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Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.11, n.2) p.

198 –215, abr - jun (2017)

Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal


Brazilian Journal of Hygiene and Animal Sanity
ISSN: 1981-2965
I

Relato
Infecção pós-cirúrgica em felino- Relato de caso

Postsurgical infection in feline - Case report

Anna Sérgia Mendonça Miranda Conceição1, Jorge Luís de Souza Neto1 ,


Rebeca Frota Freire1, Paula Priscila Correia Costa2*

Resumo: As cirurgias de castração estão entre as mais comuns na clinica de pequenos


animais. Isto se deve a serem cirurgias simples, rápidas e economicamente acessíveis, sendo
inclusive realizados mutirões. Além disso, seu objetivo de prevenir que animais tenham filhotes
indesejados pelos donos, faz com que esta seja uma cirurgia realizada com muita frequência
pelos cirurgiões veterinários. Porém, o pós-operatório deve ser realizado de forma correta a fim
de evitar contaminação da ferida cirúrgica. Para tanto, o tutor deve conduzir adequadamente o
tratamento instituído pelo médico veterinário. Este trabalho tem como objetivo realizar uma
revisão de literatura sobre complicações pós-cirúrgicas na OSH, com ênfase em infecções, bem
como relatar um caso acompanhado pelos alunos na disciplina de pratica clinica de pequenos
animais, na Universidade Estadual do Ceara – UECE.
Palavras chave: Infecção, pós-cirúrgica, felino
Abstract: Castration surgeries are among the most common in the clinic for small
animals. This is due to be simple, fast and affordable surgeries, including joint efforts made.
Also, your goal to prevent unwanted animals have offspring by the owners, makes this is a
surgery performed very often by veterinary surgeons. However, the postoperative period must
be performed correctly in order to avoid contamination of the surgical wound. Therefore, the
tutor should properly conduct the treatment given by the veterinarian. This paper aims to
conduct a literature review of post-surgical complications in OSH, with emphasis on infections
and report a case accompanied by students in the discipline of clinical practice of small animals,
the State University of Ceara - UECE.
Key words: infection, post-surgical, feline

_________________________

Recebido em 10.02.2017. Aceito em 28.06.2017


*Autor para correspondência: paula.priscila@uece.br
1
Alunos de graduação, FAVET, UECE, Fortaleza, Brasil
2
Profa de Clínica médica de pequenos animais, FAVET, UECE. , Fortaleza, Brasil
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Introdução Revisão de literatura


Causas de complicações pós-cirúrgico na
As cirurgias de castração estão entre as
OSH
mais comuns na clinica de pequenos
A complicação mais comum
animais. Isto se deve a serem cirurgias 08
intraoperatória é a hemorragia e entre as
simples, rápidas e economicamente
observadas no pós-operatório podem ser
acessíveis, sendo inclusive realizados
citadas: hemorragias; ligadura acidental ou
mutirões. Além disso, seu objetivo de
trauma do ureter promovendo hidronefrose e
prevenir que animais tenham filhotes
hidroureter; incontinência urinária
indesejados pelos donos, faz com que esta
responsiva ao estrógeno; formação de tratos
seja uma cirurgia realizada com muita
fistulosos e granulomas; síndrome do ovário
frequência pelos cirurgiões veterinários.
remanescente; problemas relacionados à
No entanto, algumas complicações
celiotomia; piometra de coto; obstruções
advindas das cirurgias podem ocorrer. Estas
intestinais; síndrome eunucoide 16.
podem ter causa no pré, trans ou pós-
a) Hemorragias
operatório. Os cuidados do medico
As hemorragias são a causa mais comum de
veterinário, do tutor do animal e mesmo do
óbito após OSH e, em sua maioria,
responsável pela limpeza do material
resultantes da manipulação ou ligadura
cirúrgico podem contribuir para o
inadequada dos pedículos ovarianos, vasos
aparecimento de complicações na cirurgia 15,22
uterinos ou parede uterina . Hemorragia
de Ovariosalpingohisterectomia (OSH).
abundante é mais comum quando o
Algumas das complicações mais comuns
procedimento cirúrgico é efetuado durante o
são as infecções do sitio cirúrgico, piometra
estro, devido a um aumento da
de coto, formação de seroma, hemorragias,
vascularização e turgidez do trato genital 15.
entre outras. Desta forma, o medico
Adicionalmente, uma tração
veterinário responsável deve estar atento as
excessiva no corpo uterino deve ser evitada,
condições do animal e do ambiente ao
pois pode haver ruptura das artérias e veias
realizar a cirurgia, bem como deve instruir
uterinas, que se retraem dentro da cavidade
corretamente o tutor a como proceder
abdominal e continuam a sangrar 15,22.
corretamente nos cuidados pós operatórios.

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Ressalta-se que os tecidos fixados em plasmáticas após a castração sejam


pinça não são adequadamente comprimidos responsáveis pela redução da funcionalidade
pela ligadura, sendo assim, a tensão deve ser do esfíncter uretral não foi suportada pelos
relaxada enquanto a ligadura está sendo resultados de Reichler et al. (2006). Um
22
realizada . A transfixação evita o possível efeito dos análagos de GnRH sobre
deslocamento do fio, mas não previne o a bexiga é discutível. Implantes de análagos
sangramento se ocorrer afrouxamento do nó de GnRH parecem ser bem tolerados e um
22
cirúrgico . Ainda, se a abertura da tratamento alternativo para a IU, mas são
cavidade abdominal não for suficiente para menos efetivos do que os α adrenérgicos.
permitir uma visualização e ligadura c) Piometra de coto
adequada, sem tração excessiva dos tecidos, Essa condição envolve a inflamação e a
08,13
a incisão deve ser ampliada . infecção bacteriana da porção do corpo
b) Incontinência urinária (IU) uterino remanescente de uma OSH prévia.
A IU corresponde a eliminação involuntária Se um tecido ovariano remanescente
de urina que causa problemas sociais e de também permanece, seguindo a OSH, ciclos
23
higiêne , sendo considerada uma ovarianos, secreção de progesterona,
complicação freqüente da estimulação uterina e inflamação podem
ovariosalpingohisterectomia ou ocorrer. A piometra de coto também pode
15
ovariectomia em cadelas . Aderências ou acontecer devido a uma infecção ascendente,
granuloma do coto uterino que interferem via vaginal, sem a presença de uma porção
com a função do esfíncter urinário ou de ovário remanescente 12.
desenvolvimento de uma fístula d) Tratos fistulosos e granulomas
ureterovaginal podem ocasionalmente Geralmente estão relacionados ao uso de
13
causar incontinência urinária . Outra material de sutura multifilamentar não
condição é o peso das cadelas, sendo as mais absorvível nas ligaduras do pedículo
predispostas fêmeas acima de 20 kg de peso ovariano ou corpo do útero, que permite a
corporal 09. Entretanto, a causa mais comum aderência bacteriana 13,15,22
. Pearson (1973)
da IU em cadelas castradas é um mecanismo descreveu 72 casos de cadelas com
incompetente do esfíncter urinário, uma complicações relacionadas a tratos fistulosos
condição rara em cadelas não castradas - quando utilizou fios não absorvíveis, para as
0,2% a 0,3% de acordo com trabalhos ligaduras ovarianas. Tratos fistulosos,
descritos por Johnston et al. (2001) e SPAIN associados aos fios de ligadura, são
et al. (2004). A hipótese de que as facilmente prevenidos com o uso de material
modificações dos níveis das gonadotrofinas de sutura sintético absorvível. Os

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granulomas de pedículos ovarianos podem hospitalares e com o desenvolvimento de


22
envolver o rim e o ureter proximal resistência bacteriana aos medicamentos ³¹.
13
promovendo hidronefrose e pielonefrite . A infecção do sítio cirúrgico (ISC) ocorre
Já os granulomas do coto uterino podem com a proliferação de microrganismos
envolver a bexiga urinária, porção distal dos patogênicos no sítio de incisão, que pode
ureteres, ou o cólon induzindo a casos de ocorrer na pele e no tecido subcutâneo, nas
incontinência urinária, cistite, polaquiúria e camadas musculares ou em órgãos e
obstrução intestinal 13. cavidades, caso sejam expostos durante o
Infecção pós-cirúrgica e a utilização de procedimento cirúrgico 20.
antibióticos para o controle da infecção. De acordo com Corsini (2012) o
Desde que sejam mantidos altos padrões diagnóstico da ISC não pode e não deve ser
de técnicas assépticas, as infecções após realizado apenas através de testes
cirurgias são ocorrências incomuns na microbiológicos, pois a pele apresenta sua
maioria dos procedimentos. A taxa estimada microbiota fisiológica. Os dados
de infecções de ferida associada à cirurgia laboratoriais devem trabalhar em conjunto
em pequenos animais é de 5,5%. Quando com sinais clínicos de inflamação e, ou,
ocorrem infecções, elas podem afetar infecção, detectáveis ao exame clínico como
seriamente e resultado da cirurgia, em eritema, aumento da temperatura local ou
particular se houver um implante envolvido. sistêmica, dor e aumento de volume local,
As infecções são a causa mais comuns de deiscência de sutura, e presença de exsudato
morbidade pós-operatória, intervenção purulento ³².
terapêutica onerosa, hospitalização Após a realização do diagnóstico, as ISC
prolongada e até mesmo a morte do animal. devem ser classificadas segundo o plano de
O uso profilático de antimicrobianos, em acometimento de acordo com a classificação
conjunto com altos padrões de técnica criada pelo Colégio Americano de
asséptica, contribuiu para a redução de Cirurgiões e adotada pelo CDC. Esta
infecção pós-operatória, mas não substitui o estratificação é a mais utilizada e divide a
planejamento pré-operatório apropriado, a ferida infeccionada em três planos: A)
seleção bem feita o caso, a técnica cirúrgica Infecção incisional superficial, B) Infecção
excelente e os cuidados pós-operatórios incisional profunda, C) Infecção de órgão ou
adequados. O uso inapropriado e cavidade ³².
indiscriminado de antimicrobianos continua Os fatores de risco relacionados
a contribuir com o aumento dos custos diretamente ao paciente, considerados

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determinantes para o desenvolvimento de tegumentar), é a mais prevalente e de mais


ISC, caracterizam-se como intrínsecos e difícil prevenção. Enquanto a exógena
extrínsecos. Os primeiros relacionam-se apresenta microrganismos provenientes do
com o estado geral do paciente, o tipo e a ambiente hospitalar ³²
gravidade da doença de base, a condição Em Medicina Veterinária, vários fatores
nutricional, o peso, idade, escore de têm sido incriminados por facilitarem a
avaliação pré anestésica determinado pela instalação da infecção hospitalar. O
American Society of Anesthesiologists prolongamento das hospitalizações,
(ASA), prolongada hospitalização pré- cuidados de terapia intensiva, a falta de
operatória, uso de terapia imunossupressiva, adesão aos procedimentos de higiene, como
tratamento prévio com antimicrobianos de a lavagem das mãos e a realização de
amplo espectro, realização de múltiplos procedimentos invasivos com quebra de
procedimentos durante a mesma anestesia, protocolos assépticos, é um destes fatores.
trauma tecidual, presença de corpos Outras causas como o tempo do paciente sob
estranhos, drenos, e realização de cirurgia de anestesia e a duração da cirurgia também
emergência 21. estão relacionados à infecção, devendo-se
Já os fatores de risco extrínsecos com isso minimizar o tempo de duração dos
relacionam-se ao ambiente hospitalar como procedimentos cirúrgicos ³³.
os consultórios, os medicamentos, as A capacidade infectante bacteriana de
superfícies, os artigos médico- hospitalares, uma ferida depende de um nível crítico de
os equipamentos, dentre outros. As contaminação (mais de 105 micróbios por
agressões ao paciente nos procedimentos grama de tecido). Além disso, nem todos os
invasivos, e a qualidade do cuidado micróbios são iguais em termo de virulência
dispensado ao paciente pela equipe, também e patogenicidade. Muitas bactérias têm
são considerados fatores de risco extrínsecos cápsula espessa que as tornam mais
4
². resistentes à fagocitose (Staphylococcus
Para a maioria das infecções hospitalares aureus, Klebsiella pneumoniae e
são conhecidas duas fontes de Streptococcus pyogenes) ou produzem
contaminação: endógena e exógena. As exotoxinas citotóxicas que facilitam a
fontes de contaminação endógenas são habitação dos micróbios dentro dos tecidos
aquelas que apresentam microrganismos (Clostridium, S, aureus e S. pyogenes).
oriundos da microbiota dos sistemas Além disso, a parede celular de bactérias
contaminados do próprio organismo Gram- negativas consiste em complexos de
(digestivo, respiratório, urinário, lipopolissacarídeos e proteínas que as

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protegem da resposta imune do hospedeiro e na ferida cirúrgica sem contaminação. Os


agem como uma barreira, impedindo a macrófagos são muitos importantes para o
penetração dos antimicrobianos na célula. debridamento da ferida, favorecendo a
Ademais, durante o processo de degradação atividade de enzimas lisossômicas,
bacteriana, os complexos de secretando proteases, produzindo interferons
lipopolissacarídeos e proteínas formam e recrutando células mesenquimais para a
endotoxinas que podem ativar de forma ferida cirúrgica que se diferenciam em
aberrante o complemento e as vias da fibroblastos e iniciam o processo de
coagulação, causando disfunção orgânica reparação ³¹.
sistêmica e imune ³¹. Fatores locais da ferida influenciam a
Johnson e Murtaugh (1997), afirmaram ocorrência ou não de infecções de ferida
que os patógenos mais comuns responsáveis cirúrgica. A presença de coágulos
por causar ISC em pequenos animais, são sanguíneos, tecidos isquêmicos, bolsas de
Staphylococcus aureus, Staphylococcus líquidos e material estranho prolonga a fase
spp., E.coli e Pasteurella spp., sendo este inflamatória do processo de cicatrização da
último gênero normalmente encontrado ferida. Esses fatores também inibem os
causando infecções em gatos. mecanismos normais de defesa do corpo e
A maioria dos animais com o sistema subsequentemente reduzem o número de
imune competente consegue superar bactérias necessárias para estabelecer uma
infecções cirúrgicas. A incisão estimula a infecção. Um único ponto de seda pode
resposta inflamatória normal do hospedeiro, reduzir o número de S. aureus necessário
começando com um rápido aumento na para causar infecção por um fator de 105.
permeabilidade capilar do local da cirurgia. Além disso, seromas e líquidos
O fechamento da ferida cria um intracavitários aumenta a probabilidade de
compartimento que é preenchido com o infecção devido à inibição da fagocitose.
exsudato seroemorrágico derivado do Minimizar o espaço morto com aposição
plasma sanguíneo como parte da inflamação anatômica de tecidos e o emprego de drenos
aguda causada pela cirurgia. minimiza a quantidade de acúmulo de
Os neutrófilos são as primeiras células a líquidos dentro da cavidade ³¹.
surgirem no local cirúrgico e estão presentes As principais fontes de infecção
em concentrações maiores na ferida do que hospitalar (IH) na medicina veterinária são:
no sangue 10 horas após a cirurgia ³¹. cateteres venosos e vesicais, e ferida
Logo os neutrófilos são substituídos pelos cirúrgica. A instalação de um cateter
macrófagos, como tipo celular predominante periférico, como na veia cefálica, para a

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administração de soluções vesicantes e minimizar a IH relacionada a cateter


hiperosmolares como a nutrição parenteral incluem principalmente a prevenção de
29
predispõem a flebites químicas . As escoriações quando se realiza a tricotomia,
flebites químicas e flebite mecânica devida à devendo-se esta ser realizada com aparelhos
24
lesão da camada íntima das veias facilitam a elétricos . A antissepsia da região a ser
instalação de microrganismos e puncionada pode ser realizada com fricção
consequentemente gerando uma flebite de álcool a 70%, clorexidina alcoólica entre
04 04
infecciosa . LOBETTI et al. (2002) 0,5% a 2% ou PVPI alcoólico a 10% .
estudaram cães jovens hospitalizados e Os cateteres intravenosos periféricos
cateterizados devido à enterite por devem ser inspecionados diariamente, sendo
parvovirose. Neste estudo, os autores a permanência dos cateteres de teflon até
observaram que 22% dos cateteres 72h e os de poliuretano até 96h. Cateteres
intravenosos estavam colonizados por instalados em emergência com quebra de
bactérias do trato gastrointestinal ou técnica asséptica devem ser trocados o mais
ambiental, sendo identificados os seguintes breve possível. Em pacientes com acesso
microrganismos: Serratia odorifera, S venoso difícil pode-se manter o cateter até
liquefaciens, S marcescens, Acinobacter completar a terapia intravenosa, avaliando
04.
anitratus, Citrobacter freundii, Klebsiella rotineiramente, sem troca programada
pneumoniae, K. oxytoca, Escherichia coli, Adicionalmente, deve-se proteger o sítio de
Enterobacter spp. Também, duas espécies punção com gaze estéril ou membrana
gram positivas foram isoladas, sendo o transparente semipermeável. Equipos e
Staphylococcus intermedius e Streptococcus extensores também devem ser trocados entre
spp. Os autores descreveram ainda a 72 e 96h. Equipos de hemotransfusão devem
04
presença de resistência desses patógenos a ser trocados após o procedimento . Para a
penicilinas, cloxacilina, eritromicina e utilização de cateteres centrais ou centrais de
cefalexina. A resistência para a amicacina, inserção periférica é necessária a
enrofloxacino e cloranfenicol é moderada, paramentação completa ³³.
enquanto que para a amoxicilina com As IH do trato urinário decorrentes do
clavulanato é baixa. As medidas para cateterismo vesical também são freqüentes.
Cães que foram submetidos a cirurgias de inserção e manutenção de cateterismo
extrusão de disco intervertebral, sobretudo vesical de demora por até três dias, sob
fêmeas e animais que não podem deambular condições assépticas oferecem baixa
podem ser mais susceptíveis a infecções do frequência de infecção do trato urinário em
24
trato urinário no pós-operatório. Contudo, a cães em unidade de terapia intensiva . De

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acordo com BUBENIK et al. (2007), o A administração profilática de


prolongamento da permanência do cateter antimicrobianos em procedimentos
vesical em cães hospitalizados e o uso prolongados (mais de 90 minutos), naqueles
indiscriminado de antimicrobianos elevam em que se coloca um implante ou quando a
as taxas de infecção do trato urinário. infecção pode prejudicar muito o resultado
A recomendação para administração de da cirurgia 11.
antibióticos de forma profilática na medicina As mãos constituem a principal via de
veterinária se baseia no sistema de transmissão de microrganismos durante a
classificação de feridas do National assistência e ainda assim a lavagem das
Research Council (Tabela 1) usados em mãos é um procedimento que não é
24
seres humanos, que categoriza as feridas zigorosamente seguido . Em 1846, Ignaz
cirúrgicas com base na extensão da Semmelweis, médico húngaro, reportou a
contaminação operatória. Em termos redução no número de mortes maternas por
convencionais, a administração de infecção puerperal após a implantação da
antibióticos de forma profilática é prática de higienização das mãos em um
recomendada primariamente para feridas hospital em Viena. Desde então, esse
“limpas contaminadas” e “contaminadas procedimento tem sido recomendado como
selecionadas”. Intuitivamente, feridas sujas medida primária no controle da
requerem a administração de terapêutica de disseminação de agentes infecciosos 03
antimicrobianos. Entretanto, o uso de A pele está colonizada por uma
antimicrobianos em feridas limas continua a microbiota transitória. Esta microbiota está
ser motivo de controvérsia. Do ponto de localizada na camada mais superficial da
vista técnico, a administração de pele, o que permite sua fácil remoção pela
antimicrobianos de forma profilática não se higienização das mãos com água e sabão. A
justifica em procedimentos cirúrgicos higienização das mãos deve ser padronizada,
limpos, porque há um baixo nível de podendo-se utilizar água e sabão.
contaminação bacteriana durante a cirurgia.
Quando estiver ausente sujidade visível fluidos corpóreos, mucosas, antes e após
pode-se utilizar preparação alcoólica na manipular dispositivos invasivos, mesmo
concentração de 70% glicerinada ou álcool utilizando luvas; antes e após cateterismos
03
gel a 70% e outras soluções antissépticas . de modo geral, antes e após administrar
As mãos devem ser higienizadas sempre medicamentos entre outros 03.
antes e após o contato com o paciente, A palavra chave em controle da IH é a
exame físico, remoção de luvas, contato com profilaxia, sendo a implantação de

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comissões para profilaxia e controle de equipamentos de limpeza de áreas


infecção hospitalar muito útil para a adoção consideradas críticas, semicríticas e não
24
das estratégias adequadas e vigilância . críticas devem ser separadas 05.
Para este controle é necessário o Várias zoonoses e doenças infecciosas
envolvimento de toda a equipe, inclusive do emergentes podem ser transmitidas para as
setor de limpeza. Assim, o médico pessoas que trabalham em instituições de
veterinário, deve conhecer noções de assistência à saúde animal, podendo ser
limpeza hospitalar (com suas adquirida por contato direto, principalmente
particularidades) para poder gerenciar e quando não se adota as normas de proteção
prover educação continuada da equipe de universal, como o uso de equipamentos de
limpeza, para que o serviço seja realizado proteção individual e a lavagem das mãos 24.
com eficiência. A realização da limpeza De acordo com ANVISA (2005) os
hospitalar é repleta de singularidades que materiais perfurantes e cortantes são a causa
devem ser padronizados. Deve haver de morbidade, afastamento do trabalho e
treinamento da equipe de limpeza, devendo grande fator de perigo para os profissionais
ser frisado de que não se trata de uma da saúde. As agulhas, lâminas e vidrarias
limpeza doméstica. A equipe de limpeza quebradas podem estar contaminadas com
deve ainda receber noções de microbiologia, agentes patogênicos. Em ambientes
uso de equipamento de proteção individual veterinários, os índices de acidentes com
(EPI); uso adequado de equipamentos; e estes materiais são semelhantes à encontrada
alertados quanto aos cuidados que devem ser em enfermagem e técnicos de laboratórios.
atendidos ao usar os produtos químicos 05. O reencapamento de agulhas utilizadas
Os produtos de limpeza frequentemente não deveria ocorrer, mas num total de 1836
são utilizados de forma inadequada, com a médicos veterinários entrevistados nos
diluição inapropriada. Deste modo, estes Estados Unidos, 1589 afirmaram reencapar
autores recomendam que estes produtos agulhas utilizadas em algum momento ³³. Na
sejam diluídos por um profissional da medicina veterinária, a administração
24
instituição qualificado . Outro ponto é em profilática de antimicrobianos durante o
relação ao uso de vassouras, sendo esta não procedimento cirúrgico é claramente aceita
permitida, pois levanta partículas do chão e como importante medida da redução e
espalha organismos patogênicos. Assim, o controle da incidência de infecção do sítio
11, 25
mais adequado é a limpeza úmida. Os cirúrgico

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Tabela 1 – Critérios de Classificação de feridas do National Research Council


Classificação Critérios

Limpa Atraumática

Inflamação não encontrada

Técnica correta

Sem penetração nos tratos respiratório, alimentar ou geniturinário

Limpa contaminada Penetração no trato gastrointestinal ou respiratório sem


derramamento significativo

Penetração da orofaringe

Penetração vaginal

Penetração do trato geniturinário na ausência de urina infectada

Penetração do trato biliar na ausência de bile infectada

Pequena alteração de técnica

Contaminada Grande alteração na técnica

Derramamento visível do trato gastrointestinal

Ferimento traumático recente (menos que 4 horas)

Inflamação bacteriana aguda detectada

Suja Inflamação bacteriana aguda detectada

Transecção de tecidos limpis para conseguir acesso cirúrgico a


acúmulo de pus

Ferimento traumático com retenção de tecidos desvitalizado, corpo


estranhos, contaminação fecal e/ou tratamento tardio (mais de 4
horas após o trauma)

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A antibioticoprofilaxia tem o eliminação de espaço morto,


objetivo de alcançar concentrações aproximação anatômica dos tecidos e
antimicrobianas inibitórias, no local da cuidados pós operatórios adequados .
incisão, durante todo o procedimento Segundo Whittem et al. (1999), a
cirúrgico, a fim de evitar o crescimento administração pré-operatória, 30 minutos
de patógenos contaminantes, no momento antes da cirurgia, sem a necessidade de
de uma potencial contaminação da ferida administração de antibióticos após o
cirúrgica. De maneira geral, sua procedimento, é capaz de reduzir
administração deve ser realizada entre 30 efetivamente a taxa de infecção pós-
e 60 minutos antes da cirurgia 25 operatória em cães submetidos à cirurgia
Vários autores apontaram a falta de ortopédica eletiva. Os resultados obtidos
padronização da antibioticoprofilaxia e neste estudo revelaram que, dos 72
seu uso indiscriminado como fatores pacientes submetidos a cirurgias
potenciais da elevação da incidência de ortopédicas, 68 (94.4 %) receberam
infecção, dos altos custos dos antibioticoprofilaxia.
tratamentos, para a instituição e Foram detectados 12 casos de
proprietários, e do risco crescente do infecção do sítio cirúrgico (ISC) nesse
surgimento de resistência antimicrobiana grupo, sendo que todos pacientes
às drogas empregadas 11. receberam antibiótico profilático. Esse
Ainda, a escolha do antimicrobiano a fato pode indicar que a
ser empregado deve ser baseada nos antibioticoprofilaxia, por si só, não é o
micro-organismos contaminantes que, fator determinante de ocorrência ou não
sabidamente, têm maior probabilidade de de ISC, havendo outras causas a serem
causar infecção no sítio cirúrgico e que pesquisadas.
apresentem padrão de sensibilidade ao Dunning (2007) apontou o uso
antibiótico escolhido 11, 25. profilático de antibióticos como um dos
Dunning (2007) e Siem & Fossum fatores para redução das infecções.
(2005) indicaram a antibioticoprofilaxia, Salientou, entretanto, que a
em conjunto com altos padrões de técnica antibioticoprofilaxia não deve substituir a
asséptica, manipulação meticulosa e técnica cirúrgica precisa, o planejamento
atraumática dos tecidos, hemostasia pré-operatório e os cuidados pós-
cuidadosa, uso criterioso de suturas, operatórios 11.
prevenção de suprimentos sanguíneo,

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Com base nos resultados obtidos e nas comumente, deve-se a uma deficiente técnica
condições da presente pesquisa conclui-se operatória ou erro do cirurgião.
que a antibioticoprofilaxia, por si só, não é o Quando se rompem planos anatômicos
fator determinante de ocorrência ou não de profundos, há edema com flutuação na ferida.
infecção do sítio cirúrgico, havendo outras O sinal mais comum de deiscência abdominal é
06
causas a serem pesquisadas . a descarga serosanguínea pela ferida cirúrgica
Deiscência de sutura e, em 50% dos casos, a etiologia é a infecção.
Uma das complicações mais comuns da Pode haver presença de pequena porção do
ferida operatória nas cirurgias é a deiscência de epíploo, projetando-se através da sutura ou
sutura. A ocorrência de complicações está completa evisceração do conteúdo abdominal,
intimamente relacionada com as condições do resultando em sério traumatismo e
paciente, tipo de incisão, técnica de sutura e automutilação. Nessas situações, o conteúdo
material utilizado. Idealiza-se o melhor método abdominal deve ser protegido por compressas
de fechamento como sendo aquele que mantém úmidas em salina e bandagem temporária até a
adequada tensão tecidual até que a ferida intervenção cirúrgica, que constará de
cirúrgica esteja completamente cicatrizada, e debridamento, remoção de tecidos
27
que permaneça segura mesmo na presença de desvitalizados e sutura da ferida .
infecção 18. A solução ideal para lavar tecidos é a de
A deiscência da ferida cirúrgica decorre de Ringer lactato, a qual deve ser usada em grande
várias etiologias, como falha mecânica do volume, para diluir e remover as bactérias,
material de sutura, presença de infecção, sujidades e fragmentos orgânicos sem lesionar
desnutrição (hipoproteinemia), diminuição na os tecidos sadios. Na presença de infecção e
síntese protéica (enfermidade hepática), necrose, podem ser associados antisépticos, no
aumento na perda de proteína (entero ou entanto, o uso tópico desses ou de antibiótico
glomerulopatia), fibroplasia retardada (altas solúvel não substitui um adequado
doses de corticosteróides), aumento na pressão debridamento cirúrgico 01.
intra-abdominal em sutura frouxa. Essa complicação ocorreu mais em cães que
Raramente ocorre falha na sutura por em gatos e deve estar relacionada à lambedura,
enfraquecimento ou necrose das bordas devido à serosidade e/ou prurido local. Como o
teciduais, onde elas estão ancoradas. Os sinais gato é mais meticuloso quanto à higiene e a
associados com a deiscência dependem da ação mecânica da língua é mais abrasiva, pode
14
camada rompida . A deiscência de feridas favorecer a deiscência em todos os planos de
pode envolver apenas os planos superficiais e, sutura 26.

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Relato do Caso ligação com os ferimentos da região abdominal


Foi atendida, durante a aula da Disciplina de (Figuras 1 e 2). Foi ainda observado que os
Prática Clínica Cirúrgica, na Unidade pontos cirúrgicos ainda estavam presentes,
Hospitalar Veterinaria (UHV) da Universidade indicando que a cirurgia havia sido realizada
Estadual do Ceara (UECE) uma gata de nome recentemente (Figura 3). Apesar da aparente
Princesa, de aproximadamente 2 anos de idade, dor, devido à observação da apatia do animal,
pesando 3,5kg. Durante a anamnese a queixa foi relatado que a ingestão de água e alimentos
principal foi que o animal estaria com „leite estava normal. Os parâmetros de temperatura,
pedrado‟ após uma cirurgia de tempo de preenchimento capilar, hidratação e
Ovariosalpingohisterectmia, realizada ao final coloração das mucosas todos encontravam-se
do período gestacional. Durante o histórico a dentro do padrão de normalidade.
proprietária relatou que havia resgatado a gata Após a avaliação clinica do animal, foi
da rua há cerca de 6 meses enquanto a mesma realizada a coleta de material da região
estava prenhe. Foi dito que a gata havia sido abdominal e da região torácica por técnica de
vermifugada, porém não foi vacinada e que Swab estéril para a avaliação microbiológica
tinha contato com os outros gatos da casa e que das feridas.
tinha acesso à rua. Após a coleta do material, foi feita uma
Ao exame clinico, foram observadas lesões sedação do paciente para que fosse realizada a
de caráter purulento no abdômen do animal, limpeza do local da ferida, utilizando soro
estando inclusive expostas a camada muscular NaCl 0,9% estéril para a retirada do excesso de
e com presença de tecido necrosado além de material purulento. Posteriormente, foi aplicada
uma lesão na região torácica, com possível pomada a base de clorexidina (Furanil).

Figura 1 – Extensão da lesão do animal, principalmente em localização abdominal. Pode


ser observada uma pequena lesão na região torácica.

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Figura 2 – Lesão localizada em abdômen da gata. Notar o caráter purulento e a extensão do


tecido lesionado. (Fonte: dos autores).

Figura 3 – Evidenciação do tecido necrosado e da presença dos pontos cirúrgicos próximos


ao local da lesão.

Após a limpeza do local, foi ainda tratamento, a proprietária entrou em


aplicada Enrofloxacina IM, alem de ter contato informando que a feriada havia
sido receitado para uso em VO em casa diminuído consideravelmente de tamanho
anti-inflamatório não esteroidal e que o material purulento não existia
(Meloxicam), pomada e spray com base mais, indicando melhora do quadro
cicatrizante e antimicrobiana (Vetagloss e clinico do animal.
Kuraderme), antibiótico (Enrofloxacina).
Cerca de 15 dias após o inicio do

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Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.11, n.2) p. 198 –215, abr - jun (2017)

Discussão fisiológicos apresentavam-se dentro da


A gata do estudo clínico foi normalidade.
encaminhada a Unidade Hospitalar Na utilização da profilaxia
Veterinária da UECE com lesões antimicrobiana em operações cirúrgicas é
advindas de infecção no abdômen, após importante que o nível de antimicrobiano
realizações de cirurgia de OSH, nos tecidos seja mantido durante todo o
corroborando com Dunning (2007), onde período transoperatório, não se
ele afirma que a infecção do sítio estendendo por mais que 3 a 6 horas após
cirúrgico é a infecção que atinge tecidos, o procedimento, sendo tolerado um
30
órgãos e cavidades que tiveram prolongamento de até 24 horas . A gata
manipulação durante um procedimento teve uma antibióticoterapia pós-
cirúrgico, podendo manifestar-se após 48 operatória imediata, mas mesmo assim
horas da admissão hospitalar ou em 48 houve desencadeamento de um processo
horas após a alta da UTI e até o 30º dia infeccioso, mostrando que não foi eficaz
depois do procedimento ou um ano se no presente caso.
houver uso de prótese. A cultura do material coletado nas
A gata apresentava 2 anos, não se regiões das lesões abdominais e torácicas
apresentando no grupo mais suscetível de do animal não houve resultado, pois a
acordo com Trunkey et al. (2000), onde amostra foi insatisfatória. Porém, mesmo
os indivíduos muito jovens ou muito sem a cultura, foi realizada uma terapia
velhos apresentam maior incidência de no animal, tanto mediata, quanto o
infecção. tratamento para ser realizado na casa da
De acordo com a ANVISA (2011) proprietária. O tratamento surgiu efeito,
pode se considerar ainda que a presença pois o mesmo era de amplo espectro,
de secreção purulenta através de drenos sendo eficiente para bactérias gram-
não seja necessariamente o único sinal de negativa e gram-positivas; incluindo as
infecção de sitio cirúrgico, de órgão ou mais encontradas na infecção do sítio
cavidade. Sinais clínicos como febre, cirúrgico citado por JOHNSON E
hiperemia, dor, calor local, calafrios ou MURTAUGH (1997).
dados laboratoriais como leucocitose, Considerações finais
aumento da PCR quantitativa ou VHS Nesse trabalho foi abordado as
podem sugerir infecção, não se aplicando principais afecções e complicações
ao presente caso, pois o animal não advinda de uma
presenta secreção e seus parâmetros Ovariosalpingohisterectomia, dando-se

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uma ênfase maior a condição de cirurgia de Ovariosalpingohisterectomia a


infecções pós-cirúrgicas e os possíveis fim de evitar um posterior quadro
problemas que acarreta para a vida do infeccioso que possa colocar a vida do
animal. Foram abordadas condições, animal em risco. Além de demonstrar que
técnicas e procediementos que podem a terapia utilizada para tratar a ferida
vim diminuir a ocorrência de infecções. contaminada surgiu efeito satisfatório.
Tricotomia; antissepsia antes do ato
cirúrgico, tanto do animal como do Referência bibliográfica
cirurgião; técnicas menos invasivas, onde 1.ANDERSON, D. Wound management in
samll animal practice. In Practice, v. 18, n. 3,
há uma exposição menor do sitio p. 115-128, 1996.
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profiláticos, como uma antibioticoterapia infecção hospitalar: epidemiologia para o
controle de infecção hospitalar. Brasília, DF,
preventiva, tudo buscando um índice de 2000. 177p. (caderno A)
infecções menor ou inexistente no
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período pós-cirúrgico. serviços de saúde. 2007.
O caso relatado no presente 4. ANVISA. Infecção de corrente sanguínea.
trabalho nos mostrou uma condição Orientações para prevenção de infecção
primária de corrente sanguínea. 2010.
comum após uma cirurgia de OSH, que é
5. ASSAD, C.; COSTA, G.; BAHIA, S. R.
a infecção do sitio cirúrgico, no caso
Manual higienização de estabelecimentos de
referido, especificamente na região saúde e gestão de seus resíduos. Rio de
Janeiro: IBAM/COMLURB. 2001. 44 p.
abdominal, região que foi realizado a
incisão cirúrgica, onde o animal 6. BRAGA, D. P.; BORGES, A. P. B.;
CARVALHO, T. B.; SANTOS, L. C.;
apresentou uma região caracterizada por CORSINI, C. M. Antibioticoprofilaxia em
cirurgias de cães e gatos: necessidade e
uma intensa infecção, mas o seu quadro realidade. Rev. Ceres, Viçosa, v. 59, n.6, p.
não aparentava grandes riscos, onde 758-764, nov/dez, 2012.

animal foi medicado e receitado terapia 7. BUBENIK, L. J.; HOSGOOD, G. L.;


WALDRON, D. R. et al. Frequency of
em casa e hoje apresenta-se recuperado. urinary tract infection in catheterized dogs
O objetivo do trabalho foi and comparison of bacterial culture and
susceptibility testing results for a catheterized
alcançado, onde houve um estudo and non catheterized ogs with urinary tract
profundo e coerente sobre o referido infections. J. am. Vet. Med. Assoc., v 231.
N. 6. p. 863-899, 2007.
tema, havendo um grande ganho
8. BURROW., R.; BATCHERLOR, D.;
intelectual para os alunos que o CRIPPS, P. Complications observed during
produziram, pois mostrou a importância and after ovariohysterectomy of 142 bitches
at a veterinary teaching hospital. Veterinary
de uma manutenção adequada de uma Record, v.157, p.829-833, 2005.

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