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A MÚSICA ASSOCIADA A IMAGEM NO TRATAMENTO DE AUTISTAS

MUSIC ASSOCIATED WITH THE IMAGE IN TREATING

Meiry Geraldo – Galeria Aut – MG


Simone Presotti Tibúrcio – UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais

Musicoterapia Educacional/Práticas Inclusivas / Educação Especial

Pôster

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Resumo: O presente estudo surge a partir da prática clínica adquirida através


do atendimento musicoterapêutico de diversos pacientes com este diagnóstico
em que o uso da música associada a imagem tem se mostrado como um
grande facilitador para a evolução do paciente que apresenta TEA. Assim, ao
fazer a junção da música, musicoterapia e imagens no atendimento desta
população temos percebidos ganhos para o paciente.

Palavras Chaves: autismo, imagem, musicoterapia

Fundamentação: O presente estudo foi formulado a partir da prática clínica do


atendimento musicoterapêutico de diversos pacientes com diagnóstico TEA –
Transtorno do espectro do autismo. Esse transtorno se caracteriza pelo
comprometimento em dois domínios:

• Comunicação Social
• Comportamentos repetitivos/restritos

O diagnóstico é feito pela observação comportamental, incluindo os aspectos


sensoriais, genéticos e de comunicação social do paciente e é baseado nos
critérios internacionais propostos pelo CID (Classificação Internacional de
Doenças) e pelo DSM (Diagnostic Statistical Manual of Mental Disorders).

O quadro apresenta disfunções nas capacidades físicas, sociais e linguísticas,


assim como anormalidades no relacionamento com objetos, eventos e
pessoas. (AARONS & GITTENS, 1992; BARON-COHEN, 1990).
Os aspectos comportamentais do autista já são conhecidos e alguns já fazem
parte do senso comum. As alterações na linguagem, uso do outro como
ferramenta para execução de tarefas, não reconhecimento de situações de
perigo, maneirismos e estereotipias, assim como as alterações das funções
visuais - este último tema de interesse do presente estudo - vem sendo
estudados por todos profissionais que atuam neste escopo. (TIBÚRCIO et al.,
2012).

Acreditamos que o Autismo está entre os diagnósticos neuropsíquicos que com


maior frequência chegam ao atendimento musicoterapêutico. Seja através de
encaminhamento de profissionais da saúde: psiquiatras infantis,
neuropediatras, fonoaudiólogas e terapeutas ocupacionais; ou pelos próprios
pais que percebem o quanto a música mobiliza e motiva suas crianças, assim
essa população faz parte do quadro de pacientes de muitos musicoterapeutas.
A inquietação, motivação e até mesmo entusiasmo que a interação com esta
população provoca nos profissionais da área de saúde, pode ser avaliada pelo
grande número de livros publicados, artigos e pesquisas científicas indexadas,
assim como trabalhos apresentados sobre o tema em eventos nacionais e
internacionais. (TIBÚRCIO et al., 2012).

O atendimento de musicoterapia com crianças autistas tem apresentado


inúmeros benefícios. A própria literatura, da musicoterapia, é rica em trabalhos
com essa população. Em geral, essas pessoas apresentam uma grande
atração pela música. Sabemos também que os autistas têm um interesse
especial e motivador por “imagem”, “símbolos”. Dessa maneira, muitas terapias
utilizam-se desse recurso para estabelecer contato com eles, é o caso do
PEC´S (sistema de comunicação por meio de figuras), e do
Teacch (programa educacional). Ambos trabalham com figuras e cartões na
comunicação receptiva e expressiva.

Objetivo:

Demonstrar que a Musicoterapia é uma área de conhecimento profissional


estruturada em sua teoria e prática para auxiliar o indivíduo autista a alcançar
ganhos globais. O presente estudo surge a partir da prática clínica adquirida
através do atendimento musicoterapêutico de diversos pacientes com este
diagnóstico em que o uso da música associada a imagem tem se mostrado
como um grande facilitador para a evolução do paciente que apresenta TEA.
Assim, ao fazer a junção da música, musicoterapia e imagens no atendimento
desta população temos percebidos um grande avanço na aquisição de
habilidades como comunicação, interação social e melhora do contato visual.

As atividades criadas pelo musicoterapeuta, estarão sempre relacionadas e


personalizadas com os conteúdos musicais retirados do background do
paciente. Isto é, irão conter intervalos, sonoridades, melodias e outras nuances
sonoro musicais relacionadas ao interesse do mesmo. As atividades ou
interações propostas, devem também estar adaptadas para as possibilidades
interpessoais, motoras e cognitivas do paciente, tudo isto mantendo a
coerência com o momento em que é desenvolvida durante a sessão, o
foreground. (TIBÚRCIO et al., 2012).

Segundo o estudo Dalton et al. (2005), o fato das crianças autistas passarem
menos tempo com o olhar fixo nos olhos de outras pessoas, pode estar
relacionada com “uma maior ativação da amígdala e do giro órbito-frontal". Esta
seria uma fundamentação fisiopatológica para o comportamento de evitar
contato visual. (TIBÚRCIO et al., 2012).

As áreas referidas como amplamente ativadas, amígdala e do giro órbito-


frontal, como foi dito, estão associadas às respostas emocionais e coincidem
com algumas das áreas envolvidas nas atividades musicais. A amígdala é
citada em vários estudos relacionados à música e parece
estar envolvida na memória musical, reagindo de forma diferente para os
acordes maiores e menores, (http://www.eva.mpg.de). Estudos realizados no
Instituto Max Planck de Ciências do Cérebro e Cognição Humana, em Leipzig,
Alemanha, descobriram que a amígdala é responsável pela espontaneidade,
desta forma está amplamente estimulada nas atividades de improvisação
musical. No que se refere ao córtex órbito-frontal medial - parte do centro de
prazer e recompensa do cérebro – os achados apontam para sua relação com
a percepção dos padrões estéticos, os mesmos estudos indicam uma maior
ativação desta região quando associados os estímulos auditivos (ouvir música)
e visuais (ver uma imagem associada).

Neste sentido percebemos o quanto a utilização de imagens associadas a


música podem ampliar a atenção e motivação do paciente durante as
interações propostas pelo musicoterapeuta. A Musicoterapia Neurológica tem
pesquisado o uso das técnicas que permitem a sistematização do recurso
musical na neuroreabilitação. Dentre as várias intervenções estudadas neste
campo podemos destacas duas, que justificam e trazem o respaldo para a
utilização das imagens associadas à música durante o processo realizado no
atendimento do autista.

Primeiramente a Developmental Speech and Language Training Through Music


(DSLM), que sistematiza as atividades e interações em que o musicoterapeuta
utiliza a música para estimular e desenvolver a comunicação, e fala e a
linguagem. Também a Symbolic Communication Training Though Misoc
(SYCOM), que trabalha e estimula as a comunicação simbólica, construindo e
melhorando a compreensão das regras e funcionamento e muitos outros
aspectos relacionados ás intenções e na comunicação.
Exemplos:

“Menu Musical” ou “Disco Musical”

O “Menu Musical” ou “Disco Musical”, é


feito com imagens relacionadas as
músicas do repertório do paciente e
permite ao mesmo:

 Fazer suas próprias escolhas;


 Respostas “Sim” e “Não”;
 Associação da imagem ao som;
 Nomeação.
“Emparelhamento Musical”

Emparelhamento Musical – ao
utilizar o emparelhamento
musical o paciente não só treina
habilidades de reconhecimento
das figuras assim como a relação
sonora entre elas.

Em seu livro “Ensino de leitura para crianças com Autismo”, Gomes cita os
requisitos básicos para o ensino de leitura, entre eles encontramos o
emparelhar palavras, nomeação de figuras e vogais, permanecer sentado e
finalizar as atividades. Este tipo de atividade permite não só a interação do
paciente com o musicoterapeuta, mas complementa e auxilia todos os
requisitos de ensinamento para a aquisição de leitura assim como a
comunicação.

“Contar histórias”

Contar histórias – nesta atividade


trabalhamos o emparelhamento
musical/sonoro, a imaginação e
sequência. Como sabemos autistas
tem predileção por rotinas, ou seja,
repetição. Logo saber o que
acontece logo após a cada página,
torna-se uma atividade motivadora e
prazerosa.
Contar histórias também pode ser uma
atividade acompanhada de grafismo que
desenvolve a motricidade, atenção e
percepção. Os personagens do livro
trabalham de forma lúdica conceitos que
estimulam a cognição, a linguagem, a
percepção dos graus de parentesco, o
reconhecimento dos estados de humor e
algumas virtudes que devem fazer parte do
universo de desenvolvimento da cri-
ança. Tudo dentro de uma mesma linha
melódica, o que facilita ainda mais o
interesse da criança com TEA em virtude da
repetição.

Nos modelos musicoterapia aplicados ao autismo, apresentados no livro


“Musicoterapia e Autismo”, Gattino cita o modelo campo do tocar de Carolyn
Kenny. Dentre os campos há o “campo ritual”, que consiste em transmitir a
segurança para experimentar novas possibilidades através da repetição,
utilizando-se para isso padrões rítmicos e melódicos e neste caso os mesmos
instrumentos musicais. Isso feito em “contar histórias” potencializa não
somente essa atividade, mas também auxilia no desenvolvimento da interação
social, comunicação e contato visual.

Metodologia

O presente estudo foi formulado a partir da prática Clínica aplicada em


consultório através do atendimento musicoterapêutico de diversos pacientes
com diagnóstico de TEA. Desta forma, focamos na discussão e nos aspectos
observados, visto que resultados específicos, só poderiam ser avaliados caso a
caso, principalmente devido à grande variedade de características
apresentadas dentro de espectro autista.

Considerações Finais:

As questões que foram discutidas no presente estudo levam a perceber que a


Musicoterapia cria um ambiente sonoro onde os pacientes que apresentam os
transtornos do espectro autista alcançam ganhos globais. A utilização da
música associada a imagem traz uma importante contribuição para essa
população e para outras áreas da musicoterapia, devendo ser estudada de
forma mais profunda.

Os pontos aqui ressaltados demonstram, de maneira específica, a importância


e a competências da Musicoterapia para estimular a funcionalidade da visão,
alcançando ganhos em seus aspectos quantitativos e qualitativos.

A Musicoterapia, através da utilização dos elementos musicais traz bem estar


físico e emocional ao portador de autismo. Seu aspecto estético, sua
capacidade de proporcionar prazer, chegando a estimular a formação da
dopamina, são fundamentais para reforçar o sistema de recompensa do
cérebro ampliando os potenciais desta população e garantindo uma melhor
qualidade de vida.

Bibliografia:

AARONS, M & GITTENS, T. The Handbook of Autism: A Guide for Parents and
Professionals. London and New York: Routledge, 1992

BARON-COHEN, S. Autism: A Specific Cognitive Disorder of & lsquo;Mind-


Blindness’. International Review of Psychiatry, v. 2, n. 1, p. 81-90, 1990

DALTON, K. M.; NACEWICZ, B. M.; ALEXANDER, A. L.; and DAVIDSON, R. J. Gaze-


Fixation, Brain Activation, and Amygdala Volume in Unaffected Siblings of
Individuals with Autism. Nature Neuroscience, Volume 8 Number 4 Abril, 2005
GATTINO, G.S. Musicoterapia e Autismo. São Paulo: Editora Memnon, 2015

GOMES, C.G.S. Ensino de leitura para pessoas com autismo. Curitiba: Editora
Appris, 2015

TIBÚRCIO, S. P; CHAGAS, E.; GERALDO, M. Musicoterapia e os Aspectos


Quantitativos e Qualitativos e a Função Visual no Autismo. Anais - XIV Simpósio
Brasileiro de Musicoterapia e XII Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia,
Pag. 246-254. 2012

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