Certificação
CFA: um diferencial na
carreira executiva
Em mercado de competitividade acirrada, a certificação de
distinção torna-se um diferencial no currículo
O IBEF Jovem realizou Encontro
Informal no dia 11 de novembro, na
sede do IBEF SP, em São Paulo, para
abordar o papel da Certificação CFA
(Chartered Financial Analyst) nas várias
carreiras associadas à área de finanças.
O foco do encontro foi a função do ana-
lista e da CFA em um cenário de cres-
cente globalização.
O gerente de auto-regulação da Anbid
(Associação Nacional de Bancos de Inves-
timento) e CFA, Luís Fernando Affonso,
explicou que a certificação só é adquirida
após a aprovação no exame pelo CFA
Institute, que acontece em três etapas,
uma por ano. São três testes em inglês
com seis horas de duração e alto grau de
dificuldade. As provas do CFA Exam são
preparadas e aplicadas pelo CFA Institute.
Ao final do processo, o executivo apro-
vado torna-se membro do CFA Society
of Brazil, que congrega os detentores de
CFA para promover encontros, discussões
e eventos técnicos.
Affonso contou que o CFA Institute
nasceu de uma sociedade profissional
para promover a atividade de analista
de investimento, a Investment Analyst
Society of Chicago, criada em 1925.
Em 1937, surgiu uma associação com o
mesmo propósito em Nova Iorque. A
unificação destas duas formou uma socie-
dade nacional, chamada National Fede-
ration of Financial Analysts Society. Esta
associação deu origem a uma segunda
entidade, o Institute of Chartered Finan-
cial Analyst, em 1959, responsável pelo
exame para certificação da profissão. O
primeiro teste da entidade que, poste-
riormente, passaria a ser chamada de
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Association for Investment Management
of Research (1990), e, mais recentemente
(2004), tomaria o nome de CFA Institute,
foi realizado em 1963.
O gerente de auto-regulação da
Anbid afirma que, a partir de 2004, o
instituto tomou dimensão global, não
mais se restringindo apenas ao territó-
rio norte-americano. Ele conta que a
missão da entidade é liderar as profis-
sões de investimento globalmente, por
padrões éticos, educacionais e de exce-
lência profissional. Affonso observa que,
atualmente, o instituto atinge todos os
profissionais de investimento, e não ape-
nas os analistas.
O exame
O exame formado por três provas
é ministrado em São Paulo, sempre em
junho e dezembro. A primeira etapa
é uma prova de múltipla escolha. Na
segunda prova, é descrito detalhada-
mente um case, o qual serve como base
para as questões de múltipla escolha.
Affonso alerta que, por ser um texto
denso e longo, é preciso desenvolver
um olhar crítico para observar os pontos
principais do case, que envolve muitas
informações desnecessárias como forma
de dificultar o nível da prova. “É preciso
ficar atento para não esgotar o tempo
da prova somente lendo o texto”, apon-
tou. A terceira etapa mescla questões
discursivas com este mesmo sistema
de descrição de case para respostas de
questões múltipla escolha. Todas as pro-
vas são em inglês.
Affonso contou que, hoje, são 240
profissionais certificados no Brasil. Ele
considera este número baixo diante da
quantidade de profissionais no merca-
do. “Portanto, esta certificação torna-se
um grande diferencial”, afirmou, com-
pletando que a América Latina repre-
senta 1% da participação no total de
certificações emitidas pelo CFA Institute
no mundo.
Ele observou que o campo para o pro-
fissional certificado é grande, abrangendo
bancos de investimento, fundos de pen-
são, fundos de investimento, consultorias,
empresas e seguradoras, entre outros.
Esta certificação tem reconhecimento
internacional, tornando o profissional
certificado menos restrito e mais aberto
ao mercado global. “Esta certificação
pode abrir algumas portas, conferindo
ao profissional mais facilidade de inser-
ção no mercado global”, disse, con-
cluindo que o CFA Institute está base-
ado no tripé formado pelo exame, pela
educação continuada e pela garantia de
postura ética perante o mercado.
O gestor de carteiras de renda vari-
ável do Itaú e CFA, Michael Araújo,
apontou que o mercado tem competi-
ção cada vez mais acirrada. Neste con-
texto, ele considera o CFA um dife-
rencial para executivos que querem se
destacar. “De acordo com pesquisa reali-
zada pelo CFA Institute, existe uma dife-
rença de, em média, 24% em relação
ao salário dos profissionais certificados e
não-certificados”, disse.
Para ele, este título não deve ser
encarado somente como uma prova, mas
sim como um programa evolutivo, em
que o profissional progride em conhe-
cimento a cada etapa e adquire capaci-
 ainda temos poucos profissionais com
esta certificação por uma questão cultu-
ral e também porque existem certifica-
ções que ganham preferência por serem
mandatórias”, apontou, indicando que
isto demonstra ainda como o CFA fun-
ciona como um diferencial curricular.
Calado acrescentou ainda que o pro-
cesso de certificação está evoluindo sig-
nificativamente no Brasil; o Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa
(IBGC) está, inclusive, desenvolvendo a
certificação para atividade de conselhei-
ro de empresas, a qual está sob a res-
ponsabilidade do conselheiro do Institu-
to, Alberto Whitaker.

Michael Araújo (Itaú), Luis Fernando Affonso (Anbid) e Luiz Roberto Calado (Anbid)

A certificação só é adquirida após

“No Brasil ainda temos poucos
a aprovação no exame pelo CFA “De acordo com pesquisa
profissionais com esta
Institute, que acontece em três realizada pelo CFA Institute,
certificação por uma questão
etapas, uma por ano. São três testes existe uma diferença de, em
cultural e também porque
em inglês com seis horas de duração média, 24% em relação ao salário
existem certificações que
e alto grau de dificuldade. As provas dos profissionais certificados e
ganham preferência por
do CFA Exam são preparadas e não-certificados”
serem mandatórias”
aplicadas pelo CFA Institute

tação para atuar na atividade profissio-

nal relacionada a investimento. Araújo
lembra que o profissional inscrito para
o exame recebe um livro com o con-
junto de conhecimentos necessários para
obter a certificação.
Ao final da apresentação, surgiu a
dúvida sobre o porquê de o Brasil ainda
ter poucos profissionais detentores do
CFA. O presidente da Comissão Téc-
nica do IBEF SP, gerente de Certifica-
ção da Anbid e coordenador da Comis-
são de Carreiras do IBEF Jovem, Luiz
Roberto Calado, afirmou que existe, no
Brasil, uma série de certificações obriga-
tórias, o que faz com que os profissio-
nais optem, primeiramente, por outras
certificações antes de obter certificações
de distinção, como o CFA. “No Brasil
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