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Nome da Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia

Afro-Brasileira
Componente Curricular: Sociedades, Diferenças e Direitos Humanos nos
Espaços Lusófonos
Docente: Paulo Donizeti
Discente: Fernanda Márcia dos Santos Pinto
Curso: Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades

Intolerância Religiosa

A intolerância religiosa se baseia na discriminação a grupos minoritários


socialmente e que possuem orientação religiosa diferente. A intolerância se
manifesta através de preconceitos e discriminações baseados em racismo,
etnocentrismo e luta de classe.
Constitucionalmente o Brasil é um Estado Laico, essa premissa é
garantida através da Constituição de 1988 e por meio do Estatuto da Igualdade
Racial, Lei 12.288/2010. Porém esse direito adquirido legalmente não é
respeitado pela sociedade brasileira que tem as religiões cristãs definidas como
oficias. As religiões afro-brasileiras não possuem plena liberdade de culto, pois
são inúmeras situações de discriminações e intolerância registrados.
A intolerância religiosa pode ser compreendida como uma prática definida
pelo não reconhecimento de outras religiões. Relaciona-se então com a
incapacidade dos indivíduos em compreender crenças diferentes da sua.
Segundo Silva Jr:
(...) a intolerância religiosa é uma expressão atitudes fundadas nos
preconceitos caracterizadas pela diferença de credos religiosos praticados por
terceiros, podendo resultar em atos de discriminação violentos dirigidos a indivíduos
específicos ou em atos de perseguição religiosa, cujo alvo é a coletividade (2009,
p.128).

É histórica a luta das religiões afro-brasileiras contra a intolerância. O


desrespeito, demonização de suas divindades cultuadas, agressões físicas,
verbais e atentados ao espaço físico dos templos são apenas algumas das
atitudes de intolerância, discriminação que os praticantes sofrem.
As perseguições às religiões de matriz africana se originaram no período
escravocrata, quando a igreja católica tinha grande influência sobre a colônia
brasileira. Praticar quaisquer manifestações religiosas que não as de origem
católicas eram proibidas e consideradas ações criminosas. Dessa forma, os
escravizados eram submetidos à nova religião.
As práticas religiosas africanas eram consideradas manifestações de
feitiçaria e magia, fazendo com que fosse criado nos negros o estigma de
feiticeiros. Atualmente, os adeptos das religiões africanistas reconhecem que o
termo “intolerância religiosa” não consegue abarcar todas as imbricações que
permeiam esse ato. É reclamado o uso do termo “racismo religioso”, pois
compreende-se que para além da questão religiosa, existe também a questão
racial, sendo esta estruturante da discriminação.
O racismo religioso figura como um braço importante do racismo estrutural
que assola a sociedade brasileira. Sendo um determinante das relações sociais,
o racismo brasileiro segue sendo dissimulado através do mito da democracia
racial. A expressão racismo religioso, e não apenas intolerância, é considerando
que as violências contra as religiões de matriz afro se configuram através da
demonização, pelo fato de serem crenças não-cristãs ou não ligadas à cultura
branca europeia; e o racismo, por serem religiões constituídas por elementos
africanos e indígenas e, em sua maioria, por pessoas negras.
Devido aos inúmeros casos de racismo religioso, alguns dispositivos de
denúncia foram criados. Como por exemplo o disque 100, órgão ligado à
ouvidoria da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH/PR) um dos meios mais utilizados para a denúncia de violações de direitos,
e que tem recebido um número crescente de denúncia com relação ao racismo
religioso contra as religiões de matrizes africanas. Existe no país vasta legislação
que tipifica como crime e pune, a prática de intolerância religiosa. Apesar de
avanços com relação à garantia de liberdade religiosa e aos direitos a ela
referentes, ainda temos um cenário de discriminação e criminalização das
religiões afro-brasileiras.
O dia de combate à intolerância religiosa, 21 de janeiro, também é uma
data a ser lembrada como uma conquista. A data foi escolhida como uma
homenagem a Mãe Gilda, do Ilê Axé Abassá de Ogum, pelo dia de sua morte,
21 de janeiro de 2000, em decorrência de um caso de discriminação.
A liberdade religiosa é reconhecida com um direito fundamental e
inalienável da pessoa humana, assim sendo, existe uma urgência do
reconhecimento das religiões afro brasileiras reivindicando o respeito, o acesso
à justiça e a liberdade de culto.
SILVA JR, Hédio. “Intolerância religiosa e direitos humanos”. In SANTOS, Ivanir dos & ESTEVES
FILHO, A. (Orgs). Intolerância Religiosa X Democracia. Rio de Janeiro: CEAP, 2009.

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