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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

BIOFÍSICA

Conteudista
Wilson Jorge Gonçalves

Rio de Janeiro / 2008

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO


UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou
por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo
Branco - UCB.

Un3b Universidade Castelo Branco

Biofísica / Universidade Castelo Branco. – Rio de Janeiro: UCB, 2008. - 52


p.: il.

ISBN 978-85-7880-035-2

1. Ensino a Distância. 2. Título.

CDD – 371.39

Universidade Castelo Branco - UCB


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Apresentação

Prezado(a) Aluno(a):

É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-
ação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, consequentemente, propiciando
oportunidade para melhoria de seu desempenho proÞssional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-
peram retribuir a sua escolha, reaÞrmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma
estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.

Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-
cimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.

Seja bem-vindo(a)!
Paulo Alcantara Gomes
Reitor
Orientações para o Autoestudo

O presente instrucional está dividido em seis unidades programáticas, cada uma com objetivos deÞnidos e
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam
atingidos com êxito.

Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-
plementares.

As Unidades 1, 2 e 3 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.

Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das seis unidades.

Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o
conteúdo de todas as Unidades Programáticas.

A carga horária do material instrucional para o autoestudo que você está recebendo agora, juntamente com
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.

Bons Estudos!
Dicas para o Autoestudo

1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja
disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.

2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite


interrupções.

3 - Não deixe para estudar na última hora.

4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

5 - Não pule etapas.

6 - Faça todas as tarefas propostas.

7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento
da disciplina.

8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a autoavaliação.

9 - Não hesite em começar de novo.


SUMÁRIO

Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 10


Contextualização da disciplina ................................................................................................................... 11

UNIDADE I

INTRODUÇÃO À BIOFÍSICA

1.1 - Grandezas físicas ................................................................................................................................. 13


1.2 - Sistemas Internacional de Unidades (SI) ............................................................................................. 13
1.3 - Notação cientíÞca ................................................................................................................................ 14
1.4 - Composição do Universo..................................................................................................................... 14
1.5 - Conceitos de Biofísica ......................................................................................................................... 15
1.6 - Teorias dos campos de força ................................................................................................................ 15
1.7 - Atuações dos campos de força na Biologia ......................................................................................... 15

UNIDADE II

ENERGIA E TERMODINÂMICA

2.1 - Energia - introdução ............................................................................................................................ 17


2.2 - Tipos de energia ................................................................................................................................... 18
2.3 - Conservação da energia mecânica ....................................................................................................... 19
2.4 - Leis da Termodinâmica ....................................................................................................................... 20
2.5 - Princípio da degradação da energia ..................................................................................................... 21
2.6 - Entropia em Biologia ........................................................................................................................... 21
2.7 - Termodinâmica em sistemas biológicos .............................................................................................. 21

UNIDADE III

MEMBRANAS BIOLÓGICAS

3.1 - Compartimentação ............................................................................................................................... 23


3.2 - Conceito e dimensão das membranas .................................................................................................. 23
3.3 - Estrutura e funcionamento das membranas ......................................................................................... 24

UNIDADE IV

BIOFÍSICA DA VISÃO

4.1 - Luz e ondas .......................................................................................................................................... 25


4.2 - O olho humano .................................................................................................................................... 28
4.3 - Defeitos da visão ................................................................................................................................. 29
UNIDADE V

BIOFÍSICA DA AUDIÇÃO

5.1 - Ondas sonoras ...................................................................................................................................... 33


5.2 - A orelha humana .................................................................................................................................. 35
5.3 - Defeitos da audição ............................................................................................................................. 37

UNIDADE VI

BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO

6.1 - Introdução ........................................................................................................................................... 38


6.2 - Características dos ßuidos em escoamento ......................................................................................... 38
6.3 - Energética da sístole e da diástole ....................................................................................................... 40
6.4 - A pressão no corpo humano ................................................................................................................. 41

Glossário ..................................................................................................................................................... 45
Gabarito ....................................................................................................................................................... 46
Referências bibliográÞcas ........................................................................................................................... 49
10 Quadro-síntese do conteúdo
programático

UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS


I. INTRODUÇÃO À BIOFÍSICA xDeÞnir grandezas físicas;
1.1 – Grandezas físicas x Conhecer o Sistema Internacional de Unidades e
1.2 – Sistemas Internacional de Unidades (SI) suas principais grandezas adotadas;
1.3 – Notação cientíÞca xExpressar uma quantidade em notação cientíÞca;
1.4 – Composição do Universo xResumir a composição do Universo a seus elemen-
1.5 – Conceitos de Biofísica tos fundamentais;
1.6 – Teorias dos campos de força xEntender como a ciência física atua no corpo hu-
1.7 – Atuações dos campos de força na Biologia mano;
x Apresentar os campos de força existente no Uni-
verso;
xIdentiÞcar os campos de força no cotidiano dos se-
res vivos.
II. ENERGIA E TERMODINÂMICA xApresentar a importância da energia no mundo mo-
2.1 – Energia - introdução derno;
2.2 – Tipos de energia x IdentiÞcar os tipos de energia;
2.3 – Conservação da energia mecânica x Citar o princípio da conservação da energia;
2.4 – Leis da Termodinâmica x Enunciar as duas leis da Termodinâmica;
2.5 – Princípio da degradação da energia xRelacionar a entropia e a organização dos seres vi-
2.6 – Entropia em Biologia vos.
2.7 – Termodinâmica em sistemas biológicos
III. MEMBRANAS BIOLÓGICAS xA importância da compartimentação para a forma-
3.1 – Compartimentação ção dos seres vivos;
3.2 – Conceito e dimensão das membranas x Conceituar membrana biológica;
3.3 – Estrutura e funcionamento das membranas x Explicar seu funcionamento.
IV. BIOFÍSICA DA VISÃO xApresentar o espectro eletromagnético focalizando
4.1 – Luz e ondas a faixa de luz visível;
4.2 – O olho humano xClassiÞcar as ondas;
4.3 – Defeitos da visão xIdentiÞcar os elementos do olho humano e conhe-
cer seu funcionamento biofísico;
xApresentar os defeitos da visão.
V. BIOFÍSICA DA AUDIÇÃO xDeÞnir ondas sonoras;
5.1 – Ondas sonoras xApresentar as qualidades do som;
5.2 – A orelha humana xComentar a poluição sonora no cotidiano das pes-
5.3 – Defeitos da audição soas;
xIdentiÞcar os elementos da orelha humana e conhe-
cer seu funcionamento biofísico;
xApresentar os defeitos da audição.
VI. BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO xConhecer o sistema circulatório;
6.1 – Introdução xConhecer as características dos ßuidos em escoa-
6.2 – Características dos ßuidos em escoamento mento;
6.3 – Energética da sístole e da diástole xRelacionar a energética da circulação com o princí-
6.4 – A pressão no corpo humano pio da conservação da energia;
xCitar as pressões que constituem a pressão no corpo
humano;
xConhecer a inßuência da gravidade na pressão do
ser humano.
Contextualização da Disciplina 11

A aplicação da Física em Biologia, Enfermagem e Medicina não é novidade e tem desempenhado um papel
essencial em recentes avanços dessas áreas. O estudo das Ciências Biológicas e Biomédicas está se tornando
cada vez mais quantitativo em seus aspectos experimentais, reßetindo o uso da ferramenta da Física em várias
áreas de pesquisa. Além disso, o emprego de equipamentos desenvolvidos inicialmente para pesquisas físicas
hoje são essenciais para a obtenção de informações mais completas e precisas em experimentos biológicos e
médicos.

Entretanto, para uma boa parte dos estudantes das ciências da vida, ainda não lhes está claro as razões pelas
quais devam estudar Física.

Tivemos o cuidado então de explicar o fenômeno físico puramente e depois mostrá-lo nitidamente aplicado
no corpo humano, por exemplo, o comportamento das ondas sonoras e a audição, das ondas eletromagnéticas e
a visão, da hidrodinâmica comparando-a com o movimento da massa sanguínea, entre outros.

Tendo em vista os objetivos propostos, além de uma abordagem conceitual, Þzemos algumas apreciações
quantitativas, nas quais se fez necessário o auxílio da Matemática dos Ensinos Fundamental e Médio.

Este texto, portanto, é o resultado de nossa experiência em ministrar a disciplina de Biofísica há mais de dez
anos no curso superior para as áreas biomédicas. Não existe a pretensão de esgotar o assunto, mas apresentar
alguns itens que julgamos serem essenciais para o formando dessa área.
UNIDADE I 13

INTRODUÇÃO À BIOFÍSICA

1.1 - Grandezas Físicas

Por meio de aparelhos adequados, podemos obter Toda grandeza física é identiÞcada pelo fato de apre-
medidas de massa, comprimento, tempo, velocidade sentar medidas. Observe que a medida compreende
etc. Esses elementos mensurados são denominados duas partes: um número e uma unidade.
grandezas físicas.

Ex.: 2 kg grandeza física – massa


número da medida – 2
unidade da medida – quilograma

5m grandeza física – comprimento


número da medida – 5
unidade da medida – metro

1.2 - Sistema Internacional de Unidades (SI)

Foi implantado na 11ª Conferência Interna- a linguagem internacional, trazendo facilida-


cional de Pesos e Medidas, em 1960, na Fran- de e praticidade na troca de informações das
ça. comunidades científicas dos diversos países.

O objetivo era uniformizar as unidades das No Brasil, foi adotado pelo Decreto-Lei
grandezas físicas. Desde então, o SI tornou-se n.º 52423 de 30 de agosto de 1963.

xA seguir, citamos algumas das principais grandezas adotadas como fundamentais no SI:
x Em seguida, mostramos a formação dos múltiplos e submúltiplos das Unidades, mediante o emprego dos
14 preÞxos.

1.3 - Notação Científica


Escrever um número em notação científica é Por exemplo:
expressá-lo sob a forma de um produto de dois
fatores, a saber: 500.000 Kg = 5,0 x 10 5Kg
300.000.000 m/s = 3,0 x 10 8m/s
0,000015m = 1,5 x 10 -5m
A finalidade é facilitar a apresentação de uma 0,025 A = 2,5 x 10 -2A
quantidade muito grande ou muito pequena,
omitindo-se os zeros.

1.4 - Composição do Universo


A composição do Universo desde o microcosmo até Espaço ĺ distâncias, áreas e volumes dos objetos
o macrocosmo parece muito complexa, mas pode ser e seres.
reduzida a alguns componentes fundamentais. Tempo ĺ sucessão do dia e da noite, pela espera dos
acontecimentos e pela duração da vida.
São eles:
Matéria ĺ objetos, corpos, alimentos etc. Essa composição é qualitativa e quantitativamente
Energia ĺ calor, luz, som, trabalho físico ou me- deÞnida pelas grandezas físicas fundamentais e de-
cânico. rivada.
Matéria e energia são dois estados diferentes de uma A Matéria caracteriza-se pela massa e a Energia é a
mesma QUALIDADE FUNDAMENTAL. capacidade dessa massa em realizar trabalho. 15

1.5 - Conceito de Biofísica


É o estudo da matéria, da energia, do espaço e do tempo nos sistemas biológicos.

1.6 – Teorias dos Campos de Força

Três são os campos de força que atuam no Univer- cas positivas e negativas, que atraem-se e repelem-se
so: segundo leis próprias.
x Compõem o campo magnético (M) as massas
magnéticas – Norte e Sul –, que interagem segundo
Gravitacional leis próprias.
x O campo eletromagnético (EM) também pode
x O campo G é inerente à matéria, ou seja, aparece acontecer sem carga elétrica ou magnética.
sempre que houver massa.
x Provoca sempre força permanente de atração. Estão nas radiações eletromagnéticas dos raios-X,
x O campo G da Terra é um exemplo típico dessa das ondas de luz, das ondas de calor etc.
força de atração cuja direção da força é vertical e o
seu sentido é para o centro do planeta. Campo Nuclear
x O campo G também pode ser provocado pela ace-
leração dos corpos, é transitório. x O campo nuclear (N) existe somente dentro dos
limites do núcleo atômico.
x Sua força é a mais intensa de todos os campos, mas
Eletromagnético possui um raio de ação muito curto.
x Divide-se em campo nuclear forte, que é a força
x É mais diversiÞcado que o campo G e possui forças responsável por manter a coesão entre as partículas
de atração e repulsão. subatômicas do núcleo e campo nuclear fraco, que
x É a composição dos campos elétrico (E) e magnético são responsáveis pelas emissões radioativas do núcleo
(M). Compõem o campo elétrico (E) as cargas elétri- atômico (radiação Beta).

1.7 - Atuações dos Campos de Força na Biologia

Os três campos de força estão muito presentes nos x Aplicação de ondas-curtas, como nos tratamentos
sistemas biológicos, como veremos nos exemplos a Þsioterápicos (campo EM).
seguir: x O campo (EM) está presente em todos os seres
vivos, sob a forma de calor.
x No trabalho das centrifugadeiras, aparece um cam- x Vaga-lumes produzindo energia luminosa (cam-
po G, no sentido horizontal. po EM).
x Levantamento de peso no campo G, como meio x Ressonância magnética utilizada para diagnósti-
auxiliar de Þsioterapia. cos, utilizando o campo magnético.
x Introdução de líquido no organismo, especialmen- x Várias espécies animais possuem receptores sen-
te na terapia intravenosa, graças ao campo G. síveis ao campo magnético da Terra e usam essa pro-
x A drenagem de cavidades corporais só é possível priedade para sua orientação.
graças ao campo G. x Tratamento de tumores com radioterapia (cam-
x Acentuamento da coluna vertebral – cifose, lordo- po N).
se e escoliose – causado pelo campo G.
16

Exercícios
1) Toda grandeza física apresenta uma medida. Quais as partes componentes de uma medida?

2) Escreva em notação cientíÞca, as seguintes quantidades:

50.000Kg =
3.600s =
900.000Hz =
0,00025m =

3) A composição do Universo é, sem dúvida, muito complexa, mas pode ser reduzida a quatro componentes
fundamentais. Cite-os.

4) Cite os três principais campos de força na Terra.

5) Qual o campo de força que, embora muito intenso, possui o menor raio de ação?

6) Qual o campo de força que provoca sempre uma permanente atração?

7) Onde se situa o Polo Sul magnético?

8) Cite dois exemplos de atuação dos campos de força nos sistemas biológicos.
UNIDADE II 17

ENERGIA E TERMODINÂMICA

2.1 - Energia – Introdução


Nosso estilo de vida atual, cada vez mais de- Esse imenso universo tecnológico que atende
pendente do avanço tecnológico, do uso da ele- às nossas necessidades tornou-se possível devi-
tricidade, do petróleo e seus derivados (gaso- do à utilização de diversas formas naturais de
lina, óleo diesel etc.), é sofisticado, prático e energia e à capacidade de converter ou trans-
confortável. No entanto, todo esse conforto tem formar um tipo de energia em outro. Hoje em
um custo muito alto. A crescente necessidade dia, praticamente todas as nossas atividades en-
de novas fontes de energia, por exemplo, é uma volvem a utilização e a conversão de alguma
das muitas questões que o mundo tem procurado forma de energia.
discutir e solucionar.
As palavras energia e trabalho são usadas mui-
Precisamos de energia o tempo todo. Obtemos tas vezes na conversação comum.
essa energia em pequenos “pacotes”, que fa-
zem rádios, walkman, carrinhos de brinquedo, Você pode dizer, por exemplo: “Joguei fute-
bol tanto tempo que não tive energia nem para
relógios e máquinas fotográficas funcionarem,
voltar para casa”. Nesse caso, talvez você esteja
ou por meio de um fornecimento contínuo, de
fazendo confusão entre energia e força.
uma companhia de distribuição de energia, que
coloca em funcionamento uma quantidade de
Você diz a um amigo: “Eu não posso ir agora à
aparelhos cada vez maiores e mais sofisticados:
biblioteca porque tenho trabalho para fazer em
microcomputadores, videogames, eletrodomés- casa”. Aqui a palavra trabalho quer dizer tare-
ticos, motores, lâmpadas, aquecedores... fa.

Para suprir esse grande consumo, são necessá- Para um físico, energia é a capacidade de mu-
rias usinas geradoras de eletricidade. Ano após dar ou mover as coisas. Ela pode tomar várias
ano, essas usinas aumentam em tamanho, núme- formas e passar de uma para outra.
ro e variedade: hidrelétricas, termelétricas, nu-
cleares, eólicas... Infelizmente, cresce também OBS.: A unidade de energia no Sistema Inter-
o impacto ambiental. nacional é JOULE (J).
2.2 - Tipos de Energia
18

Energia Potencial Corpos elásticos, como a mola de aço, o elástico de


estilingue e a corda de um relógio, podem armazenar
Na mecânica, existem dois tipos de energia poten- energia quando são deformados. Essa energia é a po-
cial: a gravitacional e a elástica. tencial elástica.

Quando uma força produz deformação em uma


Energia Potencial Gravitacional mola, comprimindo-a ou esticando-a, a mola exerce
uma força , denominada força elástica, sempre no
Um corpo situado em uma posição tal que seu peso sentido contrário ao da deformação.
possa realizar trabalho possui energia potencial gra-
vitacional. Em relação ao solo, a energia potencial do
corpo da Þgura a seguir pode ser determinada pelo
trabalho que seu peso realiza quando ele cai da altu-
ra h.

A energia potencial elástica armazenada na mola ou


em outro corpo elástico é medida pela seguinte fór-
mula:

Como a energia potencial desse corpo ( E ) é medi-


da pelo trabalho realizado pelo seu peso P, podemos Em que k é a constante elástica do corpo elástico,
escrever: medida em N/m no SI e x é a deformação da mola
em metros.

Exemplo:
Uma mola de constante elástica 200 N/m sofre de-
A energia potencial gravitacional depende: formação de 0,8 m. Calcule a energia que a mola ga-
x da massa do corpo (kg); nhou.
x da aceleração da gravidade local (m/s2);
x do nível de referência (m). SOLUÇÃO:

Exemplo:
Calcule a energia potencial gravitacional de um ho-
mem de 60 kg de massa, situado a uma altura de 5
metros em relação ao solo.

Dado: g = 10 m/s2
SOLUÇÃO
EPG = m.g.h
EPG = 60 x 10 x 5 Energia Cinética

EPG = 3000 J Quando deslocamos um corpo, estamos transferindo


energia para ele, realizando um trabalho sobre ele.

Energia Potencial Elástica


Um corpo é denominado elástico quando, cessada
a ação da força que o deformou, volta à situação ini-
cial.
A energia que um corpo possui por causa do seu es- SOLUÇÃO:
tado de movimento denomina-se energia cinética. 19
É calculada pela seguinte fórmula:

, em que
Energia Mecânica
m – massa do corpo (kg)
v – velocidade do corpo (m/s) A energia mecânica de um sistema é a soma de suas
energias potencial e cinética.
Exemplo:
Determinar a energia cinética de uma bola de 0,2 kg
no instante em que sua velocidade é de 10 m/s.

2.3 – Conservação da Energia Mecânica

Vamos agora analisar as conversões de energia que Observe que, durante a descida pelo tobogã, a ener-
ocorrem em um sistema puramente mecânico. gia cinética da pessoa aumenta, mas o potencial gra-
vitacional diminui. Em outras palavras, a velocidade
Na Þgura a seguir, mostramos uma pessoa escor- aumenta à medida que sua altura em relação ao nível
regando por um tobogã, cujo perÞl segue os pontos zero de energia potencial (ponto E) diminui.
A, B, C, D e E. Consideremos que o nível zero de
energia potencial gravitacional seja o ponto E, isto é,
no ponto E consideraremos que a energia potencial
gravitacional é nula.

Em uma montanha-russa, a energia potencial aumen-


ta à medida que o carrinho sobe e, consequentemente,
a velocidade diminui. Durante a descida, enquanto a
energia potencial diminui, a energia cinética e a ve-
Se considerarmos que o tobogã é extremamente locidade do carrinho aumentam. Se desprezarmos o
liso, ou seja, se pudermos desprezar os atritos, então atrito, a energia mecânica do carrinho permanecerá
não haverá dissipação de energia sob a forma de ca- constante.
lor. Nesse caso, a energia mecânica do sistema, que
corresponde agora à energia total, permanecerá cons-
tante.

Matematicamente, concluímos que:

A tabela ao lado mostra-nos os valores das energias


potencial, cinética e mecânica daquela pessoa durante
a descida.
Lembre-se: a cada momento, ao nosso redor, a energia A energia não pode ser criada ou destruída, mas
20 está se transformando de uma forma em outra. Ou ainda: transformada de uma forma em outra.

2.4 - Leis da Termodinâmica

Introdução deslocamento ao agir com uma força sobre o meio


exterior, o trabalho realizado é denominado traba-
A Termodinâmica, que começou com o estudo do lho externo. Já o trabalho executado pelas forças de
rendimento das máquinas térmicas, mostrou-se, mais interação entre as moléculas do gás, é chamado de
tarde, como o mais abrangente dos fenômenos natu- trabalho interno.
rais.

A transformação de energia em trabalho e vice-ver-


sa nas diferentes formas (mecânica, térmica, elétrica
etc.) segue Þelmente as duas leis da Termodinâmica.

A Termodinâmica estuda as relações entre as quanti-


dades de calor trocadas e os trabalhos realizados num
processo físico, envolvendo um corpo (sistema) e o
resto do Universo, que denominamos meio exterior e
ambiente.

Por exemplo, um gás contido num cilindro provido


de êmbolo ao ser aquecido age com uma força so-
1ª Lei - Conservação da Energia
bre o êmbolo, deslocando-o. Assim, o sistema (gás)
Enunciado: “A energia não pode ser criada nem des-
recebe calor Q do meio exterior e a força aplicada
truída, mas somente convertida de uma forma em ou-
pelo sistema (gás) realiza um trabalho sobre o meio
tra”, ou ainda, “a energia do Universo é constante”.
exterior. Quando o sistema como um todo produz um

Obs.: 2ª Lei – Transferência de Energia


xToda transformação de energia é acompanhada de
produção de calor (energia térmica). Enunciado: “Nas transformações naturais, a energia
xTodos os seres vivos produzem calor em qualquer se degrada de uma forma organizada para uma forma
processo biológico. desordenada chamada energia térmica.”
x Qualquer forma de energia pode ser totalmen-
te convertida em calor; a recíproca, contudo, não é
Obs.:
verdadeira. Ou seja, o calor não pode ser convertido
x Um pêndulo oscilando, acaba parando ao Þm de
totalmente em trabalho.
algum tempo em virtude dos choques com as molé-
Uma parte do calor, sempre continuará como calor. culas do ar. A energia “organizada” do pêndulo se
Essa observação é muito importante porque dá ori- converte em energia térmica. A recíproca neste caso,
gem ao conceito de ENTROPIA, uma forma de ener- embora validada pela 1ª Lei, é muito difícil, de pro-
gia desorganizada, que será vista adiante. babilidade ínÞma.
x Outro exemplo: o calor passa espontaneamente de pontaneamente. Mas é praticamente impossível que
um corpo de maior temperatura para outro de menor as moléculas se agrupem, restaurando a gota inicial. 21
temperatura. A recíproca é altamente improvável.
Note, portanto, que o comportamento da Natureza é
x Ainda outro exemplo: uma gota de tinta colocada assimétrico, os sistemas evoluem espontaneamente
num líquido se espalha uniformemente por ele, es- segundo um sentido preferencial.

2.5 - Princípio da Degradação da Energia

As transformações naturais ocorrem preferencial- possibilidade de se conseguir energia útil ou trabalho


mente num sentido, caracterizando-se pela irrever- do sistema.
sibilidade. Embora ocorra sempre conservação da
À medida que o Universo evolui, há diminuição
energia, à medida que o Universo evolui, diminui a da energia utilizável.

2.6 - Entropia em Biologia

Podemos começar esse estudo dizendo que a Entro- A. Armário com alta entropia. Poucos medica-men-
pia num ser vivo é inversamente proporcional à sua tos, seringas desordenadas, menos pacotes de algodão.
Organização. Desordem, e não se acha nada rapidamente.
B. Armário com baixa entropia. Tudo certo e fácil de
Os modelos abaixo permitem visualizar melhor essa achar, alem de maior quantidade.
relação:
Essa relação entre Entropia e Organização não se
limita a aspectos físicos somente. Os seres vivos, por
sua vez, procuram atingir o mais alto grau de organiza-
ção e eÞciência na utilização de sua energia, justamente
para diminuir sua entropia.

Os seres vivos lutam continuamente pelo abaixa-


mento de sua entropia. Isso resulta em aumento da
entropia ambiental.

A. caixa com entropia mínima:cabem 125 blocos.


Viver é retirar organização do ambiente. Num ecossis-
tema sem interferências estranhas, a entropia ambiental
aumenta em ritmo natural.

A espécie humana, com seus objetivos às vezes


desvairados, acelera o ritmo da entropia ambiental.
Para disfarçar essa agressão ambiental, a entropia foi
chamada de POLUIÇÃO.

A diferença entre estado hígido (boa saúde) e estado


patológico (doenças) é apenas no grau de entropia,
que é aumentado no 2º caso. Toda e qualquer doença
decorre do aumento da entropia do ser. Nenhuma
B. caixa com entropia máxima:cabem menos de 125 blocos.
estrutura não-biológica possui uma entropia tão baixa
quanto a da célula viva.

2.7 - Termodinâmica em Sistemas Biológicos

Na maquinaria celular, não há motores à ex- pelos comandos do cérebro e a partir daí os ór-
plosão, cilindros a vapor ou outros artefatos. gãos, músculos e demais tecidos por movimen-
As células utilizam energia elétrica originada tos de contração/repulsão realizam trabalho.
Como o ser vivo não é uma máquina mecâ- recorrem, então, aos alimentos e dele retiram
22 nica, não pode ser recarregado por uma bate- sua energia através de oxidações metabóli-
ria ou por uma fonte de calor. Os seres vivos cas.

Exercícios
1) Calcule a energia potencial gravitacional que um atleta acumula para elevar um haltere de 50 kg de massa
a uma altura de 2,5 m.

2) Determine a energia potencial elástica de um paciente que, em uma sessão de Þsioterapia, deve distender
um elástico por 40 cm, sabendo-se que o constante elástico do aparelho é de 800 N/M.

3) Calcule a energia cinética de um coelho de 700 g que, ao fugir do seu predador, atinge uma velocidade de
36 km/h.

4) O Brasil utiliza o represamento das águas dos rios para a construção de usinas hidroelétricas na geração de
energia elétrica. Porém, isso causa danos ao meio ambiente, por exemplo:

x Imensa quantidade de madeira nobre submersa nas águas;


x Alteração do habitat da vida animal;
x Assoreamento dos leitos dos rios aßuentes.

Numa usina hidroelétrica, existe uma transformação sequencial de energia.

Esta sequência está indicada na alternativa:


(A) cinética – potencial – elétrica;
(B) química – cinética – elétrica;
(C) cinética – elástica – elétrica;
(D) potencial – cinética – elétrica;
(E) potencial – química – elétrica.

5) Em um dado ponto de um sistema, um corpo possui 200 J de energia cinética e 500 J de energia potencial.
Qual o valor da energia mecânica desse corpo?

6) Enuncie a 1ª Lei da Termodinâmica.

7) Com base na 2ª Lei da Termodinâmica, explique sob o aspecto biológico, a diferença entre um estado HÍ-
GIDO e um estado PATOLÓGICO.
UNIDADE III 23

MEMBRANAS BIOLÓGICAS

3.1 - Compartimentação

No espaço sem barreiras, as trocas de Energia e borracha, uma célula etc. são estruturas que apresen-
Matéria se fazem livremente. tam compartimentação.
A compartimentação é o estabelecimento de duas
A presença de uma barreira qualquer (peneira, papel regiões no espaço, separados Þsicamente por uma
de Þltro etc.) seleciona o trânsito pelo tamanho dos barreira e funcionando por um trânsito seletivo.
transeuntes. Se, porém, todo o espaço considerado na
questão for separado por uma barreira, aparecem en- A importância desse sistema para o surgimento dos
tão dois compartimentos. seres vivos foi fundamental. Sem compartimentação
não existe seres vivos.
Nesse caso, as trocas se fazem obrigatoriamente A estrutura fundamental para compartimentação nos
através da barreira. Um tubo de diálise, um balão de seres vivos é a membrana biológica.

3.2 - Conceito e Dimensões das Membranas

São estruturas altamente diferenciadas, destinadas a


estabelecer compartimentações nos seres vivos.

Elas são capazes de selecionar, por mecanismos de


transportes, os ingredientes que devem passar tanto
para fora como para dentro.
A espessura de uma membrana é de 7 a 9 nm, ou
seja, da ordem de 10-8 m.

Os diâmetros celulares são de 103 à 2,0 x 104 nm, o


que dá áreas e volumes variáveis às células.

Uma célula de 103 mm tem uma área de


3,0 x 106 nm2, isto é, cerca de 3,0 x 10-8 cm2 e volu-
me de 5,0 x 108 nm3, isto é, cerca de 5,0 x 10-13 cm3.

Esses espaços são determinados pelas membranas.


3.3 - Estruturas e Funcionamento das Membranas
24
As estruturas básicas de uma membrana e seu funcionamento podem ser entendidos com as deÞnições abai-
xo:

Estruturas Básicas da Membrana

Os canais podem possuir carga elétrica (positiva ou Existem também canais sem carga elétrica que
negativa) ou serem destituídos de carga. funcionam deixando passar substâncias por diferen-
ça de pressão.
Canais positivos repelem cátions (+) e deixam pas-
sar anions (-). Essa passagem de substâncias se dá com a reali-
zação de TRABALHO, resultado num consumo de
Canais negativos repelem anions (-) e deixam pas- energia.
sar cátions (+).

Nos canais com carga, não passam substâncias sem


carga, porque para essas os canais estão sempre ocu-
pados.

Exercícios
1) Conceitue membranas biológicas.

2) Dê a ordem de grandeza da espessura de uma membrana biológica.

3) Explique o que são poros ou canais.

4) Explique como funcionam os operadores.

5) Que canais repelem os anions e deixam passar os cátions?

6) Como as substâncias atravessam as membranas nos canais sem carga?


UNIDADE IV 25

BIOFÍSICA DA VISÃO

4.1 - Luz e Ondas

Introdução Natureza das Ondas


Quando uma pessoa liga um aparelho de rádio ou de As ondas podem ter natureza mecânica ou ele-
televisão, imediatamente recebe a mensagem emitida tromagnética.
pela estação de rádio ou TV (música, voz do locutor,
imagens). Esses aparelhos foram fabricados conve- ONDAS MECÂNICAS: resultam de deforma-
nientemente para receber o som e a imagem codiÞ- ções provocadas em meios materiais elásticos,
cados através de ondas. O controle remoto da TV, o transportando apenas energia mecânica. Por
forno de microondas, a telefonia celular têm também isso, as ondas mecânicas não se propagam no
o funcionamento baseado na propagação de ondas. vácuo, mas apenas na matéria.

Todas essas ondas são invisíveis ao olho humano, Exemplos: ondas em cordas, ondas na superfí-
mas existem as visíveis, como as formadas numa cor- cie de um líquido, ondas sonoras etc.
da ou na água. O objeto de estudo desse capítulo é a
onda. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS: Resultam
de vibrações de cargas elétricas, transportan-
do energia sob a forma de quanta (“pacotes” de
Conceito energia). Por isso, as ondas eletromagnéticas
propagam-se no vácuo e em alguns meios ma-
ONDAS: são movimentos oscilatórios que se propa- teriais.
gam num meio. Nesses movimentos, apenas a energia
é transferida, não havendo transporte de matéria. Exemplos: ondas luminosas (luz), ondas de rá-
dio ou TV, microondas, raios-X, gama ( ) etc.
As ondas originam-se em meios elásticos como
cordas, superfície da água, do ar etc. Fazendo-se um
rápido movimento vertical na extremidade de uma
corda tensa e horizontal, forma-se uma onda que se
propaga ao longo do seu comprimento. Quando a
água de um lago é tocada, propagam-se ondas através
da sua superfície.

Antena parabólica para recepção de ondas


eletromagnéticas.

Tipos e Classificações das Ondas


As ondas podem ser do tipo transversal ou
longitudinal, dependendo da direção do movi-
Tanto na corda como na superfície da água, a onda mento vibratório das partículas, relativamente à
(ou perturbação) propaga-se de maneira contínua, sua direção de propagação.
ponto por ponto.
ONDAS TRANSVERSAIS: aquelas em que a dire- As ondas também podem ser classiÞcadas quanto ao
26 ção do movimento vibratório é perpendicular à dire- número de dimensões da propagação de energia em:
ção de propagação.
ONDAS UNIDIMENSIONAIS: a energia propaga-
Exemplo: ondas propagando-se numa corda. -se linearmente, como na corda, que é um meio uni-
dimensional.
ONDAS LONGITUDINAIS: aquelas em que a di-
reção ao movimento vibratório coincide com a dire- ONDAS BIDIMENSIONAIS: a energia propaga-se
ção de propagação. superÞcialmente, como na superfície da água, que é
um meio bidimensional.
Exemplo: ondas sonoras propagando-se no ar.
ONDAS TRIDIMENSIONAIS: a energia propaga-
-se no espaço, que é um meio tridimensional, como
as ondas sonoras e as ondas luminosas (eletromag-
néticas).

O Conjunto das Ondas Eletromagnéticas


As ondas luminosas são geradas por vibrações de
elétrons nas fontes de luz, com frequências de osci-
lação variando de 4,3.1014Hz (para luz vermelha) até
7,5.1014Hz (para luz violeta). A Þgura mostra que
cada frequência de vibração dos elétrons da fonte
gera no cérebro uma sensação luminosa de cor dife-
rente: cada luz monocromática (luz de uma só cor)
tem uma frequência determinada. A luz branca é uma
soma de sensações luminosas geradas no cérebro por
luzes monocromáticas diferentes.

A frequência das radiações visíveis cresce do vermelho para o violeta.

A frequência das radiações visíveis cresce do ver- Os raios infravermelhos são produzidos por corpos
melho para o violeta. aquecidos e também são chamados “raios de calor”,
por serem facilmente absorvidos pelo corpo humano,
Os elétrons de uma fonte podem, porém, vibrar com dando uma sensação de aquecimento. São invisíveis.
frequências muito abaixo ou muito acima daquelas
que sensibilizam o olho humano. Nascem, assim, as A faixa de frequências da luz visível é muito peque-
ondas eletromagnéticas invisíveis, constituindo um na. O comprimento de onda da luz visível é compa-
conjunto muito grande e com as variadas aplicações rável ao tamanho do menor objeto que pode ser visto
práticas. A Þgura resume os diversos tipos de radia- num microscópio óptico (10-7 m).
ções eletromagnéticas existentes e a ordem de gran-
Os raios ultravioleta são produzidos por corpos mui-
deza de suas frequências.
to aquecidos. O sol emite grande quantidade de raios
ultravioleta, em grande parte absorvidos pela atmos-
As ondas de rádio são produzidas por oscilação de fera terrestre.
elétrons em antenas de metal. Seus comprimentos de
ondas variam do tamanho de um estádio de futebol ao Os raios-X são produzidos quando um feixe de elé-
tamanho de um homem. As microondas são usadas trons muito acelerados se choca contra uma placa de
em telecomunicações e têm o comprimento de onda metal dentro de um tubo a vácuo. Têm comprimento
do tamanho de um punho. de onda igual ao tamanho de um átomo.
Os raios J são produzidos por reações nucleares e xFaixa do ultravioleta
apresentam comprimento de onda cerca de um vigé- 27
simo do diâmetro de um próton.

Os raios J de mais alta frequência observados pro-


vêm da interação da atmosfera com os chamados
raios cósmicos (partículas de altíssima energia vindas
do espaço extraterrestre e que bombardeiam a Terra
continuamente).

Elementos de uma Onda


Comprimento de onda (O): é a distância entre duas
cristas ou dois vales consecutivos.

Nas ondas que se propagam ao longo da corda, os


pontos mais altos costumam ser denominados cristas
e os pontos mais baixos, vales.

Produção de ondas ao longo de uma corda tensa.

Frequência da onda (f): é o número de vezes que a


onda oscila numa unidade de tempo.

Período da onda (T): é o tempo gasto para a onda


percorrer uma oscilação ou ciclo.

Equação Fundamental das Ondas

Espectro Eletromagnético
As ondas se propagam com velocidade constante,
portanto em movimento uniforme:

A velocidade de propagação da onda eletro-


Logo , em que:
magnética depende do meio que ela atraves-
sa. No vácuo, essa velocidade é máxima se
c = 300.000 km/s ou = 3 . 10 8 m/s, independen- ¨S – é o espaço entre duas cristas, por exemplo.
do da frequência da onda. Em outro meio trans- ¨t – é o período da onda.
parente qualquer, como o ar, a água, os cristais
Então V = , mas T =
etc., a velocidade é menor do que c e depende
do índice de refração desse meio. V = O. f
V – velocidade de propagação tância entre duas cristas adjacentes (comprimento de
28 onda) vale:
O – comprimento de onda

f – frequência da onda

Ex.:

A Þgura representa a forma de uma corda, num de-


terminado instante, por onde se propaga uma onda.
Sabendo que a velocidade dessa onda é de 6 cm/s,
determine:
O = 12 divisões. 1 cm
a) o comprimento de onda;
b) a frequência. O= 12 cm

b) Sendo a velocidade dessa onda v = 6 cm/s e v =


Of, tem-se a frequência:

Solução:
a) Como cada divisão do gráÞco é de 1 cm, a dis-

4.2 - O Olho Humano


Dá-se o nome de óptica da visão ao estudo da tra- Íris - espécie de diafragma com abertura central va-
jetória dos raios luminosos, através do globo ocular riável para controlar a entrada da luz no olho.
(ou olho) humano, até a formação de imagens no cé- Pupila – disco da abertura causada pela íris.
rebro, pelas quais o homem enxerga o mundo que o Cristalino - meio transparente com forma de lente
cerca. Neste estudo, além do olho normal, serão vis- biconvexa que separa o humor aquoso do vítreo. É o
tos alguns dos principais defeitos da visão e como principal elemento refrator do olho (lente principal).
corrigi-los através de lentes apropriadas. Humor aquoso – meio transparente líquido.
Humor vítreo - meio transparente, incolor e gela-
tinoso.
Globo Ocular Humano Músculos ciliares – músculos que sustentam o cris-
talino e que permitem variar os raios de curvatura do
O olho humano é um sistema óptico constituído por mesmo.
diversos meios transparentes e é também um sistema Esclerótica – membrana opaca que envolve quase
Þsiológico complexo com vários componentes. Na Þ- todo o globo ocular.
gura abaixo, tem-se um corte transversal esquemático Retina – membrana de natureza nervosa, sensível à
de um globo ocular. luz, e está ligada ao nervo óptico.
Nervo óptico - transmissor das sensações lumino-
sas captadas pela retina para o cérebro.
Ponto cego - ponto onde as Þbras nervosas que
compõem a retina se encontram com o nervo óptico.
Esse ponto é insensível à luz.

Comportamento Óptico do Globo Ocular


A luz proveniente de um objeto penetra no olho pela
córnea e, convergindo, atinge a retina, onde a imagem
se forma; percorre, pela ordem os seguintes meios
Os elementos representados são: transparentes: humor aquoso, o cristalino e o humor
vítreo. Pela complexidade de se traçar a marcha de
Córnea – membrana transparente em forma de ca- raios luminosos através desses meios, convencionou-
lota esférica. -se representar todos eles por uma única lente con-
vergente, de distância focal variável, no chamado PONTO REMOTO (de abscissa pR ): máxima dis-
olho reduzido, conforme a Þgura. tância de visão distinta que uma pessoa pode ter. Nes- 29
sa situação, os músculos ciliares estão completamente
relaxados (“olhar de peixe morto”).

PONTO REMOTO
(Músculos ciliares completamente relaxados)

No olho reduzido, a lente convergente, que Þca na


posição do cristalino, deve conjugar imagens reais
exatamente sobre a retina, para que se possa ver com
nitidez.

Acomodação Visual
As pessoas emétropes, isto é, de visão normal, têm Amplitude de acomodação visual: é a variação
capacidade de acomodar objetos da distância mínima da vergência do cristalino de um olho, funcionando
de 25 cm (por convenção) do olho até o inÞnito. A como lente, ao deslocar um objeto desde o seu ponto
primeira distância corresponde ao ponto próximo e
próximo até o seu ponto remoto.
a segunda, ao ponto remoto, conforme as duas pró-
ximas Þguras.
O emétrope possui amplitude de acomodação de
PONTO PRÓXIMO (de abscissa pp ): mínima dis- quatro dioptrias (4di).
tância de visão distinta que uma pessoa pode ter. Nes-
sa situação, os músculos ciliares estão contraídos ao A vergência de uma lente é calculada pela fórmula:
máximo (“olhar esbugalhado”).

PONTO PRÓXIMO
(Músculos ciliares contraídos ao máximo) em que V – vergência (dioptrias)
f – distância focal (metro)

4.3 - Defeitos da Visão


Cada olho do par de olhos de uma pessoa pode apre- alongando-o. Em consequência, a imagem se forma
sentar defeitos, sendo os mais comuns a miopia, a antes da retina. Seu ponto remoto não está no inÞnito,
hipermetropia, a presbiopia, o astigmatismo e o es- mas numa distância Þnita, o que aumenta sua diÞcul-
trabismo. dade em enxergar de longe.

Para cada olho defeituoso, existe um tipo conve-


niente de lente que, associada ao mesmo, corrige a
anomalia (usando óculos ou lentes de contato).

Miopia
O míope apresenta como defeito o achatamento do
globo ocular perpendicularmente ao seu eixo óptico,
Para a correção da miopia, deve-se usar lentes di-
30 vergentes, aumentando a sua distância focal.

f = - pR

f – distância focal (metro)


P – ponto remoto (metro)

Exemplo:

Uma pessoa hipermétrope tem seu ponto próximo


situado a 50 cm da vista. Para que possa enxergar ni-
tidamente objetos situados a 25 cm de distância, de-
termine a vergência da lente que deve usar.

Exemplo: SOLUÇÃO

O ponto remoto de um míope situa-se a 2 m de seu


olho. Determine a distância focal e a vergência da
lente que corrige o defeito.

SOLUÇÃO

Hipermetropia Presbiopia
O hipermétrope apresenta como defeito o achata- O presbita apresenta como defeito o endurecimento
mento do globo ocular longitudinalmente ao seu eixo do cristalino e, por conseguinte, a perda da capaci-
óptico, encurtando-o. Em consequência, a imagem se dade de acomodação visual. A presbiopia não é um
forma depois da retina. Seu ponto remoto não está defeito congênito, mas decorrente do avanço da ida-
a 25 cm, mas a uma distância maior que esta, o que de. As pessoas idosas geralmente a têm. Ela é vulgar-
aumenta sua diÞculdade em enxergar de perto. mente chamada de “vista cansada”.

A correção da presbiopia é feita com o uso de


lentes convergentes, como na hipermetropia, pois o
ponto próximo do presbita também está além dos 25
cm.

(em metros)
Para a correção da hipermetropia, deve-se usar len-
tes convergentes, diminuindo a sua distância focal. Astigmatismo
O astigmata apresenta um defeito na córnea, com
raios de curvatura irregulares, o que ocasiona uma vi-
(em metros) são manchada dos objetos.
A correção do astigmatismo é feita com o uso distinguir certas cores, mas comumente o ver-
de lentes cilíndricas. melho e o verde. Estima-se que cerca de 8% dos 31
homens e 0,05% das mulheres na Europa sejam
Estrabismo daltônicos. Os cones, receptores de luz locali-
zados sobre a retina do globo ocular, contêm
O estrábico apresenta como defeito a incapa- pigmentos que selecionam as luzes vermelhas,
cidade de dirigir para um mesmo ponto os eixos verde e azul. Se a quantidade de pigmento é re-
ópticos dos olhos.
duzida ou se um (ou mais) dos três sistemas de
A correção do estrabismo é feita com uso de cores estiver ausente, o portador será daltônico.
lentes prismáticas. A anomalia é impossível de ser corrigida.

O físico e químico inglês John Dalton


Daltonismo
(1766 – 1844) era portador dessa doença, tendo
O daltonismo é uma anomalia genética, geral- realizado estudos sobre ela. Daí o seu nome,
mente herdada, na qual o portador é incapaz de daltonismo, para esta anomalia.

Exercício
1) Como se chamam as ondas que não se propagam no vácuo?

2) O que são ondas transversais? Dê um exemplo.

3) Na faixa ultravioleta, a luz possui 3 (três) características. Cite-as:

4) A Þgura mostra o perÞl de onda de uma onda mecânica propagando-se no ar, com velocidade de 5,0 m/s.

Determine:
a) o comprimento de onda no SI.
b) a frequência desse movimento.
c) o período do movimento.

5) Que elemento do olho humano é responsável por sua cor?

6) Qual é a função do nervo óptico?

7) Que defeito da visão surge decorrente do avanço da idade?

8) Os esquemas correspondem a um olho míope (1) e um olho hipermétrope (2). As lentes corretivas devem
ser, respectivamente, para (1) e (2):
a) Divergente e convergente.
32 b) Divergente e divergente.
c) Biconvexa e bicôncava.
d) Convergente e divergente.
e) Convergente e convergente.

9) Uma pessoa jovem tem seu ponto próximo a 1 m dos olhos. Para que possa enxergar nitidamente objetos
a 25 cm de distância, determine:

a) O tipo de defeito;
b)O tipo de lente;
c) A vergência da lente.
UNIDADE V 33

BIOFÍSICA DA AUDIÇÃO

5.1 - Ondas Sonoras


Introdução A orelha humana normal consegue captar frequên-
cias de ondas sonoras que vão desde 20 Hz até 20 000
As pessoas e muitos animais comunicam-se através Hz, aproximadamente.
do som. Daí percebe-se a importância deste capítulo,
em que serão estudados os principais fenômenos on- Qualquer frequência abaixo de 20 Hz denomina-se
dulatórios sonoros e como a orelha* humana diferen- infrassom e acima de 20 000 Hz, ultrassom.
cia os diversos sons.

O estudo das ondas sonoras denomina-se Acústica.

Ondas sonoras são ondas de natureza mecânica


(necessitam de um meio material elástico para se pro- Um exemplo interessante de ondas infrassônicas
pagar), tipo longitudinal (a direção de vibração das são os abalos sísmicos. Uma onda ultrassônica pode
partículas coincide com a direção de propagação) e ser produzida através de vibrações elásticas do cristal
classiÞcação tridimensional (propagam-se nas di- de quartzo. Certos animais, como cachorros e morce-
mensões do espaço). gos, conseguem ouvir o ultra-som.

Assim, ondas sonoras não se propagam no vácuo,


sendo este, portanto, o melhor isolante acústico.
Velocidade do Som
As ondas sonoras propagam-se em meios sólidos, lí-
A Þgura a seguir mostra um êmbolo móvel (fonte)
quidos e gasosos, com velocidades que dependem das
que executa movimentos oscilatórios numa extremi-
diferentes características dos materiais. De um modo
dade de um tubo comprido contendo ar (meio gaso-
geral, as velocidades maiores ocorrem nos sólidos e
so). Note-se que as camadas de ar sofrem compres-
as menores, nos gases.
sões e rarefações, que se propagam no seu interior
com velocidade v. Por isso, as ondas que se propagam
recebem também o nome de ondas de pressão.

A 20 ºC, o som propaga-se no ferro sólido a


5 100 m/s, na água líquida, a 1 450 m/s e no ar, a
343 m/s.

A Barreira do Som
As frentes de onda, ao chegarem a outra extremida-
de (aberta), atingem a orelha do observador, que pos- A velocidade do som no ar é aproximadamente
sui uma membrana denominada tímpano. O tímpano 1.220 km/h. Foguetes e mísseis superam essa marca,
passa a vibrar com a mesma frequência das ondas, mas, entre os veículos com Þnalidade de transporte de
transmitindo-as ao cérebro, que registra, assim, a sen- cargas e passageiros, apenas os aviões supersônicos
sação Þsiológica chamada de som. o fazem.

Por que não é maior a utilização de veículos super-


sônicos? As razões não são apenas técnicas ou de se-
gurança. O problema maior é o que se convencionou
chamar de barreira de som.

Quando um avião supera a velocidade do som, rom-


pendo a tal barreira, produz-se uma espécie de onda

*Segundo a Nova Terminologia Anatômica Mundial, publicada em dezembro de 1997, o nome ouvido foi substituído por orelha.
de choque. Em termos práticos, há um estrondo sô-
34 nico, cuja violência é capaz de quebrar vidros, com- INTENSIDADE: qualidade que permite diferenciar
prometer estruturas de prédios e outras ediÞcações, um som forte de um som fraco. A intensidade do som
e ainda provocar danos irreparáveis aos aparelhos depende da energia que a onda transfere e divide-se
auditivos das pessoas situadas nas proximidades do em intensidade física e intensidade auditiva.
evento.
A intensidade física do som é medida em w/m, no
É por isso que os aviões supersônicos são usados Sistema Internacional.
com restrições e que os aeroportos de onde decolam
esses aparelhos se situam em regiões afastadas dos O menor valor de intensidade física sonora audível
grandes centros urbanos. (limiar de audibilidade) é I0= 10-12 w/m2, e o maior
valor de intensidade física sonora suportável (limiar
da dor) é I = 100 w/m2, após isso, o tímpano pode ser
rompido.

A intensidade auditiva depende da distância em que


o observador se encontra da fonte sonora; quanto mais
longe, menor é a intensidade sonora. Essa intensidade
é medida em bel (B), no Sistema Internacional, porém
a mais usada é o decibel (dB).

Avião supersônico F5 em voo.


1 B = 10 dB

Qualidades do Som
O Som Também Polui
ALTURA: qualidade que permite diferenciar um
som grave de um som agudo. A altura do som de- Um dos grandes e graves problemas de nossa so-
pende apenas da sua frequência. ciedade é a poluição sonora. Vivemos num mundo
em que o normal é o ruído, o barulho constante. O
Frequência maior ĺ som agudo silêncio é uma rara, exceção. Por isso aumenta assus-
tadoramente o número de pessoas com deÞciências
Frequência menorĺ som grave auditivas causadas pela exposição prolongada a sons
muito intensos. Sons acima de 80 dB já constituem
DeÞne-se intervalo (i) entre dois sons como sendo o poluição sonora. Todos precisamos nos engajar na
quociente entre suas frequências: cruzada contra o barulho, limitando a intensidade dos
sons que nos cercam.

Se os problemas físicos são intensos e altamente


prejudiciais, não menos graves são os efeitos psico-
lógicos e sociais do excesso de som. A poluição sono-
Caso f2 = f1 Ÿ i = 1, diz-se que os sons estão em ra, além dos males físicos, interfere na comunicação,
uníssono. provoca a fadiga, reduz a eÞciência no trabalho e neu-
rotiza a população.
Caso f2 = 2 f1 Ÿi = 2, diz-se que o intervalo corres-
ponde a uma oitava acima. Abaixo temos uma tabela com alguns ambientes que
fazem parte da nossa vida e seus respectivos níveis
Caso f2= Ÿi = , diz-se que o intervalo corres- sonoros:
ponde a uma oitava abaixo.

Obs.:
As notas musicais de mesmo nome estão separadas
por um intervalo de uma oitava.
Pesquisas da U.S. Environmental Protection Agency Uma mesma nota musical emitida por um piano e
(Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) por um violão diferencia-se pelo timbre. 35
demonstram que o excesso de ruídos pode provocar
distúrbios mentais, ulceras gástricas, problemas car-
díacos e, até mesmo, problemas em fetos. Persistência Acústica

Quando exposto diariamente a ruídos acima de 75 Chama-se persistência acústica ao menor intervalo
dB, o ser humano, em poucos anos, sofre mudanças de tempo para que dois sons não se separem no cé-
em seu organismo, como: dilatação das pupilas, pal- rebro. A persistência acústica da orelha humana é de
pitação cardíaca, diÞculdades na digestão, elevação 0,1s. Se dois sons chegam à orelha com intervalos de
na pressão arterial, alteração na secreção de vários tempo menores que 0,1s, o cérebro não consegue dis-
hormônios. As mulheres podem ter o ciclo menstrual tingui-los. Portanto, um ouvinte consegue distinguir
desregulado. Além disso, outras consequências po- dois sons distintos desde que os receba em interva-
dem ser a desestabilidade emocional e o estresse. los de tempo maiores (ou iguais) a 0,1s. Esse fato
possibilita ao observador perceber o eco, fenômeno
TIMBRE: qualidade que permite diferenciar dois bastante conhecido.
sons de mesma altura e mesma intensidade, emiti-
dos por fontes distintas.

5.2- A Orelha Humana


É o órgão encarregado em transformar as diferenças
de pressão do som em pulsos elétricos, que são envia-
dos ao cérebro, onde causam a sensação psicofísica
da audição.

A seguir será apresentada uma comparação entre al-


gumas características da VISÃO e da AUDIÇÃO.

Visão
xsintética – impulsos energéticos são somados.
Ex.: azul + amarelo = verde

x tem persistência da imagem na retina. (cinema)


b. Orelha média
Audição x É uma cavidade limitada pelo tímpano e paredes
ósseas, comunicando-se com o exterior através da
x O ouvido é capaz de perceber dois sons de fre- trompa de Eustáquio.
quências diferentes, mesmo quando emitidos separa- x A função desse canal é equalizar as pressões ex-
damente. terna e interna.
x Localiza-se a cadeia mecânica encarregada de
x Pelo timbre diferencia uma mesma nota de dois transmitir o som para o ouvido interno.
instrumentos musicais diferentes.
TÍMPANO – MARTELO – BIGORNA – ESTRI-
x Som não tem persistência, o que nos permite a arte BO
da música, pela sequência dos sons que são ouvidos
separadamente. c. Orelha interna
x É uma cavidade fechada, onde circula um líquido
envolvendo as estruturas denominadas perilinfa, có-
Anatomia da Orelha clea (caracol) e os canais semicirculares.
x A cóclea é o órgão que transforma energia mecâni-
a. Orelha externa ca em energia elétrica. Na cóclea e canais semicircu-
xpavilhão auricular (orelha) lares existe outro líquido (endolinfa).
xcanal auditivo (meato) x Cóclea e os canais semicirculares formam o labi-
rinto.
Funções da Orelha c. Orelha Interna
36
a. Orelha Externa
x a captação e a condução do som são feitas pelo
pavilhão auricular, que ainda é capaz de refratar sons,
reforçando a intensidade que chega ao ouvido.
x o canal auditivo (meato) leva o som captado ao
tímpano.

b. Orelha Média
x transforma a energia sonora em deslocamento
mecânico.
x o tímpano vibra sob o impulso da onda sonora em x transforma o movimento mecânico em hidráulico
amplitude proporcional. e o hidráulico em pulso elétrico.

Amin.= 1,1 x 10-11m Amáx.= 1,1 x 10-5m x um fator biofísico importante nesse mecanismo é
diferença de potencial entre o órgão de Corti (- 70
mv) e endolinfa (+ 80 mv), responsável pela trans-
x dimensões do tímpano área: 65 mm2 missão dos impulsos elétricos ao cérebro (gradiente
Espessura: 0,1 mm de 150 mv).

x Esse diminuto movimento é transmitido ao marte-


Audiometria
lo, daí para a bigorna e dela ao estribo.
x a capacidade de audição de diferentes frequências
x Os deslocamentos do tímpano são transmitidos
não é a mesma e está relacionada à intensidade so-
aos ossículos através de um sistema de alavancas in-
nora.
terÞxas, produzindo ampliÞcação do som.
x Audiograma: são testes feitos em câmaras espe-
ciais, à prova de som, com fontes geradoras de sinais
de frequência e intensidade conhecidas, com a Þna-
lidade de investigar a capacidade de audição.

Som na Esfera Afetiva


x Quando a intensidade sonora é muito grande, o
mecanismo de ampliÞcação é atenuado através da x Outro aspecto importante da psicofísica do som é
contração reßexa dos músculos: a sua capacidade de gerar emoções.
x Alguns sons ou vozes agradam e outros desagra-
estapídio – afasta o estribo da bigorna dam.
x Sons que nos deixam alegres ou tristes.
tensor do tímpano – afasta o martelo da bigorna x Da herança cultural herdamos outros aspectos:

x Esse mecanismo de defesa, contudo, não protege a piano é solene


orelha dos ruídos súbitos. Ex.: Orquestra órgão é pastoral ou religioso
metais são marciais
5.3 – Defeitos da Audição
37

Existem dois tipos de surdez: Teste do Diapasão


a. Surdez de condução: x paciente entra numa sala a prova de som.
x obstrução no canal auditivo externo. x vibra-se a diapasão perto de um ouvido e vai afas-
x lesões no tímpano ou nos ossículos. tando-o gradualmente até o paciente indicar que não
x pode ser parcialmente corrigida com aparelhos de ouve mais.
uso local. x nesse instante, o cabo da diapasão é rapidamente
x esse tipo de surdez diÞcilmente é total. trazido para perto do ouvido.

b. Surdez nervosa: Duas situações ocorrem:


x há lesões na cóclea ou no nervo ótico. 1. O paciente recomeça a ouvir o som – Surdez de
x é a mais grave. Condução
x algumas são irreversíveis.
x uso de antibiótico como estreptomicina pode cau- 2. O paciente não ouve nada – Surdez Nervosa
sar lesões irreversíveis no nervo ótico.

Exercícios
1) Cite a faixa de frequências cujos sons são audíveis pelo ser humano.

2) Em que meio (sólido, líquido, gasoso) o som se propaga com maior velocidade?

3) Explique o fenômeno da barreira do som.

4) DeÞna a qualidade do som conhecida como Altura.

5) Qual é a unidade no Sistema Internacional para a intensidade sonora? Que submúltiplo é mais usado?

6) O que é poluição sonora?

7) Qual é a função da trompa de Eustáquio?

8) Quando a intensidade sonora é muito grande, o mecanismo de ampliÞcação é atenuado pela contração
reßexa de dois músculos. Cite-os:

9) Como se chama o teste feito com a Þnalidade de investigar a capacidade auditiva?

10) Explique o aspecto psicofísico do som.

11) Quais são os dois tipos mais comuns de surdez?


38 UNIDADE VI

BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO

6.1 - Introdução
Este trabalho trata de um dos ßuidos mais importan- c. Sangue, um ßuido formado por células e líquido.
tes para o corpo humano por ter funções nutritivas, d. Sistema de controle, ligado ao sistema nervoso
respiratórias, excretora e de defesa do organismo: o central.
sangue. Sendo também considerado como um tecido
do corpo humano, isto é, um tecido ßuido, o sangue é A circulação sanguínea é um sistema fechado, com
mais uma das maravilhas da natureza, constituindo-se o volume circulatório em regime estacionário. Isso
num adulto em um volume de 5,5 litros que é trans- quer dizer que o sangue está contido em um sistema
portado por uma malha de mais de 90.000 km, o que de bomba hidráulica e vasos condutores sem vaza-
equivale a mais de duas voltas em torno da Terra. mentos e contínuo.

A propulsão é feita por uma bomba – o cora- Isso signiÞca que a quantidade de sangue movimen-
ção – que faz o sangue circular pelo corpo cerca de tada a cada impulso do coração é a mesma na grande
uma vez por minuto, gastando, em um dia, energia e pequena circulação.
capaz de elevar um adulto em 700 m.
Esse volume é de cerca de 83 ml ejetados de cada
O sistema circulatório tem função de comunicador ventrículo e de 166 ml, ejetados pelo coração em cada
de Matéria e Energia entre os diversos comparti- batida.
mentos biológicos.
Aproximadamente ¼ da massa sanguínea está na
É um leva-e-traz contínuo de metabólitos diversos, pequena circulação e ¾, na grande. Um indivíduo
consumindo e trocando energia potencial e cinética com 5 litros de sangue tem-nos assim distribuído:
sem parar. Compõe-se, portanto de:
x pequena circulação – 1,2 l (coração e pulmão)
a. Coração, como uma bomba propulsora. x grande circulação – 3,5 l (coração, corpo todo)
b. Vasos sanguíneos, que formam uma rede contí- x no coração – 0,25 l
nua e cíclica, unida pelo coração.

6.2 – Características dos Fluidos em Escoamento

O sangue enquadra-se como ßuido real, que como seu centro de massa. Sob certas condições, as células
tal deve ser: compressível, turbulento, rotacional e do sangue giram em torno do seu centro de massa. O
viscoso, como se detalha a seguir. fato de essas partículas, no caso do sangue, células,
terem um movimento de rotação, implica que parte
da energia de movimento do sangue estará na forma
Compressibilidade de energia cinética de rotação, o que contribui, como
veremos adiante, para uma queda de pressão ao longo
Um ßuido é compressível quando é possível mudar do percurso do sangue.
sua densidade, isto é, quando sob pressão diminui seu
volume. O sangue é constituído de plasma, glóbulos
vermelhos e glóbulos brancos, isto é, um líquido com Viscosidade
células que, em certas situações, num escoamento po-
dem se encontrar mais comprimidas que o normal. A viscosidade tem o mesmo papel na mecânica dos
Neste caso, o sangue teria sua densidade aumentada. ßuidos que o atrito na mecânica dos sólidos, ou seja,
no escoamento teremos transformação de energia ci-
nética em energia térmica. Em consequência, tere-
Rotacionalidade mos uma queda de pressão no sentido do escoamento.
Esta queda se deve a uma resistência de arraste, pela
O escoamento de um ßuido é rotacional quando aderência do ßuido ao tubo, fazendo com que no tubo
uma partícula no interior do ßuido gira em torno de a velocidade decresça de valor do centro até as bor-
das. Na Þgura abaixo, tem-se um escoamento em que Efeito da viscosidade para um ßuido dentro de um
o ßuido diminui sua velocidade de um valor máximo tubo cilíndrico, onde a velocidade ao longo do ßuido 39
no centro do tubo até chegar a zero nas suas paredes. aumenta das bordas para o centro.
Este tipo de escoamento é chamado de escoamento
laminar. Quando um ßuido é mais viscoso, signiÞca que ade-
re melhor a uma superfície. Por exemplo, o óleo de
máquina leve tem uma viscosidade cerca de cem ve-
zes maior que o da água para a mesma temperatura
abaixo de 400 C. Isso explica porque é mais difícil
remover óleo de uma superfície do que a água. Na
tabela abaixo, estão os valores da viscosidade de al-
gumas substâncias para certas temperaturas.

Turbulência EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE

Um ßuido está em regime turbulento quando muda Os ßuidos ideais obedecem à equação da continui-
de velocidade no decorrer do tempo. Uma das formas dade, que é a lei de conservação da massa aplicada à
de um ßuido estar em regime turbulento é quando sua mecânica dos ßuidos. DeÞne-se o ßuxo ou vazão de
velocidade é superior a certo valor, que pode ser ob- um ßuido como variação de volume na unidade de
tido por: tempo, ou seja:

Em que Re é o numero de Reynolds; K é a viscosida- No SI, a unidade para o ßuxo é m3/s. Para ßuidos
de do ßuido; U é a densidade do ßuido; D é o diâmetro ideais, o ßuxo volumétrico deve ser constante. Neste
e Qc é a velocidade crítica. O número de Reynolds, caso, a equação da continuidade se expressa como:
Re, que é adimensional para um grande número de
ßuidos, num escoamento através de um tubo de seção
circular está em torno de 2.000. Quando num escoa-
mento de um ßuido este valor é superado, o escoa- A = área da secção transversal do tubo
mento passa de laminar para turbulento. Para veloci- Q= velocidade do líquido
dades abaixo do valor crítico, o ßuido também pode
ser turbulento se houver protuberâncias no tubo. Nos Por meio dessa equação, pode-se concluir que se a
vasos sanguíneos, podemos ter protuberâncias forma- área de um tubo, por exemplo, por onde, escoa um
das pelo acúmulo de colesterol nas paredes dos vasos, ßuido, diminui, então a velocidade deverá aumentar a
como mostra a Þgura: Þm de manter o ßuxo constante.

VELOCIDADE DO FLUXO SANGUÍNEO EM


REGIÃO DIFERENTE DA CIRCULAÇÃO

A expressão ßuxo sanguíneo deÞne a verdadeira


quantidade do sangue que ßui por um vaso sanguíneo
ou por um grupo de vasos sanguíneos, em determina-
do período de tempo.

Se a quantidade de sangue que ßui por um vaso per-


Turbulência provocada em virtude de protuberâncias em vasos manece constante, a velocidade do ßuxo sanguíneo,
sanguíneos. obviamente, diminui com o aumento de calibre do
vaso. A aorta, ao sair do coração, tem área de secção vezes a da aorta. Como consequência, a velocidade
40 reta de 2,5 cm. Em seu trajeto, ramiÞcam-se em gran- do ßuxo sanguíneo é muito maior na aorta e míni-
de artéria, em pequenas artérias, e em capilares, com ma nos capilares, onde seu valor é 1/1.000 da medida
uma fração do ßuxo sanguíneo aórtico passando para da aorta. Em termos numéricos, as velocidades são,
cada um desses vasos. A área total da secção reta de aproximadamente, as seguintes: aorta: 30 cm/s; ar-
todas as ramiÞcações vascular é muito maior do que teríola: 1,5cm/s; capilares: 0,3cm/s; vênulas: 3mm/
a aorta; nos capilares, por exemplo, é cerca de 1.000 s e nas veias cavas: 8cm/s.

6.3 – Energética da Sístole e da Diástole

O ciclo de contração cardíaca passa por duas fases Relação entre Onda de Pulso e Velocidade
bem características. de Circulação
x SÍSTOLE: contração com esvaziamento do co- Todas as artérias apresentam uma dilatação percep-
ração. tível ao tato, em sincronia com a contração cardíaca.
x DIÁSTOLE: relaxamento com entrada de sangue É o pulso.
nas cavidades cardíacas.
A tomada do pulso fornece informações valiosas
Durante a sístole, o sangue é subitamente acelerado sobre o funcionamento do aparelho circulatório, tais
em todas as artérias, pela massa sanguínea que é eje- como a frequência, arritmia (falta de ritmo), a in-
tada pelos ventrículos. A pressão e a velocidade do tensidade e outras.
sangue atingem o nível máximo.
Embora o pulso possa ser registrado graÞcamente e
Durante a diástole, tanto a pressão como a corrente com riqueza de detalhes, a simples palpação permite
sanguínea diminui um pouco. veriÞcar importantes aspectos.

A onda de pulso não deve ser confundida com a


corrente sanguínea.

A onda de pulso é a energia da contração cardíaca


que se propaga pelo sangue. É energia mecânica.
Energética da sístole e diástole
A corrente sanguínea é o deslocamento da massa
Na Þgura A, está representado o ventrículo esquer- de sangue, medida pelo movimento de hemáceas. É
do, instantes antes da sístole. Na Þgura B, a contração matéria.
lançou massa de sangue com energia cinética (au-
mento da velocidade) e com energia potencial elás- A onda de pulso se propaga com velocidade 4 a 6
tica (dilatação da artéria). vezes maior que a corrente sanguínea e é palpável.

Quando a sístole termina, começa a diástole. A ener- A corrente sanguínea não é perceptível ao tato e ne-
gia elástica armazenada na artéria se transforma em cessita de métodos especiais para ser percebida.
energia cinética para manter o ßuxo constante.

Pode-se notar que em nenhum momento do ciclo o


ßuxo se interrompe, nem a pressão se anula.

VELOCIDADE:
ONDA DE PULSO: 20 m.s .1
CORRENTE SANGUÍNEA: 5 m.s .1
6.4 – A Pressão no Corpo Humano
41

Pressão Estática Pressão Mecânica


O sangue, como qualquer outro ßuido, pode exer- O efeito da pressão mecânica é em virtude do co-
cer pressão nas paredes que o contém devido a seu ração que, ao bombear o sangue para o corpo, está
próprio peso. Por exemplo, uma coluna de mercúrio exercendo-lhe uma determinada pressão.
de 76 cm exerce uma pressão de 1 atm em sua base,
ou seja, um valor igual à pressão que a coluna de ar No corpo humano, a pressão do sangue se deve a
exerce na superfície da Terra ao nível do mar. Se fos- contribuição da pressão estática, da pressão dinâmica
se a água, essa mesma pressão seria exercida por uma e da pressão mecânica. Em virtude do próprio peso do
coluna de cerca de 10 m de altura, e para o sangue a sangue, as artérias e veias estão sob a pressão estática,
coluna teria uma altura de 9,75 m. Essas diferenças que dependerá da altura da coluna de sangue em rela-
ocorrem em virtude dos valores de densidade de cada ção ao pé. A contribuição da pressão dinâmica é em
ßuido, pois a água tem densidade pouco inferior a do virtude das diversas velocidades do sangue no corpo.
sangue, que por sua vez é inferior a do mercúrio. Po-
demos determinar o valor da pressão exercida por um No percurso do sangue, haverá variações de pressão
ßuido pela seguinte equação: sanguínea pelo corpo, grande parte em virtude dos
efeitos da viscosidade. Outro fato interessante é que a
pressão do sangue arterial (sangue rico em oxigênio)
é maior que a do sangue venoso (sangue rico em gás
Em que P é a pressão absoluta; R é a pressão externa carbônico). Isso se deve ao fato do sangue arterial ter
ou mecânica e pgh é a pressão manométrica: p como o auxílio do coração para ser bombeado para o resto
densidade do ßuido; g é aceleração da gravidade e h do corpo, o que não ocorre com o sangue venoso.
é altura de uma coluna de um ßuido para uma dada
referência. Ao longo de todo o texto desse trabalho, as
pressões indicadas serão as pressões manométricas. Resistência Periférica
Algumas unidades:
Outro parâmetro físico de importância na circulação
sanguínea é a Resistência Periférica. Fazendo analo-
gia com a 1ª Lei de ohm, deÞne-se:

Embora a unidade de PRESSÃO no SI seja o PAS-


CAL ( ), nas áreas biológica e médica, a unidade mais
utilizada é o mmHg ou torr. Inclusive o esÞgnomanô-
metro é calibrado nessa unidade.

Pressão Dinâmica
A equação 1.1 expressa a ação da pressão mecâni-
ca mais a hidrostática, mas um ßuido em movimento
também exercerá a pressão dinâmica que é dada por:

Em que p é a densidade do ßuido e v é a velocidade


com ele ßui.

De forma que a pressão total em um certo ponto do


ßuido será dada por:

Note que nesta equação o termo novo é o da pressão


dinâmica.
Abaixo do coração, inverte-se a relação e o Campo
42 G é a favor da circulação arterial e contra a venosa.

Vejamos a seguir a contribuição quantitativa do


Campo G na circulação.

O campo G e a Circulação +G – A favor do movimento do san-


gue; -G – Contra o movimento do sangue.

1 cm de altura – pressão da coluna de sangue varia


de 0,78mmHg.
Curvas de pressão e volume para as aortas normais obtidas na
autópsia de seres humanos de diferentes faixas etárias. A rigi-
dez da aorta aumenta progressivamente com a idade (anos). Sabe-se também que na altura do coração:
x a pressão arterial é de 95 mmHg
x a pressão venosa é de 5 mmHg
Exemplo:
Exemplo:
Em uma determinada pessoa saudável, a pressão na
aorta é de 100 mmHg e nos capilares, de 15 mmHg. Calcule a pressão sanguínea arterial na cabeça de
Sabendo-se que o ßuxo sanguíneo ali é de 85 ml/s. um indivíduo, que está a 40 cm acima do coração,
calcule sua resistência periférica. sabendo-se que a pressão arterial no coração é de 95
mmHg.

O Campo Gravitacional e a Circulação


Obs.: Isso explica porque uma queda de pressão é
Em um indivíduo na posição em pé, o vetor G é acompanhada de perda temporária dos sentidos. A
contra a subida do sangue e a favor da descida. posição deitada que acompanha o desmaio é uma de-
fesa contra a atuação do campo G, pois nesta posição
Pode-se notar que, acima do coração, o Campo G é a cabeça e o coração Þcam na mesma altura e o efeito
contra a circulação arterial e a favor da venosa. G desaparece.
Exercícios
43
1) De que se compõe, basicamente, o sistema circulatório?

2) Cite as quatro principais características dos ßuidos em movimento, como é o sangue.

3) Na energética da sístole e da diástole, quais são as energias interconvertidas?

4) Qual é a diferença entre onda de pulso e corrente sanguínea?

5) No corpo humano, a pressão sanguínea se deve a contribuição de três componentes. Cite-os.

6) O que acontece com a elasticidade das artérias das pessoas quando envelhecem?

7) Um idoso hipertenso tem em determinado momento uma pressão na aorta de 220 mmHg. Sabendo-se que
a pressão nos capilares é de 15 mmHg e que o ßuxo sanguíneo é de 85 ml/s, calcule sua resistência periférica.

8) Qual é o valor da pressão arterial e pressão venosa na altura do coração?

9) Calcule a pressão arterial no tornozelo de um indivíduo que se encontra de pé, sabendo-se que o coração
encontra-se a 120 cm acima dele.
44

Se você:
1) concluiu o estudo deste guia;
2) participou dos encontros;
3) fez contato com seu tutor;
4) realizou as atividades previstas;
Então, você está preparado para as
avaliações.

Parabéns!
Glossário
45
Diapasão – objeto metálico em forma de “U” destinado a aÞnar instrumentos.

Entropia – forma de energia desorganizada.

EsÞgnomanômetro – aparelho destinado a medir a pressão arterial no corpo humano.

Espectro eletromagnético – apresenta as faixas-frequências de todas as ondas eletromagnéticas.

g – aceleração da gravidade; na Terra vale 9,81 m/s2.

SI – Sistema Internacional de Unidades.

Trompa de Eustáquio – o mesmo que tuba auditiva.

Vergência – o mesmo que convergência de uma lente; é medida em dioptria (Di).


Gabarito
46
UNIDADE I
1. Número e unidade.

2. 5,0 X 104kg
3,6 X 103s
9,0 X 105H
2,5 X 10-4m

3. Matéria, energia, espaço e tempo.

4. Gravitacional, eletromagnético e nuclear.

5. Nuclear.

6. Gravitacional.

7. No norte geográÞco da Terra.

8. Vaga-lumes produzindo energia luminosa.


Levantamento de peso, como meio auxiliar de Þsioterapia.

UNIDADE II
1. 1250 J

2. 64 J

3. 35 J

4. Letra D

5. 700 J

6. A energia do Universo é constante.

7. No estado hígido, o ser está organizado e tem baixa entropia; já no estado patológico, sua entropia está au-
mentada.

UNIDADE III
1. São estruturas altamente diferenciadas, destinadas a compartimentar os seres vivos.

2. 10 m

3. São passagens que permitem a comunicação entre o lado externo e o lado interno da célula.

4. São maquinismos moleculares capazes de transportar substâncias, através da membrana, sempre em sentido
único.

5. Canais negativos.

6. Por diferença de pressão.


UNIDADE IV
47
1. Ondas eletromagnéticas.

2. São aquelas que a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. Ex.: ondas de corda.

3. Luz negra, germicida e bronzeamento.

4. a) 0,1m b) 50Hz c) 2,0 x 10-2s

5. Íris.

6. Transmitir para o cérebro as sensações ópticas captadas pela retina.

7. Presbiopia.

8. Letra A.

9. a) Hipermetropia b) Convergente c) 2 di

UNIDADE V
1. De 20 Hz a 20 kHz

2. Meio sólido.

3. É um estrondo sônico que ocorre quando uma aeronave ultrapassa a velocidade do som.

4. É a qualidade que permite diferençar um som agudo de um som grave.

5. BEL . DECIBEL.

6. São sons geralmente acima de 80 dB.

7. Equalizar as pressões interna (da orelha) e externa (ambiente).

8. Estapídio e tensor do tímpano.

9. Audiometria.

10. É a capacidade do som em gerar emoções.

11. Surdez de condução e surdez nervosa.

UNIDADE VI
1. Coração, vasos sanguíneos, o sangue e um sistema de controle.

2. Compressibilidade, rotacionalidade, viscosidade e turbulência.

3. Energia cinética e potencial elástica.

4. Onda de pulso é a energia da contração cardíaca que se propaga pelos vasos sanguíneos, e corrente sanguínea
é o deslocamento da massa de sangue.

5. Pressão estática, pressão dinâmica e pressão mecânica.


6. Diminui.
48
7. 2,4 R

8. Arterial: 95 mmHg
Venosa: 5 mmHg

9. 189 mmHg
Referências Bibliográficas
49
HENEINE, I Felippe. Biofísica Básica. São Paulo: Atheneu, 2002.
OKUNO, Emico. Física para Ciências Biológicas e Biomédicas. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 2002.

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