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Informativo anual do

Conjunto CFESS-CRESS
Conselho Federal de Serviço Social
Conselhos Regionais de Serviço Social
>>
Edição nº2 / Ano 2
Nosso endereço SCS Quadra 02, Bl. C, Ed. Serra Dourada,
Brasília (DF), maio de 2016 Salas 312/318. Brasília - DF. CEP 70300-902

Campanha deste ano destaca as transformações


da profissão ao longo de sua história e reforça sua
contribuição no combate à desigualdade social e na
luta por uma sociedade justa e igualitária

páginas 4 e 5

>> e mais
>> Confira as pautas que >> De olho nos eventos: >> Um diálogo sobre o >> ‘Déficit’ na Previdência
os CRESS e Seccionais 15º CBAS, seminário Estado Laico: por que Social é falácia e serve
vêm tratando como sobre sigilo profissional, é importante que a para justificar as
prioridades em suas relações fronteiriças e categoria esteja atenta tentativas de desmonte
regiões (p.10 a p.26) outros (p.7 e p.9) a este debate (p.6) da Seguridade (p.28)
editorial

O
ano de 2016 é marcante para o Ser- cesso nos frágeis e contraditórios direitos Convidamos a categoria e estudantes de
viço Social brasileiro, porque ce- conquistados nos últimos anos, de inten- Serviço Social a participarem do 15º Con-
lebramos 80 anos da profissão no sificação da criminalização dos movimen- gresso Brasileiro de Assistentes Sociais, que
país. E seguimos na direção de um projeto tos sociais e de um ataque brutal às condi- ocorrerá em Olinda (PE) em setembro, com
societário sem exploração e dominação de ções de trabalho e vida da população. importantes debates sobre os rumos da pro-
classe. Na comemoração desse aniversá- Isso tudo movido ainda pela grande mí- fissão e a conjuntura brasileira. Convidamos
rio, queremos valorizar a construção his- dia, expressiva do oligopólio de uma comu- a debaterem também sobre o papel do Ser-
tórica da profissão, que está inscrita na nicação não democratizada e dominada por viço Social na questão dos fluxos migratórios
sociedade brasileira. poucos grupos familiares da elite brasileira. internacionais, em seminário a ser realizado
Por isso, nesta segunda edição do in- Por isso, nesse contexto, reafirmamos em Belém (PA) em julho. Vamos refletir ain-
formativo Serviço Social é Notícia, convi- posição contra a crescente onda conserva- da sobre a questão do sigilo profissional, em
damos você a saber mais: a primeira Es- dora e reforçamos a importância de pro- um evento aberto à categoria, em outubro em
cola de Serviço Social, as lutas travadas, a teger as conquistas da democracia, que, a Cuiabá (MT). Além disso, a residência multi-
reconceituação e a Virada, os desafios atu- despeito de suas contradições, resguarda- profissional em saúde também será tema de
ais, o papel do Conjunto CFESS-CRESS e as um seminário em setembro em Olinda (PE),
perspectivas para a profissão. antecedendo o 15º CBAS.
Sabemos que o trabalho de assistentes Se há uma saída para Por falar em reflexão, chamamos a
sociais é cada vez mais requisitado, seja no enfrentar estes ataques atenção para a temática do Estado laico.
atendimento à população ou na formula- Este é um debate que deve ser feito sem
ção e execução de políticas públicas que
à classe trabalhadora, dogmas, preconceito e discriminação. Topa?
possibilitam o acesso aos direitos, como sabemos que é pela Nesta edição, você também fica por
saúde, educação, lazer, moradia. Políticas esquerda e nas ruas. Mas, dentro do processo de recadastramento na-
cujas condições de proteção social estão cional obrigatório de assistentes sociais e
cada dia mais limitadas e nas mãos do para isso, precisamos nos das novas publicações lançadas pelo CFESS,
capital privado. Esse é o tema de uma de mobilizar! disponíveis gratuitamente em nosso site.
nossas matérias, sobre o desmonte da Se- Por fim, abrimos espaço para que assis-
guridade Social no Brasil. ram a duras penas os direitos e legalidade tentes sociais de todo o Brasil, ao receberem
Desmonte que deve atingir outras áre- de organização da classe trabalhadora. este informativo, tenham acesso a todas es-
as, principalmente pela conjuntura política Obviamente, essa conjuntura nos sas informações, bem como às notícias dos
e econômica que o país vive. Nossa jovem atinge de diversas formas, inclusive com o CRESS e Seccionais de todo o país.
democracia vem sendo atacada e, mais uma rebaixamento das condições de nossa for- Aqui, cada Conselho Regional pode se
vez, quem sofre o maior golpe é a classe tra- mação profissional, tema de uma matéria comunicar com a categoria em seu estado,
balhadora, que tem seus direitos estrangu- elucidativa desse Informativo, com dados contribuindo com a construção deste ins-
lados para que a elite brasileira mantenha reais sobre a precarização do ensino de trumento, que visa a fortalecer a comuni-
seus privilégios e, principalmente, para que graduação em Serviço Social no país. cação com profissionais no país inteiro.
o capital mantenha seu lucro e poder. Portanto, se há uma saída para en-
A perspectiva não é das melhores: frentar estes ataques, sabemos que é pela Desejamos uma boa leitura!
com um Congresso Nacional como o atual, esquerda e nas ruas. Mas, para isso, preci-
abarrotado de fundamentalismo religioso, samos nos mobilizar. Neste ano, teremos Conselho Federal de Serviço Social CFESS)
elitismo, conservadorismo e até fascismo, uma série de eventos que são também im- Gestão Tecendo na luta a manhã desejada
a tendência é de um significativo retro- portantes espaços de mobilização. (2014-2017)

Este selo comemorativo 80 anos do Serviço Social: uma profissão inscrita no


Brasil acompanhará nossas publicações ao longo de 2016. É inspirado na obra de
Arthur Bispo do Rosário, uma figura lendária que representa, para o Serviço Social
brasileiro, cada usuário e usuária das políticas e serviços sociais. Sua obra está
estampada também no nosso Código de Ética Profissional!

Informativo anual Comissão de Comunicação do CFESS >> Para sugestões, comentários e críticas >>
do conjunto Daniela Neves (coordenação), Daniela Castilho, comunicacao@cfess.org.br
cfess-cress Erlênia Sobral, Marlene Merisse e Maurílio Matos
Esta publicação procura adequar os textos a
Conselho Federal
Revisão, edição, projeto gráfico e diagramação >> uma linguagem não discriminatória!
de Serviço Social e
Assessoria de Comunicação do CFESS
Conselhos Regionais Os textos dos CRESS e Seccionais foram
de Serviço Social Jornalistas responsáveis >> produzidos pelas respectivas direções, comissões
Diogo Adjuto (JP-DF 7823) e de comunicação e assessorias.
>>
Rafael Werkema (JP-MG 11732)
Ano 2 O informativo foi impresso e postado em
Edição nº2 Tiragem >> 160 mil exemplares Brasília pelo CFESS, a partir das etiquetas
Maio 2016 fornecidas pelos Regionais.
Brasília (DF) Impressão >> Gráfica Qualidade

Gestão Tecendo na luta a manhã desejada (2014-2017)


Presidente Maurílio Castro de Matos (RJ) Suplentes Nosso endereço
Vice-presidente Esther Luíza de Souza Lemos (PR) Alessandra Ribeiro de Souza (MG) Conselho Federal de Serviço Social :: SCS
1ª secretária Tânia Maria Ramos Godoi Diniz (SP) Josiane Soares Santos (SE) Quadra 02, Bloco C, Edf. Serra Dourada, Salas
2ª secretária Daniela Castilho (PA) Erlenia Sobral do Vale (CE) 312-318. Brasília - DF. CEP 70300-902
1ª tesoureira Sandra Teixeira (DF) Marlene Merisse (SP) Fone: (61) 3223-1652
2ª tesoureira Nazarela Rêgo Guimarães (BA) Raquel Ferreira Crespo de Alvarenga (PB) Fax: (61) 3223-2420
Conselho Fiscal Maria Bernadette de Moraes Medeiros (RS) e-mail: cfess@cfess.org.br
Juliana Iglesias Melim (ES) Solange da Silva Moreira (RJ) site: www.cfess.org.br
Daniela Neves (DF)
Valéria Coelho (AL)

2 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Ética e direitos humanos

Garantir o sigilo profissional é


desafio ético para assistentes sociais
Temática será debatida em evento aberto para a categoria, em outubro em Cuiabá (MT)
Arte: Rafael Werkema/CFESS

O
sigilo profissional constitui-se como
um direito e um dever de assistentes
sociais, além de ser um princípio ins-
crito no Código de Ética profissional. Para
refletir sobre a questão, torna-se impres-
cindível se apropriar do acervo ético, teó-
rico e técnico-operativo do Serviço Social.
Para tanto, também é fundamental que
o/a profissional conheça os instrumentos
construídos pelos Conselhos Regionais e
Federal de Serviço Social (CRESS e CFESS),
de modo que sejam utilizados nas inter-
venções profissionais. É o que afirma o
presidente do CFESS, Maurílio Matos.
“O Código de Ética é explícito quan-
do se refere ao sigilo. Por exemplo, indica
que, no trabalho multiprofissional, as in-
formações devem ser prestadas no limite
da necessidade de atendimento aos/às
usuários/as. Afirma também que o sigi-
lo só pode ser quebrado em caso de grave
risco ao próprio, a terceiros ou à coletivi-
dade. Enfim, este documento é a principal
normatização que temos sobre a questão”,
explica o presidente do CFESS.
Além disso, no exercício de sua fun-
ção, assistentes sociais têm acesso a uma
série de informações que dizem respeito à
privacidade e à intimidade dos usuários e
usuárias. “A questão do sigilo profissional,
particularmente do/a assistente social, sucateamento que vem sofrendo, por meio a garantia do sigilo, as equipes multipro-
é fundamental para que o/a usuário/a se da redução progressiva de seus investi- fissionais, bem como haverá a realização
sinta acolhido/a e possa revelar elemen- mentos pelo Estado. “Como rebatimento de atividades em grupo, como fomento ao
tos de sua vida que considere importan- desses determinantes, os equipamentos debate e ao compartilhamento de expe-
tes. Além disso, não envolve apenas o que da assistência raramente dispõem de con- riências e desafios. O link para inscrições
é confidenciado ao/à profissional na sala dições físicas ideais que garantam o sigilo será divulgado em breve no site do CFESS!
de atendimento, mas é parte de uma di- profissional, a guarda de material técnico- O presidente do CFESS reafirma a im-
mensão ética da profissão e dos princípios sigiloso, até mesmo condições de ilumina- portância de se refletir sobre o sigilo na
que a norteiam”, avalia a assistente social ção, ventilação adequadas, o que contraria atualidade, uma vez que assistentes sociais
Vanessa Oliveira, que atua num Centro de abertamente a Resolução CFESS 493/2006. (e demais profissionais) têm sido cada vez
Referência de Assistência Social (Cras) em Por isso, discutir e refletir sobre a ética mais pressionados/as pelo Poder Judiciário
Mossoró (RN). profissional, à luz do nosso Código de Éti- e pela polícia, por exemplo, para que re-
É importante salientar que, também ca, é tão importante”, analisa Vanessa. passem assuntos extremamente sigilosos
no atendimento, o/a assistente social pre- Por outro lado, o trabalho das equipes fruto dos seus atendimentos à população
cisa ter competência para identificar quais multiprofissionais podem se desenvolver usuária. “É preciso debater juntos, para
informações são sigilosas, mesmo que o/a para viabilizar o atendimento integral ao/à afirmar nossos discursos, que devem ter
usuário não chame atenção para isso. “É usuário/a. “Isso significa reconhecer que sempre como fonte nosso Código de Éti-
um dever ético da profissão. O sigilo tem cada profissão pode contribuir com sabe- ca, e nos fortalecer para a defesa do sigilo,
como preocupação central a defesa dos/ res específicos, de modo a permitir uma pois essa é a defesa da população usuária
as usuários/as. Como assistentes sociais intervenção que possa abarcar o usuário do Serviço Social, que, na sua maioria,
têm inscrito em seu Código o compro- numa perspectiva de totalidade, possibi- encontra-se desprovida de informações e
misso com a população usuária, o direito litando respostas qualificadas a cada de- expropriada do acesso aos seus direitos e
ao sigilo se expressa num compromisso manda”, observa a assistente social. às políticas sociais”, completa Maurílio.
profissional. Logo, também é direito que
assistentes sociais podem exercer quando Seminário vai debater o assunto
são pressionados a abrir mão do sigilo”, Nos dias 12 e 13 de outubro, o CFESS e Participe!
afirma Maurilio Matos. o CRESS-MT realizarão o Seminário Na- Quando 12 e 13 de outubro/2016
cional Serviço Social e Sigilo Profissional,
Onde Cuiabá (MT)
Condições de trabalho em Cuiabá (MT). O evento abrirá inscrições
De acordo com Vanessa Oliveira, a po- gratuitas on-line, pelo site do CFESS, e vai Inscrições gratuitas
lítica de assistência social traz algumas oferecer 300 vagas. Na pauta, o evento de- A partir do 2º semestre, pelo
particularidades, especialmente devido ao baterá sobre a intervenção da categoria e site do CFESS

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 3
dia do/a assistente social

Serviço Social: uma profissão


U
ma profissão inscrita na história do ráter inaugural em matéria de Serviço Social o antagonismo de classes deveria ser maté-
Brasil há 80 anos. Uma profissão que e também como mulheres à frente do seu ria-prima do Serviço Social”, relembra Bia.
foi capaz de se reinventar e se re- tempo”, opina Mione. Um terceiro antecedente importante
conceituar, buscando romper com o Mas é preciso destacar qual era o per- para a construção da “Virada”, segundo
conservadorismo do seu surgimento e com fil profissional dessa época: determinado Bia Abramides, foi a reorganização do mo-
o tecnicismo do seu desenvolvimento. Im- pelo método “ver-julgar-agir”, apontava a vimento sindical do ponto de vista classista
pulsionada pelo movimento de redemocra- necessidade de observação, leitura da rea- socialista.
tização do país, reescreveu seu Código de lidade, por meio de diagnósticos e balanços Num contexto em que a ditadura ma-
Ética, adotando valores que foram se aper- sociais, com vistas a uma intervenção nos quiava indicadores sociais e econômicos,
feiçoando e se tornaram princípios que, chamados problemas sociais. surgiram diversos movimentos de oposição
hoje, almejam alcançar, no horizonte, um A história vai mostrar que esta essência ao sindicalismo “oficial” cooptado pela dita-
projeto societário sem exploração e domi- conservadora, positivista e, posteriormen- dura, e assistentes sociais participaram des-
nação de classe. te, tecnicista, passou por pequenas mu- se novo sindicalismo. Trabalhadores e traba-
A homenagem do Conjunto CFESS- danças reformistas até a década de 1960. lhadoras enfrentavam o “cale-se” do regime
CRESS aos 80 anos do Serviço Social brasi- A partir daí, uma série de acontecimentos militar e reivindicavam direitos sociais e
leiro valoriza a construção histórica desta incendeia o pensar e agir profissional, cul- condições de trabalho em diversas áreas.
profissão que se “inscreveu” na sociedade minando, no final dos anos 1970, na ruptu- “Essa reorganização do movimento sin-
brasileira e busca se encharcar, cotidiana- ra com essa essência. dical no Brasil, de oposição ao ‘peleguismo’
mente, da realidade social desse país. presente nos sindicatos até então, contri-
Mas como o Serviço Social chegou até Antecedentes da “Virada” buiu muito para a nossa formação política.
aqui e se tornou crítico e combativo? Quando se fala no “Congresso da Vi- Foi talvez o momento em que nos reconhe-
As transformações que a profissão so- rada” de 1979, um marco histórico para o cemos como classe trabalhadora”, ressalta a
freu, ao longo de seus 80 anos, estão ilus- Serviço Social brasileiro, é preciso destacar assistente social.
tradas simbolicamente pela arte do Dia que ele não se deu de um dia para o outro, O novo sindicalismo, principalmente
do/a Assistente Social 2016. e sim de uma agitação no âmbito político, do ABC paulista, fomentou diversas formas
Da década de 1930 até os tempos atuais, teórico e prático da profissão na América de resistência social e política no Brasil, e
muita coisa aconteceu para que a crítica e Latina e no Brasil. provocou novas práticas no Serviço Social,
a luta se tornassem características funda- “O processo de ruptura com o con- como a de mobilização e organização da
mentais no seio do fazer profissional de servadorismo e com a visão positivista da classe trabalhadora.
assistentes sociais. profissão possui uma série de anteceden-
tes entre as décadas de 1960 a 1980, que “Viramos o CBAS”!
Os primeiros passos passam pelas lutas contra as ditaduras na São Paulo, 1979. Estava tudo pronto
“A data de comemoração do surgi- América Latina, pela reconceituação do para o 3º Congresso Brasileiro de Assisten-
mento da profissão no Brasil coincide com Serviço Social sul-americano, pela nossa tes Sociais (CBAS), organizado pelo então
a data de criação da Escola de Serviço So- participação ativa no movimento sindical Conselho Federal de Assistentes Sociais
cial de São Paulo em 1936, que, anos mais classista e por muitos outros aconteci- (CFAS) e Conselhos Regionais de Assisten-
tarde, é integrada à Pontifícia Universida- mentos”, conta a assistente social e pro- tes Sociais (CRAS). A mesa de abertura con-
de Católica de São Paulo (PUC-SP). Ela foi fessora da PUC-SP, Bia Abramides, que não tava com nomes alinhados com a ditadura.
fruto do esforço coletivo de jovens enga- só testemunhou, mas também participou “O CBAS tinha um caráter elitista e
jadas no movimento da Igreja Católica e dessas transformações. conservador. A insatisfação da categoria
cuja intenção primeira era contribuir para Resistir e lutar contra regimes dita- ali presente era visível. A ‘virada’ come-
o engendramento de uma ação profissio- toriais se tornaram princípios vitais de çou no segundo dia, com a instalação de
nal em favor da justiça social”, conta a movimentos sociais e de outros sujeitos uma assembleia com a categoria, convo-
assistente social Mione Sales, que recen- políticos. A classe trabalhadora enfrenta- cada pela Comissão Executiva Nacional de
temente fez uma pesquisa sobre a história va bravamente todo tipo de violência, para Entidades Sindicais de Assistentes Sociais
do Serviço Social para a Agenda Assistente manter vivo o sonho da democracia e da (Ceneas). A partir daí, alteramos os rumos
Social 2016. liberdade. do CBAS”, recorda.
Segundo ela, as moças católicas, oriun- Esse caldo de luta e resistência não de- “Nossas assembleias diárias durante
das das camadas abastadas da sociedade morou para respingar no Serviço Social la- o CBAS sugeriam novos debates, progres-
paulista, estavam envoltas no processo tino-americano. Já não dava para olhar para sistas e alinhados com toda a efervescência
histórico de reconhecimento da questão a questão social como uma questão moral, política que vivíamos. E isso só foi possí-
social, sua racionalização e controle do e sim como fruto das contradições do capi- vel com mobilização e organização da ca-
operariado. “Assim, perceberam a impor- talismo. A aproximação com as ciências so- tegoria. Para se ter uma ideia, a mesa de
tância do papel da formação profissional e ciais e, em especial, com a teoria social em encerramento foi organizada por nós, com
se mobilizaram nesta direção. Duas delas Marx, e o distanciamento da teoria e método representação de movimentos sociais,
partiram, respectivamente, para França tecnicistas dos Estados Unidos, formataram sindicais e populares, de luta. O CBAS foi
e Bélgica, a fim de estudar nas principais o que veio a se chamar de reconceituação da aberto com uma ‘oficialidade’ e terminou
instituições de ensino de Serviço Social profissão na América Latina. com o protagonismo da classe, selando
daqueles países. De volta, trouxeram sub- Outro antecedente importante para a nosso compromisso profissional com a
sídios para a criação da primeira Escola de ruptura foi a participação ativa de estudantes classe trabalhadora”, enfatiza.
Serviço Social”, explica Mione. de Serviço Social. “Passamos a questionar o A partir daí, começava uma nova etapa
“Mesmo datadas e ainda muito inci- funcionalismo e o positivismo presentes nos da história da profissão e de militância de
pientes, além do forte veio confessional, as currículos dos cursos de Serviço Social em assistentes sociais. Seja pelo sindicalismo
contribuições dessas pioneiras tiveram ca- nossos encontros estudantis, e entender que de categoria (e, posteriormente, após de-

4 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
dia do/a assistente social

no Brasil
cisão coletiva, do sindicalismo por ramo cobrados por parte da sociedade de forma
de atividade), seja pela disputa da direção transparente e inequívoca. A segunda, de
das entidades organizativas do Serviço So- fortalecer a categoria no exercício de suas >> As pioneiras do Serviço Social, na década de
cial (CFESS e CRESS), a veia crítica da pro- prerrogativas e autonomia. Essa normatiza- 1930, e a manifestação de assistentes sociais
fissão passou a ser hegemônica, ditando ção complementar detalha alguns aspectos durante o 13º CBAS, em Brasília (DF), em 2010

os novos rumos: um projeto de sociedade de direitos e deveres profissionais que estão


anticapitalista, que possibilite a emanci- cada vez mais em disputa nesta conjuntura,
pação humana. em função da precarização das condi-
“A ruptura dos anos 1980, com a di- ções e relações de trabalho.
reção social aí definida, foi a base para Assim, profissionais têm no
o projeto ético-político profissional do Conselho um aliado a mais
Serviço Social brasileiro dos anos 1990, para fortalecer a perspecti-
vinculado ao projeto societário na pers- va ético-política que defen-
pectiva de uma sociabilidade igualitária e dem”, ressalta a conselheira.
libertária”, finaliza Bia. E encerra: “por tudo isso,
nós, que fazemos o Conjunto
CFESS-CRESS no embalo da ruptura CFESS-CRESS, continuamos
A aprovação da Lei de Regulamentação empenhados/as em escrever
da Profissão de 1957 e, posteriormente, o essas linhas de próprio punho,
Decreto n° 994, de 15 de maio de 1962, mar- enfrentando as adversidades do
caram a criação dos conselhos de fiscalização caminho”.
do exercício profissional de assistentes so-
ciais (CFAS e CRAS). Desafios atuais
Pensados incialmente apenas como ór- Os principais desafios do
gãos de controle e disciplina, com viés bu- Serviço Social vêm das restrições
rocrático e fundamentado na regulação es- impostas pela lógica capitalista à
tatal das profissões liberais no Brasil desde emancipação dos indivíduos, sub-
os anos 1950, os conselhos acompanha- metendo amplos segmentos sociais
ram, ainda que não concomitantemente, as à condição de extrema pobreza e à
transformações da profissão. precarização da vida.
Assistentes sociais, em sintonia com “Essa situação não limita apenas
essas transformações políticas e acadêmi- o acesso a bens e serviços socialmente
cas no Serviço Social, passaram a questio- produzidos, mas a construção de valores
nar a forma de organização e participação culturais, éticos e estéticos, essenciais
nas entidades representativas da categoria. à ampliação de uma visão de mundo, de
Um marco desse movimento são as eleições emancipação politica, de respeito à vida,
diretas para o Conselho Federal de Assis- à diversidade e aos direitos humanos”,
tentes Sociais, em 1987. Antes, as eleições avalia a assistente social Jandira Silva, que
de gestões eram indiretas. atua no Ministério Publico do Estado do
Tudo isso impulsionou importantes lu- Pará e na Secretaria de Estado de Saúde.
tas, como a reformulação da Lei de Regula- Nessa conjuntura, para qualquer re-
mentação da Profissão, a revisão do Código ação, é necessário que a categoria com-
de Ética, a elaboração de novas Diretrizes preenda o que está enfrentando, por meio
Curriculares da Abepss, dentre outras ações. de análise e reflexões críticas dos proces-
“Criou-se uma sustentação legal e nor- sos que rebatem nos espaços de trabalho.
Arte: Frisson

mativa para as práticas que iam se afirman- “Observo, em meu cotidiano laboral e nas
do no sentido da ruptura. Além da aprovação relações que estabeleço com outros/as
do Código de Ética profissional, uma impor- profissionais de diferentes campos, uma
tante conquista foi o redimensionamento do fragilidade na leitura e compreensão de individualismo, ao consumismo, ao conser-
sentido da fiscalização profissional, fazendo processos que chegam por meio das de- vadorismo, à apatia política”, ressalta.
dela uma aliada na defesa da sociedade e mandas postas, e que resultam em práti- Outros desafios vêm de dentro, como o
não um ato puramente punitivo”, afirma a cas de censura moral, responsabilização de crescimento de uma onda conservadora em
conselheira Josiane Soares, que é também indivíduos, negação de direitos, imposição uma parte da categoria profissional, que
coordenadora da Comissão de Orientação e de controles burocráticos”, analisa Jandira. tem se posicionado de maneira retrógrada
Fiscalização (Cofi) do CFESS. No entanto, existem saídas, para as quais sobre temas delicados, como aborto, redu-
O Conselho Federal e os Conselhos Re- a assistente social do Pará conclama a cate- ção da maioridade penal, estado laico.
gionais de Serviço Social foram, e continu- goria. “Fazer o contraponto com esta lógica No entanto, como a história da profis-
am sendo, responsáveis pela normatização perversa e reducionista requer desconstruir são mostra, é possível barrar tentativas de
complementar do exercício profissional seus argumentos e fundamentos, descortinar retrocessos e continuar caminhando em
nestes 80 anos de profissão, ação essencial suas direções teóricas e políticas e ultrapassar uma direção política profissional que tem
em duas direções, como explica Josiane. limitações das políticas e espaços sócio-ocu- como horizonte as concepções libertárias
“A primeira, de demarcar a imagem so- pacionais de exercício profissional, avançan- e democráticas. Por tudo isso, o Conjunto
cial da profissão, tendo como referências os do na direção de formas de luta e superação CFESS-CRESS entende que o Serviço Social
seus compromissos públicos, que podem ser coletiva. Direção também de resistência ao é uma profissão inscrita no Brasil.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 5
Relações internacionais / Adminstrativo-financeiro

O que fazer pelos direitos das


populações migrantes e fronteiriças?
Seminário debaterá fluxos migratórios internacionais e o trabalho de assistentes sociais
Arte: Rafael Werkema/CFESS

U
ma importante questão que tem “Precisamos ampliar este debate a
sido notícia nos últimos meses, partir da realidade do exercício profis-
além de impactar na atuação de sional nas diferentes regiões do país”,
diversas profissões, é a migração. Ca- explica a conselheira do CFESS Esther
sos recentes, como a de refugiados/as Lemos, que coordena a Comissão de
da guerra na Síria em direção à Euro- Relações Internacionais.
Seminário Nacional

SERVIÇO SOCIAL,
pa, bem como a chegada de haitianos “As causas que originam a migra-
ao Brasil, têm pautado o trabalho de ção são estruturais e, nos últimos anos,
assistentes sociais em diversas re-
giões. Para refletir sobre o assunto e
os fluxos migratórios internacionais
intensificaram-se, chocando o mundo
RELAÇÕES FRONTEIRIÇAS E
qualificar a intervenção profissional do com a barbarização e mercantilização FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNACIONAIS
6 a 8 de julho de 2016 | Belém (PA)
Serviço Social na questão, o CFESS e o de todas as dimensões da vida. Fugindo
CRESS-PA realizarão, nos dias 6, 7 e 8 de guerras, perseguições, fome e crises Realização: CFESS / CRESS-PA | Apoio: UFPA / ICSA

de julho de 2016, o Seminário Nacional econômicas, migrantes vivem na in-


Serviço Social, Relações Fronteiriças e certeza se terão condição digna de vida
Fluxos Migratórios Internacionais. e, principalmente, um futuro para si e Participe!
O evento será gratuito e ocorrerá seus familiares”, enfatiza. Inscrições gratuitas e vagas limitadas!
em Belém (PA), na Universidade Fe- O seminário possibilitará que as-
deral do Pará (UFPA). Poderão partici- sistentes sociais debatam questões que Quando 6, 7 e 8 de julho de 2016
par assistentes sociais, estudantes de envolvem o trabalho com a população Onde Belém (PA)
Serviço Social e profissionais de outras migrante e fronteiriça e pensem com o
Inscrições
áreas. Haverá também a transmissão Conjunto CFESS-CRESS estratégias de
pela internet. luta pelos direitos dessas populações. www.seminariofronteiras.com.br

Fique de olho no recadastramento obrigatório!


Profissionais poderão também solicitar novo documento de identidade e participar de pesquisa on-line
Arte: Frisson
O Conjunto CFESS-CRESS quer co- O recadastramento será obrigatório
nhecer melhor a categoria de assistentes para assistentes sociais que possuem regis-
sociais no país. Para isso, profissionais tro no CRESS e é uma ação fundamental e
registrados/as nos Conselhos Regionais estratégica para atualização de informações
de todo o Brasil deverão realizar o Reca- pessoais e profissionais junto aos Regionais,
dastramento Nacional Obrigatório. possibilitando, inclusive, uma maior apro-
A previsão é que o processo seja iniciado ximação do Conjunto com a categoria.
no segundo semestre de 2016. O lançamento O recadastramento poderá ser reali-
foi adiado até então para aprimoramento do zado em qualquer computador com acesso
sistema de recadastramento, que ainda se à internet, ou em computadores dispo-
encontra em fase de desenvolvimento. nibilizados pelos CRESS em suas sedes e
Quem tiver interesse poderá também Seccionais. Haverá um site específico so-
participar da pesquisa Perfil dos/as assis- mente para essas três etapas: recadastra-
tentes sociais no Brasil: Condições de Trabalho mento, pesquisa e solicitação do novo DIP.
e Exercício Profissional e solicitar a emissão Não deixe de acompanhar pelo site do
do novo documento de identidade profis- CFESS e dos CRESS as novidades sobre a
sional (DIP), mais moderno e seguro. campanha!

6 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Ética e direitos humanos

Vamos conversar sobre Estado laico?


tema deve ser pautado no exercício profissional sem preconceitos, julgamentos ou discriminação
Arte: Rafael Werkema/CFESS

M
uitas pessoas já devem recusa das ameaças ao Estado
ter reparado em sím- laico presentes na realidade
bolos religiosos dentro brasileira. Desde o avanço do
de órgãos públicos, instituições conservadorismo, do irracio-
de governo ou mesmo nas salas nalismo e da intolerância reli-
de atendimento de assisten- giosa no cotidiano profissional,
tes sociais à população usuária. até a consciência crítica de que
Também já podem ter percebido estas tendências são incompa-
mensagens religiosas no carim- tíveis com o Estado Democrá-
bo de um/a assistente social. Es- tico de Direito e são ainda uma
tes são apenas alguns exemplos ameaça à efetivação da ética
de quando a laicidade do Estado profissional.
brasileiro, elemento instituído
pela Constituição Federal, é des- >> É possível citar um exem-
respeitado no cotidiano. Você já plo prático do ataque à laici-
pensou sobre isso? dade do Estado no Brasil?
Em tempos de conservado- Cristina >> Um exemplo
rismo e atitudes retrógradas, recente pode ser encontra-
em especial pelo Congresso do no denominado Estatuto
Nacional brasileiro, trazer o da Família (Projeto de Lei nº
debate e a defesa do Estado 6.583/2013). Este PL pretende
Laico é reafirmar o projeto éti- atribuir ao Estado o poder de
co-político do Serviço Social e a definir como deve ser a com-
luta de assistentes sociais pela posição familiar na socieda-
democracia, pela liberdade e de brasileira. A família, como
por direitos. Sabe por quê? instituição social, não existe
Para responder a esta per- por força de lei, existe como
gunta, ampliar o debate sem realidade sócio-histórica,
preconceito e discriminação diante da qual cabe ao Estado
sobre o tema e trazê-lo para a democrático o seu reconhe-
realidade do Serviço Social, o cimento legal e a proteção de
CFESS entrevistou a assistente seus direitos. Do ponto de vis-
social e professora da Universi- ta do Estado Democrático de
dade Federal Fluminense (UFF) Direito, a concepção de família
Cristina Brites, que afirma: “o inscrita no referido PL é ina-
Estado Laico é parte das con- ceitável, abertamente formu-
quistas históricas no campo lada com base em convicção
dos direitos”. Confira a seguir. religiosa e nega a diversidade
de composição familiar exis-
CFESS >> Antes de tudo, o que tente na sociedade.
significa de fato o Estado laico?
Cristina Brites >> Ele repre- >> Como o Serviço Social pode
senta a afirmação de uma cida- assistência social, etc.) devem regulação e manipulação de vá- fortalecer a luta em defesa do
dania não tutelada, baseada em coadunar com a afirmação de rias dimensões da vida social. Estado laico no país?
direitos, ainda que nos limites liberdades individuais, como a Assim, as ameaças ao Estado Cristina >> É importante re-
burgueses, frente aos quais é de manifestação religiosa, po- Laico configuram-se como ex- afirmar que o Código de Ética
inaceitável a intervenção do lítica, de orientação sexual e de pressões do avanço do conser- do/a Assistente Social defen-
Estado sobre a liberdade de identidade de gênero. vadorismo e do irracionalismo de uma atuação profissional
crença religiosa de cada indiví- neste contexto de agudização contrária a todas as formas
duo. Igualmente, torna-se ina- >> Por que o debate sobre o dos antagonismos de classe e, de injustiça, opressão, discri-
ceitável qualquer intervenção Estado laico se torna tão atual consequentemente, uma ame- minação e barbárie. Daí que a
do Estado fundada em convic- na conjuntura em que se en- aça ao processo de democrati- liberdade de manifestação e a
ções religiosas sobre qualquer contra o Brasil? zação da sociedade e do Estado. diversidade de convicções re-
aspecto da vida social e da vida Cristina – Refletir sobre a ligiosas presentes na sociedade
privada das pessoas. Isso signi- questão é fundamental, tendo >> De que maneira a defesa do supõem o Estado Laico, o que
fica, sobretudo, que um Estado em vista que o avanço de ten- Estado laico se insere na atu- não significa uma sociedade
laico não pode tomar como re- dências conservadoras, que ação profissional de assisten- laica. Se assistentes sociais
ferência, para legislar sobre a vivenciamos hoje nas media- tes sociais? têm a liberdade como valor éti-
vida dos indivíduos sociais, as ções ético-políticas entre o Cristina >> A primeira neces- co central, a defesa da catego-
concepções, convicções e valo- Estado e a sociedade (classes), sidade que se impõe à atuação ria precisa ser pela liberdade de
res fundados em dogmas reli- deita raízes na crise estrutural da categoria, comprometida manifestação religiosa, pelas
giosos. O ordenamento jurídico do capitalismo mundial. Isso com a defesa da liberdade como liberdades individuais e pelos
da vida social, os princípios, pressiona as instituições e es- valor ético central e a demo- direitos de cidadania, o que
diretrizes e objetivos das polí- truturas de poder do Estado cratização do poder econômico efetivamente supõe um Estado
ticas sociais (saúde, educação, para ampliação do controle, e político, é de identificação e democrático e laico.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 7
formação profissional

Profissões da área de saúde se posicionam


contrárias à graduação à distância
novas modalidades, velhas receitas: criatividade do mercado em precarizar a formação

Arte: Mariano Vale e Rafael Werkema/CFESS


egundo dados do sistema e-MEC, do
Ministério da Educação, em março de
2016, 71.784 vagas foram autorizadas
para cursos de graduação à distância em
Serviço Social (o chamado Ead). Entre-
tanto, não é de hoje que o Conjunto CFES-
S-CRESS enfrenta os processos de preca-
rização da formação profissional. “Nossa
luta hoje tornou-se, porém, menos so-
litária e mais articulada, pois o ataque à
formação chegou a outras profissões da
saúde e seus respectivos conselhos se
organizam”, destaca a coordenadora da
Comissão de Formação Profissional do

@
CFESS, Erlênia Sobral.
É o que ocorre com o Conselho Fede-
ral de Enfermagem (Cofen), por exemplo.
A instituição realiza a Operação EaD, pois,
acionado pelo Ministério Público, visitou
pólos de EaD, encontrando várias irre-
gularidades. Estas foram sistematizadas
em um dossiê, que subsidia o projeto de
lei (PL) que prevê a proibição de curso de
enfermagem nesta modalidade. Na pers-
pectiva de ações conjuntas, o Fórum dos
Conselhos Federais da Área da Saúde (FC-
FAS) vem pautando a questão do EaD, ela-
borando tanto um PL coletivo em favor da
exclusividade de ensino presencial na gra-
duação dos cursos da área, quanto elabo-
rando peças de comunicação em favor da
universidade presencial. O acúmulo deste
debate não é de agora, pois, desde 2011, é
feito pelo Fórum, a exemplo do 1º Seminá-
rio sobre Ensino de Graduação à Distância
na Área da Saúde. Institutos ofertam módulos de cursos de (Abepss) e a direção ético-política histori-
Ainda sobre a articulação contra a extensão em Serviço Social, geralmente camente construída pela categoria. “Sem
precarização da educação, o CFESS com- nos finais de semana. Estes créditos são, citar que a nossa defesa é pela formação
põe o Comitê Nacional em defesa dos 10% em seguida, aproveitados por instituições que afirme a indissociabilidade entre en-
do PIB para a educação pública junto com de ensino superior (IES) que oferecem o sino, pesquisa e extensão e um outro prin-
outras entidades que, de 16 a 18 de junho curso de Serviço Social e os/as estudantes cipio fundamental é o rigoroso trato teóri-
de 2016, realizará o 2º Encontro Nacional são, por estes, certificados/as como curso co, histórico e metodológico da realidade
da Educação. Na pauta do evento, temas de graduação. O/a aluno/a que se matricula social e do Serviço Social, que possibilite
fundamentais como: acesso e permanên- no curso de extensão já vai mobilizado por a compreensão dos problemas e desafios
cia, gestão, financiamento, dentre outros. se graduar, pois as propagandas indicam com os quais o/a profissional se defron-
“Este processo de reunião de lutadores e a seguinte mensagem: curso de extensão ta no universo da produção e reprodução
lutadoras do campo da esquerda tem, na com acesso à graduação. da vida social”, analisa Erlênia Sobral. A
temática da educação, um elemento fun- É importante enfatizar que a irregula- afirmação destes princípios exige uma
damental de unidade, pois todos/as sen- ridade destes cursos já foi denunciada pelo formação não aligeirada e não baseada nos
tem os impactos dos ataques do ajuste es- Ministério Público Federal, que, dentre chamados cursos livres aproveitados para
trutural sobre a educação pública”, explica outros argumentos, constata indevida ter- a graduação, constituída de todas as exi-
a conselheira do CFESS. ceirização da atividade de ensino superior gências das diretrizes curriculares.
Segundo Erlênia Sobral, as lutas nes- e lembra que o art. 47, § 2º, da Lei de Di- Como entidade que representa os inte-
te campo, ainda que reforçadas pela busca retrizes e Bases (LDB) não autoriza a uti- resses da categoria de assistentes sociais,
de unidade, enfrentam a dureza do gran- lização futura do estudo na extensão para o CFESS está na luta coletiva em defesa do
de capital e o poder dos grandes conglo- a graduação, e sim aproveitamento entre acesso à educação pública, gratuita, presen-
merados educacionais, que, a despeito da cursos de graduação. cial e de qualidade. As reduções e os rebai-
crise, lucram milhões. Não obstante seus O CFESS, na mesma perspectiva em xamentos avassaladores do mercado não re-
grandes lucros na modalidade à distancia, que enfrenta o EaD, alerta todos/as sobre presentam o acesso defendido pelo CFESS e
a criatividade do mercado na sua ânsia por a gravidade nos processos de qualquer só beneficiam o próprio mercado, a despeito
mais lucro, não cessa. É o que revelam as forma de aligeiramento da formação e os de uma formação de qualidade. “Continua-
denúncias de uma nova modalidade, que perigos que significam para as diretri- remos combatendo e chamando toda a cate-
hoje chegam ao Conjunto CFESS-CRESS: zes curriculares da Associação Brasileira goria a exigir a educação como direito e não
formação por via de cursos de extensão. de Ensino e Pesquisa em Serviço Social como mercadoria”, completa a conselheira.

8 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
eventos
<< serviço social

O
Congresso Brasileiro de Assistentes humanos, dentre outras. Além disso, ques- do evento, ou seja, há exatos seis anos.
Sociais (CBAS) é o maior evento da tões como a precarização do trabalho, a or- Esta é uma informação fundamental,
categoria no Brasil. Em 2016, tendo ganização política da categoria, os desafios tendo em vista se tratar de um evento
como tema os 80 anos do Serviço Social no diante da conjuntura de conservadorismo autofinanciado: isso significa que toda a
Brasil – a certeza na frente, a história na mão, o também serão pauta de plenárias simultâ- estrutura montada e disponibilizada aos/
congresso comemorará algumas datas sig- neas e sessões temáticas. às participantes é custeada apenas pelos
nificativas para a trajetória da profissão. Os O 15ª CBAS também terá o lançamento recursos das inscrições e alguns patrocí-
80 anos de criação do primeiro curso marca de livros e a exposição de trabalhos. As en- nios de órgão públicos.
o início do Serviço Social no Brasil. tidades organizadoras (CFESS, CRESS-PE, “Este CBAS será histórico e inesque-
O CBAS ocorrerá em Olinda (PE) e deve Abepss e Enesso) destacam que o even- cível, dada sua temática e a conjuntura em
receber 3 mil pessoas, dentre assistentes to contará mais uma vez com excelentes que acontecerá. Por isso, é imprescindível a
sociais, estudantes e profissionais de ou- oportunidades de atualização profissional, participação da categoria”, destacou o pre-
tras áreas e, inclusive, de outros países. ato político, atividades culturais e partilha sidente do CFESS, Maurílio Matos.
Muitos serão os temas abordados no even- de experiências profissionais.
to, que perpassam a atuação de assistentes É importante destacar que o valor da
sociais em uma série de áreas: saúde, assis- inscrição do CBAS permanece exatamen- Inscrições
tência, previdência, sociojurídico, direitos te o mesmo há três edições consecutivas www.cbas2016.com.br

Residência Multiprofissional em Saúde é


espaço fundamental para formação na área
Seminário vai debater o tema nos dias 4 e 5 de setembro, antecedendo o 15º CBAS
Uma das áreas de atuação de assis- setembro, em Olinda (PE), antecedendo por entender a saúde como espaço mul-
tentes sociais é a política de saúde. Mas o início do 15º Congresso Brasileiro de tiprofissional, “o Serviço Social busca o
antes disso, ainda na etapa da forma- Assistentes Sociais (CBAS). Com vagas aprimoramento do exercício profissional
ção profissional, uma atividade fun- limitadas, as inscrições serão feitas e da formação sob a ótica da saúde como
damental e estratégica é a residência gratuitamente pela internet, no site do um direito universal”.
multiprofissional na área. Para deba- CFESS. Ainda entre os temas em pauta, o
ter o assunto, especialmente em meio O Encontro de Residência buscará evento abordará alguns desafios do Sis-
aos ataques que a saúde pública vem debater também o referencial teórico-le- tema Único de Saúde (SUS) na residên-
sofrendo no Brasil, com as organiza- gal que subsidia a residência em Serviço cia, como a fragilidade na articulação
ções sociais (OS) e a Empresa Brasilei- Social, reafirmando a importância de um do trabalho multiprofissional, a con-
ra de Serviços Hospitalares (Ebserh), o exercício fundamentado no projeto éti- centração de profissionais da saúde em
CFESS realizará o Encontro de Residên- co-político da profissão. A coordenado- determinadas regiões do país e a frag-
cia Multiprofissional em Saúde. ra da Comissão de Seguridade Social do mentação dos modelos assistenciais e
O evento ocorrerá nos dias 4 e 5 de CFESS, Alessandra Souza, ressalta que, da integração dos serviços.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 9
região centro-oeste
cress-ms

Serviço Social discute o exercício profissional


em territórios fronteiriços e fluxos migratórios
O/A assistente social deve sempre es- em Saúde Coletiva, doutoranda em Ser- Estela >> A importância é a vitalidade
tar atento/a às questões que envolvem os viço Social, professora e pesquisadora da que a temática pode trazer ao cotidianos
direitos humanos, posto ser um dos prin- Escola de Saúde Pública e da Universidade dos/as profissionais que estão nos ter-
cípios que norteiam a sua prática profissio- Católica Dom Bosco, feminista e militante ritórios fronteiriços, mas também para
nal presente no Código de Ética. Na mesma de direitos humanos, além de pesquisar o conjunto das organizações formado-
proporção, devem também ser considera- sobre as questões fronteiriças. ras. Discutir os territórios fronteiriços é
dos os assuntos relacionados aos territórios olhar para o contexto latino-americano
fronteiriços e fluxos migratórios. CRESS >> Ao tratar de territórios fronteiri- em todas as dimensões, especialmente a
No Brasil, a faixa de fronteira é nor- ços e fluxos migratórios, o/a assistente social econômica e a cultural, cujas conturba-
matizada pela Constituição Federal, a qual deve visualizar essa temática de que forma? ções propiciam lugares que não são aqu,
delimita a extensão de 150km de largura, Estela >> A primeira questão é essa mesma: nem são de lá.
paralela à linha divisória terrestre. No não estamos falando de fronteiras, mas de A discussão de territórios fronteiriços,
Mato Grosso do Sul, há mais de mil quilô- territórios fronteiriços. Significa que não é latinidade e exercício profissional precisa
metros de fronteira e, dos 79 municípios um país e outro, mas um território especial. entrar nos currículos das universidades,
que compõem o estado, 29 fazem parte da No entanto, a história da América Latina é por meio de ação articulada da Abepss, da
faixa de fronteira. Nessas regiões, atuam feita de ditadura em ditadura e isso afeta proteção e orientação dos/as profissionais
cerca de 783 assistentes sociais, de acor- diretamente a representação social sobre o por meio do Conjunto CFESS-CRESS e na
do com o sistema do Conselho Regional que é território fronteiriço. atuação política da Enesso.
de Serviço Social do Mato Grosso do Sul Mesmo com o discurso público gover-
(CRESS-MS). namental brasileiro tendo mudado a partir >> Como o/a assistente social pode ga-
Diante disso, o Conselho decidiu por de 2003, falando da fronteira como encon- rantir o acesso a direitos, em especial no
aproximar a categoria dessa discussão e tro, como local de partilha, de cooperação, campo da proteção social e dos direitos
conversou com a assistente social Estela a cultura predominante ainda é do rechaço humanos nos espaços fronteiriços?
Scândola, que é especialista em Saúde do/a e da negação da latinidade. Estela >> No caso de territórios frontei-
Trabalhador/a e Psicologia Social, mestre Na formação profissional, temos ainda riços, há que se utilizar o Código de Ética
Foto: acervo CRESS-MS alguns impasses, especial- Profissional, a regulamentação da profis-
mente porque a centralidade são, sobretudo, conhecer as convenções,
para discutir a seguridade so- protocolos e tratados internacionais, vi-
cial está baseada nas experi- sando à não restrição de direitos. Há mui-
ências europeias e quase nada tos avanços que não estão no cotidiano da
a partir da América Latina. profissão, como a Convenção 169, ratifica-
Mais que a qualificação téc- da em 2004, resultado de quase 15 anos de
nica, é preciso lidar mesmo é debates e pressões populares, que trata dos
com os conceitos construídos direitos dos povos tradicionais e tribais.
historicamente e que impõem O cotidiano profissional, no entanto,
práticas profissionais não ga- precisa ser considerado. Cada vez mais,
rantidoras de direitos e, às ve- os serviços estão sendo refilantropizados
zes, até violadoras. e saqueados em qualidade pelos cortes
dos gastos públicos e pela terceirização.
>> Qual a importância, para Ser bons/boas técnicos/as não é suficien-
a categoria, de se discutirem te para enfrentar a barbárie. É preciso
Scândola: “não estamos falando de fronteiras, mas de territórios fronteiriços essas questões? ação política.

cress-GO

A gestão do Conselho Regional de Ser- em vários países, dentre eles o Brasil.

CRESS-GO
viço Social de Goiás (CRESS-GO) Resistên- Nesse contexto, o CRESS-GO, mergu-
cia ética e ação: a luta continua vem realizan- lhado no projeto ético-político da profis-
do uma série de ações e pactos assumidos são, é desafiado a intervir com a categoria,

põe em
coletivamente em sua Carta-Programa. na busca de estratégias socioprofissionais
Pensar em frentes de trabalho e bandei- que assegurem condições de trabalho às/
ras assumidas requer da gestão uma leitura aos assistentes sociais e deem respostas

prática Carta-
crítica da ofensiva neoliberal, em uma lógica às demandas que emergem da realidade
destrutiva e processualidade incontrolável, social. Essas exigências que estão postas e
que lança mão da reestruturação produtiva imbricadas nas dimensões econômica, so-

Programa da
com mecanismos novos de extração econô- cial, política e cultural, impõem à gestão
mica, via desregulamentação e flexibilização uma direção social e política, permeada pe-
do mercado de trabalho, como a precariza- los princípios assegurados em nosso Código

gestão
ção, o desemprego desestrutural, a especu- de Ética, na lei de regulamentação da pro-
lação financeira em detrimento da produção. fissão e o compromisso com as bandeiras
Por outro lado, irrompe, ao desvelar as suas mais gerais da classe que vive do trabalho.
contradições e antagonismos, com crescen- Embuídos pelo sentimento das lutas e
tes manifestações dos/as trabalhadores/as resistências encampadas pelo Serviço So-

10 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Região centro-oeste

cress-DF
Foto: acervo CRESS-DF

CRESS-DF debate a
atuação da categoria
no contexto de
precarização das
políticas sociais e das
condições de trabalho Oficina sobre relatórios e pareceres sociais na área da Infância e Juventude

O Conselho Regional de Serviço So- ral, ocasião em que foram apresentados os Social, cuja atuação conjunta torna-se im-
cial do Distrito Federal (CRESS-DF), resultados de uma pesquisa realizada com prescindível para a intervenção do CRESS,
gestão Quem Quer Conselho, Participa!, por os/as trabalhadores/as de oito Centros de no sentido da discussão sobre o fazer pro-
intermédio da Comissão de Formação, es- Referência de Assistência Social (Cras) no fissional, em consonância com o projeto
truturou um projeto visando à análise po- DF, pela professora Priscilla Maia, do De- ético-político do Serviço Social.
lítica da atuação profissional nos diversos partamento de Serviço Social da Universi- Em 2016, O CRESS-DF dará continui-
espaços sócio-ocupacionais do DF, cuja dade de Brasília (UnB). dade ao debate da atuação profissional
implementação teve início em 2015, no A terceira oficina ocorreu em outu- dos/as assistentes sociais, envolvendo a
formato de oficinas. bro, como resultado da articulação com a categoria desde a definição da temática a
As áreas temáticas definidas foram Secretaria de Saúde do DF e a Coordena- ser priorizada; aprofundando a discussão
priorizadas com base na discussão acerca da ção de Estágio Supervisionado do Depar- com as entidades da categoria, em articu-
precarização das condições de trabalho dos/ tamento de Serviço Social da UnB, com o lação com a Executiva Nacional de Estu-
as assistentes sociais, quais sejam: socioedu- tema O Trabalho do/a Assistente Social nas dantes de Serviço Social (Enesso) e a Asso-
cação, assistência social, saúde, previdência Equipes Multiprofissionais de Saúde: desafios ciação Brasileira de Ensino e Pesquisa em
social, empresas públicas e o terceiro setor. éticos-políticos. A oficina teve a participa- Serviço Social (Abepss).
A primeira oficina, realizada em agos- ção do professor doutor Maurílio Castro de
to de 2015, em articulação com a Secretaria Matos, presidente do CFESS. CRESS-DF assume a vice-presidência do
de Políticas para a Criança e Juventude do A avaliação das oficinas já realizadas Conselho de Assistência Social do DF
DF e o Centro Universitário IESB, tratou indica que esse espaço de discussão pode A participação ativa no Fórum de Tra-
do tema Relatórios e Pareceres Sociais, com favorecer a aproximação do CRESS com a balhadores e Trabalhadoras do SUAS do DF
a participação do professor Marcos Fran- categoria, bem como, aprofundar o debate (FETSUAS-DF) levou o CRESS a assumir
cisco de Souza, do Tribunal de Justiça do sobre as práticas profissionais no contexto a coordenação executiva do movimen-
DF. A atividade abordou a dimensão ins- atual, em que a precarização do trabalho to. O envolvimento do Regional resultou
trumental técnica-operativa, associada às está presente de forma intensa, na execu- na eleição do CRESS para uma vaga como
dimensões técnico-metodológicas e ético ção das políticas sociais, incidindo direta- titular, representado os trabalhadores e
-políticas no exercício profissional. mente no exercício profissional. trabalhadoras no Conselho de Assistência
Em outubro, foi realizada a segunda Tais atividades têm chamado a atenção Social do DF (CAS-DF).
oficina, com a temática Os Desafios Profis- para a necessidade de articulação entre as Atualmente, o CRESS-DF tem assento
sionais dos/as Assistentes Sociais do Sistema comissões de Formação e de Fiscalização, na mesa diretora e assumiu a vice-presi-
Único de Assistência Social no Distrito Fede- em debate com a Comissão de Seguridade dência do CAS-DF.

cial brasileiro, a seguir estão algumas das isso, realizou, no dia 26 de outubro, o En- tou os anos de muita luta e compromisso
ações desenvolvidas pelo CRESS-GO: contro Goiano do Sociojurídico. O encontro da categoria em sustentar a riqueza desses
contou com a palestrante Renata Gomes encontros, que são os estudos em Marx,
Comissão de Seguridade Social Foi rea- da Costa, professora do Departamento promovidos com a colaboração do pro-
lizado no dia 11 de novembro, na Pontifícia de Serviço Social da Universidade Federal fessor George Coelin,, professora Omarí
Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), o de Mato Grosso (UFMT), apresentando os Ludovico e Darcy Roldão. Os encontros são
Encontro Goiano de Serviço Social e Seguri- desafios do exercício profissional na área mensais (último sábado de cada mês) na
dade Social. O encontro contou com a par- do sóciojurídico. As/os assistentes sociais sala de mestrado da PUC-GO.
ticipação do professor Renato Francisco de presentes tiraram como encaminhamento
Paula e das professoras Olívia Maria Jácome, do encontro a criação do GT Sociojurídico Comissão de Trabalho e Formação Coti-
Ana Maria da Trindade e, como debatedora, do estado de Goiás, com data a ser defini- nuidade da realização do Curso para Mul-
a professora Maísa Miralva da Silva. da posteriormente. As/os participantes do tiplicadores/as do Ética em Movimento - o
encontro avaliaram a atividade de forma curso tem previsão para o mês de março,
Comissão de Orientação e Fiscalização positiva e profícua. podendo ser realizado até agosto, sob a
A gestão do CRESS-GO assumiu o com- coordenação da presidente do CRESS-GO,
promisso de manter e promover debates Comissão de Trabalho e Formação Pro- Ilma Inácia de Sousa Pugliesi. A tônica do
e reflexões para formação e qualificação moveu o evento comemorativo dos quatro curso de multiplicação é o fortalecimento
profissional das/os assistentes sociais. Por anos do Café com Marx. O evento represen- do projeto ético-político do Serviço Social.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 11
região centro-oeste / nordeste
cress-MT cress-pi

Ações do CRESS-MT visam a


garantir a representação da classe CRESS-PI pela
nos espaços de controle social defesa de direitos
Ao rever o planejamento apre- que diz respeito à gestão do trabalho A defesa de concursos públicos que englo-
sentado no início da gestão do Con- no Suas”, explicou. A conselheira in- bem os/as assistentes sociais é uma bandeira de
selho Regional de Serviço Social do formou também que, de acordo com luta do Conjunto CFESS-CRESS e, assim sendo,
Mato Grosso (CRESS-MT), é possí- um levantamento divulgado pela o Conselho Regional de Serviço Social do Piauí
vel conferir realizações que fomen- Setas-MT, atualmente o Mato Gros- (CRESS-PI) não poderia deixar de lado essa ban-
taram diálogos entre assistentes so conta com 5.400 servidores/as na deira. Essa luta vem sendo fortalecida com ações
sociais que representam o CRESS rede da assistência social. Este even- concretas realizadas pela gestão Serviço Social na
nos espaços de controle social, como to foi resultado de esforço coletivo Luta Sempre, como em ações realizadas no âmbito
nos conselhos de direitos e políticas dos conselhos regionais de classe: do movimento Pró-Assistente Social no edital do
públicas, fóruns, conferências e ou- CRESS-MT, CRP-MT, CORECON-MT, concurso do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI).
tros. Atualmente, o CRESS está em CREFITTO-MT e o Sindicado dos Ser- O movimento foi articulado após TJ-PI lançar
24 conselhos e fóruns de políticas vidores Públicos da Carreira do De- edital para concurso público sem contemplar os/
públicas e de direito de âmbito mu- senvolvimento Econômico e Social, as assistentes sociais. O CRESS-PI foi às ruas e,
nicipal e estadual. em parceria com a Setas-MT. em meio a manifestações, revindicava a inclusão
de pelo menos três vagas no edital. Ainda den-
CEDCA-MT No último dia 5 de feve- Luta pelas 30 horas - A diretoria se tro desse âmbito, o CRESS-PI apoia a luta dos/as
reiro, a conselheira do CRESS-MT An- reuniu com a assessoria da presidên- aprovados/as e classificados/as do último con-
nelyse Cristine Cândido tomou posse cia da Assembleia Legislativa, para curso da Secretaria de Saúde do Estado do Piauí
como presidenta do Conselho Estadual discutir a submissão do projeto de lei (Sesapi), que ,desde o ano de 2011, aguardam a
da Defesa da Criança e do Adolescente nº 183, que versa sobre a jornada de convocação.
(CEDCA-MT) para o biênio 2016/2017. trabalho de 30 horas no âmbito do es- A gestão do CRESS, na busca pela valoriza-
Também foram empossados/as os/ tado de Mato Grosso. De acordo com ção do exercício profissional de qualidade, para
as 32 membros do CEDCA-MT e elei- a presidenta do CRESS, Vera Honório atender aos/às usuários/as de forma qualificada,
ta uma nova diretoria. O CEDCA é um dos Anjos, a informação é de que, até mantém a fiscalização como ferramenta assídua
órgão vinculado à Secretaria de Estado junho deste ano, o projeto deverá ser do exercício profissional. Entretanto, a fiscaliza-
de Trabalho e Assistência Social (Setas incluído na pauta legislativa. O PL nº ção enquanto atividade-fim não se constitui so-
-MT). Cabe a ele fiscalizar e formular 183 já percorreu os trâmites de seu mente de ações e instrumentos punitivos. Mas na
políticas públicas assistenciais volta- mérito com parecer favorável, e está defesa de um exercício profissional de qualidade.
das para o setor, além de captar e gerir apto pra votação. "Precisamos que Devendo ainda se constituir de uma dimensão
recursos do Fundo de Infância e Ado- a categoria esteja em alerta, acom- pedagógica que permita ampliar a divulgação e a
lescência (FIA), que financia projetos e panhando o andamento, para que, compreensão do Código de Ética do/a Assisten-
demais atividades. logo que o projeto entre na pauta, te Social e da Lei 8.662/1993, que regulamenta a
nos mantenhamos mobilizados/as e, profissão de Serviço Social. Dessa forma, faz par-
FETSUAS Trabalhadores/as do Siste- assim, possamos sensibilizar os/as te do calendário anual de atividades do Conselho.
ma Único de Assistência Social (Suas) parlamentares na tramitação e apre- E, buscando o fortalecimento da Política de
dos 141 municípios de Mato Grosso ciação junto à Comissão Constituição Formação Permanente, o CRESS-PI organiza e
participaram do Seminário Trabalha- e Justiça", afirmou a presidenta. participa de forma ativa da realização de semi-
dores/as que temos, trabalhadores/ nários, cursos e oficinas, atividades que possam
as que queremos, em 17 de setembro Organização profissional Com os agregar conhecimento aos/às estudantes e pro-
de 2015, em Cuiabá. O evento reuniu avanços das políticas públicas, am- fissionais que dialogam em torno de uma com-
profissionais de nível fundamental, pliaram-se os espaços sócio-ocupa- preensão crítica da realidade social.
médio e superior dos 16 polos do es- cionais e, com eles, as diferentes de- Um exemplo foi a realização da Oficina de
tado de Mato Grosso, num processo mandas que, por sua vez, passaram Graduação e Pós-Graduação da Abepss Regional
intenso de mobilização, unindo as- a apresentar especificidades para Norte, bem como do 2º Fórum Estadual de Su-
sim a força dos/as trabalhadores/as. A os/as assistentes sociais. As organi- pervisão de Estágio em Serviço Social. Eventos
instalação do fórum tem por objetivo zações também sofreram transfor- que abriram espaço para uma discussão acerca da
assegurar espaços de discussões que mações e a categoria tem assumido, centralidade do estágio supervisionado na for-
venham ao encontro dos anseios da como estratégia de luta, fazer alian- mação profissional, a partir do debate dos ele-
categoria. ças com as representações dos/as mentos que compõem a realidade dos cursos de
A conselheira do CRESS-MT An- trabalhadores/as por ramo de ativi- Serviço Social, sobretudo discutindo a precariza-
dréia Maria Amorim, integrante da dades. Assim, opta pela sindicaliza- ção do ensino, articulando assim, nesse processo,
comissão organizadora do seminá- ção por ramo de atividade e não por os elementos envolvidos, que são: discentes, do-
rio, informou que a articulação para categoria, como medida de assegurar centes supervisores/as acadêmicos/as, assisten-
a criação do FETSUAS vinha sendo espaços de diálogos, com vistas a ga- tes sociais supervisores/as de campo.
discutida desde 2009. As amplas ne- rantir os direitos tanto dos/as usu- Já o apoio à campanha em alusão ao Dia Mun-
cessidades dos/as trabalhadores/as, ários/as das políticas, como dos/as dial da Não Violência, comemorado no dia 30 de
falta de identificação profissional, trabalhadores/as que atuam frente às janeiro, fez parte das ações realizadas pelo CRES-
disparidade de remuneração e rotati- políticas. Nessa direção, o CRESS-MT S-PI, destacando assim o envolvimento do Con-
vidade de trabalhadores/as foram as compreende que a conjuntura atual selho nas questões socioeducativas, ultrapassan-
principais alavancas da mobilização. de ameaças da perda dos direitos e do assuntos inerentes ao âmbito profissional. A
“O objetivo, com a instalação do fó- das garantias trabalhistas são diá- gestão Serviço Social na Luta Sempre reforça que os
rum, é assegurar que, por meio deste logos que o Conjunto CFESS-CRESS desafios não são poucos, mas com luta, organiza-
espaço político, se tenham os diá- vem, ao longo dos anos, amadure- ção e determinação, as batalhas serão vencidas.
logos e discussões sobre tudo aquilo cendo com a categoria.

12 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região nordeste
cress-AL
Foto: Amanda Duarte/CRESS-AL

Resistindo e lutando pela


autonomia profissional e
pela emancipação humana
O engajamento em prol da para a sociedade, especialmente
consolidação de um projeto pro- em tempos de tamanhas perdas
fissional que seja decisivo na de direitos sociais.
luta por uma sociedade huma- Durante a sua participação
namente emancipada é uma das na atividade, a assistente social, Semana do/a Assistente Social em Alagoas reuniu centenas de pessoas
principais características da ges- professora da Universidade Fe- O 5º Seminário de Serviço falou sobre trabalho e sociabili-
tão Em Tempos de Luta, do CRESS deral de Sergipe (UFS) e conse- Social, que foi organizado pelo dade em tempos de crise e Ana
Alagoas. Além de, cada vez mais, lheira do CFESS Josiane Soares CRESS-AL em novembro de fez explanações sobre o Serviço
aliar-se às resistências sociais Santos fez questão de ressaltar 2015, também foi um impor- Social e a luta de classes.
e à defesa da autonomia dos/as que o debate sobre atribuições e tante momento para se discutir Esse compromisso, sempre
profissionais do Serviço Social, competências profissionais está o trabalho e as responsabilida- discutido nos eventos promovi-
a gestão também tem busca- inteiramente relacionado à de- des dos/as assistentes sociais. dos pelo CRESS, é uma tecla que
do contribuir significativamente fesa das políticas sociais. O evento ocorreu dentro da tem sido tocada bravamente pela
para a criação de espaços que “Nós temos, na defesa das programação da 7ª Bienal In- atual gestão do Conselho, pre-
proporcionem, aos/às estudan- nossas atribuições e competên- ternacional do Livro de Alagoas sente e atuante nas lutas e resis-
tes e profissionais da área, o de- cias, o dever e o compromisso e contou com o patrocínio da tências dos/as assistentes sociais
bate e a reflexão sobre o trabalho ético-político de fazer isso jun- Cortez Editora e com o apoio por sua autonomia profissional
e o compromisso ético-político to com a defesa da qualidade da Editora da Universidade Fe- e também em prol dos/as tra-
dos/as assistentes sociais. dos serviços prestados e junto deral de Alagoas e dos cursos balhadores/as e demais grupos
Nesse sentido, a Semana do/a com a defesa dos direitos sociais de Serviço Social das unidades sociais que sofrem opressões e
Assistente Social de Alagoas, re- como algo público que precisa Maceió e Palmeira dos Índios violências cotidianamente.
alizada pelo CRESS em parceria ter ampliação e universalização dessa instituição. Fazer Serviço Social, afinal,
com outras entidades no mês de do seu acesso”, ponderou. Na atividade, Ricardo Antu- mais do que uma condição pro-
maio (2015), constituiu um valio- O presidente do CFESS, Mau- nes, professor da Universidade fissional, é uma luta cotidiana
so momento de troca e aprendi- rílio de Castro, outro palestrante Estadual de Campinas (Unicamp) em busca da construção de um
zado para todos e todas que tive- do evento, também enfatizou e Ana Maria de Vasconcelos, pro- mundo mais justo. Ser assisten-
ram a oportunidade de participar que os/as assistentes sociais pre- fessora da Universidade do Esta- te social, em tempos de tantas
do encontro. O evento discutiu as cisam atentar para a necessidade do do Rio de Janeiro (Uerj) tam- desigualdades, é se admitir en-
necessidades, capacidades e con- de compreender o fazer social e a bém abordaram o compromisso quanto parte de uma resistência
quistas do Serviço Social no Bra- defesa dos direitos sociais como ético-político que está inerente coletiva, por uma sociedade hu-
sil, assim como a sua importância fatores interligados. ao fazer Serviço Social. Ricardo manamente emancipada.

Anote o Calendário de Eventos do CRESS-AL >> 3º Seminário Estadual de Serviço Social e Educação (1º de junho)
>> Curso sobre Orçamento e Financiamento de Políticas Públicas (26 de Agosto) >> Seminário Estadual de Assistência Estudantil (Agosto/2016)
>> Reunião Descentralizada com as Assistentes Sociais do Sertão de Alagoas (Outubro/2016)

cress-PB

CRESS-PB inaugura nova sede e convoca primeiros/as concursados/as


Finalmente, um grande sonho dos/as as- municação. Em 2016, nomearemos outros/ Campanha de Valorização da Profissão
sistentes sociais da Paraíba foi realizado! No as profissionais, agentes administrativos/ As comemorações do Dia do/a Assistente
último dia 26 de fevereiro, durante a Assem- as e agentes fiscais, aprimorando ainda Social foram iniciadas pelo CRESS-PB ain-
bleia Extraordinária do Conselho Regional mais as ações do Conselho”, destacou. da em março de 2016, com o lançamento
de Serviço Social da Paraíba (CRESS-PB), de importante campanha de valorização da
foi inaugurada a nova sede da instituição, lo- Comissões do CRESS-PB Além das co- profissão. Com ocupação de importantes
calizada na Rua João Amorim, nº 243, Centro missões regimentais do CRESS-PB, atu- espaços na TV, nas rádios e nas redes so-
de João Pessoa. Na oportunidade, além das almente três outras comissões estão em ciais, a campanha tem repercutido de for-
comemorações relativas à inauguração da pleno funcionamento: a de Educação, a ma muito positiva entre os/as assistentes
sede, a gestão Seguir na Luta, Forte e Inde- de Seguridade Social e a do Sociojurídico. sociais do estado e a sociedade em geral.
pendente apresentou a prestação de contas Seu funcionamento regular tem fortale- Além de comemorar os 80 anos do
política e financeira do ano de 2015. cido o envolvimento dos/as assistentes Serviço Social no Brasil, a ação tem for-
Segundo o presidente do CRESS-PB, sociais inscritos/as no Conselho e o for- talecido importantes pautas da categoria,
Tárcio Teixeira, os/as assistentes sociais talecimento de diversas pautas, a exem- a exemplo da luta pela realização de con-
do estado vivem um momento histórico plo das mudanças no edital do concurso curso público e nomeação de concursos já
para a categoria. “Hoje a estrutura física da público do Instituto Nacional do Seguro realizados, a elaboração e implementação
nossa entidade permite receber a catego- Social (INSS), da luta pela nomeação dos/ dos planos de cargos, carreira e remune-
ria e fazer com que funcione uma série de as concursados/as do Tribunal de Justiça da ração (PCCR), assim como a exigência das
comissões, mas fomos além das condições Paraíba (TJPB) e a jornada pela alteração da condições éticas e técnicas para o trabalho
físicas; ainda em 2015, começamos a no- lei municipal que estabelece a atuação dos/ do/a assistente social. Estas são algumas
meação dos/as concursados/as para o cor- as assistentes sociais na educação de João das pautas fortalecidas pela campanha de-
po administrativo e da assessoria de co- Pessoa. Participe das comissões temáticas! senvolvida pelo CRESS-PB.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 13
região nordeste
cress-pe

Lutas políticas marcam atuação da


gestão Tecendo a Manhã no CRESS-PE
Foto: Paulo Lago/CRESS-PE

O Conselho Regional de Serviço So-


cial de Pernambuco (CRESS-PE), gestão
Tecendo a Manhã, pautou, no ano de 2015,
uma série de ações políticas e institucio-
nais, visando à valorização do/a profissio-
nal de Serviço Social, ao fortalecimento
das ações precípuas de ética e fiscalização,
ao diálogo democrático com a sociedade
e às lutas coletivas. Os resultados foram
muitos avanços conquistados e vários de-
safios a enfrentar em 2016.

Lutas e representações políticas As lutas


que vêm sendo defendida pelo CRESS-PE,
em consonância com as demais entida-
des representativas da categoria (CFESS, Seminário 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente promovido pelo CRESS/PE em Garanhuns
Abepss e Enesso), são desafiadoras em
tempos de retração de direitos sociais. social em concursos públicos e seleções sessoria de comunicação vêm utilizando
O Conselho vem acompanhando no simplificadas. O CRESS-PE vem empre- os diversos instrumentos adotados para a
estado as mobilizações contra a proposta endendo esforços pela garantia do pleno divulgação da atuação institucional.
de redução da maioridade penal, tendo par- exercício profissional do/a assistente so- Destacam-se o boletim informativo
ticipado das diversas atividades realizadas cial, conforme a lei de regulamentação. semanal (que trouxe várias reportagens
pelo Comitê Não à Redução. Além disso, de cunho educativo-pedagógico); a divul-
promoveu, em Recife, Garanhuns e Sal- Fiscalização A Comissão de Orientação gação em redes sociais (Facebook e Twit-
gueiro, debates para celebrar os 25 anos do e Fiscalização (Cofi) deu continuidade às ter) e no site oficial do Conselho, no qual
Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca), ações de fiscalização no interior, sendo re- estão disponíveis as principais notícias,
com destaque para o reforço a essa luta. alizadas visitas aos municípios do Agreste serviços, legislação. A novidade no site foi
O CRESS está participando também das Central, Agreste Meridional, Sertão do São a implantação do espaço da transparência,
atividades da Frente contra a Privatização da Francisco, Sertão do Pajeú, Mata Sul, Reci- com finalidade de garantia do controle so-
Saúde, por meio de eventos promovidos em fe e Região Metropolitana. cial, em uma efetivação da participação na
Pernambuco e do encontro da Frente Nacio- O CRESS realizou contato com as uni- gestão pública por sua categoria profissio-
nal realizado no Rio de Janeiro. Outras ações dades de ensino superior (UES). O objeti- nal e sociedade em geral.
importantes encampadas pelo CRESS-PE vo foi traçar ações importantes para for- O CRESS-PE participou da construção
envolveram a participação em datas come- mação profissional, mas que impactam da nova Política de Comunicação do Con-
morativas, como o Dia Internacional da Mu- diretamente no exercício profissional, a junto CFESS-CRESS, representando a Re-
lher, nas mobilizações contra a discrimina- exemplo da supervisão de estágio e a regu- gião Nordeste.
ção racial, em defesa da luta antimanicomial laridade do/a profissional assistente social Para o ano de 2016, o Conselho planejou
e na elaboração de nota de apoio aos movi- supervisor/a de campo e acadêmico. diversas ações para ampliação da comuni-
mentos de greve da classe trabalhadora e ao Dentre as atividades de orientação so- cação. Entre as quais, o desencadeamento
movimento Ocupe Estelita. bre o exercício profissional, destacou-se de ações da campanha “Serviço Social: 80
também a realização de 25 reuniões de no- anos no Brasil”, destacando a memória do
Administrativo-Financeiro A comissão vos/as inscritos/as, com a participação de Serviço Social em Pernambuco; a criação
vem gerenciando o processo administrati- 655 recém-inscritos/as. Foram realizados da nova identidade visual e do novo site do
vo-financeiro do Conselho, adotando me- mais de 400 atendimentos, por e-mail, CRESS; a realização do primeiro Seminário
didas políticas e estratégicas que mante- telefone ou presenciais. Regional de Comunicação e a participação
nham a sua capacidade de arrecadação. Em em espaços de lutas políticas em defesa do
2015, a comissão comemorou a redução em Ética A atuação da Comissão Permanente fortalecimento da democratização da co-
19% do número de inadimplentes no paga- de Ética não se resume à análise de denún- municação em Pernambuco.
mento da anuidade do Conselho. cias éticas, voltando-se também à discus-
Para este ano, o CRESS prepara a re- são dos direitos humanos, em consonância Eventos O CRESS realizou, em maio de
alização do concurso público destinado ao com o projeto ético-político profissional. 2015, uma série de eventos no Recife e in-
provimento de vagas e formação de ca- No ano passado, a comissão realizou o terior do estado, para celebrar o Dia do/a
dastro de reserva de profissionais nos ní- curso Ética em Movimento, ministrado pela Assistente Social. A campanha foi levada
veis fundamental, médio e superior, para conselheira Valdenice Raimundo, e que aos municípios de Garanhuns, Petrolina,
atuação na sede do Conselho, no Recife. foi voltado ao conjunto de conselheiras e Serra Talhada e Escada, dentro da proposta
Além disso, já está em execução o proje- assistentes sociais da base que compõem de interiorização dos debates.
to de criação do Plano de Cargos, Carreiras as comissões temáticas do CRESS e que re- O ano de 2016 será marcado pela re-
e Vencimentos (PCCV) para o Conselho, presentam o conselho em espaços de con- alização do 15º Congresso Brasileiro de
uma deliberação política da gestão. trole social. Para 2016, a perspectiva é de Assistentes Sociais (CBAS), em Olinda en-
No campo jurídico, o CRESS-PE enca- realização de nova edição do curso. tre os dias 5 e 9 de setembro. Trata-se do
minhou diversas notificações extrajudi- maior congresso da categoria profissional.
ciais para fins de regularizar a carga ho- Comunicação As ações desenvolvidas pelo O CRESS-PE vem participando da comis-
rária de 30 horas semanais para assistente CRESS-PE no âmbito da Comissão e da as- são organizadora do evento.

14 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região nordeste
cress-RN cress-BA

CRESS-RN destaca suas CRESS-BA intensifica


ações de formação
ações na celebração dos 80 junto à categoria
anos de Serviço Social O CRESS-BA
tem sua his-
Foto: Iajima Silena/CRESS-BA

O ano de 2016 não é apenas de co- co-político nos diversos espaços sócio tória marcada
memoração; é um ano para se relem- -ocupacionais onde se inserem estes/ pela construção
brar as lutas, as conquistas e os desa- as profissionais. e luta em defe-
fios desta profissão que completa 80 sa da efetiva-
anos em um país perpassado por desi- Comissão de Comunicação Em respei- ção do projeto
gualdades sociais, econômicas, políti- to à Lei de Acesso à Informação (Lei nº ético-político
cas e culturais. 12.527/2011), aos princípios que regem a profissional e Atividade no CRESS-BA
O Conselho Regional de Serviço So- Administração Pública, e ao compromis- pelo aprofun-
cial do Rio Grande do Norte (CRESS-RN) so ético-político com a categoria de as- damento e respeito à democracia. Compre-
reconhece a necessidade de prezar pe- sistentes sociais e com a sociedade civil, o endendo a importância do fortalecimento das
los registros deste Regional, primando CRESS-RN lançou em 2016 um novo site. bandeiras de lutas históricas do Serviço Social,
pela história do Serviço Social e dos/as A acessibilidade é o ponto chave da no âmbito do exercício profissional de cada
profissionais que contribuíram para o nova proposta, o que proporciona às assistente social, a gestão Quem Vem Com Tudo
fortalecimento da categoria no estado. pessoas com deficiências auditivas e/ Não Cansa, aposta nas ações de formação, de-
A partir do plano de metas 2016, a ou visuais o acesso às informações ade- bate e ações públicas com papel mobilizador
diretoria do CRESS, junto à Coordena- quadas às suas necessidades. Segundo e que atinjam profissionais em todo o estado.
ção da Seccional Mossoró, está em pro- Daniella Cruz, membro da Comissão de Ao longo do último ano, o avanço das forças
cesso de (re)organização do arquivo fí- Comunicação, “trazer, para as nossas conservadoras e neoliberais atingiu duramente a
sico e da biblioteca do CRESS, de modo mídias, importantes ferramentas de di- classe trabalhadora. Foram ataques à educação
a preservar o seu acervo documental e álogo com a categoria, a concretização do pública, às políticas sociais, ao Sistema Único de
manter viva sua memória. que discutimos no âmbito do Conjunto Saúde (SUS). O trabalho foi ameaçado com a PL
Ademais, com o objetivo de so- CFESS-CRESS e para além desse, é vital da terceirização, as mulheres vivenciaram novos
cializar conhecimentos e produções para gestões comprometidas com a de- ataques aos seus corpos, como o PL 5069/2013
do Conjunto CFESS-CRESS, para fins mocratização da comunicação no país”. que modifica a Lei de Atendimento às vítimas de
de pesquisa, o Regional já está dispo- violência sexual. As ações racistas e genocidas da
nibilizando o acervo de conferências, Comissão de Fiscalização Polícia Militar, durante todo o ano, explicitam as
encontros e outros eventos para estu- Para 2016, a Comissão de Orienta- contradições de um Estado que atua em defesa
dantes e pesquisadores/as que tiverem ção e Fiscalização (Cofi) ressalta a ma- dos interesses da burguesia interna em detri-
interesse. nutenção das visitas às universidades, mento ao bem estar do povo.
de dicas de leitura (postadas semanal- No contraponto e na resistência o CRESS-BA
Comissão Permanente de Ética Vi- mente nas mídias do CRESS) e das reu- convocou assistentes sociais de todo o estado
sando ao fortalecimento da Política niões de entrega de carteira com os/as para mobilização e formação. As atividades nas
de Educação Permanente, a Comissão novos/as profissionais inscritos/as. comissões de trabalho (Direito à Cidade, Gê-
Permanente de Ética realizará, a partir Também estão previstas, em con- nero e Raça, Educação, Interiorização, Previ-
de maio, mais uma edição do curso Ética sonância com a Política Nacional de dência, Saúde, Sociojurídica e Assistência So-
em Movimento, para assistentes sociais Fiscalização (PNF) do Conjunto, visitas cial) foram intensificadas por meio de rodas de
supervisores/as de estágio. O curso de fiscalização aos seguintes municí- conversa, cine debates, discussões, etc. Nesse
de multiplicação objetiva o fortaleci- pios: Angicos, Currais Novos, Florânia, Período a comissão de Educação realizou o En-
mento do debate acerca da ética, bem Goianinha, Governador Dix-Sept Ro- contro Regional de Serviço Social na Educação e
como dos princípios ético-políticos que sado, Guamaré, João Câmara, Jucurutu, a Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI),
norteiam o exercício profissional do/a Lages do Cabugi, Lagoa Nova, Mossoró, em articulação com o Setor de Fiscalização,
assistente social, a fim de possibilitar Região Metropolitana de Natal, Ria- realizou o seminário de Serviço Social e Sigilo
a defesa e consolidação do projeto éti- chuelo, Santa Cruz e Tangará. Profissional. A realização dos cursos Ética em
Movimento na capital e no interior tem atingido
Anote o Calendário de Eventos do CRESS-RN >> Cine CRESS (4 de junho, 6 de diversos profissionais.
agosto e 8 de outubro) >> CRESS Debate (30 de setembro) A entidade também atua junto aos conselhos
Foto: acervo CRESS-RN municipais e estaduais, conferências, sempre
pautando as necessidades de qualidade de traba-
lho e garantia de direitos tanto para a categoria
e população usuária. A gestão levou o CRESS às
ruas em defesa da saúde pública e contra o geno-
cídio do povo negro e contra a redução da maio-
ridade penal. A fiscalização e a interiorização das
ações são pontos importantes para a entidade
que segue atuando na capital e no interior.
Reafirmamos que o fortalecimento do pro-
jeto ético-político profissional se dá no fazer co-
tidiano da categoria. Cada Assistente Social pode
e deve ter enquanto ação política, um exercício
profissional pautado na ética, no respeito aos/as
usuários/as e na superação do racismo, machis-
Assistentes sociais, estudantes de Serviço Social e docentes nas ruas em defesa dos direitos! mo, homofobia e qualquer tipo de preconceito.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 15
região nordeste
cress-MA

Ações políticas e de defesa da categoria


engajam assistentes sociais no Maranhão
Em 2015 e início de 2016, o Conselho Durante o ato em São Luís, foi entre- No que tange à fiscalização, em 2015, o
Regional de Serviço Social do Maranhão gue uma carta ao governador do estado, Conselho direcionou os seus trabalhos às
(CRESS-MA), gestão Tocando em Frente, Flávio Dino, que registrava as pautas das áreas de empresas e educação, realizando
realizou, apoiou e participou de ações que reivindicações propostas nos dois atos e 287 visitas em 41 instituições. O trabalho
fortaleceram e potencializaram a produ- mais a criação de uma mesa para negocia- culminou com a realização de seminários
ção e a socialização de assistentes sociais ção do Sistema Único de Assistência Social que pautaram a temática do Serviço Social
no estado, além de publicizar o projeto (Suas) e a nomeação dos/as concursados/ nas empresas e o Serviço Social na educa-
ético-político profissional e a gestão de- as no Tribunal de Justiça do Maranhão. ção. Ambos tiveram o objetivo de informar e
mocrática e transparente do Conjunto Ainda no primeiro semestre de 2015, discutir temas relacionados sobre a realidade
CFESS-CRESS. o CRESS-MA promoveu o curso Ética em dos/as profissionais que atuam nessas áreas.
Nessa perspectiva, durante o mês de Movimento, na cidade de Pinheiro. O cur- A gestão Tocando em Frente tem reali-
maio de 2015, na semana de comemora- so foi fundamental para contribuir com a zado intensas articulações com o intuito
ção da profissão de Serviço Social, foram qualificação dos/as profissionais e, tam- de defender a qualidade da formação. Em
realizados o 36º Encontro de Assistentes bém, descentralizar as ações e promover 2015, aconteceram reuniões com a Coor-
Sociais do Maranhão e, em conjunto com a maior participação de assistentes sociais denação Regional da Associação Brasilei-
o Sindicato de Assistentes Sociais do Esta- que atuam no norte do estado. ra de Ensino e Pesquisa em Serviço Social
do do Maranhão (Sasema), os atos públi- Em julho, o CRESS-MA promoveu a (Abepss) para articular o Fórum Regional
cos nas cidades de São Luís e Imperatriz. mesa de diálogo sobre a maioridade penal, de Supervisão de Estágio.
Os atos aconteceram com o objetivo de com o intuito de dialogar com assistentes Com ações voltadas para a defesa dos
reivindicar piso salarial (projeto de lei nº sociais sobre as propostas que tramitam no direitos humanos, em janeiro de 2016, o
5278/2009), realizar concursos públicos, Legislativo, além de potencializar os deba- Conselho participou da realização da Se-
melhorar as condições de trabalho e po- tes e reflexões sobre o tema. O evento foi, mana da Diversidade Trans. O evento ficou
líticas públicas no Maranhão e provocar a também, uma oportunidade de reafirmar o marcado em São Luís pelo número signi-
criação de uma lei que garanta a inserção posicionamento contrário do Conjunto so- ficativo de participantes interessados/as
de assistentes sociais nas escolas. bre a redução da maioridade penal. em discutir temas como saúde, educação
Foto: André Souza / CRESS-MA Sob o entendi- e mercado de trabalho para a popula-
mento de uma concep- ção LGBT do estado. Durante a semana, o
ção ampliada de Segu- CRESS-MA ressaltou a bandeira de luta do
ridade Social, o CRESS Conjunto CFESS-CRESS, que diz respeito
realizou, no segundo a uma construção de uma sociedade mais
semestre de 2015, o 1º justa e igualitária para todos e todas.
Seminário Maranhen- Em janeiro de 2016, o CRESS-MA par-
se de Serviço Social e ticipou da organização do colóquio que
Seguridade Social, no comemorou os 50 anos do Movimento
qual foram abordados de Reconceituação do Serviço Social na
temas como educa- América Latina. Nele, ocorreu o encontro
ção, saúde, previdên- de gerações diferentes de assistentes so-
cia social e assistência ciais que expuseram a memória da opção
social. O seminário foi da categoria por um Serviço Social aliado
preparatório para o 5º a um projeto societário de defesa da clas-
36º Encontro de Assistentes Sociais do Maranhão, em 2015 Encontro nacional. se trabalhadora.

CRESS-SE

O crescimento do conservadorismo, ameaças marcou o Dia Estadual de Lutas em Defesa da Pro-

CRESS diretas aos direitos dos/as trabalhadores/as, pre-


carização dos serviços públicos e esvaziamento das
políticas sociais são resultado da crise estrutural
fissão de Serviço Social e das Políticas Públicas.
Muito representativo, o ato reuniu profissionais
de todas as regiões do estado e dos mais diversos

Sergipe: do capital, que traz uma série de rebatimentos no


cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras e no
exercício profissional de assistentes sociais.
segmentos de atuação. Também participaram do
ato entidades sindicais e a Central Única dos Tra-
balhadores (CUT). A iniciativa foi do CRESS-SE,

Ousar, Neste cenário, o Conselho Regional de Ser-


viço Social de Sergipe (CRESS-SE) vem fortale-
cendo seu papel de aglutinador dos/as assistentes
com o apoio do Sindicato dos Assistentes Sociais
de Sergipe (Sindasse).

lutar, sociais em torno de pautas que refletem as neces-


sidades cotidianas da categoria sem, contudo, se
desvincular das lutas da classe trabalhadora.
Defesa da profissão No tocante à defesa das condi-
ções éticas e técnicas de trabalho, o CRESS-SE tem
atuado com afinco, ampliando o número de visitas

avançar Na rua para lutar! Em setembro de 2015, cen-


tenas de assistentes sociais tomaram as ruas da
de orientação e fiscalização e expandindo-as para o
interior do estado. O conselho também vem fazen-
do importantes mediações entre a categoria e os ór-
capital sergipana, para marchar contra o esvazia- gãos públicos, no sentido de cobrar melhores con-
mento das políticas sociais, num ato histórico que dições de trabalho, diálogo que tem trazido avanços

16 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região nordeste
cress-CE

CRESS Ceará intensifica fiscalização,


para denunciar cursos de extensão
Foto: Jefferson Passos / CRESS-CE
A Comissão de Orientação e Fiscaliza- A gestão Só a luta
ção do Conselho Regional de Serviço So- faz valer! convoca to-
cial do Ceará (Cofi/CRESS-CE), ao longo das/os as/os assisten-
de 2015, recebeu diversas denúncias sobre tes sociais a socializar
cursos de Serviço Social sem autorização estas informações e
do Ministério da Educação (MEC) sendo a contribuir com o
abertos em diversas cidades do estado. Ao CRESS-CE, para bar-
apurar os fatos inicialmente, percebeu-se rar esta forma de pre-
que, na realidade, se tratava de supostos carização e desvalori-
convênios entre faculdades/universidades zação profissional.
e institutos de formação, centros de for- Neste ano em que
mação, escolas públicas e privadas, com o Serviço Social bra-
o objetivo de ofertar cursos de extensão sileiro comemora 80
universitária em Serviço Social, com pro- anos, é preciso es-
pagandas que induziam os/as participan- tar em alerta, refor-
tes a acreditarem que se tratava de cursos çar a posição contra Ações do CRESS reafirmam o compromisso com o serviço prestado à população
de graduação, uma vez sendo informado a mercantilização da
aos/as participantes que, ao final do curso, formação e o compro- Concurso Público: a luta continua! Na
uma instituição de ensino superior emiti- misso com a qualidade dos serviços pres- atual conjuntura, em que diversas formas
ria o diploma de graduação. tados à população. Sempre defender e re- precarizadas de contratação estão gene-
O Conselho Nacional de Educação, no afirmar o projeto ético-político construído ralizadas, o CRESS-CE tem aprofundado a
parecer nº 356/2009, é pacífico quando re- coletivamente. articulação com entidades e movimentos
solve que não pode haver aproveitamento representativos dos/das trabalhadores/as,
acadêmico de disciplinas em cursos de ní- Ações de interiorização da Cofi Municí- para continuar a luta por concurso público
veis diferentes. pios inseridos no itinerário de visitas da como um dos pontos fundamentais para
Com o material em mãos acerca das Cofi, no ano de 2015: Fortaleza, Maran- melhorar a qualidade do atendimento à
supostas ilicitudes, encaminhou-se a de- guape, Fortim, Aquiraz, Beberibe, Itapajé, população, pois só a luta faz valer!
núncia ao Ministério Público Federal para Caucaia, Crateús, Hidrolândia, Mombaça e
providências com relação ao modo de atu- Chorozinho.
ação das instituições que oferecem esses Os números comprovam ainda o em- Principais atividades 2015/2016
cursos, em vários municípios. penho da comissão: 183 visitas, 173 equi- com a presença do cress-ce
O CFESS vem definindo procedimentos pamentos visitados, 234 profissionais >> Multiplicação do Curso Ética em
Movimento >> Fórum de Estágio
para fornecer suporte aos Regionais nos abordadas/os, além da constatação de seis
Supervisionado (maio e novembro) >>
quais estas situações ocorrem, de forma situações de exercício profissional sem re- 7ª Conferência Estadual de Saúde do Ceará
a fundamentar a resposta da comissão de gistro do CRESS. >> 4ª Conferência Estadual dos Direitos
inscrição aos requerimentos dos registros. do Idoso >> 11ª Conferência Estadual
A respeito das/os profissionais de Ser- Dados da Comissão de Inscrição de Assistência Social >> 2º Seminário
viço Social envolvidas/os com a condução Em 2015, foram realizadas 992 ins- Estadual de Serviço Social na Educação >>
desses cursos, cabe a leitura dos artigos 4º e crições e 214 cancelamentos, 28 reuni- 2ª Conferência Municipal de Habitação >>
8º do Código de Ética do/a Assistente Social, ões de entrega de carteira, em que 1.280 Conferências Livres de Direitos Humanos:
em que as/os mesmas/os estão passíveis de profissionais receberam o documento Saúde Mental e Sistema Penitenciário e
Alternativas Penais
penalidades decorrentes de tais práticas. no Ceará.

significativos para o fazer profissional dos/ (FMTSUAS), espaço plural e permanente de a necessidade de contribuir com a or-
as assistentes sociais em Sergipe. discussão e intervenção política em defesa ganização da classe trabalhadora para
Dois exemplos emblemáticos foram as das políticas sociais no município de Araca- enfrentar o avanço do conservadorismo,
audiências realizadas entre CRESS-SE e o ju. A proposta é que a organização encoraje o CRESS-SE tem acompanhado e apoia-
secretário municipal de Saúde de Aracaju, outros municípios a criarem novos fóruns, do as lutas dos principais sindicatos de
Luciano Paes, em outubro de 2015, e com a bem com estimule a instituição de um fó- Sergipe. Exercendo sua solidariedade de
presidência do Tribunal de Justiça de Sergipe rum estadual com a mesma finalidade. classe, o Regional se posicionou publi-
(TJSE) em novembro de 2015, entre outros. Ainda no sentido de lutar contra o esva- camente e prestou seu apoio a greves
ziamento das políticas, o CRESS-SE está dis- deflagradas por diversas categorias:
Defesa das políticas públicas e do Suas cutindo e operacionalizando a criação do Fó- assistentes sociais, professores/as da
O CRESS-SE, o Sindasse, o Conselho Re- rum Estadual de Políticas Sociais. A proposta rede pública estadual, trabalhadores/as
gional de Psicologia (CRP) e o Sindicato dos é debater as condições das políticas sociais do Instituto Nacional do Seguro Social
Psicólogos de Sergipe (Sindipsi), além de em Sergipe, promover ações de luta em defe- (INSS), servidores/as de diversos mu-
trabalhadores/as de nível médio e de ins- sa do seu fortalecimento e discutir o exercício nicípios sergipanos e do estado de Ser-
tituições prestadoras de serviço que atu- profissional no âmbito destas políticas. gipe, além de técnicos/as administra-
am no Sistema Único de Assistência Social tivos/as em educação da Universidade
(Suas), instituíram, em fevereiro de 2016, o Em defesa de todos os trabalhado- Federal de Sergipe e do Instituto Federal
Fórum Municipal de Trabalhadores do Suas res e trabalhadoras Por compreender de Sergipe.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 17
Região norte
cress-AM

CRESS-AM faz balanço de ações da gestão


A gestão Ajuri da Mudança, do Conselho para sanar dúvidas, principalmente relacio- ciais. A CSS tem contribuído com a gestão
Regional de Serviço Social do Amazonas nadas ao cancelamento. Pois o número de do CRESS-AM, por meio de estudos, de-
(CRESS-AM/RR), tem buscado desenvol- inscrições continua intenso, porém também bates, proposições e ações que promovam
ver suas ações para cumprir a agenda po- tem crescido o número de cancelamentos. reflexões junto à categoria e acadêmicos de
lítica e administrativa proposta no Encon- O trabalho da Comissão de Inadimplên- Serviço Social, sobre as políticas públicas
tro Nacional CFESS-CRESS. cia, em parceria com a Comissão Adminis- de seguridade social e a atuação profissio-
Um dos focos da gestão tem sido tra- trativo-Financeira busca atender à neces- nal. Metodologicamente, tem estruturado
balhar no fortalecimento das comissões, sidade de recuperar a saúde financeira do sua intervenção a partir de três eixos arti-
de forma que estas possam aproximar o CRESS, que teve significativos impactos no culados entre si: 1) formação: aprofunda-
CRESS da categoria, pois, apesar da visibili- contexto da crise nacional. A gestão conti- mento e debate sobre as políticas públicas e
dade e credibilidade observada nos últimos nua priorizando as “ações educativas de es- as estratégias e enfrentamentos do/a assis-
dois anos, ainda percebemos o sentimento clarecimento e convencimento da necessi- tente social neste contexto; 2) participação:
de não pertencimento dos/as profissionais. dade de o profissional se manter adimplente estratégias que têm garantido a construção
A Comissão de Fiscalização (Cofi) tem e em condições legais para o exercício pro- coletiva do trabalho da CSS; 3) articulação:
intensificado as visitas, alcançando os mu- fissional”, para só então instaurar processo garantia de espaços de troca de experiência
nicípios de Manacapuru, Careiro da Várzea, disciplinar e a cobrança judicial. profissional e inserção em espaços de re-
Presidente Figueiredo e Parintins. Com isso, A Comissão Administrativo-Finan- presentação nas políticas públicas.
observa-se um salto significativo no núme- ceira desenvolveu ações de acompanha- A partir desses eixos, o trabalho tem
ro de instituições visitadas. Além disso, a mento e monitoramento das atividades se organizado a partir de: Encontros de
Cofi tem buscado analisar os editais de con- administrativas, relativos à Gestão do Assistentes Sociais: realizados por área de
curso e seleção na área de Serviço Social, de Trabalho, com a criação de Comissão para atuação (saúde, assistência, previdência),
forma a intervir, quando necessário, no que tratar do Plano de Cargos, Carreiras e Sa- possibilitando maior aproximação e diá-
se refere à adequação dos editais, especial- lários (PCCS) dos/as servidores/as e do pa- logo entre os/as profissionais que atuam
mente referente à carga horária. trimônio do CRESS, relativos a limpeza e na mesma área da política pública, poten-
A Comissão de Registro e Inscrição (CRI) conservação de imóveis. cializando a troca de experiência e o de-
tem procurado atender os/as profissionais Já a Comissão de Seguridade Social bate sobre os limites, avanços e desafios
Foto: acervo CRESS-AM (CSS) tem conso- profissionais; Capacitações em Seguridade
lidado proposta Social: constituíram-se em espaços de re-
metodológica que flexão sobre as políticas públicas a partir
articula a imple- de uma dinâmica interação entre teoria
mentação das deli- e prática de profissionais e docentes que
berações do Conjun- atuam na seguridade social. Membros da
to CFESS-CRESS às comissão representam o CRESS AM/RR
demandas e particu- nos espaços de controle social e fóruns de
laridades do Serviço políticas públicas, configurando-se como
Social no Amazonas, inserção política do CRESS nestes espa-
a partir da aproxi- ços, no sentido de fortalecer, dinamizar
mação e construção e potencializar a influência da categoria
de um diálogo com na estruturação, avaliação e condução das
Encontros e capacitações de assistentes sociais da Seguridade Social no Amazonas os/as assistentes so- políticas públicas.

seccional Roraima (cress-am)

A gestão da Seccional Roraima do Con- um futuro breve, visando à emancipação

Seccional
selho Regional de Serviço Social do Ama- para um Conselho Regional.
zonas (CRESS-AM/RR), intitulada Socializar A Seccional Roraima se dedicou inten-
Conhecimento para Romper com o Pragmatismo, siva e cotidianamente à defesa dos precei-

Roraima
teve um ano intenso de atividades voltadas tos do projeto ético-político profissional,
à aproximação com a base, transparência e voltados à construção de uma realidade
gestão democrática, ampla participação em diferente para a entidade e, com muita

busca
ações junto à comunidade local, lutas e posi- ousadia, se planeja para sua emancipação
cionamentos em defesa do projeto ético-po- político-administrativa.
lítico profissional, especialmente para assis- Desta forma, registra-se mais um pe-

aproximação tentes sociais que atuam no estado.


Este segundo ano de gestão foi mar-
cado por investimentos junto à Seccional
ríodo histórico para o Serviço Social em
Roraima, que tem como significado um
convite a todos/as os/as profissionais e à so-

com a de Roraima: estruturais, como forma de


assegurar qualidade na oferta dos servi-
ciedade, para que se empenhem na luta em
defesa dos compromissos com a liberdade, a

categoria no
ços aos/às profissionais; divulgação das emancipação humana e com a democracia.
ações realizadas; participação efetiva em
espaços deliberativos por meio dos mem- Formação profissional Como proposta para

estado
bros de base que compõem os conselhos o mandato de 2014-2017, foi estabelecido
de direitos, criação de comissões e grupos como meta aprofundar as discussões com
de trabalho (GT), fortalecimento da orga- a categoria sobre as novas configurações
nização da categoria e planejamento para do mercado de trabalho para o/a assistente

18 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Região norte
cress-RO

CRESS-RO se reúne com direção do Ifro para


implantação do curso de Serviço Social
Em agosto de 2015, o Conselho Regional Mais cursos em Rondônia Já em setembro que essa reivindicação, antiga, é dos/as 1.500
de Serviço Social de Rondônia (CRESS- de 2015, a diretoria do CRESS-RO reuniu-se assistentes sociais e quase 2.000 discentes
RO) realizou uma reunião com o diretor com a reitora da Universidade Federal de dos cursos de Serviço Social ofertados pelas
geral pro-tempore do Instituto Federal de Rondônia (Unir), Berenice Alho Tourinho, instituições de ensino superior (IES) à
Rondônia (Ifro) - campus Vilhena, professor para análise da proposta de implantação do distância e presenciais no estado.
Renato Delmonico. Na ocasião estiveram curso de Serviço Social na instituição. “Nesse momento, a emergência posta
presentes o vice-presidente do CRESS, A reitora, que tem formação em Ser- pelos/as assistentes sociais e acadêmicos/
Rafael Reis e a conselheira Liduína Girão. viço Social, informou que a solicitação do as de Serviço Social do estado para o cole-
Um dos pontos de pauta foi a implan- CRESS pode sim ser concretizada, desde giado de classe, e que está sendo cobrado do
tação do curso de graduação em Serviço que sejam seguidos os trâmites exigidos. Executivo estadual, é a efetivação da lei das
Social. O conselheiro do CRESS-RO fez uma 30 horas. Entretanto, também temos outras
breve explanação sobre as lutas e conquis- Luta pelas 30 horas Outra luta encampada reinvindicações para serem negociadas: am-
tas da profissão no estado. Rafael também pelo CRESS-RO foi o efetivo cumprimen- pliação de concursos públicos, piso salarial,
apresentou como plano piloto o curso de to da Lei nº 12.317/2010, que estabeleceu entre outros. Mas, uma bandeira de cada
graduação em Serviço Social já existente a jornada de trabalho de 30 horas sema- vez”, afirmou o presidente do CRESS-RO.
e em funcionamento no Instituto Federal nais sem redução salarial para assistente Segundo os representantes do gover-
do Ceará, campus Iguatu. “Com base neste sociais. No dia 23 de abril de 2015, no pa- no, já existia um documento encaminhado
projeto já concretizado, o Conjunto CFES- lácio do governo, integrantes da diretoria pelo deputado Ribamar Araújo, que esta-
S-CRESS articula, com os institutos fede- do CRESS, junto com assistentes sociais da va em tramitação desde 2013, tratando da
rais, a possível abertura de novos cursos de base, tanto do interior quanto da capital, matéria. Esse documento passou pela aná-
graduação em Serviço Social” comenta o se reuniram com representantes do go- lise da assessoria jurídica e demais setores
conselheiro, que também é membro do GT verno e do legislativo estadual para tratar das instituições do estado, para verificar
Trabalho e Formação Profissional. do cumprimento da lei no estado. a possibilidade da aplicação da lei. Segun-
A conselheira Liduína Girão falou sobre a Participaram da reunião os/as assisten- do o grupo, o que falta para a aprovação
importância da graduação pública e gratuita tes sociais que atuam nas políticas públicas ou não da reinvindicação é um “estudo de
para a região de Vilhena. O diretor do Ifro, de saúde e de assistência social e do campo impacto” mais detalhado. Para isso, será
Renato Delmonico, informou que, para a sociojurídico (Tribunal de Justiça e Ministé- necessário ter o número de todos/as os/as
abertura do curso de Serviço Social, é neces- rio Público). Com relação ao corpo governa- profissionais de Serviço Social efetivos/as
sária a realização de um levantamento insti- mental e Legislativo, participaram o asses- lotados/as e atuando nas secretarias e equi-
tucional, principalmente em relação aos/às sor do governador, a secretária de Estado de pamentos sociais do governo do estado.
docentes, e que tal parceria com o CRESS-RO Assistência Social, a Procuradoria-geral do Para agilizar o processo, o CRESS tam-
pode concretizar, em breve, a abertura de estado (PGE) e o deputado Ribamar Araújo. bém se prontificou a apoiar no levantamen-
pós-graduação em Serviço Social. Mais uma vez, o presidente do CRESS- to desses/as profissionais, mas ressaltou
Como encaminhamento da reunião, RO, Carlos Henrique Sousa, pontuou a que a maioria deles/as são contratados/as
definiu-se que a gestão do CRESS-RO re- necessidade de regulamentação da lei das por meio de portarias e/ou cargos em co-
tornará ao campus para elaborar o projeto 30 horas em Rondônia, já que é um direito missão. Por isso, a necessidade da amplia-
do curso de pós-graduação. conquistado pelo Serviço Social. Reafirmou ção de concursos públicos no âmbito estado.

social e fortalecer as estratégias de luta Também uma das propostas da


Outras ações >> Curso Ética em Movimento em
para o reconhecimento profissional nos diretoria, estabeleceu-se como meta Roraima >> Participação nos conselhos de direitos e
espaços sócio-ocupacionais, esclarecen- a promoção da capacitação continu- políticas públicas >> Reuniões com os segmentos de base
do quanto às competências e atribuições ada dos/as conselheiros/as e demais e com organizações profissionais e da sociedade civil
privativas de assistentes sociais. profissionais de base, articulando >> Pesquisa Seminário Nacional Serviço Social, Relações
Nesse sentido, no dia 15 de outu- com as entidades públicas e/ou pri- Fronteiriças e Fluxos Migratórios >> Participação nas
conferências municipais e estadual de políticas públicas
bro de 2015, a Seccional Roraima reali- vadas, para o fortalecimento do pro-
>> Reuniões com o sindicato e profissionais de base, para
zou o workshop com o tema A Ofensiva jeto ético-político do Serviço Social. discussões e encaminhamentos sobre o Plano de Cargos,
Conservadora no Rebatimento do Exercí- Assim, como complemento do Carreiras e Salários do estado de Roraima.
cio Profissional do Assistente Social, tendo workshop, a Seccional Roraima Foto: acervo Seccional Roraima
como palestrante a professora Yolan- realizou um curso de capacitação
da Guerra, da Universidade Federal do para 25 profissionais com a temá-
Rio de Janeiro (UFRJ). O evento contou tica O agir profissional balizado nos
com a participação de 180 profissio- instrumentos técnicos e operativos do
nais e estudantes. Serviço Social, ministrado pela as-
A gestão da Seccional ressalta que o sistente social Janaine Voltolini. O
evento representou uma grande opor- curso possibilitou uma ação voltada
tunidade para discussão da categoria ao processo de formação, debate e
sobre o exercício profissional diante da aprimoramento da questão da ins-
ofensiva neoconservadora, com reba- trumentalidade, configurando as-
timento no cotidiano profissional, bem sim um momento ímpar para a ca-
como nas políticas públicas. tegoria no estado. Workshop com a professora Yolanda Guerra reuniu 180 pessoas

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 19
Região norte
cress-Ap cress-to

CRESS-AP na luta pelo CRESS-TO completa


fortalecimento dos movimentos oito anos de conquistas
em direitos humanos
e desafios
No segundo semestre de 2015, pá, especificamente, convivemos
o CRESS da 24ª Região (Amapá) com algumas dificuldades para o No ano em que se comemoram os 80 anos do Serviço
participou de vários eventos vol- desenvolvimento das atividades Social no Brasil, o Conselho Regional de Serviço Social do
tados para o fortalecimento dos precípuas do CRESS, principal- Tocantins (CRESS-TO) completa oito anos. Toda a trajetó-
movimentos em direitos huma- mente em relação à orientação, ria do Regional iniciou-se em 1995, quando os/as profissio-
nos. Em julho, o Amapá sediou a fiscalização e apuração de de- nais já se mobilizavam para discutir a defesa do exercício
Caravana de Educação em Direi- núncias”. Ele apontou pelo me- profissional e as políticas públicas no estado. Em 1998, foi
tos Humanos, com a participa- nos duas razões: “a primeira se instituído, em Palmas, com diretoria provisória, a Delega-
ção de integrantes do Movimento dá pelo processo de isolamento cia Seccional de GO/TO, ligada ao CRESS-GO. Já em 5 de ja-
Nacional de Direitos Humanos que muitos municípios sofrem no neiro de 2008, o CRESS-TO foi criado e passou a integrar o
(MNDH) e movimentos locais. Na período chuvoso. A segunda está Conjunto CFESS-CRESS.
ocasião, foram realizadas rodadas relacionada ao índice de inadim- Atualmente a gestão Todos Juntos em Movimento para
de conversa e uma plenária com plência dos/as profissionais, que Fortalecer o Coletivo vem atuando em defesa da valorização
as entidades dos diversos seg- representa 47,41%. Isso dificulta profissional. Diante disso, a entidade compreende que é
mentos, para avaliar a conjuntura o desenvolvimento das nossas essencial o fortalecimento da categoria para reivindicar as
política local e as possibilidades ações”, conclui o Presidente. bandeiras de lutas do Serviço Social. Neste percurso, a dire-
de avanço dos movimentos, prin- A anuidade é um tributo com- toria do CRESS tem conquistas e desafios.
cipalmente no enfrentamento pulsório e principal receita do Dentre as conquistas, estão o apoio e participações em
das violações de direitos huma- CRESS e, conforme estabelece o encontros estudantis, oficinas da Abepss Itinerante. Na Se-
nos ocorridas contra a população artigo 13 da Lei nº 8.662/93, "a mana do/a Assistente Social em 2015, pela primeira vez, foi
amapaense. inscrição nos Conselhos Regio- realizada de forma descentralizada nas cidades de Araguaí-
Em novembro foi realizada nais sujeita os assistentes sociais na, Gurupi, Paraíso do Tocantins e Palmas.
uma Formação de defensores em ao pagamento das atribuições Nessa perspectiva de defender as políticas públicas, em
Direitos Humanos, constituída compulsórias (anuidades), taxas e 2015 o CRESS –TO divulgou, com outras entidades, uma nota
de uma oficina e uma audiên- demais emolumentos que forem de repúdio ao fechamento de três Centros de Referência de
cia pública. Os representantes estabelecidas em regulamentação Assistência Social (Cras) em Palmas. Para dialogar com a si-
dos segmentos LGBT, Mulheres, baixada pelo Conselho Federal, tuação dos Cras, o Conselho participou de uma audiência pú-
Negros/as, Trabalhadores/as do em deliberação conjunta com os blica no Ministério Público Estadual (MPE), com a população
Campo, Crianças e Adolescen- CRESS". A Comissão de Inadim- e os/as profissionais. Durante a audiência, os/as participan-
tes, Movimentos de Religiões de plência e a assessoria jurídica fa- tes manifestaram a insatisfação com relação ao fechamento
Matriz Africana, Pessoas Idosas, zem uso de todos os procedimen- dos três Cras e também relataram a distância que os/as usu-
Pessoas com Deficiência, Indíge- tos previstos nos regulamentos, ários/as percorriam para ter acesso ao serviço em outra re-
nas, Pastoral Carcerária, além de que vai do administrativo, ex- gião. Foram três Cras fechados, dos 10 existentes na capital.
outros movimentos, marcaram trajudicial e, por fim, o judicial,
presença na programação. diante da inadimplência de pro- Fóruns de Estágio Supervisão Para discutir parâmetros para
O CRESS esteve em todos os fissionais junto ao Conselho. funcionamento dos Fóruns de Supervisão de Estágio na
eventos, reafirmando o seu com- Com a aprovação do Projeto área de Serviço Social, o CRESS, por meio da Comissão de
promisso ético-político com a Cofi-AP: Fortalecendo o Projeto Formação Profissional, realizou a Reunião Ampliada, um im-
classe trabalhadora e, ao mesmo ético-político” pela Comissão portante espaço de discussão com estudantes, professores/
tempo, colaborando com a orga- Gestora do Fundo Nacional de as e supervisores/as de campo.
nização e mantendo uma estreita Apoio aos CRESS, Seccionais de
relação com os movimentos so- base estadual e CFESS, foi possí- Momento Pedagógico Com o objetivo de fortalecer a ca-
ciais do Amapá. A realização dos vel acessar o recurso do Fundo de tegoria profissional, em um momento de aprimoramento
eventos possibilitou a elaboração Apoio, no valor de R$ 50.389,00. e esclarecimento de dúvidas, além de dialogar com as-
de uma agenda política que resulte O referido projeto tem como sistentes sociais de base, o CRESS-TO realizou o Momen-
no fortalecimento dos movimen- principal objetivo a intensifica- to Pedagógico para a entrega de carteiras de identificação
tos na defesa de uma sociedade ção da política de fiscalização e aos/às profissionais tocantinenses que solicitaram o re-
tolerante e que respeite os direitos orientação do exercício profis- gistro profissional. O Conselho entende que é um espaço
de todos e todas as pessoas. sional no Amapá. Atendendo aos estratégico de orientação e reafirmação dos princípios e
regulamentos internos e à lei de valores do projeto ético-político da profissão. Durante o
Orientação e fiscalização Geo- licitações, com início da execu- encontro, os/as assistentes sociais, além de receberem
graficamente, o estado do Ama- ção no mês de março de 2016. De as cédulas e carteiras, conheceram sobre a história dos
pá está localiza no extremo Nor- acordo com o planejamento, a Conselhos, do Serviço Social, estrutura organizacional,
te do Brasil, dispondo de uma meta é visitar todos os municí- responsabilidade profissional, anuidade, procedimento
área territorial com 142.828,52 pios do estado, intercalado com financeiro, Política Nacional de Fiscalização, Código de
km2, e com população estima- a capital (Macapá), até o final do Ética e projeto ético-político.
da em 766.679 mil habitan- mês de janeiro de 2017.
tes, divididos nos 16 municípios O CRESS-AP conta com o CRESS percorre municípios A fiscalização do exercício pro-
(IBGE/2015). apoio de todos e todas e deseja fissional é função precípua do Conjunto CFESS-CRESS, o
Segundo o presidente do que o dia 15 de maio seja intenso que objetiva o fortalecimento da profissão. Tendo isso em
CRESS-AP, Ronnye Silva, “os es- de reflexões para as projeções fu- foco, só em 2015, o CRESS-TO por meio da Comissão de Fis-
tados da Região Norte possuem turas, e de festa pelas conquistas calização (Cofi), percorreu 24 municípios do extremo Norte
suas particularidades. No Ama- profissionais alcançadas. e Sul do Tocantins e fiscalizou 41 assistentes sociais.

20 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Região norte
cress-PA

CRESS-PA segue na mobilização e


fortalecimento da categoria
O ano de 2016 começou com muita moldes do ajuste fiscal que está sendo im- Comissões temáticas As comissões te-
luta e mobilização para os/as assistentes plementado pelo governo federal, que vem máticas são espaços para o aprofunda-
sociais do Pará. Em Belém, o prefeito Ze- retirando direitos da classe trabalhadora e mento de temas relacionados às polí-
naldo Coutinho (PSDB) enviou um pro- beneficiando empresas privadas. Por isso, ticas públicas e de questões referentes
jeto de lei (PL) para a Câmara Municipal a atual gestão do CRESS-PA, Por uma Ges- ao exercício profissional nos diversos
de Belém (CMB), que previa a extinção tão Democrática e Transparente, faz um cha- campos sócio-ocupacionais de assis-
de diversos cargos de todos os níveis de mado a todos/as, para que permaneçam tentes sociais. No CRESS-PA, as comis-
escolaridade e categorias profissionais da em alerta, a favor da classe trabalhadora, sões ativas são as de Previdência Social,
administração pública, além do “conge- por nenhum direito a menos! Saúde, Educação, Assistência Social,
lamento” do número de vagas de profis- Formação Profissional e Sociojurídi-
sionais de nível superior, a exemplo dos/ Fiscalização ca. Como resultado da organização da
as assistentes sociais, em que ele desti- Como uma das principais metas da Comissão de Formação Profissional,
nou 161 vagas para atender à demanda de gestão, as visitas de fiscalização e orien- foi criado em 2015 o 1º Fórum de Estágio
todo o município. tação seguem a todo vapor no estado. As Supervisionado em Serviço Social no Pará
A conselheira do CRESS-PA Thaís da agentes fiscais, em parceria com as con- e também rodas de conversas de outras
Silva ressalta que esse projeto representa selheiras do CRESS-PA, estão em visitas comissões.
um retrocesso na qualidade do serviço pú- permanentes a hospitais, secretarias, ins-
blico, pois limita a quantidade de recursos tituições de ensino superior, entre outros. Comunicação
humanos, que hoje é uma das principais É fundamental que a categoria esteja
demandas do município. “O PL na prática Seminário de Fronteiras ciente de todas as ações propostas e im-
significa a terceirização dos serviços ofe- O Conselho Regional de Serviço So- plementadas pelo CRESS-PA, que acom-
recidos pela prefeitura, além da limitação cial do Pará vai sediar, entre os dias 6 e panhe os canais de divulgação de ações,
do número de profissionais de nível mé- 8 de julho, o Seminário Nacional Servi- eventos, notícias e compartilhamento
dio e superior. Terceirizar é sinônimo de ço Social, Relações Fronteiriças e Fluxos de assuntos de interesse da categoria.
precarização, visto que impossibilita o/a Migratórios Internacionais. O evento Para uma interação mais direta, curta
servidor/a de constituir uma carreira pú- pretende reunir assistentes sociais, pes- a página do CRESS-PA no Facebook, no
blica”, comenta. quisadores/as, estudantes e afins para endereço facebook.com/servicosocialpa e
A diretoria do CRESS-PA entende que debater questões relativas à população acesse o nosso site pelo endereço www.
esse projeto é mais uma manobra, aos migrante e fronteiriça. cress-pa.org.br.

cress-AC

CRESS-AC segue em busca do fortalecimento da profissão


Em 2013, o estado do Acre passou a ter ciais. As oficinas são realizadas nos atos de de 40 horas para 30 horas e o estabeleci-
um Conselho Regional de Serviço Social entrega das carteiras aos/às novos/as pro- mento, no âmbito estadual, do piso sala-
(CRESS-AC), que deixando de ser jurisdi- fissionais e têm o objetivo de orientá-los. rial para a classe.
cionado pela 23ª Região (Rondônia e Acre) Os encontros também servem como espa- Além do trabalho realizado em prol da
e passando a representar a 26ª região. ço de discussão dos princípios contidos no categoria, o Conselho tem a proposta de
A autonomia foi um passo importan- Código de Ética da categoria. estabelecer o projeto CRESS-AC: Eu Faço
te para o Conselho, que conta agora com o Outra ação que conta com o apoio do Parte Dessa História, para registrar o início
processo de troca de número de registro de CRESS-AC é a Confraternização da Roda, ati- e a trajetória do Serviço Social no estado, a
profissionais e de expedição das suas res- vidade realizada pela Casa Rosa Mulher, partir de relatos das primeiras assistentes
pectivas cédulas de identidade profissio- voltada para a socialização dos/as profis- sociais da região.
nal. A gestão Integração: nosso maior desafio! sionais do Serviço Social e avaliação das Todas essas ações buscam reafirmar o
tem trabalhado para dar maior efetivida- atividades desenvolvidas durante o ano de compromisso do CRESS-AC com a cons-
de e visibilidade à atuação e competência 2015 e início de 2016. O encontro, marca- trução de um cenário social e político cada
dos/as assistentes sociais no Acre, bem do pela alegria e interação dos membros do vez mais favorável ao importante trabalho
como aos serviços de fiscalização das ati- CRESS-AC, dentre várias outras atividades, desenvolvido pelos/as assistentes sociais
vidades desenvolvidas por estes/as peran- alcançou êxito em seu principal objetivo: no estado, consolidando, ainda, a atuação
te a sociedade. promover uma maior - e mais qualificada - da autarquia na fiscalização profissional..
Em outubro e dezembro de 2015 e em interação entre os/as profissionais da área. O trabalho do Conselho também
março de 2016, em Rio Branco e Cruzeiro Não menos importante foi a reunião pode ser conferido no site da instituição
do Sul, ocorreram as três primeiras Ofici- com o assessor da Assembleia Legislati- (www.cress-ac.org.br), um dos projetos
nas de Aprimoramento Profissional do CRES- va do Estado do Acre (ALEAC), para tratar lançados pela atual gestão com o objeti-
S-AC. São encontros que tiveram como de pautas de interesse da classe. Como vo de divulgar eventos, cursos, apoio lo-
principal finalidade dar maior transpa- deliberação do encontro, ficou acertado gístico para a exposição de campanhas,
rência aos enfoques teórico-metodológi- que será encaminhado ao presidente da notícias e outras informações relevantes
co, ético-político e técnico-operativo, que ALEAC o projeto de lei que visa à apro- sobre as ações desenvolvidas pela enti-
marcam a atuação dos/as assistentes so- vação da redução da jornada de trabalho dade e pelos/as profissionais.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 21
Região sudeste
cress-ES

CRESS conclui sistematização de dados


sobre o Serviço Social nas unidades
prisionais do Espírito Santo
A partir da deliberação do das 36 unidades prisionais ca- Quadro 1
Conjunto CFESS-CRESS para pixabas e aplicou um instru-
intensificar a fiscalização nas mento de coleta de dados junto Saúde
Tempo de serviço Penal
unidades prisionais a fim de às/aos assistentes sociais lota- Prisional
mapear a existência de equipe das/os nesses espaços. Menos de 1 ano 17 5
multiprofissional, o Conselho Entre as inúmeras questões
Regional de Serviço Social do identificadas nesse levanta- De 1 a 3 anos 28 11
Espírito Santo (CRESS-ES) mento, vale destacar: De 4 a 6 anos 2 1
realizou, entre 2012 e 2014,
um Projeto de Intervenção, com Quadro 1: Embora a execução Mais de 7 anos 1 0
os objetivos de: a) intensificar penal seja responsabilidade do
Não respondeu 2 0
as ações do CRESS nas unida- Estado, portanto, sua realização
des prisionais do estado, a fim deveria ser feita com servido- Total 50 17
de subsidiar intervenções da res/as públicos/as efetivos/as,
Comissão de Orientação e de constatou-se um grande quan- Quadro 2
Fiscalização do Conselho (Cofi) titativo de assistentes sociais
Saúde
e demais Comissões de Traba- contratadas/os por meio de car- Vínculo empregatício Penal
Prisional
lho do CRESS; b) identificar, gos comissionados ou designa-
no processo de trabalho das/ ção temporária. Isso evidencia Celetista 15 13
os assistentes sociais lotadas/ a necessidade de concurso pú-
Contrato temporário 11 4
os em todas as unidades pri- blico para os/as profisionais que
sionais do estado, as deman- atuam nessa área. Estatutário/a 2 0
das do fazer profissional; c)
Cargo comissionado 19 0
verificar as condições éticas e Quadro 2: Outro dado impor-
técnicas de trabalho das/os as- tante evidenciado pelo levan- Voluntário/a 0 0
sistentes sociais, com base na tamento, que possui relação
Resolução CFESS nº 493/2006; direta com a forma de contra- Não respondeu 3 0
d) verificar o cumprimento da tação, é a alta rotatividade das/ Total 50 17
portaria do Ministério da Saúde os profissionais. Isso compro-
nº 2.048/2009, em especial do mete a continuidade e a quali- Quadro 3
artigo 473, quanto à presença dade dos serviços prestados.
da/o assistente social na equipe Principais necessidades Penal Saúde
mínima de Saúde nos presídios; Quadro 3: Dentre os pontos prisional
e) orientar as/os assistentes destacadas pelos/as assistentes Outras 6% 3%
sociais quanto às normativas sociais entrevistados/as, está a
da profissão, com ênfase nos necessidade de mais profissio- Infraestrutura 26% 16%
aspectos éticos do exercício nais e de recursos materiais.
profissional. O relatório completo do le- Recursos materiais 22% 32%
Após diálogo com a Se- vantamento será apresentado Funcionários administrativos 21% 19%
cretaria de Justiça do Espírito em breve à categoria capixaba,
Santo, a Cofi, em parceria com com o objetivo de buscar estra- Assistentes sociais 26% 29%
a Comissão de Ética e Direitos tégias conjuntas para enfren- Total 100% 100%
Humanos do CRESS, visitou 33 tar as questões identificadas.

CRESS-ES Entre as ações prioritárias para o ano de


2016, definidas pela gestão do CRESS-ES,
uma comissão interna, formada por con-
selheiras/os e funcionárias/os, responsável

implanta plano Não vou me Adaptar, destacam-se duas de


ordem interna.
por acompanhar a execução do concurso,
previsto para acontecer no primeiro semes-

de cargos e Uma é a execução do plano de cargos e


salários para as/os trabalhadoras/es do Con-
tre de 2016.
“Com essas ações, esperamos suprir a

salários e realiza selho. A Comissão de Gestão do Trabalho do


CRESS já está trabalhando nessa ação.
demanda de trabalhadores/as que já exis-
te no Conselho há algum tempo e, con-

concurso público A outra é a realização de concurso pú-


blico para a contratação de três assistentes
sequentemente, melhorar ainda mais o
atendimento à categoria e à sociedade, com
administrativos/as e de um/a agente fiscal a definição das atribuições, deveres e res-
para o Conselho. ponsabilidades de cada cargo”, destacou a
A portaria do CRESS nº 32/2016 criou gestão do CRESS-ES.

22 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região sudeste
cress-RJ

Precarização na formação em Serviço


Social: “decifra-me ou te devoro” Arte: Carlos D / CRESS-RJ
O cenário atual desfavorável para os
trabalhadores e trabalhadoras, que atin-
ge diversas instituições brasileiras, não é
um fenômeno recente. A precarização no
ensino superior é apenas uma das frentes
desse mosaico.
Para o presidente do Conselho Regional
de Serviço Social do Rio de Janeiro (CRES-
S-RJ), Rodrigo Lima, dois fatores principais
ajudam a entender esse processo: o caráter
meritocrático do vestibular das universida-
des públicas e a redução de investimentos
públicos no setor. Apesar do crescimento de
oferta de vagas nos últimos anos, os progra-
mas de acesso à educação superior não aca-
baram com o fosso classista.
“Existiam explicitamente duas pro-
postas de educação: uma para os segmen-
tos da elite e outra para os trabalhadores
e trabalhadoras. Em seguida, houve um
processo de 'proletarização' do ensino su-
perior, em que o Serviço Social, por exem-
plo, passou a incorporar largamente estu-
dantes dessa fração de classe”, analisa.
As universidades públicas sofrem com
a questão da redução progressiva do orça-
mento dos governos federal e estaduais.
Ainda de acordo com Rodrigo, isso impacta
na formação.
“Quando o governo investe na edu-
cação superior privada, ele não democra-
tiza o acesso ao ensino superior. Apenas
massifica-se o acesso. Ou seja, amplia
numericamente, mas cria uma lógica de no superior que utilizam a modalidade à encontra, no ensino à distância, uma óti-
regressividade na infraestrutura, como distância (EaD). ma fonte de lucro”, analisa.
uma menor oferta de quantidade de bol- “O problema do EaD não é o ensino em
sas. Essas dificuldades terminam reba- si. É a proposta de graduação em que estu- Precisamos falar sobre o exame A
tendo nas universidades, que pressionam dantes não experimentam a vida universi- escassez de investimento público na
o Conjunto CFESS-CRESS para flexibilizar tária. Não têm inserção em programas de educação e o crescimento de cursos de
as suas normativas, com a intenção de nos pesquisa e de extensão, não participam de Serviço Social em instituições privadas
adequarmos aos moldes clientelistas na grupos de debate e não têm a experiência põem grandes desafios ao Conjunto
educação”, destaca. política em centros acadêmicos. Não so- CFESS-CRESS. Dados da Abepss apontam
Na mesma linha, a assistente social, mos contra estudantes nem contra tuto- que a graduação à distância representa
professora da Escola de Serviço Social da res/as, mas somos contra essa modalida- atualmente quase 80% das 75 mil
Universidade Federal Fluminense (UFF) e de. Em algumas unidades particulares que matrículas em Serviço Social. A cada nova
presidente recém-eleita do Sindicato Na- oferecem o curso presencial, ainda vemos turma formada, chega ao mercado um
cional de Docentes das Instituições de En- um esforço em oferecer ao/à discente um número maior de profissionais, que levam
sino Superior (Andes-SN), Eblin Farage, ambiente de pesquisa e prática de estágio sérias defasagens do processo de formação
defende a ideia. de qualidade. Porém, precisamos de muito para o exercício profissional.
“A partir do momento em que a educa- mais”, afirma Rodrigo. “O exame de proficiência é muito po-
ção deixa de ser compreendida como obri- Já Eblin aponta que o EaD é uma for- lêmico, mas precisamos voltar a ter essa
gação do Estado, e quando se identifica que ma de diferenciar categorias profissionais, conversa. Não se trata de culpabilizar o
a educação pode ser mais uma mercadoria explicitando carreiras de primeiro e de se- indivíduo ou 'jogar água no moinho' dos
na lógica do capital, inicia-se um processo gundo escalão. cursinhos preparatórios. Esses são argu-
de desinvestimento na educação pública su- “Acredito que, na maior parte dos ca- mentos limitados diante do tamanho do
perior, que, pouco a pouco, vai precarizando sos, o EaD é mais uma forma de iludir os/ problema. A maciça entrada no merca-
as instituições. A desresponsabilização do as trabalhadores/as, passando uma falsa do de trabalho de assistentes sociais não
Estado, aliada à expansão desordenada e aos impressão de que esse tipo de ensino irá devidamente qualificados/as irá trazer
constantes cortes de recursos, intensifica o capacitá-los/as de fato. Se a educação de graves reflexos na qualidade dos serviços
sucateamento da educação pública”, debate. qualidade deixa de ser atribuição exclusi- prestados por assistentes sociais à popu-
va do Estado, abre-se a possibilidade de lação. O que estará em jogo poderá ser a
Ensino à distância Nesse cenário, se ins- tornar a educação mais uma mercadoria manutenção da hegemonia de nosso pro-
creve a proliferação das unidades de ensi- a serviço do capital. A venda da educação jeto ético-político”, reflete Rodrigo.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 23
Região sudeste
cress-sp

Notas Técnicas são a nova estratégia de


orientação e debate ético-político do CRESS-SP
Recentes intervenções do judiciário Durante o primeiro semestre de 2016, Instrumentalidade do Serviço Social
federal no Conjunto CFESS-CRESS abri- o CRESS-SP irá combinar ações políticas e O estudo sobre Instrumentalida-
ram um novo capítulo acerca da auto- de comunicação para difundir e debater as de do Serviço Social foi subsidiado no
nomia para normatizar a profissão em seguintes notas técnicas: Seminário Estadual Instrumentalidade
assuntos enfrentados pelo Serviço Social do Serviço Social e por estudo da Cofi,
brasileiro. Uso de metodologias de inquirição de após deliberação do 1º Encontro Esta-
As suspensões judiciais das Resolu- crianças e adolescentes (“escuta especial” dual da Cofi, em 2015. As discussões
ções CFESS nº 554/2009 e nº 559/2009 ou “depoimento sem dano”) no Sistema foram propostas referentes às requi-
exemplificam esta conjuntura: embora de Garantias de Direitos do Estado de São sições do Sistema de Justiça ao Poder
as decisões ainda não sejam sobre o mé- Paulo Executivo no 43º Encontro Nacional;
rito, seus efeitos no âmbito de fiscaliza- Elaborada com o apoio de assistentes a partir de demandas registradas na
ção e de responsabilização ética preju- sociais do Núcleo do Campo Sociojurídi- fiscalização do CRESS-SP, bem como
dicam o histórico de lutas e avanços na co, visa a atualizar a categoria teórica e ações políticas da Cofi relacionadas
compreensão da atuação do/a assistente politicamente acerca da temática e re- aos documentos (prontuários, relató-
social no campo sociojurídico, além de comendar medidas que visem a garantir rios, etc) elaborados por assistentes
seus desdobramentos em outros espaços a autonomia profissional na opção pela sociais.
sócio-ocupacionais. negação da utilização de tais metodolo-
Estas e outras questões suscitaram gias. O documento recupera, de forma Posicionamento preliminar sobre as in-
reflexões da direção estadual e de sec- sintética: o histórico de abordagem pelo terfaces do exercício profissional com
cionais do Conselho Regional de Serviço Conjunto CFESS-CRESS e os recentes a função de Mediador e Conciliador de
Social de São Paulo (CRESS-SP) sobre desdobramentos jurídicos da questão. Conflitos no estado de São Paulo, em
novas estratégias e possibilidades para face das leis federais nº 13105/2015 e
fortalecer a presença do Conselho no Opinião técnica com finalidade de subsi- 13140/2015; e lei estadual nº 15804/2015
cotidiano da categoria, ainda que sem os diar decisão do Setor de Segurança e Disci- Visa a oferecer subsídios iniciais à
efeitos normativos e compulsórios que plina das Unidades Prisionais, para incluir categoria, cumprindo parcialmente a
uma resolução do Conselho Federal per- os/as visitantes no rol de visitas de homens deliberação nº 9 do Eixo Orientação e
mitiriam. e mulheres presos/as (conhecido como Fiscalização Profissional aprovado no
A estratégia de construir e difundir “convalidação de vínculos”) último Encontro Nacional, apresen-
Notas Técnicas são, portanto, a iniciati- Também elaborada a partir do Núcleo tando breve contextualização teórico-
va encampada pela gestão Ampliações: das do Campo Sociojurídico, visa a atualizar a metodológica da relação entre Serviço
lutas coletivas à emancipação, para dar novo categoria acerca da temática e recomen- Social e Mediação de Conflitos, bem
fôlego aos enfrentamentos do conserva- dar medidas que busquem garantir a au- como o entendimento preliminar acerca
dorismo político. tonomia profissional na opção pela nega- de possíveis rebatimentos legais e nor-
As notas técnicas são documentos ção de execução da referida intervenção mativos ao exercício profissional, que
oficiais do Conselho Regional que combi- profissional. O documento ainda recupe- surgem a partir dos dispositivos legais
nam fundamentação teórico-metodoló- ra o histórico de abordagem do Conjunto acima citados.
gica com recomendações ético-políticas CFESS-CRESS no âmbito do Sistema Pe- Conheça as notas técnicas no site do
à categoria. nal/Prisional. CRESS-SP: www.cress-sp.org.br

cress-MG

Dos 853 municípios de Minas Gerais, O levantamento dos dados foi feito por
CRESS-MG realiza 672 já cumprem a Lei das 30 Horas para
o trabalho de assistentes sociais (Lei Fe-
meio de quatro diferentes estratégias, que
incluíram os relatórios de visitas do Setor
levantamento deral nº 12.317/2010). O número repre-
senta 79% das cidades que compõem o
de Fiscalização e Orientação Profissional
(Sofi), pesquisa nos sites das prefeituras,
inédito para estado e foi divulgado no mês de feve-
reiro, em um levantamento inédito rea-
além de informações reunidas no Observatório
Mineiro das 30 horas, projeto do CRESS-MG.

mapear os lizado pelo Conselho Regional de Servi-


ço Social de Minas Gerais (CRESS-MG).
Além disso, foram feitos contatos diretos
com os departamentos de recursos humanos

municípios do “O diagnóstico confirma os esforços


direcionados para esta questão, tão
das prefeituras e outros equipamentos pú-
blicos, com consulta direta aos/às pro-
importante para a categoria”, afirma o fissionais, e informações enviadas pelos
estado que já se presidente do CRESS, Leonardo David
Rosa. Ele explica que o levantamento é
Núcleos de Assistentes Sociais (NAS). “A
intenção é que essas informações sejam
adequaram à lei fruto de um extenso trabalho, iniciado
em julho de 2015 e coordenado pela As-
validadas continuamente, por meio de
um exercício coletivo”, conta Leonardo
das 30 horas sessoria de Apoio às Comissões. “Con-
tamos com a dedicação e o empenho de
David Rosa.

diversos sujeitos junto aos/às trabalha- Fiscalização Na prática, o cumprimento


dores/as do Conselho, para chegar aos da Lei das 30 Horas é uma medida benéfi-
resultados apresentados”, diz. ca, na medida em que os/as profissionais

24 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região sudeste / Sul
cress-PR

CRESS-PR aposta na descentralização para


democratizar a gestão e aproximar a categoria
Foto: acervo CRESS-PR
Um dos grandes desafios para os Con- vado, para diver-
selhos Regionais de Serviço Social (CRESS) sas localidades do
é ampliar a participação da categoria, Paraná, a oficina
tornando a gestão mais democrática. En- sobre as condições
tendendo isto, o CRESS-PR tem busca- éticas e técnicas –
do aperfeiçoar suas estruturas de base a Resolução CFESS
partir da proposta de descentralização do nº 493/2006, ar-
Conselho em todas as suas instâncias. ticulada ao sigilo
Nessa perspectiva, na atual gestão, profissional.
vêm sendo realizadas reuniões semestrais A primeira ati-
denominadas de Conselhos Plenos de Plane- vidade aconteceu
jamento Participativo, das quais participam no dia 21 de agosto
representantes das instâncias (gestão, sec- de 2015, realizada
cional, Nucress, comissões permanentes pela Seccional de 6º Congresso Paranaense de Assistentes Sociais, realizado em 2015
e câmaras temáticas), em que são discuti- Londrina, com o
das e aprofundadas pautas comuns regio- intuito de discutir o sigilo profissional na A Cofi vem trabalhando e avançando
nais. Também é debatida a agenda política construção dos materiais técnicos. O even- numa perspectiva inovadora e criativa de
nacional dos compromissos do Conjunto to contou com a presença da professora da traçar planos de trabalho que aproximem e
CFESS-CRESS e são indicadas/construídas Universidade do Estado do Rio de Janeiro façam a categoria profissional se sentir per-
propostas para o enfrentamento dos desa- (Uerj) Valéria Forti, que ministrou a con- tencente e compreender o real significado
fios postos à profissão. ferência Ética e Serviço Social: reflexões sobre do Conjunto CFESS-CRESS.
Este processo está balizado pelo projeto o exercício profissional. As oficinas aconte-
ético-político e vem sendo implementado, ceram ainda em Ivaiporã, Irati, Paranavaí e Ampliação dos Nucress Atualmente, o
discutido e avaliado na perspectiva democrá- Apucarana. CRESS-PR conta com 13 Núcleos Regionais,
tica. Para torná-lo efetivo, o CRESS-PR dis- Houve uma repercussão positiva na e a novidade para 2016 é a proposta de im-
põe da seccional de Londrina e dos Núcleos categoria, por se tratar de temas pertinen- plantação de mais sete. Esta é uma ação
Regionais do Conselho (Nucress). A seccional tes à prática cotidiana vivenciada na políti- fundamental para o processo de descentra-
é uma instância de descentralização político ca de assistência social desses municípios. lização, pois permitirá que o Conselho esteja
-administrativa, regimental e estatutária, As oficinas temáticas têm caráter po- mais próximo das/os assistentes sociais que
que mantém uma relação com a sede numa lítico-pedagógico e seu objetivo é alcançar tinham dificuldades em participar de ativi-
perspectiva horizontal. Os Nucress, por sua um número expressivo de assistentes so- dades promovidas pelos Núcleos já existen-
vez, são organizações de base constituídas ciais da região, trazendo à tona momentos tes e/ou nas sedes da Seccional e de Curitiba,
por profissionais eleitos/as pela categoria de reflexão e questionamentos aos/às pro- em razão da distância entre as localidades.
local e que têm a tarefa de contribuir com o fissionais da direção. Outro ponto impor- A ampliação também favorecerá uma
encaminhamento político-organizativo das tante refere-se aos encaminhamentos do via de mão dupla, de forma que a categoria
atividades do CRESS no seu território. fazer profissional, enquanto profissão que possa vir a expressar suas necessidades,
constrói e conquista com legitimidade seu por meio das articulações e participações
Oficinas discutem Sigilo Profissional lugar dentro dos espaços institucionais e nas atividades e reuniões de Conselho Ple-
Para promover maior proximidade da ca- na sociedade, buscando a primazia da de- no de Planejamento Participativo já exis-
tegoria com o tema, o CRESS-PR tem le- fesa e efetivação dos direitos sociais. tentes, por meio dos respectivos Nucress.

têm tempo e disposição para otimizar notificação ao órgão responsável. “Te- 30 dias pelas 30 horas. Trata-se de uma
diversos aspectos do trabalho, como a mos recebido muitos retornos positivos, ampla mobilização estadual em defe-
execução e atualização de um bom plano de casos em que o documento enviado sa do exercício profissional de qualida-
de intervenção, e se manter atualizado pelo CRESS-MG foi encaminhado para a de, como estratégia frente à resistência
por meio de qualificação permanente. Câmara Municipal e a jornada foi altera- de alguns municípios e instituições no
“Nesse sentido, não temos dúvida de da, por exemplo”, conta a agente fiscal cumprimento da legislação. Para cada
como a lei mudou a vida do/a profissio- Fernanda Calhau. dia do mês, uma ação diferente foi es-
nal que teve sua jornada alterada para Por outro lado, há um sentimento de colhida para dar ainda mais destaque à
30 horas semanais. E o que esperamos frustração entre os/as assistentes sociais questão. “O conjunto dessas ações tem o
é que os poucos municípios que ain- que trabalham nos municípios que ain- objetivo não só de mobilizar os/as pro-
da não se adequaram o façam o quanto da mantêm as 40 horas de trabalho se- fissionais, mas também de ressaltar a
antes, para que tenhamos efetivamente manais. “É uma lei federal que não está importância do trabalho com direitos”,
o cumprimento da lei e a melhoria das sendo cumprida. E, em geral, a situação analisa Leonardo David Rosa.
condições de trabalho do/a profissio- predomina entre as cidades de grande
nal”, afirma a coordenadora técnica do porte”, alerta Denise Cunha.
CRESS-MG, Denise Cunha. O CRESS-MG lançou em fevereiro o
Para garantir o crescimento do nú- 30 dias pelas 30 horas Com o objetivo Movimento Mineiro pelas 30 horas,
mero de municípios adequados à lei, o de intensificar a luta pela implantação site que divulga dados e ações
Conselho segue realizando o trabalho da lei em todos os municípios de Minas referentes a esta luta. Acompanhe o
de fiscalização. Se for verificada a carga Gerais, o CRESS-MG realiza, no mês de trabalho em cress-mg.org.br.
horária superior às 30 horas, é feita uma maio, a segunda edição da campanha

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 25
Região SUL
cress-RS cress-sc

CRESS-RS destaca Cress-Sc prioriza a


exercício profissional interiorização das ações
e formação As ações do Conselho Regio- dois cursos Ética em Movimento,
nal de Serviço Social de Santa sendo um direcionado aos/às con-
No ano de comemoração dos 80 anos da profissão Catarina (CRESS-SC) no ano de selheiros/as e membros das comis-
no Brasil, dos 20 anos das diretrizes curriculares da 2015 foram voltadas ao processo sões de instrução, e outro com pro-
Abepss e dos 10 anos de realização do Encontro Gaúcho de interiorização, com a criação de fissionais da região de Joinville. A
de Assistentes Sociais, o CRESS-RS, em articulação com oito Nucress, nas regiões: Oeste, Cofi prestou 1.396 atendimentos nas
as entidades representativas da categoria – Abepss, Vale do Rio do Peixe, Sul, Grande regiões oeste, sul, norte, vale do Ita-
Enesso e o Fórum Estadual de Supervisão de Estágio em Florianópolis, Vale do Itajaí, Norte jaí, grande Florianópolis e serrana,
Serviço Social (FESSS) – lançam uma pesquisa sobre a e Vale do Itapocu, Planalto Norte tendo como principais demandas:
formação profissional no Rio Grande do Sul. e Alto Vale do Itajaí. Nestes locais, condições de trabalho - jornada de
Desde o início da atual gestão do CRESS-RS (2014- foram realizados debates, que en- trabalho, autonomia, concursos pú-
2017), intitulada O CRESS somos tod@s nós, a autarquia fatizaram as competências e atri- blicos/processos seletivos, espaço
vem dedicando esforços para a constante aproximação buições dos/as assistentes sociais físico e sigilo profissional.
das entidades representativas da categoria e estabeleci- na defesa das políticas públicas. Em 2015, o CRESS participou de
mento de parcerias efetivas na concretização das pautas O CRESS-SC também realizou audiências nas comissões internas
expressas nas deliberações do Conjunto CFESS-CRESS, Rodas de Conversa, com o objeti- da Assembleia Legislativa do Esta-
no Plano de Lutas em Defesa do Trabalho e da Formação e vo de promover reflexões críticas do de Santa Catarina (Alesc), para
contra a Precarização do Ensino Superior. Nesse sentido, e contribuir com a ação profissio- defender o projeto de lei que regu-
o Conselho tem estabelecido uma agenda comum de nal. Três delas ocorreram de forma lamenta as 30 horas semanais aos/
eventos e atividades de caráter contínuo, construídos e descentralizada, uma na cidade de às servidores/as públicos/as esta-
viabilizados de forma coletiva. Chapecó, sobre os Desastres Natu- duais, assim como esteve presente
Em 2016, num cenário de intensas comemorações, rais e a Atuação do/a Assistente Social; em vários municípios do estado,
é preciso estar atento/a à conjuntura social posta, que outra em Canoinhas, sobre O/A pleiteando, junto com os/as profis-
convoca a categoria e as entidades a enfrentar signifi- Assistente Social suas competências sionais, o cumprimento do Artigo
cativos desafios, para reafirmar, nesta comemoração, e atribuições em defesa das políticas 5º-A da Lei nº 8.662/93. Neste ano,
a defesa intransigente dos direitos humanos, no hori- públicas; e também em Blumenau, o Regional também apresentou
zonte de uma nova sociabilidade. com o tema da Ética Profissional e o proposta de projeto de lei para ser
Ainda em fins de 2015, o FESSS apresentou uma pro- CRESS nesse contexto. Outras três fo- votada na Alesc, dispondo sobre a
posta de pesquisa interinstitucional, na reunião da Co- ram realizadas na sede do CRESS, inserção de assistentes sociais na
missão de Formação, que deliberou pela sua execução. uma com o tema da Norma técni- rede de ensino público estadual.
A proposta pretende compreender como se dá o pro- ca do Ministério da saúde sobre o Outra atividade foi a participação
cesso de implementação da Política Nacional de Estágio aborto lega", outra sobre o Serviço ativa no Fórum Estadual de Traba-
(PNE) no estado, por meio de uma pesquisa documental Social na Previdência Social e, por lhadores e Trabalhadoras do Siste-
e também de campo, mapeando as escolas presenciais fim, os Diálogos sobre o exercício pro- ma Único de Assistência Social em
e não presenciais, os campos de estágio obrigatórios e fissional com a população em situação Santa Catarina (FETSUAS-SC).
não obrigatórios, e como estão constituídos os Fóruns de rua. Em 2016, o CRESS já agendou
de Supervisão Local e/ou Regionais. A gestão do CRESS-SC, Cole- encontros com os Nucress (Núcle-
Além das entidades representativas da categoria, tivizar para seguir na luta, par- os no interior do estado) no mês de
o grupo pesquisador contará com representações das ticipou ativamente dos eventos, maio e, nos dias 6, 7 e 8 de julho,
unidades de formação acadêmica (UFA) por regiões do encontros regionais e nacionais, ocorrerá o 2º Congresso Catarinen-
estado: PUC-RS, para a região Metropolitana; Unipam- que discutiram temas pertinentes se de Assistentes Sociais (CCAS).
pa, para a região da fronteira, UPF, para a região Norte; à categoria, propiciando debates e Após a experiência exitosa
UCPEL, para a região Sul; UCS, para a região da Serra e reflexões que defendem o projeto do 1º CCAS e, como tal atividade
UFSM, para a região Centro). Essa pesquisa prevê inter- profissional e fortalecem a ação expressa o rol de demandas pos-
face também com a Comissão de Orientação e Fiscaliza- política do Conselho. Dentre es- tas pela categoria profissional,
ção Profissional (Cofi). tas atividades, destacam-se: 44º o CRESS organiza sua segunda
Em paralelo à pesquisa, a Comissão de Formação Pro- Encontro Nacional do Conjunto edição. O objetivo do congresso é
fissional do CRESS-RS fará um resgate e uma atualização CFESS-CRESS; 5º Seminário Na- promover o debate coletivo sobre
do estudo sobre a realidade das UFAs no estado, cuja pri- cional Serviço Social e Seguridade o exercício profissional do Serviço
meira edição foi executada durante a gestão do CRESS-RS Social; Seminário Serviço Social e Social, em interface com o proces-
2011-2014, considerando a importância destes dados atu- Diversidade Trans; Encontro Re- so de formação, mobilizando a ca-
alizados, que irão dialogar e complementar a pesquisa. gional Serviço Social, Relações tegoria ao posicionamento crítico
Desse modo, a Comissão de Formação do CRES- Fronteiriças e Fluxos Migratórios no âmbito da intervenção nas ex-
S-RS, em conjunto com as entidades representativas da Região Sul; Oficinas Regional e pressões da questão social.
da categoria no RS e com o Fórum Estadual de Super- Nacional da Abepss. O 2º CCAS vai ocorrer em Flo-
visão de Estágio em Serviço Social, inaugura o ano de O CRESS-SC, mantendo suas rianópolis, no Centro de Eventos
2016 efetivando processos investigativos importantes, ações precípuas, inscreveu 250 as- da UFSC, tendo como tema Serviço
entendendo a relevância desta pesquisa, pela certeza sistentes sociais em 2015 e atual- Social 80 Anos no Brasil: competên-
de que o exercício profissional, compromissado com os mente estão ativos/as 5.017 profis- cias e atribuições profissionais frente
princípios fundamentais da profissão, contidos no Có- sionais. Na Comissão Permanente às demandas em tempos de crise
digo de Ética Profissional e expressos no projeto ético de Ética, tramitam 16 processos éti- e barbárie do capital. Venha par-
-político do Serviço Social, só se efetiva mediante uma cos e foram julgados seis processos. ticipar! Mais informações no site:
formação de qualidade. O CRESS-SC também desenvolveu www.ccas2016.com.br

26 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Agenda e publicações

acesse! agende-se
Política de Comunicação CFESS- Aqui você encontra os próximos eventos do Conjunto
CFESS-CRESS e de entidades parceiras. Com uma
CRESS 3ª edição série de assuntos, você pode se programar para
garantir sua participação nos debates de temas
No 44º Encontro Nacional, em
referentes ao exercício profissional de assistentes
2015, o Conjunto CFESS-CRESS
sociais. Programe-se, participe, faça parte dos
aprovou a 3ª edição do documento.
A nova Política de Comunicação eventos gratuitos realizados pelo seu Conselho
inclui debates recentes que o Profissional. No site do CFESS, é possível ver também
PolíTiCa de Conjunto tem feito, como a defesa mais informações e o Calendário de Atividades, que
CoMUNiCação da democratização comunicação traz a agenda anual da entidade, com os eventos,
Cfess-Cress no país (saiba mais), o uso de uma reuniões e outras programações.
3º edição linguagem não discriminatória
nas produções dos CRESS e CFESS, 16 a 18 de junho
brasília (df) - 2016 a questão da acessibilidade das Encontro Nacional de Educação (Brasília/DF)
produções e, inclusive, indicações O evento tem o objetivo de discutir ações de luta em
para o cumprimento da Lei de Acesso resposta ao processo de aprofundamento da precarização e
à Informação (Lei nº 12.527/2011). mercantilização da educação pública no Brasil, construído
como uma alternativa à Conferência Nacional de Educação.

27 a 30 de junho
Conferência Mundial de Serviço Social da Federação

2º Seminário Nacional de Serviço Internacional de Assistentes Sociais – Fits


(Seul/Coréia do Sul)
Social na Previdência: 70 anos Com o tema “Promover a dignidade e o valor das pessoas”,
a conferência reunirá assistentes sociais de todo o mundo,
A publicação traz as reflexões do inclusive do Brasil. O CFESS estará presente e conclama a
2º Seminário nacional de referido seminário, realizado em 2014 categoria a participar, fortalecendo a presença do Serviço
Serviço Social na Previdência Social
pelo CFESS pela Fenasps, quando o Social brasileiro nos debates internacionais.
Serviço Social brasileiro completou
aNos 70 anos de inserção e de luta na 6 a 8 de julho
Previdência Social. O livro também Seminário Nacional Serviço Social, Relações Fronteiriças e
aborda a relação entre as requisições e Fluxos Migratórios Internacionais (Belém/PA)
www.cFess.org.br

serViÇo social Na PreViDÊNcia respostas profissionais de assistentes


sociais, sobretudo no INSS, principal 4 e 5 de setembro
órgão que institucionaliza as Encontro de Residência Multiprofissional em Saúde
brasília (DF) | 2015 demandas da população usuária. (Olinda/PE)

5 a 9 de setembro
15º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais – CBAS
(Olinda/PE)

12 e 13 de outubro
Sou assistente social e aqui estão Seminário Nacional de Serviço Social e Sigilo Profissional
(Cuiabá/MT)
minhas bandeiras de luta!
13 a 16 de outubro
45º Encontro Nacional CFESS-CRESS (Cuiabá/MT)
O documento, aprovado no 44°
É no Encontro Nacional que o Serviço Social brasileiro define
Encontro Nacional CFESS-CRESS
as estratégias e ações que estarão na pauta dos Conselhos
(2015), condensa a pauta política
durante o ano seguinte. Nesse sentido, o evento constitui
construída coletivamente ao longo
o principal espaço deliberativo da categoria de assistentes
dos últimos anos pelo Conjunto. A
sociais no Brasil. Além de membros dos CRESS e do CFESS,
publicação Bandeiras de Luta está
Conheça a pauta política do o evento tem a participação de assistentes sociais da base,
Serviço Social brasileiro estruturada em três eixos: defesa
construída coletivamente que tenham sido eleitos/as nas assembleias realizadas pelos
ao longo dos últimos anos da profissão, da seguridade social e
pelo Conjunto CFESS-CRESS Regionais.
dos direitos humanos. Com vistas
a superar a fragmentação setorial
5 a 8 de dezembro
engendrada à revelia do princípio
Encontro Nacional de Pesquisadoras/es em Serviço Social
constitucional da seguridade social, a
– Enpess (Ribeirão Preto/SP)
sua tematização se faz, considerando
O evento pretende reunir, assistentes sociais, pesquisadores/
a unidade entre os aspectos da
as, docentes, estudantes, para discutir os 20 anos de
concepção, gestão, controle social e
diretrizes curriculares, 70 anos de Abepss e 80 anos
financiamento.
de Serviço Social no Brasil, com base nos desafios da
formação e do trabalho profissional frente ao processo de
mercantilização do ensino superior brasileiro.

Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 27
seguridade social

Previdência social sob ataque explícito


No furacão da crise política e econômica, classe trabalhadora será atingida por golpe certeiro

Arte: Rafael Werkema/CFESS


A
turbulência econômica e, princi- aceitação do desmonte desses direitos”, realizou o 5º Encontro Nacional de Serviço
palmente, política que o Brasil tem opina Marinete, que utiliza casos recentes Social e Seguridade Social. Em ambos os
vivido nos últimos meses tem ge- para ilustrar sua afirmação. eventos, ficaram nítidos os rebatimentos
rado inúmeras incertezas e inseguranças “A questão do envelhecimento é trata- da crise do capital no espaço de trabalho de
ao país. Ainda que a crise econômica seja da de forma simplista e rasteira, na maio- assistentes sociais no INSS.
mundial, em qualquer cenário futuro, la- ria das vezes sem a complexidade que a te- “O atual modelo de gestão do traba-
mentavelmente, a classe trabalhadora so- mática exige. O projeto de lei (PL 257/2016) lho do INSS é marcado pelo autoritaris-
frerá um golpe certeiro em seus direitos. enviado pelo governo ao legislativo é um mo e cumprimento de metas que, se não
Esta é a avaliação das assistentes sociais ataque ao serviço público, com proposta de atingidas, impactam na carga horária e no
Ivanete Boschetti, que é professora da vedar a criação de cargos e empregos, sus- salário de profissionais, inclusive dimi-
Universidade de Brasília (UnB), e Marinete pender contratação de pessoal, permitir nuição do valor das gratificações. Metas
Moreira, que trabalha no Instituto Nacio- zerar os aumentos de salário e criar pro- marcadas por atingir eficiência que não se
nal do Seguro Social (INSS/Macaé). gramas de desligamento voluntário (PDV), traduzem necessariamente em maior re-
Quando se fala em Seguridade Social dentre outras questões”, exemplifica a as- conhecimento de direitos de trabalhado-
então, especialmente em Previdência So- sistente social do INSS. res e trabalhadoras e seus dependentes”,
cial, o ataque é escancarado, e a velha fór- O que dizer então do programa “Uma relata Marinete. Segundo ela, este cenário
mula neoliberal de socorro às instituições ponte para o Futuro”, do PMDB? Um aten- é agravado com um quadro deficitário de
financeiras e ao empresariado é aplicada tado aos direitos sociais da população bra- servidores e servidoras, intensificando si-
sem qualquer pudor: uso do fundo público sileira. “A proposta de adoção de idade mí- tuações de adoecimento e assédio moral.
(ou seja, dinheiro que deveria ser investi- nima para as aposentadorias por tempo de
do em políticas públicas é desviado para contribuição de 60 anos para mulheres e Mobilização é fundamental
outros fins), desonerações e renúncias 65 para homens, a desindexação (que con- Só há uma saída para enfrentar es-
tributárias para empregadores (gerando sidero absurda) do salário mínimo como tes ataques: ir para as ruas. “Vamos às
menos arrecadação para o Estado), trans- piso para os benefícios previdenciários; o ruas dizer que não pagaremos a conta da
ferência da proteção social do âmbito do aumento da Desvinculação da Receita da crise; que já não temos mais nada a en-
Estado para o mercado (em outras pala- União (DRU) que permitirá, caso aprovado, tregar, a não ser a própria vida; dizer que
vras, privatização), ajuste fiscal, entre que um percentual maior do orçamento da o Brasil deve parar de pagar os juros da
outros fatores. seguridade social seja utilizado para outras dívida pública com o sistema financeiro
“A resposta do capitalismo para a crise situações como para composição do supe- nacional e internacional e investir esses
é sempre a mesma: cortar os investimentos rávit primário”, complementa Marinete. recursos em políticas sociais e geração
sociais, reduzir os custos para as empresas “As contrarreformas da Previdência de emprego”, conclama a professora da
e transferir ou socializar os custos com a Social só têm um objetivo: reduzir o sis- UnB, Ivanete Boschetti.
classe trabalhadora. Todas as medidas fa- tema público e levar a classe trabalhadora No âmbito do INSS, Marinete Moreira
vorecem o capital e nunca o trabalho. Se para o sistema privado de aposentadorias relembra algumas ações que devem ser
esse é um processo mundial, no Brasil ele e pensões, criando nichos de acumulação retomadas pela categoria de assistentes
se agrava pelas condições de elevado de- e mercantilização de serviços que antes sociais. “A participação da categoria na
semprego que já temos estruturalmente, eram direitos”, alerta Boschetti. greve do INSS, no segundo semestre de
pela agudização da precarização do traba- 2015, contribuiu para a organização da
lho e da terceirização; pelos baixos salários O impacto no Serviço Social do INSS categoria na defesa da pauta específi-
corroídos pela inflação; pelo aumento do O Serviço Social no INSS também não ca relacionada ao fazer profissional com
custo de vida”, comenta Boschetti. escapa desse contexto político de regres- qualidade. A criação de espaços coletivos,
E a Previdência Social não escapa deste são de direitos e de cortes orçamentários. virtuais e presencias, deve ser intensifi-
acharque. “Para que a previdência priva- Em 2014, o CFESS organizou, em par- cada. É necessário que todas as pessoas
da seja atrativa para o mercado, é preciso ceria com a Federação Nacional de Tra- estejam engajadas para o desenvolvi-
desmontar a Previdência Social pública. balhadores em Saúde, Trabalho, Previ- mento de ações qualificadas comprome-
Para isto, é necessária toda uma engre- dência e Assistência Social (Fenasps), um tidas com o fortalecimento da classe tra-
nagem, na qual a mídia tem participação seminário para comemorar os 70 anos do balhadora e com a defesa da Previdência
ativa, visando criar um caldo cultural de Serviço Social na Previdência. Em 2015, Social pública”, finaliza.

28 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016

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