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INVESTIMENTOS
BM&F Bovespa e bancos
intensificam ações para
atrair regimes próprios
ANO 3 - Nº 13
ENTREVISTA
Valnei Rodrigues, futuro
presidente da Abipem, revela
seus planos de gestão
LEGISLAÇÃO
Criação de
juizados
especiais para
causas
previdenciárias vai
acelerar processos
SOLIDEZ
44º Congresso Nacional da Abipem mostra
que o desafio da consolidação dos regimes
próprios no País foi vencido e o setor adquiriu
a representatividade necessária para explorar
todo o seu potencial de crescimento
8
CAPA
Com mais de mil participantes,
44º Congresso Nacional da
Abipem revela que RPPS estão
consolidados no País e prontos
para avançar à plena carga
Ilustração de capa:
Mauro Nakata
4 Sumário
6 Carta ao leitor
7 Expediente
4 | Julho/agosto 2010
Previdência Nacional | 5
É
com muita satisfação que apresentamos esta edição a você, leitor. Nela
você vai encontrar a cobertura completa do 44º Congresso Nacional da
Abipem, que marcou um momento histórico para os regimes próprios
no Brasil. Se ainda havia dúvida sobre a consolidação dos RPPS no País,
neste evento ela deixou de existir. A convergência do trabalho que hoje é desenvolvi-
do no setor - por gestores, mercado financeiro e Ministério da Previdência – garante
bases firmes e também a representatividade necessária para que os regimes possam
crescer explorando todo o seu potencial na vida previdenciária brasileira. Mas o ca-
ráter histórico do Congresso não termina aí.
Boa leitura!
Demetrius Hintz
Presidente da Abipem
6 | Julho/agosto 2010
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
JB Pátria Editora Ltda.
André Luiz Goulart
Valnei Rodrigues
Moacir Salles Presidente: Jaime Benutte
Luiz Gustavo Ávila Mendonça Diretor: Iberê Benutte
Raulison Dias Pereira Administrativo/Financeiro: Gabriela S. Nascimento
Gerente Comercial: Rosana Gazola
CONSELHO FISCAL Executivo: Marli Cunha
Roberta Cabral Medeiros Assistente comercial: Bruna Carvalho Viana
José de Anchieta Batista Marketing e Circulação: Erica Lujan
Samuel Mendes de Oliveira Jornalista: Kelly Souza
APEPREM (WWW.APEPREM.COM.BR) PREVIDÊNCIA NACIONAL
DIRETORIA Publisher: Jaime Benutte
Presidente: Lucia Helena Vieira
Vice-presidente: Antônio Scamatti Conselho Editorial: André Luiz Goulart, Demetrius Ubiratan
1ª Secretário: Kleber Vicente Hintz, Wellington Costa Freitas (Abipem); João Carlos Figueiredo,
2ª Secretário: Edson Andrella Lúcia Helena Viera, Magadar Rosália Costa Briguet (Apeprem);
1º Tesoureiro: Alexander Mognon Paulo Henrique Pastori (Regime Geral); Jarbas Antonio de Biagi
2º Tesoureiro: Onésimo Canos Silva Junior (Previdência complementar)
Previdência Nacional | 7
Foto: divulgação
U
ma página importante da história Previdência Estaduais e Municipais) atraiu mais
dos Regimes Próprios de Previdên- de mil participantes para palestras, workshops
cia Social no Brasil foi escrita entre e oficinas com especialistas que abordaram os
os dias 16 e 18 de junho em Salva- temas de maior relevância para os RPPS. Pio-
dor, na Bahia, mais precisamente em seis salas do neiros da construção dos regimes próprios no
Bahia Othon Palace. Com participação maciça País conviveram e trocaram ideias com gestores
do País inteiro, o 44º Congresso Nacional Abi- experientes e novatos, executivos do mercado
pem (Associação Brasileira de Instituições de financeiro, consultores e representantes do Ju-
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Previdência Nacional | 9
Hintz: “Nossa
expectativa de
participação no
Congresso foi
superada com
folga e todas as
exposições tiveram
Foto: Xxx
uma procura
fenomenal”
Na Carta, RPPS pede urgência Entre os destaques, Hintz cita as palestras sobre
aposentadoria especial, em que foram abordadas
na dilatação de prazos da as dificuldades dos regimes próprios para a con-
cessão de benefícios, uma vez que não existe uma
compensação e lei para CRP legislação específica para esses casos. Depois que
o Supremo Tribunal Federal (STF) deu parecer
ções mais urgentes do setor com base no que favorável à concessão do benefício nos mesmos
foi discutido durante o Congresso. Não chega a termos do Regime Geral de Previdência Social
reunir a ampla variedade de assuntos tratados no a pedido de servidores públicos, aumentaram
evento. Para abordar tantos temas, palestrantes expressivamente no Judiciário os Mandados de
e especialistas ocuparam as seis salas reservadas Injunção com solicitações idênticas. Os regimes
no Bahia Othon Palace para discorrer, simulta- próprios, porém, querem regras ajustadas às suas
neamente, sobre questões como aposentadoria especificidades. Segundo Hintz, o Ministério
especial, pré e pós aposentadoria (ver página 50), apresentou no Congresso de Salvador um proje-
concessão de benefícios, educação financeira e to de orientação normativa que deve ser lançado
regras e políticas de investimentos, auditoria, em breve pelo Ministro da Previdência, Carlos
controle interno e externo, e o papel dos conse- Gabas, com objetivo de definir critérios para os
lheiros na gestão dos RPPS. “Esperávamos cerca RPPS enquanto não sair a legislação. “Nós já dis-
de 800 participantes e nossa expectativa foi su- cutimos o projeto no Congresso (de Salvador) e
perada com folga. Tivemos grande procura em vamos discutir muito mais, mas já foi muito positi-
todas as salas, com palestras abrangendo todos vo que tenhamos conseguido definir uma visão dos
os segmentos dos regimes próprios. Também ti- congressistas sobre esta questão”, afirma Hintz.
vemos uma sala exclusiva com representantes do A visão dos congressistas foi um dos aspectos
Ministério da Previdência Social para tirar dúvi- abordados na palestra do diretor de Assuntos
das dos congressistas e uma outra para o INSS. Atuariais, Contábeis e Econômicos da Superin-
Todas as exposições tiveram uma procura feno- tendência Nacional de Previdência Complemen-
menal”, diz o presidente da Abipem, Demetrius tar (Previc), do Ministério da Previdência, Ede-
Hintz. “A qualidade da programação, a ampla valdo Fernandes da Silva. Mas nesta exposição,
participação e o interesse dos participantes fize- a questão de fundo foi a gestão previdenciária
ram deste evento um sucesso”, diz a presidente como um todo. Ao discorrer sobre o Papel dos
da Associação Paulista das Entidades de Previ- Conselheiros na Gestão dos RPPS, Silva atentou
dência do Estado e dos Municípios (Apeprem), para a necessidade de os agentes que trabalham
Lúcia Vieira. com os regimes próprios terem consciência da
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Rossiter Filho:
‘Controle interno
ajuda gestores
a evitar que
sejam cometidas
irregularidades’
importância de sua atuação no desenvolvimento ter uma boa base cadastral, leis cada vez mais as-
previdenciário do País. sertivas e um estudo atuarial qualificado o sufi-
“Não adianta nada ele (o agente) imaginar que ciente para poder buscar instrumentos de gestão
é preciso administrar dinheiro, administrar uma financeira mais eficazes.
organização, criar políticas atuariais, financeiras e A construção de um banco de dados amplo e
previdenciárias, se ele não entende qual é o papel confiável é a base, por exemplo, para que seja
dele e, mais ainda, qual é a finalidade da entidade exercido um controle interno nos regimes pró-
dele”, diz Silva. Segundo ele, o verdadeiro objeti- prios de Previdência. Dácio Rossiter Filho,
vo da Previdência é “cuidar de vidas e também da diretor-presidente da Fundação de Aposenta-
relação de trabalho”, uma finalidade que ainda dorias e Pensões dos Servidores do Estado de
não é evidente para a maioria da população, que
só começa a se preocupar com Previdência quan-
do está em vias de se aposentar.
Lei de aposentadorias especiais e
É preciso, diz Silva, que os agentes tenham cons- novas regras para investimentos
ciência da importância social da Previdência para
que possam romper com muitos dos problemas também são consideradas urgentes
que ainda persistem na cultura previdenciária
do País, entre eles a visão pejorativa que muitos Pernambuco (Fundape), disse em sua palestra
brasileiros têm da Previdência. “Se você falar um que o controle interno depende da obtenção de
nome: ‘Jorgina’ (de Freitas) – ex-advogada que informações cadastrais dos servidores de forma
ficou 14 anos presa por conta de uma fraude mi- organizada e coordenada para que, na hora em
lionária na Previdência –, você percebe que ficou que for exercer suas atribuições, o gestor possa
aquela imagem tão negativa que ninguém fala fazê-lo de forma segura. “Por exemplo, na área
que no Brasil são pagos 39 milhões de benefícios de aposentadoria é importante que o regime
que colocam bilhões de reais na economia na- tenha a documentação de toda a vida funcional
cional todos os meses e também impedem que do servidor desde o concurso público, para que
cerca 20 milhões de pessoas estejam na misera- possam ser verificadas as regras em que ele irá se
bilidade”, argumenta Silva. Ele disse ainda que enquadrar ao se aposentar.”
hoje, para controlar uma entidade de Previdên- Ele citou um exemplo do trabalho realizado
cia, é fundamental ter técnica, conhecimento e, pelo controle interno: em Pernambuco, o Tri-
principalmente, enfrentar três grandes desafios: bunal de Contas determinou que será concedi-
Previdência Nacional | 11
Foto: divulgação
rejeitadas por causa de
falha no cumprimento
de formalidades
Regimes aguardam para breve dade”, como prazos para envios de processos e
apresentação de índices. “Também é importante
instrução normativa sobre conhecer como funciona o tribunal local. Cada
Estado tem um tribunal, mas existem alguns
aposentadorias especiais fundamentos que estão na Constituição do Bra-
sil e esses fundamentos são válidos para todos os
da aposentadoria em regime próprio somente tribunais.” Além de conhecer esses fundamentos,
para servidor de cargo efetivo. No entanto, após diz ele, os gestores devem procurar conhecer a
a Constituição de 88, o servidor que entrou no lei orgânica do seu tribunal, a Constituição de
serviço público para um cargo efetivo tem de ter seu Estado, o regimento interno de seu tribunal,
ingressado por meio de concurso público. Então, enfim, toda a legislação que rege o setor.
ao analisar a aposentadoria, o Tribunal de Con- Já o procurador federal André Oliveira apresen-
tas verá, inicialmente, se aquele concurso público tou para a plateia as informações sobre as mais
já foi submetido ao controle do Tribunal e foi recentes decisões do Supremo Tribunal Federal
considerado legal. Se constatada irregularidade (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ) que
no concurso, o servidor perde o direito de se têm impacto direto nos regimes próprios. Ele ex-
aposentar com cargo efetivo. “O controle inter- plicou que o STF está julgando um projeto sobre
no vai ajudar o gestor no sentido de ele ter toda a impossibilidade de acumulação mais de uma
essa documentação e saber se a
lei está sendo cumprida, evitando
que seja cometida alguma irregu-
BM&FBovespa anunciou ter
laridade”, explica Rossiter. criado trabalho educacional
Os participantes do evento tam-
bém tiveram a oportunidade de específico para regimes próprios
conhecer melhor como é feito o
controle externo dos regimes sob o aspecto dos pensão do mesmo servidor. Segundo ele, já fo-
Tribunais de Contas. Depois de explicar como ram dados três votos contra a acumulação. Uma
Foto: divulgação
é o trabalho dos tribunais em relação aos regi- questão importante, relata Oliveira, é referente
mes, Domingos Taufner, procurador-geral do ao caso em que o servidor tem duas companhei-
Ministério Público Especial de Contas, do Tri- ras. A dúvida é se pode ser gerada pensão para as
Procurador Federal bunal de Contas do Espírito Santo, alertou para duas. O STF já tinha decidido da seguinte ma-
André Oliveira falou um problema bastante frequente. Muitas vezes, neira: se ele é casado, convive maritalmente, ele
sobre as mais recentes segundo ele, contas são rejeitadas e multas são não tem outra companheira, ele tem o que seria
posições do STF e
do STJ que afetam os
aplicadas sem que os gestores tenham cometido classificado como “concubina” ou uma “relação
regimes próprios irregularidades ou tenham agido de má-fé, mas espúria”, o que não daria direito a pensão neste
por causa de uma falha no âmbito da “formali- segundo relacionamento.
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Magadar Briguet:
“Institutos precisam
investir na readaptação
de servidores que
estejam doentes, mas
não incapazes”
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Eleito no
Congresso,Valnei
Rodrigues assume
Foto: divulgação
presidência da
Abipem em
setembro
para disseminar informações sobre o mercado fi- parência de preços e ressaltou “a importância de
nanceiro e de capitais, com objetivo de orientar acompanhar diariamente os preços dos títulos
investidores, e que recentemente ganhou forma- no mercado, de forma a ter diligência na hora
tos específicos para áreas como fundos de pensão de fazer negócios com títulos públicos”. Como
e também regimes próprios (ver reportagem na os investimentos dos RPPS estão atrelados aos
página 26). “Hoje nós temos uma estabilidade índices IMA, é importante, segundo ela, que os
macroeconômica que nos permite fazer inves- gestores conheçam como o índice é construído,
timentos de médio e longo prazo. Então nós qual é a metodologia, como deve ser o acom-
queremos levar conhecimento aos investidores panhamento, qual a diferença entre os IMAs
para que estes investimentos sejam feitos de e o DI, enfim, obtenham as informações ne-
cessárias para decidir
Hintz apresentou novo presidente da Abipem,Valnei sobre suas aplicações
da melhor maneira
Rodrigues, que assume o cargo no dia 1º de setembro possível.
Após a palestra de
forma consciente, segura. Para que todos in- encerramento do evento, feita pelo diretor do
vistam sabendo no que estão investindo, como Departamento dos Regimes de Previdência do
estão investindo. Este é nosso objetivo”. Serviço Público do Ministério, Delúbio Go-
Em outro painel, a Superintendente Técnica mes da Silva (ver reportagem na página 17), o
da Anbima (Associação Brasileira das Entida- presidente da Abipem leu a Carta de Salvador,
des dos Mercados Financeiro e de Capitais), falou sobre as recentes eleições na associação
Valéria Arêas Coelho falou sobre os Índices e apresentou o futuro presidente da entida-
de Mercado Anbima (IMA), hoje o referen- de, Valnei Rodrigues, que assume o cargo em
cial para investimentos dos regimes próprios substituição a Hintz no dia 1º de setembro.
em renda fixa, conforme determinação da Re- No último Congresso realizado em sua ges-
solução 3790, do Conselho Monetário Nacio- tão, Hintz não poderia estar mais satisfeito:
nal (CMN). O IMA representa uma carteira “Conseguimos atingir muita gente, e do Brasil
de títulos pré-fixados (IRF-M), indexados inteiro. Certamente todos vão sair com uma
(IMA-B e IMA-C) e pós-fixados (IMA-S), nova visão e chegar aos seus municípios com
respondendo por 97% dos títulos públicos fede- subsídios suficientes para avançar no seu traba-
rais em mercado. Ela abordou a questão da trans- lho de gestão”.
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Unificação de
regimes, um tema
fora de pauta
D
iante de uma plateia lotada, o dire- rença”. Segundo Delúbio, o desconhecimento em
tor do Departamento dos Regimes relação aos regimes próprios faz com que o setor
de Previdência do Serviço Público seja alvo de críticas sem fundamento. “Tem muita
do Ministério da Previdência Social, gente falando contra o RPPS e é preciso fazer o
Delúbio Gomes da Silva, abriu a palestra de encer- trabalho inverso: visitar municípios que estão hoje
ramento do 44º Congresso Nacional da Abipem no RGPS e mostrar, com base em dados, que o
tranquilizando o público em relação a um questio- RPPS pode representar uma economia mensal sig-
namento que volta e meia ressurge entre gestores nificativa”. Até porque, disse Delúbio, “secretários
de RPPS: a unificação dos regimes de Previdên- de Finanças e de Fazenda só pensam em números
cia. Ele começou fazendo uma comparação entre e a gente precisa convencê-los com números”.
o Regime Geral e o Regime Próprio, mostrando a Salvador em 2008 teve uma despesa de R$ 226 mi-
desvantagem financeira que seria para os Estados lhões com aposentados e pensionistas e uma receita
e municípios a unificação dos regimes. “Relaxem, de R$ 113 milhões. “O que acontece se extinguir
fiquem tranquilos. O que sempre se discute em ter- o regime próprio? Essa despesa o INSS não rece-
mos de unificação é referente à uniformização de be e essa receita desaparece.” Teria que continuar
“regras de concessão de benefícios”. pagando R$ 226 milhões no orçamento público
Delúbio apresentou vários casos para demonstrar e mais 31% em cima da folha dos ativos. “Com
o ganho que os Estados e municípios têm crian- certeza, o Tribunal de Contas do Estado da Bahia
do seu regime próprio e saindo do Regime Geral iria dar um parecer contrário à extinção do RPPS
de Previdência Social. Ele citou o exemplo de um porque isso representou um acréscimo na despesa
grande município da Bahia que está no Regime previdenciária”, afirma. “Então, por quê a extinção
Geral de Previdência Social. Este município gas- chega a ser cogitada? Porque simplesmente alguns
ta, considerando INSS e FGTS, R$ 2,016 milhões especialistas e a própria imprensa brasileira disse
por mês. Se ele criar um regime próprio, e sua base que regime próprio é algo fadado ao insucesso”.
for de servidores mais jovens, vai recolher R$ 1,144 Por isso, segundo ele, um trabalho sustentado em
milhão por mês. Vai ter uma economia mensal de números é sempre mais contundente para mostrar
R$ 872 mil reais, explicou Delúbio. “Isso significa a realidade da situação.
que é fundamental que associações como a Abi- Ele contou ter participado recentemente de um
pem atuem em municípios que hoje operam com evento em Pernambuco em que um representante
RGPS para fazer com que eles percebam esta dife- do Tribunal de Contas do Estado falou sobre re-
Previdência Nacional | 15
Delúbio: O que
gimes próprios. “Mais uma vez escutei o seguinte dificuldade de gestão de regime próprio é que vocês
questionamento: ‘Será que o pequeno município até tentam seguir a regra da orientação normativa,
deve ter regime próprio? Será que os servidores das portarias. Se não são vocês, gestores de RPPS,
municipais estão capacitados para gerir o RPPS?’ o Ministério da Previdência Social e as entidades
Enfim, os comentários induziam a pensar que era para tentar pensar em equilíbrio financeiro e atua-
melhor não ter regime próprio”. É uma visão, se- rial, não tem mais ninguém pensando”.
gundo ele, muito comum nos tribunais e também Delúbio ainda falou sobre outros assuntos, en-
por parte de servidores federais, que muitas vezes tre eles a aposentadoria especial, dizendo que
consideram que a criação de regime próprio pode há uma portaria do Ministério da Previdência
estar ligada a “falcatruas” ou ao risco de receber com orientações sobre como os RPPS devem
recursos sem saber conceder benefícios. “É crítica proceder, que no momento está na consultoria
para todo o lado”. jurídica, e a expectativa é que possa ser aprovada
Diante de opiniões como esta, Delúbio disse que o mais rápido possível porque, segundo ele, “o
apresentou dados no evento de Pernambuco mos- Supremo (Tribunal Federal) deixou bem claro
trando os casos em que servidores federais do Ju- que os Mandados de Injunção com pedidos do
diciário recebem, por determinação de tribunais benefício que estão ocorrendo pelo País não sig-
de contas, acima do teto salarial estabelecido pelo nificam que o benefício tenha de ser concedido.
Conselho Nacional de Justiça. “Quer dizer: quanto Significa apenas que é direito do servidor ter o
mais alto, menor a fiscalização”. E mencionou no- seu pedido analisado. “Não é concessão imediata
tícias de casos semelhantes por todo o País. “Nossa de benefício.”
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Carta de Salvador
O
44º Congresso Nacional da ABIPEM, reali- objetivando padronizar os procedimentos a serem adotados
zado na cidade de Salvador nos dias 16, 17 e pelos regimes nas concessões de auxílio doença e aposenta-
18 de junho de 2010, reuniu gestores dos Re- doria por invalidez.
gimes Próprios de Previdência Social - RPPS, Com relação à Resolução do Conselho Monetário Nacional,
agentes políticos e profissionais ligados à previdência pú- de que trata dos investimentos dos RPPS, constata-se a neces-
blica, onde foram debatidos inúmeros temas relacionados à sidade de substituição do conceito de rating de crédito por ra-
Previdência do Servidor Público. ting de qualidade de gestão para instituições gestoras respon-
Dos diversos temas abordados extraíram-se alguns, julgados sáveis pelos fundos de investimento. Com relação aos limites
de relevante importância para serem tratados nas mais di- de investimento em produtos atrelados ao IMA e seus sub-
versas esferas com o objetivo de aperfeiçoamento do sistema índices sejam feitos em função do patrimônio dos RPPS e não
previdenciário. dos fundos de investimento onde são alocados os produtos,
Primeiramente, manifesta-se a importância da dilação do pra- tendo em vista a restrição de alocação de recursos conforme
zo para o requerimento das compensações financeiras previ- o perfil atuarial e o cenário econômico. Ainda, que a alocação
denciárias entre os diversos regimes próprios e o regime geral possa se dar em fundos geridos por instituições autorizadas
de previdência. Tal demanda se faz necessária, pois cerca de pela CVM, vinculadas a instituições financeiras ou não.
240 municípios ainda não firmaram convênio com o INSS e, Por fim, considerando a significativa emissão de Notificações
ainda, alguns municípios que possuem tal convênio não conse- de Irregularidade Atuarial – NIA, pela Secretaria de Previ-
guiram operacionalizar seus requerimentos, tão pouco analisar dência Social, em face de adequações impostas pela Portaria
os pedidos de compensação. nº 403/2008, somadas a adoção de sistemática de amorti-
Outro aspecto relevante é o que trata da aposentadoria es- zação do déficit técnico não condizente com a realidade e
pecial, que prescinde de uma regulamentação urgente, visto sem previsão legal. Considerando que atualmente a auditoria
que os entes possuem em seus quadros diversos servidores que nos cálculos atuariais dos Entes está adotando, no tocante
serão alcançados por esta nova regra. Tal regulamentação, por à amortização do déficit em 35 anos, uma metodologia não
sua vez, trará impactos relevantes nos custos previdenciários regulamentada e que está gerando aumentos expressivos nas
de nossos entes, gerando déficits, ainda incalculáveis pela falta alíquotas de amortização, com a obrigação da implantação
da regulamentação desse benefiício. em lei dos planos de amortização baseadas em uma confe-
Destaca-se, por oportuno e de extrema importância para a rência através de planilha eletrônica por parte da SPS. Con-
garantia da manutenção dos RPPS, a regulamentação do siderando a limitação orçamentária financeira flagrante nos
CRP – Certificado de Regularidade Previdenciária, a mais Entes, solicita-se que os DRAAs postados até agosto/2010,
importante ferramenta de proteção criada pelo MPS. Esta bem como o critério “Equilíbrio Financeiro e Atuarial” sejam
regulamentação deverá acontecer através de Lei Federal, a registrados com o status “Em análise” pelo prazo de 1 (um)
qual consolidará definitivamente a perenidade dos regimes ano para que, através de comissão mista de técnicos do MPS,
de previdência dos servidores. ABIPEM e Associações Estaduais, seja aberto um processo
Assunto recorrente, também, é o que trata da tributação do de reavaliação das exigências para a feitura do cálculo atua-
PASEP sobre todas as receitas do RPPS. Esta tributação, além rial e financiamento dos déficits.
de onerar os regimes consumindo parcela considerável dos já Os congressistas confirmaram a Associação Brasileira de Ins-
exíguos recursos da taxa de administração, está ocasionando tituições de Previdência Estaduais e Municipais – ABIPEM,
dificuldades na gestão administrativa dos Regimes. Ainda, de- como a principal representante dos RPPSs. Ainda, salientaram
nota-se sentimento latente, entre os gestores, de que os órgãos a importância desses regimes para a sociedade com um todo,
internos da Administração estão isentos do PASEP. visto a capacidade de poupança interna pelos mais de 45 bilhões
Outro aspecto de suma importância são as Perícias Médi- de reais acumulados ao longo do tempo, salientando o cresci-
cas no âmbito dos RPPS que necessitam de regulamentação mento patrimonial de 12,5% registrado no último ano.
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A Abipem
do futuro
eleito para presidir a Abipem a partir de 1º de
setembro, atual presidente da Agip diz que gestões
anteriores pavimentaram a estrada para que, agora,
ele possa acelerar o processo de evolução dos
regimes próprios no País, ganhando principalmente
maior peso político nas decisões nacionais
Maria Alice Rosa
A
té por volta de seus 32 anos, o ser- precisava escolher um nome e ele parecia bem
vidor público da prefeitura de Novo preparado para a tarefa. Quatro anos depois ele
Hamburgo (RS), Valnei Rodrigues, se tornou presidente da Associação Gaúcha das
não se preocupava muito com Pre- Instituições de Previdência Pública (Agip), car-
vidência. Como a maioria dos brasileiros, no seu go que ocupa ainda hoje e concilia com a função
caso particular ele achava que este era um assunto de diretor-geral do Instituto de Previdência e
com o qual deveria se envolver no futuro, quando Assistência dos Servidores Municipais de Novo
estivesse mais velho, perto de se aposentar. As Hamburgo (Ipasem) e de integrante da direto-
questões que mobilizavam o servidor gaúcho ria da Abipem – este último desde a gestão de
eram as trabalhistas. Ele era vice-presidente do Ronaldo Figueiredo na presidência da entida-
Sindicato dos Municipários de Novo Hamburgo de, entre 2004 e 2006. “Foi toda uma questão
e previdência era mais ponto entre tantos outros de estar no lugar certo na hora certa”, diz ele,
que envolvem os trabalhadores. Mas o destino, sobre a trajetória percorrida na área. Agora, aos
caprichoso, tratou de ligar sua vida aos temas 42 anos, a experiência acumulada desde o ano
previdenciários de tal forma que no dia 17 de 2000 – um currículo de sucessos no comando
junho deste ano, durante o 44º Congresso Na- das entidades gaúchas –, é seu maior capital para
cional da Associação Brasileira dos Institutos exercer, a partir de 1º de setembro, a sua gestão
de Previdência Estaduais e Municipais, ele foi à frente da Abipem. “Tenho certeza de que ele
eleito presidente da Abipem, a mais importante fará um excelente trabalho”, diz o atual presiden-
entidade representativa dos Regimes Próprios de te da associação, Demetrius Hintz. Segundo ele,
Previdência Social do Brasil. Um acontecimen- Valnei faz parte de um projeto que foi iniciado
to que ele nem sequer cogitou quando, dez anos seis anos atrás, ainda na gestão de Ronaldo Fi-
antes, foi escolhido pelo Sindicato para ser o gueiredo, depois pela de João Figueiredo e, mais
conselheiro do Instituto de Previdência de Novo recentemente, pela gestão dele, Hintz. “Na re-
Hamburgo, simplesmente porque a diretoria alidade, está ocorrendo uma reciclagem dentro
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créscimo violento. Eu acredito que isso esteja PN – Na sua gestão, o que o senhor pretende fa-
acontecendo por falta de conhecimento dos zer para atrair mais municípios para o RPPS?
prefeitos. Uma de nossas bandeiras de luta é VR – Nós temos uma base já consolidada de ações
juntar esse debate aos prefeitos municipais, da Abipem, que, através dos seminários regionais,
por meio das associações de prefeitos, para es- do congresso nacional e das atividades de apoio às
clarecer sobre os problemas que podem surgir associações, já vem atuando neste sentido. Quere-
a partir da extinção dos RPPS. mos potencializar esta ação com as associações es-
taduais, aproveitando toda a estrutura criada pelas
PN – No caso dos municípios que experimen- gestões anteriores da Abipem para criar uma rede
taram os regimes próprios e saíram, o que o se- de relacionamentos mais fortes. Vamos buscar um
nhor acha que aconteceu? relacionamento mais interativo com o Ministério
VR – A maioria desses municípios que entraram da Previdência e também com outros Ministérios
em processo de extinção dos regimes nem conhe- que tenham relação com a vida do servidor público,
ceu seu RPPS. O que acontece é que o prefeito as associações de prefeitos e as associações sindicais
toma posse em 1º de janeiro, vai analisar a dívida de servidores para, a partir daí, construir uma fren-
do município e vê um monstro de uma dívida te parlamentar formada por deputados e senadores
para o RPPS. Aí diz: “Poxa, que negócio é esse, em defesa do RPPS.
estou devendo para uma autarquia, para o pró-
prio município? Com esse recurso posso asfaltar PN – A Abipem já começou a fazer este conta-
tantas ruas, fazer escolas, etc. Vou extinguir”. to com deputados e senadores?
Só que, no momento em que ele extingue o VR – Sim. Recebi recentemente uma ligação de
RPPS, todos os benefícios que estão em pro- um deputado federal de Minas Gerais se colo-
cesso de concessão para os aposentados terão cando à disposição para construir esta frente.
Ele ficou sabendo desta ideia e quer participar.
Então, em dois ou três meses já queremos lançar
esta frente parlamentar. Hoje temos mais de 400
“Queremos lançar a projetos tramitando no Congresso Nacional re-
frente parlamentar em lacionados à Previdência, alguns extremamente
controversos. Queremos criar uma agenda única
defesa dos RPPS em que trate o RPPS de uma forma diferenciada.
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Aposta alta
Sinal mais firme de que os investimentos dos RPPS no
mercado financeiro e de capitais deverá ter crescimento
gigantesco nos próximos anos vem dos bancos e da
BM&FBovespa, que já intensificam ações e reorganizam
suas estruturas para atender à futura demanda
N
os últimos meses, vários bancos eventos de RPPS no passado, muitas vezes como
ampliaram suas ofertas de opções patrocinadores. Mas agora nós viemos para fi-
de investimento para os Regimes car”, diz Emílio Otranto Neto, gerente de De-
Próprios de Previdência Social senvolvimento e de Relações com Institucionais
(RPPS), principalmente depois da Resolução da BMF&FBovespa.
3790, de setembro do ano passado, que aumen- Terceira maior bolsa do mundo em valor
tou o leque de aplicações em renda fixa para o de mercado, com 470 empresas listadas, a
setor. Aqui e ali, novos produtos têm sido lan- BM&FBovespa identificou nos regimes pró-
çados e tanto gestores como representantes do prios um imenso potencial de mercado, a come-
mercado financeiro e do Ministério da Previ- çar pela “população” que reúne. “Os RPPS têm
dência Social têm defendido maior flexibilida- hoje algo como 8 milhões de participantes, ante
de ainda nas regras do mercado financeiro para 2,2 milhões de participantes da Abrapp (Asso-
o setor que, hoje, responde por um patrimônio ciação Brasileira da Entidades Fechadas de Pre-
estimado na faixa entre R$ 45 bilhões e R$ 46 vidência Complementar). Se você multiplicar
bilhões em ativos. Mas o sinal mais firme de que isso por quatro pessoas por família, você chega
o mercado financeiro e de capitais aposta em a 30 milhões de pessoas. Para nós, que queremos
crescimento gigantesco dos RPPS nos próximos popularizar o mercado de ações, este público é
anos apareceu no último Congresso Nacional da muito importante”, calcula Otranto Neto. Em
Abipem, realizado em junho em Salvador. Um termos de patrimônio, a BM&FBovespa não
desses sinais surgiu da BM&FBovespa, que já trabalha com uma estimativa fechada para os
havia participado de vários eventos da Abipem próximos anos, mas Otranto Neto cita projeções
mas desta vez anunciou o lançamento de um de mercado segundo as quais as curvas de RPPS
trabalho educacional específico para dar supor- e de entidades fechadas de Previdência Com-
te à expansão esperada para esta área. Outros plementar podem se encontrar em dez anos. E
indícios de que a aposta é alta apareceram nos a Abrapp, que hoje concentra R$ 520 bilhões
bancos, que, além dos novos produtos, expan- em patrimônio, está estimando chegar a R$ 1,3
dem seus departamentos específicos para RPPS trilhão em 2020, segundo ele.
e intensificam suas ações para captar investido- Diante destas perspectivas, a BM&FBovespa,
res neste mercado. “Nós participamos de vários que sempre desenvolveu projetos educacio-
26 | Julho/agosto 2010
BM&FBovespa: “A
gente enxerga um
potencial enorme no
setor de RPPS. Já é
grande e vai crescer,
e crescer muito”
Previdência Nacional | 27
28 | Julho/agosto 2010
Previdência Nacional | 29
Córdova, da Caixa:
“Como banco
público, é nosso
Foto: divulgação
dever trabalhar
pela expansão dos
RPPS no País”
tentar levar a esses outros 3600 municípios todo o é muito mais barato ter um RPPS do que per-
aparato técnico e a assessoria altamente especiali- manecer no regime geral e que o servidor vai se
zada que tem para incentivar a implantação dos re- aposentar por uma remuneração maior, vai en-
gimes próprios. “É o nosso dever, nossa obrigação, tender que tem esta alternativa e se interessar.”
atuar neste sentido”, diz Córdova. Será também uma oportunidade para mostrar
Ele explica que o foco maior das ações da Caixa que os municípios podem começar montan-
deve se voltar para as regiões Norte e Nordeste, do um fundo aproveitando a estrutura de que
que apresentam a menor relação entre o núme- já dispõem para depois criar efetivamente seus
ro total de municípios e os que possuem RPPS, regimes, ja que segundo Córdova, muitos muni-
com o Nordeste ainda mais carente que o Norte. cípios descartam a possibilidade de criar regimes
Um dos motivos para esta situação é cultural, diz por acreditarem que serão necessários grandes
ele, citando um exemplo: o Rio Grande do Norte investimentos em estrutura.
tem apenas cinco municípios com RPPS consti- Após essas reuniões, a Caixa pretende colocar à
tuído, enquanto Rondônia, Estado muito menor, disposição dos municípios a sua área técnica para
tem 22 regimes próprios. “Boa parte da população que sejam feitos estudos atuariais e seja dada
de Rondônia migrou do Sul, o que indica um peso toda a orientação necessária e assessoria para
forte do fator cultural, uma vez que naquela região que sejam criados os RPPS. “Ou seja, eles não
a questão da Previdência é muito arraigada por vão ficar na mão. Estaremos à disposição para
causa da influência europeia.” ajudar em todo o processo”, diz Córdova. Hoje
a Caixa conta com equipes de nível ge-
Caixa planeja intensificar ações rencial e técnico. Se um município, em
qualquer ponto do País precisar de as-
nas regiões Norte e Nordeste sessoria, um técnico será acionado para
30 | Julho/agosto 2010
Categorias
1. Empresas Privadas
através do site
2. Órgãos Públicos até 31/08/2010
3. Parceria Público/Privado
4. Prestadores de Serviço
5. Escolas de Educação Profissional
6. Internacional
apoio institucional
realização
ABRH-SP
Associação Brasileira de Recursos Humanos Organización Iberoamericana
de Seguridad Social
Integrante do Sistema Nacional ABRH
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
Inflação à
espreita
Tudo indica que nos próximos meses o cenário será de
alta de preços e juros, o que exigirá uma meta atuarial
mais elevada para os regimes próprios, que precisam
conseguir rendimento de IPCA ou INPC mais 6% ao ano
Carlos Vasconcellos
A
recuperação da economia brasileira sumo e custeio, e pouco em investimento. Com
foi além da conta. A alta de 2,7% isso, ele contribui negativamente com a poupan-
no PIB (Produto Interno Bruto) do ça nacional em 3% do PIB.” Para Débora Ro-
primeiro trimestre de 2010 deixa drigues, economista da Fator Administração de
para trás o período de desaceleração provoca- Recursos, apesar de uma certa deterioração nas
do pela crise financeira mundial. O risco agora contas fiscais, a dívida do País ainda se sustenta.
é outro: a volta da inflação. Economistas alertam “O crescimento acelerado do PIB ajuda a man-
que o País não está preparado para atender à de- ter a dívida pública num nível sustentável. Não
manda superaquecida, o que pode jogar a inflação há com o que se preocupar em 2010 e 2011.”
para fora da meta. Por causa disso, o Comitê de Portanto, tudo indica que nos próximos meses
Política Monetária do Banco Central, Copom, já o cenário será de alta de preços e juros, o que
subiu duas vezes a taxa de juros. Em junho, a Selic significa uma meta atuarial mais elevada para os
foi para 10,25%, passando da casa de dois dígitos regimes próprios de previdência, que precisam
pela primeira vez nos últimos doze meses. conseguir rendimento de IPCA ou INPC mais
“Esse crescimento da economia não é sustentável 6% ao ano. “Com as previsões de inflação em
nesse patamar porque a oferta não cresce nesse 5,6% para este ano, isso significa que, para bater
ritmo”, afirma Bernardo Wjunisky, consultor de a meta, os fundos de RPPS precisam de um ren-
macroeconomia da consultoria Tendências, em dimento de 11,6% em 2010”, observa o econo-
São Paulo. Segundo ele, se não houver ajustes, mista Paulo Di Blasi, professor de Finanças do
haverá inflação. “Nesse caso, você pode reduzir IBMEC-RJ e da Fundação Getulio Vargas.
a demanda com aperto monetário sobre o cré- Como os juros sobem para conter o repique in-
dito e com alta de juros”, diz. “Ou investir para flacionário, isso beneficia os investimentos pós-
aumentar a oferta da economia, o que é um pro- fixados, ou seja, que flutuam de acordo com a
blema estrutural.” taxa de juros. Só que essa opção foi limitada pela
Só que não basta querer investir. “O Brasil tem Resolução 3790, que regulamentou os investi-
um baixo nível de poupança, além de ter um mentos de regimes próprios, por isso os RPPS
governo que gasta muito e gasta mal”, continua não estão capturando os efeitos da alta recente
Wjunisky. “O setor público gasta muito em con- da Selic. “Os bancos começaram a entender me-
32 | Julho/agosto 2010
patamar porque a
oferta não cresce
nesse ritmo”
Previdência Nacional | 33
Débora Rodrigues,
da Fator: “Não
Foto: divulgação
há com o que se
preocupar em
2010 e 2011”
ríodo de estabilidade e por um ciclo de reformas mado “voo para a qualidade” – quando os inves-
iniciado nos anos 90. Mas apesar de defender tidores fogem do risco dos mercados emergentes
novas reformas, Wjunisky ressalta que o nível e buscam opções seguras em países desenvolvidos
de crescimento potencial da economia brasileira – parece quase inevitável. “Os investidores tendem
hoje não é de todo mau. “Do ponto de vista do- a adotar posturas bem mais conservadoras em
méstico temos muita demanda e estamos melho- suas aplicações”, diz. Ele ressalta, no entanto, que
res que muitos outros países”, diz o consultor. o Brasil, mesmo em tal contexto, “segue no radar
das preferências dos investi-
dores externos, devido tanto
Em junho, até o dia 17, os fundos atrelados à solidez de seus fundamen-
ao IMA apresentavam rendimentos que tos econômicos, quanto pelo
potencial de lucratividade de
variavam de 0,40% a 1,10% no mês suas empresas”.
“Caso se compare os múl-
Mas se as coisas vão bem no cenário interno, a tiplos de ações no Brasil com o de outros pa-
crise na Europa reacende o temor de um novo íses emergentes, a diferença é flagrante. Temos
freio na recuperação da economia global. Será uma das melhores relações P/L (preço / lucro)
que o Brasil está blindado contra essa influência e também uma das melhores relações de retorno
externa? Ou a crise europeia pode provocar fuga via dividendos e juros sobre capital. Além disso,
de capitais dos mercados emergentes, causando nossas empresas serão menos afetadas pela crise
tremores por aqui? internacional e tendem a entregar bons resulta-
“Nem bem tínhamos começado a sair da crise dos neste e nos próximos anos” – afirma o eco-
do subprime, de 2008, e ingressamos em outra, nomista da Ágora.
tão ou mais complicada do que a primeira, a cri- Para Di Blasi, o Brasil não está blindado contra
se do déficit fiscal e endividamento de países a influência externa, mas sim, amortecido. “Apesar
da Europa. O mundo dos investimentos em das restrições externas, a dinâmica interna da eco-
mercados de risco não anda, ultimamente, lá nomia compensa”, diz. “A economia brasileira pas-
muito fácil de se prever”, afirma Alvaro Ban- sa por um bom momento, que, esperamos, não seja
deira, economista chefe da Ágora Corretora, um espasmo, e sim um ciclo duradouro.”
que aponta o adiamento na tomada de deci- Wjunisky, por sua vez, acredita que a crise euro-
sões coordenadas, por parte dos países e orga- peia deve reduzir o crescimento no continente,
nismos multilaterais, como agravante. mas não vê a possibilidade de uma nova quebra
Na opinião de Bandeira, ante tal cenário, o cha- no setor bancário internacional, como a que
34 | Julho/agosto 2010
Crise na Europa
reacende temor
de novo freio na
recuperação da
Foto: divulgação
economia global
aconteceu em 2008, com a falência do Lehmann seria gradativamente afetado pelos aspectos fiscais
Brothers. “Isso poderia afetar a economia mais e microeconômicos, como a tendência à estatização
fortemente, pois afetaria os canais de crédito in- da economia, pela pouca disposição em tocar refor-
ternacionais”, diz. Mas o consultor lembra que mas importantes e por pequenos ‘assassinatos’ que
o Brasil – com seu forte mercado interno – não aumentam a dívida pública.”
é tão dependente da economia internacional. “A No caso de vitória de José Serra, haveria alguma
crise que temos hoje não chegaria a atingir o volatilidade no começo, afirma Wjunisky. “Ele
crescimento potencial brasileiro.” não faria grandes mudanças, mas haveria espe-
Já para Débora Nogueira, da Fator, o aperto fis- culação e possibilidade de alguma intervenção
cal na Europa deve durar de cinco a dez anos, mas no câmbio e nos juros, por exemplo”, diz. “De-
não há risco de ruptura na Zona do Euro. “Vamos pois, o mercado tenderia a se ajustar.” No aspecto
ter um período de ajuste fiscal em todo o mundo”, microeconômico, o consultor acredita que Serra
prevê. No Brasil não será diferente em 2011, qual- teria mais potencial para conseguir um cresci-
quer que seja o vitorioso nas eleições deste ano. O mento econômico de melhor qualidade.
importante é medir o tamanho do ciclo de ajuste.
“O começo do ajuste é sempre confuso e o mercado
de ações costuma reagir mal no princípio”, diz ela,
Para analistas, Brasil tem
ressaltando que o último ciclo de alta da Selic já foi recursos para contornar
absorvido pela bolsa. “Definitivamente, a tendên-
cia é boa no longo prazo. A relação preço/lucro efeitos da crise européia
abaixo de 10 está muito aquém da série histórica
e, passada a volatilidade, em dois ou três meses, “Ambos os processos, de deterioração ou de melho-
surgirão boas possibilidades.” ra, são lentos e demora até sentirmos seus efeitos”,
Para os próximos anos, Wjunisky, da Tendências, ressalta o consultor. “O risco é não percebermos o
traça dois cenários prováveis: um para a vitória de que está acontecendo.” No entanto, o cenário conti-
Dilma Rousseff e outro para a vitória de José Serra. nua positivo com qualquer dos dois candidatos. “No
“Caso Dilma seja vitoriosa, está mantido o tripé da curto prazo, o otimismo continua com Dilma, com
estabilidade macroeconômica: metas de inflação, investimento estrangeiro direto impulsionando o
câmbio flutuante e responsabilidade fiscal”, diz o mercado de renda variável”, diz Wjunisky. “Nos dois
consultor. “No entanto, o potencial de crescimento casos, o prêmio para o investidor seria bom.”
Previdência Nacional | 35
Ilusração: Nakata
36 | Julho/agosto 2010
Justiça rápida
Lei determina que os Estados criem, até dezembro de
2011, Juizados Especiais de Fazenda, que vão acolher causas
previdenciárias, mas os regimes próprios já devem começar
a se preparar para as mudanças
Carlos Vasconcellos
Q
uem dá o alerta é a advogada Melis-
sa Folmann, diretora da Associação
Nos juizados especiais, há menos
Brasileira de Direito Previdenciário recursos e os processos tramitam
(ABDP): o Poder Judiciário dos
Estados deve criar Juizados Especiais de Fazenda muito mais rapidamente
pública até dezembro de 2011 para acolher proces-
sos envolvendo Estados e municípios nos mesmos próprios de Previdência devem se preparar desde
moldes do Juizado Especial Federal de Fazenda já para as mudanças que os juizados vai trazer”,
Pública. A determinação consta da Lei 2.153, de diz Melissa.
22 de dezembro de 2009. Por enquanto, nenhum No entanto, grande parte dos gestores desconhe-
desses juizados foi instalado e o processo anda ce o fato. “Tenho participado de muitos eventos
meio lento, mas será inevitável. “E os regimes ligados ao setor de RPPS e poucas pessoas sabem
Previdência Nacional | 37
do que se trata”, afirma Melissa. “Quando o pra- te como aconteceu em 2002, quando começou
zo se esgotar, a mudança vai acontecer da noite a funcionar o Juizado Especial de Fazenda Fe-
para o dia e eles estarão despreparados.” É que deral”, aposta. “Hoje o trabalhador que tem uma
nesses juizados, explica a advogada, o processo disputa contra o INSS pode recorrer ao Juizado
tramita bem mais rápido e com menos recursos. Federal, mas se a pendência é relativa ao Estado ou
“Os institutos precisam se capacitar em processo município, só resta recorrer à Justiça comum, onde
civil nos Juizados de Fazenda Pública. Caso con- o processo é muito mais longo”, explica. “Muitos
trário, poderão perder causas por simples erros servidores chegam a desistir de suas reivindicações
processuais”, alerta. e se aposentam por um valor menor por causa
dessa demora. No Paraná, por
Não há a alternativa de pedir uma ação exemplo, esses processos podem
durar até dez anos.”
rescisória para rever uma decisão A criação dos novos juizados é
responsabilidade dos Tribunais
Uma das diferenças principais é que nos juizados de Justiça estaduais, mas nenhum deles foi im-
especiais não é possível pedir uma ação rescisória plantado até agora. A instância de recursos do
para rever a decisão. Essa ação pode ser pedida novo juizado também terá de ser apontada pelo
na Justiça comum dois anos depois da decisão TJ e funcionários teriam de ser remanejados
final transitar em julgado, quando uma das partes do tribunal para o juizado, pois não haveria
aponta um possível erro de julgamento. “É muito concurso público para criar novas vagas. A ad-
comum entre os regimes próprios usar esse recur- vogada observa que há uma série de questões
so: um servidor entra na Justiça com um pedido de a responder em cada Estado antes da criação
aposentadoria contando um tempo de serviço rural do juizado. “Vai ser informatizado? Vai usar a
pelo qual ele nunca contribui. Ele ganha a aposen- estrutura do próprio TJ estadual ou vai preci-
tadoria e, anos depois, o RPPS descobre o erro e sar de uma sede própria? Tudo vai depender da
pede a rescisória”, exemplifica Melissa. demanda de cada Estado”, diz. “É um processo
“Nos juizados especiais isso não será mais pos- moroso e que exige recursos que muitos tribu-
sível: se você descobrir um erro depois do jul- nais de Justiça nos Estados não têm”, continua
gamento, não há mais possibilidade de corrigir”, Melissa. Ela acredita que a instalação pode ser
avisa a advogada. Ela explica ainda que os insti- acelerada se houver interesse dos Estados em
tutos devem se preparar para eventuais derrotas buscar recursos para isso. “Mas isso vai depender
nesses julgamentos. “Se tomarmos como parâ- muito de vontade política.”
metro o Juizado Especial Federal, o governo em Melissa lembra também que, se o prazo para a cria-
geral perde essas ações”, observa. ção dos juizados não for cumprido, qualquer um
As novas cortes irão receber qualquer disputa poderá entrar com uma ação pedindo sua instala-
envolvendo o Poder Executivo de Estados e Mu- ção imediata, de acordo com a lei. “A ação pode
nicípios, e suas respectivas autarquias, desde que ser movida pelo Ministério Público, pela OAB
limitadas a 60 salários mínimos, o que incluiria (Ordem dos Advogados do Brasil), por um sin-
grande parte das disputas judiciais entre institu- dicato ou mesmo por qualquer cidadão. Alguém
tos de regimes próprios e trabalhadores que hoje vai tomar a frente, é uma questão social”, diz. “E a
vão parar na Justiça comum. “Cerca de 40% do responsabilidade administrativa caberá a quem não
volume de ações previdenciárias se encaixa nesse cumpriu o que estava determinado pela lei”, diz.
limite”, afirma a advogada. No entanto, para Lúcia Vieira, presidente da da
Melissa acredita que a demanda será grande. Associação Paulista de Entidades de Previdên-
“No momento em que os juizados começarem cia do Estado e dos Municípios (Apeprem), não
a se instalar, vai haver muita procura, exatamen- há motivo para alarme. “Aqui em São Paulo, por
38 | Julho/agosto 2010
Previdência Nacional | 39
Fechando
as torneiras
Crise fiscal da Grécia contagia a Europa, provoca
cortes de benefícios previdenciários em vários países
do continente e põe em xeque a sobrevivência do
Welfare State
Carlos Vasconcellos
Ilustração: Nakata
40 | Julho/agosto 2010
Previdência Nacional | 41
gerações’, com mais velhos querendo manter submeter ao garrote vil da Previ-
dência se os benefícios serão cada
benefícios e mais jovens, contribuir menos vez menores; e os aposentados
lutam para manter seu padrão de
os países vão querer mantê-lo”, diz. “Mas isso vai vida e consumo atuais.”
exigir cada vez mais sacrifícios da sociedade.” “Uma configuração perniciosa para quem tra-
Kasznar vê o ajuste previdenciário como parte de balha e para quem se aposenta”, acrescenta
um problema de estrutura da economia da Europa. Félix. Para ele, a crise pode ter consequências
“Temos uma economia que cresce de 1% a no má- políticas graves, até mesmo com o avanço do extre-
ximo 3% ao ano, com uma população que enve- mismo político na Europa. “Teremos sérios confli-
lhece e uma dificuldade cada vez maior de criar tos sociais à vista”, prevê. “A Previdência e o estado
novos empregos, enquanto o avanço da tecnolo- de Bem-estar Social são amortecedores. Basta lem-
gia elimina vagas”, diz. “Desse modo, a capaci- brar que o primeiro sistema de Previdência criado
dade de contribuição cai, enquanto os benefícios no século 19, na Alemanha, foi usado por Bismarck
sobem. A conta simplesmente não fecha e não para conter o avanço do socialismo.”
há saída para esse impasse nos próximos anos.” Para Kasznar, a tensão social já está aí, nas greves
É que, apesar de dolorosas, as propostas de cor- e nas manifestações de rua nas principais capitais
tes apresentadas pelos europeus são insuficientes do continente. Segundo o economista, está na mão
para resolver a questão, avalia Kasznar. “As me- dos políticos decidir o rumo da guerra de gerações
Foto: divulgação
didas apresentadas pela Grécia, Portugal, França que se instalou na Europa. “Para eles, o que impor-
e Itália são fracas”, diz. “Os planos de ajuste pe- ta é se reeleger”, diz. “Por isso, cobrar a conta do
cam pela falta de medidas fiscais mais restritivas. trabalhador é mais difícil. Já o aposentado é visto
Kasznar, da FGV: crise europeia é A Alemanha apresenta a situação mais equili- como uma pessoa chegando ao fim da vida, quase
grave e será duradoura brada.” A França, por sua vez, está num impasse. em vias de extinção”, observa. “O problema é que
“É o país que terá a maior dificuldade em manter eles são cada vez mais numerosos e têm um peso
seu sistema de proteção social: tem a menor jor- cada vez maior no consumo presente.”
42 | Julho/agosto 2010
O poder do
eleitorado grisalho
Jorge Félix
O
nde estão seu pai e sua mãe?” Esta estabelecerá vários desafios para a economia brasileira Jorge Félix, 42 anos,
pergunta foi feita aos candidatos a na metade do século XXI.Parece um futuro longínquo, é jornalista e Mestre
em Economia Política
presidente dos Estados Unidos. To- mas estamos falando em apenas 20, 30 anos. Em
pela PUC-SP, onde
dos - inclusive Hillary Clinton du- termos de adoção e resultados de políticas públicas, é integra o Núcleo
rante a pré-campanha para escolha do concorrente um prazo muito pequeno. de Pesquisas para
pelo Partido Democrata - gravaram comerciais ao O idoso de hoje está razoavelmente protegido por o Desenvolvimento
lado de seus pais para atrair a confiança dos eleito- uma rede de seguridade social. A preocupação Humano (PDH)
res com mais de 65 anos. Os democratas fizeram é o idoso do futuro. Como o Brasil pode
um imenso trabalho prévio com Hillary para ga- garantir condições para manter sua população
rantir parte dos votos dos 37,3 milhões de ameri- economicamente ativa em um patamar razoável
canos (12,4% da população) com 65 anos ou mais. para diminuir a taxa de dependência entre idosos e
Embora ela levasse vantagem nesta parcela do elei- jovens. O que o próximo presidente teria que fazer
torado em relação a Barack Obama, pesquisas do para ampliar a empregabilidade do brasileiro idoso
instituto Zogby garantiam que 59% do eleitorado daqui a 30 anos? Qual o sistema de Previdência
idoso jamais votaria nela. De fato, esse eleitor foi que precisamos construir?
mais fiel aos republicanos. O debate eleitoral,por enquanto,está encarcerado no
A longevidade, definitivamente, passou a ocupar a tema dos programas sociais, quase exclusivamente
pauta política. Num país onde a expectativa de vida entre quem vai continuar ou não o Bolsa Família?
era de 47 anos em 1900 e hoje bate em 77 anos, No entanto, a dinâmica populacional é que
no qual a cada 7.6 segundos um americano nascido estabelecerá as condições do desenvolvimento
entre 1946 e 1964 – no famoso babyboom do pós- econômico e os entraves vão muito além da
guerra – chega aos 55 anos, a população idosa dá as continuidade de transferência direta de renda –
cartas no processo político. que se mostrou importante no início deste século.
Não é exclusividade dos Estados Unidos. É uma A manutenção e a intensidade da diminuição da
realidade mundial. No Japão também foi assim. Na desigualdade de renda, verificada desde 1994, está
Europa, há muito tempo. Logo, as conseqüências relacionada ao envelhecimento da população.
da nova política econômica da região do euro – o Saúde preventiva, planejamento urbano, educação,
desmonte do Estado de Bem-estar Social – que investimento em ciência e tecnologia, além de
está em curso produzirá fenômenos políticos no genética, são alguns dos temas relacionados com
futuro próximo. o nosso desenvolvimento econômico quando o
No Brasil, com 11% da população com 60 Brasil estiver de cabelos brancos – por enquanto,
anos ou mais e em processo de envelhecimento estamos apenas grisalhos. Mas o político que quiser
moderadamente avançado, o tema do bem-estar ganhar a eleição, daqui para a frente, terá que
da população idosa deveria estar mais presente reconhecer que, cada vez mais, o voto grisalho
no debate presidencial. Não apenas na questão da está ampliando seu poder no total do eleitorado.
Previdência Social, sempre abordada pela visão Nesta eleição, o eleitor com 60 anos ou mais já
fiscalista e menos no que ser refere à manutenção do representa mais de 10% – sendo que mais de 2%
poder de compra do aposentado. O envelhecimento tem idade acima dos 79 anos.
Previdência Nacional | 43
Inverno quente
Municípios do litoral brasileiro criam roteiros de turismo,
eventos, shows e festivais gastronômicos para contornar
a retração econômica provocada pelo fim da temporada
de verão
Sérgio Guedes
44 | Julho/agosto 2010
E
stradas lotadas, praias abarrotadas,
filas em supermercados... O verão
Desafio dos municípios é criar
sempre movimenta as praias bra- campanhas em que o foco sai da
sileiras e a presença dos turistas se
torna o principal impulso para a economia das associação direta com as praias
cidades do litoral do país. Contudo, ao fim dos
meses mais quentes do ano, a queda na presença viços em geral sofra ainda mais, as cidades do
dos banhistas passa a ter impacto não apenas nos litoral se organizam para garantir fluxo constan-
setores que lidam diretamente com o turismo, te de turistas também no frio. A ideia é que, ao
mas também em toda a economia local. Para se menos no turismo, o inverno também seja quen-
ter uma ideia das perdas, a secretaria de Bertioga te na praia.
estima que, entre a alta temporada e o inverno, a “Cada município cria eventos específicos para
queda no movimento de visitantes esteja na casa esse período. Muitos tentam trazer também
dos 70% a 80%. Para evitar que o setor de ser- convenções, já que contam com rede hoteleira
Previdência Nacional | 45
Em Santos, passeios
culturais por regiões
históricas, como
a Bolsa do Café,
servem de atrativo
nos meses de frio
46 | Julho/agosto 2010
capacitada, como é o caso de Santos”, explica tam em outras direções para vencer os proble-
Vanilson Fickert, diretor da divisão de Serviços mas provocados pela sazonalidade do turismo.
e Informações da Secretaria de Esporte, Lazer Em Bertioga, no litoral norte de São Paulo, por
e Turismo do Estado de São Paulo. Ele lembra exemplo, a secretaria de turismo tem desen-
o exemplo de Gramado, na Serra Gaúcha, que volvido trabalhos para fortalecer outras atra-
recebia grande quantidade de turistas no inver- ções turísticas, como ecoturismo e turismo de
no e se tornou um destino bastante procurado aventura, diz Rodrigo de Lacerda Guerreiro,
também nos meses de dezembro e janeiro, com agente da Secretaria de Turismo de Bertioga.
o Natal Luz. “Esse período também se tornou No Paraná o plano é semelhante.
de alta temporada lá, e esse é o exemplo a ser “Fizemos um estudo sobre o potencial do eco-
tomado pelas cidades do litoral”, aponta. turismo para superar essa realidade da sazona-
“Não ficamos a dever em nada para Gramado”, lidade. Também estamos desenvolvendo rotas
ressalta Mário Henrique Benfica, secretário- de turismo de aventura. Com esse mapea-
executivo da Associação dos Municípios do Li- mento podemos realizar uma divulgação mais
toral Norte do Rio Grande do Sul (Amlinorte). direcionada em feiras segmentadas”, explica
“Estamos em uma região privilegiada, com mar, Gnata. Ao todo, segundo o diretor presiden-
lagoa, serra. O importante é promover a cons- te, a Adetur Litoral realiza entre sete e 10
cientização das cidades sobre a necessidade de eventos por ano pelo País e também na Ar-
buscar esses diferenciais, pensar e fazer grande”, gentina e no Uruguai para divulgar as bele-
afirma Benfica. zas e os destinos do litoral paranaense.
No Paraná, a capacitação dos empresários é tam- Além dos atributos naturais complementares à
bém a aposta para atrair turistas ao litoral du- praia, como a proximidade com a Mata Atlân-
rante o inverno. O Estado, que conta com uma tica, as cidades do litoral de São Paulo e do Pa-
agência de desenvolvimento para o turismo raná podem ainda recorrer a outros expedientes,
sustentável especificamente na região, a Ade- como atrair atletas de fim de semana e aqueles
tur Litoral, promove, em parceria com o Sebrae em buscam atrações mais radicais, como adeptos
(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Em- de voos livres. “Apostamos também no turismo
presas), núcleos de atendimento e apoio aos náutico, já que a região é privilegiada. Parana-
empresários locais. “Buscamos com isso quali- guá, por exemplo, está organizando um encontro
ficar melhor a recepção de turistas. Só na Ilha de veleiros. A vantagem é que, como as cidades
do Mel tivemos turmas com 33 empresários estão perto de Curitiba, muitos que vêm em bar-
inscritos”, comemora o diretor presidente da cos podem deixá-los em Paranaguá para visitar
Adetur Litoral, Carlos Cesar de Paula Gnata. a capital. Nesse período, acabam conhecendo a
“A partir desses núcleos, há uma conscientiza- cidade do litoral”, conta Gnata.
ção para essa busca pelo diferencial”. Há também a possibilidade de estimular o turis-
Um dos grandes desafios das cidades do litoral mo cultural. “Em Santos há um centro histórico
para atrair turistas é exatamente criar campanhas que está totalmente revigorado e é um destino
cujo foco sai da associação direta com as praias. bastante procurado – caso de bares, da Bolsa
Enquanto as cidades nordestinas, mais quen- do Café e do bonde. É uma opção para o in-
tes, acabam atraindo turistas – inclusive es- verno. As pessoas não precisam ir às cidades do
trangeiros – durante o ano todo, assim como o litoral apenas por causa das praias”, diz Fickert.
Rio de Janeiro, os municípios litorâneos mais No campo do turismo cultural, Fickert também
ao sul, cujos principais visitantes vêm das capi- aponta as feiras folclóricas e os shows de música
tais e do interior dos respectivos Estados, apos- como iniciativas interessantes para as cidades li-
Previdência Nacional | 47
Eventos típicos,
como a Festa
da Tainha, em
Bertioga (SP), já
Foto: divulgação
se consolidaram
como atração
turística no inverno
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Fotos: Teclando
do turismo acaba por colocar as cidades do litoral do-se essa idéia às outras iniciativas adotadas
paranaense numa espécie de vanguarda em rela- para atrair os turistas mesmo no inverno, as
ção aos outros Estados do Sul/Sudeste. Enquanto cidades litorâneas esperam que os meses sejam Festa do Divino é
em São Paulo, por exemplo, cada cidade litorânea quentes, ao menos para a economia. “Agora um dos destaques
é responsável por desenvolver sua própria estraté- é rezar para não chover, porque o frio, com a nas praias do litoral
gia para atrair visitantes, a Adetur Litoral tenta, chuva, pode nos prejudicar bastante. Não basta paranaense em julho
por intermédio de parcerias, facilitar ainda mais o só trabalhar, tem de ter um acordo com São
deslocamento de turistas para as praias do Estado Pedro também”, brinca Gnata.
Ilha do Mel,
no Paraná:
capacitação de
empresários
locais para buscar
estratégias de
crescimento no
inverno
Foto: Teclando
Previdência Nacional | 49
Aprender a
se aposentar
Cursos de preparação para a vida após a
aposentadoria ajudam servidores na descoberta de
um novo caminho após a mudança na rotina
A
hora de se aposentar após uma vida de vidade e abrir uma série de perspectivas na nova
trabalho é bastante difícil. Incertezas etapa da vida.
financeiras e sociais convivem com a “O curso me ajudou a descobrir coisas de que eu
indagação: “E agora, o que eu vou também gostava e hoje trabalho com podologia,
fazer?”. Para aliviar esse período de transição, algo que gosto muito de fazer”, conta Helena
e em cumprimento ao que determina o capí- Toshiko Nishimura, assistente Gestão de Políti-
tulo IV, artigo 28, do Estatuto do Idoso, órgãos cas Públicas da Prefeitura de São Paulo aposen-
públicos oferecem cursos de preparação para a tada. “Acho que sem essa oportunidade eu estaria
aposentadoria a servidores que estejam próximos perdida”, afirma. Segundo ela, não foi apenas em
desse momento. A experiência, segundo os ser- razão do estímulo para buscar uma nova carreira
vidores que participaram dos programas, além de que o curso foi importante. “Fiz amigos. Com al-
ajudar a tornar mais aceitável a drástica mudança guns até hoje mantenho contato”, afirma. Dirce Eli
de rotina que ocorre após a saída o trabalho, aju- Coelho, funcionária do departamento de ensino da
da a descobrir caminhos para se manter em ati- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
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Previdência Nacional | 51
Em SC, curso inclui palestras muita preocupação com o que fariam após
deixarem seus postos, a saudade dos cole-
sobre temas que vão de nutrição gas e a falta da rotina de trabalho. “Achei
que ia perder as minhas amigas”, admite
a planejamento financeiro Helena Nishimura. De acordo com a secre-
taria, “o PPA tem como eixo de discussão os
Departamento de Saúde do Servidor, vincu- aspectos psicossociais, o envelhecimento sau-
lado à Coordenadoria de Gestão de Pessoas, da dável, a importância de se pensar e elaborar um
Secretaria Municipal de Modernização, Gestão novo projeto de vida, o lazer, o desenvolvimento
e Desburocratização da Prefeitura da capital de uma nova atividade ou ocupação, o planeja-
paulista. Segundo a secretaria, a ideia do pro- mento financeiro, legal, pessoal e familiar deste
grama surgiu em decorrência da observação novo período ”. Atualmente, a secretaria estuda
de funcionários de que os servidores que es- formas de desenvolver programas do gênero para
tavam perto da aposentadoria demonstravam servidores de toda a Prefeitura.
Dois “cases” de
regimes próprios
Programas de Preparação para Aposentado- quando passam a conhecer seus direitos
ria tiveram dois “cases” apresentados durante previdenciários. É um trabalho de humani-
o Congresso Nacional da Abipem, em Salva- zação nos direitos previdenciários.”
dor, em junho. Um dos casos foi apresentado Outro projeto de pré-aposentadoria apresen-
por Antônio Mário Carneiro Pereira, diretor tado no Congresso foi o da Bahia. Em sua
de benefícios previdenciários do Instituto de palestra, Daniella Souza de Moura Gomes,
Previdência do Servidor Municipal de Dia- superintendente de Previdência da Secreta-
dema, que falou sobre o programa desenvol- ria da Administração do Estado da Bahia,
vido pelo Ipred. “A gente observou que sur- contou que o “Prepare-se” começou a ser
gem vários problemas após a aposentadoria. desenvolvido em 2008 e consiste na realiza-
Muitos servidores, por exemplo, têm dificul- ção de palestras, oficinas, exposições, oferta
dade para se adaptar à rotina de inatividade de serviços e encontros para servidores com
e querem voltar ao trabalho. Há também os possibilidade de se aposentar em um perío-
casos em que a mudança no padrão de vida do de dois anos, em parceria com uma rede
acaba levando o servidor a se endividar, por de instituições públicas e privadas, de forma
exemplo”, conta Pereira. Com base em cons- a oferecer uma abordagem multidisciplinar
tatações como esta, e em conformidade com em todas as áreas que estejam relaciona-
a Legislação do Idoso, o programa prevê um das a este momento da vida do servidor.
trabalho de orientação sobre os aspectos O trabalho é desenvolvido em encontros
financeiros e sociais da aposentadoria, os periódicos, com duração de alguns dias. Já
direitos previdenciários e questões refe- foram realizadas cinco edições - três delas
rentes à saúde do servidor. “O resultado em Salvador, uma em Ilhéus e uma em Vi-
que a gente percebe é que eles se sentem tória da Conquista -, reunindo cerca de 550
valorizados em todos os aspectos, desde os participantes. Também neste caso, segundo
psicossociais, que aparecem no começo da Daniella, o trabalho desperta o sentimento
preparação para a aposentadoria, até o final, de valorização nos servidores.
52 | Julho/agosto 2010
Confira o comportamento
das aplicações
Esta é a terceira edição do estudo relativo ao desempenho dos fundos destinados a regimes
próprios de Previdência, fruto de uma parceria entre a revista Previdência Nacional e a
Somma Investimentos. O levantamento se propõe a fornecer uma visão ampla da indústria
de fundos adequados a Resolução 3790/09 - os fundos que são elegíveis para os RPPS. As
alterações introduzidas pela Resolução 3790/09 trouxeram significativas mudanças para o
conjunto de fundos destinados aos RPPS e o acompanhamento periódico dos fundos de in-
vestimento tornou-se importante para a tomada de decisão dos gestores. Podemos citar como
exemplo o fato de que a aplicação dos recursos em fundos com parâmetro de referência ao Índice
de Mercado Andima (IMA) introduziu um conceito no segmento de renda fixa que até então
era exclusivo do segmento de renda variável, a volatilidade.
Ressaltamos que o estudo não se constituiu em um ranking, embora a ordem de apresentação
seja dada pela rentabilidade. Para a elaboração de um ranking é necessário definir medidas
de risco e retorno que serão comparadas, além do intervalo de tempo a ser utilizado. Muitos
fundos vinculados ao IMA não possuem um histórico mínimo para uma avaliação consistente
de seus resultados. O estudo abrange indicadores que envolvem tanto a evolução patrimonial
quanto a rentabilidade e volatilidade dos fundos de investimento. Os indicadores utilizados
no quadro são a rentabilidade, a volatilidade e o índice de Sharpe dos últimos 12 meses. Op-
tamos pela utilização deste índice com o objetivo de fornecer ao leitor um indicador que acom-
panha os retornos ajustados pelo risco para os fundos. Em um cenário de elevação da Taxa
Selic, a marcação a mercado eleva consideravelmente a volatilidade dos ativos, e isto se reflete
nos fundos, por isto entendemos ser importante um acompanhamento da volatilidade. Nesta
edição apresentamos uma breve explicação sobre o funcionamento de cada classe de ativos
acompanhada pelo nosso ranking. Para concluir, esperamos que este estudo sirva de fonte de
informações e orientação aos gestores dos RPPS para dar suporte às decisões sobre as aplicações
dos recursos previdenciários.
Referenciados
Esta é uma categoria de fundos que, por força cumulativamente: I - Ter 80%, no mínimo, de
de regulamento, são referenciados a indicadores seu patrimônio líquido representado, isolada ou
de desempenho, os chamados benchmarks. Es- cumulativamente, por a) Títulos do Tesouro Na-
tes fundos devem atender às seguintes condições cional; b) Títulos ou valores mobiliários de renda
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Ações
Os fundos de ações constituem-se em fundos que representem direta ou indiretamente as
que investem diretamente, ou indiretamente, ações. Podem ser referenciados a índices de
em ativos que representam partes de empre- desempenho das ações tais como o Ibovespa
sas, isto é, ações. As ações são a menor fração ou IBX, ou podem possuir estratégias espe-
do capital social de uma empresa, e podem cíficas, de acordo com sua política de investi-
ser de dois tipos: as ordinárias, que conferem mento. Seu desempenho é determinado pela
direito ao voto para seus detentores nas as- evolução das variáveis macroeconômicas, tais
sembléias de acionistas, e as preferenciais, que como taxa de juros, taxa de câmbio e inflação,
concedem preferência no recebimento de par- e pelos lucros das empresas investidas, pela
te dos lucros através de dividendos. Os fundos expectativa de lucros destas empresas e, con-
de ações devem aplicar no mínimo 67% do sequentemente, a distribuição destes lucros
seu patrimônio líquido em ações ou ativos através dos dividendos, aos acionistas.
Renda fixa
Os fundos de renda fixa são aqueles que investem doméstica ou índices de inflação, ou ambos. Estes
em ativos denominados ativos de renda fixa. Es- ativos podem ser pré-fixados ou pós-fixados. Os
tes ativos têm como principal característica o fato ativos pré-fixados têm por característica o fato de
de que seu rendimento e risco estão diretamente que no momento da compra o rendimento no ven-
associados à variação da taxa de juros doméstica cimento do ativo é conhecido. No caso dos ativos
ou de índices de inflação, ou ambos. Os fundos pós-fixados, embora o rendimento do ativo até o
de renda fixa devem possuir em sua estrutura de vencimento não seja conhecido no momento da
ativos, obrigatoriamente, 80% (oitenta por cento) compra, o parâmetro que determina este rendi-
da carteira em ativos relacionados diretamente, ou mento é, como por exemplo, a variação da taxa de
sintetizados, via derivativos, ao fator de risco que juros Selic, ou dos índices de inflação relacionados
fornece nome e classe do fundo, isto é, taxa de juros aos ativos presentes no fundo de Renda Fixa.
Previdência Nacional | 55
Multimercados
Os fundos multimercados são fundos de in- semelhantes no mesmo mercado (ações ordiná-
vestimento que não possuem obrigação de rias e preferenciais), ou até de distorções entre
concentração mínima em nenhuma classe de preços de moedas de diferentes países. Além
ativos financeiros. Os limites para aplicações disto, alguns fundos nesta categoria podem uti-
dos recursos do fundo em diferentes mercados lizar estratégias de investimento que impliquem
e a adoção de diferentes estratégias de inves- alavancagem significativa da carteira. Para esta
timento são definidos pela política de investi- classe de fundo vale, mais do que em qualquer
mento do fundo. Estes fundos costumam uti- outra classe, o famoso binômio da teoria do
lizar a liberdade de alocação para obter retornos portfólio, que trata de risco & retorno. Quanto
nos mais variados mercados. Desde movimentos mais arrojada e agressiva a estratégia do fundo
das variáveis macroeconômicas (taxa de Inflação, multimercado, maior a possibilidade de retornos
taxa de juros e taxa de câmbio), passando por elevados e, consequentemente, maior o risco as-
significativas diferenças de preços entre ativos sumido pela carteira do fundo.
REFERENCIADOS
Nome Classificação Anbid Benchmark Início do
fundo
CDI
IPCA
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As informações foram obtidas a partir de fontes públicas ou privadas consideradas confiáveis, cuja responsabilidade pela correção e veracidade não é assumida pela
QUANTUM, pelo titular desta marca ou por qualquer das empresas de seu grupo empresarial. As informações disponíveis, não devem ser entendidas como colo-
cação, distribuição ou oferta de fundo de investimento ou qualquer outro valor mobiliário.
Fundos de investimento não contam com a garantia do Administrador do fundo, Gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor
de Créditos FGC. Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e
regulamento do fundo de investimento. Os valores exibidos estão em Real (BRL).
Fonte: Quantum Axis.
Previdência Nacional | 57
Ações
Nome Classificação Anbid Benchmark Início do
fundo
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Previdência Nacional | 59
Ações (continuação)
Nome Classificação Anbid Benchmark Início do
fundo
SAFRA SMALL CAP FI AÇÕES Ações Small Caps Não definido 11/09/2003
SAFRA ISE FI AÇÕES Ações Sustentabilidade/Governança Não definido 23/01/2006
BB RPPS GOVERNANÇA FI AÇÕES PREVIDENCIÁRIO Ações Sustentabilidade/Governança Ibovespa 10/06/2009
SANTANDER PIBBS IBRX 50 FI AÇÕES PIBB Cota de PIBB 12/09/2005
Ibovespa
IBX
IBX-50
RENDA FIXA
Nome Classificação Anbid Benchmark Início do
fundo
60 | Julho/agosto 2010
Previdência Nacional | 61
IGP-M
IMA Geral
IRF-M
Multimercados
Nome Classificação Anbid Benchmark Início do
fundo
BRADESCO GOLDEN PROFIT CONSERVADOR FIC MULTIMERCADO Balanceados Não definido 28/11/1996
BRADESCO GOLDEN PROFIT MODERADO FIC MULTIMERCADO Balanceados Não definido 08/07/1997
BRADESCO GOLDEN PROFIT DINÂMICO FIC MULTIMERCADO Balanceados Não definido 01/07/1997
IB INSTITUTIONAL ACTIVE FIX FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas CDI 09/01/2002
VOTORANTIM EAGLE FI MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO Multimercados Juros e Moedas CDI 16/10/1995
BRADESCO PLUS I FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas Não definido 03/11/1999
BTG PACTUAL INSTITUCIONAL DINÂMICO FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas Não definido 19/07/1999
MODAL INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Macro CDI 18/11/2004
SUL AMÉRICA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Macro CDI 17/06/2005
MAPFRE INVERSION FI MULTIMERCADO Multimercados Macro CDI 09/01/2006
VOTORANTIM DINÂMICO FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia CDI 04/01/1996
CONCÓRDIA FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia Não definido 22/05/2001
MERCATTO DIFERENCIAL INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia CDI 03/09/2002
GRAU SAVANA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia CDI 03/03/1997
BB REGIME PRÓPRIO FI MULTIMERCADO PREVIDENCIÁRIO LP Multimercados Multiestratégia CDI 02/03/2009
BNP PARIBAS SMART FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia CDI 14/09/1998
BTG PACTUAL HEDGE INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia Não definido 01/07/2003
CAIXA BRASIL FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia Não Informado 06/01/2009
BTG PACTUAL LOCAL INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia Não definido 01/10/2002
MERCATTO DIFERENCIAL FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia CDI 23/09/1998
MERCATTO DIFERENCIAL 30 FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia CDI 07/08/2007
SAFRA CARTEIRA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia CDI 31/01/2007
HSBC MULTIFUNDOS FIC MULTIMERCADO Multimercados Multigestor CDI 15/09/2005
XP INVESTOR FIC MULTIMERCADO Multimercados Multigestor CDI 29/01/2007
XP MODERADO FIC MULTIMERCADO Multimercados Multigestor CDI 01/10/2009
CDI
FIDCs
Nome Classificação Anbid Benchmark Início do
fundo
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Previdência Nacional | 63
previdencianacional@patriaeditora.com.br
Aldo José da Silva Carlos Cesar de Paula Gnatta Dirce Eli Coelho
(Página 26) (Página 44) (Página 50)
Bradesco Adetur Litoral Departamento de ensino da UFSC
Telefone: (11) 2178-6540 Telefone: (41) 3426-8040 Telefone: (48) 3721-9245
e-mail: 4898.aldo@bradesco.com.br
Dácio Rossiter Filho Domingos Taufner
Álvaro Bandeira (Página 10) (Página 10)
(Página 32) Funape TCE-ES
Ágora Invest Telefone: (81) 3183-3880 Telefone: (27) 3334-7671
Telefone: (21) 2529-3331
Débora Nogueira Edevaldo Fernandes da Silva
Ana Carolina Mastrangelo (Página 32) (Página 10)
(Página 50) Fator Administração De Recursos MPS
Departamento de Psicologia Telefone: (11) 3049-9100 Telefone: (61) 2021-5289
da Secretaria de Educação e
Cultura do Piauí Delúbio Gomes da Silva Emílio Otranto neto
Telefone: (86) 3216-3321 (Página 17) (Página 26)
Ministério da Previdência Social BM&FBovespa
Bernardo Wjunisky Telefone: (61) 2021-5013 Telefone: (11) 2565-7007
(Página 32)
Tendências Consultoria Demetrius Hintz Fátima Mitozo
Telefone: (11) 3052-3311 (Página 10) (Página 50)
Abipem UFSC
Telefone: (48) 3229-2689 Telefone: (48) 3721-9690
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Previdência Nacional | 65
Agenda de eventos
da Abipem e da Apeprem
Julho
A - 25° Encontro Regional da Apeprem D
15 e 16
Mogi das Cruzes - SP C
A
Novembro B
B - Seminário Sul Abipem
De 10 a 12
Curitiba - PR
Dezembro
C - 26° Encontro Regional da Apeprem
7e8
Avaré - SP
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