garantias: Dentre os tipos de garantia real admitidos para a CPR, o
penhor rural tem sido apontado como o mais utilizado. São destacados dentre
os fatores responsáveis pela pouca utilização da hipoteca e da alienação
fiduciária, respectivamente, a maior dificuldade de execução da garantia e a falta
de prática na utilização do instrumento pelos emissores.
Tributação: Possui Isenção de cobrança de Imposto de Renda e
IOF para pessoa Física (PF).
OBS.: Não possui Fundo Garantidor de Crédito

158
4.2.5.2. LCA

Emitidos com base em lastro (garantias) de recebíveis originados de


negócios realizados com produtores rurais e cooperativas, relacionados com a
produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou
insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na atividade
agropecuária.
Título de crédito representativo de uma promessa de pagamento em
dinheiro, este título só pode ser emitido por bancos e por cooperativas de crédito
(instituição financeira pública ou privada).

Prazos:
• Máximo: Prazo das obrigações do agronegócio que serviram de
base para o seu lançamento. A LCI não pode exceder o tempo máximo do
financiamento do agronegócio na qual foi lastreada.
• Mínimo: 90 dias.

Garantia: A LCA possui a garantir do FGC – Fundo garantidora de


credito que protege o investidor pessoa física em até R$ 250.000,00 por
CPF e por Instituição Financeira.

Remuneração: Pode ser prefixada ou pós-fixada.


Porém o mais comum é sua rentabilidade ser atrelada ao CDI.

Riscos do LCA:
• Risco de Crédito;
• Risco de Liquidez;
• Risco de Mercado;

Tributação: Investimentos em LCA são Isentos de Imposto de renda para


pessoa física (PF).

159
4.2.5.3. Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio

Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio é um título de crédito


nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em
dinheiro e constitui título executivo extrajudicial. O CDCA é emitido vinculado a
direitos creditórios originários de negócios realizados por agentes da cadeia
produtiva do agronegócio.

Principais Vantagens para o investidor

• Obtenção de recursos para atender as necessidades de fluxo de caixa,


com taxa de juros fixa ou flutuante, utilizando o CDCA como título de
crédito, emitido em taxa de juros fixa ou flutuante;
• Ausência de comprovação do direcionamento dos recursos;
• Alíquota zero de IOF;

Podem emitir CDCA as cooperativas de produtores rurais e de outras


pessoas jurídicas que exerçam a atividade de comercialização,
beneficiamento ou industrialização de produtos e insumos agropecuários
ou de máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária.

Os lastros do título devem ser registrados em entidades autorizadas pelo


Banco Central, como o RTA, por exemplo.

OBS.: Isenção do Imposto de Renda para Pessoas Físicas (IOF).


Isenção do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.

160
4.2.5.4. Certificado de Recebíveis do Agronegócio

Podem emitir CRA as companhias securitizadoras de direitos creditórios


do agronegócio, ou seja, instituições não financeiras constituídas sob a forma de
sociedade por ações com a finalidade de aquisição e securitização desses
direitos e de emissão e colocação de Certificados de Recebíveis do Agronegócio
no mercado financeiro e de capitais.
Nessas operações, as empresas cedem seus recebíveis para uma
securitizadora, que emitirá os CRAs e os disponibilizará para negociação no
mercado de capitais, geralmente com o auxílio de uma instituição financeira. Por
fim, essa securitizadora irá pagar a empresa pelos recebíveis cedidos. Desse
modo, a empresa conseguirá antecipar o recebimento de seus recebíveis.

O CRA deverá conter, no mínimo, os requisitos exigidos na legislação


aplicável ao título.

Pode ser distribuído publicamente e negociado na Bolsa, bem como em


mercados de balcão organizados autorizados a funcionar pela Comissão de
Valores Mobiliários.

Garantias: CRA não está coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito –


FGC.

Tributação: os rendimentos são isentos de IR, quando a CRA for emitida


em favor de pessoa física.

161
4.2.6. Títulos do Segmento Imobiliário

4.2.6.1. Certificado de Recebíveis Imobiliários

São títulos de renda fixa de longo prazo emitidos exclusivamente por uma
companhia securitizadora, com lastro em um empreendimento imobiliário que
pagam juros ao investidor.

Os lastros mais comuns de um CRI são os créditos decorrentes de


contratos de compra e venda com alienação fiduciária do Sistema de
Financiamento Imobiliário (SFI).

Não há investimento mínimo, porém, a maior parte dos CRIs possui valor
unitário de R$300.000,00

Algumas das vantagens de se investir em CRIs:


• Investimento de longo prazo com rentabilidade acima dos títulos
públicos;
• Possuem garantia real, porém não estão cobertos pelo FGC;
• Isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas;
• Substitui os investimentos imobiliários, reduzindo os custos
administrativos de vacância e reformas.

Tributação: Os rendimentos do CRI são isentos de Imposto de Renda


para pessoa física.

162
4.2.6.2. LCI- Letra de Crédito Imobiliário

É lastreado (garantido) por créditos imobiliários, hipoteca ou por alienação


fiduciária de coisa imóvel, conferindo aos seus tomadores direito de crédito pelo
valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária nelas estipula

A LCI poderá ser garantida por um ou mais créditos imobiliários, mas a


soma do principal das LCI não pode exceder o total de créditos imobiliários
emitidos pela instituição que fez o lançamento do LCI.

Prazos:
• Máximo: Prazo das obrigações imobiliárias que serviram de base
para o seu lançamento. A LCI não pode exceder o tempo máximo do
financiamento imobiliário na qual foi lastreada.
• Mínimo: 90 dias.

Garantia: a LCI possui a garantia do FGC – Fundo garantidor de credito


que protege o investidor pessoa física em até R$ 250.000,00 por CPF e por
Instituição Financeira.

Remuneração: Pode ser prefixada ou pós-fixada.


Porém o mais comum é sua rentabilidade ser atrelada ao CDI.

Riscos do LCI:
• Risco de Crédito;
• Risco de Liquidez;
• Risco de Mercado;

Tributação: Investimentos em LCI são Isentos de Imposto de renda para


pessoa física (PF).

163
4.2.6.3. Cédula de Crédito Imobiliário

A Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) representa um crédito que é


originado a partir da existência de direitos de crédito imobiliário com pagamento
parcelado. Quem emite a cédula é o credor, com o objetivo de simplificar a
cessão do crédito.
É título de crédito que representa créditos imobiliários – recebíveis de
compra e venda de imóveis, contratos de locação, entre outros. A CCI permite a
antecipação do recebimento de créditos futuros.
A CCI transforma um contrato particular em um título passível de
transação. Uma de suas vantagens é a possibilidade de emissão e negociação,
independentemente da autorização do devedor.
Esses títulos são bastante utilizados como lastro na emissão de
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), por oferecer mais segurança e
transparência para quem investe em CRI.
A CCI poderá ser emitida com ou sem garantia, real ou fidejussória, sob
a forma escritural ou cartular.

Tributação: Isenção do Imposto de Renda para Pessoas Físicas (PF).


Isenção do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.

4.2.6.4. RESUMO DOS PRINCIPAIS TÍTULOS DO SEGMENTO


IMOBILIÁRIO E AGRÍCOLA

164
4.2.7. Operações Compromissadas

A operação compromissada é aquela em que o vendedor assumiu


o compromisso de recomprar em data futura pré-definida e com o pagamento de
remuneração pré-estabelecida. Na mesma operação o comprador, por sua vez,
assume o compromisso de revender o título ao vencedor na data acordada com
o pagamento do preço fixado.
Ou seja, as operações compromissadas são realizadas com um
compromisso duplo: a compra com compromisso de revenda e a venda com
compromisso de recompra. As operações compromissadas devem ser
realizadas com a rentabilidade definida (taxa prefixada) ou com parâmetros de
remuneração estabelecidos (taxa Pós-fixada).

Tributação: A cobrança do imposto de renda incide somente no resgate


da aplicação e somente em relação do rendimento (LUCRO) obtido. O
recolhimento do imposto é realizado pela pessoa jurídica que efetuar o
pagamento dos rendimentos.

A alíquota cobrada é regressiva e depende do tempo investido conforme


tabela abaixo:

165
IOF: Somente cobrado caso o investidor resgate sua aplicação em até 29
dias. Segue tabela regressiva do IOF:

4.2.8. Caderneta de poupança

É o investimento mais conhecido do Brasileiro. Todo investimento em


poupança é utilizado para financiamento imobiliário.

Regras de Remuneração (pagamento de juros):

Regra Antiga

• Mensal (pessoas físicas): TR +0,5% a.m.;


• Trimestral (pessoas jurídicas): TR +1,5% a.m.;

Regra Nova:

• Sempre que a Selic for menor ou igual a 8,5% o investidor irá


receber 70% da Taxa Selic.

166
OBS: Nova rentabilidade das aplicações realizadas posterior ao dia
03 de maio de 2012.

Obs.: Aplicações realizadas nos dias 29,30 e 31 de cada mês, terão como
data de aniversário (data da aplicação da poupança) o dia 01 do mês
subsequente.

Obs.: Poupança é Garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito FGC.

Tributação: São Isentos do pagamento de Imposto de Renda as pessoas


físicas e pessoas jurídicas sem fins lucrativos.

4.2.9. Resumo RENDA FIXA

167
4.3. Fundo Garantidor de Crédito

É uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra o mecanismo


de proteção aos depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro
Nacional, até os limites estabelecidos pela regulamentação, contra instituições
financeiras a ele associadas, em caso de intervenção e liquidação extrajudicial e
reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência de
instituição associada.

O FGC não exerce qualquer função pública, inclusive por delegação.

Finalidades do FGC:
• Proteger depositantes e investidores no âmbito do sistema
financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação;
• Contribuir para a manutenção da estabilidade do Sistema
Financeiro Nacional (SFN);
• Contribuir para prevenção de crise bancária sistêmica;

Para garantir uma cobertura em caso de liquidação, o FGC exige de seus


associados uma contribuição mensal ordinária que atualmente é de 0,0125%
(cento e vinte e cinco décimos de milésimos por cento) do montante dos saldos
das contas referentes aos instrumentos cobertos pelo fundo.

168
São objeto da garantia ordinária proporcionada pelo FGC os créditos
representados pelos seguintes instrumentos financeiros:
I. Depósitos à vista (conta corrente) ou sacáveis mediante aviso
prévio, depósitos de poupança e depósitos a prazo, com (CDB) ou sem (RDB)
emissão de certificado;
II. Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por
cheques, destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos referentes à
prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos,
aposentadorias, pensões e similares;
III. Letras: de câmbio (LC), imobiliária (LI), hipotecária (LH), de crédito
imobiliário (LCI) e de crédito do agronegócio (LCA);
IV. Operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos,
após 8 de março de 2012, por empresa ligada;
O limite atual de cobertura do FGC depende do tipo de garantia, dividindo-
se em dois tipos de garantias, ordinária e especial.
• Garantia Ordinária: O total de créditos de cada pessoa (seja física
ou jurídica) contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições
associadas do mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de
R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
• Garantia Especial: O total de créditos de cada pessoa contra a
mesma instituição associada ao FGC, ou contra todas as instituições associadas
do mesmo conglomerado financeiro, relativo aos DPGE, será garantido até o
valor máximo de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).
OBS: Nas contas conjuntas, a garantia ordinária está limitada ao mesmo
valor de 250 mil reais, ou ao saldo da conta, quando inferior a esse limite, dividido
pelo número de titulares, sendo o crédito do valor garantido feito de forma
individual.

169
4.4. Derivativos

Ativos financeiros cujos valores e características de negociação estão


amarrados aos ativos que lhes servem de referência. A palavra “derivativo” vem
do fato que o preço do ativo é derivado de um outro, e a oscilação deste ativo
impacta diretamente o preço do seu derivativo.
Ex.: Opção de compra da Petrobrás, o preço desta opção é derivado do
ativo "ação da Petrobras".

Há derivativos nas seguintes classes:

• Derivativos agropecuários: Ex.: Soja, açúcar e etc.;


• Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado
em alguma taxa ou índice financeiro, como taxa de juro, taxa de
inflação, taxa de câmbio, índice de ações, ações e etc.;
• Derivativos de energia e climático: Ex.: Energia, Crédito de
carbono, e etc.

Tipos de derivativos:

• Mercado Futuro;
• Mercado de Opções;
• Mercado a Termo;
• Mercado de Swaps;

170
Participantes e integrantes do Mercado

• Hedge: nesse mercado buscando proteção contra oscilações de preços


dos ativos;

Ex.: Possui a ação da Petrobras e deseja comprar opções para proteger


contra as oscilações no preço.

• Especulador: assumem o risco da operação com o objetivo de auferir


ganhos com a oscilação dos preços;

Ex.: Entra e sai rapidamente no mercado fazendo “apostas”.

• Arbitrador: obtém vantagens financeiras em função de distorções nos


preços do ativo nos mercados diferentes;

Ex.: Monitora todos os mercados em busca de distorções a fim de lucrar


sem correr riscos.

171
4.4.1. Mercado a Termo

É um tipo de derivativo em que um compromisso é firmado, entre


vendedor e comprador, de compra e/ou venda de contratos padronizados para
liquidação física e financeira em uma data futura, ficando as partes, compradora
e vendedora, vinculadas entre si até que o contrato seja liquidado.

Há o desembolso por parte do comprador da garantia exigida.

Prazo de um contrato a termo deve ser de 16 a 999 dias

Principais Características:
• O vendedor: compromisso de entregar o bem negociado;
• O comprador: pagamento do preço previamente ajustado;
• Não há ajuste diário (débito ou crédito na conta realizado através da
atualização do preço de fechamento de mercado);

Direitos e Proventos:

Os direitos e proventos distribuídos (dividendos, juros sobre capital


próprio) às ações-objeto do contrato a termo pertencem ao comprador e serão
recebidos, juntamente com as ações objeto, na data de liquidação ou segundo
normas específicas da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).
No caso de bonificações em ações, grupamentos ou desdobramentos, a
quantidade de ações contratadas será ajustada proporcionalmente, mantendo-
se inalterado o compromisso financeiro original.
A liquidação de uma operação a termo, no vencimento do contrato ou
antecipadamente, se assim o comprador o desejar, implica a entrega dos títulos
pelo vendedor e o pagamento do preço estipulado no contrato pelo comprador.

172
4.4.2. Mercado Futuro

Uma operação no mercado futuro é um compromisso de compra ou venda


de um determinado ativo, em uma determinada data futura e a um preço pré-
definido.
Quando um investidor compra um contrato futuro, é dito que ele está com
uma “posição comprada à futuro”. Ou seja, ele está se comprometendo a
comprar na data de vencimento, o objeto do contrato, ao preço pré-acordado
com a outra parte.
De modo inverso, quando o investidor vende um contrato futuro, é dito
que ele está com uma “posição vendida a futuro” e se compromete a vender no
futuro, na data de vencimento, o objeto do contrato ao preço pré-acordado.

Algumas características do mercado futuro:

• Negociados mercadorias e ativos financeiros;


• A liquidação dos contratos pode ser física ou financeira. Predomina a
liquidação financeira;
• Os contratos são PADRONIZADOS (quantidade, peso, vencimento,
local de entrega). Por isso, são menos flexíveis que os contratos no
mercado a termo;
• Ajustes diários: agregam maior garantia às operações;
• Exige uma “Margem de Garantia”;
• Negociação em Bolsa de Valores;
• Possibilidade de liquidação antes do prazo de vencimento;

173
OBS.: A principal diferença entre o mercado a termo e o mercado futuro é
que no mercado futuro o ajuste do contrato é realizado diariamente,
enquanto o contrato a termo a liquidação financeira somente ocorre no
final do contrato ou quando finalizado antecipadamente.

4.4.3. SWAP

É uma operação em que há troca de posições quanto ao risco e


à rentabilidade, entre investidores.
O contrato de troca pode ter como objeto moedas, commodities ou ativos
financeiros.
Swap é um contrato derivativo. Pode ser usado para proteção
(hedge ou seguro), ou como investimento especulativo.
Nesse tipo de contrato, os investidores se comprometem a pagar a
oscilação de uma taxa ou do valor de um ativo (no caso do contrato cambial,
considera-se a variação na cotação do dólar americano, por exemplo). Quando
um investidor realiza o chamado swap cambial reverso, por exemplo, isto é, troca
CDI, em reais, por variação cambial em dólares, ele também ganha, além da
variação, uma taxa adicional, chamada de cupom cambial

174
Os swaps mais comuns no mercado brasileiro são:

• Swap de taxa de juros: Troca da taxa de juros prefixados por juros


pós-fixados (conforme a variação dos CDIs, por exemplo, que é um ativo
financeiro corrigido pela taxa diária de juros) ou o inverso, para quem quer evitar
o risco de uma futura alta nos juros.

• Swap cambial: Troca de taxa de variação cambial (variação do


preço do dólar americano) por taxa de juros pós-fixados.
Também conhecida como hedge (cobertura de risco) cambial,
a swap cambial é uma operação de câmbio em que há simultaneamente a
compra e a venda de moedas. Os valores iniciais, ou seja, o tamanho do
contrato, os indicadores e a data de vencimento são livremente pactuados entre
as partes.

4.4.4. Opções

No mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um


bem por um preço fixo numa data futura.
Quem adquirir o direito deve pagar um prêmio ao vendedor. Este prêmio
não é o preço do bem, mas apenas um valor pago para ter a opção
(possibilidade) de comprar ou vender o referido bem em uma data futura por um
preço previamente acordado.
O objeto de negociação pode ser um ativo financeiro ou uma mercadoria,
negociados em pregão, com ampla transparência.
O comprador da opção, também chamado titular, sempre terá o
direito do exercício, mas não obrigação de exercê-lo.
O vendedor da opção, também chamado lançador, terá a obrigação
de atender ao exercício caso o titular opte por exercer seu direito.

175
Agentes do mercado de opções:

• Lançador (vendedor): Aquele que vende uma opção, assumindo a


obrigação de vender o determinado ativo financeiro;
• Titular de opção (comprador): Aquele que tem o direito de exercer ou
negociar uma opção, porém não tem a obrigação de exercer o seu direito;
• Prêmio: Preço pago na negociação da opção;
• Exercício de opções: Operação pela qual o titular de uma operação
exerce seu direito de comprar o lote de ações-objeto, ao preço de exercício.
• Pó (Virar Pó): Gíria utilizada pelos profissionais do mercado financeiro,
significando título e/ou investimento que perdeu totalmente o seu valor no
mercado. Ex.: "meu investimento naquela ação virou pó.

Formas de exercer o direito de opção:

• Americana: Durante a vigência do contrato, a qualquer momento;


• Europeia: Apenas na data de vencimento do contrato de opções;

176
Tipos de opções: Opção de Compra (CALL) e Opção de Venda (PUT)

A relação do preço do ativo com o preço da opção determina se a opção


é dita como In-The-Money (dentro do dinheiro); At-The-Money (no dinheiro), ou
Out-of-The-Money (fora do dinheiro).

• Opção de Compra (call) In-The-Money (ITM): Preço do ativo


subjacente (Preço atual da Ação) é superior ao preço de exercício da opção;
“Investimento Lucrativo”;
• Opção de Compra (call) Out-of-The-Money (OTM): Preço do
ativo adjacente (Preço atual da Ação) é inferior ao preço de exercício da opção.
“Investimento em Prejuízo”;
• Opção de Venda (put) In-The-Money (ITM): Preço do ativo
adjacente (Preço atual da Ação) é inferior ao preço de exercício da opção;
“Investimento Lucrativo”
• Opção de Venda (put) Out-of-The-Money (OTM): Preço do ativo
adjacente (Preço atual da Ação) é superior ao preço de exercício da opção.
“Investimento em Prejuízo”;
• Opção de Compra (call) ou Opção de Venda (put) At-The-
Money (ATM): Preço do ativo subjacente (Preço atual da Ação) é igual ao preço
de exercício da opção; “Investimento no zero a zero, não lucrou e não perdeu”

177
Exemplo prático na análise dos tipos de opções

178
OPÇÕES TITULAR LANÇADOR

1. Vende a opção
1. Compra a opção
2. Recebe o prêmio
2. Paga o prêmio
3. Possui
OPÇÃO DE COMPRA 3. Possui
OBRIGAÇÃO de VENDER
(CALL) DIREITO de COMPRAR uma determinada quantidade
uma determinada de ações a um preço pré-
quantidade de ações a um determinado.
preço pré-determinado.
4. Expectativa de queda
4. Expectativa de alta

1. Compra a opção 1. Vende a opção


2. Paga o prêmio 2. Recebe o prêmio
OPÇÃO DE VENDA 3. Possui 3. Possui
(PUT) DIREITO de VENDER uma OBRIGAÇÃO de COMPRAR
determinada quantidade de uma determinada quantidade
ações a um preço pré- de ações a um preço pré-
determinado. determinado.
4. Expectativa de queda 4. Expectativa de alta

VENCIMENTOS DE UMA OPÇÃO

179
GRÁFICOS DE UMA OPÇÃO

180
Efeito no prêmio das opções:

• Taxa de juros: Mudanças na taxa básica de juros da economia, modificam a


precificação do prêmio da opção, mais conhecido como “Rho” no modelo Black
and Scholes;
• Tempo para o vencimento: Quanto maior o tempo entre a data atual e o
vencimento maior será o prêmio pago pela opção, isto devido à alta incerteza do
exercício ou não da opção, e quanto mais próximo do vencimento menor será o
prêmio pago pela opção, mais conhecido como “Tetha”;
• Volatilidade: É a medida de variação do preço do ativo, quanto maior a variação
do preço do ativo, maior será a volatilidade do prêmio da opção;
• Preço do ativo objeto: É o preço de mercado (atual) do ativo;
• Preço de exercício: Preço definido como opção para liquidação financeira;

181
4.4.5. Contratos futuros de balcão sem entrega física (NDF – Non
Deliverable Forward)

Contrato a Termo de Moeda sem Entrega Física é um derivativo operado


em mercado de balcão, que tem como objeto a taxa de câmbio de uma
determinada moeda. É uma operação normalmente utilizada como instrumento
de hedge, pois o contratante de um NDF garante uma taxa de câmbio futura para
a moeda base do contrato.
O NDF possui a mesma sistemática do “Contrato a Termo”, porém a sua
diferença é que no NDF somente é negociado “Fluxo Financeiro”, não há a
entrega física da moeda estrangeira.

4.4.6. Tributação em derivativos

A tributação sobre o ganho financeiro.

Derivativo Operações Normais Day Trade


Termo 15% e 0,005 % retido na 20% e 1 % retido na
fonte fonte
Contrato Futuros 15% e 0,005 % retido na 20% e 1 % retido na
fonte fonte
Opção 15% e 0,005 % retido na 20% e 1 % retido na
fonte fonte
Swap Até 180 dias 22,5%
De 181 a 360 dias 20,0%
De 361 a 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15,0%

Em Swaps:
RESPONSABILIDADE/RECOLHIMENTO: O imposto será retido pela
pessoa jurídica que efetuar o pagamento do rendimento, na data da liquidação
ou cessão do respectivo contrato.

182
PRAZO DE RECOLHIMENTO (Pagamento do Imposto): Até o terceiro
dia útil da semana subsequente à da ocorrência do fato gerador (Fechamento da
operação).
Não é permitida a de compensação de perdas incorridas em
operações de swap com os ganhos líquidos obtidos em outras operações
de renda variável.

Compensação de perdas: É a possibilidade de ficar isento do pagamento


de imposto de renda, porém só é possível caso tenha auferido percas em
operações com (Termo, Mercado Futuro, Opção) no mês atual e em meses
anteriores.

Ex.: Investidor teve prejuízo de R$ 10.000,00 no mês anterior, porém


neste mês ele ganhou R$ 10.000,00, este investidor está isento do pagamento
do imposto de renda.

4.5. COE - Certificado de Operações Estruturadas

O Certificado de Operações Estruturadas – COE é um novo investimento


que passa a ser disponibilizado ao mercado brasileiro. É instrumento inovador e
flexível, que mescla elementos de Renda Fixa e Renda Variável.
Traz ainda o diferencial de ser estruturado com base em cenários de
ganhos e perdas selecionadas de acordo com o perfil de cada investidor.

A Emissão desse instrumento poderá ser feita em duas modalidades:


1. Valor nominal protegido: com garantia do valor principal
investido.
2. Valor nominal em risco: em que há possibilidade de perda até o
limite do capital investido.

183
Emitido por bancos e registrados na CETIP.

Flexibilidade de atrelar seus rendimentos aos mais diversos ativos, como:


• Ações ou índices de bolsas do Brasil e do exterior;
• Moedas – dólar e euro;
• Juros – CDI, libor e índices de inflação;
• Commodities – índices, metais preciosos, agrícolas, petróleo e
outros metais.

Principais características:

• Possibilidade de resgate antecipado sujeito à marcação a mercado


e, portanto, sem garantia do principal investido;
• Obriga a assinatura do termo de ciência de risco: assinado uma
única vez pelo investidor, dando ciência dos riscos do COE;
• Não conta com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito –
FGC;
• Tributação de acordo com tabela regressiva de Renda Fixa.

Exemplo de análise do COE

Um COE foi emitido com a seguintes premissas

Compra de 3 ações: Vale, Petrobrás e Banco do Brasil, com vencimento em 3 anos;

Cenário I - ;

Cenário II -

Cenário III -

Cenário IV -

184
Resultado da estratégia no dia do vencimento do COE:

• Ações da Vale=
• Ações da Petrobrás=
Ações do Banco do Brasil=

2 (número de ações consideradas)

Tributação em COE:

A cobrança do imposto de renda incide somente no resgate da aplicação


e somente em relação do rendimento (LUCRO) obtido. O responsável pelo seu
recolhimento é a Instituição Financeira. Além da cobrança do Imposto de renda,
pode ser cobrado o IOF (imposto sobre operações Financeiras), caso o
investidor resgate seus investimentos em até 29 dias do início de sua aplicação.

A alíquota cobrada é regressiva e depende do tempo investido conforme


tabela abaixo:

185
IOF: Somente cobrado caso o investidor resgate sua aplicação em até 29
dias. Segue tabela regressiva do IOF:

4.6. Sistemas e Câmeras de Liquidação e Custódia


(Clearing House)

A Clearing House (câmara de compensação) é responsável pelo


registro de todas as operações realizadas, acompanhamento das
posições mantidas, compensação financeira dos fluxos e liquidação
dos contratos.

Obs: Quando ocorre a negociação (compra e venda) de algum título


ou valor mobiliário, a Clearing Houseirá fazer o registro da operação
garantindo a troca de titularidade de determinado investimento. Esta é uma
garantia da Clearing House.

Sua principal função no mercado financeiro é diminuir (mitigar) o risco


de liquidação (garantir que seja transferido os recursos de quem comprou
para quem vendeu).

186
No Brasil há três Clearing House que serão descritas abaixo:

• SELIC: é responsável pelas operações, acompanhamento de


posições mantidas, compensação financeira e liquidação dos
contratos financeiros de “TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS” (LFT,
LTN, NTN-B,NTN-B Principal, NTN-F)
• CETIP: é responsável pelas operações, acompanhamento de
posições mantidas, compensação financeira e liquidação dos
contratos financeiros de “TÍTULOS PRIVADOS”:

o Títulos privados: Derivativos (Termo, Futuros, Swaps e opções);


o Renda Fixa: (CDB, RDB, LF, DI);
o Títulos Agrícolas: (CPR, CRA E LCA);
o Títulos de Crédito: (CCB);
o Títulos Imobiliários: (CCI, CRI, LCI);
o Valores Mobiliários (Debêntures e NC) e Cotas de fundos de
investimento.

• BM&F BOVESPA: é responsável pelas operações, acompanhamento


de posições mantidas, compensação financeira e liquidação dos
contratos financeiros de “AÇÕES e demais operações realizadas
no mercado BM&F Bovespa (á vista, Derivativos, balcão
organizado e renda fixa privada)”.

187
BANCO/
INVESTIDOR
CORRETORA

CLEARING
HOUSE

Fluxograma da Clearing House

4.7. Sistema de Pagamentos Brasileiros – SPB

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os


sistemas e os procedimentos relacionados com o processamento e a liquidação
de operações de transferência de fundos, de operações com moeda estrangeira
ou com ativos financeiros e valores mobiliários.

São integrantes do serviço do SPB

• Compensação de cheques;
• Compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de
crédito;
• Transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
• Compensação e liquidação de operações com títulos e valores
mobiliários;
• Compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de
mercadorias e de futuros e outras entidades;

188
Esses fatos possibilitaram a redução dos riscos de liquidação nas
operações interbancárias, com consequente redução também do risco
sistêmico, isto é, o risco de que a quebra de uma instituição financeira provoque
a quebra em cadeia de outras, no chamado "efeito dominó".

4.8. Principais Instituições: Funções e Principais


Características

Banco Coordenador

É a instituição financeira contratada pelas empresas para fazer a


intermediação, nas ofertas públicas de ações, debêntures, notas promissórias
comerciais e demais valores mobiliários. Podem ser: Corretoras ou
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários e Banco de Investimento.
Nota: pode ter mais de um Banco coordenador, porém um será
denominado coordenador líder.

Underwriting Garantia Firme (STRAIGHT)

• Subscrição em que a instituição financeira subscreve (garante)


integralmente a emissão para revendê-la posteriormente ao público;
• Selecionando esta opção a empresa assegura a entrada de
recursos;
• O risco de mercado é do intermediário financeiro;

Underwriting de Melhores Esforços (Best Efforts)

• Subscrição em que a instituição financeira se compromete a


realizar os melhores esforços para a colocação junto ao mercado das
sobras do lançamento;
• Não há comprometimento por parte do intermediário para a
colocação efetiva de todas as ações;
• A empresa assume os riscos da aceitação ou não das ações
lançadas por parte do mercado;

189
Distribuição de Lote Suplementar

O ofertante poderá outorgar à instituição intermediária opção de


distribuição de lote suplementar, que preveja a possibilidade de, caso a procura
dos valores mobiliários objeto de oferta pública de distribuição assim justifique,
ser aumentada a quantidade de valores a distribuir junto ao público, nas mesmas
condições e preço dos valores mobiliários inicialmente ofertados, até um
montante pré-determinado que constará obrigatoriamente do Lâmina de
Informações Complementares e que não poderá ultrapassar a 15% da
quantidade inicialmente ofertada.

Preço Fixo

É um preço já acordado no início da precificação, na qual não há espaço


e mudança no preço de negociação. Neste modelo o investidor já sabe por
quanto irá comprar determinado ativo.

Bookbuilding

Mecanismo de consulta prévia perante a demanda do mercado (clientes)


para definição do preço de subscrição (preço de Emissão de Valores
Mobiliários). Baseia-se na quantidade que investidores têm disposição para
adquirir, em diferentes faixas de remuneração. Processo de formação de preços,
normalmente através de um leilão de oferta, que auxilia na definição da
remuneração e outras características de títulos e valores mobiliários, de forma a
refletir as condições de mercado por ocasião de sua efetiva colocação à venda.

Agências de Rating

A fim de diminuir este risco e deixar o mercado mais transparente foram


criadas empresas que classificam a capacidade de pagamento das empresas e
governos emissores de títulos e valores mobiliários. Esta classificação é

190
conhecida como “rating”, e este é dado as empresas a fim de avaliar sua
capacidade de honrar seus pagamentos.

Abaixo segue as principais agências de Classificação de Rating e suas


classificações:

OBS.: Quanto pior o Rating maior será o retorno exigido e maior será o risco de
crédito.

Quanto Melhor o Rating menor será o retorno exigido e menor será o risco
de crédito.

Banco Mandatário

Tem a função de processar as liquidações físicas e financeiras entre sua


tesouraria e a instituição custodiante. Além disso, o banco mandatário verifica a
existência, autenticidade, validade e regularidade da emissão de valores
imobiliários, a quantidade emitida, série e emissão dos mesmos.

191
Banco Escriturador

O Banco Escriturador, além do registro, é de manter o cadastro dos


investidores atualizado, liquidar os pagamentos a que os acionistas têm direito e
realizar o atendimento aos investidores.

Banco Liquidante

Os Participantes podem indicar mais de um Banco Liquidante para efetuar


a sua liquidação financeira, através da Ficha de Cadastro, devendo ser
previamente indicado qual vai atuar como seu Banco Liquidante principal, para
o qual são automaticamente direcionadas as liquidações financeiras dos
resgates e eventos dos ativos em posição do Participante.
A inclusão de um novo Banco Liquidante se dá através de prévia
aceitação das partes. A renúncia pode ser unilateral, sendo a outra parte
comunicada do fato pela Cetip. Novas inclusões podem ocorrer a qualquer
momento do dia, porém a substituição ou retirada apenas pode ser comandada
após o fechamento do sistema. As inclusões e retiradas devem ser solicitadas
através de carta.

Função do Formador de mercado (market maker)

Formador de Mercado ou Market Maker é agente de liquidez, facilitador


de liquidez, promotor de negócios, especialista, market maker e liquidity provider
são algumas designações atribuídas àqueles que se propõem a garantir
liquidez mínima e referência de preço para ativos previamente
credenciados, fatores de destaque na análise da eficiência no mercado de
capitais.
O papel de Formador de Mercado pode ser desempenhado por corretoras,
distribuidoras de valores, bancos de investimento ou bancos múltiplos com
carteira de investimentos, que, ao se credenciarem para exercer essa função,
assumem a obrigação de colocar no mercado, diariamente, ofertas firmes de
compra e de venda para uma quantidade de ativos predeterminada e conhecida
por todos.

192
4.9. Companhia Securitizada

É uma prática financeira que consiste em agrupar vários tipos de ativos


financeiros (notadamente títulos de crédito tais como faturas emitidas e ainda
não pagas, dívidas referentes a empréstimos entre outros), convertendo-os
em títulos padronizados negociáveis no mercado de capital interno e externo.
Assim, a dívida é transferida, vendida, na forma de títulos, para vários
investidores. Assim, securitização é a conversão de uma dívida (duplicatas,
cheques, notas promissórias) em título lastreável e negociável entre instituições
financeiras. Estes títulos podem ser adquiridos diretamente por Bancos,
Distribuidoras de Valores ou Fundos de Investimento como forma de rentabilizar
o capital investido. Caberá também ao comprador do título securitizado a
cobrança individual de todas as dívidas que compõe o título, isentando a
Securitizadora e qualquer intermediário, de qualquer ônus.
Esses títulos são, portanto, caracterizados por um compromisso de
pagamento futuro, de principal e juros, a partir de um fluxo de caixa proveniente
da carteira de ativos selecionados.
A securitização é utilizada pelo sistema financeiro para obtenção de
fundos e divisão de riscos. É uma forma de transformar ativos relativamente
não líquidos em títulos mobiliários líquidos, transferindo os riscos associados a
eles para os investidores que os compram.

193
5. FUNDO DE INVESTIMENTO E FUNDO DE
INVESTIMENTO EM COTAS

Este Módulo apresenta os conceitos relativos a fundo de investimentos, na


qual apresentará ao leitor visão macro destes conceitos e apresentará a
característica de 13 tipos de fundo de investimentos que são praticados no
mercado financeiro e autorizados pela CVM. Este módulo representa de 20% a
30% da prova.

5.1. Características dos Fundos de Investimento

Fundos de Investimento: é uma forma de aplicação financeira, formada


pela união de vários investidores que se juntam para a realização de
um investimento financeiro, não possuindo personalidade jurídica, e sendo
constituído tal qual um condomínio, visando um determinado objetivo ou retorno
esperado, dividindo as receitas geradas e as despesas necessárias para o
funcionamento do fundo de investimento.
A administração e a gestão do fundo são realizadas
por especialistas contratados. Os administradores tratam dos aspectos jurídicos
e legais do fundo, os gestores da estratégia de montagem da carteira
de ativos do fundo, visando o maior lucro possível com o menor nível de risco.
Os gestores compram ativos como títulos públicos, CDBs, ações, debêntures e
etc., em nome do fundo de investimento com objetivo de gerar riqueza ao cotista.

Cliente/ Administrador Gestor


Investido Fundo Fundo
r

Administrador
Fundo

194
Fundos de Investimento em cotas: investem cotas de fundos de
investimentos de outras empresas administradoras de fundo de investimento. É
uma espécie de investidor (cotista) de fundos de investimento.

Fundo
Cliente/ Administrador Investimento
Investido Fundo (Mercado)
r

Administrador
Fundo

Condomínio: Comunhão de recursos (dinheiro) sob a forma de


condomínio onde os cotistas têm o mesmo interesse e objetivos ao investir no
mercado financeiro e de capitais. Reunião de pessoas que possuem dinheiro
para investir, escolhem um administrador para representa-los e tem o objetivo
comum de receber rendimentos financeiros.
(Ex.: Funciona da mesma maneira como um condomínio residencial,
todos moram com o objetivo de ter tranquilidade e um bom local de moradia).

Cota: As cotas do fundo correspondem a frações de seu patrimônio, é


sempre serão escriturais e normativas. A cota, portanto, é a menor fração do
patrimônio líquido do fundo.

Como é calculado o valor da cota?

Valor da cota = Patrimônio Líquido


Número de cotas

Patrimônio Líquido = Valor de mercado dos ativos – Taxa de Administração


– Taxa performance – demais despesas do fundo

195
PROPRIEDADE DOS ATIVOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS –
EXCLUINDO FUNDOS IMOBILIÁRIOS: A propriedade dos ativos de um fundo
de investimento é do condomínio e a cada um cabe a fração ideal representada
pelas cotas.

5.2. Registro dos fundos

O pedido de registro deve ser solicitado a CVM e instruído com os


seguintes documentos e informações:

I Regulamento do fundo, elaborado de acordo com as disposições


da instrução CVM 555;
II Declaração do administrador do fundo de que o regulamento do
fundo está plenamente aderente à legislação vigente
III Os dados relativos aos registros, regulamento e em cartório de
títulos e documentos;
IV Nome do audito independente;
V Inscrição do fundo no CNPJ;
VI Lâmina de informações essenciais, elaborada de acordo com a
exigência da instrução CVM 555, no caso de fundo aberto que não seja
destinado exclusivamente a investidores qualificados.

196
5.3. (CHINESE WALL) SEGREGAÇÃO ENTRE GESTÃO
DE RECURSOS PRÓPRIOS E DE TERCEIROS –
Barreira de Informação

As instituições financeiras devem ter suas atividades de administração de


recursos próprios e recursos de terceiros (Fundos), totalmente separadas
(SEGREGADA) e independentes de forma a prevenir potenciais conflitos de
interesse.

Gestão de Gestão de
Recursos MURO Recursos
Próprios Terceiros

197
5.4. Assembleia geral de cotistas (competências e
deliberações)

É a reunião dos cotistas para deliberarem sobre certos assuntos


referentes ao Fundo.
Compete privativamente à Assembleia Geral de cotistas deliberar sobre:

I As demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;


II A substituição do administrador, gestor ou custodiaste do fundo;
III A fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a liquidação
do fundo;
IV O aumento da taxa de administração, da taxa de performance ou
das taxas máximas de custódia;
V A alteração da política de investimento do fundo;
VI A emissão de novas cotas, no fundo fechado;
VII A amortização e o resgate compulsório de cotas, caso não estejam
previstos no regulamento; e

VIII Alteração do regulamento exceto quando (situação onde não é


necessário Assembléia):

a) Decorrer exclusivamente da necessidade de atendimento a


exigências expressas da CVM ou de adequação a normas legais ou
regulamentares;
b) For necessária em virtude da atualização dos dados
cadastrais do administrador ou dos prestadores de serviços do fundo, tais
como a alteração na razão social, endereço, página na rede mundial de
computadores e telefone;
c) Envolver redução da taxa de administração ou da taxa
performance;

198
5.4.1. Convocação da Assembleia

A convocação da Assembleia Geral deve ser feita por correspondência


encaminhada a cada cotista, com pelo menos 10 dias de antecedência em
relação à data de realização;

• A presença da totalidade dos cotistas supre a falta de convocação;


• Além da Assembleia geral, o administrador, o gestor, o custodiante
ou o cotista ou grupo de cotistas que detenha, no mínimo, 5%
(cinco por cento) do total de cotas emitidas, podem convocar a
qualquer tempo assembleia extraordinária de cotistas, para
deliberar sobre ordem do dia de interesse do fundo ou dos cotistas;
• A Assembleia Geral é instalada com a presença de qualquer
número de cotistas.

5.4.2. Assembleia geral ordinária (AGO) e Assembleia geral


extraordinária (AGE)

AGO é a Assembleia convocada anualmente para deliberar sobre as


demonstrações contábeis do Fundo. Deve ocorrer em até 120 dias após o
término do exercício social. Esta Assembleia Geral somente pode ser realizada
no mínimo 30 dias após estarem disponíveis aos cotistas as demonstrações
contábeis auditadas relativas ao exercício encerrado. Quaisquer outras
Assembleias são chamadas de AGE (Assembleia geral extraordinária).

199
5.5. Direitos e obrigações dos condôminos

O cotista deve ser informado:

• Do objetivo do fundo;
• Da política de investimento do fundo e dos riscos associados a essa
política de investimentos;
• Das taxas de administração de desempenho cobradas, ou critérios para
sua fixação, bem como das demais taxas e despesas cobradas;
• Das condições de emissão e resgate de cotas do fundo e quando for o
caso, da referência de prazo de carência ou de atualização da cota;
• Dos critérios de divulgação de informação e em qual jornal são
divulgadas as informações do fundo;
• Quando for o caso, da referência à contratação de terceiros com o
gestor de recursos.

OBS: Sempre que o material de divulgação apresentar informações referentes


à rentabilidade ocorrida em períodos anteriores, deve ser incluída advertência,
com destaque, de que:

• Os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador


ou por qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo fundo garantidor de crédito
(FGC);
• A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de
rentabilidade futura;

Para avaliação da performance do fundo de investimento, é recomendável


uma análise de período de, no mínimo, 12 meses.
Somente poderá publicar e divulgar material do produto de investimento
após 6 meses de rentabilidade apurada.

200
O cotista deve ter acesso:

• Ao regulamento e ao formulário de informação complementar;


• Ao valor do patrimônio líquido, valor da cota e rentabilidade no mês e
ano civil;
• A composição da carteira do fundo (o administrador deve colocá-lo à
disposição dos cotistas);

O cotista deve receber:

• Mensalmente extrato dos investimentos;


• Anualmente demonstrativo para Imposto de Renda com os rendimentos
obtidos no ano civil, número de cotas possuídas e o valor da cota;

Obrigações dos cotistas:

O cotista deve ser informado e estar ciente de suas obrigações, tais como:
• O cotista poderá ser chamado a aportar recursos ao fundo nas situações
em que o PL do fundo se tornar negativo;
• O cotista pagará taxas de administração, de acordo com o percentual é
critério do fundo;
• Observar as recomendações de prazo mínimo de investimento e os
riscos que o fundo pode incorrer;
• Comparecer nas assembleias gerais;
• Manter seus dados cadastrais atualizados para que o administrador
possa lhe enviar os documentos;

201
5.6. Informações relevantes (Disclaimers)

Divulgar, diariamente o valor do patrimônio líquido e da cota (função


do Administrador do fundo de investimento).

Mensalmente, remeter aos cotistas um extrato com as seguintes


informações:

• Nome do fundo e o número de seu registro no CNPJ;


• Nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;
• Nome do cotista;
• Saldo e valor das cotas no início e no final do período e a movimentação
ocorrida ao longo do mesmo;
• Rentabilidade do Fundo auferida entre o último dia útil do mês anterior
e o último dia útil do mês de referência do extrato;
• Data de emissão do extrato da conta;
• O telefone, o correio eletrônico (e-mail) e o site;

Anualmente, colocar as demonstrações financeiras do Fundo,


incluindo o Balanço, à disposição de qualquer interessado que as solicitar.

202
5.7. Obrigações dos Administrador de um fundo de
investimento

• Remeter aos cotistas dos fundos não destinados exclusivamente a


investidores qualificados as demonstrações de desempenho do fundo, até o
último dia útil de fevereiro de cada ano;
• Divulgar, em lugar de destaque na sua página na rede mundial de
computadores e sem proteção de senha, o item 3 da demonstração de
desempenho do fundo relativo;
a) aos 12 (doze) meses findos em 31 de dezembro, até o último dia útil
de fevereiro de cada ano;
b) aos 12 (doze) meses findos em 30 de junho, até o último dia útil de
agosto de cada ano;

5.7.1. Regras gerais sobre divulgação de informação:

A. As informações divulgadas pelo administrador relativas ao fundo


devem ser completas, verdadeiras, consistentes e não induzirem o investidor ao
erro;
B. Todas as informações relativas ao fundo devem ser escritas em
linguagem simples, clara, objetiva e concisa;
C. A divulgação de informações sobre o fundo deve ser abrangente,
equitativa e simultânea para todos os cotistas;
D. As informações fornecidas devem ser úteis a avaliação do
investimento;
E. As informações relativas aos fundos não podem assegurar ou
sugerir a existência de garantia de resultados futuros ou isenção de riscos para
o investidor;
F. Informações factuais devem ser diferenciadas de interpretações,
opiniões, projeções e estimativa;
G. Informações factuais devem vir acompanhadas da indicação de
suas fontes;
H. As regras se aplicam ao Formulário de Informações

203
Complementares – FIC, à lâmina e a qualquer outro material de divulgação do
fundo;
I. Caso as informações divulgadas apresentem incorreções ou
impropriedades que possam induzir o investidor a erros de avaliação, a CVM
pode exigir;
• Acesso da divulgação de informação;
• A veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para
divulgar a informação original, de retificações e esclarecimentos, devendo
constar, de forma expressa, que a informação está sendo publicada por
determinação da CVM;

5.8. Segregação de funções e responsabilidades:

• ADMINISTRADOR: Responsável legal pelo funcionamento do fundo.


Controla todos os prestadores de serviços e defende o interesse dos cotistas,
representa o fundo judicialmente. Responsável por comunicação com o cotista.
(Parte Burocrática);

• CUSTODIANTE: Responsável pela “guarda” dos ativos do fundo, com


objetivo de garantir a titularidade do investimento por parte do cotista. Responde
pelos dados e envio de informações dos fundos para os administradores e
gestores

• DISTRIBUIDOR: Responsável pela venda (distribuição) das cotas do


fundo. Pode ser o próprio administrador ou terceiros contratados por ele;

• GESTOR: Responsável pela compra e venda dos ativos do fundo


(gestão) segundo política de investimento estabelecida em regulamento.
Quando há aplicação no fundo, cabe ao gestor comprar ativos para a carteira.
Quando houver resgate o gestor terá que vender ativos da carteira;
.
• AUDITOR INDEPENDENTE: Todo Fundo deve contratar um auditor
independente que audite as contas do fundo pelo menos uma vez por ano.

204
5.9. Tipos de fundos:

FUNDOS ABERTOS

Os fundos de investimento abertos permitem a entrada de novos


investidores ou o aumento da participação dos antigos por meio de investimentos
adicionais, assim como é permitido o resgate de cotas, mediante a venda de
ativos do fundo para a entrega do valor correspondente ao cotista que efetuou o
resgate, total ou parcial, de suas cotas.
Você pode aplicar e resgatar a qualquer momento.

FUNDOS FECHADOS
Os fundos de investimento fechados não permitem a entrada e a saída de
investidores a qualquer momento. Após um período determinado, não são mais
admitidos novos cotistas nem novos investimentos pelos antigos cotistas no
fundo. Além disso, também não é permitido o resgate de cotas por decisão do
cotista. O prazo para encerramento do fundo também é previamente definido.
Você tem data certa para aplicar e data certa resgatar.

Ex: Você pode aplicar entre 10/04 a 30/5 e poderá sacar (resgatar) somente
entre 01/12 à 30/12.

O material de divulgação de distribuição de cotas do fundo fechado deve


conter pelo menos as seguintes informações:
• Nome do fundo;
• Nome, endereço do administrador e gestor, se houver;
• Nome e endereço das instituições responsáveis pela distribuição;
• Política de investimento, público alvo e principais características do
fundo;
• Mercados onde as cotas dos fundos são negociadas;
• Condições de subscrição de integralização;
• Data do início e encerramento da distribuição;

205
• Os dizeres, de forma destacada: "A concessão do registro da presente
distribuição não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das
informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade do fundo, de seu
administrador ou das cotas a serem distribuídas".

FUNDOS RESTRITOS

Fundos classificados como “restritos” são aqueles constituídos para


receber investimento de um grupo restrito de cotistas, normalmente membros de
uma única família, ou empresa de um grupo econômico. Também são muito
comuns fundos restritos a investidores qualificado.

FUNDOS EXCLUSIVOS

Os Fundos classificados como "Exclusivos" são aqueles constituídos para


receber aplicações exclusivamente de um único cotista. Somente investidores
profissionais podem ser cotistas de Fundos exclusivos.
Marcação a mercado é facultativa.

FUNDOS DE INVESTIMENTO COM CARÊNCIA

O regulamento do fundo pode estabelecer prazo de carência para resgate,


com ou sem rendimento. Os fundos com Carência têm resgate após o término
da carência. A grande diferença entre os fundos com carência e sem carência é
a liquidez. Se você investir em um Fundo que possua prazo de carência, não
poderá resgatar até terminar esse prazo.
Você pode investir a qualquer momento, porém para resgata há um
prazo definido.

206
FUNDOS DE INVESTIMENTO SEM CARÊNCIA

Resgates podem ser efetuados a qualquer momento, isto é, liquidez


diária.

FUNDOS PASSIVOS (FUNDO INDEXADO)

Os fundos passivos são aqueles que buscam acompanhar um


determinado “benchmark” e por essa razão seus gestores têm menos liberdade
na seleção de Ativos. Ex: São fundos que acompanham, por exemplo, o CDI.
Os Fundos Passivos (ou com uma gestão Passiva), buscam
acompanhar ou replicar um determinado “benchmark”.
Por exemplo, se um Fundo busca a rentabilidade de 100% do CDI
(benchmark), ele reunirá esforços para alcançar essa “marca”.
Quando um investidor escolhe um fundo passivo, ele não deve
esperar ganhos extraordinários muito diferente desse referencial que o
Fundo busca acompanhar. Logo, a gestão Passiva tem um perfil mais
conservador, com menores custos operacionais.

FUNDOS ATIVOS

São considerados ativos aqueles em que o gestor atua buscando obter


melhor desempenho, assumindo posições que julgue propícias para superar o
seu “benchmark”. Ex: Gestor busca os melhores ativos no mercado financeiro a
fim de obter maior rentabilidade. Logo, uma gestão Ativa vai atrás das
melhores oportunidades de aplicação, tendo como principal objetivo
maximizar os resultados, tendo assim um perfil mais agressivo, onde
possui um maior custo operacional.

207
FUNDO ALAVANCADO

Um fundo é considerado alavancado sempre que existir


possibilidade (diferente de zero) de perda superior ao patrimônio do fundo,
desconsiderando-se casos de default nos ativos do fundo.
Os Fundos Alavancados geralmente se utilizam de derivativos para
aumentar sua exposição no mercado. Isso significa que eles podem lucrar
mais, mas também podem perder mais (inclusive todo o patrimônio do
Fundo e até mais do que isso). Geralmente, essa estratégia está presente
nos Fundos agressivos.

5.10. Tipos de Taxas

TAXA DE ADMINISTRAÇÃO

Percentual pago pelos cotistas de um fundo para remunerar todos os


prestadores de serviço. É uma taxa expressa ao ano calculada e deduzida
diariamente.
A cobrança de taxa de administração afeta o valor da cota.
A rentabilidade divulgada pelos fundos de investimento é sempre liquida
de taxa de administração.

TAXA DE PERFORMANCE

Percentual cobrado do cotista quando a rentabilidade do fundo supera a


de um indicador de referência. Nem todos os fundos cobram taxa de
performance, sendo assim somente fundos ativos podem cobrar taxa
performance, visto possuir gestão ativa. Cobrança após a dedução de todas
as despesas, inclusive da taxa de administração.

208
Linha d’agua: Metodologia utilizada para cobrança de taxa de
performance.
Periodicidade: Semestral

Ex.: Toda rentabilidade acima de 5% será cobrada o percentual de taxa


performance definido pelo administrador do fundo.

TAXA DE INGRESSO OU DE SAÍDA

Taxa de ingresso: Elas são cobradas na aquisição (compra da cota em


um fundo de investimento) de cotas do fundo.

Taxa de saída: Normalmente é cobrada quando existe um prazo para


resgate das cotas, mas o investidor não quer (ou não pode) esperar este tempo
para receber o dinheiro.

5.11. Despesas

De acordo com a instrução CVM 409 são encargos do fundo de


investimento além da taxa de administração, os impostos e contribuições que
incidam sobre os bens, direitos e obrigações do fundo.

209
5.12. Documentos dos fundos

Regulamento: Documento que estabelece as regras de funcionamento e


operacionalização de um fundo de investimento, segundo legislação vigente. Ex:

• À administração;
• À espécie, se aberto ou fechado;
• Ao prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
• À gestão;
• Aos prestadores de serviço;
• À política de investimento, de forma a caracterizar a classe do
fundo;
• À taxa de administração e, se o caso, às taxas de performance,
entrada e saída;
• Às condições de aplicação e resgate de cotas;

210
Exemplo de Regulamento

Uma forma de associação para o Regulamento é que ele é o “MANUAL DE


INSTRUÇÕES DO FUNDO DE INVESTIMENTO”

Formulário de Informações Complementares – FIC: O formulário de


informações complementares é documento de natureza virtual, que deve ser
disponibilizado pelo administrador e pelo distribuidor do fundo em seus sites.
Trata-se de um documento de característica mais dinâmica, que fornece
informações complementares sobre o fundo, contendo, entre outras:
• Local, meio e forma de divulgação de informações do fundo;
• Local, meio e forma de solicitação de informações pelo cotista;
• Exposição dos fatores de riscos inerentes à composição da carteira do
fundo;
• Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas,
contemplando a política a ser adotada pelo administrador quanto ao tratamento
tributário perseguido;
• Descrição da política de administração de risco;
• Política de distribuição de cotas, inclusive no que se refere à descrição da
forma de remuneração dos distribuidores;

211
Exemplo de Formulário de Informações Complementares

212
Lâmina de informações essenciais: O administrador de fundo de investimento
aberto que não seja destinado exclusivamente a investidores qualificados deve
elaborar a lâmina de informações essenciais, documento que apresenta de
forma simplificada as principais informações do fundo. Ela é apresentada em um
formato simples, reduzido e deve seguir um padrão e uma sequência pré-
definidos.
Devido a sua estrutura, é um documento que permite compreender e
comparar informações importantes sobre os fundos, tais como:
• O público-alvo e restrições de investimento;
• Descrição resumida da política de investimento do fundo, incluindo os
limites de aplicação em ativos no exterior, em crédito privado, o limite de
alavancagem, quando houver, e se o fundo utiliza derivativos apenas para
proteção da carteira;
• Informações sobre investimento mínimo, carência, condições de resgate,
taxas cobradas;
• A composição da carteira do fundo, incluindo o patrimônio líquido e as
cinco espécies de ativos em que ele concentra seus investimentos;
• A classificação de risco que o administrador atribui ao fundo,
considerando a estratégia de investimento adotada, que vai de 1 (um), menor
risco, a 5 (cinco), maior risco;
• Histórico de rentabilidade;
• Exemplo comparativo e simulação de despesa;
• Descrição resumida da política de distribuição do fundo;
• Informações sobre o serviço de atendimento ao cotista;
Os investidores devem sempre exigir a apresentação da lâmina dos
fundos que lhes são ofertados nos pontos de distribuição, como as agências
bancárias e as corretoras, inclusive pelos canais eletrônicos. Entretanto, o
investidor não deve abrir mão de ler também o regulamento e o formulário de
informações complementares

213
Exemplo de Lâmina de Informações Essenciais

214
5.13. Gestão de Recursos

APLICAÇÃO DE RECURSOS
Quando o cotista (investidor) aplica recursos em um fundo (compra de
cotas), o gestor deverá comprar ativos para a carteira do fundo (com o recurso
que o cotista aplicou).

RESGATE DE RECURSOS
Quando o cotista (investidor) resgata recursos de um fundo (venda de
cotas), cabe ao gestor do fundo vender ativos para conseguir recursos para
honrar o resgate e pagar o cotista.
Na emissão das cotas do fundo deve ser utilizado o valor da cota do dia
ou do dia seguinte ao da data da aplicação, segundo o disposto no regulamento.

OBS: Em casos excepcionais de liquidez dos ativos componentes da


carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedidos de resgates incompatíveis
com a liquidez existente, ou que possam implicar alteração do tratamento
tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo destes últimos, o
administrador poderá declarar o fechamento do fundo para a realização de
desgastes e caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 (cinco)
dias consecutivos, será obrigatória a convocação de assembleia geral
extraordinária, no prazo máximo de 1 (um) dia, para deliberar, no prazo de 15
(quinze) dias, a contar da data do fechamento para resgate, sobre as seguintes
possibilidades:

• Substituição do administrador, do gestor ou de ambos;


• Reabertura ou manutenção do fechamento fundo para desgaste;
• Possibilidade do pagamento de resgate em títulos e valores
mobiliários;
• Cisão do fundo;
• Liquidação do fundo;

Conceitos de aplicações e Resgate

215
Prazo de cotização: é o tempo que o fundo leva para converter o dinheiro
em cotas, a partir da data de aplicação, ou as cotas em dinheiro, a partir da data
do pedido de resgate.
Prazo de liquidação: é o tempo que o fundo leva, depois da cotização,
para depositar o dinheiro resgatado na conta do cotista.
Prazo de resgate: é o tempo decorrido desde o pedido de resgate até o
depósito do dinheiro na conta do cotista. É a soma do prazo de cotização com o
prazo de liquidação.
D+n: é a forma de medir os prazos no mercado financeiro, como os prazos
de cotização, liquidação e resgate. A letra D representa o dia útil em que foi
realizada a operação (por exemplo, o pedido de resgate).

216
• Cota de abertura: Cota na qual é apurada e conhecida no início
do dia; Quais fundos podem utilizar cota de abertura:

* Curto prazo;
* Referenciado DI;
* Renda fixa;

• Cota de fechamento: Cota na qual é apurada e conhecida no final


do dia ou fechamento do mercado; Quais fundos podem utilizar a cota de
fechamento:
* Curto Prazo;
* Referenciado DI;
* Renda Fixa;
* Multimercado;
* Cambial;
* Dívida Externa;
* Ações;

Obs: Para os fundos que tiverem carteira com prazo médio superior a 365
dias (longo prazo), é obrigatório o uso de cota de fechamento.

217
5.14. PRINCIPAIS MODALIDADES DE FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.14.1. FUNDOS DE RENDA FIXA

Investe no mínimo 80% de seu Patrimônio Líquido em ativos de renda fixa


expostos a variação da taxa de juros ou a um índice de preços, ou ambos.
Sua carteira é composta por títulos que rendem uma taxa previamente
acordada. Estes fundos se beneficiam num cenário de queda da taxa de juros,
mas tem risco de taxa de juros e eventualmente de crédito.

Estes fundos podem ser adicionalmente classificados como:


• “Longo Prazo”, quando o prazo médio de sua carteira superar 365 dias.

Neste caso, não poderá ser utilizada a “cota de abertura”.

É vedada (proibida) a cobrança de taxa de performance, salvo


quando se tratar de Fundo destinado a investidor qualificado.

PERFIL: Fundo Moderado

218
5.14.2. FUNDO DE RENDA FIXA DE CURTO PRAZO

São Fundos que têm por objetivo proporcionar a menor volatilidade


possível dentre os Fundos disponíveis no mercado brasileiro.
O fundo classificado como "Renda Fixa” que aplica 100% dos seus
recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou privados (de baixo risco
de crédito), pré-fixados ou indexados à Taxa Selic” ou outra taxa de juros, ou
títulos indexados ao índice de preços, com prazo máximo a decorrer de 375
(trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira do fundo inferior a
60 (sessenta) dias devem incluir, a sua denominação, os sufixo “Curto prazo”.

Podem utilizar-se de estratégia com derivativos somente para


proteção da carteira

É vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar


de Fundo destinado a investidor qualificado.

PERFIL: Fundo Conservador

219
5.14.3. FUNDOS DE RENDA FIXA REFERENCIADOS

O fundo classificado como "Renda Fixa” cuja política de investimento


assegure que ao menos 95% (noventa e cinco por cento) do seu patrimônio
líquido esteja investido em ativos que acompanham, direta ou indiretamente,
determinado índice de referência deve incluir, à sua denominação, o sufixo
“Referenciado” seguido da denominação de tal índice.
Além disso, esses fundos devem ter 80% (oitenta por cento), no
mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isoladamente ou
cumulativamente, por títulos da dívida pública federal ou por ativos financeiros
de renda fixa considerados de baixo risco de credito pelo gestor.

Esses fundos têm a sua atuação restrita a respectiva atuação nos


mercados de derivativos à realização de operações com o objetivo de
proteger posições detidas à vista (hedge).

É vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar


de Fundo destinado a investidor qualificado

PERFIL: Fundo Conservador

220
5.14.4. FUNDOS DE RENDA SIMPLES

O fundo classificado como “Renda Fixa” que tenha 95% (noventa e cinco
por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou
cumulativamente, por títulos da dívida pública federal ou títulos de renda fixa de
emissão ou coobrigação de instituições financeiras que possuam classificação
de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos
títulos da dívida pública federal, esses fundos devem incluir em sua
denominação, o sufixo “Simples”.

É vedado ao fundo simples a:

1. Cobrança de taxa de performance;

2. Realização de investimentos no exterior;

3. Concentração em créditos privados;

4. Transformação do fundo em fundo fechado;

A lâmina de informações essenciais fingindo de que trata o capital deve


comparar a performance do fundo com a performance da taxa Selic.

Dispensa do termo de adesão e ciência de risco e preenchimento do API


(Analise Perfil do Investidor);

221
PERFIL: Fundo Conservador

5.14.5. FUNDOS DE RENDA FIXA DE DIVIDA EXTERNA

O fundo classificado como “Renda Fixa” que tenha 80% (oitenta por
cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado por títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União, deve incluir, à
sua denominação, o sufixo “Dívida Externa”.
É a forma mais fácil de investir em papéis brasileiros negociados no
mercado internacional.

Somente fundos de Dívida Externa podem adquirir títulos


representativos da dívida externa de responsabilidade da união.

Podem cobrar taxa de performance.

222
PERFIL: Fundo Agressivo

5.14.6. FUNDO CAMBIAL

Os fundos classificados como “Cambiais” devem ter como principal fator


de risco de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do
cupom cambial. No mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser
composta por ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos,
ao fator de risco que dá nome à classe.
Os Fundos Cambiais Dólar são os mais conhecidos. A aplicação é feita
em R$ (reais), e sua carteira é composta por papéis que buscam acompanhar a
variação da moeda norte americana.

Comentário: ATENÇÃO, ele não acompanha a cotação do dólar.

Podem cobrar taxa de performance. Podem utilizar derivativos.

223
PERFIL: Fundo Agressivo

5.14.7. FUNDO DE AÇÕES

Investe no mínimo 67% do seu patrimônio líquidos em ações negociadas


no mercado à vista de bolsa de valores.
A performance destes fundos está sujeita à variação de preço das ações
que compõem sua carteira. Por isso, são mais indicados para quem tem
objetivos de investimentos de longo prazo.
Fundos de ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo,
2/3 (dois terços) do seu patrimônio líquido seja investido em ações de
companhias listadas em segmento de negociação de valores mobiliários, voltado
ao mercado de acesso, instituído por bolsa de valores ou por entidade do
mercado de balcão organizado, que assegure, por meio de vínculo contratual,
práticas diferenciadas de governança corporativa devem usar, em seu nome, a
designação “Ações – Mercado de Acesso”.

Podem cobrar taxa de performance e podem utilizar derivativos.

224
Os Fundos de Ações – Mercado de Acesso constituídos sob a forma de
condomínio fechado podem utilizar, como parâmetro de referência para o cálculo
da taxa de performance, índices atrelados a juros ou inflação.

PERFIL: Fundo Agressivo

ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS EM FUNDOS DE AÇÕES

Market timing: é a estratégia de tomar decisões de compra ou venda de ativos


financeiros (geralmente ações ), tentando prever movimentos futuros de preços
de mercado. A previsão pode ser baseada em uma perspectiva de mercado ou
condições econômicas resultantes de análises técnicas ou fundamentais.

Stock picking: aposta em ações com maior potencial de retorno. Esta aposta
se dá, geralmente, em relação às ações que fazem parte do benchmark. Por
exemplo, se Petrobrás representa 20% da carteira do Ibovespa, e o
administrador acredita que seja uma boa alternativa de investimento, pode
comprar 25% para a carteira do Fundo. Se o administrador estiver correto, estes
5% extras ajudarão a ultrapassar o benchmark.

225
Arbitragem: comprar e vender o mesmo ativo, com características ligeiramente
diferentes, ganhando o diferencial do preço. Por exemplo, compra de uma ação
ON e venda de uma ação PN do mesmo emissor. Nesse caso, o administrador
não está fazendo aposta com relação à direção da bolsa, mas apenas com
relação ao diferencial de preços entre esses dois ativos.

5.14.8. FUNDOS MULTIMERCADOS

Os Fundos classificados como "Multimercado" devem possuir políticas de


investimento que envolva vários fatores de risco, sem o compromisso de
concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais
classes previstas na instrução. Ou seja, este tipo de Fundo pode aplicar em
DI/SELIC, índices de preços, taxas de juros, câmbio, dívida externa e ações.
Podem usar derivativos para alavancagem. Podem cobrar taxa de
performance.

5.14.9. FUNDO DE CRÉDITO PRIVADO

O fundo de investimento que realizar aplicações em quaisquer ativos ou


modalidades operacionais de responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas
de direito privado ou de emissores públicos ou outros que não a União Federal
que, em seu conjunto, exceda o percentual de 50% (cinquenta por cento) de seu
patrimônio líquido, deverá observar as seguintes regras, cumulativamente
àquelas previstas para a sua classe:
I - Na denominação do fundo deverá constar a expressão “Crédito
Privado”.
II – o regulamento, o Formulário de Informações Complementares –
FIC e o material de venda do fundo deverão conter, com destaque, alerta de que
o fundo está sujeito a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido em
caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua
carteira, inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de administração
temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores
responsáveis pelos ativos do fundo;

226
PERFIL: Fundo Moderado

5.14.10. FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE


INVESTIMENTO

O fundo de investimento em cotas de fundos de investimentos deverá


manter, no mínimo 95% (noventa e cinco portento) de seu patrimônio investido
em cotas de fundos de investimento de uma mesma classe, exceto os fundos de
investimento em cotas classificados como "Multimercado", que podem investir
em cotas de fundos de classes distintas;
O restante 5% (cinco por cento) do patrimônio do fundo poderão ser
mantidos em depósitos à vista ou aplicarem em:
I. Títulos públicos federais;
II. Títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
III. Operação compromissadas (Operação envolvendo títulos de renda
fixa), de acordo com a regulação especificado pelo Conselho Monetário Nacional
– CMN;
Deverá constar da denominação do fundo a expressão "Fundo de
Investimento em Cotas de Fundos de Investimento" acrescida da classe dos
fundos investidos de acordo com regulamentação específica.

227
5.14.11. FUNDOS DE INVESTIMENTO EM ÍNDICE DE MERCADO
– FUNDOS DE ÍNDICE

Esses fundos também conhecidos como ETF – Exchange Traded Funds.

O fundo é uma comunhão (conjuntos) de recursos destinado à aplicação


em carteira de títulos e valores mobiliários (ações) que visa refletir as variações
e rentabilidade de um índice de referência (ex: Ibovespa), por prazo
indeterminado. Da denominação do fundo deve constar a expressão “Fundo de
Índice” e a identificação do índice de referência.
O fundo é regido por esta Instrução e pelas disposições constantes do seu
regulamento, sendo seu principal meio de divulgação de informações a sua
página na rede mundial de computadores.

Fundo deve manter 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo, de


seu patrimônio aplicado em valores mobiliários (Ações) ou outros ativos de
renda variável autorizados pela CVM, na proporção em que estes integram o
índice de referência, ou em posições compradas no mercado futuro do índice
de referência, de forma a refletir a variação e rentabilidade de tal índice.

228
Tributação: 15% na fonte.

PERFIL: Fundo Agressivo

5.14.12. FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO (FII)

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) destinam-se ao


desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, tais como construção de
imóveis, aquisição de imóveis prontos, ou investimentos em projetos visando
viabilizar o acesso à habitação e serviços urbanos, inclusive em áreas rurais,
para posterior alienação, locação ou arrendamento.
Estes Fundos destinam-se a investidores que procuram imóveis como
uma forma de diversificação de sua carteira de investimentos, e esperam ganho
de capital moderado e rendimentos em forma de aluguel.
Os Fundos imobiliários são comercializados na forma de Fundos
fechados, que podem ter duração determinada ou indeterminada.

229
Estes Fundos devem distribuir, no mínimo, 95% do lucro auferido,
apurados segundo o regime de caixa.

Alíquota de IR: 20%

RECOLHIMENTO (pagamento do Imposto): Até o último dia útil do mês


subsequente ao do encerramento do período de apuração.

INCIDÊNCIA: Sobre ganhos de capital (Valorização da Cota).

COMPENSAÇÃO DE PERDAS: Perdas incorridas na alienação de cotas


de fundo de investimento imobiliário só podem ser compensadas com ganhos
auferidos na alienação de cotas de fundo da mesma espécie.

RESPONSÁVEL PELO RECOLHIMENTO: Administrador do Fundo.

ISENÇÃO de IR (Imposto de Renda) : Os rendimentos (dividendos)


distribuídos pelos fundos de investimento imobiliário cujas cotas sejam admitidas
à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão
organizado, ISENÇÃO PARA PESSOA FISÍCA, nos seguintes casos:

• Será concedido somente nos casos em que o fundo de


investimento imobiliário possua, no mínimo, 50 (cinquenta) cotistas;

• Não será concedido ao cotista pessoa física titular de cotas que


representem 10% (dez por cento) ou mais da totalidade das cotas emitidas
pelo fundo de investimento imobiliário ou cujas cotas lhe derem direito ao
recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de
rendimentos auferidos pelo fundo.

230
Uma vez constituído e autorizado o funcionamento do Fundo, admite-se
que 25% de seu patrimônio, no máximo e temporariamente, seja investido
em cotas de FI e/ou em Títulos de Renda Fixa.

Esta parcela pode ser maior se expressamente autorizado pela CVM,


mediante justificativa do administrador do Fundo.

É vedado ao Fundo operar em mercados futuros ou de opções.

PERFIL: Fundo Moderado

231
5.14.13. FUNDOS DE INVESTIMENTO EM DIREITOS
CREDITÓRIOS (FIDC E FIC-FIDC)

São Fundos constituídos por títulos de crédito originários de operações


realizadas nas instituições financeiras, na indústria, arrendamento mercantil,
hipotecas, prestação de serviços e outros títulos que possam ser admitidos como
direito de crédito pela CVM.
Desta forma, as operações de crédito originalmente feitas podem ser
cedidas aos Fundos que assumem estes direitos creditórios. Esta operação
permite aos bancos, por exemplo, que cedam (vendam) seus empréstimos aos
FIDC, liberando espaço para novas operações, e aumentando a liquidez deste
mercado,

Estes Fundos podem ser:

• Abertos: quando os cotistas podem solicitar resgate das cotas, de


acordo com o estatuto do Fundo;
• Fechados: quando as cotas podem ser resgatadas somente ao
término do prazo de duração do Fundo, ou no caso de sua liquidação;

Benefícios dos FIDC:

• Para quem cede os direitos creditórios: diminuição dos riscos de


crédito e “liberação de espaço no balanço”;
• Para as empresas: mais liquidez no mercado de crédito;
• Para os investidores: uma alternativa de investimento que tende
a oferecer uma rentabilidade maior do que a renda fixa tradicional;

232
Tipos de Cotas:
• Cota sênior: Aquela que não se subordina às demais para efeito de
amortização e resgate (Cota que possui Prioridade);
• Cota subordinada: Aquela que se subordina à cota sênior ou a
outras cotas subordinadas, para efeito de amortização e resgate;

Riscos: O principal risco para o investidor em FIDC é o crédito da


carteira de recebíveis. Ou seja, o retorno está diretamente ligado ao nível de
inadimplência dos recebíveis que formam o lastro da carteira.

Os FIDC podem operar no mercado de derivativos (bolsas e balcão com


sistema de registro) somente para proteger suas posições à vista.
No caso de Fundo aberto, o Fundo será liquidado ou incorporado a outro
se mantiver PL médio inferior a R$500.000 durante 3 meses consecutivos, ou 3
meses após a autorização da CVM.

Observações:

• Os cotistas dos FIDC somente podem ser investidores


qualificados.
• O valor mínimo para aplicação deve ser de R$25.000;
• O FIDC deve ter, no mínimo, 50% de seu patrimônio em direitos
creditórios;

Tributação: “Tabela Regressiva”

233
PERFIL: Fundo Moderado

5.14.14. FUNDOS DE INVESTIMENTO EM PARTICIPAÇÕES –


FIP

O Fundo de Investimento em Participações (FIP) é uma comunhão de


recursos destinados à aplicação em companhias abertas, fechadas ou
sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento. Cabe ao administrador
constituir o fundo e realizar o processo de captação de recursos junto aos
investidores através da venda de cotas.

O FIP é um investimento em renda variável constituído sob a forma de


condomínio fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término de
sua duração ou quando é deliberado em assembleia de cotistas a sua liquidação.

Os FIPs devem manter, no mínimo, 90% de seu patrimônio investido


em “ações, debêntures simples, bônus de subscrição ou outros títulos e
valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de
companhias abertas ou fechadas, bem como em títulos ou valores
mobiliários representativos de participação em sociedades limitadas. A

234
exceção são as debentures simples, cujo limite máximo é de 33% do capital
subscrito do fundo.

Tributação: 15% na Fonte;

PERFIL: Fundo Agressivo

5.14.15. FUNDOS OFF-SHORE

Os fundos Off-Shore investem recursos no exterior, sendo sua sede


formalmente localizada no exterior, porém o gestor localiza-se no Brasil.

235
5.15. COME-COTAS

É uma modalidade de cobrança de imposto de renda semestral, na qual é


realizada no último dia útil do mês de Maio e Novembro, sem necessariamente
ter sido realizado o resgate do fundo de investimento. Esta cobrança afeta
diretamente a quantidade de cotas de investimento, reduzindo a quantidade de
cotas visto ter sido realizada à cobrança do imposto.

A cobrança é realizada na alíquota de:


• 20% dos rendimentos para fundos considerados de curto prazo
(até 360 dias);
• 15% dos rendimentos para fundos considerados de longo prazo
(acima de 360 dias);

Obs.: Quando ocorrer o resgate por parte do investidor haverá a


compensação do imposto já pago anteriormente.

• Os Fundos de Renda Fixa, Multimercado e Cambial podem utilizar


o sistema de come-cotas.
Fundos que não usam come-cotas:
• Crédito Privado;
• Ações;
• Fundo de Investimento em Cotas;

A cobrança é semestral com alíquota anual (Quer dizer que você
paga 15% a.a., porém é cobrado a cada 6 meses);

236
5.16. MARCAÇÃO A MERCADO

Este conceito diz que o Fundo deve reconhecer todos os dias, o valor
de mercado (venda) de seus ativos.
A marcação a mercado faz com que o valor das cotas de cada fundo
reflita, de forma atualizada, a que preço o administrador dos recursos venderia
cada ativo a cada momento (mesmo que ele o mantenha na carteira). Ainda de
acordo com a legislação, devem ser observados os preços do fim do dia, após o
fechamento dos mercados. Já para a renda variável, a legislação determina que
observe o preço médio dos ativos durante o dia.

Características da marcação a mercado:

• O Objetivo de marcar a mercado é evitar transferência de riqueza entre


cotistas;
• Os ativos que fazem parte da carteira de responsabilidade do
administrador devem ter um preço único;
• Administrador deve divulgar no mínimo uma versão simplificada da
marcação a mercado.

5.17. DIVULGAÇÃO DE RENTABILDIADE

É expressamente vedada:
• Divulgação, em qualquer meio, de qualificação, premiação, título
ou análise que utilize dados de menos de 12 (doze) meses;
• Divulgação de rentabilidade do fundo com menos de 6 meses de
registro na CVM;
• Divulgação de comparação entre Fundos que tenham
classificação ANBIMA diferentes, sem qualificá-los e sem apresentar
justificativa consistente para a comparação.

237
5.18. CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO
ANBIMA – NÍVEIS 1, 2 E 3.

A ANBIMA agrupa fundos de investimento com as mesmas


características, identificando-os pelas suas estratégias e fatores de risco. Esse
agrupamento facilita a comparação de performance entre os diferentes fundos e
auxilia o processo de decisão de investimento, além de contribuir para aumentar
a transparência do mercado.
A Classificação de Fundos ANBIMA, os investimentos estão divididos em
três níveis sendo:
• 1º Nível: Classes de Ativos
• 2º Nível: Riscos
• 3º Nível: Estratégias de investimento

238
Subdivisões para os fundos de Renda Fixa.

239
Subdivisões para os fundos de Ações.

240
Subdivisões para os fundos de Multimercado.

Subdivisões para os fundos Cambiais: Não possui subdivisões. Sendo apenas


Cambial nos três níveis.

241
5.19. RESUMÃO FUNDOS DE INVESTIMENTO

Fundos Passivos

242
Fundos ATIVOS

243
6. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA:
PGBL E VGBL

Previdência Social é referente ao benefício pago pelo INSS aos


trabalhadores. Ela funciona como um seguro controlado pelo governo,
garantindo que o trabalhador continue a receber uma renda quando se
aposentar, mas que também não fique desamparado em caso de gravidez,
acidente ou doença.
Previdência Privada, como o próprio nome sugere, é uma opção do
indivíduo. Também chamada de previdência complementar, ela estabelece a
formação de uma reserva usada tanto para complementar a renda recebida pelo
INSS, quanto para realizar um projeto de vida, como pagamento da faculdade dos
filhos ou investirem em um negócio próprio.

6.1. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS QUE INFLUENCIAM O


PRODUTO

Fase de Acúmulo/Diferimento

É aquele decorrido entre a data de início da vigência do plano e a data de


concessão do benefício. Em outras palavras, é o período de acumulação/
poupança em que são feitas as contribuições que capacitam o participante em
receber o benefício.

Fase de Renda/Beneficio

É o período na qual os rendimentos/ou resgaste são realizados. Em outras


palavras, é o período no qual você não irá mais realizar contribuições na
previdência e somente irá receber os benefícios mensais ou o valor acumulado
mais os juros no resgaste.

244
Taxa de Administração

Refere-se às despesas com a gestão financeira do fundo, contratada a


uma empresa especializada. A cobrança ocorre durante toda a fase de
contribuição e incide sobre o capital total, incluindo os rendimentos. Esse custo
é regulamentado pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários

Taxas de Carregamento

É cobrada logo na entrada do plano e a cada depósito ou contribuição que


você faz. Isso quer dizer que, se esse custo for de 5%, a cada R$ 100,00
investidos só R$ 95,00 serão creditados efetivamente em seu plano. Em outras
palavras, quanto maior o percentual, menor a fatia de contribuição do seu
depósito feito por você que vai “engordar o seu capital”
As instituições financeiras têm liberdade de cobrar taxas de até 10% nos
planos VGBL e PGBL, com aprovação da SUSEP.

Regulamento do fundo, elaborado de acordo com as disposições

Portabilidade

É a transferência, parcial ou total, do saldo acumulado entre fundos do


plano contrato, ou para outros planos, outra seguradora ou Entidade Aberta de
Previdência Complementar – EAPC, durante o período de acumulação, por
vontade do titular. O prazo mínimo para portabilidade é de 60 dias da data do
aporte inicial.

245
Transferências Entre Planos

Não é permitido mudar de modalidade, ou seja, de um VGBL para um


PGBL e vice-versa. Se quiser fazê-lo, o investidor deverá resgatar seja recursos
e aplicar novamente em outro plano, o que implicará em cobrança de IR sobra o
dinheiro retirado, conforme regime tributário escolhido e vigente à época do
resgaste.
Sendo assim somente é possível realizar portabilidade de planos de
previdência de PGBL para PGBL e de VGBL para VGBL.
Quanto ao regime de tributação é possível trocar a tabela de cobrança de
imposto de renda da progressiva para a regressiva. O contrário, entretanto, não
é possível. Uma vez escolhida a tabela regressiva, deve-se permanecer com ela.

OBS: Tempo Mínimo para resgate e portabilidade é de 60 dias.

Resgate

Uma das formas de sair do plano, ou seja, de utilizar a reserva acumulada,


pode ser o resgate total, caso o cliente não queira passar a receber uma renda
mensal. Para essa opção, há duas formas disponíveis de resgate:

• Resgate programado: são definidas datas certas para a retirada do


dinheiro. Os recursos que continuarem no plano permanecerão rendendo.
• Resgate total: é a alternativa mais barata para o usuário, mas não é
indicada para quem não tem experiência em gerir seu patrimônio. Afinal, se o
dinheiro ficar parado, deixará de render.

246
6.2. PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (PGBL)

O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais vantajoso para


aqueles que fazem a declaração do imposto de renda pelo formulário
completo. É uma aplicação em que incide risco, já que não há garantia de
rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho,
ele é repassado integralmente ao participante.
O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única
vez, ou transformado em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12%
da renda bruta anual do Imposto de Renda e tem taxa de carregamento.

Em resumo o PGBL é um plano de previdência na qual é possível


abater 12% da renda bruta anual no seu imposto de renda, com isso é
possível diminuir o pagamento de imposto de renda. Outra característica deste
plano é que a incidência de imposto de renda é sobre o valor Total do
investimento (Total aplicado + Juros recebidos).

6.3. VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES(VGBL)

O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é aconselhável para aqueles


que não têm renda tributável, já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda
que seja necessário o pagamento de IR sobre o ganho de capital.
Nesse tipo de produto, também não existe uma garantia de rentabilidade
mínima, ainda que todo o rendimento seja repassado ao integrante. O primeiro
resgate pode ser feito em prazo que varia de dois meses a dois anos. A partir do
segundo ano, também pode ser feita a cada dois meses.
Nesta modalidade a incidência de imposto de renda é somente sobre
o rendimento ganho.

247
RESUMO PGBL E VGBL

6.4. Regimes de Tributação (Imposto de Renda)

REGIME DE TRIBUTAÇÃO REGRESSIVO

Quanto maior o prazo menor será o imposto cobrado.

248
REGIME DE TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVA

Quanto maior o valor recebido entre resgate total ou resgate parcial,


maior será o imposto pago. Segue a tabela progressiva do Imposto de Renda:

DICA para não ERRAR Previdência na Prova

PGBL + IR PGBL + IR
(PROGRESSIVA) (REGRESSIVA)

- Declaração Completa; - Declaração Completa;


- Dedução de 12% de - Dedução de 12% de
Rendimentos Tributáveis; Rendimentos Tributáveis;
- IR sobre o valor TOTAL - IR sobre o valor TOTAL
(Aplicação + Juros (Aplicação + Juros
Recebidos) Recebidos)
- Indicado para CURTO - Indicado para LONGO
PRAZO até 4 Anos. PRAZO ACIMA de 4
VGBL + IR Anos. VGBL + IR
(PROGRESSIVA) (REGRESSIVA)

- Declaração Simplificada; - Declaração Simplificada;


- IR sobre o valor dos - IR sobre o valor dos
rendimentos (Juros rendimentos (Juros
Recebidos) Recebidos)
- Indicado para CURTO - Indicado para LONGO
PRAZO até 4 Anos. PRAZO ACIMA 4 Anos.

249
7. MENSURAÇÃO E GESTÃO DE PERFORMANCE
E RISCOS (PROPORÇÃO: DE 10% A 20%)

Este módulo equivale de 10 a 20% do conteúdo que cairá em sua prova.


Este módulo busca apresentar o conhecimento dos principais mecanismos para
avaliação de risco e avaliação de carteira de investimento, apropriando ao aluno
o entendimento necessário para avaliar múltiplos investimentos.
OBS.: Será cobrado somente os conceitos. Não há cobrança de cálculo
na prova.

7.1. Risco

Quando vamos fazer um investimento, inicialmente temos apenas uma


expectativa da sua rentabilidade. No mercado, essa expectativa é conhecida
como retorno esperado do investimento. Porém, somente com o passar do
tempo, e no momento do resgate da aplicação, é que saberemos qual foi
realmente o retorno obtido.
Diversos motivos podem fazer com que o retorno realmente obtido no
resgate de um investimento seja diferente do retorno esperado no momento
da aplicação. Ou seja, sempre há alguma incerteza quando vamos realizar um
investimento.

O risco de um investimento pode ser considerado como a medida


dessa incerteza. Ou seja, a probabilidade de o retorno obtido em um
investimento ser diferente do esperado.

250
7.1.1. TAXA LIVRE DE RISCO

A taxa livre de risco é aquela em que o investimento que a remunera não


possui risco de crédito (possibilidade de calote). No Brasil o ativo que mais se
aproxima dessa definição são os títulos públicos federais, por esse motivo,
utilizamos a taxa Selic (que remunera as LFTs) como taxa de juros livre de risco.

7.2. Tipos de Riscos

Principais riscos encontrados em investimentos:

• Risco de Crédito
• Risco de Mercado
• Risco de Liquidez

Outros Riscos:
• Risco de Liquidação
• Risco de Contraparte
• Risco de Imagem (ver módulo 2)

RISCO DE LIQUIDEZ

É o risco relacionado com a dificuldade de vender determinado título e


valor mobiliário pelo preço e no momento desejado. Uma característica deste
risco é a dificuldade de encontrar compradores para determinado título e valor
mobiliário.

251
Ex.: Investidor comprou um imóvel a R$ 300.000,00 e deseja vendê-lo
pois necessita do dinheiro. Ele recebeu uma única oferta no valor de
R$200.000,00, sendo assim ele se desejar vender terá uma perda de dinheiro,
visto não possuir mais pessoas desejando comprar seu imóvel e ter recebido
somente uma ou poucas ofertas.

OBS.: O risco de liquidez está associado a um único comprador ou poucos


compradores na qual seja verificado a dificuldade de vender determinado ativo
ao preço que o vendedor esteja disposto a vender.

RISCO DE LIQUIDAÇÃO

O risco de liquidação é o risco de que a contraparte (comprador ou


vendedor) não entregue os títulos (liquidação física) ou o valor (liquidação
financeira) combinados quando foi efetuado o contrato, o risco acontece após o
investidor já ter cumprido a sua parte do acordo.

Esse risco é mitigado (reduzido) graças a presença das Cearing Houses


(SELIC, CETIP, etc).

Ex: Em uma negociação de compra e venda de ações, o vendedor deve


entregar a ação ao comprador na qual o comprador deve pagar o valor da ação
ao vendedor. Nesta situação, caso o comprador não pague o vendedor,
configura o risco de liquidação, visto que a operação não foi realizada por uma
das partes da negociação.

252
RISCO DE CRÉDITO

É o risco associado a incapacidade de pagamento (Calote) da instituição


na qual investidor aplicou seus recursos.

Ex.: Um investidor que aplique no CDB, o risco de crédito está associado


ao Banco na qual aplicou no CDB não realizar o pagamento dos juros e do valor
aplicado.

A fim de diminuir este risco e deixar o mercado mais transparente foram


criadas empresas que classificam a capacidade de pagamento das empresas e
governos emissores de títulos e valores mobiliários. Esta classificação é
conhecida como “rating”, e este é dado as empresas a fim de avaliar sua
capacidade de honrar seus pagamentos.

OBS.: O único investimento que não possui risco de crédito é “ação”.

Abaixo segue as principais agências de Classificação de Rating e suas


classificações:

253
OBS.: Quanto pior o Rating maior será o retorno exigido e maior será o
risco de crédito.
Quanto Melhor o Rating menor será o retorno exigido e menor será o risco
de crédito.

RISCO DE CONTRAPARTE

É um tipo de risco de crédito, porém nesse caso, não existe o título de


crédito. É uma operação realizada entre duas partes, onde uma das partes não
honra com a sua obrigação contratual.

Ex: A contratação de seguros prestamistas em operações de créditos


(empréstimo) , tem como objetivo minimizar esse tipo de risco, visto caso ocorra
o falecimento do cliente com o seguro prestamista elimina-se o risco da
contraparte e o banco recebe o valor do empréstimo de forma integral ao saldo
devedor atual do empréstimo.
Nas operações de mercado futuro, como a Bolsa de valores exige
margem de garantia, a mesma assume o Risco de Contraparte.

RISCO SOBERANO

Conhecido como risco País (honrar o pagamento de seus títulos


públicos).

Quando uma agência de rating avalia a capacidade de pagamento de um


país, atribuindo uma nota aos títulos públicos, esse risco é chamado de risco
soberano.
Justifica-se o nome pelo fato de o governo federal ser a “instituição” mais
sólida dentre todas que existem naquele país, logo, espera-se que a melhor nota
de crédito seja atribuída a seus títulos.

254
SPREAD DE CRÉDITO

É a diferença entre a taxa de juros cobrada aos tomadores de crédito e a


taxa de juros paga aos depositantes pelos bancos. é a diferença entre a
remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e o quanto
esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro.
Quanto maior o Spread de Crédito, maior será a taxa de retorno do título
(e maior o seu risco também).
O spread de crédito também está relacionado a probabilidade de
inadimplência de um emissor de título.
É uma medida de retorno adicional que o investidor deve receber por
conta de adquirir um ativo cujo emissor possui maior risco de crédito.

RISCO DE MERCADO

O risco de mercado é o potencial das oscilações (variação) dos valores


(preços) de um ativo (investimento) durante um determinado período de tempo.
De modo geral é como as mudanças no preço possam afetar o seu
investimento de forma negativa. O conceito de risco de mercado está
diretamente ligado a volatilidade de um ativo.

• Quanto maior a volatilidade (oscilação) do preço de um ativo, maior


será seu risco de mercado.
• Quanto menor a volatilidade (oscilação) do preço de um ativo
menor será seu risco de mercado.

255
Figura: Investimento com muita volatilidade (Maior Risco de Mercado)

Figura: Investimento com baixa volatilidade (Menor Risco de Mercado)

DIVERSIFICAÇÃO

A diversificação, no mundo dos investimentos, é como o investidor divide


seus investimentos nos diversos ativos financeiros e reais, como: colocar 10%
de seu dinheiro na poupança, 50% em fundos de renda fixa, 20% em fundo
imobiliário e 20% em ações.
A diversificação ajuda a reduzir os riscos de perdas. É o velho ditado:
“não coloque todos os ovos numa única cesta”. Desta forma, quando um
investimento não estiver indo muito bem, os outros podem compensar, de forma
que na média não tenha perdas mais expressivas.

256
Deve-se ter em mente, entretanto, que a diversificação não é capaz de
eliminar todo o risco de mercado de um investimento, isso porque há fatos no
mercado que afetam todos os ativos no mesmo sentido, seja positivo ou
negativo. A expectativa de uma recessão econômica, por exemplo, muito
provavelmente levará a uma queda nos preços de todos os ativos
(investimentos), a este risco chamamos de “RISCO SISTEMÁTICO” ou “NÃO
DIVERSIFICÁVEL”
A diversificação consegue reduzir APENAS o risco NÃO SISTEMÁTICO
(específico) ou “DIVERFICICÁVEL”. O risco sistemático não pode ser
reduzido, nem mesmo com uma excelente diversificação.

Como entender os riscos que podem afetar a diversificação de


investimentos? Os riscos serão abordados abaixo:

• Risco Sistemático (Risco não Diversificável): O Risco


Sistemático é aquele que afeta a economia de uma forma geral.
Está intimamente ligada à expectativa econômica geral.

• Risco Não Sistemático (Risco Diversificável): Refere-se a uma


empresa ou setor em específico. Os riscos não sistemáticos podem
ser minimizados uma vez que afetam apenas determinado setor.

Afeta todos os
Risco Sistemático
ativos do mercado

RISCO

MERCADO

Risco não Especifico de uma


Sistemático companhia ou setor

257
O gráfico em destaque representa o efeito e os benefícios da diversificação
em uma carteira de ações.

258
7.3. GESTÃO DE RISCO

7.3.1. Noções de Estatística

MÉDIA

A média é um conceito que busca entender o comportamento dos preços


em determinado período. No seu conceito ele busca as variações de preço
diárias de uma ação e estas variações são dividas pela quantidade de dias
utilizados nesta análise. Neste tipo de análise o investidor busca entender o
comportamento médio de preço a fim de tomar uma decisão de investimentos.
A principal vantagem do cálculo da média é o cálculo do retorno esperado de um
investimento.

Considerando que uma ação teve as seguintes oscilações nos primeiros


5 dias de um determinado mês:

1º dia → + 3%

2º dia → + 4%

3º dia → − 2%

4º dia → − 1%

5º dia → + 1%

Assim podemos calcular o “retorno médio” deste ativo, calculando a média


destes valores.

X = 3 + 4 + (−2) + (−1) + 1
= 5
= 1%
5 5

259
O que acontece com a média se somou “X” em cada um dos retornos?
Vamos somar 3% em cada um dos retornos acima e tentar identificar o que vai
acontecer com a média.

1º → + 3% + 3% = 6%
2º → + 4% + 3% = 7%
3º → − 2% + 3% = 1%
4º → − 1% + 3% = 2%
5º → + 1% + 3% = 4%

Assim podemos calcular o novo “retorno médio” deste ativo, calculando a


nova média:

X = 6 + 7 + 1+ 2 + 4 = 20
= 4%
5 5

Ou seja, notamos que a média é de 4%, exatamente 3% maior que a


média anterior. Coincidência? Não, como somamos o mesmo valor em
TODOS os retornos, é de se esperar que a média sofra o mesmo ajuste,
porém o desvio padrão não se altera.

MODA

É o valor que ocorre com maior frequência em uma série de valores.


Exemplo: Considerando que uma ação teve as seguintes oscilações nos
primeiros 5 dias de um determinado mês:
1º → + 3%
2º → + 4%
3º → − 2%
4º → − 2%
5º → + 1%
A Moda é − 2%.

260
Um conjunto de resultado pode apresentar uma moda ou mais, sendo
classificado como:
1 moda = Unimodal
2 modas = Bimodal
3 ou mais = Multimodal

MEDIANA

É o valor que divide o conjunto em dois subconjuntos, onde estes


subconjuntos formados terão exatamente a mesma quantidade de elementos.

Exemplo para amostra ímpar

Considerando que uma ação teve as seguintes oscilações nos primeiros


5 dias de um determinado mês:

1º → + 3%
2º → + 4%
3º → − 2%
4º → − 3%
5º → + 1%

OBS.: Para encontrar a mediana é necessário colocar as oscilações em


ordem:

− 3%; − 2%; + 1%; 3%; 4%

Assim a Mediana = + 1%

261
Exemplo para amostra Par

Considerando que uma ação teve as seguintes oscilações nos primeiros


5 dias de um determinado mês:

1º → + 3%
2º → + 4%
3º → + 2%
4º → + 6%

Colocando as oscilações em ordem:

+ 2%; + 3%; + 4%; + 6%

Mediana será a média entre os valores centrais:

+ 3 + 4 = 3,5%
2

262
Instrumentos estatísticos para avaliar a volatilidade (risco) de
determinado investimento

VARIÂNCIA

Mede o grau de dispersão de um conjunto de dados é dado pelos desvios


(variação/volatilidade) em relação à média desse conjunto.

Cálculo da variância:
Considerando que uma ação teve as seguintes oscilações nos primeiros
5 dias de um determinado mês:

1º → + 3%
2º → + 5%
3º → + 7%
4º → − 2%
5º → + 2%

Primeiro efetuar o cálculo da média:

X = 3 + 5 + 7 + (−2) + 2 = 15 = 3%
5 5

Calcular agora a variância:

σ 2 = (3 − 3)2 + (5 − 3)2 + (7 − 3)2 + (−2 − 3)2 + (2 − 3)2


X
4

σ 2 = 0 + 4 + 16 + 25 + 1 = 46 = 11,5%
X
4 4

Assim a Variância é de 11,5%.

263
Algumas dicas para te apoiar na análise da variância:

• Sabendo a variância é possível determinar o desvio padrão,


extraindo a sua raiz quadrada.
• Quanto maior for a variância maior será o desvio padrão e
consequentemente, maior será o risco.
• Ativos com retornos constantes possuem variância nula.

DESVIO PADRÃO

A variância possui um problema de construção como medida de dispersão


de dados: ela apresenta uma unidade de medida igual ao quadrado da unidade de
medida dos dados originais. Esse problema é resolvido extraindo-se a raiz
quadrada da variância, o que chamamos de desvio-padrão.
Desvio Padrão é a VOLATILIDADE de um ativo e utilizado como principal
medida de risco de se investir em determinado ativo (investimento).

Quais dos dois ativos abaixo possuem maior risco?

Data PETR4 VALE5

07/07
− 4% − 2%
Cálculo da média para PETR4:

08/07 X = (−4) + (−3) + 1+ 6 + (−5)


= −5 = −1%
− 3% − 1% PETR 4
5 5

09/07 Cálculo da média para VALE5:


+ 1% +1%
(−2) + (−1) + 1+ (−2) + (−1) −5
XVALE 5 = = = − 1%
10/07 5 5
+ 6% − 2%

11/07
− 5% − 1%

264
Ou seja, o retorno esperado nas duas carteiras são os mesmos. Qual ação
escolher então?
Um investidor racional, diante de dois ativos similares com mesmo
retorno, irá escolher o de menor risco, para isso devemos calcular o Desvio
Padrão de cada ativo.

Cálculo do Desvio padrão para PETR4:

 X2 = (−4 − (−1))2 + (−3 − (−1))2 + (1− (−1))2 + (6 − (−1))2 + (−5 − (−1))2


4

9 + 4 + 4 + 49 + 16
 X2 = =
= = 4,52%
82 20,5
4 4

Cálculo do Desvio padrão para VALE5:

 2X = (−2 − (−1))2 + (−1− (−1))2 + (1− (−1))2 + (−2 − (−1))2 + (−1− (−1))2
4

1+ 0 + 4 + 1+ 0 6
 X2 =
4
=
4
= 1,5%
= 1,22%

Assim podemos afirmar que a ação da PETR4 possui um RISCO MAIOR


para o investidor, por apresentar um desvio-padrão maior.
Neste caso o investidor racional irá optar em comprar ações da VALE5

265
Em alguns casos é possível identificar “visualmente” qual o ativo é mais
volátil. Olhe o exemplo abaixo:

Janeiro Fevereiro Março Abril

Fundo A: 0,5% 2,3% – 4,0% – 2,9%

Fundo B: – 0,9% 1,2% 0,45% – 0,25%

Percebemos que “Fundo A” possui maior risco, volatilidade,


variância e desvio padrão do que o “Fundo B”, devido a sua variação
(mudança) no preço ser maior que o “Fundo B”.

BETA ( )

Beta é a volatilidade (risco) da performance média relativa ao mercado.

Uma carteira de mercado, Ibovespa ou IBrX por exemplo, possui diversas


ações de diversos setores diferentes. Logo, presumimos que a mesma não sofre
com riscos não sistemáticos, por ser diversificada. Como as suas oscilações
são afetadas apenas pelo risco sistemático, assumimos que suas oscilações
representam 100% desse risco, logo, o coeficiente beta dessa carteira será
sempre igual a 1. (100% = 100/100 = 1)

266
Já o Beta de uma ação pode assumir vários valores, como:

• Se b > 1, a carteira de ativos oscila mais que a carteira de


mercado, ou seja, tem um risco maior se comparada ao risco do
mercado. Então, se o mercado está em alta, o retorno da carteira de
ativos é maior do que o retorno da carteira de mercado. Se o mercado
está em baixa, o retorno da carteira de ativos é menor do que o retorno
da carteira de mercado. Em outras palavras, ou o ativo “sobe mais” ou
“cai mais”. O ativo também se caracteriza por ser agressivo.
• Se b = 1, a carteira de ativos tem o mesmo risco que a carteira de
mercado.
• Se b < 1, a carteira de ativos é menos arriscada do que a carteira
de mercado e o ativo se caracteriza por ser defensivo.

Caso o investidor deseje obter um retorno próximo ao Ibovespa ou ao IBr-


X sem precisar comprar todas as ações da carteira, deverá procurar ações que
façam parte do índice e que tenham o coeficiente beta próximo de 1.

O coeficiente Beta (β) é usado para medir o Risco não-diversificável


(SISTEMÁTICO);
O Desvio Padrão é usado para medir o Risco Diversificável (NÃO
SISTEMÁTICO);

267
Instrumentos estatísticos para avaliar comportamento de
determinado investimento em relação a outro investimento

COVARIÂNCIA

Em geral, observa-se que quando os juros sobem, os preços das ações


caem. Este comportamento sugere que há uma covariância negativa entre as
variáveis taxa de juros e preços de ações.
A covariância é uma medida que avalia como as variáveis X e Y se inter-
relacionam de forma linear, ou seja, como Y varia em relação a uma determinada
variação de X.
Quando a covariância é:
• Positiva, duas variáveis tendem a variar na mesma direção; isto é,
se uma sobe, a outra tende a subir e vice-versa;
• Negativa, duas variáveis tendem a variar em direções opostas; isto
é, se uma sobe a outra tende a cair e vice-versa;
• Zero: Difícil de se identificar um comportamento interdependente entre
as variáveis.

CORRELAÇÃO

A covariância busca mostrar se há um comportamento de


interdependência linear entre duas variáveis. Porém, a covariância é uma
medida dimensional, sendo afetada pelas unidades de medida das séries X e Y.
Para corrigir esse problema da covariância, chegou-se a medida de
correlação que é um número adimensional que varia entre – 1 e 1 (inclusive).

268
A correlação (ou coeficiente de correlação linear de Pearson) é dada pela
fórmula.

O coeficiente de correlação mostra se há relação linear entre duas séries


de dados X e Y.
Se o coeficiente de correlação:
• For igual a 1: significa que existe relação linear perfeita entre X e Y,
de tal forma que se X aumenta, Y aumenta na mesma proporção
também;
• For igual a – 1: significa que existe relação linear perfeita entre X e Y,
de tal forma que se X aumenta, Y diminui na mesma;
• For igual a zero: não existe relação de linearidade entre as variáveis
X e Y;

Exemplo de Correlação entre dois ativos

269
RESUMO DE COVARIÂNCIA E CORRELAÇÃO

Ambas as medidas são utilizadas para quantificar o grau de


diversificação de uma carteira. Mensura a inter-relação entre duas variáveis.
Como uma variável explica a outra.

Ao calcular a correlação ou covariância, podemos encontrar um número:

• Positivo: Indica que as duas variáveis oscilam no mesmo sentido;


• Negativo: indica que as duas variáveis oscilam em direções
opostas;
• Zero: indica que não é possível determinar o grau de diversificação
entre os ativos;

A Correlação é um valor que sempre oscila de – 1 a 1 e quanto menor


o índice, maior o grau de diversificação.

COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO

O coeficiente de determinação (R2) mostra quanto da variação de Y é


explicada pela variação de X e quanto da variação de Y é devida a fatores
aleatórios.
O coeficiente de determinação (R2) mede o grau da correlação.Seu
resultado é de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 mais forte é a correlação, e
quanto mais próximo de 0 mais fraca é a correlação entre duas variáveis.

A fórmula do coeficiente de determinação é:

270
Instrumento estatístico para avaliar probabilidade de acerto de
determinado investimento

DISTRIBUIÇÃO NORMAL

A Distribuição Normal explica a probabilidade de um evento ocorrer.

A importância de se saber a média e o desvio-padrão, está em


conhecer a probabilidade de os eventos ocorrerem. As probabilidades de se
afastar da média certa quantidade de desvios-padrão já estão calculadas pelos
estatísticos.

Para obter-se exatamente 95% de probabilidade de acerto em seu


investimento, é necessário utilizarmos 1,96 desvios padrões.

271
Segue abaixo no nível de desvio padrão necessário para obter certa
probabilidade de acerto:

• 1 desvio padrão = 68,26%;


• 2 Desvio Padrão= 95,44%;
• 3 Desvio Padrão= 99,74%;

Ex: Considere que um fundo de investimento em ações tenha média dos retornos
igual a 4% e um risco (desvio padrão) de 3%, então é de se esperar que os
futuros retornos destes ativos estejam entre:

Cálculo para um desvio padrão:

4% (média) – 3% (um desvio padrão) = 1%


4% (média) + 3% (um desvio padrão) = 7%

Assim é de se esperar que os retornos deste fundo estejam entre:


1% a 7% → Com aproximado 68% de confiança.

Cálculo para dois desvios padrão:

4% (média) – 6% (dois “desvios padrão”) = – 2%


4% (média) + 6% (dois “desvios padrão”) = 10%

Assim é de se esperar que os retornos deste fundo estejam entre:


– 2% a 10% → Com aproximado 95% de confiança.

Cálculo para três desvios padrão:

4% (média) – 9% (três “desvio padrão”) = – 5%


4% (média) + 9% (três “desvio padrão”) = 13%

Assim é de se esperar que os retornos deste fundo estejam entre:


– 5% a 13% → Com aproximado 99% de confiança.

272
Resumo Instrumentos Estatísticos

7.3.2. Gestão de Risco de Carteiras

Graças ao conceito de distribuição normal, é possível determinar a perda


máxima de uma carteira, com certa probabilidade de ocorrer.

Exemplo: se uma carteira possui média dos retornos igual a 3% e desvio


padrão de 2%, logo é de se esperar que em 95% dos casos seu retorno oscile
entre – 1% (média menos 2 desvios padrões) a 7% (média mais dois desvios
padrões).

Nesse caso, mantendo-se a média e o desvio padrão, pode-se garantir


para o investidor que a sua perda máxima será de 1% em 95% das perdas
ocorridas pelo fundo.

Alguns fundos prometem isso para o cliente no Formulário de Informações


Complementares (antigo prospecto), gerando todo um trabalho de gestão e
controle dos riscos. Para isso é necessária adoção às práticas como as que
veremos em seguida.

273
VALUE AT RISK

O cálculo do Valor em Risco (ou VAR) é um método de se obter o valor


esperado da máxima perda (ou pior perda) dentro de um horizonte de tempo com
um intervalo de confiança.

Exemplo de um fundo de investimento que possui em sua Lâmina de


Informações Complementares:

“VAR de 1% para 1 dia e 95% de confiança”


Significa que, para o dia seguinte, há 95% de chances de o valor da perda
da carteira não ser maior que 1% do Patrimônio Líquido do fundo.
O valor real da perda pode ser maior que 1%, pois há 5% de chances de
a estimativa ser ultrapassada.

BACK TESTING

Qualquer modelo de VAR deve ser testado para aferir a sua precisão. O
Back Testing é uma ferramenta utilizada para este teste. Ou seja, o modelo é
alimentado com dados históricos, e o número de violações (ocorridas no
passado) do limite de VAR é medido, de modo a verificar se estão dentro do nível
de confiança estabelecido.
Normalmente o Back Testing é utilizado para testar modelos derivados
através de simulações.

STOP LOSS

O Stop Loss é a o limite de perda máxima aceita pelo investidor. Esta


ferramenta é utilizada quando os limites de VAR são ultrapassados.

274
Por exemplo, seja um Fundo que tenha um limite, definido em estatuto,
de VAR de 1% em um dia, com 95% de confiança. Ou seja, o gestor deste Fundo
não pode posicionar sua carteira de modo que possa perder mais que 1% do seu
valor em um dia, com 95% de chances.

Digamos que, em determinado momento, a volatilidade dos mercados


aumente de maneira generalizada. Utilizando esta nova volatilidade, o gerente
de risco descobre que o Fundo está correndo o risco de perder 2% em um dia,
com 95% de chances.

Neste momento, o gestor é obrigado a se desfazer de posições, de modo


que o risco de perdas diminua para 1% em um dia, com 95% de chances. A este
movimento de reversão de posições para diminuição do risco chamamos Stop
Loss.

Portanto, no contexto do VAR, o stop loss não necessariamente “corta”


um prejuízo, mas apenas diminui posições de risco.

STRESS TEST

O stress test mede quanto um portfólio pode perder em uma situação


hipotética de Stress macroeconômico, chamado Cenário de Stress.

O VAR estará correto 95% do tempo, e errado 5% das vezes (outros graus
de confiança são possíveis). Como podemos avaliar qual a perda máxima que
uma instituição financeira ou um fundo de investimento pode sofrer?

O VAR não fornece a informação de quanto pode chegar a perda máxima.

Por exemplo, quando dizemos que o VAR é de 1%, não conseguimos


imaginar se a perda máxima, que pode acontecer com probabilidade menor do
que de 5%, será 2%, 10% ou 50%.

275
Para saber até onde a perda de valor de uma carteira pode chegar temos
que usar a técnica chamada de stress test.

O Stress Test normalmente é utilizado como um complemento do VAR,


com o objetivo de medir as perdas quando o grau de confiança (normalmente
95%) é ultrapassado. São, em geral, situações de stress de mercado,
conhecidas como fat tail (cauda grossa), que é uma referência à "ponta" da
distribuição normal dos retornos, e que pode assumir valores muito altos,
imprevisíveis se apenas o VAR for utilizado.

PROCESSO DE GESTÃO DE RISCO DA CARTEIRA

Resumo Gestão de Risco da Carteira

276
TRACKING ERROR

Tracking error é uma medida de quão aproximadamente um portfólio


replica o seu benchmark.

O tracking error mede o desvio-padrão da diferença entre os retornos do


portfólio e os do benchmark. Para um fundo que visa replicar um índice
(passivo), o tracking error deverá ser tão próximo quanto possível de zero.

Ou seja, o tracking error é dado pelo desvio-padrão das diferenças entre


os retornos de um fundo e os retornos do seu benchmark em um determinado
período. Quanto mais “volátil” forem estas diferenças, maior será o tracking
error.

ERRO QUADRÁTICO

Mede o desvio médio das variações das cotas do fundo em relação


as variações de seu indicador de referência, ou benchmark.
Quanto menor o EQM, melhor – maior a aderência das cotas do fundo ao
benchmark. Usado para analisar a performance dos fundos de gestão passiva.

O Erro Quadrático Médio, por sua vez, é dado pela seguinte equação:

Ou seja, o erro quadrático médio é calculado pela média das diferenças


ao quadrado entre os retornos de um fundo e os retornos de seu benchmark.
O Erro Quadrático Médio será sempre um número positivo ou igual a zero
(quando o retorno do fundo for igual ao retorno do seu benchmark), porém, o
mesmo não pode ser negativo.

277
7.3.3. Risco x Retorno

Considerando que o retorno esperado pode ser obtido pela média dos
retornos e que o risco do ativo é calculado pelo desvio padrão, podemos
efetuar escolhas de forma racional.
Qual a melhor opção de investimento, comparando dois ativos
semelhantes, de mesmo administrador, mesmas características e regime
tributário.

Para isso, vamos utilizar o princípio da dominância, que afirma que os


investidores desejam sempre:

• Retornos: Maximizar.
• Risco: Minimizar.

RELAÇÃO RISCO X RETORNO

EXEMPLO 1

Retorno Risco

Fundo A 22% 3% Se o investidor tiver que escolher um dos dois fundos,


a melhor opção será o “fundo A”, já que possui o
mesmo retorno que B, porém tem menor risco.
Fundo B 22% 5%

EXEMPLO 2

Retorno Risco
Se o investidor tiver que escolher um dos dois fundos,
Fundo A 18% 3% a melhor opção será o “fundo B”, já que possui o
mesmo risco que A, porém tem maior retorno.

Fundo B 22% 3%

278
EXEMPLO 3

Retorno Risco
Se o investidor tiver que escolher um dos dois fundos,
Fundo A 18% 3% a melhor opção será o “fundo B”, já que, além de ter
menor risco que A, também possui maior retorno.
Fundo B 22% 2%

O princípio da dominância diz que na avaliação de dois investimentos com


um mesmo patamar de riscos, escolheremos o que oferecer o maior retorno e
que para a escolha entre dois investimentos com o mesmo patamar de retorno,
escolheremos o que promover o menor risco.

Instrumento estatístico para avaliar relação de Risco/Retorno de


determinado investimento

ÍNDICE DE SHARPE

Calcula a rentabilidade de um ativo, considerando o seu risco (Risco x


Retorno) em relação ao setor econômico.
O índice Sharpe se faz necessário em decisões quando estamos
comparando investimentos similares (risco Diversificável) e uma das opções
possui maior retorno enquanto a outra possui menor risco, como o exemplo a
seguir:

EXEMPLO 4

Retorno Risco
Nesse exemplo, nenhum dos ativos domina o
outro, já que um possui maior retorno e o outro
Fundo A 23% 5% menor risco. Para definirmos qual a melhor opção
de investimento é necessário calcular o Índice
Fundo B 20% 3% Sharpe.

279
Mede quanto de prêmio é recebido por risco assumido:

Onde:
• Rp = Rentabilidade esperada de um investimento com risco maior
que zero.
• Rf =: Rentabilidade de um investimento sem risco.
• σp: Volatilidade ou desvio-padrão do investimento com risco.

Calculando o Índice Sharpe, considerando uma taxa livre de risco de


13% (Selic):

Assim, para cada 1% de risco assumido no ativo A, tem-se 2% de retorno,


enquanto esse mesmo 1% de risco assumido no ativo B, retorna 2,33%. Logo, a
melhor relação risco retorno é de B.

• Quanto maior o Índice Sharpe, melhor a relação risco x retorno e


melhor o desempenho do fundo.
• Quanto menor o Índice Sharpe, pior é a relação risco x retorno e
pior o desempenho fundo.

280
Existe também o Índice Sharpe Modificado, em que a única diferença
está em considerar o benchmark do fundo ao invés da taxa livre de risco.

Aplicação do Índice Sharpe em gráfico de risco x retorno:

A e B possuem o mesmo retorno, porém B possui menor risco que A, logo:


Índice Sharpe de B é maior que o Índice Sharpe de A.
A e C possuem o mesmo risco, porém A possui maior retorno que C, logo:
Índice Sharpe de A é maior que o Índice Sharpe de C.

281
ÍNDICE DE TREYNOR

Se considerarmos que uma carteira de ações possui diversas ações de


diversos segmentos, logo chegamos à conclusão que a mesma é bem
diversificada, eliminando o seu risco não sistemático, sobrando apenas o risco
sistemático. Nesse caso, talvez seja mais interessante utilizar como medida de
risco o coeficiente beta da carteira ao invés do desvio padrão.
Por esse motivo foi criado o índice Treynor, que é uma medida similar ao
Índice de Sharpe, com a diferença de que, em vez de usar como medida de risco
o desvio-padrão ou semi-desvio, usa o coeficiente Beta. Além disso, ela é uma
medida de excesso de retorno em relação ao risco sistemático. O risco de
ativos individuais ou de um pequeno grupo de ativos pode ser melhor descrito
pelo seu co-movimento com o mercado (Beta).
Assim, o Índice de Treynor parece ser particularmente útil para essa tarefa,
quando a carteira do investidor é uma de muitas carteiras incluídas em um grande
fundo.

RESUMO SHARPE X TREYNOR


INDÍCES CÁCULO

ÍNDICE SHARPE Retorno Fundo-Taxa livre risco (Selic)


Desvio Padrão do Fundo

ÍNDICE SHARPE
Retorno Fundo-Benchmark do fundo
MODIFICADO Desvio Padrão do Fundo

ÍNDICE TREYNOR Retorno Fundo-Taxa livre risco (Selic)


Coeficiente beta da carteira

282
7.3.4. Prazo x Risco x Retorno

A Relação de prazo, risco e retorno em um investimento é sempre


proporcional, ou seja, investimentos com prazos mais elevados tendem a
oferecerem maior risco e também maior retorno.

283
Instrumento estatístico para avaliar Sensibilidade de Preço

Em alguns casos, o vencimento do título é insuficiente para definição de


qual a melhor opção de investimento, como no exemplo a seguir:

Período Título A (sem cupom) Título B (cupom de 10%


ano)

Investimento Inicial R$ 1.000,00 R$ 1.000,00


(Principal)

Retorno 1º ano R$ 0,00 R$ 100,00

Retorno 2º ano R$ 0,00 R$ 100,00

Retorno 3º ano R$ 0,00 R$ 100,00

Retorno 4º ano R$ 0,00 R$ 100,00

Retorno 5º ano R$ 1.610,51 R$ 1.100,00

Desprezando a questão tributária, qual seria a melhor decisão de


investimento? Se olharmos para o vencimento dos títulos apenas, ambos com
5 anos, não é possível identificar qual oferece maior risco ao investidor.
Para resolver esse problema é necessário calcular o prazo médio de cada
título, ou seja, o duration.

284
DURATION DE MACAULAY

A duration de Macaulay é o prazo médio ponderado do título de renda fixa


e mede sensibilidade do preço de um título prefixado a mudanças nas taxas de
juros.

O prazo médio calculado pela duration de Macaulay permite supor um


título sintético que possua apenas um cash flow no futuro com prazo de
vencimento igual à própria duration.

Em geral, quanto maior a duration, mais cairá o preço do título, se a


taxa de juros aumentar.

COMO CALCULAR O DURATION DE UM TÍTULO

OBS.: não é cobrado cálculo na prova do CPA 20, apenas o conceito.

Como exemplo, vamos considerar um título com prazo de seis anos, preço
de $ 1.000 e cupom anual de 10%.

Tempo (N) Fluxo (VF) VP VR N x VR


1 100,00 90,90 0,0909 0,090
2 100,00 82,64 0,0826 0,165
3 100,00 75,13 0,0751 0,225
4 100,00 68,30 0,0683 0,273
5 100,00 62,09 0,0620 0,310
6 1.100,00 620,92 0,6209 3,725
TOTAL 1.000,00 1 4,788

285
Exemplo:
VP: Valor presente, descontado na calculadora HP – 12C a taxa de 10%.

VR: Valor obtido dividindo a coluna “VP” pelo valor do investimento, neste
caso 1.000.

T x VR: Multiplicando a coluna Tempo pelo VR. O somatório desta coluna


é o duration do título em questão.

Assim, o valor do Duration deste título é de 4,788 anos.

RESUMO DURATION

• Títulos do tipo zero cupom: Duration é igual ao vencimento do


título.
• Títulos com cupom: Duration é inferior ao vencimento.

CONVEXIDADE

Por si só, a duration não possibilita a estimativa precisa por não modelar
precisamente a curvatura existente entre a variação percentual do valor da
carteira e a variação percentual da taxa de juros de mercado.
A convexidade é uma medida de segunda ordem no que diz respeito aos
efeitos no preço de um título ou carteira de títulos dada uma mudança no
patamar dos juros.
Quanto maior a convexidade de um título, menor será seu efeito de
mudanças em seu preço decorrente de variações da taxa de juros e vice-versa.

286
7.3.5. RESUMO DO MÓDULO

287
288
7.4. Regimes de Tributação (Imposto de Renda)

REGIME DE TRIBUTAÇÃO REGRESSIVO

Quanto maior o prazo menor será o imposto cobrado.

REGIME DE TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVA

Quanto maior o valor recebido entre resgate total ou resgate parcial,


maior será o imposto pago. Segue a tabela progressiva do Imposto de Renda:

289
DICA para não ERRAR Previdência na Prova

PGBL + IR PGBL + IR
(PROGRESSIVA) (REGRESSIVA)

- Declaração Completa; - Declaração Completa;


- Dedução de 12% de - Dedução de 12% de
Rendimentos Tributáveis; Rendimentos Tributáveis;
- IR sobre o valor TOTAL - IR sobre o valor TOTAL
(Aplicação + Juros (Aplicação + Juros
Recebidos) Recebidos)
- Indicado para CURTO - Indicado para LONGO
PRAZO até 4 Anos. PRAZO ACIMA de 4
VGBL + IR Anos. VGBL + IR
(PROGRESSIVA) (REGRESSIVA)

- Declaração Simplificada; - Declaração Simplificada;


- IR sobre o valor dos - IR sobre o valor dos
rendimentos (Juros rendimentos (Juros
Recebidos) Recebidos)
- Indicado para CURTO - Indicado para LONGO
PRAZO até 4 Anos. PRAZO ACIMA 4 Anos.

290
Módulo Adicional – Tributação

Tributação em “Fundo de Investimento”

A tributação em fundo de investimento ocorre sempre na “FONTE”,


isto quer dizer, a tributação ocorre somente no resgaste.
A ÚNICA exceção para esta regra são os fundos que possuem a sistemática
do “COME-COTAS”, na qual irá ocorrer a cobrança 15% ou 20% anualmente,
cobrados semestralmente (Maio e Novembro) e esta cobrança irá afetar a
quantidade de cotas, reduzindo a quantidade de cotas.

O único fundo que não cobra IOF, é o fundo de ações, os demais seguem a
regra de cobrança para resgates até 29 dias.

Fundos Tributação IR Tributação IOF Quando pagar


Até 180 dias 22,5%
181 dias até 360 dias 20,0%
Todos fundos, 361 até 720 dias 17,5% Até o 29° dias é No resgaste ,
exceto ações Acima de 720 dias 15,0% cobrado direto na fonte
No resgaste ,
Fundo de ações 15% ISENTO direto na fonte

Compensação de Perdas em fundos de investimento: Há


possibilidade compensar perdas realizadas em um fundo de investimento,
porém só pode ser compensada caso você reinvista no fundo de mesma
classe (Fundo de renda Fixa só pode ser compensado em Fundo de Renda
Fixa), e fundo de mesmo administrador (caso invista com o administrador
XPTO, deve-se investir novamente com o administrador XPTO).

291
Investimentos Isentos de IMPOSTO de RENDA para pessoa física
(Renda Fixa):

• LCI;
• LCA;
• Poupança (isento para pessoa física e jurídica sem fins lucrativos);
• Debêntures incentivadas

Tributação de IMPOSTO de RENDA para pessoa física (Renda Fixa)

Tabela Regressiva

IOF: Fica isento após 30 dias da data da aplicação

292
Tributação em compra e venda de Ações

A tributação no mercado de ações é de responsabilidade do investidor,


sendo assim ele deve recolher o imposto sobre os ganhos de capital sempre no
último dia útil do mês seguinte em relação ao mês na qual obteve ganhos
financeiros.

Ex.: Cliente obteve ganhos financeiros no mês de agosto, o imposto de


renda sobre estes ganhos somente deverá ser pago no último dia útil de
Setembro.

Tributação em ações:

Isenção de pagamento de Imposto de renda: Somente ocorre isenção


do pagamento sobre o imposto de renda em vendas realizadas no mês que não
ultrapasse o valor de R$ 20.000,00.

Ex.: Investidor comprou ações da Petrobras em Maio no pagamento no


total R$ 15.000,00, o mesmo vendeu estas ações no valor total de R$ 19.800,00
e vendeu no mês de junho. Sendo assim, como as vendas foram abaixo de R$
20.000,00 não há incidência de imposto de renda.

293
Compensação de perdas: É a possibilidade de ficar isento do pagamento
de imposto de renda, porém só é possível caso tenha auferido perda de capital
em operações com ações no mês atual e em meses posteriores.

Ex.: Investidor teve prejuízo de R$ 10.000,00 no mês anterior, porém neste


mês ele ganhou R$ 10.000,00, este investidor está isento do pagamento do
imposto de renda.

Tributação em Previdência Privada

REGIME DE TRIBUTAÇÃO REGRESSIVO

Quanto maior o prazo menor será o imposto cobrado.

REGIME DE TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVA

Quanto maior o valor recebido entre resgate total ou resgate parcial, maior
será o imposto pago. Porém, segue a tabela progressiva do Imposto de Renda.

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