A análise SWOT da atividade apícola no centro sul cearense: o caso

da Associação Iguatuense de Apicultores

Cícera Sandra da Silva, Anny Kariny Feitosa1 e Pedro Henrique Dias Batista
1
Instituto Federal do Ceará – IFCE, Campus Iguatu. c-sandra-silva@bol.com.br, anny.feitosa@ifce.edu.br, giga_pedro@hotmail.com

Resumo - A pesquisa teve por objetivo identificar as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças da apicultura, através
do estudo de caso da Associação Iguatuense de Apicultores (AIAPI), baseando-se no método de Análise SWOT
(Strenghs, Weaknesses, Opportunities e Threats). Inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, em
livros e periódicos científicos. Posteriormente, foram realizadas entrevistas e aplicação de questionários aos 24
membros da AIAPI. Após análise dos dados coletados, os principais resultados indicaram um negócio rentável e com a
observação de práticas de preservação da natureza, detentor de mais oportunidades que ameaças, mas ainda sofre
devido ao baixo uso de tecnologias e a falta de apoio de políticas públicas voltadas para o setor. ´

Palavras-chave: apicultura, associativismo, Análise Swot.

The SWOT analysis of the beekeeping activity in central south Ceará: the case
of Association Iguatuense Beekeepers
Abstract – The present research aimed to identify the strengths, opportunities, weaknesses and threats of beekeeping,
through the case study of Association Iguatuense Beekeepers (AIAPI), based on the SWOT analysis method (Strenghs,
Weaknesses, Opportunities and Threats). Initially, was realized a research literature on the subject in scientific books
and journals. Subsequently, interviews were conducted and questionnaires to 24 members of AIAPI. After analyzing the
data collected, the main results indicated a profitable business and with the observation of nature conservation practices,
holder of more opportunities than threats, but still suffers due to the low use of technology and the lack of support of
public policies facing the industry.

Palavras-chave: beekeeping, associativism, Swot analysis.

Introdução produto. Em setembro de 2009 o Estado alcançou a

A apicultura é arte de criar abelhas (Apis melífera L.),
com objetivo de proporcionar ao homem produtos
derivados como mel, cera, geleia real, própolis, pólen e
ainda prestar serviços de polinização as culturas vegetais
(Moreira, 1996).
Segundo Kerr (1980), a apicultura foi introduzida no
Brasil em 1839 com enxames trazidos pelos imigrantes
europeus, contudo somente com a introdução das abelhas
africanas, em meados de 1956 deu-se a revolução da
apicultura no Brasil com o cruzamento das duas
populações, produzindo um híbrido conhecido de abelhas
africanizadas.
Nos últimos 30 anos, a apicultura tem se destacado no
agronegócio do estado do Ceará. Segundo Matos (2005), a
localização geográfica do Estado do Ceará é bastante
favorável ao bom desempenho desta cultura. O Estado
reúne excelentes condições para a exploração apícola pelo
clima propício e pela riqueza nectarífera de sua vegetação.
De acordo com Pereira (2003) a cadeia produtiva da
apicultura propicia a geração de inúmeros postos de
trabalho, empregos e fluxos de renda, principalmente no
ambiente da agricultura familiar, sendo, dessa forma
determinante na melhoria da qualidade de vida e fixação
do homem no meio rural.
Conforme destaca o SEBRAE (2010), quase 90% do
mel produzido no Estado do Ceará possui certificação
orgânica o que contribui para agregação de valor ao
posição de segundo maior exportado de mel no país, além
de ter obtido o melhor preço pelo mel exportado
(US$2,74/kg) acima da media nacional (US$ 2,57/kg).
Considerando o fato de que o mel cearense, a cada ano,
vem ganhando mais espaço no mercado internacional,
percebe-se que a apicultura é uma relevante estratégia
produtiva que possibilita ao homem do campo
complementar sua renda. Todavia, constata-se que grande
parte dos produtores do Estado do Ceará queixa-se das
inúmeras dificuldades enfrentadas. Dentre essas podemos
citar, ainda, a acessibilidade a tecnologias de produção
mais sofisticadas e a falta de políticas públicas voltadas
para o setor.
Como forma de suplantar os inúmeros contratempos,
os apicultores da região Centro-Sul do Estado do Ceará
organizaram-se através do associativismo, com o objetivo
de buscar melhorias para atividade, desenvolver novas
estratégias para expansão da produção e implantar
políticas na área comercial.
Diante do exposto, o presente artigo objetiva analisar a
Associação de Apicultores de Iguatu (AIAPI), utilizando a
ferramenta SWOT (Strenghs, Weaknesses, Opportunities e
Threats), para identificar pontos fortes e fracos da
organização, assim como as oportunidades e ameaças às
quais está exposta.
Enseja-se, ainda, com essa pesquisa apontar as
variáveis que impedem o desenvolvimento da cadeia
produtiva de mel na cidade de Iguatu e contribuir para que

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os produtores deste segmento possam traçar suas
prioridades de atuação, subsidiados a partir da observância
dos resultados encontrados na matriz SWOT.
Apicultura no Brasil e no Ceará
Gonçalves (2006) apud Magalhães et al. (2007) divide
a história da apicultura brasileira basicamente em três
etapas distintas, a saber: a primeira etapa - ou período de
implantação da apicultura no país, que corresponde ao
período entre 1839 a 1955 e que, portanto, antecede a
chegada das abelhas africanas (Apis melífera scutellata) ao
Brasil em 1956; a segunda etapa - ou período de
africanização dos apiários e das colônias na natureza, que
se iniciou intensamente a partir dos primeiros enxames
africanos ocorridos em 1956, continuando ao longo dos
anos e com menos intensidade até os dias atuais; e uma
terceira fase, muito marcante, que foi o período de
recuperação e expansão da apicultura brasileira, iniciado
em 1970, quando ocorreu o Primeiro Congresso Brasileiro
de Apicultura.
Alcoforado Filho (1997) apud Reis e Comastri Filho
(2003) reporta que “... a apicultura é uma atividade
econômica conservadora das espécies, devido ao baixo
impacto ambiental que ocasiona, possibilitando a
utilização permanente dos recursos naturais e a não
destruição do meio rural. Assim, é uma das poucas
atividades que preenche todos os requisitos do tripé da
sustentabilidade: o econômico – gerador de renda para os
produtores; o social – ocupador de mão-de-obra familiar
no campo, com diminuição do êxodo rural; e o ecológico –
já que não se desmatam para criar abelhas, necessitando
elas, ao contrário, plantas vivas para a retirada do pólen e
do néctar de suas flores, suas fontes alimentares básicas.”
Observa-se que, devido a essas características, a
atividade pode ocorrer de forma consorciada a outra
atividade, promovendo, assim, aumento na produtividade
da propriedade e gerando benefícios de suporte à
manutenção do produtor rural no campo.
O Ceará, por reunir características especiais de flora e
clima, aliados à presença de abelhas africanizadas,
apresenta condições ideais para a atividade apícola. Além
disso, o Nordeste brasileiro é uma das duas regiões do
planeta que apresenta as melhores condições naturais para
produzir mel orgânico. Conforme a ADECE (2010), dentre
as vantagens logísticas apresentadas pelo Estado, pode-se
destacar:
- Localização geográfica privilegiada em comparação
aos demais Estados brasileiros, quando se leva em
consideração o tempo de trânsito para a Europa, Estados
Unidos e África;
- Aeroporto internacional dotado de câmaras
frigoríficas para pescados, flores e frutas;
- Contem dois portos internacionais (Fortaleza e
Pecém), normalmente utilizados como últimas paradas de
navios do Brasil para o Exterior; e
- Apresenta três mil horas de sol anualmente, sem
riscos de granizo e geadas.
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Segundo a ADECE (2010), a Apicultura no Estado do
Ceará, em 2009, obteve cerca de US$ 14,4 milhões com
receita de exportação no setor, sendo o 2° exportador do
Brasil e o 1° do Nordeste, representando o 10° produto na
pauta das exportações cearenses. Naquele ano, foram
observados cinco mil produtores envolvidos com esta
cultura em 143 municípios, bem como sua organização em
quatro cooperativas.
O setor primário, constituído de atividades
agropecuárias, extrativistas e pesqueiras, também ocupam
posição de destaque no cenário econômico das duas
cidades que compõem a área de estudo. No entanto, dentre
essas, a atividade agropecuária possui ainda pouca
expressividade, apresentando baixa produtividade com
relação ao tamanho dos rebanhos, à área de cultivo e
colmeias.
A cadeia produtiva do mel no Ceará está geralmente
organizada de forma simples, caracterizada pela prática
dos pequenos produtores se unirem em associações e
comercializarem sua produção direta e informalmente ao
consumidor final, de modo fracionado, em sua própria
residência, ponto comercial, no comércio, em feiras livres
locais ou diretamente aos atravessadores. Esses
atravessadores ou intermediários locais compram o mel
dos apicultores da região com o intuito de formar grandes
lotes e, então, repassá-los para as empresas processadoras
(indústrias).
As dificuldades dos pequenos produtores em negociar
diretamente com as empresas processadoras - seja por não
produzirem em grande escala, não possuírem certificação
sanitária, regularidade fiscal, estrutura de mercado e/ou
conhecimento do público alvo - os fazem aceitar os preços
impostos pelos atravessadores ou intermediários.
Na região Centro Sul Cearense não há um tabelamento
de preços estabelecido para o mel; os produtores seguem
os preços ofertados pelo mercado. Assim, por
estabelecerem laços comerciais com os apicultores e as
associações locais, os atravessadores representam um elo
decisivo na sustentabilidade da cadeia produtiva do mel na
região.
Análise SWOT
A técnica SWOT surgiu da tentativa de correção do
planejamento corporativo, conhecido na época como
planejamento estratégico mal sucedido (Chiavenato,
2000).
A origem da técnica ocorreu há mais de três mil anos, e
inclusive nesta época já era utilizada para realizar análises.
Mas nas décadas de 1960 a 1970 concedeu-se maior
importância quando através de um projeto de pesquisa
realizado por Albert Humphrey, na Universidade de
Stanford Research Institute, esta pesquisa foi financiada
pelas 500 maiores corporações (Fortune 500) da época e
que também cederam as informações e dados para análise,
onde o intuito desta pesquisa ocorreu em função das falhas
que o planejamento corporativo trouxe na época
(Tarapanoff, 2001).
 O planejamento estratégico, segundo Chiavenato
(2000), é um método pelo qual uma organização deseja
implantar uma determinada estratégia de negócios,
crescimento e desenvolvimento almejando os objetivos
propostos. Para Philip Kotler (1975), o conceito de
planejamento estratégico é um método gerencial pelo qual
uma corporação estabelece sua direção a ser seguida,
considerando a maximização da interação com o ambiente
interno e externo. A direção estabelecida pela corporação
deve considerar o âmbito de atuação, políticas funcionais,
macropolíticas, estratégias funcionais, filosofia de
atuação, macro estratégia, macro-objetivos e objetivos
funcionais. Este planejamento estratégico pode ser a curto
e longo prazo, e uma das técnicas utilizadas para alavancar
os objetivos propostos é a análise da Matriz de SWOT
(Chiavenato, 2000).
Segundo Andrade et al. (2008), a sigla S.W.O.T., deriva
da língua inglesa e traduz-se: Strenghts (forças),
Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e
Threats (ameaças). Esta análise procura avaliar os pontos
fortes e pontos fracos no ambiente interno da organização
e as oportunidades e as ameaças no ambiente externo
(Andrade et al., 2008)
A técnica da matriz SWOT surgiu das iniciais das
palavras strengths (Força), weaknesses (Fraqueza),
opportunities (Oportunidades) e threats (Ameaças)
(Tarapanoff, 2001).
Este conceito da análise SWOT de Andrade et al
(2008) vem ao encontro do conceito de VALUE BASED
Management (2011), relatando que é uma excelente
ferramenta para analisar as Forças e Fraquezas Internas de
uma corporação, e surgindo como consequência as
oportunidades e ameaças externas.
As Forças e Fraquezas são fatores que estão
caracterizados como internos de criação ou de destruição
de valores. Estes valores podem ser ativos, habilidades ou
recursos financeiros e humanos que uma organização
possui a disposição em relação aos seus concorrentes
(Value Based Management, 2011).
Já as Oportunidades e as Ameaças são consideradas
como fatores externos de criação ou de destruição de
valores, não controlados pela empresa. Estes valores
podem ser fatores demográficos, políticos, sociais, legais e
tecnológicos (Value Based Management, 2011).
As principais vantagens que Johnson, Scholes;
Whittington (2007) relatam quanto à análise SWOT estão
destacadas a seguir:
• Reunir de forma sintética os fatores das análises
internas e internas;
• Determinar fatores de alta prioridade e ou
potencialidade da gestão da empresa.
• Elaboração de estratégias focadas em locais
importantes pré-determinadas, pois a análise SWOT
apresenta de forma clara e concisa os riscos
inerentes e os problemas instaurados para resolver,
assim como as vantagens e as oportunidades que
podem ser exploradas potencialmente;
• A coleta de dados e informações para alimentar esta
técnica, e sua própria elaboração é simplista, ou
seja, não necessitam de habilidades e treinamentos
avançados.
• Menores custos: elimina a necessidade de custos e
despesas com treinamentos, e de pessoal;
• É uma técnica flexível, podendo ser desempenhada
com livre arbítrio o sistema de informações;
• Integração de informações quantitativas e
qualitativas de várias áreas da corporação.
Estas informações adquiridas através das análises da
matriz SWOT agregam importante valor na qualidade do
planejamento estratégico, além da facilidade de aplicação
que este método consiste em sua utilização e implantação
numa corporação.
A Associação Iguatuense de Apicultores (AIAPI)
A Associação Iguatuense de Apicultores (AIAPI) está
localizada na cidade de Iguatu, há 382 km de Fortaleza,
cidade pólo econômico da região Centro-Sul do Estado do
Ceará, limitando-se com os principais municípios
produtores apícolas da região: Acopiara, Cedro, Cariús,
Jucás, Quixelô, Orós e Icó. Essa característica possibilita
Iguatu tornar-se uma cidade pólo da cadeia produtiva do
mel da região, e candidatar-se como um centro de
produção e processamento.
Com a finalidade de organizar as ações comerciais de
venda e de compra periódica de insumos, os apicultores
fundaram a Associação, no ano de 2005. A criação desta
entidade foi fundamental para formalizar e regulamentar
as ações conjuntas e fortalecer o grupo de apicultores.
Atualmente, a associação conta com 24 associados. Os
apiários distanciam-se um dos outros em torno de 500
metros. Eles contam com uma média de 30 colmeias em
cada apiário.
Pode-se dividir o processo de produção dos apiários em
cinco etapas: I) instalação das colmeias; II) colheita do
mel; III) armazenagem em baldes de 20 litros e IV)
transporte do mel aos centros de processamento e, V)
comercialização (mercado consumidor local, nacional e
internacional).
O transporte é realizado pelos próprios compradores.
Dentre os principais compradores e exportadores do Brasil
podemos citar: Apedouro, localizada em Bebedouro no
estado de São Paulo, Apiário da Integração, também
localizada em São Paulo, e a Cearapi, localizada na cidade
do Crato, no Estado do Ceará.
Todas essas empresas são produtoras do mel orgânico.
O destino final do mel extraído são os mercados da
Europa, América do Norte e Ásia.
Material e Métodos
Para atender ao objetivo determinado no presente
estudo, optou-se por realizar pesquisa bibliográfica, por
meio da busca principalmente em livros, periódicos e nos
diplomas legais pertinentes, estatuto, regimento e atas de
reuniões da associação, seguida da promoção da
observação participante, além da realização de entrevistas
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semi-estruturadas aos 24 associados da Associação
Iguatuense de Apicultores – AIAPI, durante o período de
março a agosto de 2014.
A escolha pela abordagem qualitativa justifica-se por
ser, segundo Richardson (2008), “uma forma adequada de
entender a natureza de um fenômeno social”.
A observação participante, segundo Minayo (2004), é
um processo pelo o qual se mantém a presença do
observador numa situação social com a finalidade de
realizar uma observação científica, na qual o observador
está em relação face a face com os observados.
A pesquisa obedeceu à Resolução 466/12, do Conselho
Nacional de Saúde, referente às diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisa/estudos que envolvam seres
humanos (BRASIL, 2012).
Resultados e Discussão
Através da entrevista realizada com os associados da
AIAPI, foi possível identificaras variáveis do ambiente da
associação, de modo a auxiliar na realização da análise
SWOT. Tais informações estão presentes na Tabela 1.
A Matriz SWOT permitiu identificar os pontos fortes e
deficiências, oportunidades e ameaças da atividade apícola
na AIAPI na região centro sul do Ceará. Verificou-se que a
carência de infraestrutura adequada para o tratamento do
Tabela 1. Análise SWOT da AIAPI.
Pontos Fortes
Satisfatória escala de produção
Baixo custo de manutenção da produção e baixo impacto
ambiental da atividade, além de produzir externalidades
positivas para a agricultura local
Boa governança por parte da diretoria da associação
Entrada de novos sócios
Participação dos associados em feiras regionais e nacionais
Produto com alto valor nutritivo
Receita de vendas auferida por não sócios, que contribuem
com 5% das vendas.
AMEAÇAS
Inexpressivo apoio de políticas públicas para o
desenvolvimento do setor
Falta de acesso direto aos mercados internacionais, daí a
necessidade da intermediação de empresas atravessadoras
para fazer o beneficiamento do produto e, em seguida,
exportar. Tal feito acarreta na diminuição dos lucros dos
produtores.
Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.
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mel caracteriza-se como um ponto fraco que ocasiona
ineficiência para a empresa, pois leva os produtores a
vender o produto in natura, e, por conseguinte a um preço
mais baixo.
Com isso, os produtores não conseguem reunir as
condições necessárias para negociar diretamente com os
mercados internacionais, dessa forma necessitam da
intermediação de empresas atravessadoras para fazer o
beneficiamento do produto e, em seguida, exportar. Dadas
essas condições negociais, o resultado é os apicultores
ficarem com uma fatia reduzida dos lucros.
Outra ameaça que merece destaque é o inexpressivo
apoio de políticas publicas para o setor. Para amenizar
essa ameaça seria necessário o apoio dos governos locais,
por meio de incentivos fiscais e o investimento em
programas que visassem capacitar cada vez mais e
organizar os produtores, bem como a oferta de instalações
físicas adequadas, como laboratórios e pesquisas
constantes, o que poderia ocorrer se existisse a Casa do
Mel e instalações de beneficiamento do mesmo.
Poderia, ainda, encontrar meios de apoiar a associação
na melhoria física e tecnológica de sua sede. Isso levaria
os produtores a uma independência da empresa maior,
onde muitos entregam sua produção por uma fração do
preço que poderia auferir se acessasse diretamente o
mercado demandante.
Pontos Fracos
Ineficiência de estratégias de marketing
Baixo índice de utilização de tecnologia na produção
Falta de infraestrutura adequada de produção
Ausência de certificação de mel orgânico concedida pelo Ministério da
agricultura e pecuária e abastecimento (MAPA).
OPORTUNIDADES
Ambiente adequado à apicultura por possuir flora apícola favorável que lhe
conferem elevada competitividade no mercado mundial.
Estrutura logística por conta do comprador
Elevada demanda no mercado internacional
Geração de emprego e renda ao longo da sua cadeia de suprimentos para
agricultura familiar, em períodos de seca.
Presença na cidade de Iguatu e região de empresas que fornecem os
equipamentos necessários para o funcionamento da atividade.
Alimento utilizado para merenda escolar
Presença de instituições que capacitam os produtores como: SEBRAE e Centec.
A cidade de Iguatu apresenta-se como pólo econômico da região Centro-Sul do
Estado do Ceará, limitando-se com os principais municípios produtores apícolas
da região.
Existência de apoio financeiro, acesso às linhas de créditos do Banco do Brasil,
dentro do programa Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS).
 Também seria necessário facilitar a aproximação dos
produtores com os mercados consumidores,
principalmente em consonância com as políticas de
suporte à merenda escolar, e ainda a produção de outros
derivados do mesmo.
Quanto às oportunidades, é de suma importância
considerar as linhas de crédito como Desenvolvimento
Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil, que tem
apresentado um papel fundamental no desenvolvimento da
agricultura em nossa região e em todo o país, bem como a
atuação das instituições como SEBRAE e CENTEC, que
ofertam cursos de capacitação para os produtores.
Merece destaque, também como oportunidade, a
localização da associação em uma cidade que se
caracteriza como polo econômico da região e limita-se
com muitas cidades que trabalham com essa atividade.
Este fato é uma variável de grande valor que pode atrair
mais associados em busca de um bem comum e assim
fortalecer o capital social da associação.
Com relação aos pontos fortes, destacam-se os contatos
externos com fins de comercialização e participação em
feiras do setor e eventos de capacitação, que promovem a
disseminação de técnicas mais modernas de cultivo. A
associação conta, ainda, com produtores não associados
que a utilizam para vender seu produto aos exportadores e
para manutenção da estrutura da associação cada não
sócios contribuem com 5% das vendas.
Cabe ressaltar, ainda como ponto forte, a governança
empreendida discutida e tomada em comum acordo com
todos os associados a qual reflete um caráter participativo
e cooperativo no seio da associação. Esse posicionamento
é responsável na AIAPI pela diretoria, que é amplamente
responsável por disseminar entre os integrantes da
associação o ideário de pertencimento e compartilhamento
como características essenciais para a coesão do grupo.
Além disso, aponta-se como ponto forte, ainda, o baixo
impacto ambiental da atividade, além de produzir
externalidades positivas para a agricultura local, esta pode
ser utilizada como uma estratégia de Marketing para
incentivar o desenvolvimento da mesma e até o consumo
interno também citado na matriz SWOT como ameaça.
É de extrema importância que a AIAPI esteja atenta às
ameaças existentes, utilizando as oportunidades para
amenizá-las. Uma solução seria a AIAPI, buscar viabilizar
o processo de comercialização por meio de mecanismos
de governança alternativos para transacionar a produção
apícola: contratos realizados diretamente com o mercado
internacional. Dessa forma, a associação funcionaria como
centralizadora das atividades para o recebimento e a
criação dos canais de comercialização para os produtores.
Além disso, é primordial buscar parceria com as
instituições que criaram o PROMEL, projeto que tem
como finalidade fomentar a apicultura no nordeste
brasileiro, a fim de desenvolver uma cadeia produtiva do
mel na região Centro-Sul, através da integração entre
entidades representativas, gestores públicos e iniciativa
privada.
Considerações finais
A análise SWOT aqui apresentada mostrou-se
altamente eficiente e eficaz para identificar os pontos de
estrangulamento da associação e uma visualização das
medidas a serem tomadas objetivando o crescimento da
empresa e da atividade apícola na região Centro Sul do
Ceará.
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