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Conjunto CFESS-CRESS
Conselho Federal de Serviço Social
Conselhos Regionais de Serviço Social
>>
Edição nº2 / Ano 2
Nosso endereço SCS Quadra 02, Bl. C, Ed. Serra Dourada,
Brasília (DF), maio de 2016 Salas 312/318. Brasília - DF. CEP 70300-902
páginas 4 e 5
>> e mais
>> Confira as pautas que >> De olho nos eventos: >> Um diálogo sobre o >> ‘Déficit’ na Previdência
os CRESS e Seccionais 15º CBAS, seminário Estado Laico: por que Social é falácia e serve
vêm tratando como sobre sigilo profissional, é importante que a para justificar as
prioridades em suas relações fronteiriças e categoria esteja atenta tentativas de desmonte
regiões (p.10 a p.26) outros (p.7 e p.9) a este debate (p.6) da Seguridade (p.28)
editorial
O
ano de 2016 é marcante para o Ser- cesso nos frágeis e contraditórios direitos Convidamos a categoria e estudantes de
viço Social brasileiro, porque ce- conquistados nos últimos anos, de inten- Serviço Social a participarem do 15º Con-
lebramos 80 anos da profissão no sificação da criminalização dos movimen- gresso Brasileiro de Assistentes Sociais, que
país. E seguimos na direção de um projeto tos sociais e de um ataque brutal às condi- ocorrerá em Olinda (PE) em setembro, com
societário sem exploração e dominação de ções de trabalho e vida da população. importantes debates sobre os rumos da pro-
classe. Na comemoração desse aniversá- Isso tudo movido ainda pela grande mí- fissão e a conjuntura brasileira. Convidamos
rio, queremos valorizar a construção his- dia, expressiva do oligopólio de uma comu- a debaterem também sobre o papel do Ser-
tórica da profissão, que está inscrita na nicação não democratizada e dominada por viço Social na questão dos fluxos migratórios
sociedade brasileira. poucos grupos familiares da elite brasileira. internacionais, em seminário a ser realizado
Por isso, nesta segunda edição do in- Por isso, nesse contexto, reafirmamos em Belém (PA) em julho. Vamos refletir ain-
formativo Serviço Social é Notícia, convi- posição contra a crescente onda conserva- da sobre a questão do sigilo profissional, em
damos você a saber mais: a primeira Es- dora e reforçamos a importância de pro- um evento aberto à categoria, em outubro em
cola de Serviço Social, as lutas travadas, a teger as conquistas da democracia, que, a Cuiabá (MT). Além disso, a residência multi-
reconceituação e a Virada, os desafios atu- despeito de suas contradições, resguarda- profissional em saúde também será tema de
ais, o papel do Conjunto CFESS-CRESS e as um seminário em setembro em Olinda (PE),
perspectivas para a profissão. antecedendo o 15º CBAS.
Sabemos que o trabalho de assistentes Se há uma saída para Por falar em reflexão, chamamos a
sociais é cada vez mais requisitado, seja no enfrentar estes ataques atenção para a temática do Estado laico.
atendimento à população ou na formula- Este é um debate que deve ser feito sem
ção e execução de políticas públicas que
à classe trabalhadora, dogmas, preconceito e discriminação. Topa?
possibilitam o acesso aos direitos, como sabemos que é pela Nesta edição, você também fica por
saúde, educação, lazer, moradia. Políticas esquerda e nas ruas. Mas, dentro do processo de recadastramento na-
cujas condições de proteção social estão cional obrigatório de assistentes sociais e
cada dia mais limitadas e nas mãos do para isso, precisamos nos das novas publicações lançadas pelo CFESS,
capital privado. Esse é o tema de uma de mobilizar! disponíveis gratuitamente em nosso site.
nossas matérias, sobre o desmonte da Se- Por fim, abrimos espaço para que assis-
guridade Social no Brasil. ram a duras penas os direitos e legalidade tentes sociais de todo o Brasil, ao receberem
Desmonte que deve atingir outras áre- de organização da classe trabalhadora. este informativo, tenham acesso a todas es-
as, principalmente pela conjuntura política Obviamente, essa conjuntura nos sas informações, bem como às notícias dos
e econômica que o país vive. Nossa jovem atinge de diversas formas, inclusive com o CRESS e Seccionais de todo o país.
democracia vem sendo atacada e, mais uma rebaixamento das condições de nossa for- Aqui, cada Conselho Regional pode se
vez, quem sofre o maior golpe é a classe tra- mação profissional, tema de uma matéria comunicar com a categoria em seu estado,
balhadora, que tem seus direitos estrangu- elucidativa desse Informativo, com dados contribuindo com a construção deste ins-
lados para que a elite brasileira mantenha reais sobre a precarização do ensino de trumento, que visa a fortalecer a comuni-
seus privilégios e, principalmente, para que graduação em Serviço Social no país. cação com profissionais no país inteiro.
o capital mantenha seu lucro e poder. Portanto, se há uma saída para en-
A perspectiva não é das melhores: frentar estes ataques, sabemos que é pela Desejamos uma boa leitura!
com um Congresso Nacional como o atual, esquerda e nas ruas. Mas, para isso, preci-
abarrotado de fundamentalismo religioso, samos nos mobilizar. Neste ano, teremos Conselho Federal de Serviço Social CFESS)
elitismo, conservadorismo e até fascismo, uma série de eventos que são também im- Gestão Tecendo na luta a manhã desejada
a tendência é de um significativo retro- portantes espaços de mobilização. (2014-2017)
Informativo anual Comissão de Comunicação do CFESS >> Para sugestões, comentários e críticas >>
do conjunto Daniela Neves (coordenação), Daniela Castilho, comunicacao@cfess.org.br
cfess-cress Erlênia Sobral, Marlene Merisse e Maurílio Matos
Esta publicação procura adequar os textos a
Conselho Federal
Revisão, edição, projeto gráfico e diagramação >> uma linguagem não discriminatória!
de Serviço Social e
Assessoria de Comunicação do CFESS
Conselhos Regionais Os textos dos CRESS e Seccionais foram
de Serviço Social Jornalistas responsáveis >> produzidos pelas respectivas direções, comissões
Diogo Adjuto (JP-DF 7823) e de comunicação e assessorias.
>>
Rafael Werkema (JP-MG 11732)
Ano 2 O informativo foi impresso e postado em
Edição nº2 Tiragem >> 160 mil exemplares Brasília pelo CFESS, a partir das etiquetas
Maio 2016 fornecidas pelos Regionais.
Brasília (DF) Impressão >> Gráfica Qualidade
2 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Ética e direitos humanos
O
sigilo profissional constitui-se como
um direito e um dever de assistentes
sociais, além de ser um princípio ins-
crito no Código de Ética profissional. Para
refletir sobre a questão, torna-se impres-
cindível se apropriar do acervo ético, teó-
rico e técnico-operativo do Serviço Social.
Para tanto, também é fundamental que
o/a profissional conheça os instrumentos
construídos pelos Conselhos Regionais e
Federal de Serviço Social (CRESS e CFESS),
de modo que sejam utilizados nas inter-
venções profissionais. É o que afirma o
presidente do CFESS, Maurílio Matos.
“O Código de Ética é explícito quan-
do se refere ao sigilo. Por exemplo, indica
que, no trabalho multiprofissional, as in-
formações devem ser prestadas no limite
da necessidade de atendimento aos/às
usuários/as. Afirma também que o sigi-
lo só pode ser quebrado em caso de grave
risco ao próprio, a terceiros ou à coletivi-
dade. Enfim, este documento é a principal
normatização que temos sobre a questão”,
explica o presidente do CFESS.
Além disso, no exercício de sua fun-
ção, assistentes sociais têm acesso a uma
série de informações que dizem respeito à
privacidade e à intimidade dos usuários e
usuárias. “A questão do sigilo profissional,
particularmente do/a assistente social, sucateamento que vem sofrendo, por meio a garantia do sigilo, as equipes multipro-
é fundamental para que o/a usuário/a se da redução progressiva de seus investi- fissionais, bem como haverá a realização
sinta acolhido/a e possa revelar elemen- mentos pelo Estado. “Como rebatimento de atividades em grupo, como fomento ao
tos de sua vida que considere importan- desses determinantes, os equipamentos debate e ao compartilhamento de expe-
tes. Além disso, não envolve apenas o que da assistência raramente dispõem de con- riências e desafios. O link para inscrições
é confidenciado ao/à profissional na sala dições físicas ideais que garantam o sigilo será divulgado em breve no site do CFESS!
de atendimento, mas é parte de uma di- profissional, a guarda de material técnico- O presidente do CFESS reafirma a im-
mensão ética da profissão e dos princípios sigiloso, até mesmo condições de ilumina- portância de se refletir sobre o sigilo na
que a norteiam”, avalia a assistente social ção, ventilação adequadas, o que contraria atualidade, uma vez que assistentes sociais
Vanessa Oliveira, que atua num Centro de abertamente a Resolução CFESS 493/2006. (e demais profissionais) têm sido cada vez
Referência de Assistência Social (Cras) em Por isso, discutir e refletir sobre a ética mais pressionados/as pelo Poder Judiciário
Mossoró (RN). profissional, à luz do nosso Código de Éti- e pela polícia, por exemplo, para que re-
É importante salientar que, também ca, é tão importante”, analisa Vanessa. passem assuntos extremamente sigilosos
no atendimento, o/a assistente social pre- Por outro lado, o trabalho das equipes fruto dos seus atendimentos à população
cisa ter competência para identificar quais multiprofissionais podem se desenvolver usuária. “É preciso debater juntos, para
informações são sigilosas, mesmo que o/a para viabilizar o atendimento integral ao/à afirmar nossos discursos, que devem ter
usuário não chame atenção para isso. “É usuário/a. “Isso significa reconhecer que sempre como fonte nosso Código de Éti-
um dever ético da profissão. O sigilo tem cada profissão pode contribuir com sabe- ca, e nos fortalecer para a defesa do sigilo,
como preocupação central a defesa dos/ res específicos, de modo a permitir uma pois essa é a defesa da população usuária
as usuários/as. Como assistentes sociais intervenção que possa abarcar o usuário do Serviço Social, que, na sua maioria,
têm inscrito em seu Código o compro- numa perspectiva de totalidade, possibi- encontra-se desprovida de informações e
misso com a população usuária, o direito litando respostas qualificadas a cada de- expropriada do acesso aos seus direitos e
ao sigilo se expressa num compromisso manda”, observa a assistente social. às políticas sociais”, completa Maurílio.
profissional. Logo, também é direito que
assistentes sociais podem exercer quando Seminário vai debater o assunto
são pressionados a abrir mão do sigilo”, Nos dias 12 e 13 de outubro, o CFESS e Participe!
afirma Maurilio Matos. o CRESS-MT realizarão o Seminário Na- Quando 12 e 13 de outubro/2016
cional Serviço Social e Sigilo Profissional,
Onde Cuiabá (MT)
Condições de trabalho em Cuiabá (MT). O evento abrirá inscrições
De acordo com Vanessa Oliveira, a po- gratuitas on-line, pelo site do CFESS, e vai Inscrições gratuitas
lítica de assistência social traz algumas oferecer 300 vagas. Na pauta, o evento de- A partir do 2º semestre, pelo
particularidades, especialmente devido ao baterá sobre a intervenção da categoria e site do CFESS
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 3
dia do/a assistente social
4 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
dia do/a assistente social
no Brasil
cisão coletiva, do sindicalismo por ramo cobrados por parte da sociedade de forma
de atividade), seja pela disputa da direção transparente e inequívoca. A segunda, de
das entidades organizativas do Serviço So- fortalecer a categoria no exercício de suas >> As pioneiras do Serviço Social, na década de
cial (CFESS e CRESS), a veia crítica da pro- prerrogativas e autonomia. Essa normatiza- 1930, e a manifestação de assistentes sociais
fissão passou a ser hegemônica, ditando ção complementar detalha alguns aspectos durante o 13º CBAS, em Brasília (DF), em 2010
mativa para as práticas que iam se afirman- “Observo, em meu cotidiano laboral e nas
do no sentido da ruptura. Além da aprovação relações que estabeleço com outros/as
do Código de Ética profissional, uma impor- profissionais de diferentes campos, uma
tante conquista foi o redimensionamento do fragilidade na leitura e compreensão de individualismo, ao consumismo, ao conser-
sentido da fiscalização profissional, fazendo processos que chegam por meio das de- vadorismo, à apatia política”, ressalta.
dela uma aliada na defesa da sociedade e mandas postas, e que resultam em práti- Outros desafios vêm de dentro, como o
não um ato puramente punitivo”, afirma a cas de censura moral, responsabilização de crescimento de uma onda conservadora em
conselheira Josiane Soares, que é também indivíduos, negação de direitos, imposição uma parte da categoria profissional, que
coordenadora da Comissão de Orientação e de controles burocráticos”, analisa Jandira. tem se posicionado de maneira retrógrada
Fiscalização (Cofi) do CFESS. No entanto, existem saídas, para as quais sobre temas delicados, como aborto, redu-
O Conselho Federal e os Conselhos Re- a assistente social do Pará conclama a cate- ção da maioridade penal, estado laico.
gionais de Serviço Social foram, e continu- goria. “Fazer o contraponto com esta lógica No entanto, como a história da profis-
am sendo, responsáveis pela normatização perversa e reducionista requer desconstruir são mostra, é possível barrar tentativas de
complementar do exercício profissional seus argumentos e fundamentos, descortinar retrocessos e continuar caminhando em
nestes 80 anos de profissão, ação essencial suas direções teóricas e políticas e ultrapassar uma direção política profissional que tem
em duas direções, como explica Josiane. limitações das políticas e espaços sócio-ocu- como horizonte as concepções libertárias
“A primeira, de demarcar a imagem so- pacionais de exercício profissional, avançan- e democráticas. Por tudo isso, o Conjunto
cial da profissão, tendo como referências os do na direção de formas de luta e superação CFESS-CRESS entende que o Serviço Social
seus compromissos públicos, que podem ser coletiva. Direção também de resistência ao é uma profissão inscrita no Brasil.
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 5
Relações internacionais / Adminstrativo-financeiro
U
ma importante questão que tem “Precisamos ampliar este debate a
sido notícia nos últimos meses, partir da realidade do exercício profis-
além de impactar na atuação de sional nas diferentes regiões do país”,
diversas profissões, é a migração. Ca- explica a conselheira do CFESS Esther
sos recentes, como a de refugiados/as Lemos, que coordena a Comissão de
da guerra na Síria em direção à Euro- Relações Internacionais.
Seminário Nacional
SERVIÇO SOCIAL,
pa, bem como a chegada de haitianos “As causas que originam a migra-
ao Brasil, têm pautado o trabalho de ção são estruturais e, nos últimos anos,
assistentes sociais em diversas re-
giões. Para refletir sobre o assunto e
os fluxos migratórios internacionais
intensificaram-se, chocando o mundo
RELAÇÕES FRONTEIRIÇAS E
qualificar a intervenção profissional do com a barbarização e mercantilização FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNACIONAIS
6 a 8 de julho de 2016 | Belém (PA)
Serviço Social na questão, o CFESS e o de todas as dimensões da vida. Fugindo
CRESS-PA realizarão, nos dias 6, 7 e 8 de guerras, perseguições, fome e crises Realização: CFESS / CRESS-PA | Apoio: UFPA / ICSA
6 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Ética e direitos humanos
M
uitas pessoas já devem recusa das ameaças ao Estado
ter reparado em sím- laico presentes na realidade
bolos religiosos dentro brasileira. Desde o avanço do
de órgãos públicos, instituições conservadorismo, do irracio-
de governo ou mesmo nas salas nalismo e da intolerância reli-
de atendimento de assisten- giosa no cotidiano profissional,
tes sociais à população usuária. até a consciência crítica de que
Também já podem ter percebido estas tendências são incompa-
mensagens religiosas no carim- tíveis com o Estado Democrá-
bo de um/a assistente social. Es- tico de Direito e são ainda uma
tes são apenas alguns exemplos ameaça à efetivação da ética
de quando a laicidade do Estado profissional.
brasileiro, elemento instituído
pela Constituição Federal, é des- >> É possível citar um exem-
respeitado no cotidiano. Você já plo prático do ataque à laici-
pensou sobre isso? dade do Estado no Brasil?
Em tempos de conservado- Cristina >> Um exemplo
rismo e atitudes retrógradas, recente pode ser encontra-
em especial pelo Congresso do no denominado Estatuto
Nacional brasileiro, trazer o da Família (Projeto de Lei nº
debate e a defesa do Estado 6.583/2013). Este PL pretende
Laico é reafirmar o projeto éti- atribuir ao Estado o poder de
co-político do Serviço Social e a definir como deve ser a com-
luta de assistentes sociais pela posição familiar na socieda-
democracia, pela liberdade e de brasileira. A família, como
por direitos. Sabe por quê? instituição social, não existe
Para responder a esta per- por força de lei, existe como
gunta, ampliar o debate sem realidade sócio-histórica,
preconceito e discriminação diante da qual cabe ao Estado
sobre o tema e trazê-lo para a democrático o seu reconhe-
realidade do Serviço Social, o cimento legal e a proteção de
CFESS entrevistou a assistente seus direitos. Do ponto de vis-
social e professora da Universi- ta do Estado Democrático de
dade Federal Fluminense (UFF) Direito, a concepção de família
Cristina Brites, que afirma: “o inscrita no referido PL é ina-
Estado Laico é parte das con- ceitável, abertamente formu-
quistas históricas no campo lada com base em convicção
dos direitos”. Confira a seguir. religiosa e nega a diversidade
de composição familiar exis-
CFESS >> Antes de tudo, o que tente na sociedade.
significa de fato o Estado laico?
Cristina Brites >> Ele repre- >> Como o Serviço Social pode
senta a afirmação de uma cida- assistência social, etc.) devem regulação e manipulação de vá- fortalecer a luta em defesa do
dania não tutelada, baseada em coadunar com a afirmação de rias dimensões da vida social. Estado laico no país?
direitos, ainda que nos limites liberdades individuais, como a Assim, as ameaças ao Estado Cristina >> É importante re-
burgueses, frente aos quais é de manifestação religiosa, po- Laico configuram-se como ex- afirmar que o Código de Ética
inaceitável a intervenção do lítica, de orientação sexual e de pressões do avanço do conser- do/a Assistente Social defen-
Estado sobre a liberdade de identidade de gênero. vadorismo e do irracionalismo de uma atuação profissional
crença religiosa de cada indiví- neste contexto de agudização contrária a todas as formas
duo. Igualmente, torna-se ina- >> Por que o debate sobre o dos antagonismos de classe e, de injustiça, opressão, discri-
ceitável qualquer intervenção Estado laico se torna tão atual consequentemente, uma ame- minação e barbárie. Daí que a
do Estado fundada em convic- na conjuntura em que se en- aça ao processo de democrati- liberdade de manifestação e a
ções religiosas sobre qualquer contra o Brasil? zação da sociedade e do Estado. diversidade de convicções re-
aspecto da vida social e da vida Cristina – Refletir sobre a ligiosas presentes na sociedade
privada das pessoas. Isso signi- questão é fundamental, tendo >> De que maneira a defesa do supõem o Estado Laico, o que
fica, sobretudo, que um Estado em vista que o avanço de ten- Estado laico se insere na atu- não significa uma sociedade
laico não pode tomar como re- dências conservadoras, que ação profissional de assisten- laica. Se assistentes sociais
ferência, para legislar sobre a vivenciamos hoje nas media- tes sociais? têm a liberdade como valor éti-
vida dos indivíduos sociais, as ções ético-políticas entre o Cristina >> A primeira neces- co central, a defesa da catego-
concepções, convicções e valo- Estado e a sociedade (classes), sidade que se impõe à atuação ria precisa ser pela liberdade de
res fundados em dogmas reli- deita raízes na crise estrutural da categoria, comprometida manifestação religiosa, pelas
giosos. O ordenamento jurídico do capitalismo mundial. Isso com a defesa da liberdade como liberdades individuais e pelos
da vida social, os princípios, pressiona as instituições e es- valor ético central e a demo- direitos de cidadania, o que
diretrizes e objetivos das polí- truturas de poder do Estado cratização do poder econômico efetivamente supõe um Estado
ticas sociais (saúde, educação, para ampliação do controle, e político, é de identificação e democrático e laico.
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 7
formação profissional
@
CFESS, Erlênia Sobral.
É o que ocorre com o Conselho Fede-
ral de Enfermagem (Cofen), por exemplo.
A instituição realiza a Operação EaD, pois,
acionado pelo Ministério Público, visitou
pólos de EaD, encontrando várias irre-
gularidades. Estas foram sistematizadas
em um dossiê, que subsidia o projeto de
lei (PL) que prevê a proibição de curso de
enfermagem nesta modalidade. Na pers-
pectiva de ações conjuntas, o Fórum dos
Conselhos Federais da Área da Saúde (FC-
FAS) vem pautando a questão do EaD, ela-
borando tanto um PL coletivo em favor da
exclusividade de ensino presencial na gra-
duação dos cursos da área, quanto elabo-
rando peças de comunicação em favor da
universidade presencial. O acúmulo deste
debate não é de agora, pois, desde 2011, é
feito pelo Fórum, a exemplo do 1º Seminá-
rio sobre Ensino de Graduação à Distância
na Área da Saúde. Institutos ofertam módulos de cursos de (Abepss) e a direção ético-política histori-
Ainda sobre a articulação contra a extensão em Serviço Social, geralmente camente construída pela categoria. “Sem
precarização da educação, o CFESS com- nos finais de semana. Estes créditos são, citar que a nossa defesa é pela formação
põe o Comitê Nacional em defesa dos 10% em seguida, aproveitados por instituições que afirme a indissociabilidade entre en-
do PIB para a educação pública junto com de ensino superior (IES) que oferecem o sino, pesquisa e extensão e um outro prin-
outras entidades que, de 16 a 18 de junho curso de Serviço Social e os/as estudantes cipio fundamental é o rigoroso trato teóri-
de 2016, realizará o 2º Encontro Nacional são, por estes, certificados/as como curso co, histórico e metodológico da realidade
da Educação. Na pauta do evento, temas de graduação. O/a aluno/a que se matricula social e do Serviço Social, que possibilite
fundamentais como: acesso e permanên- no curso de extensão já vai mobilizado por a compreensão dos problemas e desafios
cia, gestão, financiamento, dentre outros. se graduar, pois as propagandas indicam com os quais o/a profissional se defron-
“Este processo de reunião de lutadores e a seguinte mensagem: curso de extensão ta no universo da produção e reprodução
lutadoras do campo da esquerda tem, na com acesso à graduação. da vida social”, analisa Erlênia Sobral. A
temática da educação, um elemento fun- É importante enfatizar que a irregula- afirmação destes princípios exige uma
damental de unidade, pois todos/as sen- ridade destes cursos já foi denunciada pelo formação não aligeirada e não baseada nos
tem os impactos dos ataques do ajuste es- Ministério Público Federal, que, dentre chamados cursos livres aproveitados para
trutural sobre a educação pública”, explica outros argumentos, constata indevida ter- a graduação, constituída de todas as exi-
a conselheira do CFESS. ceirização da atividade de ensino superior gências das diretrizes curriculares.
Segundo Erlênia Sobral, as lutas nes- e lembra que o art. 47, § 2º, da Lei de Di- Como entidade que representa os inte-
te campo, ainda que reforçadas pela busca retrizes e Bases (LDB) não autoriza a uti- resses da categoria de assistentes sociais,
de unidade, enfrentam a dureza do gran- lização futura do estudo na extensão para o CFESS está na luta coletiva em defesa do
de capital e o poder dos grandes conglo- a graduação, e sim aproveitamento entre acesso à educação pública, gratuita, presen-
merados educacionais, que, a despeito da cursos de graduação. cial e de qualidade. As reduções e os rebai-
crise, lucram milhões. Não obstante seus O CFESS, na mesma perspectiva em xamentos avassaladores do mercado não re-
grandes lucros na modalidade à distancia, que enfrenta o EaD, alerta todos/as sobre presentam o acesso defendido pelo CFESS e
a criatividade do mercado na sua ânsia por a gravidade nos processos de qualquer só beneficiam o próprio mercado, a despeito
mais lucro, não cessa. É o que revelam as forma de aligeiramento da formação e os de uma formação de qualidade. “Continua-
denúncias de uma nova modalidade, que perigos que significam para as diretri- remos combatendo e chamando toda a cate-
hoje chegam ao Conjunto CFESS-CRESS: zes curriculares da Associação Brasileira goria a exigir a educação como direito e não
formação por via de cursos de extensão. de Ensino e Pesquisa em Serviço Social como mercadoria”, completa a conselheira.
8 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
eventos
<< serviço social
O
Congresso Brasileiro de Assistentes humanos, dentre outras. Além disso, ques- do evento, ou seja, há exatos seis anos.
Sociais (CBAS) é o maior evento da tões como a precarização do trabalho, a or- Esta é uma informação fundamental,
categoria no Brasil. Em 2016, tendo ganização política da categoria, os desafios tendo em vista se tratar de um evento
como tema os 80 anos do Serviço Social no diante da conjuntura de conservadorismo autofinanciado: isso significa que toda a
Brasil – a certeza na frente, a história na mão, o também serão pauta de plenárias simultâ- estrutura montada e disponibilizada aos/
congresso comemorará algumas datas sig- neas e sessões temáticas. às participantes é custeada apenas pelos
nificativas para a trajetória da profissão. Os O 15ª CBAS também terá o lançamento recursos das inscrições e alguns patrocí-
80 anos de criação do primeiro curso marca de livros e a exposição de trabalhos. As en- nios de órgão públicos.
o início do Serviço Social no Brasil. tidades organizadoras (CFESS, CRESS-PE, “Este CBAS será histórico e inesque-
O CBAS ocorrerá em Olinda (PE) e deve Abepss e Enesso) destacam que o even- cível, dada sua temática e a conjuntura em
receber 3 mil pessoas, dentre assistentes to contará mais uma vez com excelentes que acontecerá. Por isso, é imprescindível a
sociais, estudantes e profissionais de ou- oportunidades de atualização profissional, participação da categoria”, destacou o pre-
tras áreas e, inclusive, de outros países. ato político, atividades culturais e partilha sidente do CFESS, Maurílio Matos.
Muitos serão os temas abordados no even- de experiências profissionais.
to, que perpassam a atuação de assistentes É importante destacar que o valor da
sociais em uma série de áreas: saúde, assis- inscrição do CBAS permanece exatamen- Inscrições
tência, previdência, sociojurídico, direitos te o mesmo há três edições consecutivas www.cbas2016.com.br
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 9
região centro-oeste
cress-ms
cress-GO
CRESS-GO
viço Social de Goiás (CRESS-GO) Resistên- Nesse contexto, o CRESS-GO, mergu-
cia ética e ação: a luta continua vem realizan- lhado no projeto ético-político da profis-
do uma série de ações e pactos assumidos são, é desafiado a intervir com a categoria,
põe em
coletivamente em sua Carta-Programa. na busca de estratégias socioprofissionais
Pensar em frentes de trabalho e bandei- que assegurem condições de trabalho às/
ras assumidas requer da gestão uma leitura aos assistentes sociais e deem respostas
prática Carta-
crítica da ofensiva neoliberal, em uma lógica às demandas que emergem da realidade
destrutiva e processualidade incontrolável, social. Essas exigências que estão postas e
que lança mão da reestruturação produtiva imbricadas nas dimensões econômica, so-
Programa da
com mecanismos novos de extração econô- cial, política e cultural, impõem à gestão
mica, via desregulamentação e flexibilização uma direção social e política, permeada pe-
do mercado de trabalho, como a precariza- los princípios assegurados em nosso Código
gestão
ção, o desemprego desestrutural, a especu- de Ética, na lei de regulamentação da pro-
lação financeira em detrimento da produção. fissão e o compromisso com as bandeiras
Por outro lado, irrompe, ao desvelar as suas mais gerais da classe que vive do trabalho.
contradições e antagonismos, com crescen- Embuídos pelo sentimento das lutas e
tes manifestações dos/as trabalhadores/as resistências encampadas pelo Serviço So-
10 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Região centro-oeste
cress-DF
Foto: acervo CRESS-DF
CRESS-DF debate a
atuação da categoria
no contexto de
precarização das
políticas sociais e das
condições de trabalho Oficina sobre relatórios e pareceres sociais na área da Infância e Juventude
O Conselho Regional de Serviço So- ral, ocasião em que foram apresentados os Social, cuja atuação conjunta torna-se im-
cial do Distrito Federal (CRESS-DF), resultados de uma pesquisa realizada com prescindível para a intervenção do CRESS,
gestão Quem Quer Conselho, Participa!, por os/as trabalhadores/as de oito Centros de no sentido da discussão sobre o fazer pro-
intermédio da Comissão de Formação, es- Referência de Assistência Social (Cras) no fissional, em consonância com o projeto
truturou um projeto visando à análise po- DF, pela professora Priscilla Maia, do De- ético-político do Serviço Social.
lítica da atuação profissional nos diversos partamento de Serviço Social da Universi- Em 2016, O CRESS-DF dará continui-
espaços sócio-ocupacionais do DF, cuja dade de Brasília (UnB). dade ao debate da atuação profissional
implementação teve início em 2015, no A terceira oficina ocorreu em outu- dos/as assistentes sociais, envolvendo a
formato de oficinas. bro, como resultado da articulação com a categoria desde a definição da temática a
As áreas temáticas definidas foram Secretaria de Saúde do DF e a Coordena- ser priorizada; aprofundando a discussão
priorizadas com base na discussão acerca da ção de Estágio Supervisionado do Depar- com as entidades da categoria, em articu-
precarização das condições de trabalho dos/ tamento de Serviço Social da UnB, com o lação com a Executiva Nacional de Estu-
as assistentes sociais, quais sejam: socioedu- tema O Trabalho do/a Assistente Social nas dantes de Serviço Social (Enesso) e a Asso-
cação, assistência social, saúde, previdência Equipes Multiprofissionais de Saúde: desafios ciação Brasileira de Ensino e Pesquisa em
social, empresas públicas e o terceiro setor. éticos-políticos. A oficina teve a participa- Serviço Social (Abepss).
A primeira oficina, realizada em agos- ção do professor doutor Maurílio Castro de
to de 2015, em articulação com a Secretaria Matos, presidente do CFESS. CRESS-DF assume a vice-presidência do
de Políticas para a Criança e Juventude do A avaliação das oficinas já realizadas Conselho de Assistência Social do DF
DF e o Centro Universitário IESB, tratou indica que esse espaço de discussão pode A participação ativa no Fórum de Tra-
do tema Relatórios e Pareceres Sociais, com favorecer a aproximação do CRESS com a balhadores e Trabalhadoras do SUAS do DF
a participação do professor Marcos Fran- categoria, bem como, aprofundar o debate (FETSUAS-DF) levou o CRESS a assumir
cisco de Souza, do Tribunal de Justiça do sobre as práticas profissionais no contexto a coordenação executiva do movimen-
DF. A atividade abordou a dimensão ins- atual, em que a precarização do trabalho to. O envolvimento do Regional resultou
trumental técnica-operativa, associada às está presente de forma intensa, na execu- na eleição do CRESS para uma vaga como
dimensões técnico-metodológicas e ético ção das políticas sociais, incidindo direta- titular, representado os trabalhadores e
-políticas no exercício profissional. mente no exercício profissional. trabalhadoras no Conselho de Assistência
Em outubro, foi realizada a segunda Tais atividades têm chamado a atenção Social do DF (CAS-DF).
oficina, com a temática Os Desafios Profis- para a necessidade de articulação entre as Atualmente, o CRESS-DF tem assento
sionais dos/as Assistentes Sociais do Sistema comissões de Formação e de Fiscalização, na mesa diretora e assumiu a vice-presi-
Único de Assistência Social no Distrito Fede- em debate com a Comissão de Seguridade dência do CAS-DF.
cial brasileiro, a seguir estão algumas das isso, realizou, no dia 26 de outubro, o En- tou os anos de muita luta e compromisso
ações desenvolvidas pelo CRESS-GO: contro Goiano do Sociojurídico. O encontro da categoria em sustentar a riqueza desses
contou com a palestrante Renata Gomes encontros, que são os estudos em Marx,
Comissão de Seguridade Social Foi rea- da Costa, professora do Departamento promovidos com a colaboração do pro-
lizado no dia 11 de novembro, na Pontifícia de Serviço Social da Universidade Federal fessor George Coelin,, professora Omarí
Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), o de Mato Grosso (UFMT), apresentando os Ludovico e Darcy Roldão. Os encontros são
Encontro Goiano de Serviço Social e Seguri- desafios do exercício profissional na área mensais (último sábado de cada mês) na
dade Social. O encontro contou com a par- do sóciojurídico. As/os assistentes sociais sala de mestrado da PUC-GO.
ticipação do professor Renato Francisco de presentes tiraram como encaminhamento
Paula e das professoras Olívia Maria Jácome, do encontro a criação do GT Sociojurídico Comissão de Trabalho e Formação Coti-
Ana Maria da Trindade e, como debatedora, do estado de Goiás, com data a ser defini- nuidade da realização do Curso para Mul-
a professora Maísa Miralva da Silva. da posteriormente. As/os participantes do tiplicadores/as do Ética em Movimento - o
encontro avaliaram a atividade de forma curso tem previsão para o mês de março,
Comissão de Orientação e Fiscalização positiva e profícua. podendo ser realizado até agosto, sob a
A gestão do CRESS-GO assumiu o com- coordenação da presidente do CRESS-GO,
promisso de manter e promover debates Comissão de Trabalho e Formação Pro- Ilma Inácia de Sousa Pugliesi. A tônica do
e reflexões para formação e qualificação moveu o evento comemorativo dos quatro curso de multiplicação é o fortalecimento
profissional das/os assistentes sociais. Por anos do Café com Marx. O evento represen- do projeto ético-político do Serviço Social.
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região centro-oeste / nordeste
cress-MT cress-pi
12 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região nordeste
cress-AL
Foto: Amanda Duarte/CRESS-AL
Anote o Calendário de Eventos do CRESS-AL >> 3º Seminário Estadual de Serviço Social e Educação (1º de junho)
>> Curso sobre Orçamento e Financiamento de Políticas Públicas (26 de Agosto) >> Seminário Estadual de Assistência Estudantil (Agosto/2016)
>> Reunião Descentralizada com as Assistentes Sociais do Sertão de Alagoas (Outubro/2016)
cress-PB
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região nordeste
cress-pe
14 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região nordeste
cress-RN cress-BA
O ano de 2016 não é apenas de co- co-político nos diversos espaços sócio tória marcada
memoração; é um ano para se relem- -ocupacionais onde se inserem estes/ pela construção
brar as lutas, as conquistas e os desa- as profissionais. e luta em defe-
fios desta profissão que completa 80 sa da efetiva-
anos em um país perpassado por desi- Comissão de Comunicação Em respei- ção do projeto
gualdades sociais, econômicas, políti- to à Lei de Acesso à Informação (Lei nº ético-político
cas e culturais. 12.527/2011), aos princípios que regem a profissional e Atividade no CRESS-BA
O Conselho Regional de Serviço So- Administração Pública, e ao compromis- pelo aprofun-
cial do Rio Grande do Norte (CRESS-RN) so ético-político com a categoria de as- damento e respeito à democracia. Compre-
reconhece a necessidade de prezar pe- sistentes sociais e com a sociedade civil, o endendo a importância do fortalecimento das
los registros deste Regional, primando CRESS-RN lançou em 2016 um novo site. bandeiras de lutas históricas do Serviço Social,
pela história do Serviço Social e dos/as A acessibilidade é o ponto chave da no âmbito do exercício profissional de cada
profissionais que contribuíram para o nova proposta, o que proporciona às assistente social, a gestão Quem Vem Com Tudo
fortalecimento da categoria no estado. pessoas com deficiências auditivas e/ Não Cansa, aposta nas ações de formação, de-
A partir do plano de metas 2016, a ou visuais o acesso às informações ade- bate e ações públicas com papel mobilizador
diretoria do CRESS, junto à Coordena- quadas às suas necessidades. Segundo e que atinjam profissionais em todo o estado.
ção da Seccional Mossoró, está em pro- Daniella Cruz, membro da Comissão de Ao longo do último ano, o avanço das forças
cesso de (re)organização do arquivo fí- Comunicação, “trazer, para as nossas conservadoras e neoliberais atingiu duramente a
sico e da biblioteca do CRESS, de modo mídias, importantes ferramentas de di- classe trabalhadora. Foram ataques à educação
a preservar o seu acervo documental e álogo com a categoria, a concretização do pública, às políticas sociais, ao Sistema Único de
manter viva sua memória. que discutimos no âmbito do Conjunto Saúde (SUS). O trabalho foi ameaçado com a PL
Ademais, com o objetivo de so- CFESS-CRESS e para além desse, é vital da terceirização, as mulheres vivenciaram novos
cializar conhecimentos e produções para gestões comprometidas com a de- ataques aos seus corpos, como o PL 5069/2013
do Conjunto CFESS-CRESS, para fins mocratização da comunicação no país”. que modifica a Lei de Atendimento às vítimas de
de pesquisa, o Regional já está dispo- violência sexual. As ações racistas e genocidas da
nibilizando o acervo de conferências, Comissão de Fiscalização Polícia Militar, durante todo o ano, explicitam as
encontros e outros eventos para estu- Para 2016, a Comissão de Orienta- contradições de um Estado que atua em defesa
dantes e pesquisadores/as que tiverem ção e Fiscalização (Cofi) ressalta a ma- dos interesses da burguesia interna em detri-
interesse. nutenção das visitas às universidades, mento ao bem estar do povo.
de dicas de leitura (postadas semanal- No contraponto e na resistência o CRESS-BA
Comissão Permanente de Ética Vi- mente nas mídias do CRESS) e das reu- convocou assistentes sociais de todo o estado
sando ao fortalecimento da Política niões de entrega de carteira com os/as para mobilização e formação. As atividades nas
de Educação Permanente, a Comissão novos/as profissionais inscritos/as. comissões de trabalho (Direito à Cidade, Gê-
Permanente de Ética realizará, a partir Também estão previstas, em con- nero e Raça, Educação, Interiorização, Previ-
de maio, mais uma edição do curso Ética sonância com a Política Nacional de dência, Saúde, Sociojurídica e Assistência So-
em Movimento, para assistentes sociais Fiscalização (PNF) do Conjunto, visitas cial) foram intensificadas por meio de rodas de
supervisores/as de estágio. O curso de fiscalização aos seguintes municí- conversa, cine debates, discussões, etc. Nesse
de multiplicação objetiva o fortaleci- pios: Angicos, Currais Novos, Florânia, Período a comissão de Educação realizou o En-
mento do debate acerca da ética, bem Goianinha, Governador Dix-Sept Ro- contro Regional de Serviço Social na Educação e
como dos princípios ético-políticos que sado, Guamaré, João Câmara, Jucurutu, a Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI),
norteiam o exercício profissional do/a Lages do Cabugi, Lagoa Nova, Mossoró, em articulação com o Setor de Fiscalização,
assistente social, a fim de possibilitar Região Metropolitana de Natal, Ria- realizou o seminário de Serviço Social e Sigilo
a defesa e consolidação do projeto éti- chuelo, Santa Cruz e Tangará. Profissional. A realização dos cursos Ética em
Movimento na capital e no interior tem atingido
Anote o Calendário de Eventos do CRESS-RN >> Cine CRESS (4 de junho, 6 de diversos profissionais.
agosto e 8 de outubro) >> CRESS Debate (30 de setembro) A entidade também atua junto aos conselhos
Foto: acervo CRESS-RN municipais e estaduais, conferências, sempre
pautando as necessidades de qualidade de traba-
lho e garantia de direitos tanto para a categoria
e população usuária. A gestão levou o CRESS às
ruas em defesa da saúde pública e contra o geno-
cídio do povo negro e contra a redução da maio-
ridade penal. A fiscalização e a interiorização das
ações são pontos importantes para a entidade
que segue atuando na capital e no interior.
Reafirmamos que o fortalecimento do pro-
jeto ético-político profissional se dá no fazer co-
tidiano da categoria. Cada Assistente Social pode
e deve ter enquanto ação política, um exercício
profissional pautado na ética, no respeito aos/as
usuários/as e na superação do racismo, machis-
Assistentes sociais, estudantes de Serviço Social e docentes nas ruas em defesa dos direitos! mo, homofobia e qualquer tipo de preconceito.
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 15
região nordeste
cress-MA
CRESS-SE
16 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região nordeste
cress-CE
significativos para o fazer profissional dos/ (FMTSUAS), espaço plural e permanente de a necessidade de contribuir com a or-
as assistentes sociais em Sergipe. discussão e intervenção política em defesa ganização da classe trabalhadora para
Dois exemplos emblemáticos foram as das políticas sociais no município de Araca- enfrentar o avanço do conservadorismo,
audiências realizadas entre CRESS-SE e o ju. A proposta é que a organização encoraje o CRESS-SE tem acompanhado e apoia-
secretário municipal de Saúde de Aracaju, outros municípios a criarem novos fóruns, do as lutas dos principais sindicatos de
Luciano Paes, em outubro de 2015, e com a bem com estimule a instituição de um fó- Sergipe. Exercendo sua solidariedade de
presidência do Tribunal de Justiça de Sergipe rum estadual com a mesma finalidade. classe, o Regional se posicionou publi-
(TJSE) em novembro de 2015, entre outros. Ainda no sentido de lutar contra o esva- camente e prestou seu apoio a greves
ziamento das políticas, o CRESS-SE está dis- deflagradas por diversas categorias:
Defesa das políticas públicas e do Suas cutindo e operacionalizando a criação do Fó- assistentes sociais, professores/as da
O CRESS-SE, o Sindasse, o Conselho Re- rum Estadual de Políticas Sociais. A proposta rede pública estadual, trabalhadores/as
gional de Psicologia (CRP) e o Sindicato dos é debater as condições das políticas sociais do Instituto Nacional do Seguro Social
Psicólogos de Sergipe (Sindipsi), além de em Sergipe, promover ações de luta em defe- (INSS), servidores/as de diversos mu-
trabalhadores/as de nível médio e de ins- sa do seu fortalecimento e discutir o exercício nicípios sergipanos e do estado de Ser-
tituições prestadoras de serviço que atu- profissional no âmbito destas políticas. gipe, além de técnicos/as administra-
am no Sistema Único de Assistência Social tivos/as em educação da Universidade
(Suas), instituíram, em fevereiro de 2016, o Em defesa de todos os trabalhado- Federal de Sergipe e do Instituto Federal
Fórum Municipal de Trabalhadores do Suas res e trabalhadoras Por compreender de Sergipe.
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Região norte
cress-AM
Seccional
selho Regional de Serviço Social do Ama- para um Conselho Regional.
zonas (CRESS-AM/RR), intitulada Socializar A Seccional Roraima se dedicou inten-
Conhecimento para Romper com o Pragmatismo, siva e cotidianamente à defesa dos precei-
Roraima
teve um ano intenso de atividades voltadas tos do projeto ético-político profissional,
à aproximação com a base, transparência e voltados à construção de uma realidade
gestão democrática, ampla participação em diferente para a entidade e, com muita
busca
ações junto à comunidade local, lutas e posi- ousadia, se planeja para sua emancipação
cionamentos em defesa do projeto ético-po- político-administrativa.
lítico profissional, especialmente para assis- Desta forma, registra-se mais um pe-
categoria no
ços aos/às profissionais; divulgação das emancipação humana e com a democracia.
ações realizadas; participação efetiva em
espaços deliberativos por meio dos mem- Formação profissional Como proposta para
estado
bros de base que compõem os conselhos o mandato de 2014-2017, foi estabelecido
de direitos, criação de comissões e grupos como meta aprofundar as discussões com
de trabalho (GT), fortalecimento da orga- a categoria sobre as novas configurações
nização da categoria e planejamento para do mercado de trabalho para o/a assistente
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Região norte
cress-RO
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Região norte
cress-Ap cress-to
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Região norte
cress-PA
cress-AC
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Região sudeste
cress-ES
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região sudeste
cress-RJ
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 23
Região sudeste
cress-sp
cress-MG
Dos 853 municípios de Minas Gerais, O levantamento dos dados foi feito por
CRESS-MG realiza 672 já cumprem a Lei das 30 Horas para
o trabalho de assistentes sociais (Lei Fe-
meio de quatro diferentes estratégias, que
incluíram os relatórios de visitas do Setor
levantamento deral nº 12.317/2010). O número repre-
senta 79% das cidades que compõem o
de Fiscalização e Orientação Profissional
(Sofi), pesquisa nos sites das prefeituras,
inédito para estado e foi divulgado no mês de feve-
reiro, em um levantamento inédito rea-
além de informações reunidas no Observatório
Mineiro das 30 horas, projeto do CRESS-MG.
24 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
região sudeste / Sul
cress-PR
têm tempo e disposição para otimizar notificação ao órgão responsável. “Te- 30 dias pelas 30 horas. Trata-se de uma
diversos aspectos do trabalho, como a mos recebido muitos retornos positivos, ampla mobilização estadual em defe-
execução e atualização de um bom plano de casos em que o documento enviado sa do exercício profissional de qualida-
de intervenção, e se manter atualizado pelo CRESS-MG foi encaminhado para a de, como estratégia frente à resistência
por meio de qualificação permanente. Câmara Municipal e a jornada foi altera- de alguns municípios e instituições no
“Nesse sentido, não temos dúvida de da, por exemplo”, conta a agente fiscal cumprimento da legislação. Para cada
como a lei mudou a vida do/a profissio- Fernanda Calhau. dia do mês, uma ação diferente foi es-
nal que teve sua jornada alterada para Por outro lado, há um sentimento de colhida para dar ainda mais destaque à
30 horas semanais. E o que esperamos frustração entre os/as assistentes sociais questão. “O conjunto dessas ações tem o
é que os poucos municípios que ain- que trabalham nos municípios que ain- objetivo não só de mobilizar os/as pro-
da não se adequaram o façam o quanto da mantêm as 40 horas de trabalho se- fissionais, mas também de ressaltar a
antes, para que tenhamos efetivamente manais. “É uma lei federal que não está importância do trabalho com direitos”,
o cumprimento da lei e a melhoria das sendo cumprida. E, em geral, a situação analisa Leonardo David Rosa.
condições de trabalho do/a profissio- predomina entre as cidades de grande
nal”, afirma a coordenadora técnica do porte”, alerta Denise Cunha.
CRESS-MG, Denise Cunha. O CRESS-MG lançou em fevereiro o
Para garantir o crescimento do nú- 30 dias pelas 30 horas Com o objetivo Movimento Mineiro pelas 30 horas,
mero de municípios adequados à lei, o de intensificar a luta pela implantação site que divulga dados e ações
Conselho segue realizando o trabalho da lei em todos os municípios de Minas referentes a esta luta. Acompanhe o
de fiscalização. Se for verificada a carga Gerais, o CRESS-MG realiza, no mês de trabalho em cress-mg.org.br.
horária superior às 30 horas, é feita uma maio, a segunda edição da campanha
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 25
Região SUL
cress-RS cress-sc
26 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016
Agenda e publicações
acesse! agende-se
Política de Comunicação CFESS- Aqui você encontra os próximos eventos do Conjunto
CFESS-CRESS e de entidades parceiras. Com uma
CRESS 3ª edição série de assuntos, você pode se programar para
garantir sua participação nos debates de temas
No 44º Encontro Nacional, em
referentes ao exercício profissional de assistentes
2015, o Conjunto CFESS-CRESS
sociais. Programe-se, participe, faça parte dos
aprovou a 3ª edição do documento.
A nova Política de Comunicação eventos gratuitos realizados pelo seu Conselho
inclui debates recentes que o Profissional. No site do CFESS, é possível ver também
PolíTiCa de Conjunto tem feito, como a defesa mais informações e o Calendário de Atividades, que
CoMUNiCação da democratização comunicação traz a agenda anual da entidade, com os eventos,
Cfess-Cress no país (saiba mais), o uso de uma reuniões e outras programações.
3º edição linguagem não discriminatória
nas produções dos CRESS e CFESS, 16 a 18 de junho
brasília (df) - 2016 a questão da acessibilidade das Encontro Nacional de Educação (Brasília/DF)
produções e, inclusive, indicações O evento tem o objetivo de discutir ações de luta em
para o cumprimento da Lei de Acesso resposta ao processo de aprofundamento da precarização e
à Informação (Lei nº 12.527/2011). mercantilização da educação pública no Brasil, construído
como uma alternativa à Conferência Nacional de Educação.
27 a 30 de junho
Conferência Mundial de Serviço Social da Federação
5 a 9 de setembro
15º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais – CBAS
(Olinda/PE)
12 e 13 de outubro
Sou assistente social e aqui estão Seminário Nacional de Serviço Social e Sigilo Profissional
(Cuiabá/MT)
minhas bandeiras de luta!
13 a 16 de outubro
45º Encontro Nacional CFESS-CRESS (Cuiabá/MT)
O documento, aprovado no 44°
É no Encontro Nacional que o Serviço Social brasileiro define
Encontro Nacional CFESS-CRESS
as estratégias e ações que estarão na pauta dos Conselhos
(2015), condensa a pauta política
durante o ano seguinte. Nesse sentido, o evento constitui
construída coletivamente ao longo
o principal espaço deliberativo da categoria de assistentes
dos últimos anos pelo Conjunto. A
sociais no Brasil. Além de membros dos CRESS e do CFESS,
publicação Bandeiras de Luta está
Conheça a pauta política do o evento tem a participação de assistentes sociais da base,
Serviço Social brasileiro estruturada em três eixos: defesa
construída coletivamente que tenham sido eleitos/as nas assembleias realizadas pelos
ao longo dos últimos anos da profissão, da seguridade social e
pelo Conjunto CFESS-CRESS Regionais.
dos direitos humanos. Com vistas
a superar a fragmentação setorial
5 a 8 de dezembro
engendrada à revelia do princípio
Encontro Nacional de Pesquisadoras/es em Serviço Social
constitucional da seguridade social, a
– Enpess (Ribeirão Preto/SP)
sua tematização se faz, considerando
O evento pretende reunir, assistentes sociais, pesquisadores/
a unidade entre os aspectos da
as, docentes, estudantes, para discutir os 20 anos de
concepção, gestão, controle social e
diretrizes curriculares, 70 anos de Abepss e 80 anos
financiamento.
de Serviço Social no Brasil, com base nos desafios da
formação e do trabalho profissional frente ao processo de
mercantilização do ensino superior brasileiro.
Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016 Serviço Social 27
seguridade social
28 Serviço Social Informativo do Conjunto CFESS-CRESS >> Ano 2 >> Edição nº2 >> Maio 2016