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EMENTA: ACUMULAÇÃO DE CARGOS.

AGENTE DE TRÂNSITO E PROFESSOR.


CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988. ART. 37,
INCISO XVI. VEDAÇÃO EXPRESSA.

1. DO PRESENTE CASO

Trata-se de requerimento no qual servidor requer cumulação entre os vínculos de Professor


Municipal e o de Agente de Trânsito e Transportes.

Ao presente, foi anexado o requerimento pessoal do servidor.

É o que cabe relatar.

2. DO DIREITO
2.1. NORMA CONSTITUCIONAL. REGRA GERAL. IMPOSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS.
EXCEÇÃO. PREVISÃO. INCISO XVI, DO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Inicialmente, cumpre esclarecer quanto à legislação aplicável ao caso em questão, de início, antes
de qualquer observação, vejamos o que dispõe o inciso XVI, do art. 37 da Carta Magna:

“Art. 37. [...]


XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver
compatibilidade de horários, observando em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;” - destacou-se

Ademais, a Lei Orgânica do Município no Art. 13, inciso XIV reprisa o disposto na Carta Política:

Art. 13.
[...]
XIV. é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no § 2º do art. 24;
a) - a de dois cargos de professor;
b) - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) - a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;
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Avenida General Barreto de Menezes, nº 1648
Prazeres – Jaboatão dos Guararapes/PE
CEP: 54.330-900
Acerca da cumulação de cargos públicos, o jurista Pinto Ferreira, em sua obra comentários à
Constituição Brasileira, informou que na época do Império as autoridades já alertavam neste sentido,
conforme texto do Aviso nº 89, de 04.06.1847:

A lei tem criado os empregos para o bem público, e não para o benefício de quem os ocupa, e
esta é uma das razões por que antiqüíssimas e expressas disposições têm sancionado a doutrina
de não se acumularem os ofícios em uma só pessoa.

No mesmo sentido, Manuel Gonçalves Ferreira Filho, na obra Comentários à Constituição


Brasileira de 1988, discorre sobre o fato de que a vedação à acumulação de cargos públicos sempre foi a
tônica no direito pátrio:

A proibição da acumulação remunerada de cargos e funções públicas foi estabelecida, em nosso


direito constitucional, pela primeira Constituição Republicana de 1891, esta a vedava de modo
absoluto no art. 73, reagindo contra um notório abuso do poder imperial, porém, se reagiu contra o
preceito, procurando-se interpretá-lo na lei ordinária, a fim de lhe abrir exceções.

É constitucionalmente permitido acumular um cargo de Professor com outro de Agente de


Trânsito? Poderia este cargo ser enquadrado como técnico ou científico?

Cargo científico é aquele ligado à área de pesquisa científica, exemplos são os pesquisadores
científicos e cientistas, e cargo técnico, por sua vez, é aquele para cujo provimento se exige habilitação
profissional em curso de nível médio e ministrado por escola técnica devidamente reconhecida.

A doutrina neste sentido, assim dispõe:

Considera-se, para fins de acumulação, cargo técnico ou científico como aquele que requer
conhecimento técnico específico na área de atuação do profissional, com habilitação legal
específica, de grau universitário ou profissionalizante de segundo grau. Ressalte ainda que, para
analisar a existência do caráter técnico de um cargo, exige-se a observância da lei
infraconstitucional pertinente. (MARINELA, p. 654).

O STJ possui farta jurisprudência no sentido da impossibilidade em razão da vedação imposta


pela Constituição Federal, destaca-se abaixo um dos Acórdãos que espelham o posicionamento daquele
Tribunal:

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONSTITUCIONAL. ACUMULAÇÃO


DE CARGOS PÚBLICOS. PROFESSOR E TÉCNICO JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A
Constituição Federal vedou expressamente a acumulação de cargos públicos, admitindo-a apenas
quando houver compatibilidade de horários, nas hipóteses de dois cargos de professor; de um
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cargo de professor e outro técnico ou científico; e de dois cargos privativos de profissionais de
saúde. 2. E, para fins de acumulação, resta assentado no constructo doutrinário-jurisprudencial
que cargo técnico é o que requer conhecimento específico na área de atuação do profissional. 3.
Não é possível a acumulação dos cargos de professor e Técnico Judiciário, de nível médio,
para o qual não se exige qualquer formação específica e cujas atribuições são de natureza
eminentemente burocrática. 4. Precedentes. 5. Recurso improvido. (RMS 14.456/AM, Rel.
Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 25/11/2003, DJ 02/02/2004, p.
364) (com destaques ao original)

Nesta trilha, o TCE/PE enfrentando questão semelhante à posta na presente consulta, no


Processo TC nº 1207187-0 decidiu que não é possível a acumulação de cargos, in verbis:

As atividades de Agente de Trânsito da Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e


Transportes de Caruaru não podem ser consideradas técnicas para os fins do disposto no art. 37,
inciso XVI, alínea ‘b’ da Constituição Federal, não sendo possível, portanto, a acumulação de um
cargo, emprego ou função de Professor com o de Agente de Trânsito da Autarquia.

Assim, resta impossível a acumulação do cargo de Agente de Trânsito com demais cargos,
como já dito, não ser técnico.

3. DA CONCLUSÃO

Ante o exposto, com fulcro no inciso XVI, do Art. 37 da Constituição Federal, na Lei n°224/96, e
no Art.13, inciso XIV da Lei Orgânica do Município, bem como em entendimentos do STJ e no TCE/PE,
opinamos pelo INDEFERIMENTO do pleito referente à acumulação de cargos de agente de trânsito e de
professor, requerido pelo servidor. Caso esteja acumulando ambos os cargos, deve, no prazo legal, optar por
um dos cargos.

Eis o Parecer que submetemos a Apreciação Superior.

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