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FABIANO PEREIRA
DIREITO ADMINISTRATIVO
EM 60 MINUTOS
Olá!
Nos últimos quinze anos atuei efetivamente no ensino do Direito Adminis-
trativo nos principais cursos preparatórios do país. Além disso, há cinco anos atuo
como Mentor e Coach na orientação de candidatos que realmente desejam se
tornar servidores públicos.
E, durante todo esse período, acabei me deparando com uma intrigante
peculiaridade: a maioria dos candidatos possui uma grande dificuldade no estu-
do dessa disciplina. Não raramente, o Direito Administrativo é responsável pela
reprovação de excelentes candidatos, o que acaba alimentando essa injustificada
percepção.
Na prática, o que acontece é que o ensino do Direito Administrativo exige
uma didática peculiar, não encontrada facilmente no mercado. Muitos profissio-
nais que ministram o conteúdo não vivenciam a rotina administrativa, o que difi-
culta a compreensão e, principalmente, a transmissão do conhecimento por meio
de exemplos.
Somando-se a tudo isso, destaca-se o fato de que os candidatos também
desconhecem as regras básicas do processo de memorização do conteúdo estu-
dado, a exemplo da necessidade de realizar revisões espaçadas, principalmente
na semana que antecede a prova do concurso público.
Pensando na facilitação do processo de revisão do conteúdo de Direito Ad-
ministrativo, decidi criar o e-book DIREITO ADMINISTRATIVO EM 60 MINUTOS.
Tenho certeza de que o material que você possui em mãos é um verdadeiro amu-
leto para o seu processo de preparação, principalmente nos dias que antecedem
a data de sua prova.
Como o próprio nome diz, em 60 minutos você consegue revisar e recordar
dos principais tópicos da disciplina, aumentando, assim, as chances de você au-
mentar a sua pontuação final no concurso público.
Estou sempre pensando em alternativas viáveis para facilitar o seu percurso
até a aprovação no concurso público desejado. Todavia, você tem que fazer a sua
parte!
Caminhando juntos, o resultado é a nomeação.
Sucesso!
Prof. Fabiano Pereira1
1 Professor Fabiano Pereira atualmente ocupa o cargo de Analista Judiciário do Poder Judiciário da
União. É Master Coach, Mentor e especialista em Direito Administrativo e Direito Eleitoral, com vários livros
publicados.
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SUMÁRIO
LICITAÇÃO pág. 24
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TEORIA GERAL DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
TEORIA GERAL DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
1. Pelo critério da Administração Pública, o Direito Administrativo pode ser de-
finido como um conjunto de princípios e regras que regulam a Administração
Pública.
2. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro exclui do âmbito do Direito Adminis-
trativo a regência de atividades contenciosas da Administração Pública. Somente
a atividade jurídica não contenciosa está inserida no seu conceito de Direito Ad-
ministrativo.
3. A função de governo é exercida pelos poderes Executivo e Legislativo, que,
conjuntamente, são responsáveis por elaborar as políticas públicas e diretrizes
que devem embasar a atuação da Administração Pública. De outro lado, a função
administrativa é exercida pelos órgãos de execução da Administração Pública, que
colocam em prática as decisões de Governo.
4. A lei é a mais importante fonte do Direito Administrativo brasileiro, sendo
considerada uma fonte primária. Nesse caso, a expressão “lei” deve ser entendi-
da em sentido amplo, abrangendo as normas constitucionais, os atos normati-
vos primários previstos no artigo 59 da Constituição Federal (emendas constitu-
cionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas,
decretos e resoluções), os tratados e acordos internacionais, os estatutos e regi-
mentos e, ainda, os denominados atos normativos secundários (os atos adminis-
trativos editados por agentes públicos, a exemplo dos decretos regulamentares,
portarias, instruções normativas, entre outros).
5. O costume pode ser entendido como um conjunto de regras informais, não
escritas, praticado habitualmente no interior da Administração com a consciência
de que é obrigatório. Os costumes são considerados fontes do Direito Administra-
tivo porque, em vários momentos, suprem lacunas ou deficiências existentes em
nossa legislação administrativa.
6. Com o objetivo de fiscalizar e corrigir os atos ilegítimos ou ilegais pratica-
dos pela Administração Pública, foram desenvolvidos dois grandes sistemas de
controle que podem ser adotados pelos Estados, em todos os níveis de governo
(esfera federal, estadual, distrital e municipal): o do contencioso administrativo
(também chamado de sistema francês) e o sistema judiciário ou de jurisdição
única (também conhecido como sistema inglês). No Brasil, adota-se o sistema de
jurisdição única.
7. O regime jurídico-administrativo foi construído tendo como base dois grandes
princípios jurídicos: a supremacia do interesse público sobre os interesses priva-
dos e a indisponibilidade dos interesses públicos. Esses dois princípios conferem
ao citado regime o caráter de Direito Público e suas especificidades, bem como
sua natureza jurídica.
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PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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PODERES ADMINISTRATIVOS
PODERES ADMINISTRATIVOS
1. O abuso de poder configura-se por uma conduta praticada pelo agente público
em desconformidade com a lei e pode se apresentar sob três formas diferentes:
a) quando o agente público ultrapassa os limites da competência que lhe foi ou-
torgada pela lei (excesso de poder); b) quando o agente público exerce a compe-
tência nos estritos limites legais, mas para atingir finalidade diferente daquela
prevista em lei (desvio de poder ou desvio de finalidade); c) pela omissão;
2. Para que um ato administrativo seja editado validamente, em conformidade
com a lei, é necessário que atenda a cinco requisitos básicos: competência, for-
ma, finalidade, motivo e objeto. Quando os cinco requisitos forem apresentados
e detalhados na própria lei, ter-se-á um ato vinculado, pois o agente público res-
tringir-se-á ao prenchimento do ato nos termos que foram definidos legalmente;
3. Poder discricionário é aquele que a própria lei concede ao agente público, de
modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos, autorizando-
-lhe a escolher, entre várias alternativas possíveis, aquela que melhor atende ao
interesse coletivo;
4. Cuidado para não confundir discricionariedade e arbitrariedade. A primeira
consiste numa autonomia de escolha exercitada sob a égide da Lei e nos limites
do Direito. Isso significa que a discricionariedade não pode traduzir um exercício
prepotente de competências e, portanto, não autoriza escolhas ao bel-prazer,
por liberalidade ou para satisfação de interesses secundários ou reprováveis, pois
isso caracterizaria arbitrariedade. A arbitrariedade está presente nos atos que
atentam contra a lei, inclusive naqueles que extrapolam os limites da discriciona-
riedade outorgada legalmente ao agente público;
5. O Poder Judiciário jamais poderá revogar um ato editado pela Administração,
mas somente anulá-lo, quando for ilegal ou contrariar princípios gerais do Direi-
to. Somente a própria Administração pode revogar os seus atos, pois essa possi-
bilidade está relacionada diretamente à conveniência e à oportunidade;
6. O poder hierárquico é exercido de forma contínua e permanente dentro de
uma mesma pessoa política ou administrativa organizada verticalmente. Sendo
assim, é possível afirmar que, no interior da União, Estados, Municípios e Distrito
Federal, ocorrerão várias relações de hierarquia, todas elas fruto da desconcen-
tração;
7. No exercício do poder hierárquico, várias prerrogativas serão asseguradas aos
órgãos e agentes superiores, a exemplo dos poderes de ordenar, fiscalizar, delegar
e avocar competências e de dirimir controvérsias de competência;
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PODERES ADMINISTRATIVOS
17. O art. 1º da Lei 9.873/1999 é expresso ao afirmar que “prescreve em cinco anos
a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício
do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados
da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do
dia em que tiver cessado”.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETA E INDIRETA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETA E INDIRETA
1. As autarquias exercem funções típicas de Estado e são apelidadas de “serviços
públicos personificados”;
2. Somente por lei específica poderá ser criada uma autarquia, seja ela federal,
estadual, municipal ou distrital;
3. Em regra, a iniciativa legislativa para a criação de autarquias é privativa do Che-
fe do Executivo;
4. As autarquias responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, nes-
sa qualidade, causarem a terceiros;
5. O patrimônio de uma autarquia é constituído por bens públicos e, portanto,
imprescritíveis e impenhoráveis;
6. As autarquias possuem prazo em dobro para contestar e/ou responder às ações
judiciais;
7. As autarquias são abrangidas pela imunidade tributária recíproca;
8. As autarquias federais possuem prerrogativa de foro na justiça federal;
9. As entidades da Administração não estão subordinadas à Administração Direta,
mas somente vinculadas;
10. As fundações públicas de Direito Público são criadas por lei e as fundações
públicas de Direito Privado tem a sua criação autorizada por lei;
11. As empresas públicas e sociedades de economia mista podem explorar ati-
vidade econômica ou prestar serviços públicos, mas, em ambos os casos, serão
regidas pelo Direito Privado;
12. As empresas estatais têm a sua criação autorizada por lei;
13. O entendimento que deve prevalecer para concursos públicos é o de que a
autorização para a criação de subsidiárias pode ser genérica (conforme o enten-
dimento do STF) ou ainda que deve ser concedida autorização legislativa em cada
caso (quando a questão cobrar o texto literal do inciso XX do artigo 37 da CF/88);
14. Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista são
regidos pela CLT, portanto, não possuem estabilidade;
15. O próprio texto constitucional estabelece a necessidade de criação de um
regime licitatório específico para as empresas estatais exploradoras de atividade
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETA E INDIRETA
econômica, que se dará nos termos da lei;
16. Empresa estatal que explora atividade econômica atua no mercado competin-
do diretamente com empresas privadas e, portanto, não pode gozar de privilégios
tributários que não sejam assegurados também aos particulares, sob pena de
caracterização de concorrência desleal;
17. As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão sujeitas à lei
de falência;
18. Se a empresa pública ou sociedade de economia mista prestarem serviços pú-
blicos, é incontestável que se submeterão às regras do § 6º do artigo 37 da CF/88,
ou seja, responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qua-
lidade, causarem a terceiros. Entretanto, caso a empresa pública ou sociedade
de economia mista explorarem atividades econômicas, a responsabilidade será
subjetiva, regulada pela legislação civil;
19. As sociedades de economia mista somente podem ser constituídas sob a for-
ma de sociedade anônima (S.A.), enquanto as empresas públicas podem ser cons-
tituídas sob qualquer forma existente no Direito;
20. O capital das sociedades de economia mista é formado pela conjugação de
recursos públicos e de recursos privados. As empresas públicas, por sua vez, pos-
suem capital integralmente público, ou seja, proveniente de entidades da Admi-
nistração Pública Direta ou Indireta.
21. A Administração Pública brasileira passou por três modelos básicos de admi-
nistração: a patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Todas essas modalidades
se sucederam no tempo, mas não é correto afirmar que os dois primeiros mode-
los foram totalmente abandonados, pois ainda encontramos resquícios de sua
aplicação atualmente;
22. O principal objetivo do contrato de gestão é aumentar a autonomia gerencial,
orçamentária e financeira de órgãos e entidades públicos, facilitando o alcance de
suas finalidades previstas em lei;
23. Para responder às questões de prova, lembre-se de que os contratos de ges-
tão podem ser assinados entre a Administração Direta e Administração Indireta;
entre órgãos da própria Administração Direta; ou, ainda, entre a Administração
Direta e pessoas jurídicas de Direito Privado não integrantes da Administração
(dando origem às Organizações Sociais);
24. A expressão “agência executiva” não designa uma nova entidade integrante
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETA E INDIRETA
da Administração Pública. Trata-se somente de uma qualificação que é concedida
pelo Poder Público às fundações públicas e autarquias que tenham celebrado um
contrato de gestão com a Administração Direta e atendam aos demais requisitos
previstos nos artigos 51 e 52 da Lei 9.649/98;
25. As principais características das agências reguladoras são: a estabilidade dos
dirigentes (somente devem ser afastados no caso de cometimento de ilícitos, ou
de outros desvios de conduta, ou se a agência não estiver cumprindo a política
pública definida nos termos da lei para o setor); autonomia de gestão; estabeleci-
mento de fontes próprias de recursos, se possível geradas pelo próprio exercício
da atividade regulatória (taxas pelo exercício do poder de polícia e preços públi-
cos específicos); a não-subordinação hierárquica a qualquer instância de governo;
a inexistência de instância revisora hierárquica de seus atos, ressalvada a revisão
judicial; a indicação dos dirigentes pautada por critérios técnicos, sendo preferí-
vel que sua nomeação não seja ato exclusivo do Poder Executivo, devendo envol-
ver o Legislativo, mediante sabatina e aprovação, pela instância parlamentar, dos
nomes indicados;
26. O ordenamento jurídico brasileiro confere às agências reguladoras o poder de
arbitrar os conflitos entre o Estado, o prestador do serviço e os cidadãos que sur-
girem no respectivo setor regulado. As decisões proferidas pelas agências regula-
doras possuem caráter de definitividade na esfera administrativa, ou seja, não são
passíveis de recursos para instâncias administrativas superiores;
27. A lei pode estabelecer a possibilidade de o interessado apresentar recurso
hierárquico impróprio em face das decisões proferidas pelas agências regulado-
ras, em caráter excepcional. O recurso hierárquico impróprio somente poderá ser
proposto face às decisões proferidas pelas agências reguladoras ou demais enti-
dades da Administração Pública Indireta, se existir a expressão previsão legal ou
constitucional;
28. Um dos elementos configuradores da autonomia administrativa das agências
reguladoras é o “mandato a prazo certo” exercido pelos seus dirigentes que, se-
gundo o entendimento da doutrina majoritária, trata-se de essencial e necessá-
rio instrumento de garantia contra ingerências externas, principalmente político-
-eleitorais;
29. Como estão vinculadas (e não subordinadas) ao Poder Executivo, as agências
reguladoras estão submetidas ao mesmo controle finalístico (ou supervisão mi-
nisterial) exercido em relação às entidades da Administração Pública Indireta, nos
termos do artigo 84, II e 87, parágrafo único, da CF/88.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETA E INDIRETA
30. A expressão “organização social” nada mais é que uma qualificação conce-
dida pelo Poder Público a uma entidade privada, sem fins lucrativos, a exemplo
das sociedades, fundações privadas e associações, a fim de que possam receber
determinados benefícios e incentivos do Poder Público (dotações orçamentárias,
isenções fiscais etc.), para a realização de seus objetivos, que devem ser obriga-
toriamente de interesse coletivo. Não se trata da criação de uma nova entidade,
pois é concedida apenas uma qualificação de “organização social” a uma entidade
já existente ou recém-criada;
31. Cuidado ao responder às questões de prova, pois é muito comum as bancas
examinadoras elaborarem questões perguntando o nome dado à entidade que
assina um termo de parceria (OSCIP) ou ainda daquela que assina um contrato
de gestão (OS).
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ATOS ADMINISTRATIVOS
ATOS ADMINISTRATIVOS
1. A Administração Pública edita dois tipos de atos jurídicos: a) atos que são regi-
dos pelo Direito Público e, consequentemente, denominados de atos administra-
tivos e b) atos regidos pelo Direito Privado;
2. Fique atento ao conceito de ato administrativo formulado pelo professor Hely
Lopes Meirelles, pois ele é muito cobrado em questões de concursos: “ato ad-
ministrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, trans-
ferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administra-
dos ou a si própria.”
3. São elementos ou requisitos do ato administrativo a competência, a finalidade,
a forma, o motivo e o objeto. Os três primeiros são sempre vinculados e os dois
últimos podem ser vinculados ou discricionários;
4. O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato e de di-
reito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. O motivo se
manifesta através de ações ou omissões dos agentes públicos, dos administrados
ou, ainda, de necessidades da própria Administração, que justificam ou impõem
a edição de um ato administrativo;
5º. Cuidado para não confundir as expressões “motivo” e “motivação”. O motivo
pode ser entendido como o pressuposto de fato e de direito que serve de fun-
damento para a edição do ato administrativo. Por outro lado, a motivação nada
mais é que exposição dos motivos, por escrito, no corpo do ato administrativo;
6. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo agente
público no momento da edição do ato deve corresponder à realidade, tem que
ser verdadeiro, pois, caso contrário, comprovando o interessado que o motivo in-
formado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que simplesmente
não existe, o ato deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder
Judiciário;
7. Não existe um consenso doutrinário sobre a quantidade de atributos inerentes
aos atos administrativos, mas, para responder às questões de provas, lembre-se
da presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade, a autoexecutorie-
dade e a tipicidade;
8. Todo e qualquer ato administrativo é presumivelmente legítimo, ou seja, con-
sidera-se editado em conformidade com a lei, alcançando todos os atos adminis-
trativos editados pela Administração, independentemente da espécie ou classifi-
cação;
21
ATOS ADMINISTRATIVOS
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ATOS ADMINISTRATIVOS
legal, mas que deixou de atender ao interesse público em razão de não ser mais
conveniente ou oportuno.
17. O Poder Judiciário, no exercício de suas funções atípicas, também pode editar
atos administrativos (publicação de um edital de licitação, por exemplo). Sendo
assim, posteriormente, caso interesse público superveniente justifique a revoga-
ção do edital licitatório, o próprio Poder Judiciário poderá fazê-lo;
18. Ao contrário do que ocorre na anulação, que produz efeitos “ex tunc”, na re-
vogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso significa dizer que a
revogação somente produz efeitos prospectivos, ou seja, para frente, conservan-
do-se todos os efeitos que já haviam sido produzidos;
19. Não podem ser revogados os atos já consumados, que exauriram seus efei-
tos; os atos vinculados; os atos que já geraram direitos adquiridos para os par-
ticulares; os atos que integram um procedimento e os denominados meros atos
administrativos;
20. A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude do seu destinatá-
rio ter descumprido os requisitos necessários para a sua manutenção em vigor.
Sendo assim, deve ficar bem claro que o particular, destinatário do ato, é o único
responsável pela sua extinção;
21. A convalidação (correção) de um ato administrativo somente pode ocorrer em
relação aos vícios sanáveis, pois, caso o ato apresente vícios insanáveis, deverá
ser necessariamente anulado.
22. O vício de incompetência admite convalidação, que nesse caso recebe o nome
de ratificação, desde que não se trate de competência outorgada com exclusivi-
dade;
23. Em relação ao requisito “forma”, a convalidação é possível se ela não for es-
sencial à validade do ato administrativo;
25. O prazo que a Administração possui para anular os atos ilegais é de 05 (cinco)
anos. Ultrapassado esse prazo, considera-se que o ato foi tacitamente (automati-
camente) convalidado, salvo comprovada má-fé do beneficiário.
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LICITAÇÃO
LICITAÇÃO
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LICITAÇÃO
menor vulto.
16. Licitações simultâneas são aquelas com objetos similares e com realização
prevista com intervalos iguais ou inferiores a 30 dias. Por outra via, consideram-
se sucessivas duas licitações, quando, sendo semelhantes seus objetos, o edital
de abertura da posterior seja publicado antes de 120 dias do término do contrato
relativo à licitação anterior.
17. O Edital é considerado a lei interna da licitação. Através dele a Administração
Pública apresentará todas as regras para a aquisição de bens ou contratação dos
serviços desejados, que deverão ser respeitadas na íntegra, sob pena de inabilita-
ção (documentação) ou desclassificação (proposta comercial não aceita).
18. Qualquer cidadão ou participante do procedimento licitatório é parte legítima
para impugnar edital de licitação quando este contrariar o texto da Lei 8.666/93
ou os princípios gerais do Direito Administrativo.
19. A Comissão de Licitação tem como objetivo organizar, com apoio técnico, todo
o procedimento licitatório, tais como: elaborar, publicar e divulgar o edital e seus
anexos, prestar esclarecimentos, receber propostas, conduzir o certame, julgar,
adjudicar e elaborar a ata da reunião de licitação.
20. A fase de habilitação dos licitantes tem por objetivo verificar a documentação
e os requisitos pessoais daqueles que manifestam interesse em participar do pro-
cedimento licitatório, selecionando somente os que comprovem reais condições
de participar do certame.
21. Superada a fase de habilitação, ocorrerá o julgamento das propostas em con-
formidade com as regras constantes na lei e no respectivo edital, observando-se
sempre o tipo de licitação previsto.
22. O trabalho da comissão de licitação encerra-se com a escolha da proposta
mais vantajosa para a Administração. Superada essa fase, o inciso VI, artigo 43,
da Lei 8.666/93, determina que o processo seja enviado para a autoridade com-
petente a fim de que seja homologado e adjudicado o objeto da licitação.
23. É vedada a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e
serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam
às previsões reais do projeto básico ou executivo;
24. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de
suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, sal-
vo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justifica-
dos em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 da Lei
8.666/1993;
25. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados
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LICITAÇÃO
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CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
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CONTROLE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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RESPONSABILIDADE CIVIL
DO ESTADO
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
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AGENTES PÚBLICOS
LEI 8.112/90
AGENTES PÚBLICOS - LEI 8.112/90
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AGENTES PÚBLICOS - LEI 8.112/90
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AGENTES PÚBLICOS - LEI 8.112/90
39. O auxílio moradia está previsto nos artigos 60-A da Lei 8.112/90 e O auxílio-
-moradia consiste no ressarcimento de despesas comprovadamente realizadas
pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado
por empresa hoteleira, no prazo de até dois meses após a comprovação da des-
pesa pelo servidor.
40. O artigo 61 da Lei 8.112/90 estabelece um rol de gratificações e adicionais
que podem ser pagos aos servidores públicos. Entretanto, é importante esclare-
cer que o rol é apenas exemplificativo, pois os servidores poderão receber outros
adicionais ou gratificações previstas em outras leis.
41. As férias deverão ser gozadas durante o ano civil, somente podendo ser acu-
muladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade de serviço an-
teriormente declarada.
42. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mes-
ma espécie será considerada como prorrogação.
43. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge é uma licença sem remu-
neração, por prazo indeterminado, que poderá ser concedida ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro deslocado para outro ponto do território
nacional, para o exterior ou para exercício de mandato eletivo dos Poderes Exe-
cutivo e Legislativo.
44. Quando o servidor obtém lotação provisória em outro órgão federal, o ônus
de seu pagamento será da instituição de origem. Nesse caso, o órgão de destino
deverá encaminhar mensalmente a frequência do servidor para que seja efetua-
do o controle.
45. O artigo 85 da Lei 8.112/1990 assegura ao servidor público federal o direito à
licença em decorrência de convocação para o serviço militar obrigatório, período
que será considerado como de efetivo exercício e contado para todos os fins.
46. O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas
funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou
fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua can-
didatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
47. Licença para Capacitação é o afastamento concedido ao servidor, a cada 05
(cinco) anos de efetivo exercício no Serviço Público Federal, para participar de
curso de capacitação profissional, por até 03 (três) meses, sem perda da remune-
ração.
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AGENTES PÚBLICOS - LEI 8.112/90
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IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
LEI 8.429/1992
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
LEI 8.429/1992
1. Não se admite a aplicação da Lei nº 8.429∕1992 a fatos que tenham ocorrido
antes do início de sua vigência (03∕06∕1992).
2. A ação de improbidade administrativa possui natureza cível.
3. Respondem nos termos da Lei de Improbidade todas as pessoas físicas ou ju-
rídicas que induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta.
4. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que os agentes políticos
sujeitos à Lei 1.079/1950 (crime de responsabilidade) não se submetem aos co-
mandos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992).
5. Deputados e Senadores não estão submetidos ao regime especial de respon-
sabilização político-administrativa previsto na Lei nº 1.079/1950, portanto, sujei-
tam-se aos comandos da Lei de Improbidade Administrativa.
6. A competência para processar e julgar agentes políticos por atos de improbi-
dade administrativa, quando dentre as sanções figurar a perda do cargo público,
está condicionada à observância do foro por prerrogativa de função a que estão
submetidas tais autoridades nas ações penais. Todavia, se o agente político não
possui prerrogativa de foro no texto constitucional, a demanda será processada
e julgada por juiz de primeira instância da justiça federal ou estadual, variando
em razão do bem jurídico afetado.
7. Para responder às questões de concursos públicos, tenha sempre em mente
que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que as con-
dutas tipificadas nos artigos 9º e 11 exigem a presença de dolo do agente. De
outro lado, as condutas descritas no art. 10 podem ser reputadas como ímpro-
bas se cometidas com dolo ou culpa.
8. O rol de atos de improbidade administrativa previsto nos artigos 9º, 10 e 11 da
Lei nº 8.429∕1992 é meramente exemplificativo.
9. Na fixação das penas previstas na Lei 8.429/1992 o juiz levará em conta a ex-
tensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
Desse modo, pode-se concluir que compete ao magistrado dosá-las de acordo
com a natureza, gravidade e consequência do ato ímprobo, podendo aplicá-las
de forma cumulativa, ou não.
10. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do recurso especial nº 892.818/
RS, afastou a aplicação do princípio da insignificância aos atos que configurem
improbidade administrativa, ainda que os eventuais danos financeiros causados
ao patrimônio público sejam insignificantes.
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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
LEI 8.429/1992
11. A posse e o exercício de agente público em cargo, emprego ou função na ad-
ministração pública direta ou indireta ficam condicionados à apresentação, pelo
interessado, de declaração dos bens e valores que integram o seu patrimônio,
bem como os do cônjuge, companheiro, filhos ou outras pessoas que vivam sob
a sua dependência econômica, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
doméstico.
12. Qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá representar à autoridade admi-
nistrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar
a prática de ato de improbidade.
13. Somente a autoridade judiciária pode decretar o sequestro de bens do agen-
te investigado pela suposta prática de improbidade administrativa.
15. A Lei nº 8.429∕1992, em seu art. 17, § 1º, prevê a transação, acordo ou con-
ciliação no âmbito das ações civis de improbidade administrativa.
16. A ação judicial de improbidade administrativa pode ser proposta pelo Minis-
tério Público ou pela pessoa jurídica interessada, isto é, aquela que tenha sido
prejudicada pelo ato ímprobo (LIA, art. 1º).
17. A apresentação de manifestação por escrito, também denominada defesa
preliminar ou prévia, ocorre antes do recebimento da petição inicial. Assim, caso
esta seja recebida, o juiz concederá outro prazo para a apresentação da defesa
propriamente dita (contestação).
18. Recebida a manifestação preliminar, o juiz, no prazo de trinta dias, em de-
cisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de
improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.
19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente públi-
co ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Nesse
caso, a lei prevê pena de detenção de seis a dez meses e multa.
20. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução pro-
cessual.
21. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei nº 8.429∕1992
podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de manda-
to, de cargo em comissão ou de função de confiança; ou, II - dentro do prazo
prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
emprego.
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PROCESSO
ADMINISTRATIVO FEDERAL
LEI 9.784/99
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1. A Lei do processo administrativo federal não se restringe ao Poder Executivo,
pois abrange também os poderes Legislativo e Judiciário, bem como o Ministério
Público da União e o Tribunal de Contas da União, quando estiverem exercendo
função administrativa.
2. O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de apre-
sentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as razões de
direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado ato.
3. A norma administrativa deve ser interpretada da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.
4. É direito do administrado ter ciência da tramitação dos processos administrati-
vos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas.
5. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente,
em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou terri-
torial.
6. Não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a
decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do
órgão ou autoridade.
7. Quando não existir competência legal específica, o processo administrativo de-
verá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
8. Está impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade
que tenha interesse direto ou indireto na matéria; tenha participado ou venha a
participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocor-
rem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; ou,
ainda, que esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro.
9. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à
honra e à imagem.
10. Instaurado o processo administrativo a pedido do interessado, não existe a
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obrigatoriedade de ele seja conduzido até a sua conclusão. Através de manifesta-
ção escrita, o interessado poderá, a qualquer momento, desistir total ou parcial-
mente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
11. No momento da propositura de recurso administrativo, o interessado poderá
questionar o mérito da decisão (a ausência de justiça) ou, ainda, a sua ilegalidade
(decisão contrária ao que está previsto na lei).
12. O prazo para a propositura do recurso administrativo é de dez dias, contado
a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. Não confunda esse
prazo com aquele que é concedido à autoridade que proferiu a decisão para re-
considerá-la, que é de cinco dias.
13. Prevê o artigo 61 da Lei 9.784/99 que, salvo disposição legal em contrário,
o recurso não tem efeito suspensivo. Isso quer dizer que a decisão proferida pro-
duzirá imediatamente todos os seus efeitos até a decisão final do recurso propos-
to.
14. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anu-
lar ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
15. Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como
termo o último dia do mês.
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