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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE MÚSICA

CANDICE NAIANE MARCOLINO SILVA SANTOS

O PROJETO MÚSICA PARA TODOS E SUA


CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO MUSICAL
EM ARACAJU-SE

São Cristóvão
2017
CANDICE NAIANE MARCOLINO SILVA SANTOS

O PROJETO MÚSICA PARA TODOS E SUA


CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO MUSICAL
EM ARACAJU-SE

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao


Departamento de Música da Universidade Federal de
Sergipe, como requisito para obtenção do grau de
Licenciado em Música.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Mackely Ribeiro Borges

São Cristóvão
2017
Conhecimento não cresce no vácuo. Requer um ambiente de cultivo, como sementes na
natureza: sementes não podem florescer em solo sem cultivo ou com intempéries. Elas
exigem os cuidados das mãos de um jardineiro para preparar o solo, que atenderá a todos os
tipos diferentes de plantas (OLIVEIRA, 2015, p. 83).
AGRADECIMENTOS

Ao meu amado mestre, o Senhor Jesus, e ao meu eterno Deus pelo Seu grande amor
dispensado à minha família e a mim.

Ao meu querido pai, José Domingos Carvalho Silva, pelo despertar da música em
minha vida e pela revisão linguística deste trabalho, o qual, ao lado da minha mãe, Ângela
Maria Marcolino Silva, com tanto amor procuraram fazer o melhor ajudando e apoiando a
“transformar todos os condicionantes que me impeliam a nada ser naquilo que hoje sou”
(FERREIRA, 1984, p. 05).

Ao meu príncipe, Flávio José dos Santos Filho, pelo seu amor e estímulo incondicional
em minha vida.

À minha professora ‘Honoris Causa’ Dr.ª Mackely Ribeiro Borges que, com garra e
afinco, contribui significativamente para a expansão da área de música. Admiração seria
apenas um adjetivo que usaria para descrever os muitos outros. Meu muitíssimo obrigada pela
sua contribuição ao estado sergipano.

Muito grata à professora Msc. Thaís Rabelo que me ajudou chegar à trilha do
conhecimento no que tange ao trabalho elaborado e descrito nas próximas páginas.

Ao professor Dr. Christian Lisboa pelas ricas informações presentes neste trabalho.
Agradeço também pela sua imensa colaboração ao Curso de Licenciatura em Música da UFS.

Ao professor Msc. Fabiano Zanin pela sua vasta habilidade na área do violão no Curso
de Licenciatura em Música da UFS, aprofundando, assim, o conhecimento dos discentes e
coordenando o curso de violão no Projeto Música para Todos.

Ao meu colega de Curso, André Filipe, que não pensou duas vezes em querer
compartilhar suas conquistas frente ao Projeto Música para Todos, demonstrando que o valor
da música não é somente arte (performance), mas também sociomúsica, pedagomúsica,
psicomúsica.

Aos demais colegas professores Ricardo Vieira, Ivson Alves, Durmeval Barbosa e aos
alunos passados e presentes do Projeto.
SANTOS, Candice Naiane Marcolino Silva. O Projeto Música para Todos e sua
contribuição na formação musical em Aracaju-SE. 2017. Monografia (Graduação em
Licenciatura em Música) – Departamento de Música, Universidade Federal de Sergipe, São
Cristóvão, 2017.

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo descritivo de como o Projeto de
Extensão do Departamento de Música da Universidade Federal de Sergipe, intitulado Música
para Todos, contribuiu para com a disseminação da educação musical, bem como investigar
sua contribuição na formação musical dos envolvidos. De acordo com o objetivo pretendido,
foi realizada uma entrevista com os participantes a fim de poder analisar e investigar à luz de
um projeto que surgiu com foco nos possíveis candidatos ao vestibular em música e que
ampliou-se para toda a comunidade que desejasse fazer parte deste novo círculo de
conhecimentos. Assim, analisar este projeto de extensão o qual participamos como
ministrante, o seu alcance e os resultados obtidos nos pareceu um tanto desafiador.

Palavras-chave: Educação Musical. Projeto de Extensão Música para Todos. Universidade


Federal de Sergipe.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6

2. PANORAMA DO ENSINO DE MÚSICA EM ARACAJU-SE ....................................... 9

2.1. O ENSINO DE MÚSICA NA ESCOLA REGULAR..................................................... 9

2.2. AS ESCOLAS DE MÚSICA ........................................................................................ 18

3. A MÚSICA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ...................................... 24

3.1. O CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFS .......................................... 26

3.2. A EXTENSÃO NO CURSO DE MÚSICA .................................................................. 29

4. PROJETO MÚSICA PARA TODOS ............................................................................... 32

4.1. VISÃO GERAL SOBRE O PROJETO ......................................................................... 33

4.2. PERSPECTIVAS DOS PROFESSORES ..................................................................... 40

4.3. PERFIL DOS ALUNOS DO PROJETO ....................................................................... 41

4.4. PERSPECTIVAS DOS ALUNOS ................................................................................ 44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 48

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50

APÊNDICE - Entrevistas aplicadas aos coordenadores, professores e alunos do Projeto


Música para Todos ................................................................................................................... 56

ANEXO – Conteúdo programático dos cursos do Projeto Música para Todos ....................... 60
6

1. INTRODUÇÃO

Considerando a educação musical como um processo de formação e transformação


individual dentro de um contexto coletivo, este trabalho tem como objetivo principal
apresentar um estudo descritivo sobre o Projeto de Extensão Música para Todos, bem como
investigar sua contribuição na formação musical dos envolvidos.

O interesse pelo objeto de estudo surgiu a partir de nossa participação como ministrante
no Curso de Teoria e Gramática Musical (no período de março a dezembro de 2016) no
Projeto Música para Todos. Podemos perceber a importância do ensino de música para a
comunidade em geral e, em especial, aos possíveis candidatos ao vestibular em música por
meio da extensão universitária e quais contribuições musicais estariam sendo alcançadas, cuja
especulação se formatou: qual a contribuição na formação musical do projeto de extensão
Música para Todos?

No que se refere à metodologia, o presente trabalho consiste num estudo de caso, “é


uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto
da vida real” (YIN, 2001, p. 21), do qual a coleta de dados se deu por questionários
semiestruturados direcionados aos coordenadores, ao corpo discente do Curso de Licenciatura
em Música envolvidos no projeto e, para complementar, um questionário do tipo survey1
aplicado aos alunos objetivando descobrir todos os componentes que se encontram
diretamente ligados ao projeto.

Para os coordenadores foram feitas perguntas sobre como surgiu a ideia para elaboração
do projeto, se já é possível mensurar resultados do projeto para os discentes envolvidos no
curso de música, se as aulas têm contribuído para com o pensamento da importância do
ensino da música e de que forma, sendo assim, é possível perceber um aumento do interesse e
da procura pelo estudo de música na UFS pelos próprios alunos da Universidade e pela
comunidade em geral e se houve aprovações no vestibular em música na última edição
concernente ao projeto. Outro questionário de igual teor foi aplicado aos professores, com o
intuito de se descobrir como o projeto de extensão Música para todos contribuiu na formação
discente no contexto docente e, fazendo alusão a este parágrafo, importa destacar:

1
Pesquisa quantitativa.
7

Lançar um aluno para uma atividade de Extensão e modo como se concebe a


verdadeira atividade de Extensão significa orientá-lo para a busca da
maioridade intelectual e científica, dando-lhe a segurança de poder assimilar
conhecimentos, não apenas na base do que ouviu ou leu a respeito das
coisas, mas sim na base daquilo que experimentou e testou no contacto da
realidade com os fatos da vida. (GONÇALVES, 1974, p.19 apud
FERREIRA, 1984, p. 15).

Além disso, face a metodologia utilizada em sala de aula, se na visão desses professores
houve um aumento no nível musical dos alunos com o desenvolvimento do Projeto, se as
aulas contribuíram para os candidatos ao vestibular em música e se a formação que os alunos
têm recebido pôde trazer algum benefício para eles na sociedade? Por último, procuramos
investigar sobre o perfil dos alunos do Projeto, as perspectivas de alguns alunos participantes
da pesquisa, a fim de descobrir as experiências musicais adquiridas por eles.

Para tanto partimos da pesquisa bibliográfica com referencial teórico da Abordagem


PONTES de Alda Oliveira (2015), que entende “por educação musical todas as ações voltadas
ao ensino de música, por todas as pessoas que se preocupam em transmitir o conhecimento
musical e desenvolver indivíduos através da música” (OLIVEIRA, 2015, p. 11), entre outros
autores. Como informações adicionais foram utilizados artigos, teses e dissertações.

Com o propósito de esclarecer as questões levantadas, este trabalho mostrou, no


segundo capítulo, um panorama do ensino de música em Aracaju-SE, permitindo o
conhecimento da história e da realidade atual das instituições públicas e privadas que têm
ofertado o ensino de música e como tem sido suas representações voltadas para a sociedade.
Para a elaboração desse capítulo foram abordados autores como Chagas Neto (2012); Goés
(2010); Harder (2010); Lima (2012); Lima; Oliveira e Santos (2015); Santos (2012 e 2016);
Santos (2013a e 2013b); Souza (2016), entre outros. Baseando-se nas pesquisas desses
autores, a música em Aracaju demonstra ter sido e ainda continua a ser relevante na
transformação cultural e social da comunidade sergipana, passando pelas décadas que
antecederam a aprovação da Lei 11.769/08 que tornou obrigatório o ensino de música nas
escolas de educação básica até chegarmos à realidade atual.

O terceiro capítulo aborda especificamente sobre a música na Universidade Federal de


Sergipe, seu desenvolvimento ao longo dos anos que remontam a universidade até ao
surgimento do Curso de Licenciatura em Música da UFS e a extensão que abrange o curso de
Música.
8

O quarto capítulo trata do objeto de estudo desta pesquisa, o Projeto Música para
Todos. Nesse sentido, numa visão geral, foram descritos aspectos básicos como ementa dos
cursos, carga horária etc. Seguindo sobre as perspectivas dos professores e alunos, o perfil
desses alunos e, por fim, os resultados dessas descobertas dos questionamentos levantados no
decorrer deste estudo.

Nas considerações finais, há uma breve abordagem a respeito do conteúdo e


informações obtidas, as quais possibilitaram uma discussaõ concisa acerca dos
questionamentos levantados no decorrer deste estudo.

Constitui-se neste momento, o convite para a apreciaçaõ do referido trabalho.


9

2. PANORAMA DO ENSINO DE MÚSICA EM ARACAJU-SE

2.1. O ENSINO DE MÚSICA NA ESCOLA REGULAR

Faz-se oportuno falarmos do panorama do ensino de música na sociedade aracajuana.


Nos primórdios “a disciplina Música esteve presente no currículo da escola sergipana tanto no
império (1860; 1886) quanto [...] da Primeira República” (SANTOS, 2012, p. 05), que vai de
1889 (a chamada República velha) passando pelo período da Era Vargas e segue até 1971,
quando a educação musical foi retirada e substituída pela disciplina Educação Artística por
meio da Lei nº 5.692/71 que promoveu a junção das Artes. Neste ínterim:

Existiu uma prática da educação musical escolar em Sergipe no período de


1860 a 1971. Durante esse marco temporal, o sistema político brasileiro
sofreu algumas inflexões: fim do Império; instauração da Primeira
República; Revolução de 1930; regime ditatorial do Estado Novo, Período
de redemocratização e Ditadura Militar. Em cada momento histórico
apresentado, tal educação, no ensino secundário2, recebeu diferentes
denominações – Música (1896), Música Teórica e Prática; Música (1890 a
1933); Canto Orfeônico (1934); Música e Canto Orfeônico (1946); Canto,
no ensino ginasial e Canto Orfeônico, no curso pedagógico (1950 a 1971).
(SANTOS, 2012, p. 06).

A música possibilita uma amplitude pedagógica e ela foi configurada ao longo de todos
esses anos para que houvesse uma maior democratização em sua utilidade. A aprovação da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, Lei nº 9.394, determina que
“as artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente
curricular obrigatório” (BRASIL, 1996, art. 26, § 2 e 6). O ano de 2008, portanto, mais de
uma década após a lei anterior, marca a reinserção do ensino de música na educação básica
através da Lei 11.769, determinando-se que “a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas
não exclusivo, do componente curricular” (BRASIL, 2008, art. 1º § 6), sendo essa a lei que
vigora hoje.
Diante de toda a trajetória do ensino de música na educação básica, ela sempre esteve
presente nas manifestações cotidianas musicais. Em Aracaju, há registros de músicos

2
Atualmente o ensino secundário é conhecido por ensino médio.
10

proeminentes que influenciaram a cena cultural contribuindo para esse processo dentro do seu
contexto real. Nas palavras de Chagas Neto (2012, p.4), “na década de 1920 observava-se na
capital, manifestações musicais relacionadas às instituições religiosas, à banda da Polícia
Militar do Estado e a músicos que tocavam e cantavam principalmente na vida noturna da
cidade”. Graça; Souza e Cerqueira Filho corroboram com Chagas Neto quando trazem a
seguinte informação:

No começo do século XX, grupos de música orquestral formado por violões


e cavaquinhos começaram a ganhar o respeito público. Por volta de 1911, a
orquestra3 do “mestre chula” animava as festas religiosas da Catedral de
Aracaju e de outras cidades: estava sempre presente nas novenas que eram
seguidas de grandes bailes. O mestre chula também regia a Filarmônica
Santa Cecília que animava aniversário e participava de apresentações das
trupes de teatro e circo que passavam em Aracaju (GRAÇA; SOUZA;
CERQUEIRA FILHO, 2002, p. 83, apud SANTOS, 2012, p.08).

Com tais influências, as manifestações artísticas evoluíam e se proliferavam com o


desenvolver da música em espaços informais que convergiram também para os espaços
formais de educação. Para entendermos como o ensino de música se formalizou em Sergipe,
especificamente na capital sergipana, será preciso reconhecer a importância do Imperial
Conservatório de Música do Rio de Janeiro, considerado o primeiro da América do Sul.
Criado em 1841 por Francisco Manoel da Silva,4 passou a funcionar efetivamente em 1848
(HAZAN, 2010). Após a Proclamação da República em 1889, a instituição passou a se
chamar Instituto Nacional de Música e atualmente é a Escola de Música da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. O então Instituto Nacional de Música contribuiu para a formação
musical de alguns professores sergipanos, como Genaro Plech5 e das professoras Maria
Valdete de Melo, Cândida Vianna Ribeiro e Geralda Almeida de Abreu (LIMA, 2012, p. 09),
atuando no Conservatório de Música de Sergipe, inaugurado em 1945.

Os registros da atuação das referidas professoras em Aracaju dão conta que as mesmas
já atuavam na década de 1930, antes da fundação do Conservatório. Segundo Lima (2012, p.
09), a professora de piano Maria Valdete de Melo tinha orgulho da sua formação no Instituto
Nacional de Música e fazia questão de registrar nos estatutos do seu Curso de Música:

3
O termo orquestra depende muito do contexto e como as fontes podem descrevê-las. Nessa época o que se
chamava por orquestra no Brasil, não tem nada a ver como conhecemos hoje. Por vezes eram grupos de músicos
com instrumentos aleatórios, sem tocar repertório considerado propriamente de orquestra. (Informação Verbal)
do Professor e Maestro Daniel Nery no dia 05 out. de 2017.
4
Compositor do Hino Nacional Brasileiro.
5
Professor de canto da Escola Normal em Aracaju foi convidado a fazer um curso de Canto Orfeônico com
Villa-Lobos e, com a recomendação do maestro, pôde assim lecionar (GOÉS, 2010, p.04).
11

Estatutos do curso particular de solfejo e piano denominado “Curso Maria


Waldette”, sob a direçaõ de Maria Waldette de Mello, diplomada pelo
Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro e Registrada como
professora de música pelo Departamento Nacional de Ensino. (DIÁRIO
OFICIAL DO ESTADO DE SERGIPE6, 1935, p. 4537, apud LIMA, 2012,
p. 35).

Maria Gorete de Almeida Lima ressalta que os programas de ensino do Instituto


Nacional eram adotados em outros cursos de música ministrados por outras professoras como
Helena Abud, Maria Almeida e Cândida Vianna Ribeiro (LIMA, 2012, p. 36). Sobre isso, a
autora traz o seguinte registro:

Os exames do fim do anno obedeceraõ literalmente ao programa do Instituto


Nacional de Música do Rio de Janeiro [...] Após a terminaçaõ do curso com
a última prova de exame final, o aluno receberá da Diretoria o seu respectivo
diploma de Solfejo ou piano, desde que satisfaça plenamente à meza
examinadora, na execução de estudos e peças finaes, conforme o programa
do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro [sic] (DIÁRIO OFICIAL
DO ESTADO DE SERGIPE, 1935, p. 4357, apud LIMA, 2012, p. 35).

A regulamentação do ensino de música no país se deu pelo Decreto nº 1.331, de 17 de


fevereiro de 1854 (Art. 47º § 11)7. A trajetória da educação musical sofreu ao longo do tempo
uma lapidagem. Com a ascensão da Era Vargas, a partir da década de 1930, o ensino de
música ganhou uma maior visibilidade com o canto orfeônico nas escolas promovido por
Villa-Lobos. Todavia, a intenção do fazer musical como disciplina nas escolas era de
patriotismo e civismo da Ditadura, de forma que “o Canto Orfeônico, a educação física e a
Geografia foram consideradas disciplinas ‘estratégicas’ para o governo do Presidente Vargas”
(SANTOS, 2012, p. 64). Os alunos nos espaços escolares se beneficiaram com o que a música
lhes inferia com o Canto Orfeônico, enquanto que para os artistas da época ocorria a censura
em que não podiam, com legitimidade, difundir suas músicas.

Em Aracaju, o canto orfeônico foi implantado “no Instituto de Música e Canto


Orfeônico (IMCOSE), dirigido pelo Professor e Maestro Genaro Plech” (DANTAS, 2004,
p.163 apud, SOUZA, 2016, p.17), sediado no antigo Instituto de Educação Ruy Barbosa. A

6
De acordo com Lima (2012, p. 12), atualmente “o Diário Oficial do Estado de Sergipe tem como finalidade
divulgar os despachos oficiais do governo, diferente do que acontecia nas primeiras décadas de sua existência
[fundado em 5-12-1894, com a 1ª circulação em 1-09-1895], no qual se veiculava toda espécie de notícias:
vendas, aluguéis, propagandas de serviços profissionais, achados e perdidos, eventos sociais, horários de
transportes, programações cívicas, discursos políticos etc.”
7
Recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-a-17-fevereiro-1854-590146-
publicacaooriginal-115292-pe.html> Acesso em: 22 set. 2017.
12

Escola Normal8 em Aracaju foi fundada em 1874 e, no ano de 1923, recebeu a denominação
de Escola Normal Ruy Barbosa e “através da Lei nº 30 de 04 de dezembro de 1947, passou a
denominar-se Instituto de Educação Ruy Barbosa” (GOÉS, 2010, p. 08-9).

A partir da análise do Diário Oficial de Sergipe, Lima (2012) constatou que o canto
orfeônico, na década de 1930, já se mostrava presente nas escolas localizadas em Aracaju e no
interior do estado:

A presença de canto orfeônico nas instituições de ensino sergipanas pode ser


constatada pelas propagandas veiculadas no Diário Oficial do Estado sobre
as escolas públicas e privadas, como o Colégio Tobias Barreto, Colégio
Nossa Senhora de Lourdes, Colégio Nossa Senhora das Graças (localizado
em Propriá) Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, entre outros,
cujo programa educacional deste último, revela até o nível musical da época,
pelo fato de apresentar um curso avulso de piano e também Canto Orfeônico
e uma filarmônica colegial (DIARIO OFICIAL DO ESTADO DE
SERGIPE, 1935, p. 4300 apud LIMA, 2012, p.15-6).

Na capital sergipana, segundo Lima (2012, p. 10), “as grandes concentrações orfeônicas
ocorreram em 1936 e 1937 no Estádio Adolpho Rollemberg, sob a regência de Vieira
Brandão9, amigo particular e assessor de Villa-Lobos, e Genaro Plech”. Genaro Plech vem se
especializar no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico no Rio de Janeiro que “surgiu em
1942, em consequência da prática do canto orfeônico que já se encontrava disseminada no
território brasileiro” (LIMA, 2012, p.10). Após a criação do Conservatório Nacional de Canto
Orfeônico foram criadas outras instituições com os mesmos objetivos “na cidade de Aracaju
(1945) [...] tiveram o CNCO como referência e os diplomas emitidos por eles tinham que ser
reconhecidos pela inspeção federal” (SANTOS, 2012, p. 69).

Em 1945 o Conservatório de Música de Sergipe é inaugurado pelo maestro Genaro


Plech. Primeiramente denominado “Instituto de Música e Canto Orfeônico de Sergipe”
(IMCOSE), foi denominado como Conservatório de Música de Sergipe “a partir de 1971 [...].
Os cursos oferecidos eram os seguintes: Técnico em Canto e Instrumento, com o ensino de
piano, violão, flauta, trompa, oboé, saxofone, trompete, trombone, tuba, órgão eletrônico,
clarineta, violino, viola, violoncelo, contrabaixo e tímpano”. (ANDRADE, 2009, apud

8
Em 2012, o Instituto estava com a sua última turma do curso normal, composta por 236 alunos matriculados
nos turnos da manhã e noite, atuando também com curso profissionalizante.
Disponível em: <http://www.infonet.com.br/noticias/educacao//ler.asp?id=131522>
Acesso em 22 set. 2017.
9
“Músico participante da ‘missão carioca’ e esteve em Sergipe nos anos 1936 e 1937, colaborando com o
desenvolvimento do Canto Orfeônico no Estado, ministrando Cursos de aperfeiçoamento e como regente nas
concentrações orfeônicas” (LIMA, 2010, p.10).
13

SANTOS, 2013b, p.15). O curso técnico era oferecido em nível médio profissionalizante,
além de cursos de formação inicial (musicalização) e curso básico10. Chagas Neto (2012)
apresenta os seguintes registros oficiais do Conservatório de Música de Sergipe:

Obteve seu Ato de funcionamento sob a resolução n° 111 de 22 de dezembro


de 1978 pelo Conselho Estadual de Educação. Seu registro como escola foi
feito através da resolução n° 131 de 29 de dezembro de 1988 e a instituição
foi finalmente reconhecida através do Ato de Reconhecimento em 27 de
setembro de 1990 (CHAGAS NETO, 2012, p. 7).

Figura 1: Conservatório de Música de Sergipe em 1971.


Fonte: Biblioteca do IBGE. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-
catalogo?view=detalhes&id=440719. Acesso em: 26 set. 2017.

O Conservatório de Música de Sergipe passou a ter novos rumos a partir da década de


1960, quando o Canto Orfeônico se tornou facultativo nos espaços escolares em todo o país
com a “Lei 4.024/61, que trouxe a extinção da prática do Canto Orfeônico e, por conseguinte,

10
Atualmente o Conservatório de Música de Sergipe oferece três modalidades de cursos: Oficinas, Cursos de
qualificação profissional e Cursos técnicos.
14

as apresentações dos alunos em instituições públicas ou em rádios se limitaram à execução


instrumental” (LIMA, 2012, p. 40). Nesse intervalo:

Em 1965, o primeiro diretor Genaro Plech se aposenta assumindo a direção


da casa, brevemente, o professor Benjamin Sandino Horagen, seguido pela
gestão do maestro Leozírio Guimarães em 1966, introduzindo aulas de
instrumentos para banda e orquestra, o coral foi reabilitado e uma orquestra
foi criada, no qual acreditam ser a primeira Orquestra Sinfônica de Sergipe.
(LIMA, 2012, p. 41).

O maestro Leozírio Guimarães “foi um dos pioneiros no ensino e divulgação da música


em Sergipe” (GOÉS, 2010, p. 06). O maestro fez curso de especialização com Genaro Plech e
teve grande contribuição para o Instituto Rui Barbosa. De acordo com Góes (2010, p.06-7),
Leozírio Guimarães participou na fundação de instituições como “a primeira orquestra do
Estado, a Orquestra Sinfônica do Instituto de Música de Sergipe, atual Orquestra Sinfônica de
Sergipe (ORSSE) e a Escola de Música Nossa Senhora da Purificação que, posteriormente,
veio a ser a Sociedade Filarmônica de Sergipe (SOFISE)”11.

A participação de Leozírio Guimarães está registrada também na solenidade de criação


da Universidade Federal de Sergipe. Há registros de que, nos estudos de Santos (2012, p.77),
“o Coral da Escola Normal de Aracaju executou duas músicas na cerimônia e fundação da
UFS”. Para reiterar as palavras de Santos (2012), apresentamos a seguir o seguinte registro
feito por Lima (2012) a partir da Ata da Sessão Solene de Instalação da Universidade Federal
de Sergipe:

Ouvindo um número de música, executado pelo coral do Instituto de


Educação Ruy Barbosa, com acompanhamento da orquestra, sob a regência
do maestro Leozírio Guimarães. [...] Após novo número de música, usou da
palavra o Exmo. Sr. Governador do Estado. Dr. Lourival Batista (SERGIPE
ATA DA SESSÃO SOLENE DE INSTALAÇÃO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SERGIPE, 1968, apud LIMA, 2012, p. 77).

Com a fundação da UFS, em 1970, é criado o Coro da Universidade Federal de Sergipe


(CORUFS). Sobre este tema estaremos trazendo mais referências no próximo capítulo deste
trabalho.

11
Em dezembro de 2016, através da Fundação Nacional de Artes do Ministério da Cultura, o Governo Federal
concedeu verbas para Sergipe em prol da realização do projeto Prêmio Leozírio Guimarães de apoio a Bandas de
Música que consiste na distribuição gratuita de instrumentos musicais de sopro a entidades privadas, sem fins
lucrativos. Disponível em:
<http://www.portaldatransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=836334&TipoConsult
a=1&UF=se&CodMunicipio=&CodOrgao=42000&Pagina=2&Periodo>
Acesso em: 23 set. 2017.
15

Em 1971, com a Lei de Diretrizes e Bases n° 5.692, a música perdeu ainda mais espaço
nas escolas e em Aracaju não foi diferente. A denominação “Educação Musical” foi
substituída por “Educação Artística” e, neste compasso, a disciplina passou a compreender,
além da música, a dança, as artes cênicas e as artes visuais, predominando esta última nas
rotinas escolares. Assim, no Brasil e também em Aracaju, no período entre as décadas de
1970 e os primeiros anos de 2000, a música praticamente se tornou inexistente nas escolas.
No entanto, em Aracaju, mesmo fora da escola regular, a música não foi silenciada e passou a
ocupar ainda mais espaços em outros contextos como filarmônicas (na capital e no interior),
orquestras, bandas, escolas de música, festivais, projetos musicais, entre outros.

Diante desta presença da música nos mais diferentes contextos, a música popular
regional ganhou espaço a partir do desenvolvimento de gêneros/ritmos locais. Em Sergipe,
“no final da década de 70 e início dos anos 80, começa a surgir um sentimento ufanista em
nosso Estado em relação à música. Desenvolve-se um conceito de música popular sergipana,
que traz a ideia de uma música autêntica de Sergipe” (GOVERNO DE SERGIPE, 2017, não
paginado)12.

Em Sergipe, as décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pelos grandes Festivais de


Música Popular que também aconteciam em outros estados do país desde a década de 1960,
período fortemente influenciado pelo Movimento do Tropicalismo. Os artistas sergipanos
participavam de Festivais nacionais e locais, e os Festivais que mais se destacaram em
Aracaju foram:

O Festival de Música Popular Sergipana, na década de 80, cujo primeiro


vencedor foi o grupo Cata Luzes. A sua segunda edição revelou o cantor
Mingo Santana, que ganhou o primeiro lugar com a música “sementeira”.
Outro Festival importante foi o Novo Canto – Festival de Música Estudantil,
que em 86, 87 e 88, lançou nomes como Chico Queiroga, Antônio Rogério,
Sena e Sergival, Nininho Silveira, hoje Nino Karva [sic], entre outros. Vale
lembrar, que o Festival gravava um disco com as 10 melhores músicas. [...]
A UFS promoveu em 1989 o Festival de Música Ecológica, cujo vencedor
foi Nininho Silveira, e em 92, o Femufs – Festival de Música Universitária.
Em 1997 [...] Projetos como o Prata da Casa e o Projeto Seis e Meia,
promovidos pela Secretaria de Estado da Cultura. [...] Em nível local, o
Sescanção, festival realizado pelo Sistema Fecomércio, pode ser considerado
hoje o evento mais articulador da música em Sergipe. [...] ‘Verão Sergipe’,

12
Para mais informações, recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://lai.se.gov.br/2015/10/02/musica-sergipana/ >Acesso em 24 set. 2017.
16

‘Rock Sertão’, ‘Projeto Verão’, ‘Forró Caju’ e ‘Arraiá do Povo’.


(GOVERNO DE SERGIPE, 2017, não paginado)13.

No final da primeira década dos anos 2000, iniciam-se as primeiras iniciativas de


reinserção da disciplina música na educação básica, impulsionadas pelo cumprimento da Lei
11.769/08 que deixa uma lacuna: o ensino de música é obrigatório, mas não exclusivo do
componente curricular, ao passo que a música não será vista como disciplina que aprova ou
reprova e com uma grade curricular definida, a instituição de ensino tende a decidir seus
componentes podendo assim englobar o professor de música como o professor de artes, não
utilizando critérios de seleção. Porém, “recentemente em 04 de dezembro de 2013, foi
aprovado pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, o Parecer e
Projeto de Resolução que define Diretrizes Nacionais para a operacionalização do ensino de
música na Educação Básica” (LIMA; OLIVEIRA; SANTOS, 2015, p. 08).

A respeito da situação atual do ensino de música nas escolas públicas da rede estadual
em Aracaju, as pesquisas realizadas pela professora Dra. Rejane Harder14 e colaboradores
(2010, p. 1772), demonstraram que “das vinte e quatro escolas estaduais do município de
Aracaju-SE, apenas uma, até o ano de 2009, incluía em seu currículo o ensino de música”. A
autora Alda Oliveira (2015, p. 156) reitera em seu livro umas das pesquisas realizadas pela
Professora Rejane Harder:

De acordo com dados de pesquisa de 2009, o ensino de música acontecia


somente em 4% das escolas da cidade de Aracaju [...] e somente 9% das
escolas do Estado. A maioria desse ensino era feito informalmente.
Nenhuma escola pública incluía Música como componente curricular
(Harder, et al., 2010). Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Curso
de Graduação em Educação Musical é relativamente novo, tendo começado
em 2007. Em 2009, vinte estagiários foram selecionados pelas escolas
públicas de Aracaju, recebendo bolsas do Programa Institucional de Bolsas
para Incentivo à Docência (PIBID), criado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Superior (CAPES) no Ministério
da Educação. Em 2014, havia sessenta bolsistas PIBID15 com diplomas de
Graduação em Educação Musical da UFS ensinando música nas escolas
públicas de Aracaju (OLIVEIRA, 2015, p. 156).

Demais pesquisas, que são objeto de estudo por graduandos do curso de Licenciatura
em Música da (UFS), revelam que a rede pública municipal de Aracaju ainda continua sem

13
Para mais informações, recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://lai.se.gov.br/2015/10/02/musica-sergipana/ >Acesso em 24 set. 2017.
14
Docente do Departamento de Música da UFS.
15
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência no Departamento de Música da UFS será mais
detalhado no próximo capítulo deste trabalho.
17

aulas específicas de música, sendo que nesses espaços a música atua de forma recreativa em
datas festivas, não acontecendo de forma consciente em seu currículo escolar. De acordo com
o levantamento feito por Cássia Tawana Silveira dos Santos em sua monografia intitulada
Caminhos para a implementação da Lei 11.769/2008 na rede pública municipal de ensino de
Aracaju/SE:

No caso da Rede Pública Municipal de Aracaju/SE, observa-se que ainda


não há de fato a implementação da Lei 11.769/08, apesar de algumas
unidades já possuírem projetos que incluam experiências com a música e de
alguns gestores considerarem que suas escolas já possuam o ensino de
música, através da entoação de músicas na hora do recreio ou nas
comemorações de datas cívicas e outras festividades. Entretanto, já
encontrados alguns avanços para a mudança desse quadro, como o concurso
para professor de música da Secretaria Municipal de Educação (SEMED)
realizado no final de 2011, embora até o ano de 2012 nenhum candidato
aprovado tenha sido convocado para atuar nas escolas. (SANTOS, 2013a, p.
61).

Deve-se salientar que, além da sanção da Lei 11.769/2008, o lançamento de editais


também impulsionou as primeiras manifestações do retorno da música nas escolas sergipanas.
A Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG) realizou
recentemente, com o edital nº 01/2017, um processo seletivo para a contratação temporária de
professor de Artes (música, danças, artes, teatro) para atuar na rede básica de ensino,
considerando as vagas que não foram supridas pelos aprovados no Concurso público nº
01/2012. Os órgãos responsáveis também pela elaboração de concursos para professor de
música em Aracaju são a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e a Secretaria de
Estado da Educação de Sergipe (SEED). As autoras Lima; Oliveira e Santos (2015, p. 9-10)
destacam que:

Em 2010 a Secretaria de Estado da Educação de Sergipe promoveu um


concurso público para professor da rede básica, quando foram aprovados
cento e quarenta e dois candidatos para o cargo de Professor de Educação
Básica, disciplina: Artes [...] não houve vagas para áreas específicas como
Música [...] Atualmente, sete profissionais licenciados em Música pela
Universidade Federal de Sergipe estão em atuação [...] juntamente com as
atividades de estagiários do Curso de Licenciatura em Música da UFS.
(LIMA; OLIVEIRA; SANTOS, 2015, p. 9-10).

Ainda sobre a inserção da prática musical nas escolas da rede pública em Aracaju,
destacamos o papel de alguns projetos presentes na rede municipal como o “Mais Educação,
[...] o Coral de inclusão Mãos Falantes, a Orquestra Sinfônica da Cidade de Aracaju
(OSCAR) em que conta com alunos que fazem parte da Rede Municipal de Ensino” (LIMA;
18

OLIVEIRA; SANTOS, 2015, p.11). Ainda acrescentando a Orquestra Jovem de Sergipe no


Colégio Estadual Vitória, localizada no bairro Santa Maria e na Escola Municipal João Paulo
II, no bairro 17 de março. É um projeto de inclusão social, iniciado em 2014, realizado pelo
Ministério da Cultura, Instituto Banese e Governo de Sergipe. Com atuação do maestro
Márcio Boer Bonifácio é ofertado aulas de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, teoria
musical e canto coral.

Orquestra Sinfônica Jovem ofertou 300 vagas para os alunos da rede pública no ano de
2012, numa parceria entre a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e o Centro de
Cultura e Arte (CULTART), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários
da UFS e também à Orquestra Sinfônica Vale do Cotinguiba (OSVC).

Na rede de ensino particular em Aracaju a situação do ensino da música é um pouco


melhor, mas insuficiente. Os últimos dados dessas escolas são da pesquisa feita pela
Professora Dr.ª Rejane Harder e colaboradores que constataram, até o ano de 2010, “das
sessenta e oito instituições privadas de ensino fundamental e médio, foram pesquisadas trinta
e uma escolas (45,59%), sendo que o ensino de música foi encontrado em quinze escolas
(48,39%), apenas do maternal ao 5º ano” (HARDER, 2010, p. 1767). A professora Harder
ainda acrescenta que foram descobertas duas escolas que ministram o ensino de música do 6º
ao 9º ano, logo após a realização da sua pesquisa. Um fato que podemos considerar é que, em
Aracaju, as escolas estão aos poucos se readequando a este novo cenário, equiparando-se à
ausência da música por mais de três gerações e que foi tratada de forma facultativa no
currículo escolar. O ensino de música é de suma importância na educação básica porque “as
escolas têm um papel crucial na nossa sociedade, tanto social como politicamente”
(OLIVEIRA, 2015, p. 160).

2.2. AS ESCOLAS DE MÚSICA

Diante da quase inexistência da presença da música na educação básica ao longo das


últimas décadas do século XX e a sua lenta retomada nos primeiros anos do século XXI, as
escolas de música representaram um dos principais acessos ao ensino de música em Aracaju.
Santos (2013b), na sua pesquisa sobre o ensino de violão em Aracaju, destaca a importância
destes estabelecimentos no ensino instrumental:
19

Nas escolas [de ensino regular] em que há o ensino de música, ele não é
direcionado ao ensino de instrumento, levando o interessado em aprendê-lo e
a procurar um professor particular ou uma escola de música. Ou seja, mesmo
sendo possível aprender música em vários contextos e espaços existentes, a
instituição de ensino musical, ou seja, a Escola de Música é um espaço
relevante para a formação musical e de atuação profissional de músicos e
professores.(SANTOS, 2013b, p. 59)

Em se tratando das escolas de música, em Aracaju existem dois tipos de instituições: as


que saõ reconhecidas pelo Ministério da Educaçaõ (MEC) e pela Secretaria do Estado de
Educaçaõ de Sergipe (SEED) e, por isso, estaõ autorizadas a emitir certificados de conclusaõ
de cursos, e as conhecidas também como “escolas livres” ou “escolas alternativas”
(SANTOS, 2010; SANTOS; FERRER, 2013). No primeiro caso encontramos duas escolas: o
Conservatório de Música de Sergipe, que já mencionamos no tópico anterior, e a Academia de
Música Carlos Gomes.

Academia de Música Carlos Gomes, situada na Rua Urquiza Leal, bairro Grageru,
surgiu em 1958. Santos (2013b, p.17-8) descreve que a escola foi fundada por Eribaldo Prata
com o nome de Academia de Acordeon Regina, constituindo-se na primeira instituição de
ensino particular em Aracaju. Uma constância na história da instituição foram as grandes
apresentações no Teatro Atheneu com festivais de teatro, dança e música. Além das
apresentações em teatros, a escola também desenvolvia algumas atividades no rádio e na
televisão. Atualmente a escola oferece aulas de piano, teclado, acordeon, guitarra, violão e
cavaquinho. As aulas dos instrumentos de cordas (violão, guitarra e cavaquinho) ficam por
conta do professor Reginaldo Souza16 e as dos instrumentos de tecla (piano, teclado e
acordeon) a cargo do professor Eribaldo Prata.

No segundo caso tratam-se de instituições de formaçaõ musical independentes, de


caráter comercial, com autonomia para definir normas e currić ulos e que atendem aqueles que
buscam aprender um instrumento musical. Sobre as “escolas alternativas”, Silva (1996) traz a
seguinte definiçaõ :

O termo "escola alternativa" significa escolas ou academias de música


particulares, sem viń culo com a rede oficial de ensino. Envolve o ensino de
música de acordo com normas estabelecidas pela própria escola, sem o
compromisso de cumprir um programa determinado pelo Ministério da
Educação e Cultura ou por órgaõ s estaduais e municipais de ensino.

16
Graduando do curso de Licenciatura em Música da UFS.
20

De modo geral saõ as escolas que apresentam um currić ulo ou programa de disciplinas
flexível e repertórios voltados para estilos musicais variados, vinculados aos instrumentos dos
quais dispõem e, também, ao interesse daqueles que procuram a escola para aprender música,
sem oferecer, contudo, a concessaõ de diplomas (SILVA, 1996, p. 51).

De acordo com Souza (2016, p. 19), “com o surgimento dessas escolas, de certo modo,
provocou-se uma revolução no ensino de música em Sergipe, por se tratar de instituições que
aplicavam uso de uma didática de ensino de forma livre e libertadora” (SOUZA, 2016, p. 19).
De acordo com dados da pesquisa feita por Souza (2016, p. 25), em Aracaju foram
constatadas aproximadamente 16 escolas de música nas quais destacaremos algumas a seguir.

A Sociedade Filarmônica de Sergipe (SOFISE), fundada em 1971 pelo maestro Leozírio


Guimarães, está situada na Rua São Cristóvão, Centro. Moreira (2005, apud GOÉS, 2010, p.
07) atualmente é presidida pela Professora Maria Olga de Andrade, sendo uma instituição de
ensino de música que há 30 anos realiza concertos mensais voltados para a formação de
plateia no município aracajuano. Possui uma pequena biblioteca e um banco de partituras de
compositores sergipanos dos séculos XIX e XX. Há ainda uma coleção de objetos pessoais de
Leozírio Guimarães, um arquivo de instrumentos e acervo fonográfico de música erudita geral
e sergipana.

A Escola de Música Santa Cecília foi fundada em 1975 por José de Deus e se encontra
situada na Rua Mato Grosso, bairro Siqueira Campos. Atualmente “a escola oferece aulas de
instrumento de sopro, piano, violão, e cavaquinho. Outra particularidade da escola, além do
ensino de instrumentos de sopro é a presença de portadores de necessidades especiais fazendo
aula de música” (SANTOS, 2013b, p. 25).

A Escola de Artes Valdice Teles surgiu em 1984. É ligada à Fundação Municipal de


Cultura, Turismo e Esportes (FUNCAJU) e está localizada na Rua Vila Cristina, bairro São
José. É uma escola que vem dando oportunidades para qualquer pessoa ter acesso ao ensino
sistematizado de música, oferecendo diversos cursos como violão clássico, violão popular,
harmonia e improvisação, saxofone e clarinete, técnica vocal, flauta doce, percussão, teclado,
canto popular, violino, trompete e contrabaixo. Além dessas ofertas, a escola de Artes Valdice
Teles ainda promove projetos em prol da difusão musical como Talentos de Aracaju; Na
calçada da Valdice tem (homenageia artistas sergipanos); Casa grande (resgate da cultura
21

afro-brasileira) e a Orquestra Sinfônica de Aracaju (PREFEITURA MUNICIPAL DE


ARACAJU, 2009, não paginado)17.

Escola de Música Magia do Som foi fundada em 1984 pela professora Edna Maria,
situada na Rua Manuel Dias da Costa, Conjunto Alvorada, Bairro Luzia. “A escola de música
tem como foco de trabalho a musicalização. Segundo a professora Edna, a musicalização não
é só infantil. Quem nunca fez música está sendo musicalizado” (SANTOS, 2013b, p. 34).
Atualmente oferta cursos de piano, teclado, musicalização, bateria, violão, violino.

O Centro de Criatividade João Alves Filho, fundada em 1985, é uma unidade vinculada
à Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), situada na Praça Saturnino Brito, bairro Getúlio
Vargas. Através de cursos, oficinas e ateliês ligados às diversas linguagens artísticas, oferece
um espaço criativo à comunidade local.

A Escola de Música Andrés Segovia foi fundada em 1996 pelo professor Ronaldo
Valença de Sá. Situada na Avenida Desembargador Maynard, bairro Cirurgia. A escola
oferece cursos de piano, violão, teclado, técnica vocal, cavaquinho e curso preparatório para o
vestibular de música. De acordo com a entrevista realizada por Santos (2013b, p. 40) com o
professor Ronaldo, o objetivo da escola é desenvolver um trabalho pedagógico similar ao
trabalho realizado no Conservatório de Música de Sergipe.

Constatamos uma instituição de organização não governamental (ONG) com finalidades


culturais, o Instituto Canarinhos de Sergipe (INCASE). Fundado em 1999, encontra-se
situado na Rua Gararu, bairro Getúlio Vargas. O instituto está voltado para a promoção da
cidadania e dos direitos humanos e assistência social. A instituição conta com um sólido
trabalho desenvolvido com jovens e crianças e está dividida em três grupos de assistência
social: PCA (formado por crianças de 6 a 10 anos); Canarinhos de Aracaju (formado por
crianças de 11 a 17 anos); Orquestra Villa-Lobos (formada por alunos do Canarinhos de
Aracaju). A instituição desenvolve também trabalhos com crianças portadoras de Síndrome de
Down e autistas, utilizando oficinas de canto e instrumentos musicais como violão, viola,
violino, violoncelo, contrabaixo, teclado, metalofone, escaleta, percussão e bateria. A
instituição recebeu diversos prêmios desde 2008 e no ano passado foi vencedor, por votação
popular, do Prêmio VIVO Música que transforma (G1 SERGIPE, 2016, não paginado)18.

17
Para mais informações recomendamos a consulta no seguinte endereço eletrônico:
<http://www.aracaju.se.gov.br/index.php?act=leitura&codigo=32678> Acesso em 11 set. 2017.
18
Para obter mais informações a respeito do Canarinhos de Aracaju visite o endereço eletrônico:
22

O Instituto de Bateria Bateras Beat em Aracaju, fundado em 1999, situa-se na Rua


Ribeirópolis, bairro Pereira Lobo. É uma escola especializada em bateria. “Apesar de o foco
ser o ensino de bateria, o instituto também oferece cursos de piano, contrabaixo, guitarra e
violão” (SANTOS, 2013b, p. 44), e o interessante nesta escola é que utilizam métodos
didáticos desenvolvidos pelos próprios professores da instituição.

A Escola de Música Claves e Acordes, situada no bairro da Farolândia, atua desde 2000
dedicando-se totalmente à proliferação do saber musical. Até a conclusão desta pesquisa não
foi possível obter informações sobre os cursos ofertados.

O Centro de Aprendizagem Musical (CAM), fundada em 2001, pelo professor de


música e empresário Wesley Barbosa, fica situada na Rua José Faro Rollemberg, bairro
Salgado Filho. Oferece “cursos livres de música, musicalização infantil, curso de reciclagem e
capacitação de professores, workshops e oficinas musicais. São ofertados cursos livres de
violão, guitarra, contrabaixo, teclado, bateria, vocal, cavaquinho e saxofone, dentre outros”
(SANTOS, 2013b, p. 46).

O Curso Livre de Música (CLM) foi fundado em 2003 pelo casal de músicos Virginia
Fontes (cantora) e Welison Gomes (instrumentista). Atualmente está situada na Rua 41,
Conjunto JK, no bairro Sol Nascente. Oferece aulas de cavaquinho, teclado, contrabaixo e
violão. Uma especificidade da escola é que o público alvo é a terceira idade (SANTOS,
2013b, p. 50).

A Oficina de Música Raimundo Rodrigues foi fundada em 2003 pelo músico e


professor cujo nome a escola se identifica. Localizada na Rua Oscar Valois Galvão, bairro
Grageru. Com a entrevista realizada por Santos (2013b, p. 53) com o fundador dessa Oficina
de Musica, ele diz que não é uma escola de música e sim uma sala de aula em que ele trabalha
sozinho, sendo que “a Oficina atende alunos a partir dos doze anos e oferece além do ensino
de violão, aulas de teclado, guitarra e escaleta”.

A Escola de Música Som e Movimento está situada na Rua Boquim, Centro. Oferece
cursos de violão, guitarra, bateria, violino, clarinete, flauta doce, contrabaixo, teoria musical,
técnica vocal, flauta transversal, piano, teclado, saxofone, musicalização infantil e
preparatório para a prova de vestibular para o Curso de Música.

<http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2016/07/instituto-canarinhos-de-sergipe-e-finalista-de-premio-de-
musica.html>Acesso em 22 set. 2017.
23

E, por fim, a escola de música Musicalle, localizada no centro Comercial Bounganville,


Centro. Oferece curso de musicalização para crianças, jovens e adultos, com o uso dos
métodos ativos e oficinas para professores de música e demais interessados.

Ainda poderíamos acrescentar mais escolas de música, mas finalizamos citando apenas
os nomes das escolas e suas respectivas localizações, como o Instituto Scorpions Drum que se
enquadrou como escola de música, localizada na Rua Permínio de Souza no bairro Cirurgia.
Ronisson Aulas de Piano, Teclado e Flauta, localizado na Rua Manoel Mota, no bairro
Aeroporto. Escola de música Harmonia Brasil, situada no Conjunto Augusto Franco,
Farolândia. As escolas de música assumem um importante papel como instituições de
formaçaõ musical e, em alguns contextos, representam um espaço único para a vivência
musical.
24

3. A MÚSICA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Os interessados no processo histórico musical no âmbito da Universidade Federal de


Sergipe irão se deparar com diversas informações sobre as primeiras iniciativas musicais na
instituição. Segundo os primeiros relatos foi criado em 1970, através da iniciativa do
professor João Cardoso, primeiro Reitor da UFS, o Coral da Universidade Federal de Sergipe
(CORUFS), tendo como regente o maestro Antônio Carlos Plech. Lacerda Filho (2015, p. 33)
acrescenta que “o coral tinha por objetivos agregar não só os alunos e professores, mas
também funcionários, ex-alunos, amadores e pessoas da comunidade ao trabalho em prol do
crescimento científico-social sergipano”.

Posteriormente, as atividades musicais ficaram a cargo do Centro de Cultura e Arte


(CULTART) que é uma instituição anexada à Universidade Federal de Sergipe surgida “em
1980 [...], tendo como objetivo incentivar a produção artística e cultural local, além de
promover a interação entre o meio acadêmico e a sociedade19” (FUNCAJU, 2015, não
paginado). Atualmente, dentre esses objetivos, compete à Divisão de Música (DIMU) o
planejamento, a coordenação e execução dos ensaios da Orquestra Sinfônica da Universidade
Federal de Sergipe (OSUFS).20 Hodiernamente seus ensaios acontecem no Teatro Tobias
Barreto, oferecendo, desde 2011, concertos regulares para a comunidade acadêmica e ao
público sergipano. Atualmente é formada por 45 músicos, entre alunos da UFS e voluntários
em geral. Os alunos da UFS recebem bolsa-estágio para se dedicarem ao estudo do
instrumento, aos ensaios e concertos da orquestra. Para o maestro Daniel Guimarães Nery21,
“sendo uma orquestra universitária, a OSUFS desenvolve uma extensa colaboração aos
órgãos da Universidade, difundindo a música sinfônica através de concertos comentados, com
solistas, alunos e professores do Departamento de Música e outros departamentos”22. Em
2015 o maestro Daniel Nery assumiu o posto de diretor artístico e regente titular da OSUFS

19
Disponível em: <http://funcaju.aracaju.se.gov.br/centro-de-cultura-e-arte-cultart/> Acesso em: 22 jun. 2017.
20
Criada em 2008 pelo maestro Ion Bressan. A OSUFS é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários (PROEX) e é gerida pela Divisão de Música da UFS. Disponível em:
<http://cultart.ufs.br/pagina/1895> Acesso em: 22 jun. 2017. Informações complementares do atual maestro
Daniel Nery.
21
Coordenador da Divisão de Música, Prof. Msc. do Departamento de Música da UFS e atua como Regente do
Coro e Orquestra da Universidade Federal de Sergipe OSUFS/CORUFS.
22
Informação dada pelo Prof. Msc. e maestro da OSUFS/CORUFS Daniel Guimarães Nery
via e-mail em 31 jul. 2017.
25

de forma a contribuir e integrar a orquestra a outros agrupamentos musicais em Aracaju, bem


como intensificar o relacionamento da orquestra com o Departamento de Música, servindo
como laboratório para prática de orquestra e prática de regência para os alunos de
Licenciatura em Música da UFS.

O CORUFS23, criado em 1970, possui tradição e importância na vida cultural em


Sergipe. Em 2011 foi reestruturado pelo maestro Ion Bressan e desde 2016 tem como regente
o maestro Daniel Nery. Atualmente é formado por 35 coralistas entre alunos bolsistas e
voluntários em geral. Desenvolve amplo repertório sinfônico acompanhado pela Orquestra
Sinfônica da UFS e também a capella. Segundo o maestro Daniel Nery, “o CORUFS
juntamente com a OSUFS, passou a ser um importante local de aperfeiçoamento e
qualificação profissional dos músicos do Estado”24.

Ainda associando a música ao campus universitário, convém citar a Rádio UFS


“atuando como um veículo de difusão de conteúdos educativos, culturais, informativos e
jornalísticos, estimulando as iniciativas da comunidade universitária” (RÁDIO UFS, 2017,
não paginado)25. Pode ser sintonizada pela FM 92,1 ou online. Em destaque, na Rádio UFS, o
programa Cacique Show que traz o que há de melhor na cena musical sergipana; são duas
horas de música com uma hora de entrevista com artistas e grupos de Sergipe. Vale citar
também o ADUFS26 Cultural que realiza uma série de programação cultural, e recentemente
realizou apresentações do Projeto Pampa e Sertão em Cantoria, com o artista gaúcho Pedro
Munhoz e o pernambucano Neudo Oliveira. “O projeto é composto por um repertório de
poemas, histórias, canções autorais e canções que marcam a identidade sulista e nordestina”
(ADUFS CULTURAL, 2017, não paginado)27. Com vistas aos grupos musicais, o Bago de
Jaca, que surgiu na UFS há mais de 18 anos, traz apresentações musicais num estilo forró pé-
de-serra, e em 2015 participou da comemoração dos 47 anos da UFS e demais artistas como

23
É uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEX) e é gerida pela Divisão de
Música da UFS. Informações disponíveis em: <http://cultart.ufs.br/pagina/2850-coral-ufs>
Acesso em: 28 jul. 2017. Informações complementares do CORUFS foram dadas pelo maestro Daniel Nery.
24
Informação dada pelo Prof. Msc. e maestro da OSUFS/CORUFS Daniel Guimarães Nery
via e-mail em 31 jul. 2017.
25
Para mais informações, recomendamos a consulta ao seguinte endereço eletrônico:
<http://radioufs.ufs.br/pagina/18128> Acesso em: 12 ago. 2017.
26
Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe.
27
Disponível em:
<http://www.ufs.br/agenda/216-adufs-projeto-pampa-e-sertao-em-cantoria-2017-2-16>
Acesso em: 12 ago. 2017.
26

Josué Azevedo (viola)28, Joba e Forró Ralacoxa etc. No ambiente acadêmico da UFS a música
sempre esteve presente de maneira a fomentar o intercâmbio da cultura com a educação.

3.1. O CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFS

Assim como em diversas universidades brasileiras, a Universidade Federal de Sergipe,


situada no município de São Cristóvão, tem em seu quadro o curso de Licenciatura em
Música, um curso voltado para a formação de professores de música, que teve início em 2007,
mas foi “no dia 12 de julho de 2006, em convênio entre a UFS e a SOFISE a implantação do
curso de Licenciatura em Música, sendo essa a data em que o curso passou a existir
oficialmente” (LACERDA FILHO, 2015, p. 37).

O curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal de Sergipe (UFS) é o único


em nível de graduação em música no estado de Sergipe, e conta atualmente com 278 alunos
matriculados29 provenientes da capital Aracaju e regiaõ metropolitana, e de cidades do interior
do estado como Itabaiana, Itabaianinha, Itaporanga da Ajuda, Lagarto, Laranjeiras, Moita
Bonita, Nossa Senhora da Glória, Ribeirópolis, Tobias Barreto, Siriri, entre outros.

Os acadêmicos do curso de Licenciatura em Música da UFS podem apresentar alguma


bagagem musical antes do ingresso no curso; inclusive é muito comum encontrar alunos que
já atuavam como músicos profissionais no mercado de trabalho antes de entrar na
universidade. Quanto aos locais onde os acadêmicos obtiveram a formação musical antes do
ingresso no curso de Licenciatura em Música destacamos o Conservatório de Música de
Sergipe, as escolas livres de música e outros espaços alternativos como organizações não
governamentais (ONGs), igrejas e bandas de música, especialmente as filarmônicas.

Desde 2007 o curso tem passado por modificações em sua grade curricular, buscando
melhorias para alcançar os objetivos pedagógicos com vistas à formação profissional. Nestes
termos, Queiroz e Marinho (2005, p. 84) dizem que:

28
Aluno graduando do Curso de Licenciatura em Música da UFS.
29
Trata-se do número total de alunos matriculados referente ao ano de 2016, mais especificamente dos dados do
dia 28/07/2016, conforme documento intitulado UFS em números 2015/2016 publicado pela Coordenação de
Planejamento e Avaliação Acadêmica (COPAC), setor integrante da Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN),
responsável pelo planejamento e acompanhamento das atividades acadêmicas da Universidade Federal de
Sergipe. Para mais informações indicamos o acesso ao documento pelo endereço eletrônico:
<http://indicadores.ufs.br/uploads/page_attach/path/1696/ufs_em_numeros_2015_web.pdf>
Acesso em: 28 jul. 2017.
27

Os cursos de música das universidades brasileiras, principalmente as


licenciaturas, passam por um momento de redefinição e de buscas
metodológicas, visando atender às múltiplas demandas da área. A partir da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/96
(Brasil, 1996), os cursos de licenciatura em música vêm sendo reestruturados
em suas bases curriculares, com a elaboração de projetos políticos
pedagógicos, que visam incorporar as dimensões exigidas para a formação
docente em geral, sem perder de vista as especificidades do campo da
música. (QUEIROZ; MARINHO, 2005, p.84).

Segundo os dados apresentados pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades


Acadêmicas (SIGAA), fornecidos pelo Prof. Dr. Eduardo Antonio Conde Garcia Jr.30, na
relação das turmas que ingressaram a partir de 2007, entre 2010.231 (semestre em que se
formou a primeira turma) e o semestre 2016.2, 75 discentes obtiveram a Colação de Grau. De
acordo com a última Avaliação do MEC, o desempenho dos discentes concluintes em 2014,
que participaram da prova do ENADE, foi nota três, sendo que o Curso de Música ainda
perpassa por reestruturações em sua Grade Curricular. Vale lembrar que a nota máxima em
conceito no ENADE é cinco.

Em seu quadro de efetivos o Departamento de Música da UFS conta com oito


professores doutores e três mestres. Os professores com título de doutorado são: Aline Soares
Araújo (ministra disciplinas da área de Canto); Christian Alessandro Lisboa (ministra
matérias da área de Piano e a disciplina Novas Tecnologias e a Educação Musical); Eduardo
Antônio Conde Garcia Jr. (ministra as matérias das áreas de Piano e Estruturação Musical);
Hugo Leonardo Ribeiro (atualmente atua na Universidade de Brasília, mas oficialmente
encontra-se lotado na UFS); João Liberato (ministra as matérias das áreas de Flauta Doce,
Flauta Transversal, História da Música e a disciplina Música e Cinema); Mackely Ribeiro
Borges (ministra as matérias das áreas de Etnomusicologia, Estruturação Musical, História da
Música e as disciplinas voltadas para a pesquisa em Música); Priscila Gambary Freire Conde
Garcia (ministra as matérias das área de Piano e Educação Musical) e Rejane Harder (ministra
disciplinas de Flauta Transversal e Educação Musical). Os professores com título de mestrado
são: Alessandro Pereira da Silva (ministra disciplinas da área de Violão); Daniel Guimarães
Nery (ministra disciplinas da área de Regência) e Fabiano Carlos Zanin (ministra disciplinas

30
Atualmente chefe do Departamento de Música da UFS.
31
A primeira turma a se formar no Curso de Licenciatura em Música da UFS foram três discentes: Antônio
Chagas Neto (Prof. Msc. na UFCA), Michelle Alves Silva Oliveira (Prof.ª do Conservatório de Música de
Sergipe) e Noemi Ferreira dos Santos.
28

da área de Violão). Em maio de 2014 o então Núcleo de Música (NMU) se tornou


Departamento de Música (DMU).

Dentre alguns dos projetos de pesquisa conduzidos pelos Docentes do DMU estão o
Programa de Iniciação à Docência (Pibid) que “é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a
valorização da formação de professores para a educação básica” (CAPES, 2008, não
paginado)32. De acordo com a CAPES, os projetos Pibid devem “promover a inserção dos
estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para
que desenvolvam atividades didático-pedagógicas” (2008, não paginado). Desde 2009 o
Departamento de Música participa do Pibid que integra bolsistas e voluntários para atuarem
nas escolas regulares da rede pública sergipana33. Atualmente o Pibid do DMU está sob a
coordenação da Prof.ª Dr.ª Rejane Harder, da Profª. Drª. Priscila Gambary Freire Conde
Garcia e do Prof. Dr. Eduardo Antonio Conde Garcia Jr.

O Departamento de Música também participa de projetos de pesquisa como o Programa


Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) com objetivos de incentivo à produção
científica. O curso de Música da UFS atua na área de pesquisa contribuindo assim para o
desenvolvimento da área musical. Dentre os projetos coordenados pelos docentes que
envolvem os alunos do DMU estão ativos no momento o projeto intitulado Cordas cantam em
vogais e Música e saúde: uma visão bilateral sobre os benefícios interacionais coordenado
pela Prof.ª Dr.ª Aline Araújo e o projeto de pesquisa da Prof.ª Dr.ª Mackely Ribeiro Borges
denominado Panorama dos profissionais da educação musical em Aracaju - SE34.

No mais, professores e alunos participam de eventos científicos (congressos), organizam


eventos como o Simpósio Sergipano de Pesquisa e Ensino em Música (SISPEM)35 e o RAMU
que é um Recital de Música apresentado ao final do ano letivo pelos acadêmicos do curso,
mas que é aberto ao público em geral, afirmando assim que “a universidade moderna deve ser
inserida em seu meio” (SILVA, 2006, p. 17).

32
Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid> Acesso em: 01 ago. 2017.
33
Até o ano de 2016 havia 60 bolsistas no Pibid do DMU. Atualmente o curso conta com somente 38 bolsistas,
devido à crise econômica atual. Segundo o Prof. Dr. Eduardo Antonio Conde Garcia Jr., atual chefe do
Departamento de Música da UFS, o Pibid tem previsão para terminar em dezembro de 2017.
34
Para mais informações sobre os projetos de pesquisa do DMU recomendamos a consulta ao seguinte site:
<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/pesquisa.jsf?id=216> Acesso em 02 ago. 2017.
35
De acordo com informações dadas pela Prof.ª Mackely Ribeiro Borges, o primeiro SISPEM foi realizado em
2009 e o último em 2014 e desde então não foi mais possível realizar o SISPEM devido a alguns motivos: greve
(que desorganizou o calendário acadêmico e o planejamento das atividades) e especialmente por falta de apoio
financeiro da UFS (não há dinheiro para passagens e hospedagens para os convidados etc).
29

No que se referem aos componentes curriculares, a Resolução 142/2010 do Projeto


Político Pedagógico do curso de Música da UFS menciona três bases dos conteúdos das
disciplinas que são o básico, os específicos e os teórico-práticos, voltados para que os
estudantes possam ter um leque maior de conhecimentos e experiências embasadas que
possam levá-los a serem protagonistas do seu próprio aprendizado. Na Resolução 142/2010 a
estrutura curricular do curso de Música está organizada nas três bases de conteúdos seguintes:

Núcleos de Conteúdos Básicos – estudos relacionados com a Cultura e as


Artes, envolvendo também as Ciências Humanas e Sociais, com ênfase em
Sociologia e Psico-Pedagogia;
Núcleo de Conteúdos Específicos – particularizam e dão consistência à área
de Música, abrangendo os relacionados com o Conhecimento Instrumental,
Composicional e de Regência;
Núcleo de Conteúdos Teórico-Práticos – permitem a integração
teoria/prática relacionada com o exercício da arte musical e do desempenho
profissional, incluindo também Estágio Curricular Supervisionado, Prática
de Ensino, Iniciação Científica e utilização de novas tecnologias
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, 210, p. 03, grifo do autor)36.

Ao longo da história do curso surgiram diversos projetos de extensão no âmbito do


Departamento de Música para a comunidade acadêmica, reforçando assim as políticas de
extensão que fazem parte dos ideais da instituição. A extensão no Departamento de Música da
UFS será o tema do próximo tópico.

3.2. A EXTENSÃO NO CURSO DE MÚSICA

O Departamento de Música, desejando articular o ensino e a pesquisa com a extensão,


criou diversos projetos em prol da democratização do conhecimento no âmbito da
Universidade Federal de Sergipe. Veleida Anahí da Silva (2006, p. 27) nos ensina que
“extensão é a universidade da sociedade do saber, do saber para todos em uma sociedade ao
mesmo tempo democrática e eficaz”. A Extensão universitária “está prevista desde a
legislação de 1931 que, mediante o Decreto n° 19.851, de 11/4/1931, estabeleceu as bases do

36
Resolução Nº 142/2010/CONEPE, Art. 7°.
30

sistema universitário brasileiro” (DE PAULA, 2013, p. 13). Atualmente há diversos Projetos
de Extensão ativos no Curso de Música da UFS, dos quais estaremos abordando37:

O Quarteto de Violões DMU/UFS – Grupo instrumental formado por


quatro alunos de violão coordenado pelo Prof. Msc. Alessandro Pereira da
Silva. Surgiu a partir de uma demanda local por um grupo fixo de música
instrumental, formado apenas por alunos do curso de licenciatura em música
para atuar em solenidades e eventos realizados dentro da Universidade
Federal de Sergipe, representando o DMU em diversos locais38.
Música para Todos – Oferece cursos de Piano, Violão, Teoria, Percepção e
Apreciação Musical, com conteúdos direcionados à realização da prova do
vestibular específico de música, mas que é aberta também a toda a
comunidade. É coordenado pelos professores Christian Alessandro Lisboa,
Fabiano Carlos Zanin e Mackely Ribeiro Borges. Este projeto, foco deste
trabalho, será mais detalhado nos próximos tópicos.
Ópera na UFS – Coordenado pelas professoras Aline Soares Araújo,
Márcia Cristina Batazar e pelo professor Daniel Guimarães Nery, este
projeto visa a realização de apresentações operísticas produzidas pelo curso
de Música, podendo participar alunos e professores dos cursos de Música,
Teatro, Letras e outras áreas, proporcionando, através da ópera, uma
integração cultural entre os participantes no âmbito da UFS39.
Bravi Tutti - gravações e programas de rádio – Sob a coordenação geral
da Prof.ª Dr.ª Aline Soares Araújo, o projeto visa estimular a gravação de
repertório produzido pelos alunos do curso de música da Universidade
Federal de Sergipe e a veiculação de tal repertório em programas de rádio40.
Oficinas de Técnica e Interpretação Pianística – Sob a coordenação geral
do Prof. Dr. Eduardo Antônio Conde Garcia Jr, estas oficinas têm por
objetivo dar oportunidade a alunos e professores de piano da comunidade
local a aperfeiçoarem suas habilidades ao piano através de trabalho técnico
progressivo, com foco na produção sonora, bem como no
desenvolvimento de habilidades musicais imprescindíveis à formação do
instrumentista profissional41.
Oficinas de Afinação e Reforma de Pianos para Iniciantes – Sob a
coordenação geral do Prof. Dr. Eduardo Antonio Conde Garcia Jr. têm por
objetivo ensinar técnicas de afinação de piano no sistema de temperamento
igual, bem como munir o aluno com os recursos básicos necessários a um
afinador, tais como trocar cordas e regular o instrumento42.

37
A relação de todos os projetos de extensão desenvolvidos pelo DMU se encontram disponíveis no seguinte
endereço eletrônico: <https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em 02 de ago. 2017.
38
Informações sobre o Quarteto de Violões disponíveis em:
<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em: 06 ago. 2017.
39
Informações sobre a Ópera na UFS disponíveis em:
< https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em 06 ago. 2017.
40
Informações sobre o Bravi Tutti disponíveis em:
< https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em 06 ago. 2017 .
41
Informações sobre as Oficinas de Técnica e Interpretação Pianística disponíveis em:
< https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216> Acesso em 06 ago. 2017.
42
Disponível em: < https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em: 06 ago. 2017.
31

Os conteúdos dos projetos de Extensão no Departamento de Música da UFS têm


alcançado públicos diversos, integrando a comunidade interna à externa, afirmando sua
importância. Assim, “a extensão aumenta essa diversidade e essa passará a ser ainda maior se
a extensão, como é de se esperar, alcançar públicos cada vez mais numerosos e os mais
variados” (SILVA, 2006, p. 28). Ao efetuar tais atividades o DMU tem alcançado resultados
relevantes. Em 2016 o Projeto Música para Todos participou do IV Encontro de Iniciação à
Extensão – Edital nº 4/2016, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão da UFS, sendo que os
trabalhos apresentados no curso de Piano do projeto alcançou o prêmio de primeiro lugar na
temática concorrida.

Além da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Instituto Federal de Sergipe (IFS)


também contribui através de Projetos de Extensão com o desenvolvimento musical dos seus
alunos e os da comunidade que procuram participar.
32

4. PROJETO MÚSICA PARA TODOS

Fazendo parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Extensão (PIBIX), o


projeto Música para Todos, vinculado ao Departamento de Música da UFS, coordenado pelos
professores Christian Alessandro Lisboa, Mackely Ribeiro Borges e Fabiano Carlos Zanin,
está em vigor desde janeiro de 2016. O fator norteador para a criação do projeto foi oferecer
cursos de música com o conteúdo adequado para a realização da prova específica de música,
visando criar as condições para os membros da comunidade que tenham interesse em
ingressar no curso de Licenciatura em Música:

A ideia surgiu na prova de seleção do vestibular de música. Muitos


candidatos chegavam com potencial para fazer o curso, mas com lacunas que
inviabilizavam a aprovação, como, por exemplo, não saberem ler partitura
ou o contrário, tinham domínio da parte teórica, mas não sabiam tocar
nenhum instrumento. Muitos deles nos procuravam após o resultado
dizendo que foram reprovados e que queriam muito fazer música, mas não
tinham condições de pagar uma aula de música. Resolvemos então elaborar
o projeto para tentar sanar estas lacunas, e dar condições àqueles que não
tiveram acesso ao ensino de música de poder fazer o vestibular.43

Acrescenta-se ainda que o projeto não exclui a participação de outras pessoas da


comunidade, estando os cursos abertos a todos que desejam simplesmente ter um primeiro
contato com a aprendizagem musical ou para alunos do próprio curso de Licenciatura em
Música que queiram sanar possíveis deficiências. Convém salientar que o ingresso para a
graduação de Licenciatura em Música requer conhecimento prévio na área. As extensões
universitárias por meio de projetos, eventos, oficinas etc., como sendo uma promoção de
interação ao conhecimento entre a universidade e a comunidade em geral. A extensão “é o
princípio mediador capaz de operacionalizar a inter-relação teoria/prática ao se estender
atuante na via efetiva da Universidade com a sociedade” (RAEXUFS, 2017, p. 1)44.

43
Entrevista com o coordenador do projeto o Prof. Dr. Christian Lisboa via e-mail em 10 de abr. 2017.
44
Disponível em:
<http://proex.ufs.br/uploads/content_attach/path/19247/EDITAL_07-2017_-
_REGISTRO_DE_ATIVIDADES_DE_EXTENS_O_DA_UFS.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2017.
33

4.1. VISÃO GERAL SOBRE O PROJETO

O projeto Música para Todos conta com os cursos de Piano, Violão, Teoria e Gramática
Musical, Percepção e Apreciação Musical e destinou-se a um público de 600 alunos no ano
letivo de 2016. Nas aulas de Piano os níveis foram divididos em I e II. No primeiro semestre o
curso de Piano I, realizado entre os meses de março a junho de 2016, foram realizados para 50
alunos distribuídos em dez turmas com carga horária de 15 horas semanais, em uma hora aula
por turma, ministrado pelo Prof. Ivson Alves sob a coordenação do Prof. Dr. Christian Lisboa.
Os conteúdos quanto aos aspectos técnicos, musicais e históricos, a saber:

(1) Introdução ao estudo do instrumento (Partes do Piano); Exploração dos


parâmetros sonoros e musicais nas teclas brancas e pretas; Breve história
sobre a origem e o desenvolvimento e sonoridade dos instrumentos de tecla
desde a segunda metade do Séc. XIV. (2) Iniciação ao conceito de
dissociação muscular; Identificação das teclas do piano na partitura; Breve
apresentação dos compositores das obras trabalhadas em sala de aula. (3)
Postura do corpo, mãos e dedos ao tocar o instrumento; Identificação das
notas naturais e alteradas em todas as teclas. (4) Digitação nas mãos direita e
esquerda; Articulações (Legato, non Legato e staccato); Performance
musical individual e em grupo com músicas de nível fácil. (5) Treino da
memória visual e muscular da mão direita e esquerda em todas as teclas
pretas e brancas; Desenvolvimento progressivo da leitura musical em
semibreves, mínimas, semínimas, colcheias e semicolcheias na clave de sol e
fá. (6) Execução das escalas diatônicas maiores e menores harmônicas com
duas oitavas. (7) Identificação das tríades maiores e menores segundo a
linguagem popular - cifra. (8) Exercícios em compassos simples: Binário,
Ternário e Quaternário45.

Nas aulas de Piano II, realizadas no período entre agosto a dezembro de 2016 foram
atendidos 66 alunos distribuídos em dez turmas num total da carga horária de 150 horas.
Consistiu num pré-requisito para os alunos de Piano II o cumprimento de toda a carga horária
em Piano I. Os cursos foram ministrados pelo Prof. Ivson Alves de março de 2016 até
dezembro do mesmo ano, sendo que desde março de 2017 o Prof. Leandro Santos Nascimento
ministra as aulas de piano.

Nas aulas de Violão os níveis foram divididos em I e II. Para as aulas de Violão I,
realizadas entre os meses de março a junho de 2016, foram atendidos 50 alunos distribuídos
em dez turmas com carga horária de 15 horas semanais e uma hora aula por turma, ministrado

45
O conteúdo programado do Curso de Piano se encontra no anexo deste trabalho.
34

pelo Prof. André Filipe Carvalho Rezende sob a coordenação do Prof. Msc. Fabiano Zanin.
Os conteúdos:

(1) Introdução ao estudo do instrumento - Partes do violão, cordas, mão


direita e esquerda, posicionamento ao tocar etc. Prática estudo-musical 1 p/
mão direita sem apoio. (2) Introdução ao pentagrama e clave de sol/ Prática
musical - estudo-musical 1.1 Marcha soldado p/ 4 violões. (3) Introdução à
leitura e execução rítmico-melódica com jogo das cartas violonística46. (4)
Repertório – Let i be p/4 violões, estudo musical 1.3/ Uso do toque com
apoio/ Introdução ao conceito das posições - mão esquerda. (5) Apreciação
da música Let i be por mp3 original/ Busca de aplicação de aspectos
musicais dinâmica, textura na prática musical em conjunto. (6) As sete notas
musicais e escala cromática - sinais de alteração, tom e semitom. (7)
Repertório – Parabéns pra você – melodia principal. (8) Repertório –
Parabéns pra você – acompanhamento. (9) Escala de dó maior (1ª posição)/
Breve retrospecto sobre o surgimento do violão e as suas transformações até
o formato atual. (10) Escala de dó menor (1ª posição)/ Apreciação musical
sobre a perspectiva do violão – os diferentes campos de atuação do
instrumento. (11) Tríades maiores (naturais) – Aplicação das tríades em
progressões simples com dois acordes que estarão nas cartas violonística e
serão sorteadas para cada aluno. (12) Estudo de levadas e batidas em
compassos simples 1/ Leitura rítmico-melódica na pauta. (13) Tríades
menores (naturais) – Aplicação das tríades em progressões simples com dois
acordes que estarão nas cartas violonística e serão sorteadas para cada aluno.
(14) Prática de dedilhado em compassos simples com troca de acordes. (15)
Análise de performance musical e instrumental dos alunos/ Prova prática
final47.

Nas aulas de Violão II, realizadas no período entre agosto a dezembro de 2016, foram
distribuídos 57 alunos em dez turmas com carga horária total de 150 horas e tem como pré-
requisito Violão I. Os Cursos são ministrados pelo Prof. André Filipe desde março de 2016, e
atualmente foram abertas mais 10 turmas de Violão, cujo professor é o graduando Lucas
Santos da Silva.

Para as aulas de Teoria e Gramática Musical48, realizadas no período de março a junho


de 2016, foram distribuídos 100 alunos em cinco turmas com carga horária de 30 horas
semanais com duas horas aula por turma, ministrado pela autora desse trabalho e sob a
coordenação da Prof.ª Dr.ª Mackely Ribeiro Borges. Os conteúdos:

46
As cartas violonísticas é uma atividade em forma de jogo desenvolvida pelo professor André Filipe Carvalho
Rezende que ministra o Curso de Violão desde o início do projeto em 2016. A atividade visa uma didática, a fim
de que os conteúdos abordados sejam de fácil entendimento com objetivos de diminuir a evasão dos alunos
devido às dificuldades no aprendizado dos iniciantes no violão.
47
O conteúdo programado do Curso de Violão encontra-se no anexo deste trabalho.
48
“Na didática conservatorial, a gramática da música chama-se, por um costume que o tempo consolidou, Teoria
da Música. Como a gramática das várias línguas, também a gramática da música pode se distribuir por vários
domínios, da fonética, da morfologia e da sintaxe” (ALLORTO, 2007, p. 74).
35

(1) Elementos da Música. (2) Figuras rítmicas. (3) Compassos simples e


compostos. (4) Intervalos Simples e compostos. (5) Escala cromática etc. (6)
Armadura de claves etc. (7) Escala diatônica maior e menor. (8) Quiálteras
etc. (9) Enarmonia etc. (10) Campo harmônico maior e menor49.

Para as aulas de Teoria e Gramática Musical, realizadas no período de agosto a


dezembro de 2016, foram estimados 200 alunos distribuídos em cinco turmas totalizando uma
carga horária de 150 horas. Os assuntos abordados foram os mesmos conteúdos do primeiro
semestre, mas com uma diferença de ensinar a Teoria por meio da prática instrumental, dando
ênfase às dúvidas dos alunos referente à prova de vestibular do Curso de Música da UFS que
aconteceria em outubro deste mesmo ano. Atualmente o Curso é ministrado pelo Prof.
Durmeval Barbosa da Silva desde março de 2017.

As aulas de Percepção e Apreciação Musical, realizadas no período de março a junho de


2016, foram estimados 100 alunos distribuídos em cinco turmas com carga horária de 30
horas semanais com duas horas aula por turma, ministrado pelo Prof. Ricardo Vieira da Costa
sob a coordenação da Prof.ª Dr.ª Mackely Ribeiro Borges. Os conteúdos:

(1) Propriedades do som; Claves; Percepção (atividades de diagnóstico);


Organologia (família das cordas – apreciação musical). (2) Intervalos (parte
1); Organologia (família das cordas dedilhadas – apreciação). (3) Intervalos
(parte 2); Organologia (família das madeiras – apreciação). (4) Escalas
maiores; Armadura de clave; Compasso simples; Organologia (família dos
metais – apreciação). (5) Escalas menores; Armadura de clave; Organologia
(família da percussão - apreciação musical). (6) Intervalos (parte 3); Tríades
(parte 1); Compassos compostos; Organologia (instrumentos alternativos –
apreciação musical). (7) Tríades (parte 2); Percepção rítmica; Organologia
(canto coral – apreciação musical). (8) Tétrades (parte1); Contratempo;
Apreciação musical (a música no período renascentista). (9) Tétrades (parte
2); Campo harmônico maior; Apreciação musical (a música no período
barroco). (10) Campo harmônico menor; Apreciação musical (a música no
período clássico). (11) Síncope; Apreciação musical (a música no período
romântico). (12) Quiáltera; Hemíola; Apreciação musical (a música no Séc.
XX). (13) Enarmonia; Apreciação musical (a música contemporânea). (14)
Revisão (parte 1); Resolução de prova de vestibulares. (15) Revisão (parte
2); Resolução de prova de vestibulares50.

As aulas de Percepção e Apreciação Musical, realizadas no período de agosto a


dezembro de 2016, foram estimados um público de 150 alunos totalizando uma carga horária

49
O conteúdo programático do Curso de Teoria e Gramática Musical se encontra na íntegra no anexo deste
trabalho.
50
O conteúdo programático do Curso de Percepção e Apreciação musical se encontra no anexo deste trabalho.
36

de 150 horas. No presente, o Curso é ministrado pelo Prof. Durmeval Barbosa da Silva desde
março de 2017.

Atualmente dados dos conteúdos podem ter sido alterados devido à mudança dos
professores que ministram as aulas de Piano, Percepção e Apreciação Musical, Teoria e
Gramática Musical. Os recursos para o funcionamento das aulas do projeto, assim como as
salas de aula, originam-se do Departamento de Música da UFS.

Referente às vagas preenchidas, “foram solicitadas mais de mil e quatrocentas


inscrições ao surgimento do projeto”51. Devido à concorrência muitas solicitações foram
indeferidas. De acordo com os dados, percebeu-se que os cursos de Violão e Piano foram os
mais requisitados pelos candidatos, ficando numa diferença mínima entre os dois cursos
(31,04%) no curso de Violão, enquanto que no curso de Piano (28,69%). Com uma menor
preferência ficaram os cursos de Teoria e Gramática Musical com (21,27%), e o curso de
Percepção e Apreciação Musical com (18,98%). Podemos assim deduzir dessas informações
que a prática musical é mais interessante para os alunos. Segue no gráfico abaixo esses dados
e os números das inscrições solicitadas:

Matrículas solicitadas 1º semestre 2016


298 inscrições 402 inscrições
(21,27%) (28,69%)

Piano
Violão

266 inscrições Percepção


(18,98%) Teoria Musical

435 inscrições
(31,04%)

Gráfico 1: Matrículas solicitadas no 1º semestre 2016

É sabido que a maioria dos alunos tem preferência pelas aulas práticas de instrumento.
Como dito anteriormente, as disciplinas teóricas do Projeto Música para Todos são
basicamente voltadas aos conteúdos da prova de vestibular de música, mas que também dão
oportunidades para quem quer ter um primeiro contato com a música. Essa percepção dos

51
Informações da coordenadora do projeto a Profª. Drª. Mackely Ribeiro Borges via e-mail em 22 mar. 2017.
37

alunos sobre as aulas teóricas contribuiu para uma queda nas solicitações de inscrições já no
segundo semestre de 2016 nos cursos de Teoria e Gramática Musical e Percepção e
Apreciação Musical, como demonstrado no gráfico a seguir.

Matrículas solicitadas 2º semestre 2016


125 inscrições 139 inscrições
(24,80%) (27,57%)

Piano
Violão
Percepção
87 inscrições
(17,26%) Teoria Musical

153 inscrições
(30,35%)

Gráfico 2: Matrículas solicitadas no 2º semestre 2016

Nota-se nesse gráfico pelos números que, no segundo semestre (15 de agosto a 15 de
novembro 2016), nos cursos de Piano e Violão há o interesse dos alunos em dar continuidade
mais às aulas práticas do que as aulas teóricas. Lembrando que foi dado continuidade ao
programa ofertando Piano II e Violão II para os alunos que cursaram Piano I e Violão I
respectivamente.

Para conhecer a metodologia utilizada nos cursos do Projeto Música para Todos
aplicamos um questionário semiestruturado aos professores. Para o professor do curso de
Violão André Filipe o “aprendizado é através da vivência musical, através da experimentação
musical (execução de músicas, jogos musicais) que promovem o aprendizado. Aproximar o
entendimento sobre o mundo musical do cotidiano dos alunos”52. O Prof. André Filipe
desenvolveu uma ferramenta pedagógica para as suas aulas de Violão, um jogo chamado
Cartas Violonísticas, buscando uma melhor didática de ensino com os iniciantes do Violão
com objetivos de diminuir a evasão devido às dificuldades no início do aprendizado. Oliveira
(2015, p. 14-15) pondera que:

52
Respostas do Prof. André Filipe ao questionário aplicado em 22 ago. 2017.
38

Jovens educadores interessados em práticas pedagógicas que pretendem


considerar o universo musical e cultural de seus alunos devem aprender a
refletir por si mesmos, encontrar maneiras de modular e transpor suas
práticas de ensino, e conceber pontes que fazem planos de aula funcionarem
em diferentes contextos. (OLIVEIRA, 2015, p. 14-15).

Para o professor de Percepção e Apreciação Musical Ricardo Vieira, sua metodologia


baseia-se na “aula teórico-prática com ênfase na tomada de consciência dos elementos
teóricos como ferramentas para percepção, apreciação, análise e, principalmente, o fazer
musical”53. Para Alda Oliveira, os educadores comprometidos com a educação musical
“escolhem os melhores fundamentos e ferramentas para apoiar suas atividades pedagógicas e
artísticas e atender às necessidades dos alunos” (OLIVEIRA, 2015, p. 28).

A metodologia utilizada no Curso de Teoria e Gramática Musical pela autora deste


trabalho e também instrutora do projeto, foi pré-definida pelo programa do projeto, sendo os
conteúdos ministrados de forma expositiva com o auxílio do datashow e com aplicação de
exercícios em cada aula. A partir do segundo semestre foi utilizada uma didática diferenciada
como trazer a teoria musical através da prática instrumental, utilizando-se da flauta-doce
como recurso para os alunos que não tocavam nenhum instrumento e os demais que já
tocavam traziam seus instrumentos para as aulas e a cada temática passava-se um repertório
adaptado a cada instrumento. Nesse processo houve uma busca por estratégias de ensino
levando em consideração o grau de dificuldade de cada aluno, sendo necessário “refletir
criticamente sobre programas e projetos de música, planos de aulas, ferramentas educacionais,
materiais usados nas atividades, planos gerais sobre o processo educativo e sobre avaliação do
progresso dos alunos” (OLIVEIRA, 2015, p. 30).

Atualmente os cursos do projeto Música para Todos são ministrados pelos Professores
de Violão André Filipe Carvalho Rezende e Lucas Santos da Silva que são responsáveis por
20 turmas, Violão I (15 turmas) Violão II (cinco turmas), com carga horária de 15 horas em
cada turma. Leandro Santos Nascimento ministra as aulas de Piano I (oito turmas), Piano II
(duas turmas) com carga horária de 15 horas em cada turma. Durmeval Barbosa da Silva
ministra as aulas de Teoria (três turmas) com carga horária de 30 horas em cada turma,
Percepção e Apreciação Musical (duas turmas) com carga horária de 30 horas. Diante do
interesse e da procura pelo estudo de música na UFS por alunos da própria universidade e da
comunidade em geral, o coordenador do projeto o Prof. Dr. Christian Lisboa ressalta:

53
Respostas do Prof. Ricardo Vieira ao questionário aplicado em 25 abr. 2017.
39

O projeto de certa forma deu maior visibilidade ao curso dentro da UFS.


Muitas pessoas nem sabiam que existia o curso de música, ou quando
sabiam acreditavam que este ficava no campus da cidade de Laranjeiras.
Agora percebemos que mesmo fora do período de matrículas do projeto,
muitos alunos da UFS nos procuram querendo saber sobre os cursos e
quando irão abrir novas matrículas54.

O próximo gráfico apresenta o número de matrículas do primeiro semestre de 2017 do


Projeto Música para Todos que ofertou 600 vagas, mas o número de inscritos totalizou 490. A
queda nas inscrições ocorreu especificamente nos cursos teóricos. O curso de Teoria e
Gramática Musical ofertou 180 vagas e obteve 67 inscritos e o curso de Percepção e
Apreciação Musical ofertou 100 vagas e obteve 41 inscritos. Os cursos de Piano e Violão
seguiram o sentido contrário, com o número de inscrições acima do número de vagas
oferecidas. O curso de Piano ofertou 70 vagas e obteve 79 inscritos e o curso de Violão
ofertou 140 vagas e obteve 147 inscritos. O resumo dessas informações se encontra no gráfico
a seguir:

Matrículas solicitadas 1º semestre 2017


67 inscritos
(20,05%) 79 inscritos
(23,65%)

Piano
Violão
Percepção
41 inscritos
(12,27%) Teoria musical

147 insritos
(44,01%)

Gráfico 3: Matrículas solicitadas no 1º semestre 2017

54
Resposta do coordenador do projeto, o Prof. Dr. Christian Lisboa, ao questionário aplicado em 10 de abr.
2017.
40

4.2. PERSPECTIVAS DOS PROFESSORES

Segundo os relatos de experiências e observações feitas pelos professores, a


contribuição do projeto na formação discente/docente se deu por “experiências com grande
valor agregado”55. Os resultados obtidos puderam ser vivenciados pela autora deste trabalho
concordando com os demais professores, sendo que o projeto também condicionou a um
suporte para “a aplicação de conteúdos estudados na graduação (métodos e propostas
pedagógicas), além da possibilidade de experimentar novas possibilidades, refletir sobre o que
funcionou melhor etc”56. A respeito da contribuição do projeto para a formação do professor
de música, o coordenador do Projeto Música para Todos, o Prof. Christian Lisboa discorre:

Para os discentes que estão dando aulas, está sendo uma oportunidade de
eles vivenciarem o ensino especializado de música que normalmente não é
contemplado no estágio obrigatório. As observações que fazemos das aulas
ministradas pelos discentes tem mostrado uma evolução na didática destes,
bem como uma melhora na desenvoltura em sala de aula57.

Sobre o olhar pedagógico em relação ao aumento do nível musical dos alunos com o
desenvolvimento do projeto, para esses professores houve um aumento gradual dentro da
proporção de conhecimento de cada aluno, ficando evidente através das aulas práticas. Nessa
mesma linha, a contribuição do projeto para os candidatos ao vestibular em música da UFS e
para a sociedade, como um todo, mensura pela “democratização do conhecimento musical e
instrumental, a formação complementar, visando um indivíduo mais sensível, sociável e
completo”58, ou seja, incluí-los e sociabilizá-los pela música, além de dar condições exigidas
para o pleito da vaga no curso de música da UFS.

Acerca da formação musical que os alunos têm recebido ao final do projeto, se o mesmo
pôde trazer algum benefício para eles na sociedade, na visão do professor Ricardo Vieira foi o
“desenvolvimento do senso crítico sobre o fazer musical e sobre a importância da presença da
música (função e valores) em todos os âmbitos da sociedade”59. Para o professor André
Filipe, as aulas trazem benefícios para os alunos e que, consequemente, podem beneficiar o

55
Resposta do Prof. Ricardo Vieira via questionário aplicado em 25 abr. 2017.
56
Resposta do Prof. André Filipe via questionário em 22 ago. 2017.
57
Resposta do coordenador do projeto, o Prof. Dr. Christian Lisboa, via questionário aplicado por e-mail em 10
de abr. 2017.
58
Resposta do Prof. André Filipe via questionário em 22 ago. 2017.
59
Resposta do Prof. Ricardo Vieira via questionário aplicado em 25 abr. 2017.
41

meio em que vivem. Até o fechamento deste trabalho não foi possível ter contato com o Prof.
Ivson Alves para mais informações sobre seu relato de experiências sobre as aulas que
ministrou no curso de Piano em 2016.

4.3. PERFIL DOS ALUNOS DO PROJETO

Todas as informações a respeito dos alunos foram obtidas por meio de questionários
semiestruturados60 visando conhecer a realidade do aluno, e por questionários do tipo survey
com cinco perguntas que foram aplicados ao final de cada curso correspondente ao projeto
(com 73 participantes). De acordo com os professores as turmas, de um modo geral, foram
heterogêneas, tanto no conhecimento musical e instrumental quanto na faixa etária, o que tem
sido desafiador e ao mesmo tempo enriquecedor.

As conclusões advêm dos questionários semiestruturados que foram aplicados no


período entre o final de outubro e início de novembro de 2016, época em que já tinha ocorrido
o vestibular de música da UFS e a mesma estando em recesso de férias. O gênero dos
entrevistados que se engajam na área de música na maioria são homens, enquanto que as
mulheres estão em número bem menor. Esses dados podem até mesmo serem verificados no
cotidiano do Departamento de Música da UFS. O próximo gráfico apresenta o perfil dos
alunos em relação ao gênero.

Gênero dos Entrevistados

(31,25%) Homens

Mulheres

(68,75%)

Gráfico 4: Gênero dos entrevistados

60
Aplicado com 16 alunos do projeto em 20, 25, 26, 27 de outubro e 03 de novembro de 2016.
42

O que motivou os alunos para o ingresso no Projeto Música para Todos, de acordo com
os questionários aplicados, foi a busca pelo aperfeiçoamento em música com (38,77%) das
respostas. No survey, nesta pergunta era possível assinalar mais de uma resposta e os demais
resultados foram as seguintes: aprender música com (29,59%), passar no vestibular do Curso
de Licenciatura em Música com (26,53%) e alguns até optaram pelo ingresso no Bacharelado
em Música [especialmente nas habilitações em Piano e Contrabaixo (5,10%)], como podemos
verificar no gráfico abaixo:

Motivos dos Alunos para ingressarem no


Projeto
(5,10%)
(29,59%)
(26,53%) Aprender música

Aperfeiçoar na música

Passar no vestibular

Bacharelado em música

(38,77%)

Gráfico 5: Motivos dos alunos para ingressarem no projeto

Vale destacar, neste momento, um ponto satisfatório: a procura pelo aprendizado em


música. Infelizmente, em Aracaju, nos espaços de ensino regular as aulas de música ainda são
escassas e no ensino particular requerem uma situação financeira que não abrange a todos. A
Universidade Federal de Sergipe contudo, através de sua extensão, vem contribuindo para
muitos dos que procuram conhecimento musical, cumprindo seu papel. “Numa sociedade
moderna, é toda a universidade que deve ‘estar em extensão’. Nesse sentido, o projeto de
desenvolver a UFS [...] é o de uma universidade moderna, que afirme a sua vontade de viver
em interação com seu meio” (SILVA, 2006, p 19-20). O foco para o surgimento do Projeto de
Extensão Música para Todos visa a preparação desses alunos para a prova de vestibular em
música. De acordo com informações dadas pelo coordenador do projeto o Prof. Dr. Christian
Lisboa:

Uma coisa que me parece importante é que além de ajudar àqueles que já
pretendiam fazer música a se preparar melhor para a prova de seleção, temos
43

vários relatos, nos questionários de avaliação do projeto, de alunos que


dizem que não tinham intenção de prestar vestibular para música, mas que,
após realizar os cursos, passou a considerar esta possibilidade61.

Os alunos do projeto que possuíam um conhecimento prévio de música e participaram


do questionário semiestruturado relataram o tipo de formação musical que adquiriram
anteriormente ao projeto. Entre as respostas, o que mais se destacou foi a formação em
Projetos/Oficinas promovidos por Organizações não governamentais (ONGs) com (44%),
seguidos pela formação autodidata com (18,51%), em instituição religiosas com (15%), em
aulas particulares de música com (11%) e no Conservatório de Música de Sergipe e nas
escolas de música, ambos com (7,4%).

Tipos de Formação Musical anterior a esse


Projeto
(7,4%)
(7,4%)
(11%)
(18,51%) Conservatório
Autodidata
Instituição religiosa
Projetos/Oficinas
(15%) Aula particular
(44%) Escola de música

Gráfico 6: Tipos de formação musical anterior a esse projeto

Consultados se atualmente participam de algum grupo musical, os alunos participantes


do questionário semiestruturado disseram fazer parte de Grupo Coral com (12,5%); orquestra
Sinfônica com (25%); atuam ministrando aulas particulares, como músico freelancer e
fazendo parte de bandas respectivamente com (6,25%) e, por fim, os que disseram não atuar
na área músical com (43,75%) dos entrevistados.

61
Resposta do coordenador do projeto o Prof. Dr. Christian Lisboa por questionário aplicado
via e-mail em 10 abr. 2017.
44

Participação em Grupos Musicais


(12,5%)

Grupo Coral
(43,75%) Orquestra Sinfônica
Músico freelance
(25%)
Aula particular
Bandas
Não atuam na Música
(6,25%)
(6,25)% (6,25%)

Gráfico 7: Participação em grupos musicais.

4.4. PERSPECTIVAS DOS ALUNOS

Os cursos frequentados pelos alunos foram avaliados de forma satisfatória pela maioria
dos entrevistados, incluindo a didática dos professores etc. Quanto à avaliação negativa, o
aspecto mais citado foi a reduzida carga horária dos cursos de Violão e Piano, cujas aulas
possuem uma hora de duração e ocorrem uma vez por semana. Além disso, outra insatisfação
citada foi a falta de vagas nos respectivos cursos. A avaliação dos cursos pode ser visualizado
no gráfico abaixo:

Avaliação do curso frequentado


(14,66%) (2,66%)

Ótimo
Bom
Regular
Ruim

(82,66%)

Gráfico 8: Avaliação do curso frequentado


45

O próximo gráfico cita a avaliação dos conteúdos abordados e a maioria dos alunos
consideraram que foram acima de suas expectativas com (59%) das respostas. Já para os
alunos que manifestaram que o curso não atendeu às suas expectativas, na questão em que
eles poderiam ter expressado suas insatisfações, como apontar uma sugestão, tecer elogio ou
crítica, deixaram o espaço em branco não dando chance de uma possível reflexão/resolução,
“uma vez que somos cotidianamente desafiados a repensar nossas práticas em vista das
questões que nossos alunos trazem ou do que a sociedade, de modo geral, demanda de nós,
educadores musicais” (ARROYO, 2002, p. 18). A avaliação dos conteúdos abordados pode
ser visualizados no quadro abaixo:

Avaliação dos conteúdos abordados


(2,73%)

(38,35%) Foi acima das expectativas

Atendeu as expectativas

Não atendeu as
(58,90%) expectativas

Gráfico 9: Avaliação dos conteúdos abordados

As experiências sociomusicais adquiridas pelos alunos revelaram, por meio dos


questionários semiestruturados, significativas realizações no processo ensino/aprendizagem
da música. Para preservar a identidade de cada um desses alunos, iremos distingui-los com a
expressão participante 1, participante 2, e assim por diante. Na quinta pergunta do
questionário abordamos: Com o desenvolvimento do projeto, qual o impacto social
alcançado?

“Aprendi a ouvir outros estilos musicais, além de melhorar a percepção musical e a


concentração” (participante 16).

“Ampliação de aplicações musicais práticas graças ao conhecimento teórico. Isso abre a


possibilidade de aumentar um repertório, bem como obter uma linguagem universal para se
comunicar musicalmente” (participante 10).
46

“Ingressar na UFS de forma estruturada e despertar conhecimentos para maior interesse na


música” (participante 11).

“Interação com pessoas e aprendizagem graduada com cada pessoa tocando seu devido
instrumento” (participante 3).

“O estudo da música melhorou minha relação com outras pessoas, me ajudou no


desenvolvimento da minha coordenação motora e me deu ideias muito boas para projetos de
eletrônica” (participante 1).

“Me ajudou a ampliar as relações e ter mais dinâmica com relação a trabalhos. Além de abrir
um leque maior em oportunidades” (participante 15).

Para que o estímulo e a aprendizagem na música aconteçam, um professor mediador


deve buscar formas articuladas para conhecer o contexto que está atuando, tendo essa
percepção contínua do ambiente e de como os seus alunos irão ou querem absorver o que a
música oferece. Para Oliveira (2015, p. 33):

São os professores que têm a tarefa de formular e criar situações de ensino e


de aprendizagem na teoria e na prática, mas em especial na praxis
educacional, para articular de maneira significativa esse processo de
desenvolvimento musical, ajudando-os a se aproximarem dos assuntos,
habilidades, atitudes, pessoas, repertórios, ambientes e de todas as situações
novas de forma construtiva e significativa (OLIVEIRA, 2015, p. 33 grifo
nosso).

“O que espero?” Essa foi a pergunta feita pelo Professor Ricardo Vieira sobre a
perspectiva dos seus alunos em relação ao curso que seria ofertado Percepção e Apreciação
Musical. Veja a seguir a resposta de alguns relatos:

“Espero poder aprender tanto como distinguir técnicas instrumentais, ritmos, gêneros etc.
conhecer melhor sobre o gosto musical etc” (participante 4).

“A ideia de construir a partir do ponto inicial que é a percepção, a ideia do que é música e
como conseguir identificá-la através da mesma” (participante 3).

“Necessito de uma formação para desenvolver melhor porque sou professora de Arte.
Conhecer, perceber e ordenar conhecimentos musicais” (participante 11).

“Adquirir os conhecimentos e poder aplicá-los de forma consciente” (participante 13).

“Aprendizagem e treino para poder fazer um bom vestibular” (participante 19).


47

Como dito, o projeto Música para Todos visa a preparação dos possíveis candidatos ao
vestibular em música da UFS, mas que também é aberto a toda a comunidade. Dentre os
alunos do Projeto que tinham intenção de prestar o vestibular para música houve seis deles
aprovados no vestibular 2016 e todos, atualmente, encontram-se cursando o primeiro semestre
de graduação em música. “Considerando que o público alvo também abarca pessoas que não
têm interesse em prestar o vestibular, acredito que este resultado é satisfatório”62.
Infelizmente, pela conclusão do presente trabalho, não haverá tempo suficiente para sondar
novos aprovados do projeto na edição do vestibular que irá ocorrer em outubro de 2017.

62
Resposta da Prof.ª Dr.ª Mackely Ribeiro Borges ao questionário aplicado em 31 mar. 2017.
48

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisarmos os tópicos deste trabalho consideramos que o ensino de música e a


educação musical estão integrados e fazem parte do ser humano, do seu processo enquanto
sociedade. Diante de toda a trajetória da música e da sua pulverização do curriculo escolar
brasileiro, ela sempre esteve presente nos espaços formais e informais da sociedade.

Com a leitura de alguns trabalhos de graduandos do Curso de Música da UFS e de


demais autores que se propuseram a realizar pesquisas da base histórica do ensino de música
em solo sergipano, podemos extrair que, o período que compreende do Império até a década
de 1970, o ensino de música fez parte da educação aracajuana e, neste espaço de tempo, é
possível ter ocorrido a realização do ensino de música nos espaços escolares de forma
consciente.

Com a fundação do Conservatório de Música de Sergipe, insere-se o estado no mapa da


música. Trata-se de uma instituição de suma importância para a comunidade e por ela
passaram diversos mestres da música, cujos feitos perduram até os dias de hoje. Apesar das
implicações políticas ao longo do tempo, firma-se como patrimônio cultural de Sergipe. A
prática do Canto Orfeônico, a partir da década de 1930 influenciou a criação deste e de outros
conservatórios de música pelo país.

A atual situação do ensino de música nas escolas particulares do ensino regular em


Aracaju têm demonstrado que o ensino de música tem tido boas representações, mas que,
infelizmente, ainda são insuficientes. Já um levantamento feito em 2010 sobre o ensino de
música nas escolas públicas, denota-se uma carência bem maior da presença do ensino de
música de forma consciente, sendo que tanto diretores quanto professores o ensino de música
já se faz presente através das práticas festivas e das datas comemorativas.

A Escola de Música Carlos Gomes é a pioneira em Aracaju e tem auxiliado na formação


de muitos músicos. É a única escola particular nos dias atuais que tem autorização para emitir
certificados. Também citando a Escola de Arte Valdice Teles, trata-se de uma escola aberta à
comunidade, de forma gratuita, em que jovens têm a oportunidade de conhecer a música de
forma sistemática, acrescentando a formação musical que os alunos podem adquirir por meio
das orquestras e grupos corais nas escolas públicas através de projetos, oficinas etc.
49

Apesar de Sergipe ser o menor estado da Federação, o ensino de música não é a menor
parte do estado, ao contrário, o ensino de música tem alcançado transformações coletivas e
individuais. Neste contexto, a Universidade Federal de Sergipe tem prestado relevantes
contribuições para o fortalecimento da cultura musical do estado. O Departamento de Música
tem corroborado para tal fortalecimento com os seus projetos de extensão voltados à
comunidade interna e externa da UFS.

Diante das explanações apontadas no presente trabalho sobre o Projeto Música para
Todos promovido pelo DMU, os conteúdos programados dos cursos demonstram que nas
aulas de Piano e Violão há uma grande oportunidade de aprendizado no instrumento, tanto
para iniciantes quanto para aqueles que buscam aperfeiçoarem-se na música. Os professores
têm procurado estruturarem suas aulas de acordo com os níveis de cada aluno, o que é de
grande valia para a diversidade de experiências. Nas aulas de Teoria e Percepção musical
percebe-se que os conteúdos se aproximam dos exigidos para a prova de vestibular (porque
há uma prova prática de ritmo e solfejo e uma prova com nível intermediário de teoria
musical), além da prática de um instrumento.

Podemos analisar por meio dos comentários dos próprios participantes da pesquisa,
iniciando pelos professores, que por melhor que seja a sua formação/conhecimento, esta não
se faz sem considerar as vicissitudes que se apresentam no contexto da sala de aula, mormente
na área de música que precisa contar com professores articuladores.

O avanço qualitativo para os coordenadores ressaltam, com satisfação, a desenvoltura


dos alunos ao longo do desenvolvimento do projeto, a relevância que o mesmo tem
proporcionado ao curso de música da UFS numa visão diferenciada nos participantes da
comunidade acadêmica e, em geral, do que seria o curso de música e o que ele representa para
a sociedade.

As mudanças identificadas pelos alunos parece ter sido significativas. A grande maioria
reconhece que foi além do esperado. Analisando-se todos os comentários, mesmo aqueles que
não puderam ser citados nesse trabalho, verifica-se a sua importância, pois fortaleceu bases,
transformou conceitos e contribuiu na formação musical, incluindo seis aprovações no
vestibular de música. Comparando-se todos os fatores circundantes tem-se como um resultado
satisfatório para o primeiro ano do projeto e o aluno pode, ainda, adquirir base para o ingresso
em outras instituições de música.
50

REFERÊNCIAS

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Acesso em: 06 jul. 2017.

SILVA, Luciana. Escola de música alternativa: sua dinâmica e seus alunos. Cadernos do
Colóquio, Rio de Janeiro, v. 3, n. 3, p. 51-64, 1996.

SILVA, Veleida Anahí da. Extensão universitária: uma fonte de inovação para uma
universidade moderna em uma sociedade moderna. In: SANTOS, Daisy Maria dos; FREIRE,
José Marcos Monteiro (Orgs). Universidade além da sala de aula: extensão universitária,
desenvolvimento local e cidadania. São Cristóvão: Editora UFS, 2006.
54

SOUZA, Reginaldo Correia de. Academia de música Carlos Gomes e o ensino alternativo de
música em escolas particulares. 2016. Monografia (Graduação em licenciatura em Música).
Departamento de Música. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. Ações de extensão. Departamento de Música –


DMU. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2017.
Disponível em: <https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em: 02 ago. 2017.

______. Bravi tutti. Disponível em:


<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em: 06 ago. 2017.

______. Música para todos. São Cristóvão, 2017. Disponível em:


<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em: 02 ago. 2017.

______. Oficinas de afinação e reforma de pianos.


Disponível em: <https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em: 06 ago. 2017.

______. Oficinas de técnica e interpretação pianística. Disponível em:


<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>

Acesso em 06 ago. 2017.

______. Ópera na UFS. Disponível em:


<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>

Acesso em 06 ago. 2017.

______. Projetos de pesquisa DMU – Pibic.


Disponível em:
<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>

Acesso em 06 ago. 2017

______. Quarteto de violões. Disponível em:


<https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/extensao.jsf?id=216>
Acesso em: 06 ago. 2017.
55

______. Resolução nº 142/2010/CONEPE. São Cristóvão: UFS, 2010.

______. UFS em Números: 2015-2016. São Cristóvão: Editora UFS, 2016. 32 p. Disponível
em:
<http://indicadores.ufs.br/uploads/page_attach/path/1696/ufs_em_numeros_2015_web.pdf>
Acesso em: 28 jul. 2017.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamentos e métodos. Tradução: Daniel Grassi. 2. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2001.
56

APÊNDICE - Entrevistas aplicadas aos coordenadores, professores e alunos do


Projeto Música para Todos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE


CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE MÚSICA

Entrevista sobre o projeto PIBIX “MÚSICA PARA TODOS”.

Obs.: Se os espaços nas linhas forem insuficientes, por favor, escreva no verso.

Nome do coordenador (a) do Projeto “Música para todos”:

2. Como surgiu a ideia para a elaboração do projeto “Música para Todos”? Houve alguma
justificativa específica?

3. No atual estágio, já é possível mensurar os resultados do projeto para os discentes do curso


de licenciatura envolvidos com o mesmo?

4. Na sua visão, as aulas do projeto tem contribuído para com o pensamento sobre a
importância do ensino da música? De que forma?

5. É possível perceber um aumento do interesse e da procura pelo estudo de música na UFS


por alunos da própria universidade e da comunidade em geral?

6. Houve aprovação de algum aluno do projeto “Música para Todos” na última edição do
vestibular? Caso sim, quantos alunos aprovados?

São Cristóvão de de 2017.


57

O PROJETO “MÚSICA PARA TODOS” E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO


MUSICAL EM ARACAJU (SE)

Obs.: Se os espaços nas linhas forem insuficientes, por favor, escreva no verso.

Professor (a):

Qual curso ministrou no projeto “Música para todos”?

Qual a sua formação na área de música?

2. Como se deu a contribuição do projeto na sua formação discente, no contexto docente?

3. Qual o perfil das turmas, de um modo geral? Homogêneas ou heterogêneas?

4. Como você descreve a sua metodologia utilizada em sala de aula?

5. Na sua perspectiva, houve um aumento no nível musical por parte dos alunos com o
desenvolvimento do projeto?
58

6. Na sua visão como as aulas do projeto contribuem para os candidatos ao vestibular em


música? E para a sociedade como um todo?

7. Você acha que a formação que o aluno tem recebido no projeto pode trazer algum benefício
para ele na sociedade?
59

A CONTRIBUIÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA DISSEMINAÇÃO DO


ENSINO DE MÚSICA: DA TEORIA À PRÁTICA

Obs.: A forma de resposta consiste em assinalar com um (X) e para os espaços em


branco preencher com letras de forma.

Nome:
Idade: sexo:
Grau de instrução:

2. Como você iniciou seus estudos musicais? Atualmente, participa de algum grupo musical?

3. Qual foi ou quais foram os tipos de formação musical que você obteve até o presente
momento?
( ) Autodidata
( ) Aula particular
( ) Instituição religiosa
( ) Escola de Música
( ) Conservatório
( ) Projetos/Oficinas/Seminários por meio da extensão universitária
( ) Curso Profissionalizante
( ) Projetos/Oficinas pelo Ministério da Educação/Cultura
( ) Graduação em Música
( ) Especialização/Mestrado/Doutorado na área de Música
( ) Outro
Especifique:

4. Correspondente ao projeto “Música para todos” promovido pelo Departamento de Música


da Universidade Federal de Sergipe, qual foi o seu principal objetivo para ingressar?

5. Com o desenvolvimento do projeto, qual foi o impacto social alcançado?

6. Na sua perspectiva, como o Ensino de Música pode intervir na sociedade através da


extensão universitária?
60

ANEXO – Conteúdo programático dos cursos do Projeto Música para Todos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE


CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE MÚSICA

CURSO DE EXTENSÃO MÚSICA PARA TODOS


Disciplina: Teoria e Gramática Musical I
Professor (a): Candice Naiane Marcolino S. Santos
Turmas: Turma 1 (segunda-feira das 14-16h)/ Turma 2 (terça-feira das 14-16h)/ Turma 3
(quinta-feira das 9-11h)/ Turma 4 (quinta-feira das 11-13h)/ Turma 5 (quinta-feira das 14-
16h).
Período: 15 agosto 2016 a 09 novembro 2016

PLANO DE CURSO

EMENTA: Estudo de Teoria e Gramática Musical I.

OBJETIVOS

Geral: Conhecer com especificidade Teoria e Gramática Musical I.


Específicos:
• Conhecer Música e seus elementos (melodia, harmonia e ritmo); As Propriedades do
Som (altura, intensidade, duração e timbre) e a Notação Musical (notas, escalas,
pentagrama, claves, linhas suplementares inferiores e superiores, linha de oitava).
• Conhecer Figuras Rítmicas (semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia,
fusa e semifusa) e suas Pausas correspondentes.
• Conhecer Compasso Simples (fórmula de compasso e tipos de barra de compasso);
Acentuação Métrica dos Compassos.
• Conhecer Intervalo Simples (tom, <semitom cromático e diatônico>); Intervalo
melódico; harmônico; uníssono; conjunto e disjunto; Classificação dos Intervalos e
Sinais de Alteração.
• Conhecer Escala Cromática; Fermata; Subdivisão binária dos tempos; Ponto de
aumento; Ligadura; Síncopa e Contratempos.
• Conhecer Armadura de clave; Acidentes; Frase; Semifrase; Motivo; Ritmos iniciais;
Terminações das frases e Bi-subdivisão dos tempos.
• Conhecer Escala Diatônica Maior; Escala Diatônica menor; Escalas Relativas
menores; Função dos Graus na Escala; Grau Conjunto e Disjunto; Escala menor
natural; Escala menor melódica; Escala menor harmônica; Escala menor Bachiana;
Escala Pentatônica.
• Conhecer Quiálteras; Hemíolas; Compasso Composto; Fórmula de Compasso;
Unidade de Movimento (U.M), Unidade de Tempo (U.T), Unidade de Compasso
(U.C) e Unidade de Som (U.S).
61

PROJETO MÚSICA PARA TODOS


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (PERCEPÇÃO)

AULA 1

Propriedades do som: atividades de percepção de altura, intensidade, timbre, duração e


sentido.
Claves: identificação das notas no pentagrama em diferentes claves.
Percepção: atividades de diagnóstico em percepção.
Organologia: família das cordas (apreciação musical).

AULA 2

Intervalos (parte 1): intervalos melódicos simples.


Organologia: família das cordas dedilhadas (apreciação musical).

AULA 3

Intervalos (parte 2): intervalos melódicos compostos.


Organologia: família das madeiras (apreciação musical).

AULA 4:

Escalas maiores: processo de formação da escala maior e sua relação com as tonalidades.
Armadura de clave: reconhecimento e leitura das tonalidades maiores.
Compassos simples: figuras positivas e negativas (percepção e leitura).
Organologia: família dos metais (apreciação musical).

AULA 5:

Escalas menores: processo de formação das escalas menores (primitiva e harmônica) e sua
relação com a tonalidade.
Armadura de clave: reconhecimento e leitura das tonalidades menores.
Organologia: família de percussão (apreciação musical).

AULA 6:

Intervalos (parte 3): intervalos harmônicos.


Tríades (parte 1): identificação e percepção das tríades maiores e menores.
Compassos compostos: percepção e leitura.
62

Organologia: instrumentos alternativos (apreciação musical).

AULA 7:

Tríades (parte 2): identificação e percepção das tríades aumentadas e diminutas.


Percepção rítmica: atividades de percepção.
Organologia: canto coral (apreciação musical).

AULA 8:

Tétrades (parte 1): identificação e percepção dos diferentes tipos de acordes com sétima.
Contratempo: percepção e leitura.
Apreciação Musical: a música no período renascentista.

AULA 9:

Tétrades (parte 2): identificação e percepção dos diferentes tipos de acordes com sétima.
Campo Harmônico Maior: percepção dos acordes do campo harmônico maior.
Apreciação Musical: a música no período barroco.

AULA 10:

Campo Harmônico Menor: percepção dos acordes do campo harmônico menor (primitivo e
harmônico).
Apreciação Musical: a música no período clássico.

AULA 11:

Síncope: percepção e leitura dos diferentes tipos de síncope.


Apreciação Musical: a música no período romântico.

AULA 12:

Quiáltera: percepção e leitura dos diferentes tipos de quiálteras.


Hemíola: percepção e leitura.
Apreciação Musical: a música no Séc. XX.

AULA 13:

Enarmonia: identificação e leitura.


63

Apreciação Musical: a música contemporânea.

AULA 14:

Revisão (parte 1).


Resolução de provas de vestibulares.

AULA 15:

Revisão (parte 2).


Resolução de provas de vestibulares.
64

Projeto Música para todos – Universidade Federal de Sergipe

CRONOGRAMA PARCIAL – AULAS DE VIOLÃO I

Aula 1:

Introdução ao estudo do instrumento (Partes do violão, cordas, Mão direita e esquerda,


posicionamento ao tocar etc) / Prática estudo-musical 1 p/ mão direita, sem apoio.

Aula 2:
Introdução ao pentagrama e Clave de sol / Prática musical (Estudo-musical 1.1, Marcha
soldado p/ 4 violões).
Aula 3:
Introdução à leitura e execução rítmico-melódica com jogo das cartas violonísticas/
reconhecimento das cordas no pentagrama.
Aula 4:
Repertório – Let i be (p/ 4 violões), Estudo-musical 1.3 / Uso do toque com apoio/ Introdução
ao conceito das posições (mão esquerda).
Aula 5:
Apreciação da música Let i be por mp3 original / Busca de aplicação de aspectos musicais
(dinâmica, texturas) na prática musical em conjunto.
Aula 6:
As 7 notas musicais e Escala cromática (sinais de alteração, tom e semitom).
Aula 7:
Repertório – Parabéns pra você – (melodia principal).
Aula 8:
Repertório – Parabéns pra você – (acompanhamento).
Aula 9:
Escala de dó maior (1ª posição) / Breve retrospecto sobre o surgimento do violão e as suas
transformações até o formato atual.
Aula 10:
Escala de dó menor (1ª posição) / Apreciação musical sobre a perspectiva do violão – os
diferentes campos de atuação do instrumento.
65

Aula 11:
Tríades Maiores (Naturais) – Aplicação das tríades em progressões simples, com 2 acordes,
que estarão nas cartas violonísticas e serão sorteadas para cada aluno.
Aula 12:
Estudo de levadas e batidas em compassos simples 1 / Leitura Rítmico-melódica na pauta.
Aula 13:
Tríades Menores (Naturais) – Aplicação das tríades em progressões simples, com 2 acordes,
que estarão nas cartas violonísticas, e serão sorteadas para cada aluno.
Aula 14:
Prática de dedilhados em compassos simples com troca de acordes.
Aula 15:
Análise de performance musical e instrumental dos alunos/ Prova prática final.

Material elaborado por André Filipe Carvalho Rezende, E-mail: filipecarvalhoafrc@gmail.com


66

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

PROJETO DE EXTENSÃO UFS “MÚSICA PARA TODOS”

DISCIPLINA PIANO I

Aspectos técnicos Aspectos musicais Aspectos históricos

- Partes do piano; - Exploração dos parâmetros - Breve história sobre a


sonoros e musicais nas teclas origem e o desenvolvimento e
brancas e pretas; sonoridade dos instrumentos
de tecla desde a segunda
metade do século XIV;
- Iniciação ao conceito de - Identificação das teclas do - Breve apresentação dos
dissociação muscular piano na partitura; compositores das obras
trabalhadas em sala de aula.
- Postura do corpo, mãos e - Identificação das notas
dedos ao tocar o instrumento; naturais e alteradas em todas
as teclas;
- Digitação nas mãos direita e - Performance musical
individual e em grupo com
esquerda;
músicas de nível fácil
- Articulações (legato, non
legato e staccato);
- Treino da memória visual e - Desenvolvimento
muscular da mão direita e progressivo da leitura musical
esquerda em todas as teclas em semibreves, mínimas,
pretas e brancas; semínimas, colcheias e
semicolcheias na clave de sol
e fá.
- Execução das escalas
diatônicas maiores e menores
harmônicas com duas oitavas.
- Identificação das tríades
maiores e menores segundo a
linguagem popular (cifra)
- Exercícios em compassos
simples: Binário, Ternário e
Quaternário.

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