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São Cristóvão
2017
CANDICE NAIANE MARCOLINO SILVA SANTOS
São Cristóvão
2017
Conhecimento não cresce no vácuo. Requer um ambiente de cultivo, como sementes na
natureza: sementes não podem florescer em solo sem cultivo ou com intempéries. Elas
exigem os cuidados das mãos de um jardineiro para preparar o solo, que atenderá a todos os
tipos diferentes de plantas (OLIVEIRA, 2015, p. 83).
AGRADECIMENTOS
Ao meu amado mestre, o Senhor Jesus, e ao meu eterno Deus pelo Seu grande amor
dispensado à minha família e a mim.
Ao meu querido pai, José Domingos Carvalho Silva, pelo despertar da música em
minha vida e pela revisão linguística deste trabalho, o qual, ao lado da minha mãe, Ângela
Maria Marcolino Silva, com tanto amor procuraram fazer o melhor ajudando e apoiando a
“transformar todos os condicionantes que me impeliam a nada ser naquilo que hoje sou”
(FERREIRA, 1984, p. 05).
Ao meu príncipe, Flávio José dos Santos Filho, pelo seu amor e estímulo incondicional
em minha vida.
À minha professora ‘Honoris Causa’ Dr.ª Mackely Ribeiro Borges que, com garra e
afinco, contribui significativamente para a expansão da área de música. Admiração seria
apenas um adjetivo que usaria para descrever os muitos outros. Meu muitíssimo obrigada pela
sua contribuição ao estado sergipano.
Muito grata à professora Msc. Thaís Rabelo que me ajudou chegar à trilha do
conhecimento no que tange ao trabalho elaborado e descrito nas próximas páginas.
Ao professor Dr. Christian Lisboa pelas ricas informações presentes neste trabalho.
Agradeço também pela sua imensa colaboração ao Curso de Licenciatura em Música da UFS.
Ao professor Msc. Fabiano Zanin pela sua vasta habilidade na área do violão no Curso
de Licenciatura em Música da UFS, aprofundando, assim, o conhecimento dos discentes e
coordenando o curso de violão no Projeto Música para Todos.
Ao meu colega de Curso, André Filipe, que não pensou duas vezes em querer
compartilhar suas conquistas frente ao Projeto Música para Todos, demonstrando que o valor
da música não é somente arte (performance), mas também sociomúsica, pedagomúsica,
psicomúsica.
Aos demais colegas professores Ricardo Vieira, Ivson Alves, Durmeval Barbosa e aos
alunos passados e presentes do Projeto.
SANTOS, Candice Naiane Marcolino Silva. O Projeto Música para Todos e sua
contribuição na formação musical em Aracaju-SE. 2017. Monografia (Graduação em
Licenciatura em Música) – Departamento de Música, Universidade Federal de Sergipe, São
Cristóvão, 2017.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo descritivo de como o Projeto de
Extensão do Departamento de Música da Universidade Federal de Sergipe, intitulado Música
para Todos, contribuiu para com a disseminação da educação musical, bem como investigar
sua contribuição na formação musical dos envolvidos. De acordo com o objetivo pretendido,
foi realizada uma entrevista com os participantes a fim de poder analisar e investigar à luz de
um projeto que surgiu com foco nos possíveis candidatos ao vestibular em música e que
ampliou-se para toda a comunidade que desejasse fazer parte deste novo círculo de
conhecimentos. Assim, analisar este projeto de extensão o qual participamos como
ministrante, o seu alcance e os resultados obtidos nos pareceu um tanto desafiador.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50
ANEXO – Conteúdo programático dos cursos do Projeto Música para Todos ....................... 60
6
1. INTRODUÇÃO
O interesse pelo objeto de estudo surgiu a partir de nossa participação como ministrante
no Curso de Teoria e Gramática Musical (no período de março a dezembro de 2016) no
Projeto Música para Todos. Podemos perceber a importância do ensino de música para a
comunidade em geral e, em especial, aos possíveis candidatos ao vestibular em música por
meio da extensão universitária e quais contribuições musicais estariam sendo alcançadas, cuja
especulação se formatou: qual a contribuição na formação musical do projeto de extensão
Música para Todos?
Para os coordenadores foram feitas perguntas sobre como surgiu a ideia para elaboração
do projeto, se já é possível mensurar resultados do projeto para os discentes envolvidos no
curso de música, se as aulas têm contribuído para com o pensamento da importância do
ensino da música e de que forma, sendo assim, é possível perceber um aumento do interesse e
da procura pelo estudo de música na UFS pelos próprios alunos da Universidade e pela
comunidade em geral e se houve aprovações no vestibular em música na última edição
concernente ao projeto. Outro questionário de igual teor foi aplicado aos professores, com o
intuito de se descobrir como o projeto de extensão Música para todos contribuiu na formação
discente no contexto docente e, fazendo alusão a este parágrafo, importa destacar:
1
Pesquisa quantitativa.
7
Além disso, face a metodologia utilizada em sala de aula, se na visão desses professores
houve um aumento no nível musical dos alunos com o desenvolvimento do Projeto, se as
aulas contribuíram para os candidatos ao vestibular em música e se a formação que os alunos
têm recebido pôde trazer algum benefício para eles na sociedade? Por último, procuramos
investigar sobre o perfil dos alunos do Projeto, as perspectivas de alguns alunos participantes
da pesquisa, a fim de descobrir as experiências musicais adquiridas por eles.
O quarto capítulo trata do objeto de estudo desta pesquisa, o Projeto Música para
Todos. Nesse sentido, numa visão geral, foram descritos aspectos básicos como ementa dos
cursos, carga horária etc. Seguindo sobre as perspectivas dos professores e alunos, o perfil
desses alunos e, por fim, os resultados dessas descobertas dos questionamentos levantados no
decorrer deste estudo.
A música possibilita uma amplitude pedagógica e ela foi configurada ao longo de todos
esses anos para que houvesse uma maior democratização em sua utilidade. A aprovação da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, Lei nº 9.394, determina que
“as artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente
curricular obrigatório” (BRASIL, 1996, art. 26, § 2 e 6). O ano de 2008, portanto, mais de
uma década após a lei anterior, marca a reinserção do ensino de música na educação básica
através da Lei 11.769, determinando-se que “a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas
não exclusivo, do componente curricular” (BRASIL, 2008, art. 1º § 6), sendo essa a lei que
vigora hoje.
Diante de toda a trajetória do ensino de música na educação básica, ela sempre esteve
presente nas manifestações cotidianas musicais. Em Aracaju, há registros de músicos
2
Atualmente o ensino secundário é conhecido por ensino médio.
10
proeminentes que influenciaram a cena cultural contribuindo para esse processo dentro do seu
contexto real. Nas palavras de Chagas Neto (2012, p.4), “na década de 1920 observava-se na
capital, manifestações musicais relacionadas às instituições religiosas, à banda da Polícia
Militar do Estado e a músicos que tocavam e cantavam principalmente na vida noturna da
cidade”. Graça; Souza e Cerqueira Filho corroboram com Chagas Neto quando trazem a
seguinte informação:
Os registros da atuação das referidas professoras em Aracaju dão conta que as mesmas
já atuavam na década de 1930, antes da fundação do Conservatório. Segundo Lima (2012, p.
09), a professora de piano Maria Valdete de Melo tinha orgulho da sua formação no Instituto
Nacional de Música e fazia questão de registrar nos estatutos do seu Curso de Música:
3
O termo orquestra depende muito do contexto e como as fontes podem descrevê-las. Nessa época o que se
chamava por orquestra no Brasil, não tem nada a ver como conhecemos hoje. Por vezes eram grupos de músicos
com instrumentos aleatórios, sem tocar repertório considerado propriamente de orquestra. (Informação Verbal)
do Professor e Maestro Daniel Nery no dia 05 out. de 2017.
4
Compositor do Hino Nacional Brasileiro.
5
Professor de canto da Escola Normal em Aracaju foi convidado a fazer um curso de Canto Orfeônico com
Villa-Lobos e, com a recomendação do maestro, pôde assim lecionar (GOÉS, 2010, p.04).
11
6
De acordo com Lima (2012, p. 12), atualmente “o Diário Oficial do Estado de Sergipe tem como finalidade
divulgar os despachos oficiais do governo, diferente do que acontecia nas primeiras décadas de sua existência
[fundado em 5-12-1894, com a 1ª circulação em 1-09-1895], no qual se veiculava toda espécie de notícias:
vendas, aluguéis, propagandas de serviços profissionais, achados e perdidos, eventos sociais, horários de
transportes, programações cívicas, discursos políticos etc.”
7
Recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-a-17-fevereiro-1854-590146-
publicacaooriginal-115292-pe.html> Acesso em: 22 set. 2017.
12
Escola Normal8 em Aracaju foi fundada em 1874 e, no ano de 1923, recebeu a denominação
de Escola Normal Ruy Barbosa e “através da Lei nº 30 de 04 de dezembro de 1947, passou a
denominar-se Instituto de Educação Ruy Barbosa” (GOÉS, 2010, p. 08-9).
A partir da análise do Diário Oficial de Sergipe, Lima (2012) constatou que o canto
orfeônico, na década de 1930, já se mostrava presente nas escolas localizadas em Aracaju e no
interior do estado:
Na capital sergipana, segundo Lima (2012, p. 10), “as grandes concentrações orfeônicas
ocorreram em 1936 e 1937 no Estádio Adolpho Rollemberg, sob a regência de Vieira
Brandão9, amigo particular e assessor de Villa-Lobos, e Genaro Plech”. Genaro Plech vem se
especializar no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico no Rio de Janeiro que “surgiu em
1942, em consequência da prática do canto orfeônico que já se encontrava disseminada no
território brasileiro” (LIMA, 2012, p.10). Após a criação do Conservatório Nacional de Canto
Orfeônico foram criadas outras instituições com os mesmos objetivos “na cidade de Aracaju
(1945) [...] tiveram o CNCO como referência e os diplomas emitidos por eles tinham que ser
reconhecidos pela inspeção federal” (SANTOS, 2012, p. 69).
8
Em 2012, o Instituto estava com a sua última turma do curso normal, composta por 236 alunos matriculados
nos turnos da manhã e noite, atuando também com curso profissionalizante.
Disponível em: <http://www.infonet.com.br/noticias/educacao//ler.asp?id=131522>
Acesso em 22 set. 2017.
9
“Músico participante da ‘missão carioca’ e esteve em Sergipe nos anos 1936 e 1937, colaborando com o
desenvolvimento do Canto Orfeônico no Estado, ministrando Cursos de aperfeiçoamento e como regente nas
concentrações orfeônicas” (LIMA, 2010, p.10).
13
SANTOS, 2013b, p.15). O curso técnico era oferecido em nível médio profissionalizante,
além de cursos de formação inicial (musicalização) e curso básico10. Chagas Neto (2012)
apresenta os seguintes registros oficiais do Conservatório de Música de Sergipe:
10
Atualmente o Conservatório de Música de Sergipe oferece três modalidades de cursos: Oficinas, Cursos de
qualificação profissional e Cursos técnicos.
14
11
Em dezembro de 2016, através da Fundação Nacional de Artes do Ministério da Cultura, o Governo Federal
concedeu verbas para Sergipe em prol da realização do projeto Prêmio Leozírio Guimarães de apoio a Bandas de
Música que consiste na distribuição gratuita de instrumentos musicais de sopro a entidades privadas, sem fins
lucrativos. Disponível em:
<http://www.portaldatransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=836334&TipoConsult
a=1&UF=se&CodMunicipio=&CodOrgao=42000&Pagina=2&Periodo>
Acesso em: 23 set. 2017.
15
Em 1971, com a Lei de Diretrizes e Bases n° 5.692, a música perdeu ainda mais espaço
nas escolas e em Aracaju não foi diferente. A denominação “Educação Musical” foi
substituída por “Educação Artística” e, neste compasso, a disciplina passou a compreender,
além da música, a dança, as artes cênicas e as artes visuais, predominando esta última nas
rotinas escolares. Assim, no Brasil e também em Aracaju, no período entre as décadas de
1970 e os primeiros anos de 2000, a música praticamente se tornou inexistente nas escolas.
No entanto, em Aracaju, mesmo fora da escola regular, a música não foi silenciada e passou a
ocupar ainda mais espaços em outros contextos como filarmônicas (na capital e no interior),
orquestras, bandas, escolas de música, festivais, projetos musicais, entre outros.
Diante desta presença da música nos mais diferentes contextos, a música popular
regional ganhou espaço a partir do desenvolvimento de gêneros/ritmos locais. Em Sergipe,
“no final da década de 70 e início dos anos 80, começa a surgir um sentimento ufanista em
nosso Estado em relação à música. Desenvolve-se um conceito de música popular sergipana,
que traz a ideia de uma música autêntica de Sergipe” (GOVERNO DE SERGIPE, 2017, não
paginado)12.
12
Para mais informações, recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://lai.se.gov.br/2015/10/02/musica-sergipana/ >Acesso em 24 set. 2017.
16
A respeito da situação atual do ensino de música nas escolas públicas da rede estadual
em Aracaju, as pesquisas realizadas pela professora Dra. Rejane Harder14 e colaboradores
(2010, p. 1772), demonstraram que “das vinte e quatro escolas estaduais do município de
Aracaju-SE, apenas uma, até o ano de 2009, incluía em seu currículo o ensino de música”. A
autora Alda Oliveira (2015, p. 156) reitera em seu livro umas das pesquisas realizadas pela
Professora Rejane Harder:
Demais pesquisas, que são objeto de estudo por graduandos do curso de Licenciatura
em Música da (UFS), revelam que a rede pública municipal de Aracaju ainda continua sem
13
Para mais informações, recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://lai.se.gov.br/2015/10/02/musica-sergipana/ >Acesso em 24 set. 2017.
14
Docente do Departamento de Música da UFS.
15
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência no Departamento de Música da UFS será mais
detalhado no próximo capítulo deste trabalho.
17
aulas específicas de música, sendo que nesses espaços a música atua de forma recreativa em
datas festivas, não acontecendo de forma consciente em seu currículo escolar. De acordo com
o levantamento feito por Cássia Tawana Silveira dos Santos em sua monografia intitulada
Caminhos para a implementação da Lei 11.769/2008 na rede pública municipal de ensino de
Aracaju/SE:
Ainda sobre a inserção da prática musical nas escolas da rede pública em Aracaju,
destacamos o papel de alguns projetos presentes na rede municipal como o “Mais Educação,
[...] o Coral de inclusão Mãos Falantes, a Orquestra Sinfônica da Cidade de Aracaju
(OSCAR) em que conta com alunos que fazem parte da Rede Municipal de Ensino” (LIMA;
18
Orquestra Sinfônica Jovem ofertou 300 vagas para os alunos da rede pública no ano de
2012, numa parceria entre a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e o Centro de
Cultura e Arte (CULTART), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários
da UFS e também à Orquestra Sinfônica Vale do Cotinguiba (OSVC).
Nas escolas [de ensino regular] em que há o ensino de música, ele não é
direcionado ao ensino de instrumento, levando o interessado em aprendê-lo e
a procurar um professor particular ou uma escola de música. Ou seja, mesmo
sendo possível aprender música em vários contextos e espaços existentes, a
instituição de ensino musical, ou seja, a Escola de Música é um espaço
relevante para a formação musical e de atuação profissional de músicos e
professores.(SANTOS, 2013b, p. 59)
Academia de Música Carlos Gomes, situada na Rua Urquiza Leal, bairro Grageru,
surgiu em 1958. Santos (2013b, p.17-8) descreve que a escola foi fundada por Eribaldo Prata
com o nome de Academia de Acordeon Regina, constituindo-se na primeira instituição de
ensino particular em Aracaju. Uma constância na história da instituição foram as grandes
apresentações no Teatro Atheneu com festivais de teatro, dança e música. Além das
apresentações em teatros, a escola também desenvolvia algumas atividades no rádio e na
televisão. Atualmente a escola oferece aulas de piano, teclado, acordeon, guitarra, violão e
cavaquinho. As aulas dos instrumentos de cordas (violão, guitarra e cavaquinho) ficam por
conta do professor Reginaldo Souza16 e as dos instrumentos de tecla (piano, teclado e
acordeon) a cargo do professor Eribaldo Prata.
16
Graduando do curso de Licenciatura em Música da UFS.
20
De modo geral saõ as escolas que apresentam um currić ulo ou programa de disciplinas
flexível e repertórios voltados para estilos musicais variados, vinculados aos instrumentos dos
quais dispõem e, também, ao interesse daqueles que procuram a escola para aprender música,
sem oferecer, contudo, a concessaõ de diplomas (SILVA, 1996, p. 51).
De acordo com Souza (2016, p. 19), “com o surgimento dessas escolas, de certo modo,
provocou-se uma revolução no ensino de música em Sergipe, por se tratar de instituições que
aplicavam uso de uma didática de ensino de forma livre e libertadora” (SOUZA, 2016, p. 19).
De acordo com dados da pesquisa feita por Souza (2016, p. 25), em Aracaju foram
constatadas aproximadamente 16 escolas de música nas quais destacaremos algumas a seguir.
A Escola de Música Santa Cecília foi fundada em 1975 por José de Deus e se encontra
situada na Rua Mato Grosso, bairro Siqueira Campos. Atualmente “a escola oferece aulas de
instrumento de sopro, piano, violão, e cavaquinho. Outra particularidade da escola, além do
ensino de instrumentos de sopro é a presença de portadores de necessidades especiais fazendo
aula de música” (SANTOS, 2013b, p. 25).
Escola de Música Magia do Som foi fundada em 1984 pela professora Edna Maria,
situada na Rua Manuel Dias da Costa, Conjunto Alvorada, Bairro Luzia. “A escola de música
tem como foco de trabalho a musicalização. Segundo a professora Edna, a musicalização não
é só infantil. Quem nunca fez música está sendo musicalizado” (SANTOS, 2013b, p. 34).
Atualmente oferta cursos de piano, teclado, musicalização, bateria, violão, violino.
O Centro de Criatividade João Alves Filho, fundada em 1985, é uma unidade vinculada
à Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), situada na Praça Saturnino Brito, bairro Getúlio
Vargas. Através de cursos, oficinas e ateliês ligados às diversas linguagens artísticas, oferece
um espaço criativo à comunidade local.
A Escola de Música Andrés Segovia foi fundada em 1996 pelo professor Ronaldo
Valença de Sá. Situada na Avenida Desembargador Maynard, bairro Cirurgia. A escola
oferece cursos de piano, violão, teclado, técnica vocal, cavaquinho e curso preparatório para o
vestibular de música. De acordo com a entrevista realizada por Santos (2013b, p. 40) com o
professor Ronaldo, o objetivo da escola é desenvolver um trabalho pedagógico similar ao
trabalho realizado no Conservatório de Música de Sergipe.
17
Para mais informações recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://www.aracaju.se.gov.br/index.php?act=leitura&codigo=32678> Acesso em 11 set. 2017.
18
Para obter mais informações a respeito do Canarinhos de Aracaju visite o endereço eletrônico:
22
A Escola de Música Claves e Acordes, situada no bairro da Farolândia, atua desde 2000
dedicando-se totalmente à proliferação do saber musical. Até a conclusão desta pesquisa não
foi possível obter informações sobre os cursos ofertados.
O Curso Livre de Música (CLM) foi fundado em 2003 pelo casal de músicos Virginia
Fontes (cantora) e Welison Gomes (instrumentista). Atualmente está situada na Rua 41,
Conjunto JK, no bairro Sol Nascente. Oferece aulas de cavaquinho, teclado, contrabaixo e
violão. Uma especificidade da escola é que o público alvo é a terceira idade (SANTOS,
2013b, p. 50).
A Escola de Música Som e Movimento está situada na Rua Boquim, Centro. Oferece
cursos de violão, guitarra, bateria, violino, clarinete, flauta doce, contrabaixo, teoria musical,
técnica vocal, flauta transversal, piano, teclado, saxofone, musicalização infantil e
preparatório para a prova de vestibular para o Curso de Música.
<http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2016/07/instituto-canarinhos-de-sergipe-e-finalista-de-premio-de-
musica.html>Acesso em 22 set. 2017.
23
Ainda poderíamos acrescentar mais escolas de música, mas finalizamos citando apenas
os nomes das escolas e suas respectivas localizações, como o Instituto Scorpions Drum que se
enquadrou como escola de música, localizada na Rua Permínio de Souza no bairro Cirurgia.
Ronisson Aulas de Piano, Teclado e Flauta, localizado na Rua Manoel Mota, no bairro
Aeroporto. Escola de música Harmonia Brasil, situada no Conjunto Augusto Franco,
Farolândia. As escolas de música assumem um importante papel como instituições de
formaçaõ musical e, em alguns contextos, representam um espaço único para a vivência
musical.
24
19
Disponível em: <http://funcaju.aracaju.se.gov.br/centro-de-cultura-e-arte-cultart/> Acesso em: 22 jun. 2017.
20
Criada em 2008 pelo maestro Ion Bressan. A OSUFS é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários (PROEX) e é gerida pela Divisão de Música da UFS. Disponível em:
<http://cultart.ufs.br/pagina/1895> Acesso em: 22 jun. 2017. Informações complementares do atual maestro
Daniel Nery.
21
Coordenador da Divisão de Música, Prof. Msc. do Departamento de Música da UFS e atua como Regente do
Coro e Orquestra da Universidade Federal de Sergipe OSUFS/CORUFS.
22
Informação dada pelo Prof. Msc. e maestro da OSUFS/CORUFS Daniel Guimarães Nery
via e-mail em 31 jul. 2017.
25
23
É uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEX) e é gerida pela Divisão de
Música da UFS. Informações disponíveis em: <http://cultart.ufs.br/pagina/2850-coral-ufs>
Acesso em: 28 jul. 2017. Informações complementares do CORUFS foram dadas pelo maestro Daniel Nery.
24
Informação dada pelo Prof. Msc. e maestro da OSUFS/CORUFS Daniel Guimarães Nery
via e-mail em 31 jul. 2017.
25
Para mais informações, recomendamos a consulta ao seguinte endereço eletrônico:
<http://radioufs.ufs.br/pagina/18128> Acesso em: 12 ago. 2017.
26
Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe.
27
Disponível em:
<http://www.ufs.br/agenda/216-adufs-projeto-pampa-e-sertao-em-cantoria-2017-2-16>
Acesso em: 12 ago. 2017.
26
Josué Azevedo (viola)28, Joba e Forró Ralacoxa etc. No ambiente acadêmico da UFS a música
sempre esteve presente de maneira a fomentar o intercâmbio da cultura com a educação.
Desde 2007 o curso tem passado por modificações em sua grade curricular, buscando
melhorias para alcançar os objetivos pedagógicos com vistas à formação profissional. Nestes
termos, Queiroz e Marinho (2005, p. 84) dizem que:
28
Aluno graduando do Curso de Licenciatura em Música da UFS.
29
Trata-se do número total de alunos matriculados referente ao ano de 2016, mais especificamente dos dados do
dia 28/07/2016, conforme documento intitulado UFS em números 2015/2016 publicado pela Coordenação de
Planejamento e Avaliação Acadêmica (COPAC), setor integrante da Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN),
responsável pelo planejamento e acompanhamento das atividades acadêmicas da Universidade Federal de
Sergipe. Para mais informações indicamos o acesso ao documento pelo endereço eletrônico:
<http://indicadores.ufs.br/uploads/page_attach/path/1696/ufs_em_numeros_2015_web.pdf>
Acesso em: 28 jul. 2017.
27
30
Atualmente chefe do Departamento de Música da UFS.
31
A primeira turma a se formar no Curso de Licenciatura em Música da UFS foram três discentes: Antônio
Chagas Neto (Prof. Msc. na UFCA), Michelle Alves Silva Oliveira (Prof.ª do Conservatório de Música de
Sergipe) e Noemi Ferreira dos Santos.
28
Dentre alguns dos projetos de pesquisa conduzidos pelos Docentes do DMU estão o
Programa de Iniciação à Docência (Pibid) que “é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a
valorização da formação de professores para a educação básica” (CAPES, 2008, não
paginado)32. De acordo com a CAPES, os projetos Pibid devem “promover a inserção dos
estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para
que desenvolvam atividades didático-pedagógicas” (2008, não paginado). Desde 2009 o
Departamento de Música participa do Pibid que integra bolsistas e voluntários para atuarem
nas escolas regulares da rede pública sergipana33. Atualmente o Pibid do DMU está sob a
coordenação da Prof.ª Dr.ª Rejane Harder, da Profª. Drª. Priscila Gambary Freire Conde
Garcia e do Prof. Dr. Eduardo Antonio Conde Garcia Jr.
32
Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid> Acesso em: 01 ago. 2017.
33
Até o ano de 2016 havia 60 bolsistas no Pibid do DMU. Atualmente o curso conta com somente 38 bolsistas,
devido à crise econômica atual. Segundo o Prof. Dr. Eduardo Antonio Conde Garcia Jr., atual chefe do
Departamento de Música da UFS, o Pibid tem previsão para terminar em dezembro de 2017.
34
Para mais informações sobre os projetos de pesquisa do DMU recomendamos a consulta ao seguinte site:
<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/pesquisa.jsf?id=216> Acesso em 02 ago. 2017.
35
De acordo com informações dadas pela Prof.ª Mackely Ribeiro Borges, o primeiro SISPEM foi realizado em
2009 e o último em 2014 e desde então não foi mais possível realizar o SISPEM devido a alguns motivos: greve
(que desorganizou o calendário acadêmico e o planejamento das atividades) e especialmente por falta de apoio
financeiro da UFS (não há dinheiro para passagens e hospedagens para os convidados etc).
29
36
Resolução Nº 142/2010/CONEPE, Art. 7°.
30
sistema universitário brasileiro” (DE PAULA, 2013, p. 13). Atualmente há diversos Projetos
de Extensão ativos no Curso de Música da UFS, dos quais estaremos abordando37:
37
A relação de todos os projetos de extensão desenvolvidos pelo DMU se encontram disponíveis no seguinte
endereço eletrônico: <https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em 02 de ago. 2017.
38
Informações sobre o Quarteto de Violões disponíveis em:
<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em: 06 ago. 2017.
39
Informações sobre a Ópera na UFS disponíveis em:
< https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em 06 ago. 2017.
40
Informações sobre o Bravi Tutti disponíveis em:
< https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em 06 ago. 2017 .
41
Informações sobre as Oficinas de Técnica e Interpretação Pianística disponíveis em:
< https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em 06 ago. 2017.
42
Disponível em: < https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em: 06 ago. 2017.
31
43
Entrevista com o coordenador do projeto o Prof. Dr. Christian Lisboa via e-mail em 10 de abr. 2017.
44
Disponível em:
<http://proex.ufs.br/uploads/content_attach/path/19247/EDITAL_07-2017_-
_REGISTRO_DE_ATIVIDADES_DE_EXTENS_O_DA_UFS.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2017.
33
O projeto Música para Todos conta com os cursos de Piano, Violão, Teoria e Gramática
Musical, Percepção e Apreciação Musical e destinou-se a um público de 600 alunos no ano
letivo de 2016. Nas aulas de Piano os níveis foram divididos em I e II. No primeiro semestre o
curso de Piano I, realizado entre os meses de março a junho de 2016, foram realizados para 50
alunos distribuídos em dez turmas com carga horária de 15 horas semanais, em uma hora aula
por turma, ministrado pelo Prof. Ivson Alves sob a coordenação do Prof. Dr. Christian Lisboa.
Os conteúdos quanto aos aspectos técnicos, musicais e históricos, a saber:
Nas aulas de Piano II, realizadas no período entre agosto a dezembro de 2016 foram
atendidos 66 alunos distribuídos em dez turmas num total da carga horária de 150 horas.
Consistiu num pré-requisito para os alunos de Piano II o cumprimento de toda a carga horária
em Piano I. Os cursos foram ministrados pelo Prof. Ivson Alves de março de 2016 até
dezembro do mesmo ano, sendo que desde março de 2017 o Prof. Leandro Santos Nascimento
ministra as aulas de piano.
Nas aulas de Violão os níveis foram divididos em I e II. Para as aulas de Violão I,
realizadas entre os meses de março a junho de 2016, foram atendidos 50 alunos distribuídos
em dez turmas com carga horária de 15 horas semanais e uma hora aula por turma, ministrado
45
O conteúdo programado do Curso de Piano se encontra no anexo deste trabalho.
34
pelo Prof. André Filipe Carvalho Rezende sob a coordenação do Prof. Msc. Fabiano Zanin.
Os conteúdos:
Nas aulas de Violão II, realizadas no período entre agosto a dezembro de 2016, foram
distribuídos 57 alunos em dez turmas com carga horária total de 150 horas e tem como pré-
requisito Violão I. Os Cursos são ministrados pelo Prof. André Filipe desde março de 2016, e
atualmente foram abertas mais 10 turmas de Violão, cujo professor é o graduando Lucas
Santos da Silva.
46
As cartas violonísticas é uma atividade em forma de jogo desenvolvida pelo professor André Filipe Carvalho
Rezende que ministra o Curso de Violão desde o início do projeto em 2016. A atividade visa uma didática, a fim
de que os conteúdos abordados sejam de fácil entendimento com objetivos de diminuir a evasão dos alunos
devido às dificuldades no aprendizado dos iniciantes no violão.
47
O conteúdo programado do Curso de Violão encontra-se no anexo deste trabalho.
48
“Na didática conservatorial, a gramática da música chama-se, por um costume que o tempo consolidou, Teoria
da Música. Como a gramática das várias línguas, também a gramática da música pode se distribuir por vários
domínios, da fonética, da morfologia e da sintaxe” (ALLORTO, 2007, p. 74).
35
49
O conteúdo programático do Curso de Teoria e Gramática Musical se encontra na íntegra no anexo deste
trabalho.
50
O conteúdo programático do Curso de Percepção e Apreciação musical se encontra no anexo deste trabalho.
36
de 150 horas. No presente, o Curso é ministrado pelo Prof. Durmeval Barbosa da Silva desde
março de 2017.
Atualmente dados dos conteúdos podem ter sido alterados devido à mudança dos
professores que ministram as aulas de Piano, Percepção e Apreciação Musical, Teoria e
Gramática Musical. Os recursos para o funcionamento das aulas do projeto, assim como as
salas de aula, originam-se do Departamento de Música da UFS.
Piano
Violão
435 inscrições
(31,04%)
É sabido que a maioria dos alunos tem preferência pelas aulas práticas de instrumento.
Como dito anteriormente, as disciplinas teóricas do Projeto Música para Todos são
basicamente voltadas aos conteúdos da prova de vestibular de música, mas que também dão
oportunidades para quem quer ter um primeiro contato com a música. Essa percepção dos
51
Informações da coordenadora do projeto a Profª. Drª. Mackely Ribeiro Borges via e-mail em 22 mar. 2017.
37
alunos sobre as aulas teóricas contribuiu para uma queda nas solicitações de inscrições já no
segundo semestre de 2016 nos cursos de Teoria e Gramática Musical e Percepção e
Apreciação Musical, como demonstrado no gráfico a seguir.
Piano
Violão
Percepção
87 inscrições
(17,26%) Teoria Musical
153 inscrições
(30,35%)
Nota-se nesse gráfico pelos números que, no segundo semestre (15 de agosto a 15 de
novembro 2016), nos cursos de Piano e Violão há o interesse dos alunos em dar continuidade
mais às aulas práticas do que as aulas teóricas. Lembrando que foi dado continuidade ao
programa ofertando Piano II e Violão II para os alunos que cursaram Piano I e Violão I
respectivamente.
Para conhecer a metodologia utilizada nos cursos do Projeto Música para Todos
aplicamos um questionário semiestruturado aos professores. Para o professor do curso de
Violão André Filipe o “aprendizado é através da vivência musical, através da experimentação
musical (execução de músicas, jogos musicais) que promovem o aprendizado. Aproximar o
entendimento sobre o mundo musical do cotidiano dos alunos”52. O Prof. André Filipe
desenvolveu uma ferramenta pedagógica para as suas aulas de Violão, um jogo chamado
Cartas Violonísticas, buscando uma melhor didática de ensino com os iniciantes do Violão
com objetivos de diminuir a evasão devido às dificuldades no início do aprendizado. Oliveira
(2015, p. 14-15) pondera que:
52
Respostas do Prof. André Filipe ao questionário aplicado em 22 ago. 2017.
38
Atualmente os cursos do projeto Música para Todos são ministrados pelos Professores
de Violão André Filipe Carvalho Rezende e Lucas Santos da Silva que são responsáveis por
20 turmas, Violão I (15 turmas) Violão II (cinco turmas), com carga horária de 15 horas em
cada turma. Leandro Santos Nascimento ministra as aulas de Piano I (oito turmas), Piano II
(duas turmas) com carga horária de 15 horas em cada turma. Durmeval Barbosa da Silva
ministra as aulas de Teoria (três turmas) com carga horária de 30 horas em cada turma,
Percepção e Apreciação Musical (duas turmas) com carga horária de 30 horas. Diante do
interesse e da procura pelo estudo de música na UFS por alunos da própria universidade e da
comunidade em geral, o coordenador do projeto o Prof. Dr. Christian Lisboa ressalta:
53
Respostas do Prof. Ricardo Vieira ao questionário aplicado em 25 abr. 2017.
39
Piano
Violão
Percepção
41 inscritos
(12,27%) Teoria musical
147 insritos
(44,01%)
54
Resposta do coordenador do projeto, o Prof. Dr. Christian Lisboa, ao questionário aplicado em 10 de abr.
2017.
40
Para os discentes que estão dando aulas, está sendo uma oportunidade de
eles vivenciarem o ensino especializado de música que normalmente não é
contemplado no estágio obrigatório. As observações que fazemos das aulas
ministradas pelos discentes tem mostrado uma evolução na didática destes,
bem como uma melhora na desenvoltura em sala de aula57.
Sobre o olhar pedagógico em relação ao aumento do nível musical dos alunos com o
desenvolvimento do projeto, para esses professores houve um aumento gradual dentro da
proporção de conhecimento de cada aluno, ficando evidente através das aulas práticas. Nessa
mesma linha, a contribuição do projeto para os candidatos ao vestibular em música da UFS e
para a sociedade, como um todo, mensura pela “democratização do conhecimento musical e
instrumental, a formação complementar, visando um indivíduo mais sensível, sociável e
completo”58, ou seja, incluí-los e sociabilizá-los pela música, além de dar condições exigidas
para o pleito da vaga no curso de música da UFS.
Acerca da formação musical que os alunos têm recebido ao final do projeto, se o mesmo
pôde trazer algum benefício para eles na sociedade, na visão do professor Ricardo Vieira foi o
“desenvolvimento do senso crítico sobre o fazer musical e sobre a importância da presença da
música (função e valores) em todos os âmbitos da sociedade”59. Para o professor André
Filipe, as aulas trazem benefícios para os alunos e que, consequemente, podem beneficiar o
55
Resposta do Prof. Ricardo Vieira via questionário aplicado em 25 abr. 2017.
56
Resposta do Prof. André Filipe via questionário em 22 ago. 2017.
57
Resposta do coordenador do projeto, o Prof. Dr. Christian Lisboa, via questionário aplicado por e-mail em 10
de abr. 2017.
58
Resposta do Prof. André Filipe via questionário em 22 ago. 2017.
59
Resposta do Prof. Ricardo Vieira via questionário aplicado em 25 abr. 2017.
41
meio em que vivem. Até o fechamento deste trabalho não foi possível ter contato com o Prof.
Ivson Alves para mais informações sobre seu relato de experiências sobre as aulas que
ministrou no curso de Piano em 2016.
Todas as informações a respeito dos alunos foram obtidas por meio de questionários
semiestruturados60 visando conhecer a realidade do aluno, e por questionários do tipo survey
com cinco perguntas que foram aplicados ao final de cada curso correspondente ao projeto
(com 73 participantes). De acordo com os professores as turmas, de um modo geral, foram
heterogêneas, tanto no conhecimento musical e instrumental quanto na faixa etária, o que tem
sido desafiador e ao mesmo tempo enriquecedor.
(31,25%) Homens
Mulheres
(68,75%)
60
Aplicado com 16 alunos do projeto em 20, 25, 26, 27 de outubro e 03 de novembro de 2016.
42
O que motivou os alunos para o ingresso no Projeto Música para Todos, de acordo com
os questionários aplicados, foi a busca pelo aperfeiçoamento em música com (38,77%) das
respostas. No survey, nesta pergunta era possível assinalar mais de uma resposta e os demais
resultados foram as seguintes: aprender música com (29,59%), passar no vestibular do Curso
de Licenciatura em Música com (26,53%) e alguns até optaram pelo ingresso no Bacharelado
em Música [especialmente nas habilitações em Piano e Contrabaixo (5,10%)], como podemos
verificar no gráfico abaixo:
Aperfeiçoar na música
Passar no vestibular
Bacharelado em música
(38,77%)
Uma coisa que me parece importante é que além de ajudar àqueles que já
pretendiam fazer música a se preparar melhor para a prova de seleção, temos
43
61
Resposta do coordenador do projeto o Prof. Dr. Christian Lisboa por questionário aplicado
via e-mail em 10 abr. 2017.
44
Grupo Coral
(43,75%) Orquestra Sinfônica
Músico freelance
(25%)
Aula particular
Bandas
Não atuam na Música
(6,25%)
(6,25)% (6,25%)
Os cursos frequentados pelos alunos foram avaliados de forma satisfatória pela maioria
dos entrevistados, incluindo a didática dos professores etc. Quanto à avaliação negativa, o
aspecto mais citado foi a reduzida carga horária dos cursos de Violão e Piano, cujas aulas
possuem uma hora de duração e ocorrem uma vez por semana. Além disso, outra insatisfação
citada foi a falta de vagas nos respectivos cursos. A avaliação dos cursos pode ser visualizado
no gráfico abaixo:
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
(82,66%)
O próximo gráfico cita a avaliação dos conteúdos abordados e a maioria dos alunos
consideraram que foram acima de suas expectativas com (59%) das respostas. Já para os
alunos que manifestaram que o curso não atendeu às suas expectativas, na questão em que
eles poderiam ter expressado suas insatisfações, como apontar uma sugestão, tecer elogio ou
crítica, deixaram o espaço em branco não dando chance de uma possível reflexão/resolução,
“uma vez que somos cotidianamente desafiados a repensar nossas práticas em vista das
questões que nossos alunos trazem ou do que a sociedade, de modo geral, demanda de nós,
educadores musicais” (ARROYO, 2002, p. 18). A avaliação dos conteúdos abordados pode
ser visualizados no quadro abaixo:
Atendeu as expectativas
Não atendeu as
(58,90%) expectativas
“Interação com pessoas e aprendizagem graduada com cada pessoa tocando seu devido
instrumento” (participante 3).
“Me ajudou a ampliar as relações e ter mais dinâmica com relação a trabalhos. Além de abrir
um leque maior em oportunidades” (participante 15).
“O que espero?” Essa foi a pergunta feita pelo Professor Ricardo Vieira sobre a
perspectiva dos seus alunos em relação ao curso que seria ofertado Percepção e Apreciação
Musical. Veja a seguir a resposta de alguns relatos:
“Espero poder aprender tanto como distinguir técnicas instrumentais, ritmos, gêneros etc.
conhecer melhor sobre o gosto musical etc” (participante 4).
“A ideia de construir a partir do ponto inicial que é a percepção, a ideia do que é música e
como conseguir identificá-la através da mesma” (participante 3).
“Necessito de uma formação para desenvolver melhor porque sou professora de Arte.
Conhecer, perceber e ordenar conhecimentos musicais” (participante 11).
Como dito, o projeto Música para Todos visa a preparação dos possíveis candidatos ao
vestibular em música da UFS, mas que também é aberto a toda a comunidade. Dentre os
alunos do Projeto que tinham intenção de prestar o vestibular para música houve seis deles
aprovados no vestibular 2016 e todos, atualmente, encontram-se cursando o primeiro semestre
de graduação em música. “Considerando que o público alvo também abarca pessoas que não
têm interesse em prestar o vestibular, acredito que este resultado é satisfatório”62.
Infelizmente, pela conclusão do presente trabalho, não haverá tempo suficiente para sondar
novos aprovados do projeto na edição do vestibular que irá ocorrer em outubro de 2017.
62
Resposta da Prof.ª Dr.ª Mackely Ribeiro Borges ao questionário aplicado em 31 mar. 2017.
48
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de Sergipe ser o menor estado da Federação, o ensino de música não é a menor
parte do estado, ao contrário, o ensino de música tem alcançado transformações coletivas e
individuais. Neste contexto, a Universidade Federal de Sergipe tem prestado relevantes
contribuições para o fortalecimento da cultura musical do estado. O Departamento de Música
tem corroborado para tal fortalecimento com os seus projetos de extensão voltados à
comunidade interna e externa da UFS.
Diante das explanações apontadas no presente trabalho sobre o Projeto Música para
Todos promovido pelo DMU, os conteúdos programados dos cursos demonstram que nas
aulas de Piano e Violão há uma grande oportunidade de aprendizado no instrumento, tanto
para iniciantes quanto para aqueles que buscam aperfeiçoarem-se na música. Os professores
têm procurado estruturarem suas aulas de acordo com os níveis de cada aluno, o que é de
grande valia para a diversidade de experiências. Nas aulas de Teoria e Percepção musical
percebe-se que os conteúdos se aproximam dos exigidos para a prova de vestibular (porque
há uma prova prática de ritmo e solfejo e uma prova com nível intermediário de teoria
musical), além da prática de um instrumento.
Podemos analisar por meio dos comentários dos próprios participantes da pesquisa,
iniciando pelos professores, que por melhor que seja a sua formação/conhecimento, esta não
se faz sem considerar as vicissitudes que se apresentam no contexto da sala de aula, mormente
na área de música que precisa contar com professores articuladores.
As mudanças identificadas pelos alunos parece ter sido significativas. A grande maioria
reconhece que foi além do esperado. Analisando-se todos os comentários, mesmo aqueles que
não puderam ser citados nesse trabalho, verifica-se a sua importância, pois fortaleceu bases,
transformou conceitos e contribuiu na formação musical, incluindo seis aprovações no
vestibular de música. Comparando-se todos os fatores circundantes tem-se como um resultado
satisfatório para o primeiro ano do projeto e o aluno pode, ainda, adquirir base para o ingresso
em outras instituições de música.
50
REFERÊNCIAS
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CORUFS - Coral da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, 2017. Disponível em:
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51
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Nacional da Associaçaõ Brasileira de Educaçaõ Musical. Goiânia: UFG, 2010. Disponiv́ el
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em escolas particulares da cidade de Aracaju/SE. Artigo (Especializaçaõ em Pedagogia
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Extensaõ , Associaçaõ de Ensino e Cultura Pio Décimo, Aracaju, 2015.
QUEIROZ, Luis Ricardo Silva; MARINHO, Vanildo Mousinho. Novas perspectivas para a
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53
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Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2012.
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Acesso em: 28 jul. 2017.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamentos e métodos. Tradução: Daniel Grassi. 2. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2001.
56
Obs.: Se os espaços nas linhas forem insuficientes, por favor, escreva no verso.
2. Como surgiu a ideia para a elaboração do projeto “Música para Todos”? Houve alguma
justificativa específica?
4. Na sua visão, as aulas do projeto tem contribuído para com o pensamento sobre a
importância do ensino da música? De que forma?
6. Houve aprovação de algum aluno do projeto “Música para Todos” na última edição do
vestibular? Caso sim, quantos alunos aprovados?
Obs.: Se os espaços nas linhas forem insuficientes, por favor, escreva no verso.
Professor (a):
5. Na sua perspectiva, houve um aumento no nível musical por parte dos alunos com o
desenvolvimento do projeto?
58
7. Você acha que a formação que o aluno tem recebido no projeto pode trazer algum benefício
para ele na sociedade?
59
Nome:
Idade: sexo:
Grau de instrução:
2. Como você iniciou seus estudos musicais? Atualmente, participa de algum grupo musical?
3. Qual foi ou quais foram os tipos de formação musical que você obteve até o presente
momento?
( ) Autodidata
( ) Aula particular
( ) Instituição religiosa
( ) Escola de Música
( ) Conservatório
( ) Projetos/Oficinas/Seminários por meio da extensão universitária
( ) Curso Profissionalizante
( ) Projetos/Oficinas pelo Ministério da Educação/Cultura
( ) Graduação em Música
( ) Especialização/Mestrado/Doutorado na área de Música
( ) Outro
Especifique:
PLANO DE CURSO
OBJETIVOS
AULA 1
AULA 2
AULA 3
AULA 4:
Escalas maiores: processo de formação da escala maior e sua relação com as tonalidades.
Armadura de clave: reconhecimento e leitura das tonalidades maiores.
Compassos simples: figuras positivas e negativas (percepção e leitura).
Organologia: família dos metais (apreciação musical).
AULA 5:
Escalas menores: processo de formação das escalas menores (primitiva e harmônica) e sua
relação com a tonalidade.
Armadura de clave: reconhecimento e leitura das tonalidades menores.
Organologia: família de percussão (apreciação musical).
AULA 6:
AULA 7:
AULA 8:
Tétrades (parte 1): identificação e percepção dos diferentes tipos de acordes com sétima.
Contratempo: percepção e leitura.
Apreciação Musical: a música no período renascentista.
AULA 9:
Tétrades (parte 2): identificação e percepção dos diferentes tipos de acordes com sétima.
Campo Harmônico Maior: percepção dos acordes do campo harmônico maior.
Apreciação Musical: a música no período barroco.
AULA 10:
Campo Harmônico Menor: percepção dos acordes do campo harmônico menor (primitivo e
harmônico).
Apreciação Musical: a música no período clássico.
AULA 11:
AULA 12:
AULA 13:
AULA 14:
AULA 15:
Aula 1:
Aula 2:
Introdução ao pentagrama e Clave de sol / Prática musical (Estudo-musical 1.1, Marcha
soldado p/ 4 violões).
Aula 3:
Introdução à leitura e execução rítmico-melódica com jogo das cartas violonísticas/
reconhecimento das cordas no pentagrama.
Aula 4:
Repertório – Let i be (p/ 4 violões), Estudo-musical 1.3 / Uso do toque com apoio/ Introdução
ao conceito das posições (mão esquerda).
Aula 5:
Apreciação da música Let i be por mp3 original / Busca de aplicação de aspectos musicais
(dinâmica, texturas) na prática musical em conjunto.
Aula 6:
As 7 notas musicais e Escala cromática (sinais de alteração, tom e semitom).
Aula 7:
Repertório – Parabéns pra você – (melodia principal).
Aula 8:
Repertório – Parabéns pra você – (acompanhamento).
Aula 9:
Escala de dó maior (1ª posição) / Breve retrospecto sobre o surgimento do violão e as suas
transformações até o formato atual.
Aula 10:
Escala de dó menor (1ª posição) / Apreciação musical sobre a perspectiva do violão – os
diferentes campos de atuação do instrumento.
65
Aula 11:
Tríades Maiores (Naturais) – Aplicação das tríades em progressões simples, com 2 acordes,
que estarão nas cartas violonísticas e serão sorteadas para cada aluno.
Aula 12:
Estudo de levadas e batidas em compassos simples 1 / Leitura Rítmico-melódica na pauta.
Aula 13:
Tríades Menores (Naturais) – Aplicação das tríades em progressões simples, com 2 acordes,
que estarão nas cartas violonísticas, e serão sorteadas para cada aluno.
Aula 14:
Prática de dedilhados em compassos simples com troca de acordes.
Aula 15:
Análise de performance musical e instrumental dos alunos/ Prova prática final.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
DISCIPLINA PIANO I