GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA PSICOPATOLOGIA ESPECIAL Profª Andrea Daví Gomes de Almeida Junior – C810DI0
FICHAMENTO: CONDIÇÕES NECESSÁRIAS AO ANALISTA
Este capítulo tem como objetivo elucidar características citadas por Bion para que o trabalho terapêutico seja humanizado e eficiente. Bion se posiciona contra a imagem clássica do analista como um detentor do saber neutro frente a um paciente que apenas espera ser interpretado, ele disserta como este modelo engessa a análise tanto no paciente quanto no analista e propõe condições básicas para que haja uma superação do modelo. A formação do analista é o primeiro aspecto a ser repensado, Bion faz uma crítica ao analista que apenas pensa em decorar a teoria, propondo que este aprenda a lidar com o desconhecido, que as angustias frente a imprevisibilidade possam ser analisadas em supervisão, assim preparando o analista para continuar a análise fazendo este manejo do desconhecido. Bion propõe o conceito de Par analítico, este diz de uma analise que pensa em uma comunhão entre paciente e analista, parte do pressuposto de que os conteúdos provenientes da interação humana são tão determinantes quanto os conteúdos individuais. Sobre o analista Bion postula que o mesmo precisa estar disposto a ser ele mesmo, o conceito de Pessoa real do analista implica que o analista precisa deixar claro sua humanidade, tanto em limitação quanto em capacidade. Sobre o paciente Bion descreve a importância de visualizá-lo no presente como um “mapa”, identificar e deixar ciente os conteúdos dele para que ele mesmo possa visualizar as partes de seu ser, evitando focar demais numa visão de causa e efeito/temporais (passado, presente, futuro). O respeito citado por Bion diz da capacidade do analista em aceitar o paciente, de forma que a aceitação se configure ao que ele é e pode ser ao invés do que o analista queira que o paciente seja, por fim este acolhimento diminuiria a probabilidade do paciente reencontrar barreiras emocionais dentro da análise. Outra capacidade salientada por Bion é a da empatia, esta sendo importante para que a analise não seja apenas um processo monótono de identificação de sintomas e sim um encontro entre os dois seres cada um com suas emoções. A função de continente descrita por Bion diz de ser capaz de decodificar os conteúdos trazidos pelo paciente, estes que trazem angústias e reminiscências da infância e da relação mãe-filho, assim após desintoxicação destes conteúdos agora nomeados podem ser devolvidos ao paciente. A capacidade da paciência é importante para Bion pois permite que o analista consiga suportar a dor do paciente indo além de apenas ser uma questão temporal. A atitude negativa implica reconhecer a própria incapacidade ou desconhecido, assim tornando ciente dentro da análise, ao contrário aquela velha atitude narcisista do analista onisciente vem à tona. A intuição descrita por Bion diz de uma outra via de percepção, que vá além dos sentidos físicos. Por fim a capacidade ser verdadeiro resume as proposições de Bion, o analista precisa se mostrar além da visão clássica, se mostrar humano, com limitações e enxergue na relação com o paciente uma nova esfera a ser analisada também.