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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

VACINAS UTILIZADAS NO MANEJO SANITÁRIO DE BOVINOS

Thais Miranda Silva Freitas

Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Clorinda Soares Fioravanti

GOIÂNIA
2012
THAIS MIRANDA SILVA FREITAS

VACINAS UTILIZADAS NO MANEJO SANITÁRIO DE BOVINOS

Seminário apresentado junto à disciplina


de Seminários Aplicados do Programa
de Pós-Graduação em Ciência Animal
da Escola de Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal de Goiás

Nível: Mestrado

Área de Concentração:
Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimentos

Linha de Pesquisa:
Etiopatogenia, epidemiologia, diagnóstico e controle
das doenças infecciosas dos animais

Orientador:
Profª. Drª. Maria Clorinda Soares Fioravanti – EVZ/UFG

Comitê de Orientação:
Pesq. Dr. Alexandre Floriano Ramos – Embrapa Cenargen
Prof. Dr. Cristiano Barros de Melo – FAV/UnB

GOIÂNIA
2012
ii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................... 2

2.1 SANIDADE DOS BOVINOS .................................................................................................. 2

2.2 TIPOS DE IMUNIDADE........................................................................................................... 4

2.3 PRODUÇÃO DE VACINAS ................................................................................................... 5

2.4 TIPOS DE VACINAS ..............................................................................................................10

2.4.1 VACINAS AUTÓGENAS ...................................................................................................10

2.4.2 VACINAS VIVAS ATENUADAS ....................................................................................11

2.4.3 VACINAS INATIVADAS ....................................................................................................13

2.4.4 VACINAS DE PRODUTOS MICROBIANOS...........................................................13

2.4.5 VACINAS DE PEPTÍDEOS SINTÉTICOS................................................................15

2.4.6 VACINAS DE DNA ...............................................................................................................16

2.5 VACINAS CONTRA AS PRINCIPAIS ENFERMIDADES NA CRIAÇÃO DE


BOVINOS .............................................................................................................................................18

2.5.2 VACINAS CONTRA VÍRUS.............................................................................................23

2.5.3 VACINAS CONTRA ECTO E ENDOPARASITOS ...............................................25

2.6 FATORES RELACIONADOS À EFICÁCIA DA VACINA E VACINAÇÃO.....27

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................31

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................32
1 INTRODUÇÃO

O rebanho bovino brasileiro apresenta destaque tanto no mercado


interno quanto no externo. Para obter a confiabilidade desses mercados, foi e é
necessário manter os rebanhos livres de enfermidades haja vista sua
importância na saúde pública.
Para manter a saúde animal, alguns programas sanitários que
adotam medidas preventivas como vacinação são impostos pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelos órgãos estaduais de
defesa sanitária animal (BRASIL, 2009). No entanto, nem todas as doenças
estão incluídas em programas sanitários. Embora não exista a obrigatoriedade
de medidas de controle de algumas doenças, há no mercado vacinas
disponíveis para a maioria das enfermidades que acometem os rebanhos
bovinos.
As vacinas de uso em veterinária são importantes para a saúde e
bem-estar animal, melhoram a eficiência da produção de alimentos e atuam em
saúde pública por meio da prevenção da transmissão de zoonoses e de
doenças transmitidas por alimentos (ROTH, 2011). No entanto, sozinhas não
são eficientes. Para controlar e erradicar uma doença são necessárias ações
conjuntas de manejo, saneamento ambiental, educação sanitária, quimioterapia
profilática, vigilância epidemiológica e viabilidade de diagnóstico. São também
necessárias infra-estrutura adequada e recursos financeiros para que o
controle das doenças seja efetivo (THRUSFIELD, 2004).
Mesmo com a disponibilidade de vacinas e antimicrobianos, há
casos em que o rebanho não se torna imune, adoecendo mesmo depois das
etapas de vacinação. Isto se dá muitas vezes por erros simples na escolha,
armazenamento e utilização de vacinas, bem como no manejo adotado aos
animais durante a vacinação (FLORES, 2007).
Frente à diversidade de vacinas existentes no mercado, esta revisão
objetivou mostrar os diferentes tipos de vacinas existentes para utilização na
criação de bovinos, quais as doenças que podem ser prevenidas pelo uso de
vacinas e mostrar alguns fatores relacionados à eficácia da vacina e da
vacinação.
2

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Sanidade dos bovinos

O crescimento da bovinocultura do país, tem se destacado nos


últimos 20 anos, acompanhando o aumento das demandas por proteína
animal, tanto no mercado interno como externo. Em 2010 o efetivo bovino era
de 209,541 milhões de cabeças. A atividade agropecuária movimentou no
mesmo ano um valor de R$ 180.831 bilhões, contribuindo com 5,8% do
Produto Interno Bruto (PIB). Do agronegócio nacional, a bovinocultura é
responsável pelo faturamento superior a 50 bilhões de reais ao ano,
oferecendo mais de 7,5 milhões de empregos. Em 2010, o Brasil produziu
1,340 litros de leite/vaca/ano e exportou cerca de 17% da carne bovina e se
manteve como líder mundial em exportações desse produto (BRASIL, 2010;
ANUALPEC, 2011).
A projeção para o mercado de carnes brasileiro mostra que o setor
deve crescer 2,2% ao ano, atingindo o patamar de 11.353 mil toneladas nos
anos de 2020/21 (BRASIL, 2011). Para suprir este mercado, as raças
zebuínas são as mais utilizadas, e no cenário nacional compõem mais de
80% do gado, com destaque para a raça Nelore. O rebanho brasileiro tem
todo seu contingente criado a pasto e resíduos agrícolas (no caso dos
confinamentos), que reduz o custo de produção, aumentando a
competitividade da carne brasileira frente a outros mercados produtores e
exportadores de carne. Em 2010 as exportações de carne brasileiras foram
destinadas a mais de 130 países, ampliando em 17% o faturamento nacional
(ANUALPEC, 2011).
O que restringe o avanço da participação da produção brasileira no
mercado externo são a burocracia nas transações comerciais, altas taxas
tributárias e problemas na cadeia produtiva (ANUALPEC, 2011). Com as
taxas estimadas de crescimento da produção bovina conclui-se a
necessidade de ações de manejo sanitário para tornar o efetivo bovino apto a
ser comercializado, seja no mercado interno ou externo.
3

Para que a pecuária brasileira se mantenha e conquiste novos


mercados, é necessário controlar a situação sanitária animal. LUCENA et al.
(2010) pesquisaram as doenças bovinas de maior ocorrência no sul do Brasil,
e encontraram as intoxicações em primeiro lugar, seguidas por doenças
inflamatórias e parasitoses, que representaram 30% do total, e posteriormente
vieram as doenças causadas por neoplasias, agentes físicos, doenças
metabólicas, nutricionais, distúrbios circulatórios, doenças degenerativas,
distúrbios do crescimento e outros, em ordem de prevalência.
Com relação à doenças infecto-contagiosas que restringem a
reprodução animal no Brasil, MENDES et al. (2009) citaram altos percentuais
de fêmeas bovinas soropositivas para o herpervírus bovino tipo 1 (BoHV-1)
(causador de rinotraqueíte infecciosa bovina), para o vírus causador da
diarréia viral bovina (BVD) e para Leptospira Hardjo (causadora de
leptospirose). Os autores citaram também animais soropositivos para
Neospora caninum. A brucelose, dentre as doenças pesquisadas, é a mais
controlada nos rebanhos em decorrência da obrigatoriedade da vacinação,
definida pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e
Tuberculose (PNCEBT), enquanto a IBR e BVD são as de maior prevalência
nos rebanhos.
Dentre as doenças inflamatórias e parasitoses mais encontradas
por LUCENA et al. (2010) estavam a tuberculose, actinomicose, raiva, enterite
bacteriana, actinobacilose, abcessos, pneumonias, doenças parasitárias
(fasciolose e hidatidose), carbúnculo sintomático e mastites. OLIVEIRA (2006)
citou que as doenças mais prevalentes em rebanhos leiteiros são as mastites,
tuberculose, brucelose, clostridioses, leptospirose, rinotraqueite infecciosa
bovina (IBR), BVD (BVD), febre aftosa, raiva, leucose enzoótica bovina e
doenças dos bezerros.
Estes dados demonstram a necessidade de medidas de controle
sanitário que incluem mudanças no manejo, medidas higiênico-sanitárias,
tratamento de animais doentes e profilaxia das enfermidades, principalmente
em rebanhos criados em sistema intensivo. A utilização de vacinas é uma das
formas de profilaxia recomendadas (OLIVEIRA, 2006) visto a importância no
4

controle de enfermidades animais, na produção de alimentos e na saúde


pública (ROTH, 2011).
Na composição das vacinas estão os microrganismos, ou frações
destes, que induzem resposta imunológica capaz de proteger o indivíduo ao
qual foi administrada quando ocorre o contato posterior com o agente original
(FLORES, 2007). Para entender como ocorre o mecanismo de ação das
vacinas é necessário entender como se dá a resposta imune do animal frente
ao contato com os patógenos.

2.2 Tipos de imunidade

Existem dois tipos de imunidade, sendo a passiva (ou natural) e a


ativa (ou adquirida). A imunidade passiva é resultante da passagem de
anticorpos maternais através do colostro para o filhote, cujo organismo não
produz resposta imune específica (FLORES, 2007). Bezerros que mamaram o
colostro possuem anticorpos maternos que podem neutralizar as vacinas
virais vivas atenuadas, desse modo é recomendável fazer a primovacinação
após os quatro meses de idade, quando o nível de anticorpos maternos já
declinaram (QUINN et al., 2005).
A imunidade adquirida ou ativa ocorre quando um animal é exposto
a um agente infeccioso. Há o desencadeamento de fatores de defesa do
organismo em resposta à exposição ao antígeno e conforme ocorrem
exposições subsequentes, a magnitude e capacidade defensiva aumentam
como mecanismo de adaptação do hospedeiro. Essa forma de imunidade tem
como característica a especificidade e memória (capacidade de “lembrar”) das
células de defesa do organismo em relação ao agente infeccioso (ABBAS &
LICHTMAN, 2005).
Existem dois tipos de resposta imune adquirida: a humoral
(mediada pelos anticorpos produzidos por linfócitos B) e a celular (mediada
por linfócitos T). A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa
contra microrganismos extracelulares e toxinas enquanto a imunidade celular
constitui o principal mecanismo de defesa contra microrganismos
5

intracelulares, como vírus e bactérias. Como componentes da resposta imune


celular, existem dois tipos de linfócitos T: os auxiliares (TCD4), cuja função é
recrutar e ativar células de defesa para conter a infecção, e os citolíticos
(TCD8), que destroem as células infectadas (ABBAS & LICHTMAN, 2005).
Quando o animal é vacinado ocorre o mecanismo de ativação da
resposta imune adquirida (ABBAS & LICHTMAN, 2005). A vacina efetiva deve
estimular células apresentadoras de antígenos e induzir o recrutamento de
linfócitos T e B na expectativa de que seja gerado um número adequado de
células de memória. Dessa forma, é esperado que haja uma resposta efetiva
nos contatos posteriores do animal imunizado com o antígeno. Ainda, para
que a estimulação antigênica seja duradoura, mantendo a presença de
células de defesa e anticorpos protetores em nível desejável, o antígeno
vacinal deve persistir preferencialmente no tecido linfoide, estimulando
constantemente o sistema imune (FLORES, 2007).

2.3 Produção de vacinas

A primeira forma de imunização foi descoberta por Edward Jenner


em 1798, sendo então considerado o primeiro pesquisador a relatar o uso de
vacina na prevenção de enfermidades humanas, mais especificamente a
varíola (TUELLS, 2012). No início do século XVIII, a varíola era comum tanto
em bovinos quanto em humanos e Edward Jenner observou que pessoas que
tinham contato com lesões cutâneas de vacas infectadas pelo vírus da varíola
bovina não adoeciam com o vírus da varíola humano, mais patogênico e que
foi responsável por muitas mortes (FLORES, 2007). O pesquisador
mencionou o termo varíola vaccinae (a palavra vaccinae provinha do termo
latino vacca, que significa vaca) e Louis Odier, um médico defensor da
vacinação, escreveu em 1799 no jornal Bibliotheque Britannique que o nome
variola vaccina seria simplificado, por questões de entendimento, para
vaccine e desde então a palavra vaccine (em português, vacina) é utilizada
(TUELLS, 2012).
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Em 1870, Henry Martin introduziu o uso de vacinas em animais na


América do Norte, porém foi em 1881 que Louis Pasteur apresentou um
trabalho sobre um método de atenuar as bactérias Pasteurella multocida
(causadora de cólera) em aves e Bacillus anthracis (causadora de carbúnculo
hemático) em ovelhas, para produção de vacinas que ajudariam a controlar a
doença em humanos e animais (TUELLS, 2012).
Nesse contexto, em 1977 foi introduzido o termo vacinologia,
definido como o estudo e aplicação dos requisitos básicos para imunização
efetiva, requerendo a compreensão do agente etiológico, dos mecanismos de
patogenicidade e da epidemiologia das doenças individuais. A vacinologia
aplicada refere-se ao conhecimento básico e soluções práticas para o
desenvolvimento de programas de vacinação efetivos para grupos de
populações. Adicionando as palavras de Maurice Hilleman, a vacinologia
também deve ser uma ciência que envolve o conhecimento de microbiologia,
virologia, biologia molecular e imunologia (TUELLS, 2012).
A primeira vacina veterinária produzida por engenharia genética
ocorreu há 20 anos, contra a doença de Aujeszky em suínos e contra a raiva
em animais silvestres, a partir daí deu-se início a uma série de pesquisas de
vacinas para diversas enfermidades, inclusive as que acometem bovinos
(ROTH, 2011).
Para produzir as vacinas, algumas etapas devem ser seguidas,
sendo que essas constituem-se na escolha da cepa; cultivo celular; inativação
do agente; separação, purificação e concentração do produto; formulação e
controle de qualidade. Assim sendo, são escolhidas cepas que induzam boa
resposta imunológica, essas cepas são cultivadas, inativadas quimicamente
ou termicamente e são separadas as frações de interesse (CRAVEIRO,
2008).
Para induzir resposta imune celular e se tornar eficiente, uma
vacina deve ser adicionada a substâncias adjuvantes a fim de melhorar a
resposta imunológica do animal contra microrganismos ou contras seus
produtos (ABBAS & LICHTMAN, 2005).
Adjuvante é qualquer material que aumente ou ocasione resposta
imune a um antígeno. Podem ser naturais ou sintéticos. Os melhores
7

adjuvantes de vacinas incluem extratos de parede bacteriana, óleos de


parafinas, sais de metais (alumínio), endotoxinas e óleo mineral, no entanto já
foi observado que lipossomos, interferon, complexos imuno estimulantes e
citocinas têm potencial adjuvante. Os adjuvantes são utilizados para modular
a resposta imune seletivamente para complexo principal de
histocompatibildade classe I (contra antígenos intracelulares) ou II (contra
antígenos proteicos) e diminuir o custo de produção de vacinas. Em vacinas
veterinárias os adjuvantes utilizados são o hidróxido de alumínio, saponina,
avidrine, entre outros (RESENDE et al., 2004).
A proteção induzida por vacinas é individual e influenciada por
fatores como idade, imunocompetência, presença de anticorpos maternos e
tipo de vacina administrada (QUINN et al., 2005). As vacinas monovalentes,
ou seja, produzidas com um só sorotipo ou sorogrupo de um microrganismo,
são espécie-específicas, no entanto, GUERRERO et al. (2012) descreveram
que múltiplos antígenos podem ser incluídos em uma vacina para reduzir o
desenvolvimento de resistência a um simples antígeno ou determinante
antigênico (também denominado epítopo).
Segundo relataram GUERRERO et al. (2012), uma vacina
contendo dois antígenos contra o carrapato bovino mostrou vantagem na
imunização do rebanho, visto que a resposta imunológica a um antígeno seria
compensada pelo outro, ou seja, animais que responderiam mal a um
antígeno responderiam bem ao outro, e vice-versa. Dessa forma, a vacina
com dois ou mais antígenos seria economicamente mais viável para os
produtores de bovinos e produziria um maior impacto na redução de
microrganismos patogênicos.
No entanto, CHIARELI et al. (2012) citaram que vacinas
polivalentes induzem resposta imune do tipo humoral, que decaem com maior
rapidez que a resposta produzida pela vacina autóctone monovalente, ou
seja, foi encontrado resultado superior no tempo de duração de títulos de
anticorpos protetores para a vacina monovalente. Os autores citam ainda que
bacterinas polivalentes exigem revacinações em períodos mais curtos que
bacterinas monovalentes.
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Para a produção de vacinas trivalentes, que abrangem três


espécies ou sorotipos de microrganismos, MOAZENIJULA et al. (2011)
definiram como metodologia algumas etapas semelhantes às etapas para
vacinas monovalentes. A primeira etapa descrita começou com o cultivo das
bactérias, cada uma em separado, e inativação das bactérias vivas, seja por
métodos químicos como formalina, seja por método físico como o calor.
Subsequentemente, houve separação das células bacterianas do meio de
cultura por centrifugação, importante etapa que visa a remoção dos
componentes alérgicos presentes no meio de cultura. O resíduo formado após
o descarte do sobrenadante, também denominado pellet, foi ressuspendido
em solução de cloreto de sódio.
A partir dessa etapa, os antígenos inativados foram misturados em
cloreto de sódio em proporções semelhantes para compor a vacina
polivalente. O adjuvante foi associado à solução e após a homogeneização, o
produto foi estocado a 4°C até sua utilização, depois de serem aprovados
pelo controle de qualidade (MOAZENIJULA et al., 2011).
O controle de qualidade assegura a inocuidade e capacidade
imunogênica das vacinas, por meio da utilização dos testes de esterilidade,
que assegura ausência de contaminação bacteriana ou fúngica, inocuidade,
que certifica que a vacina não causa efeitos indesejáveis, estabilidade, que
atestam a estabilidade do antígeno e, por fim, teste de potência, que assegura
a capacidade da vacina de induzir resposta imune (FLORES, 2007).
A utilização de vacinas no âmbito da medicina veterinária se tornou
rotineira, uma vez que se trata de medida preventiva contra doenças
infecciosas e reduz a necessidade pelo uso de antibióticos para o tratamento
de infecções em animais de produção e de companhia (ROTH, 2011). Vários
estudos em biologia molecular e imunologia têm objetivado desenvolver a
vacinologia aplicada destinada à produção de bovinos, seja leiteira ou de
corte, para o controle e até mesmo erradicação de doenças, melhoria da
saúde pública e aumento dos índices produtivos e reprodutivos dos rebanhos
(FLORES, 2007).
A vacinação é importante não só para evitar a disseminação de
doenças entre animais sãos e infectados, como também para evitar o
9

sacrifício de animais acometidos por doenças infecciosas que são


classificadas pelo MAPA em doenças de sacrifício obrigatório, como
brucelose, febre aftosa, para-tuberculose, peripneumonia, peste bovina,
pseudo-raiva, raiva e tuberculose (BRASIL, 2009).
Entre as medidas sanitárias das doenças citadas, está a utilização
de vacinas (BRASIL, 2009). Em ruminantes, particularmente bovinos, o MAPA
lançou programas sanitários, os quais atuam no combate à febre aftosa,
brucelose e raiva, estabelecendo a obrigatoriedade do uso de vacinas. Para
as demais doenças, o MAPA definiu como doenças passíveis de aplicação de
medidas de defesa sanitária animal, que incluem as seguintes: peste bovina,
pseudo-raiva, tuberculose, carbúnculo hemático, carbúnculo sintomático e
peripneumonia, salmonelose, pasteurelose, tripanossomose, piroplasmose,
anaplasmose, vaginite granulosa, coriza gangrenosa, coccidioses e as
sarnas, sendo mais comum nos bovinos a demodicose.
Atualmente, as vacinas veterinárias são consideradas produtos
veterinários, segundo definição do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA). Por definição, produto de uso veterinário é toda
substância química, biológica, biotecnológica ou preparação manufaturada
que previne doenças dos animais, assim como diagnóstico, tratamento e cura
(BRASIL, 2012a).
As vantagens em utilizar vacinas em programas de controle de
doenças são: a melhora da saúde animal; controle de infecções (doenças
causadas por microrganismos) e infestações (doenças causadas por
parasitos); controle de zoonoses e de doenças veiculadas por alimentos;
solução para a resistência a antimicrobianos e parasiticidas; manutenção da
biodiversidade; minimização da contaminação ambiental pelos resíduos de
contaminantes; redução no uso de fármacos e pesticidas e melhoria da
sustentabilidade da produção animal (INNES et al., 2011; ROTH, 2011)
Além da vantagem sanitária, existe vantagem econômica na
produção de bovinos por redução dos custos de tratamento de doenças, e
vantagem para a indústria de vacinas veterinárias, visto que o
desenvolvimento e licenciamento são muito mais rápidos e de menor custo
que vacinas humanas, embora as vacinas veterinárias rendam menor lucro,
10

consequentemente há menor investimento no desenvolvimento de novas


vacinas (ROTH, 2011).
LOPES & MAGALHÃES (2005) mostraram a vantagem econômica
do uso de vacinas em seu trabalho, relatando que as despesas com vacinas,
antiparasitários e outros medicamentos representou 0.93% do custo
operacional efetivo em um sistema de confinamento de bovinos de corte,
demonstrando que a preocupação com sanidade animal não é um empecilho
à produção.

2.4 Tipos de vacinas

As vacinas são classificadas de acordo com a constituição, ou seja,


o tipo de microrganismo ao qual se pretende desenvolver anticorpos para
prevenir o desenvolvimento da doença e também considerando o processo de
elaboração bem como a resposta imune a ser induzida, baseada na
fisiopatogenia da enfermidade. Dessa forma, têm-se as vacinas vivas
autógenas ou não (de microrganismos atenuados, heterólogos ou virulentos),
vacinas inativadas, vacinas de produtos microbianos (subunidades, toxóides
ou recombinantes), vacinas de peptídeos sintéticos e vacinas de DNA
(QUINN et al., 2005; FLORES, 2007; INNES et al., 2011; CHIARELI et al.,
2012).

2.4.1 Vacinas autógenas

Vacinas autógenas, também denominadas autovacinas, são


vacinas fabricadas a partir de material biológico colhido de animais enfermos,
que têm como destino o isolamento e identificação de agentes etiológicos. Ou
seja, é a vacina obtida a partir do agente etiológico isolado do próprio animal.
São mais utilizadas em propriedades nas quais esteja ocorrendo
enfermidades específicas. Dessa forma, o uso de vacinas autógenas é
específico por propriedade (BRASIL, 2003). As vacinas autógenas são
11

utilizadas na criação de bovinos para tratamento de doenças infecciosas


crônicas ou como tratamento terapêutico preventivo (NOLTE et al., 2001).
Na produção de vacinas autógenas o microrganismo causador da
enfermidade é isolado, cultivado, inativado e adicionado a agentes adjuvantes
(NOLTE et al., 2001). As vacinas autógenas podem ser monovalentes ou
polivalentes. São inativadas, imunogênicas, não tóxicas, inócuas e possuem
pH neutro, entre 6.8 e 7.4. Quando produzidas a partir de cepas virais, deve
ser feita a identificação da família destes vírus, enquanto nos isolamentos dos
demais agentes infecciosos (bactérias e protozoários) faz-se a identificação
quanto ao gênero, espécie e sorotipo ou sorovar, quando cabível. A função da
identificação mais precisa se dá porque as subespécies ou sorotipos de uma
mesma família têm diferentes formas de apresentação de antígeno frente à
resposta imunológica do hospedeiro (BRASIL, 2003).
Vacinas autógenas devem ser aplicadas em cinco a dez animais do
rebanho e é recomendado observar reação adversa. Se, após 48h não houver
reação estender a aplicação a todo rebanho (BRASIL, 2003). A vacina
autógena mais comumente conhecida é utilizada contra a papilomatose
bovina (FLORES, 2007), no entanto as vacinas autógenas podem ser
produzidas para a maioria das doenças bacterianas que acometem o
rebanho, como a mastite, por exemplo. CHIARELI et al. (2012) citaram
eficiência de uma vacina autógena produzida a partir de bacterina de
Leptospira sp. isolada de vacas em um rebanho de Minas Gerais.
As vantagens apresentadas para a utilização de vacinas autógenas
são permitir o tratamento de algumas doenças que ainda não possuem
vacinas específicas comercialmente disponíveis e a utilização não só como
medida preventiva, mas também para o tratamento de infecção contínua,
como citaram NOLTE et al. (2001).

2.4.2 Vacinas vivas atenuadas

As vacinas de microrganismos vivos podem ser vivas virulentas ou


atenuadas, porém são poucas as vacinas que utilizam microrganismos
12

virulentos (QUINN et al., 2005). Portanto, apenas as vacinas de


microrganismos atenuados serão abordadas nesta revisão.
Vacinas atenuadas são produzidas a partir de microrganismos que
passam por métodos de atenuação que podem ser: sucessivas inoculações
em modelos animais ou cultivos celulares, manipulação genética (perdendo
parte de seu poder patogênico devido à deleção de genes relacionados à
patogenicidade) ou por temperatura (FLORES, 2007; BUDDLE et al., 2011).
As vacinas de microrganismo atenuado induzem imunidade celular
e humoral, não precisam de adjuvantes, pois os antígenos conseguem se
reproduzir no organismo, induzem boa memória imunológica, aumentando o
tempo entre aplicações de doses de reforço (QUINN et al., 2005).
Uma potencial controvérsia no uso de vacinas vivas é que, embora
induzam maior resposta imune, a segurança do consumo dos alimentos de
origem animal, provenientes de animais vacinados com vacinas vivas, pode
ser questionada (BUDDLE et al., 2011). A causa do questionamento da
segurança das vacinas atenuadas é devido às desvantagens deste tipo de
vacina, que possui potencial de reversão da virulência e possibilidade de
indução da patologia quando o animal encontra-se imunossuprimido,
enquanto as vacinas inativadas não induzem replicação do agente e risco de
reversão à virulência (FLORES, 2007).
As vacinas atenuadas, em contraste com as vacinas inativadas,
necessitam de refrigeração para assegurar a viabilidade dos antígenos
presentes na vacina, assim como o tempo de prateleira, termo usado para
referir o tempo em que a vacina pode ser armazenada, é menor em relação
às vacinas inativadas (QUINN et al., 2005).
São vacinas de microrganismo vivo atenuado de uso em produção
de bovinos: vacina contra tuberculose, vacina anti-rábica produzidas a partir
da inoculação em embriões de pintos, vacina contra aftosa, botulismo,
leptospirose, erliquiose (Ehrlichia ruminatum) e teileriose (QUINN et al., 2005;
CRAVEIRO, 2008).
13

2.4.3 Vacinas inativadas

As vacinas inativadas são obtidas a partir do agente infeccioso


morto, que tem sua imunogenicidade alterada por agentes inativantes como o
calor ou produtos químicos. Existem vacinas inativadas de vírus e bactérias,
sendo estas últimas preparadas a partir da inativação de bacterinas (culturas
de bactérias) ou toxóides (toxinas produzidas por bactérias), por tratamento
químico com formaldeído, β-propiolactona ou etilenimina (QUINN, 2005).
A desvantagem apresentada pelo uso de agentes inativantes é a
possível indução de agregação de partículas, permitindo a sobrevivência de
alguns microrganismos no centro do material agregado (QUINN et al., 2005).
MOAZENIJULA et al. (2011) citaram a ocorrência de choque pós-vacinal
promovido por proteínas heterólogas séricas, que causaram reação
anafilática, em 10 a 20% do gado vacinado com vacina contra leptospirose
contendo hidróxido de alumínio em gel como adjuvante.
A característica das vacinas inativadas é a ativação de resposta
imune humoral, pequena resposta imune celular mediada por células, o que
faz com que doses mais frequentes da vacina (doses de reforço) sejam
necessárias para a manutenção de um estado imunitário adequado. Vacinas
inativadas são estáveis à temperatura ambiente e podem ser armazenadas
por longos períodos (QUINN et al., 2005), fato este que beneficia os
produtores rurais que podem fazer planejamento de maior prazo para a
compra de vacinas, que ficarão estocadas até a época da vacinação do
rebanho.

2.4.4 Vacinas de produtos microbianos

As vacinas de produtos microbianos são classificadas por QUINN


et al. (2005) em vacinas de produtos metabólicos modificados (toxóide),
vacinas de subunidades e vacinas de material de proteínas nativas. Vacinas
de subunidades são vacinas produzidas com partes do microrganismo, e
podem ser do tipo recombinante, que são vacinas cujo microrganismo sofreu
14

uma mutação, deleção ou inserção em gene específico, para atenuar a


patogenicidade (FLORES, 2007).
Em 2010 existiam nos Estados Unidos 15 vacinas vivas vetoriadas
licenciadas (sendo aplicadas aos bovinos as vacinas contra a raiva e contra a
febre do oeste do Nilo), sete vacinas de antígeno recombinante não-
replicativo (nenhuma aplicada a bovinos), quatro vacinas de gene deletado
(vacina contra Escherichia coli, para bovinos) e duas vacinas mediadas de
DNA (vacina contra o vírus do oeste do Nilo, para bovinos) (ROTH, 2011).
Na vacinação com vacinas compostas por toxóides, como a vacina
antibotulínica que possui os toxóides C e D, há formação de anticorpos que
se ligam ao toxóide e impedem a ligação com o receptor celular. Outra forma
de obter toxóides botulínicos é por meio de utilização de microrganismos
recombinantes capazes de expressar a molécula da toxina, porém sem
apresentar atividade neurotóxica. As vacinas contra botulismo podem ou não
ser associadas a antígenos clostridiais (SARI, 2010).
As vacinas recombinantes, consideradas de segunda geração
(KANO et al., 2007), são classificadas em tipo I, compostas de antígenos
produzidos por engenharia genética; tipo II, compostas por microrganismos
atenuados geneticamente; e tipo III, compostas por bactérias ou vírus
modificados geneticamente (QUINN et al., 2005).
Nas vacinas do tipo I, o DNA codificador do antígeno é isolado e
inserido em um plasmídeo, sendo este inserido no DNA de uma bactéria ou
levedura que se multiplica. Com a multiplicação, é expresso o DNA
codificador do antígeno, aumentando o número de unidades. Tanto bactérias
quanto vírus podem ser alvos das vacinas de subunidades. O vírus da febre
aftosa (QUINN et al., 2005) e o parasito Toxoplasma gondii (INNES et al.,
2011) foram utilizados para a fabricação de vacinas do tipo I. A atuação da
vacina contra o Toxoplasma gondii induziu multiplicação limitada no
hospedeiro, estimulando a resposta imune celular (INNES et al., 2011). Para
reverter as desvantagens de vacinas do tipo I, pesquisadores têm adicionado
imunoestimulantes para melhorar a resposta do animal à vacinação (BUDDLE
et al., 2011).
15

Nas vacinas do tipo II, os microrganismos são atenuados


geneticamente. A atenuação de microrganismos virulentos pode ser pela
deleção de um gene ou pela mutação sítio-dirigida. A vacina contra
herpresvírus bovino é do tipo II, de genes deletados, visto que o DNA do
herpesvírus contêm muitos genes desnecessários à replicação in vitro,
(QUINN et al., 2005).
Vacinas do tipo III são compostas de microrganismos vivos
modificados, denominados vetores virais, nos quais é inserido um gene e este
vetor serve como carreador do gene até o receptor celular. Esse tipo de
vacina facilita a imunização em massa visto que pode ser administrada via
aerossol ou água, sendo relevante para produtores de aves e suínos, e de
menor importância para criadores de bovinos. Apesar das vantagens, poucas
são as vacinas tipo III aprovadas para uso em animais (QUINN et al., 2005).
Para animais silvestres, ROTH (2011) citou a vacina recombinante vetoriada
antirrábica, administrada por via oral em forma de iscas que têm sido bem-
sucedida para reduzir a incidência de raiva.
As vacinas gênicas, ou de terceira geração, induzem resposta
imunológica dos tipos humoral e celular pela ativação de linfócitos TCD8+ e
TCD4+ que secretam citocinas e estas atuam na regulação da produção de
anticorpos. São produzidas a partir da introdução de genes ou fragmentos de
genes em vetores virais ou plasmidiais (KANO et al., 2007). O vetor carreador
do gene precisa ser estável para expressar adequadamente o material
genético, portanto a vacina deve apresentar apenas um ou poucos antígenos
que eficientemente induzirão a resposta imune no animal vacinado (QUINN et
al., 2005).

2.4.5 Vacinas de peptídeos sintéticos

A interação do antígeno com o receptor celular se dá por meio da


ligação receptor celular-epítopo. Alguns peptídeos podem ser sintetizados
para mimetizar os epítopos dos antígenos com a finalidade de induzir
resposta imune sem que haja a infecção. A desvantagem desta técnica é que
16

somente epítopos lineares podem ser produzidos sinteticamente, enquanto a


maioria dos antígenos naturais possuem epítopos não lineares. Para evitar a
baixa imunogenicidade dos peptídeos sintéticos, faz-se a ligação de
peptídeos a proteínas maiores, melhorando a resposta imune gerada. Se não
forem feitas intervenções, a vacinação com vacinas de peptídeos sintéticos
pode induzir resposta imunológica diferente da resposta esperada frente à
infecção natural (QUINN et al., 2005; FLORES, 2007).
Já foram produzidas vacinas de peptídeos sintéticos para a
estimulação de anticorpos contra raiva, febre aftosa e parvovírus canino
(FLORES, 2007). SARI (2010) citou vacina trivalente contra o botulismo com
adjuvante de liberação controlada utilizando peptídeos da região terminal de
toxinas nativas, que penetraram as barreiras epiteliais e geraram resposta
imune humoral com altos títulos de imunoglobulina A em camundongos
imunizados.

2.4.6 Vacinas de DNA

A vacina de DNA foi descrita em 1990, quando foi inoculado em


músculo de camundongos um plasmídeo contendo um gene, que expressou a
proteína decodificada por este gene. Segundo KANO et al. (2007) diversos
trabalhos demonstraram indução de imunidade protetora em camundongos
imunizados com vacinas contendo DNA de bactérias, vírus e protozoários,
assim como houve demonstração de vacinas genéticas contra o câncer e
algumas doenças autoimunes.
As vacinas gênicas, ou de DNA, são direcionadas principalmente
para a medicina humana, porém uma das primeiras vacinas de DNA contra
infecções bacterianas foi desenvolvida contra o Mycobacterium bovis, bactéria
causadora da tuberculose humana e bovina. Posteriormente, estudos
desenvolveram vacinas de DNA contra Brucella abortus, Staphylococcus
aureus, Anaplasma marginale (não satisfatória), leptospirose (avaliada em
gerbil) (KANO et al., 2007).
17

O processamento do DNA antigênico vacinal, inserido em um


plasmídeo, é intracelular. Partículas virais e lipossomas facilitam a entrada do
DNA na célula para evitar que este seja degradado pelas endonucleases, e
para simular uma infecção natural em que células T (T CD4+ e T CD8+) são
estimuladas no combate à infecção (KANO et al., 2007). A combinação de
vacinas de DNA viral, seguidas de reforço com vacinas de vírus vivo
atenuado, produzem respostas imunológicas fortes, com presença tanto de
células T quanto de anticorpos (BATISTA, 2008; BUDDLE et al., 2011).
Vacinas de DNA e de subunidades estão sendo cada vez mais
pesquisadas por serem mais seguras que as vacinas de microrganismos
vivos, não apresentando capacidade de reversibilidade e indução de
patogenicidade, e não interferirem nos testes de sensibilidade cutânea, como
no teste de tuberculinização. O custo de produção de vacinas de DNA em
larga escala é inferior ao custo de produção de vacinas compostas de
proteínas recombinantes, subunidades e peptídeos sintéticos visto que podem
ser liofilizadas por serem estáveis à temperatura ambiente, não requerendo
cadeia de frio, facilitando dessa forma o transporte e distribuição. Também
são economicamente mais viáveis por não necessitarem de instalações de
alto nível de biossegurança para fabricação, sendo de fácil manipulação
(KANO et al., 2007; FOWLER et al., 2011).
Outras vantagens são a não interação com anticorpos maternos,
não há risco de reversão da virulência, podem ser produzidas com agentes
infecciosos de difícil cultivo, podem ser produzidas com mais de um epítopo
de um determinado agente infeccioso (KANO et al., 2007), permitem a
incorporação de marcadores genéticos e a co-expressão de antígenos
múltiplos, oferecem baixo risco de contaminação aos fabricantes e
manipuladores das vacinas e podem ser aplicadas em animais jovens
(FOWLER et al., 2011).
A eficácia apresentada depende da natureza do antígeno, da
frequência e via de administração, da concentração de DNA aplicada, da
localização celular do antígeno codificado pelo plasmídeo e de fatores
próprios do animal vacinado (KANO et al., 2007).
18

Desvantagens associadas às vacinas de DNA são a imunidade


inferior à conferida pelas vacinas de microrganismos vivos (BATISTA, 2008;
BUDDLE et al. et al., 2011) e reações adversas ainda não bem definidas. Não
se sabe se o DNA do antígeno pode se integrar ao cromossomo do
hospedeiro causando surgimento de neoplasias, imunossupressão por
indução de anticorpos anti-DNA ou alterações celulares (QUINN et al., 2005).
Além disso, as vacinas de DNA podem ser construídas para
codificar vários antígenos sem que o animal responda aos testes
diagnósticos, como o teste de sensibilidade cutânea, aplicado para identificar
animais positivos à tuberculose. Embora estudos indiquem que as respostas
humoral e celular sejam satisfatórias, experimentos revelaram que para gerar
títulos de anticorpos adequados, é necessária a administração de grande
quantidade de DNA (FLORES, 2007).

2.5 Vacinas contra as principais enfermidades na criação de bovinos

Considerando os agentes causadores de doenças na criação de


bovinos, existem as vacinas contra bactérias, vírus e contra ecto e
endoparasitos.
Dados dos diversos laboratórios que comercializam no país
vacinas contra enfermidades bovinas revelam que principais vacinas
disponíveis protegem contra as seguintes doenças: brucelose; clostridioses
(inclui carbúnculo hemático e sintomático, edema maligno, enterotoxemia,
gangrena gasosa, hemoglobinúria bacilar, hepatite necrótica, morte súbita,
tétano); diarreias (virais por vírus da diarreia viral bovina, coronavírus e
rotavírus e bacterianas por Escherichia coli); febre aftosa; infecções virais
respiratórias (causadas por parainfluenza tipo 3, rinotraqueite infecciosa
bovina, vírus sincicial respiratório bovino); leptospirose; linfadenite caseosa;
paratifo; pasteurelose; raiva; e vulvovaginite pustular.
O esquema vacinal contra as principais doenças que afetam os
bovinos é demonstrado no Quadro 1, segundo BRASIL (2002) e OLIVEIRA
(2006).
19

QUADRO 1 – Esquema vacinal para as principais doenças bovinas no Brasil


Doença Mês do ano Revacinação Idade Sexo
Febre Aftosa Definido pelo Anual (> 24 meses) Todas Ambos
MAPA (em geral, Semestral (<24 meses)
maio e novembro)
Brucelose Variável (quando Não há 3 – 8 meses Fêmeas
as bezerras
completarem a
idade adequada)
Carbúnculo Variável Anual. >4 meses Ambos
Reforço 30 dias após a
primovacinação
Clostridioses Variável Anual >4 meses e Ambos
vacas no
pré-parto
Leptospirose Variável Anual ou semestral (em áreas >4 meses Ambos
de maior soroprevalência)

IBR, BVD e Variável Anual > 4 meses, Ambos


Pasteurelose e vacas no
pré-parto

Raiva Definido pelo Anual. > 4 meses Ambos


órgão de Defesa Reforço 30 dias após a
do estado primovacinação
Fonte: BRASIL (2009); OLIVEIRA (2006)

2.5.1 Vacinas contra bactérias

Algumas vacinas têm sido desenvolvidas para reduzir o risco de


microrganismos patogênicos, causadores de doenças de origem alimentar,
estarem presentes em alimentos de origem animal, como é o caso da vacina
contra Escherichia coli O157:H7 utilizada em bovinos. Essas vacinas não
melhoram a saúde animal, entretanto agem reduzindo a excreção fecal de
microrganismos patogênicos que podem contaminar os produtos de origem
animal, destinados ao consumo humano (ROTH, 2011).
20

Contra a brucelose, doença de caráter reprodutivo e zoonótico, a


vacina utilizada para a imunização em bovinos é a B19, obtida a partir de
culturas de referência certificadas de Brucella abortus B19, que deve ser
aplicada em fêmeas de quatro a oito meses de idade (BRASIL, 2004).
SHUMILOV et al. (2010) descreveram que a vacina B19 é mundialmente
aceita por reduzir o número de abortos e de animais infectados, no entanto as
aglutininas e anticorpos fixadores de complemento, que são detectados pelos
métodos padrões de diagnóstico de brucelose, podem permanecer no soro
sanguíneo de animais imunizados por longo tempo.
Para evitar que os anticorpos vacinais influenciassem nos testes
diagnósticos, foi proposta uma vacina com a cepa R não aglutinogênica, com
propriedades imunogênicas satisfatórias. Entretanto, esta vacina também tem
desvantagens, como a capacidade de induzir abortos e a fraca propriedade
imunogênica. Para isso, novas vacinas contra brucelose estão sendo criadas
a partir de cepas de B. abortus, como a KB 17/100 e a 75/79-AB, de menor
virulência visto que não causam alterações anatomopatológicas (SHUMILOV
et al., 2010).
Outra vacina para a prevenção de brucelose é a RB51, que desde
1998 é usada no México pelo programa sanitário oficial, com as prerrogativas
de se tratar de uma vacina que estimula a resposta imune mediada por
células, sem causar soroconversão pós-vacinal, não interferindo nos testes
sorológicos convencionais. Por não induzir a formação de anticorpos
aglutinantes, a vacina só deve ser aplicada em fêmeas adultas para que haja
diferenciação entre animais vacinados e animais infectados nos testes
sorológicos (HERRERA-LÓPEZ et al., 2010).
As vantagens apresentadas no uso deste tipo de vacina são: ser
não infecciosa tanto para humanos quanto para animais (já que não há risco
do microrganismo desenvolver a doença e consequentemente contaminar o
meio ambiente), apresentar baixa reatividade, ser não abortiva e não induzir
alterações patomorfológicas nos órgãos dos animais vacinados, além de
gerar resposta imune comparável à resposta gerada com a utilização de
vacinas vivas (HERRERA-LÓPEZ et al., 2010; SHUMILOV et al., 2010).
21

No que concerne as vacinas contra Leptospira spp., CHIARELI et


al. (2012) citaram que essas devem conter as sorovariedades presentes no
rebanho para que a vacina seja eficiente. Os autores também descreveram
que os anticorpos gerados pela vacina anti-Leptospira são da classe IgG, que
atuam nos epítopos (sítios de ligação do antígeno com receptores celulares
ou anticorpos) do antígeno e que podem ser transudados para o útero, agindo
sobre a infecção uterina.
Em relação às vacinas para desenvolvimento de resposta contra o
Mycobacterium bovis, causador de tuberculose bovina, dois pesquisadores
chamados Calmette e Guerin desenvolveram uma vacina com o bacilo (tipo
de bactéria) Mycobacterium bovis atenuado, sendo então chamada de Bacilo
de Calmette-Guérin (BCG). O M. bovis passou por atenuação por múltiplas
passagens em meio de cultura enriquecido com bile bovina, semelhante ao
procedimento utilizado para a obtenção da vacina humana com o bacilo M.
tuberculosis. A primeira vacina contra tuberculose foi somente administrada
em 1921 (WATERS et al., 2012).
Segundo WATERS et al. (2012), uma simples dose de BCG causa
imunidade não estéril dois a quatro meses após a vacinação e não requer
revacinação pois desenvolve melhores respostas imunitárias, podendo ser
administrada por via oral em bezerros.
Apesar das inúmeras vantagens apresentadas pela vacina BCG,
ela é imprópria em produção de bovinos, visto que sua eficácia é variável (de
0 a 80%) e a revacinação não melhora a eficácia (WATERS et al., 2012),
além de poder causar sensibilização, tornando os animais anérgicos ao teste
da tuberculinização, comprometendo o diagnóstico da tuberculose (BUDDLE
et al., 2011). Os animais vacinados são considerados positivos nos testes de
tuberculinização, gerando interpretações erradas. Este fato ocorre porque a
maioria das proteínas antigênicas presentes na proteína derivada purificada
(PPD), utilizada para sensibilizar os animais, estão também presentes no
bacilo atenuado de Mycobacterium bovis (BCG), portanto, nos países onde a
vacina é permitida, como nos Estados Unidos, há a necessidade de fazer
testes de diferenciação entre animais infectados e animais vacinados, que
têm a inconveniência de possuir alto custo (WATERS et al., 2012).
22

Para contornar este problema, BUDDLE et al. (2011)


recomendaram o uso de vacinas de subunidades, embora este tipo de vacina
induza fraca resposta celular. Outros estudos com vacinas para a prevenção
contra tuberculose utilizaram o emprego de vacinas de DNA que, por fim,
demonstraram resultados desapontadores quando inoculadas em bovinos.
Para melhorar a eficácia, BUDDLE et al. (2011) citaram que o DNA de
micobactérias deve ser combinado com o DNA que codifica moléculas co-
estimulatórias ou combinado com um adjuvante.
Na avaliação de vacinas contra carbúnculo sintomático, doença
causada por Clostridium chauvoei, a vacinação com cepas homólogas às do
ambiente protegem melhor o animal vacinado quando desafiado, pois
algumas cepas homólogas induzem imunidade com maior proteção que as
cepas vacinais. Portanto, ARAÚJO et al. (2009) indicam que as cepas de
campo regionais sejam incluídas na fabricação de vacinas comerciais.
A vacinação contra o carbúnculo sintomático é voluntária, mesmo
tendo ocorrido surtos da doença em diversos locais do território nacional após
alguns meses da primovacinação. Isto indica eventual possibilidade de
variação antigênica entre as cepas vacinais e as cepas de campo, que resulta
em ineficiência da vacina frente ao desafio de campo (ARAÚJO et al., 2009).
Vacinas contra clostridioses são produzidas com dois ou mais tipos
de Clostridium spp, assim também, em vacinas virais há combinação dos
agentes causadores de rinotraqueite infecciosa bovina (IBR), parainfluenza
tipo três (PI3), vírus da diarreia viral bovina (BVDV) e vírus respiratório
sincicial bovino (BRSV). Esta combinação de antígenos em uma mesma
vacina é decorrente do possível contato dos animais com vários antígenos no
ambiente (BAGLEY, 2001).
Vacinas para diferentes patógenos causadores de mastite têm sido
desenvolvidas há muitas décadas, porém não há ainda uma vacina eficiente
já que a mastite é causada por grande número de microrganismos
patogênicos, que possuem grande heterogeneidade. A maioria das vacinas
desenvolvidas contra mastite visa prevenir Staphylococcus aureus e
Escherichia coli. As imunoglobulinas formadas localmente pela ação das
vacinas têm mostrado boa eficácia, porém as novas vacinas estão sendo
23

desenvolvidas por biologia molecular, que estuda os fatores de virulência das


bactérias e desenvolve vacinas antígeno-específicas, com antígenos
geneticamente modificados, ou vacinas de subunidades (PYÖRÄLÄ, 2002).

2.5.2 Vacinas contra vírus

Os vírus são microrganismos que possuem estrutura simples e


estática, que precisam das funções do metabolismo celular para se
multiplicar. A atividade biológica dos vírus é adquirida no interior das células
vivas, ou seja, são intracelulares obrigatórios. A estrutura física dos vírus é
denominada partícula viral ou vírion, que é responsável pela liberação do
genoma viral no interior da célula infectada. As estruturas responsáveis pela
manutenção da integridade do genoma para a replicação viral são o envelope
e o capsídeo. As vacinas víricas são produzidas a partir de cepas de
referência, que são isolados virais amplamente caracterizados e reconhecidos
(FLORES, 2007).
Na prevenção de doenças víricas, pode-se fazer a vacinação de
fêmeas antes ou depois da cobertura para que a produção de anticorpos seja
posteriormente transferida aos bezerros neonatos que mamam o colostro. As
vacinas virais existentes são de vírus vivo inativado ou atenuado, ou de DNA
recombinante (de pouca expressividade no mercado) (FLORES, 2007).
A vacina contra febre aftosa é do tipo inativada e trivalente, pois
possui em sua constituição as três cepas virais (A24, O1 Campos e C3 Inadai)
que tiveram ocorrência na América do Sul. As primeiras vacinas contra febre
aftosa eram do tipo aquosa e tinham como coadjuvante o hidróxido de
alumínio. Essas vacinas foram gradativamente trocadas pela vacina oleosa,
por esta proporcionar títulos séricos de anticorpos mais altos e por mais
tempo. Assim, a via de aplicação é intramuscular ou subcutânea (BRASIL,
2005).
A vacina contra febre aftosa é compulsória por lei, e sistemática.
Para imunizar um rebanho bovino tão vasto, que em 2011 foi estimado em
213.196.067 cabeças, das quais 23.567.916 estão em zonas não livres de
24

febre aftosa, o MAPA criou a Instrução Normativa nº 44 que define


anualmente o calendário vacinal contra febre aftosa, sendo estabelecidos os
meses do ano mais adequados por estado da federação (BRASIL, 2009).
Os meses de maio e novembro são escolhidos para a vacinação
em todos os estados da federação, exceto Roraima, Rondônia e Amazonas,
que começam as etapas de vacinação anteriormente. Apenas Santa Catarina
é livre de febre aftosa sem vacinação. Os critérios adotados pelo MAPA são
baseados no risco epidemiológico da região, condições climáticas e período
de maior nascimento de bezerros ou movimentação de animais. A vacinação
de animais acima de 24 meses é anual e para animais abaixo de 24 meses é
semestral, a fim de manter os animais imunizados com nível de anticorpos
protetores adequado (BRASIL, 2009; BRASIL, 2012b).
FOWLER et al. (2011) relataram que o uso das vacinas contra
febre aftosa é uma forma de controle da doença que deve ser intensificada
por meio da melhoria das vacinas disponíveis. As atuais vacinas utilizadas
são compostas por vírus vivo inativado por métodos químicos, emulsionadas
com adjuvante de óleo mineral ou hidróxido de alumínio, que não impedem
que o animal vacinado, e que tenha contato com o vírus, desenvolva infecção
subclínica persistente. Outras limitações da vacina relatadas por FOWLER et
al. (2011) são a fraca termoestabilidade, vida útil relativamente curta e
instalações de alto nível de biossegurança para a fabricação das vacinas.
Vacinas antirrábicas utilizadas em animais domésticos e selvagens
têm controlado a raiva humana em países desenvolvidos (ROTH, 2011). A
vacinação contra o vírus rábico é ocasional e dirigida, sendo adotada
sistematicamente nas áreas de ocorrência da doença, tanto em bovídeos
quanto em equídeos que possuam idade igual ou superior a três meses. São
permitidas vacinas antirrábicas com vírus vivo inativado e modificado, sendo
utilizados na pré e pós-exposição ao vírus (BRASIL, 2002; BRASIL, 2009).
OLIVEIRA-NASCIMENTO et al. (2012) citaram que muitas técnicas
têm sido aplicadas para melhorar vacinas antirrábicas veterinárias com a
inclusão de novos adjuvantes. Sendo assim, os autores propuseram a
inclusão de esporos inativados de Bacillus atrophaeus na vacina de vírus
rábico inativado com adjuvante de saponina. O resultado em modelos murinos
25

obtido pelos autores confirmou o poder de absorção do vírus rábico inativado


pelos esporos, a capacidade de aumentar o título de anticorpos produzidos,
além de não provocar sinais de intoxicação e aumentar a vida útil da vacina.
Para diarreia viral bovina, a vacina reduz a circulação de vírus e
age na tentativa de impedir a infecção fetal e consequentemente, reduzir o
número de animais persistentemente infectados. De acordo com FLORES et
al. (2005), a vacinação contra o vírus da diarreia viral bovina (BVDV) é
realizada de forma irregular nas diferentes regiões e sistemas de produção,
sendo que nas regiões sul e sudeste do Brasil a vacinação é mais frequente,
principalmente no rebanho leiteiro e na criação intensiva de gado de corte.
A maioria das vacinas virais contra o BVDV é do tipo polivalente e
inativada, e contêm dois genótipos distintos: BVDV-1 e BVDV-2. Como a
maioria das vacinas contra o BVDV é importada, é questionável a eficácia da
vacina já que a variabilidade antigênica dos isolados locais apresentam baixa
reatividade sorológica cruzada com as cepas vacinais. Estudo prévio avaliou
a eficácia de três vacinas comerciais inativadas contra o BVDV em bovinos, o
título de anticorpos induzido foi de baixo a moderado (FLORES et al., 2005).
No Quadro 2 estão detalhados os diferentes tipos de vacinas virais
licenciadas no Brasil (FLORES, 2007).

2.5.3 Vacinas contra ecto e endoparasitos

O controle de carrapatos é problemático tanto para grandes


produtores quanto para agricultores familiares, que possuem pequeno
rebanho bovino. Comparadas aos agentes químicos, vacinas são atóxicas,
não poluentes, menos onerosas em relação à produção e ao desenvolvimento
e, também reduzem a quantidade aplicada de acaricidas ao ano. No entanto,
tendem a ser espécie-específicas, que as torna comercialmente
inconvenientes (GUERRERO et al., 2012).
ANDREOTTI et al. (2002) afirmaram que a vacina polivalente com
efeito em diferentes fases de vida do carrapato, age bloqueando as fases de
seu ciclo, aumenta a eficiência do controle dos ectoparasitos e dificulta a
26

seleção de carrapatos mais resistentes, porém elas precisam ser reforçadas a


cada três meses já que o título de anticorpos reduz em aproximadamente três
meses, assim como a proteção contra futuras infestações por Riphicephalus
(Booplhilus) microplus é parcial.
QUADRO 2 – Tipos de vacinas víricas desenvolvidas para aplicação em
animais domésticos
Tipo Características/propriedades
Vírus patogênicos
Vírus heterólogos
Vírus naturalmente atenuados
Vírus atenuados por passagens em
cultivo celular
Vírus atenuados por passagens em
ovos embrionados
1. Replicativas
Vírus atenuados por passagens em
(vírus vivo) Vírus atenuados
espécie heteróloga
Vírus temperatura-sensíveis
Vírus modificados pela deleção de
genes
Vacinas com marcadores
antigêncios
Vetores virais
2. Não- Vírus inativado
replicativas Produtos de vírus Subunidades de vírus;
(sem vírus Proteínas recombinantes;
vivo) Peptídeos sintéticos.
3. DNA/RNA Contém o gene da proteína de
interesse.
Fonte: adaptado de FLORES (2007)

O uso de acaricidas é necessário para o controle dos


ectoparasitos, embora a resistência aos acaricidas seja cada vez mais
frequente, principalmente em relação ao controle de R. microplus, carrapato
transmissor dos agentes causadores da tristeza parasitária bovina, que já
27

mostra resistência a todos os acaricidas comercialmente disponíveis


(GUERRERO et al., 2012).
Em relação às vacinas contra endoparasitas, INNES et al. (2011)
citaram que a vacinação para o controle de doenças, como a neosporose, é
de custo-benefício favorável. Embora a neosporose seja transmitida
verticalmente por gerações devido às novas infecções ou à infecção
persistente, observações a campo revelam que a probabilidade de animais
que já foram expostos à Neospora caninum sofrerem abortos é inferior
comparada a animais ainda não espostos, portanto INNES et al. (2011)
sugeriram que a vacinação pode ser uma possível opção para controlar a
doença, considerando que os bovinos desenvolvem certa imunidade quando
expostos ao parasito.
Existem vacinas de esquizontes para o combate à Theileria spp.
para uso profilático, porém TAYO et al. (2011) afirmaram que a vacina não é
praticada, visto ser de alto custo e baixa disponibilidade. Para o controle de
protozoários, os autores citaram medidas profiláticas de manejo por serem
mais efetivas.

2.6 Fatores relacionados à eficácia da vacina e vacinação

Assim como qualquer medicamento, espera-se que as vacinas


apresentem eficácia, conferindo resposta imune prolongada, estimulando
memória imunológica, seja de fácil administração, baixo custo, estáveis ao
armazenamento, induzam mínimos efeitos colaterais, que não afetem o
desempenho produtivo e que sejam adequadas para um programa de
vacinação em massa (FLORES, 2007).
No entanto, apenas a utilização de vacinas sem associação a
outras medidas de controle de doenças, torna a vacinação ineficaz. Nesse
contexto, a vacinação dos animais silvestres que têm importância
epidemiológica como reservatórios da infecção é uma forma de controle
ambiental dos patógenos, impedindo as reinfecções e pode ser uma ação
associada. Embora de difícil execução, a alternativa é mais viável que o
28

controle biológico por meio de eliminação de indivíduos infectados. Já foi


registrado o uso de vacinas contra tuberculose em gambás, texugos, veados
de cauda branca, javalis, furões, búfalos (BUDDLE et al., 2011).
Outra questão que precisa ser resolvida é a produção de vacinas
melhoradas juntamente com testes diagnósticos mais sensíveis e/ou
específicos que permitam a diferenciação entre animais vacinados de animais
infectados é uma questão a ser resolvida. Em países livres de certas
enfermidades, como a febre aftosa, é necessário utilizar vacinação de
emergência em caso de surto e isto prejudica a diferenciação entre animais
vacinados e animais infectados (FOWLER et al., 2011).
Utilização de vacinas marcadoras (como as vacinas com genes
deletados), que induzem uma resposta imune que possa ser diferenciada da
resposta causada quando há exposição ao agente infeccioso, é primordial
para evitar medidas como sacrifício de animais falso positivos. A detecção de
interferon γ (IFN-γ) ou anticorpos como a imunoglobulina A (IgA) e anticorpos
de proteínas não estruturais (NSPs), é utilizada para fazer a diferenciação
entre animais vacinados e animais infectados (FOWLER et al., 2011).
Nas etapas de produção de vacinas podem ocorrer falhas que
prejudicam a eficácia destas. A purificação insuficiente das vacinas pode
resultar na presença de anticorpos de proteínas não estruturais no soro
sanguíneo de animais vacinados e não infectados, gerando resultado falso
positivo em testes sorológicos (FOWLER et al., 2011). Também, a destruição
de epítopos durante o processo de inativação do antígeno pode reduzir o
potencial imunogênico das vacinas, assim como falhas no armazenamento da
vacina (FLORES, 2007).
Há falhas vacinais relacionadas a fatores intrínsecos da vacina,
como tipo de adjuvante ou qualidade e quantidade de antígeno utilizado, além
de falhas no armazenamento que podem causar inativação da vacina, e
falhas por fatores extrínsecos, relacionadas à sanidade do rebanho, ao estado
fisiológico do animal, como a vacinação durante o período de incubação da
doença ou interferência de anticorpos maternos nos animais vacinados
jovens, e condições impróprias do animal vacinado (estresse, doença,
29

desnutrição ou infestação intensa por parasitas) (FLORES, 2007; SARI,


2010).
Como fator intrínseco da vacina, a má purificação das proteínas do
soro de coelho, assim como outras utilizadas no meio de cultura do antígeno,
podem gerar reações hiperalérgicas quando os animais recebem a dose de
reforço da vacina. Este fenômeno de hipersensibilidade ocorre porque na
primeira dose da vacina as proteínas do meio de cultura podem desempenhar
a função de agentes sensibilizadores que induzem a produção de IgE. Estes
anticorpos se fixam na superfície de basófilos e quando o animal sensibilizado
recebe a segunda dose de vacina, o alérgeno induz liberação de mediadores
anafiláticos. (MOAZENIJULA et al., 2011).
Erros na vacinação geram como consequência a formação de
granulomas e fibrossarcomas no local da aplicação da vacina,
desenvolvimento de reação de hipersensibilidade, infecções congênitas em
animais prenhes, infecção local ou sistêmica, doença clínica, alterações
neoplásicas induzidas por adjuvantes ou agentes infecciosos oncogênicos
(QUINN et al., 2005).
Para evitar o problema, alguns cuidados devem ser observados,
como a necessidade de medidas higiênicas (limpeza do local de aplicação da
vacina, uso de seringas e agulhas estéreis, em adequado estado de uso) e
cuidados na utilização e manipulação de vacinas. Imunógenos como as
vacinas precisam ficar armazenadas à temperatura de refrigeração (entre 3°C
e 8°C) e no momento da aplicação a temperatura deve estar abaixo ou
semelhante à temperatura ambiental (FRANÇA FILHO et al., 2006).
Quando as medidas relatadas não são adotadas, a formação de
abscessos pode ser causa de perdas econômicas devido à extirpação das
partes atingidas pelo abscesso na carcaça. Estudos realizados demonstraram
que, em média obtiveram 0,213Kg de material extirpado/carcaça, o que
demonstra perda econômica considerável, quando multiplicado o resultado
encontrado pelo número de animais acometidos e pelo preço da arroba
(FRANÇA FILHO et al., 2006).
30

O grau de contaminação das pastagens também influencia na


resposta vacinal, sendo que quanto menor o número de patógenos infestando
os bovinos, melhor é a resposta vacinal (BRASIL, 2002).
Mesmo as propriedades submetidas a programas de vacinações
periódicas podem não usufruir dos benefícios esperados se nas vacinas
utilizadas não estiverem incluídas as cepas com importância epidemiológica
no rebanho ou se houver introdução de animais infectados (FLORES, 2007;
CHIARELI et al., 2012).
Além dos fatores já relatados, existem muitas doenças para as
quais não existem vacinas eficientes (KANO et al., 2007), entre elas estão a
sarcocistose e tripanossomíase (TAYO et al., 2011), tuberculose bovina,
carrapatos que infestam bovinos ou cães, hemoparasitos, agentes
causadores de mastite e de outras doenças, embora hajam muitos estudos no
mundo para a produção de vacinas contra estes patógenos (CRAVEIRO,
2008).
Assim sendo, a aquisição e aplicação de vacinas não é por si só
suficiente para manter o status sanitário do rebanho. Se as medidas
higiênicas, as datas de aplicação, o sexo e idade dos animais, e as
características da vacina adquirida não forem respeitadas, a vacinação não só
será perda de tempo, como também causará prejuízos econômicos à criação
de bovinos, podendo as consequências evoluírem para a saúde pública e
para a economia nacional.
31

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de vacinas para a manutenção da sanidade dos rebanhos


bovinos de corte e de leite é uma medida de baixo custo e alta proteção contra
enfermidades. A pesquisa para contornar os desafios da evasão microbiana do
sistema imune, reduzir as características indesejáveis de cada tipo de vacina,
induzir respostas imunes duradouras e específicas com o intuito de promover a
sanidade bovina e reduzir os malefícios advindos do uso indiscriminado de
antimicrobianos é constante.
As questões abordadas na presente revisão mostram apenas uma
pequena parte da grande complexidade que é a sanidade animal. As vacinas
relatadas são as principais, que estão comercialmente disponíveis, no entanto
órgãos de pesquisa como universidades, laboratórios particulares e a Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estão em constante trabalho para
o desenvolvimento de vacinas mais eficazes, com novas tecnologias (como
exemplo da vacina para imunocastração) que não foram abordadas nesta revisão.
A intenção de abordar o assunto foi mostrar uma ferramenta de fácil
aquisição e boa relação custo-benefício disponível para o controle de
enfermidades bovinas, mas que sozinha ou inadequadamente utilizada pode não
ser eficiente.
32

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