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BIOFÍSICA
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Wilson Jorge Gonçalves
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ISBN 978-85-7880-035-2
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É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-
ação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, consequentemente, propiciando
oportunidade para melhoria de seu desempenho proÞssional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-
peram retribuir a sua escolha, reaÞrmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma
estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.
Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-
cimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.
Seja bem-vindo(a)!
Paulo Alcantara Gomes
Reitor
Orientações para o Autoestudo
O presente instrucional está dividido em seis unidades programáticas, cada uma com objetivos deÞnidos e
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam
atingidos com êxito.
Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-
plementares.
Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o
conteúdo de todas as Unidades Programáticas.
A carga horária do material instrucional para o autoestudo que você está recebendo agora, juntamente com
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.
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Dicas para o Autoestudo
1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja
disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.
7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento
da disciplina.
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À BIOFÍSICA
UNIDADE II
ENERGIA E TERMODINÂMICA
UNIDADE III
MEMBRANAS BIOLÓGICAS
UNIDADE IV
BIOFÍSICA DA VISÃO
BIOFÍSICA DA AUDIÇÃO
UNIDADE VI
BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO
Glossário ..................................................................................................................................................... 45
Gabarito ....................................................................................................................................................... 46
Referências bibliográÞcas ........................................................................................................................... 49
10 Quadro-síntese do conteúdo
programático
A aplicação da Física em Biologia, Enfermagem e Medicina não é novidade e tem desempenhado um papel
essencial em recentes avanços dessas áreas. O estudo das Ciências Biológicas e Biomédicas está se tornando
cada vez mais quantitativo em seus aspectos experimentais, reßetindo o uso da ferramenta da Física em várias
áreas de pesquisa. Além disso, o emprego de equipamentos desenvolvidos inicialmente para pesquisas físicas
hoje são essenciais para a obtenção de informações mais completas e precisas em experimentos biológicos e
médicos.
Entretanto, para uma boa parte dos estudantes das ciências da vida, ainda não lhes está claro as razões pelas
quais devam estudar Física.
Tivemos o cuidado então de explicar o fenômeno físico puramente e depois mostrá-lo nitidamente aplicado
no corpo humano, por exemplo, o comportamento das ondas sonoras e a audição, das ondas eletromagnéticas e
a visão, da hidrodinâmica comparando-a com o movimento da massa sanguínea, entre outros.
Tendo em vista os objetivos propostos, além de uma abordagem conceitual, Þzemos algumas apreciações
quantitativas, nas quais se fez necessário o auxílio da Matemática dos Ensinos Fundamental e Médio.
Este texto, portanto, é o resultado de nossa experiência em ministrar a disciplina de Biofísica há mais de dez
anos no curso superior para as áreas biomédicas. Não existe a pretensão de esgotar o assunto, mas apresentar
alguns itens que julgamos serem essenciais para o formando dessa área.
UNIDADE I 13
INTRODUÇÃO À BIOFÍSICA
Por meio de aparelhos adequados, podemos obter Toda grandeza física é identiÞcada pelo fato de apre-
medidas de massa, comprimento, tempo, velocidade sentar medidas. Observe que a medida compreende
etc. Esses elementos mensurados são denominados duas partes: um número e uma unidade.
grandezas físicas.
O objetivo era uniformizar as unidades das No Brasil, foi adotado pelo Decreto-Lei
grandezas físicas. Desde então, o SI tornou-se n.º 52423 de 30 de agosto de 1963.
xA seguir, citamos algumas das principais grandezas adotadas como fundamentais no SI:
x Em seguida, mostramos a formação dos múltiplos e submúltiplos das Unidades, mediante o emprego dos
14 preÞxos.
Três são os campos de força que atuam no Univer- cas positivas e negativas, que atraem-se e repelem-se
so: segundo leis próprias.
x Compõem o campo magnético (M) as massas
magnéticas – Norte e Sul –, que interagem segundo
Gravitacional leis próprias.
x O campo eletromagnético (EM) também pode
x O campo G é inerente à matéria, ou seja, aparece acontecer sem carga elétrica ou magnética.
sempre que houver massa.
x Provoca sempre força permanente de atração. Estão nas radiações eletromagnéticas dos raios-X,
x O campo G da Terra é um exemplo típico dessa das ondas de luz, das ondas de calor etc.
força de atração cuja direção da força é vertical e o
seu sentido é para o centro do planeta. Campo Nuclear
x O campo G também pode ser provocado pela ace-
leração dos corpos, é transitório. x O campo nuclear (N) existe somente dentro dos
limites do núcleo atômico.
x Sua força é a mais intensa de todos os campos, mas
Eletromagnético possui um raio de ação muito curto.
x Divide-se em campo nuclear forte, que é a força
x É mais diversiÞcado que o campo G e possui forças responsável por manter a coesão entre as partículas
de atração e repulsão. subatômicas do núcleo e campo nuclear fraco, que
x É a composição dos campos elétrico (E) e magnético são responsáveis pelas emissões radioativas do núcleo
(M). Compõem o campo elétrico (E) as cargas elétri- atômico (radiação Beta).
Os três campos de força estão muito presentes nos x Aplicação de ondas-curtas, como nos tratamentos
sistemas biológicos, como veremos nos exemplos a Þsioterápicos (campo EM).
seguir: x O campo (EM) está presente em todos os seres
vivos, sob a forma de calor.
x No trabalho das centrifugadeiras, aparece um cam- x Vaga-lumes produzindo energia luminosa (cam-
po G, no sentido horizontal. po EM).
x Levantamento de peso no campo G, como meio x Ressonância magnética utilizada para diagnósti-
auxiliar de Þsioterapia. cos, utilizando o campo magnético.
x Introdução de líquido no organismo, especialmen- x Várias espécies animais possuem receptores sen-
te na terapia intravenosa, graças ao campo G. síveis ao campo magnético da Terra e usam essa pro-
x A drenagem de cavidades corporais só é possível priedade para sua orientação.
graças ao campo G. x Tratamento de tumores com radioterapia (cam-
x Acentuamento da coluna vertebral – cifose, lordo- po N).
se e escoliose – causado pelo campo G.
16
Exercícios
1) Toda grandeza física apresenta uma medida. Quais as partes componentes de uma medida?
50.000Kg =
3.600s =
900.000Hz =
0,00025m =
3) A composição do Universo é, sem dúvida, muito complexa, mas pode ser reduzida a quatro componentes
fundamentais. Cite-os.
5) Qual o campo de força que, embora muito intenso, possui o menor raio de ação?
8) Cite dois exemplos de atuação dos campos de força nos sistemas biológicos.
UNIDADE II 17
ENERGIA E TERMODINÂMICA
Para suprir esse grande consumo, são necessá- Para um físico, energia é a capacidade de mu-
rias usinas geradoras de eletricidade. Ano após dar ou mover as coisas. Ela pode tomar várias
ano, essas usinas aumentam em tamanho, núme- formas e passar de uma para outra.
ro e variedade: hidrelétricas, termelétricas, nu-
cleares, eólicas... Infelizmente, cresce também OBS.: A unidade de energia no Sistema Inter-
o impacto ambiental. nacional é JOULE (J).
2.2 - Tipos de Energia
18
Exemplo:
Uma mola de constante elástica 200 N/m sofre de-
A energia potencial gravitacional depende: formação de 0,8 m. Calcule a energia que a mola ga-
x da massa do corpo (kg); nhou.
x da aceleração da gravidade local (m/s2);
x do nível de referência (m). SOLUÇÃO:
Exemplo:
Calcule a energia potencial gravitacional de um ho-
mem de 60 kg de massa, situado a uma altura de 5
metros em relação ao solo.
Dado: g = 10 m/s2
SOLUÇÃO
EPG = m.g.h
EPG = 60 x 10 x 5 Energia Cinética
, em que
Energia Mecânica
m – massa do corpo (kg)
v – velocidade do corpo (m/s) A energia mecânica de um sistema é a soma de suas
energias potencial e cinética.
Exemplo:
Determinar a energia cinética de uma bola de 0,2 kg
no instante em que sua velocidade é de 10 m/s.
Vamos agora analisar as conversões de energia que Observe que, durante a descida pelo tobogã, a ener-
ocorrem em um sistema puramente mecânico. gia cinética da pessoa aumenta, mas o potencial gra-
vitacional diminui. Em outras palavras, a velocidade
Na Þgura a seguir, mostramos uma pessoa escor- aumenta à medida que sua altura em relação ao nível
regando por um tobogã, cujo perÞl segue os pontos zero de energia potencial (ponto E) diminui.
A, B, C, D e E. Consideremos que o nível zero de
energia potencial gravitacional seja o ponto E, isto é,
no ponto E consideraremos que a energia potencial
gravitacional é nula.
Podemos começar esse estudo dizendo que a Entro- A. Armário com alta entropia. Poucos medica-men-
pia num ser vivo é inversamente proporcional à sua tos, seringas desordenadas, menos pacotes de algodão.
Organização. Desordem, e não se acha nada rapidamente.
B. Armário com baixa entropia. Tudo certo e fácil de
Os modelos abaixo permitem visualizar melhor essa achar, alem de maior quantidade.
relação:
Essa relação entre Entropia e Organização não se
limita a aspectos físicos somente. Os seres vivos, por
sua vez, procuram atingir o mais alto grau de organiza-
ção e eÞciência na utilização de sua energia, justamente
para diminuir sua entropia.
Na maquinaria celular, não há motores à ex- pelos comandos do cérebro e a partir daí os ór-
plosão, cilindros a vapor ou outros artefatos. gãos, músculos e demais tecidos por movimen-
As células utilizam energia elétrica originada tos de contração/repulsão realizam trabalho.
Como o ser vivo não é uma máquina mecâ- recorrem, então, aos alimentos e dele retiram
22 nica, não pode ser recarregado por uma bate- sua energia através de oxidações metabóli-
ria ou por uma fonte de calor. Os seres vivos cas.
Exercícios
1) Calcule a energia potencial gravitacional que um atleta acumula para elevar um haltere de 50 kg de massa
a uma altura de 2,5 m.
2) Determine a energia potencial elástica de um paciente que, em uma sessão de Þsioterapia, deve distender
um elástico por 40 cm, sabendo-se que o constante elástico do aparelho é de 800 N/M.
3) Calcule a energia cinética de um coelho de 700 g que, ao fugir do seu predador, atinge uma velocidade de
36 km/h.
4) O Brasil utiliza o represamento das águas dos rios para a construção de usinas hidroelétricas na geração de
energia elétrica. Porém, isso causa danos ao meio ambiente, por exemplo:
5) Em um dado ponto de um sistema, um corpo possui 200 J de energia cinética e 500 J de energia potencial.
Qual o valor da energia mecânica desse corpo?
7) Com base na 2ª Lei da Termodinâmica, explique sob o aspecto biológico, a diferença entre um estado HÍ-
GIDO e um estado PATOLÓGICO.
UNIDADE III 23
MEMBRANAS BIOLÓGICAS
3.1 - Compartimentação
No espaço sem barreiras, as trocas de Energia e borracha, uma célula etc. são estruturas que apresen-
Matéria se fazem livremente. tam compartimentação.
A compartimentação é o estabelecimento de duas
A presença de uma barreira qualquer (peneira, papel regiões no espaço, separados Þsicamente por uma
de Þltro etc.) seleciona o trânsito pelo tamanho dos barreira e funcionando por um trânsito seletivo.
transeuntes. Se, porém, todo o espaço considerado na
questão for separado por uma barreira, aparecem en- A importância desse sistema para o surgimento dos
tão dois compartimentos. seres vivos foi fundamental. Sem compartimentação
não existe seres vivos.
Nesse caso, as trocas se fazem obrigatoriamente A estrutura fundamental para compartimentação nos
através da barreira. Um tubo de diálise, um balão de seres vivos é a membrana biológica.
Os canais podem possuir carga elétrica (positiva ou Existem também canais sem carga elétrica que
negativa) ou serem destituídos de carga. funcionam deixando passar substâncias por diferen-
ça de pressão.
Canais positivos repelem cátions (+) e deixam pas-
sar anions (-). Essa passagem de substâncias se dá com a reali-
zação de TRABALHO, resultado num consumo de
Canais negativos repelem anions (-) e deixam pas- energia.
sar cátions (+).
Exercícios
1) Conceitue membranas biológicas.
BIOFÍSICA DA VISÃO
Todas essas ondas são invisíveis ao olho humano, Exemplos: ondas em cordas, ondas na superfí-
mas existem as visíveis, como as formadas numa cor- cie de um líquido, ondas sonoras etc.
da ou na água. O objeto de estudo desse capítulo é a
onda. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS: Resultam
de vibrações de cargas elétricas, transportan-
do energia sob a forma de quanta (“pacotes” de
Conceito energia). Por isso, as ondas eletromagnéticas
propagam-se no vácuo e em alguns meios ma-
ONDAS: são movimentos oscilatórios que se propa- teriais.
gam num meio. Nesses movimentos, apenas a energia
é transferida, não havendo transporte de matéria. Exemplos: ondas luminosas (luz), ondas de rá-
dio ou TV, microondas, raios-X, gama ( ) etc.
As ondas originam-se em meios elásticos como
cordas, superfície da água, do ar etc. Fazendo-se um
rápido movimento vertical na extremidade de uma
corda tensa e horizontal, forma-se uma onda que se
propaga ao longo do seu comprimento. Quando a
água de um lago é tocada, propagam-se ondas através
da sua superfície.
A frequência das radiações visíveis cresce do ver- Os raios infravermelhos são produzidos por corpos
melho para o violeta. aquecidos e também são chamados “raios de calor”,
por serem facilmente absorvidos pelo corpo humano,
Os elétrons de uma fonte podem, porém, vibrar com dando uma sensação de aquecimento. São invisíveis.
frequências muito abaixo ou muito acima daquelas
que sensibilizam o olho humano. Nascem, assim, as A faixa de frequências da luz visível é muito peque-
ondas eletromagnéticas invisíveis, constituindo um na. O comprimento de onda da luz visível é compa-
conjunto muito grande e com as variadas aplicações rável ao tamanho do menor objeto que pode ser visto
práticas. A Þgura resume os diversos tipos de radia- num microscópio óptico (10-7 m).
ções eletromagnéticas existentes e a ordem de gran-
Os raios ultravioleta são produzidos por corpos mui-
deza de suas frequências.
to aquecidos. O sol emite grande quantidade de raios
ultravioleta, em grande parte absorvidos pela atmos-
As ondas de rádio são produzidas por oscilação de fera terrestre.
elétrons em antenas de metal. Seus comprimentos de
ondas variam do tamanho de um estádio de futebol ao Os raios-X são produzidos quando um feixe de elé-
tamanho de um homem. As microondas são usadas trons muito acelerados se choca contra uma placa de
em telecomunicações e têm o comprimento de onda metal dentro de um tubo a vácuo. Têm comprimento
do tamanho de um punho. de onda igual ao tamanho de um átomo.
Os raios J são produzidos por reações nucleares e xFaixa do ultravioleta
apresentam comprimento de onda cerca de um vigé- 27
simo do diâmetro de um próton.
Espectro Eletromagnético
As ondas se propagam com velocidade constante,
portanto em movimento uniforme:
f – frequência da onda
Ex.:
Solução:
a) Como cada divisão do gráÞco é de 1 cm, a dis-
PONTO REMOTO
(Músculos ciliares completamente relaxados)
Acomodação Visual
As pessoas emétropes, isto é, de visão normal, têm Amplitude de acomodação visual: é a variação
capacidade de acomodar objetos da distância mínima da vergência do cristalino de um olho, funcionando
de 25 cm (por convenção) do olho até o inÞnito. A como lente, ao deslocar um objeto desde o seu ponto
primeira distância corresponde ao ponto próximo e
próximo até o seu ponto remoto.
a segunda, ao ponto remoto, conforme as duas pró-
ximas Þguras.
O emétrope possui amplitude de acomodação de
PONTO PRÓXIMO (de abscissa pp ): mínima dis- quatro dioptrias (4di).
tância de visão distinta que uma pessoa pode ter. Nes-
sa situação, os músculos ciliares estão contraídos ao A vergência de uma lente é calculada pela fórmula:
máximo (“olhar esbugalhado”).
PONTO PRÓXIMO
(Músculos ciliares contraídos ao máximo) em que V – vergência (dioptrias)
f – distância focal (metro)
Miopia
O míope apresenta como defeito o achatamento do
globo ocular perpendicularmente ao seu eixo óptico,
Para a correção da miopia, deve-se usar lentes di-
30 vergentes, aumentando a sua distância focal.
f = - pR
Exemplo:
Exemplo: SOLUÇÃO
SOLUÇÃO
Hipermetropia Presbiopia
O hipermétrope apresenta como defeito o achata- O presbita apresenta como defeito o endurecimento
mento do globo ocular longitudinalmente ao seu eixo do cristalino e, por conseguinte, a perda da capaci-
óptico, encurtando-o. Em consequência, a imagem se dade de acomodação visual. A presbiopia não é um
forma depois da retina. Seu ponto remoto não está defeito congênito, mas decorrente do avanço da ida-
a 25 cm, mas a uma distância maior que esta, o que de. As pessoas idosas geralmente a têm. Ela é vulgar-
aumenta sua diÞculdade em enxergar de perto. mente chamada de “vista cansada”.
(em metros)
Para a correção da hipermetropia, deve-se usar len-
tes convergentes, diminuindo a sua distância focal. Astigmatismo
O astigmata apresenta um defeito na córnea, com
raios de curvatura irregulares, o que ocasiona uma vi-
(em metros) são manchada dos objetos.
A correção do astigmatismo é feita com o uso distinguir certas cores, mas comumente o ver-
de lentes cilíndricas. melho e o verde. Estima-se que cerca de 8% dos 31
homens e 0,05% das mulheres na Europa sejam
Estrabismo daltônicos. Os cones, receptores de luz locali-
zados sobre a retina do globo ocular, contêm
O estrábico apresenta como defeito a incapa- pigmentos que selecionam as luzes vermelhas,
cidade de dirigir para um mesmo ponto os eixos verde e azul. Se a quantidade de pigmento é re-
ópticos dos olhos.
duzida ou se um (ou mais) dos três sistemas de
A correção do estrabismo é feita com uso de cores estiver ausente, o portador será daltônico.
lentes prismáticas. A anomalia é impossível de ser corrigida.
Exercício
1) Como se chamam as ondas que não se propagam no vácuo?
4) A Þgura mostra o perÞl de onda de uma onda mecânica propagando-se no ar, com velocidade de 5,0 m/s.
Determine:
a) o comprimento de onda no SI.
b) a frequência desse movimento.
c) o período do movimento.
8) Os esquemas correspondem a um olho míope (1) e um olho hipermétrope (2). As lentes corretivas devem
ser, respectivamente, para (1) e (2):
a) Divergente e convergente.
32 b) Divergente e divergente.
c) Biconvexa e bicôncava.
d) Convergente e divergente.
e) Convergente e convergente.
9) Uma pessoa jovem tem seu ponto próximo a 1 m dos olhos. Para que possa enxergar nitidamente objetos
a 25 cm de distância, determine:
a) O tipo de defeito;
b)O tipo de lente;
c) A vergência da lente.
UNIDADE V 33
BIOFÍSICA DA AUDIÇÃO
A Barreira do Som
As frentes de onda, ao chegarem a outra extremida-
de (aberta), atingem a orelha do observador, que pos- A velocidade do som no ar é aproximadamente
sui uma membrana denominada tímpano. O tímpano 1.220 km/h. Foguetes e mísseis superam essa marca,
passa a vibrar com a mesma frequência das ondas, mas, entre os veículos com Þnalidade de transporte de
transmitindo-as ao cérebro, que registra, assim, a sen- cargas e passageiros, apenas os aviões supersônicos
sação Þsiológica chamada de som. o fazem.
*Segundo a Nova Terminologia Anatômica Mundial, publicada em dezembro de 1997, o nome ouvido foi substituído por orelha.
de choque. Em termos práticos, há um estrondo sô-
34 nico, cuja violência é capaz de quebrar vidros, com- INTENSIDADE: qualidade que permite diferenciar
prometer estruturas de prédios e outras ediÞcações, um som forte de um som fraco. A intensidade do som
e ainda provocar danos irreparáveis aos aparelhos depende da energia que a onda transfere e divide-se
auditivos das pessoas situadas nas proximidades do em intensidade física e intensidade auditiva.
evento.
A intensidade física do som é medida em w/m, no
É por isso que os aviões supersônicos são usados Sistema Internacional.
com restrições e que os aeroportos de onde decolam
esses aparelhos se situam em regiões afastadas dos O menor valor de intensidade física sonora audível
grandes centros urbanos. (limiar de audibilidade) é I0= 10-12 w/m2, e o maior
valor de intensidade física sonora suportável (limiar
da dor) é I = 100 w/m2, após isso, o tímpano pode ser
rompido.
Qualidades do Som
O Som Também Polui
ALTURA: qualidade que permite diferenciar um
som grave de um som agudo. A altura do som de- Um dos grandes e graves problemas de nossa so-
pende apenas da sua frequência. ciedade é a poluição sonora. Vivemos num mundo
em que o normal é o ruído, o barulho constante. O
Frequência maior ĺ som agudo silêncio é uma rara, exceção. Por isso aumenta assus-
tadoramente o número de pessoas com deÞciências
Frequência menorĺ som grave auditivas causadas pela exposição prolongada a sons
muito intensos. Sons acima de 80 dB já constituem
DeÞne-se intervalo (i) entre dois sons como sendo o poluição sonora. Todos precisamos nos engajar na
quociente entre suas frequências: cruzada contra o barulho, limitando a intensidade dos
sons que nos cercam.
Obs.:
As notas musicais de mesmo nome estão separadas
por um intervalo de uma oitava.
Pesquisas da U.S. Environmental Protection Agency Uma mesma nota musical emitida por um piano e
(Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) por um violão diferencia-se pelo timbre. 35
demonstram que o excesso de ruídos pode provocar
distúrbios mentais, ulceras gástricas, problemas car-
díacos e, até mesmo, problemas em fetos. Persistência Acústica
Quando exposto diariamente a ruídos acima de 75 Chama-se persistência acústica ao menor intervalo
dB, o ser humano, em poucos anos, sofre mudanças de tempo para que dois sons não se separem no cé-
em seu organismo, como: dilatação das pupilas, pal- rebro. A persistência acústica da orelha humana é de
pitação cardíaca, diÞculdades na digestão, elevação 0,1s. Se dois sons chegam à orelha com intervalos de
na pressão arterial, alteração na secreção de vários tempo menores que 0,1s, o cérebro não consegue dis-
hormônios. As mulheres podem ter o ciclo menstrual tingui-los. Portanto, um ouvinte consegue distinguir
desregulado. Além disso, outras consequências po- dois sons distintos desde que os receba em interva-
dem ser a desestabilidade emocional e o estresse. los de tempo maiores (ou iguais) a 0,1s. Esse fato
possibilita ao observador perceber o eco, fenômeno
TIMBRE: qualidade que permite diferenciar dois bastante conhecido.
sons de mesma altura e mesma intensidade, emiti-
dos por fontes distintas.
Visão
xsintética – impulsos energéticos são somados.
Ex.: azul + amarelo = verde
b. Orelha Média
x transforma a energia sonora em deslocamento
mecânico.
x o tímpano vibra sob o impulso da onda sonora em x transforma o movimento mecânico em hidráulico
amplitude proporcional. e o hidráulico em pulso elétrico.
Amin.= 1,1 x 10-11m Amáx.= 1,1 x 10-5m x um fator biofísico importante nesse mecanismo é
diferença de potencial entre o órgão de Corti (- 70
mv) e endolinfa (+ 80 mv), responsável pela trans-
x dimensões do tímpano área: 65 mm2 missão dos impulsos elétricos ao cérebro (gradiente
Espessura: 0,1 mm de 150 mv).
Exercícios
1) Cite a faixa de frequências cujos sons são audíveis pelo ser humano.
2) Em que meio (sólido, líquido, gasoso) o som se propaga com maior velocidade?
5) Qual é a unidade no Sistema Internacional para a intensidade sonora? Que submúltiplo é mais usado?
8) Quando a intensidade sonora é muito grande, o mecanismo de ampliÞcação é atenuado pela contração
reßexa de dois músculos. Cite-os:
BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO
6.1 - Introdução
Este trabalho trata de um dos ßuidos mais importan- c. Sangue, um ßuido formado por células e líquido.
tes para o corpo humano por ter funções nutritivas, d. Sistema de controle, ligado ao sistema nervoso
respiratórias, excretora e de defesa do organismo: o central.
sangue. Sendo também considerado como um tecido
do corpo humano, isto é, um tecido ßuido, o sangue é A circulação sanguínea é um sistema fechado, com
mais uma das maravilhas da natureza, constituindo-se o volume circulatório em regime estacionário. Isso
num adulto em um volume de 5,5 litros que é trans- quer dizer que o sangue está contido em um sistema
portado por uma malha de mais de 90.000 km, o que de bomba hidráulica e vasos condutores sem vaza-
equivale a mais de duas voltas em torno da Terra. mentos e contínuo.
A propulsão é feita por uma bomba – o cora- Isso signiÞca que a quantidade de sangue movimen-
ção – que faz o sangue circular pelo corpo cerca de tada a cada impulso do coração é a mesma na grande
uma vez por minuto, gastando, em um dia, energia e pequena circulação.
capaz de elevar um adulto em 700 m.
Esse volume é de cerca de 83 ml ejetados de cada
O sistema circulatório tem função de comunicador ventrículo e de 166 ml, ejetados pelo coração em cada
de Matéria e Energia entre os diversos comparti- batida.
mentos biológicos.
Aproximadamente ¼ da massa sanguínea está na
É um leva-e-traz contínuo de metabólitos diversos, pequena circulação e ¾, na grande. Um indivíduo
consumindo e trocando energia potencial e cinética com 5 litros de sangue tem-nos assim distribuído:
sem parar. Compõe-se, portanto de:
x pequena circulação – 1,2 l (coração e pulmão)
a. Coração, como uma bomba propulsora. x grande circulação – 3,5 l (coração, corpo todo)
b. Vasos sanguíneos, que formam uma rede contí- x no coração – 0,25 l
nua e cíclica, unida pelo coração.
O sangue enquadra-se como ßuido real, que como seu centro de massa. Sob certas condições, as células
tal deve ser: compressível, turbulento, rotacional e do sangue giram em torno do seu centro de massa. O
viscoso, como se detalha a seguir. fato de essas partículas, no caso do sangue, células,
terem um movimento de rotação, implica que parte
da energia de movimento do sangue estará na forma
Compressibilidade de energia cinética de rotação, o que contribui, como
veremos adiante, para uma queda de pressão ao longo
Um ßuido é compressível quando é possível mudar do percurso do sangue.
sua densidade, isto é, quando sob pressão diminui seu
volume. O sangue é constituído de plasma, glóbulos
vermelhos e glóbulos brancos, isto é, um líquido com Viscosidade
células que, em certas situações, num escoamento po-
dem se encontrar mais comprimidas que o normal. A viscosidade tem o mesmo papel na mecânica dos
Neste caso, o sangue teria sua densidade aumentada. ßuidos que o atrito na mecânica dos sólidos, ou seja,
no escoamento teremos transformação de energia ci-
nética em energia térmica. Em consequência, tere-
Rotacionalidade mos uma queda de pressão no sentido do escoamento.
Esta queda se deve a uma resistência de arraste, pela
O escoamento de um ßuido é rotacional quando aderência do ßuido ao tubo, fazendo com que no tubo
uma partícula no interior do ßuido gira em torno de a velocidade decresça de valor do centro até as bor-
das. Na Þgura abaixo, tem-se um escoamento em que Efeito da viscosidade para um ßuido dentro de um
o ßuido diminui sua velocidade de um valor máximo tubo cilíndrico, onde a velocidade ao longo do ßuido 39
no centro do tubo até chegar a zero nas suas paredes. aumenta das bordas para o centro.
Este tipo de escoamento é chamado de escoamento
laminar. Quando um ßuido é mais viscoso, signiÞca que ade-
re melhor a uma superfície. Por exemplo, o óleo de
máquina leve tem uma viscosidade cerca de cem ve-
zes maior que o da água para a mesma temperatura
abaixo de 400 C. Isso explica porque é mais difícil
remover óleo de uma superfície do que a água. Na
tabela abaixo, estão os valores da viscosidade de al-
gumas substâncias para certas temperaturas.
Um ßuido está em regime turbulento quando muda Os ßuidos ideais obedecem à equação da continui-
de velocidade no decorrer do tempo. Uma das formas dade, que é a lei de conservação da massa aplicada à
de um ßuido estar em regime turbulento é quando sua mecânica dos ßuidos. DeÞne-se o ßuxo ou vazão de
velocidade é superior a certo valor, que pode ser ob- um ßuido como variação de volume na unidade de
tido por: tempo, ou seja:
Em que Re é o numero de Reynolds; K é a viscosida- No SI, a unidade para o ßuxo é m3/s. Para ßuidos
de do ßuido; U é a densidade do ßuido; D é o diâmetro ideais, o ßuxo volumétrico deve ser constante. Neste
e Qc é a velocidade crítica. O número de Reynolds, caso, a equação da continuidade se expressa como:
Re, que é adimensional para um grande número de
ßuidos, num escoamento através de um tubo de seção
circular está em torno de 2.000. Quando num escoa-
mento de um ßuido este valor é superado, o escoa- A = área da secção transversal do tubo
mento passa de laminar para turbulento. Para veloci- Q= velocidade do líquido
dades abaixo do valor crítico, o ßuido também pode
ser turbulento se houver protuberâncias no tubo. Nos Por meio dessa equação, pode-se concluir que se a
vasos sanguíneos, podemos ter protuberâncias forma- área de um tubo, por exemplo, por onde, escoa um
das pelo acúmulo de colesterol nas paredes dos vasos, ßuido, diminui, então a velocidade deverá aumentar a
como mostra a Þgura: Þm de manter o ßuxo constante.
O ciclo de contração cardíaca passa por duas fases Relação entre Onda de Pulso e Velocidade
bem características. de Circulação
x SÍSTOLE: contração com esvaziamento do co- Todas as artérias apresentam uma dilatação percep-
ração. tível ao tato, em sincronia com a contração cardíaca.
x DIÁSTOLE: relaxamento com entrada de sangue É o pulso.
nas cavidades cardíacas.
A tomada do pulso fornece informações valiosas
Durante a sístole, o sangue é subitamente acelerado sobre o funcionamento do aparelho circulatório, tais
em todas as artérias, pela massa sanguínea que é eje- como a frequência, arritmia (falta de ritmo), a in-
tada pelos ventrículos. A pressão e a velocidade do tensidade e outras.
sangue atingem o nível máximo.
Embora o pulso possa ser registrado graÞcamente e
Durante a diástole, tanto a pressão como a corrente com riqueza de detalhes, a simples palpação permite
sanguínea diminui um pouco. veriÞcar importantes aspectos.
Quando a sístole termina, começa a diástole. A ener- A corrente sanguínea não é perceptível ao tato e ne-
gia elástica armazenada na artéria se transforma em cessita de métodos especiais para ser percebida.
energia cinética para manter o ßuxo constante.
VELOCIDADE:
ONDA DE PULSO: 20 m.s .1
CORRENTE SANGUÍNEA: 5 m.s .1
6.4 – A Pressão no Corpo Humano
41
Pressão Dinâmica
A equação 1.1 expressa a ação da pressão mecâni-
ca mais a hidrostática, mas um ßuido em movimento
também exercerá a pressão dinâmica que é dada por:
6) O que acontece com a elasticidade das artérias das pessoas quando envelhecem?
7) Um idoso hipertenso tem em determinado momento uma pressão na aorta de 220 mmHg. Sabendo-se que
a pressão nos capilares é de 15 mmHg e que o ßuxo sanguíneo é de 85 ml/s, calcule sua resistência periférica.
9) Calcule a pressão arterial no tornozelo de um indivíduo que se encontra de pé, sabendo-se que o coração
encontra-se a 120 cm acima dele.
44
Se você:
1) concluiu o estudo deste guia;
2) participou dos encontros;
3) fez contato com seu tutor;
4) realizou as atividades previstas;
Então, você está preparado para as
avaliações.
Parabéns!
Glossário
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Diapasão – objeto metálico em forma de “U” destinado a aÞnar instrumentos.
2. 5,0 X 104kg
3,6 X 103s
9,0 X 105H
2,5 X 10-4m
5. Nuclear.
6. Gravitacional.
UNIDADE II
1. 1250 J
2. 64 J
3. 35 J
4. Letra D
5. 700 J
7. No estado hígido, o ser está organizado e tem baixa entropia; já no estado patológico, sua entropia está au-
mentada.
UNIDADE III
1. São estruturas altamente diferenciadas, destinadas a compartimentar os seres vivos.
2. 10 m
3. São passagens que permitem a comunicação entre o lado externo e o lado interno da célula.
4. São maquinismos moleculares capazes de transportar substâncias, através da membrana, sempre em sentido
único.
5. Canais negativos.
2. São aquelas que a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. Ex.: ondas de corda.
5. Íris.
7. Presbiopia.
8. Letra A.
9. a) Hipermetropia b) Convergente c) 2 di
UNIDADE V
1. De 20 Hz a 20 kHz
2. Meio sólido.
3. É um estrondo sônico que ocorre quando uma aeronave ultrapassa a velocidade do som.
5. BEL . DECIBEL.
9. Audiometria.
UNIDADE VI
1. Coração, vasos sanguíneos, o sangue e um sistema de controle.
4. Onda de pulso é a energia da contração cardíaca que se propaga pelos vasos sanguíneos, e corrente sanguínea
é o deslocamento da massa de sangue.
8. Arterial: 95 mmHg
Venosa: 5 mmHg
9. 189 mmHg
Referências Bibliográficas
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HENEINE, I Felippe. Biofísica Básica. São Paulo: Atheneu, 2002.
OKUNO, Emico. Física para Ciências Biológicas e Biomédicas. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 2002.