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Aula 01
Princípio da Anterioridade........................................................................................................... 66
Princípio da Irretroatividade ....................................................................................................... 79
Princípio da Liberdade de Tráfego ............................................................................................... 80
Outros Princípios Constitucionais Tributários .............................................................................. 83
4 – LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .................................................................... 88
Princípio da Legalidade ............................................................................................................... 88
Princípio da Isonomia .................................................................................................................. 91
Princípio do Não Confisco ............................................................................................................ 93
Princípio da Anterioridade........................................................................................................... 94
Princípio da Irretroatividade ..................................................................................................... 103
Princípio da Liberdade de Tráfego ............................................................................................. 104
Outros Princípios Constitucionais Tributários ............................................................................ 106
5 – GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .......................................................... 109
6 – RESUMO DOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES .......................................................... 110
Limitações ao Poder de Tributar................................................................................................ 110
Princípio da Legalidade ............................................................................................................. 110
Princípio da Isonomia ................................................................................................................ 111
Princípio do Não Confisco .......................................................................................................... 111
Princípio da Anterioridade......................................................................................................... 111
Princípio da Anterioridade Anual ................................................................................................................................. 111
Princípio da Anterioridade Nonagesimal ...................................................................................................................... 112
"O ponto de partida de qualquer conquista é o desejo" – Napoleon Hill, Assessor Político
Há que se ressaltar, no entanto, que nem todas as limitações foram previstas nesse trecho,
ou mesmo no texto constitucional, pois o próprio art. 150 menciona que pode haver outras
garantias asseguradas aos contribuintes, além daquelas previstas naquele texto.
A lei complementar apenas regula as limitações constitucionais ao poder de tributar, não tendo
autonomia para instituir novas limitações.
Abaixo, vou exemplificar as limitações que já foram consideradas pelo STF como cláusulas
pétreas:
• Princípio da anterioridade (previsto no art. 150, III, b, da CF/88);
• Princípio da anterioridade nonagesimal (previsto no art. 195, § 6°, da CF/88)
• Princípio da imunidade tributária recíproca (previsto no art. 150, VI, a, da CF/88);
• Imunidade dos templos de qualquer culto (prevista no art, 150, VI, b, da CF/88);
• Imunidade do patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, entidades sindicais
e instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (prevista no art, 150, VI, c,
da CF/88);
• Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão
(prevista no art. 150, VI, d, da CF/88).
Agora que já tivemos uma noção razoável do que são as limitações constitucionais ao poder
de tributar, podemos começar a falar dos princípios tributários.
Vídeo Extra: Com objetivo de tornar nossa aula ainda mais didática, eu gravei um vídeo
tratando sobre este assunto. Para visualizá-lo, basta ler o QR Code abaixo com a câmera
do seu smartphone, utilizando um aplicativo de leitura de QR Codes.
O princípio da legalidade (art. 150, I, da CF/88) prevê a necessidade de que uma lei seja
editada para instituir ou aumentar um tributo. Trata-se, na verdade, de uma forma de
representação popular. Afinal de contas, as leis são editadas pelo Congresso Nacional, onde estão
aqueles que representam a vontade do povo.
De acordo com o art. 5°, II, da CF/88, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”. Como o tributo é uma prestação pecuniária compulsória (é
uma obrigação, portanto), deve ser instituído em lei, como decorre do seu próprio conceito,
estampado no art. 3° do CTN.
Da mesma forma, as multas tributárias, apesar de se distanciarem do conceito de tributo,
devem ser instituídas em lei, pois elas são prestações obrigatórias, assim como aqueles.
Tal princípio também é denominado por alguns estudiosos de princípio da reserva legal.
Portanto, caro candidato, você pode considerar correta a questão que fizer menção tanto à
legalidade quanto ao princípio da reserva legal.
“A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça afronta o princípio da reserva
legal”. (STF, ADI 1.709)
Obs.: Os emolumentos cartorários são taxas judiciárias.
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57
e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
infrações nela definidas;
Assim, somente a lei pode instituir os tributos, como também somente a lei pode extingui-
los. Do mesmo modo, embora haja algumas exceções (exceções ao princípio da legalidade),
somente as leis podem majorar ou reduzir os tributos.
Observação: Não se preocupe com as exceções citadas no art. 97, do CTN, já que muitas
delas não foram recepcionadas pela CF/88. As exceções ao princípio da legalidade serão
devidamente estudadas adiante.
No que se refere à definição do fato gerador, a fixação da alíquota e a base de cálculo dos
tributos, o CTN também determinou a necessidade de estarem previstos em lei. Trata-se de
elementos que são previstos na própria lei instituidora do tributo, ou em alguma lei que venha
alterá-lo.
Destacamos ainda a necessidade de que as multas (cominação de penalidades) sejam
estabelecidas apenas mediante lei. Nesse sentido, atos infralegais (como os decretos, por
exemplo) não possuem competência para criar penalidades.
Outro ponto a ser estudado é a possibilidade de delegação do Congresso Nacional ao
Presidente da República, para editar as chamadas leis delegadas. A princípio, seria estranho dizer
que o Presidente da República poderia editar leis, mas como tal permissão foi prevista no texto da
CF/88, não há qualquer vício nessa norma.
O que você precisa saber sobre o tema é que o Chefe do Executivo (o Presidente da
República) pode criar leis delegadas, inclusive sobre matéria tributária, pois tal assunto não foi
proibido no § 1° do art. 68 da CF/88, o qual elenca as restrições de tais normas. Além disso, saiba
que este instrumento normativo foi usado poucas vezes, por ser mais fácil editar uma medida
provisória.
As medidas provisórias (MPs) são atos normativos editados pelo Presidente da República
que possuem vida curta, e devem obedecer aos requisitos constitucionais de urgência e relevância
(art. 62, caput). Além disso, são imediatamente submetidas ao Congresso Nacional, podendo ser
ou não convertidas em lei.
De acordo com o STF (RE 217.162/DF), os requisitos de urgência e relevância são políticos. Isto é,
em princípio, a sua apreciação fica a cargo do Presidente da República. Contudo, admite-se o
controle judicial se houver excesso do poder de legislar.
Destaque-se que a MP não pode tudo na seara tributária, pois a CF (art. 62, 1°, III) proibiu a
edição de MPs que versem sobre matéria reservada a lei complementar. Há vários temas, em
matéria tributária, cujo tratamento é restrito às leis complementares.
Veremos durante este curso todas as situações em que tal requisito se faz necessário. Vai
ser muito importante gravar todas as hipóteses, pois nem sempre a questão pergunta diretamente
se uma MP pode regulamentar matérias destinadas às LCs. Algumas questões mencionam o
assunto e perguntam se é possível se utilizar de uma MP para regulamentar aquilo.
Grosso modo, você já pode fazer uma leitura nos arts. 146; 146-A; 148; 153, VII; 154, I; 195,
§ § 4° e 11. Há ainda outros temas em Direito Tributário que devem ser tratados por lei
complementar. Contudo, são bem específicos de cada tributo, motivo pelo qual deixarei para
estudarmos quando estivermos nos aprofundando sobre cada assunto, ok?
De antemão, podemos memorizar os tributos cuja instituição deve ocorrer por meio de lei
complementar (os quais não podem ser instituídos por meio de medida provisória):
• Imposto sobre Grandes Fortunas;
• Impostos Residuais;
• Contribuições Residuais;
• Empréstimos Compulsórios.
Vimos até aqui que a regra geral é que a instituição/extinção e a majoração/redução devem
obedecer ao princípio da legalidade ou reserva legal, correto?
Para a instituição e extinção, devemos considerar que a regra não possui exceção, ou seja,
todos os tributos são criados e extintos por lei! Contudo, isso não se repete quando o assunto é
majoração/redução de tributos.
No texto constitucional inicial, foram previstas quatro exceções ao princípio da legalidade,
no que se refere à alteração unicamente de alíquotas dentro dos limites legais, quais sejam:
• Imposto de Importação (II);
• Imposto de Exportação (IE);
• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo o CTN, é possível a alteração das alíquotas e bases de cálculo. Saiba que isso não
deve ser encarado como verdadeiro, pois a CF recepcionou apenas a alteração de alíquotas como
exceção ao princípio da legalidade. Nesses casos, a alteração das alíquotas não ocorre por lei, mas
por atos infralegais (por decreto do Presidente da República, por exemplo). Mas por que esses
tributos gozam de tal privilégio?
Ora, trata-se de tributos extrafiscais, cuja finalidade principal não é arrecadar, mas, sim,
regular a economia. Nós já estudamos as classificações dos tributos na aula anterior, lembra?
Pois bem, para cumprir com os fins que lhes foram propostos é mais do que necessário
haver certa flexibilização para que o Governo intervenha na economia com agilidade e eficácia.
Além dessas exceções ao princípio da legalidade, duas outras surgiram com a Emenda
Constitucional 33/2001, tratando sobre a tributação de combustíveis.
A primeira delas se refere à CIDE-Combustíveis, tributo que já foi por nós estudado,
também, na aula anterior. A exceção foi prevista no art. 177, § 4°, I, b, da CF/88, que afirma que a
alíquota da referida contribuição poderá ser reduzida e restabelecida por ato do Poder
Executivo.
Caro aluno, entenda que restabelecer a alíquota significa elevá-la ao limite máximo fixado
inicialmente pela lei. Ou seja, a lei, quando cria o tributo, prevê certa alíquota, como, por exemplo,
30%. Com a redução por ato do Poder Executivo, a alíquota poderia ser reduzida para 10%. Neste
caso, para permanecer como exceção ao princípio da legalidade, as alíquotas só poderiam ser
restabelecidas ao que foi inicialmente previsto, qual seja, 30%.
Caso fosse cobrado algo além desse percentual, estaria caracterizada a majoração de
alíquotas, que deverá ocorrer por meio de uma lei.
A segunda das exceções que foram criadas pela EC 33/2001 é a referente ao ICMS-
Combustíveis, prevista no art. 155, § 4°, IV, da CF/88. Perceba, pela redação do dispositivo em
análise, que as alíquotas serão fixadas mediante deliberação dos Estados e do DF, por meio de
convênios interestaduais, que, hoje, são realizados no âmbito do Conselho de Política Fazendária
(CONFAZ).
Não caia em “pegadinhas”, afirmando que as alíquotas do ICMS podem ser fixadas por decreto
estadual! Não existe essa possibilidade!
Neste caso, a fixação das alíquotas sempre estará excetuada da legalidade, mesmo que haja
aumento superior ao que foi inicialmente previsto, pois isso é o que se extrai da norma
constitucional. Na alínea “c” desse mesmo inciso IV, fala-se sobre o restabelecimento, mas veja
que ele se refere a outro princípio, o da anterioridade, que será posteriormente estudado por nós,
ainda nesta aula. Pela riqueza de detalhes, deixarei abaixo um breve resumo do que estudamos
neste último tópico:
• Existem 6 tributos, cuja alteração de alíquotas (e não as bases de cálculos) está
excetuada da legalidade, que são: II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustíveis e ICMS-Combustíveis;
• As exceções da CIDE-Combustíveis e do ICMS-Combustíveis só entraram na CF com a
EC 33/2001 e, são justamente elas, que guardam peculiaridades;
• A CIDE-Combustíveis, embora possa ter sua alíquota alterada por decreto do Poder
Executivo, este somente poderá reduzir e RESTABELECER as alíquotas ao máximo que foi
inicialmente previsto.
• O ICMS-Combustíveis se submete à deliberação dos Estados e do DF, mas pode ter a
alíquota livremente fixada, sem se sujeitar ao rito legal.
Creio que com esse resumo não tenha ficado difícil para ninguém. Afinal, basta que o aluno
guarde as 4 exceções que foram incialmente previstas, as duas que vieram depois, e que cada uma
dessas duas últimas possui uma peculiaridade, que as distinguem entre si e das outras 4.
Por fim, eu gostaria de acrescentar algumas situações em matéria tributária que escapam
do rigor da lei, ou seja, são exceções ao princípio da legalidade. Trata-se da atualização do valor
monetário da base de cálculo do tributo e da fixação do prazo para da exação tributária.
A atualização do valor monetário da base de cálculo foi expressamente permitida pelo § 2°
do art. 97 do CTN. Ressalte-se que não se deve confundir atualização com aumento, este está
sujeito à edição de lei.
Portanto, os entes federados devem observar o índice oficial de correção monetária para
atualizar a base de cálculo dos tributos. A correção que for realizada em valor superior a tal índice
revela aumento de tributo e isso só é possível por lei, como vimos. Não poderia, portanto, ser
realizada por ato do Poder Executivo (decreto, por exemplo).
Nesse sentido, vejamos a seguinte súmula do STJ:
Desse modo, o ato é inválido, pois configura majoração do imposto, não podendo ser realizada por
ato infralegal (decreto), mas tão somente por meio de lei.
No que se refere ao prazo para recolhimento dos tributos, o STF já se posicionou no sentido
de que também não há motivo para criar tal restrição (obediência ao princípio da legalidade):
Resumindo, além das exceções relativas à alteração de alíquotas dos tributos citados, temos
as seguintes matérias que não necessitam obedecer ao princípio da legalidade:
• Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo;
• Alteração do prazo para recolhimento dos tributos.
Antes de encerrarmos o assunto, é interessante citarmos o caso julgado no âmbito do
Recurso Extraordinário 838.284/SC. No caso concreto, discutiu-se a fixação do valor de uma taxa
de polícia (Anotação de Responsabilidade Técnica – ART) por meio de ato infralegal, sendo que a
norma legal definiu apenas os limites máximos para cobrança.
Entendendo que o montante cobrado a título de taxas, diferentemente do que acontece
com impostos, não pode variar senão em função do custo da atividade estatal, o STF decidiu que a
Administração, por esta exercer diretamente a atividade ensejadora da taxa, tem maiores
condições de estipular o custo dessa atividade e, por conseguinte, definir o valor da taxa a ser
cobrada em cada caso.
Evidentemente, o valor definido não fica ao completo arbítrio da Administração, devendo o
legislador estabelecer um limite máximo para cobrança das taxas.
e) todos os institutos tributários que atuam no campo da cobrança dos tributos instituídos na
Constituição Federal.
Comentário: Não será necessário analisar todos as assertivas, já que a questão é bastante
direta. De acordo com o que estudamos, as limitações constitucionais ao poder de tributar
são constituídas por princípios ou regras que disciplinam o exercício da competência para
instituir e modificar tributos. Portanto, a resposta é a Alternativa A.
Gabarito: Letra A
Antes de analisarmos a norma, quero ressaltar que o princípio da isonomia possui como
destinatários tanto o legislador (Poder Legislativo) quanto o aplicador da lei (Poder Executivo e
Judiciário). No primeiro caso, dizemos que se trata da igualdade na lei; no segundo, igualdade
perante a lei. Vale dizer, o princípio deve ser obedecido não só no momento da elaboração das
leis, mas também na sua aplicação.
Observe que, segundo o texto constitucional, é vedado a todos os entes federativos conferir
tratamento desigual entre pessoas que se encontram em situação equivalente. Note que isso não
significa tratar a todos igualmente, pois, da mesma forma que é vedado desigualar pessoas que se
encontram em situações iguais, também é proibido tratar igualmente os contribuintes que são
financeiramente desiguais.
Com efeito, se “A” aufere maiores rendimentos do que “B”, nada mais justo que “A” tenha
que arcar com o pagamento de valores maiores, a título de tributo. Por outro lado, se duas pessoas
podem ser consideradas iguais, sob a ótica tributária, nada mais injusto do que tributá-las de
maneira diferente.
Como já vimos na aula anterior, já foi julgado no STF (HC 77.530/RS) a adoção ao princípio
do pecunia non olet. De acordo com o tribunal, para que não haja ofensa ao princípio da isonomia,
os rendimentos auferidos com atividades ilícitas devem ser tributados. Isso ocorre porque seria
injusto tributar quem aufere rendimentos decorrentes de atividades lícitas e não fazer o mesmo
com aqueles que ganham a vida ilicitamente, concordam?
Outro aspecto curioso, é o parâmetro utilizado para igualar ou desigualar os contribuintes.
Trata-se da capacidade contributiva das pessoas, princípio que guarda íntima relação com a
isonomia e que, por tal motivo, o estudaremos dentro do tópico a seguir.
Tal princípio foi previsto na CF/88 no art. 145 § 1°, como vemos a seguir:
“Art. 145: (...):
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”
Embora o dispositivo em análise só faça menção aos impostos, o entendimento que o STF
(RE 406.955-AgR) tem é o de que esse princípio (capacidade contributiva) também pode ser
extensível a outras espécies tributárias, obedecendo, é claro, as singularidades de cada uma delas.
Partindo desse pressuposto, a capacidade contributiva é aferida de várias formas,
adequando-se aos diversos impostos, bem como aos demais tributos, aos quais se aplica o
subprincípio.
Por exemplo, a progressividade ocorre quando a incidência tributária é mais gravosa sobre
aqueles que possuem maior capacidade contributiva. É o que ocorre com o Imposto de Renda,
em que as pessoas que auferem maiores rendas contribuem com alíquotas maiores.
Para facilitar o seu entendimento, note a diferença entre a proporcionalidade e a
progressividade. Alíquotas progressivas ocorrem quando o percentual a ser aplicado sobre a renda
aumenta, à medida que a renda aumenta. Já a proporcionalidade está presente quando a mesma
alíquota é aplicada sobre qualquer renda.
Quanto a este aspecto, é relevante demonstrarmos o entendimento do STF acerca da
progressividade dos impostos. Primeiramente, devemos diferenciar os impostos reais dos impostos
pessoais:
Com base nessa definição, o STF entendia que a progressividade somente seria aplicável aos
impostos pessoais, já que os impostos reais não consideram as características pessoais dos
contribuintes. Em relação a estes, a progressividade somente seria possível se houvesse norma
constitucional dispondo neste sentido.
Foi com base nesta linha de raciocínio, que o STF editou a Súmula 656, vedando a
progressividade das alíquotas do ITBI e, também, a Súmula 668, permitindo a progressividade fiscal
do IPTU, apenas após a sua permissão no texto constitucional, que ocorreu com a EC 29/00.
Contudo, em 2013, o STF demonstrou estar alterando seu entendimento, ao julgar o RE
562.045, relativamente à progressividade das alíquotas do ITCMD, típico imposto real. Vejamos:
Ainda sobre a progressividade das alíquotas dos tributos, em 2016, o STF caminhou ainda
mais em direção à progressividade das alíquotas no momento em que, ao julgar as ADIs 4697/DF e
4762/DF, foi observado pelo relator Min. Edson Fachin, que a progressividade deve incidir sobre
todas as espécies tributárias, à luz da capacidade contributiva do contribuinte.
De acordo com o eminente ministro, a progressividade e a capacidade contributiva são os
fundamentos normativos do Sistema Tributário Nacional.
A despeito da evolução no entendimento da Suprema Corte, as súmulas continuam em
vigor, de modo que, recomendamos considerá-las corretas, caso sejam cobradas em prova. Por
outro lado, se a mencionar o caso específico do ITCMD, é mais coerente respondê-la com base na
mais recente jurisprudência desta Corte.
Deve-se considerar também que, para o STF (AI 583.636-MS), a adequação do tributo de
acordo com a capacidade contributiva não é obtida apenas como a alteração de alíquotas, mas,
também, pode ser concretizada por meio do escalonamento das bases de cálculo. Como assim?
A base de cálculo do IPTU, por exemplo, é o valor venal do imóvel. Contudo, para se chegar
ao valor venal, vários critérios são utilizados pelos municípios. Um dos critérios poderia ser o tipo
de construção (precário, popular, médio, fino e luxo). Ou seja, à medida que o padrão da
construção aumenta, haverá consequente escalonamento da base de cálculo. Como o tributo é
calculado multiplicando-se a base de cálculo pela alíquota, de acordo com a Suprema Corte, trata-
se de “índice hábil à mensuração da frivolidade ou da essencialidade do bem, além de lhe conferir
mais matizes para definição da capacidade contributiva”.
Observação: Valor venal é o valor pelo qual o imóvel é comercializado, com pagamento
à vista, em condições normais de mercado. Para o estabelecimento desse valor, os
Municípios normalmente consideram os seguintes fatores: tamanho do terreno,
localização do terreno, área construída, tipo de acabamento.
A capacidade contributiva pode ser mensurada não só pela aplicação de diferentes alíquotas, mas
também pelo escalonamento da base de cálculo.
Voltando nossa análise do art. 145, o dispositivo confere alguns poderes à administração
tributária para que ela seja capaz de aplicar o princípio da capacidade contributiva com
efetividade. Dessa forma, é facultado a ela identificar o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
Perceba que tal poder não é ilimitado, já que devem ser respeitados os direitos individuais dos
contribuintes, e nos termos da lei.
Com base na norma constitucional, em 1996, foi editada a Lei 9.317/96, instituindo o
Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das microempresas e empresas de
pequeno porte (SIMPLES), conferindo tratamento diferenciado, simplificado e favorecido às ME e
EPP.
Contudo, nem todos os micro e pequenos empresários estavam aptos a ingressarem no
SIMPLES, haja vista a vedação do art. 9º, XIII, desta norma, impedindo as empresas de profissionais
liberais (corretores, médicos, dentistas, veterinários, engenheiros etc.) de optarem pelo regime
diferenciado.
Esse foi o motivo pelo qual a Confederação Nacional das Profissões Liberais ajuizou ADI
perante o STF, com base na justificativa de que a exclusão dessas empresas estaria ofendendo o
princípio da isonomia.
O STF se manifestou no sentido de que tais profissionais têm condições de disputar o
mercado de trabalho sem assistência do Estado, isto é, sem gozarem de tratamento favorecido,
como as demais empresas. São profissionais com preparo científico, técnico e profissional, não
sofrendo impacto causado pelas grandes empresas, tal como ocorre com um pequeno
supermercado, por exemplo.
Com isso, em 1º de Julho de 2007, ocorreu a revogação da Lei 9.317/96 pela LC 123/2006,
instituindo o Simples Nacional. Esta lei complementar continuou excluindo os profissionais liberais
da sistemática desse regime tributário diferenciado, com base no seu art. 17, XI.
Foi apenas com a edição da LC 147/2014, responsável por diversas alterações na LC 123/2006, que
ocorreu a efetiva revogação do inciso XI, de forma que, atualmente, os profissionais liberais
passaram a poder optar pelo Simples Nacional.
De qualquer modo, a jurisprudência acima pode vir a ser cobrada na sua prova, ao tratar do
princípio da isonomia. Evidentemente, se a questão estiver versando sobre o Simples Nacional,
sua resposta se pautará na mais recente alteração, que permite a opção de tais empresas pelo
Simples Nacional.
salários. (AC 1.109-MC, Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 31-5-2007, Plenário,
DJ de 9-10-2007.)
Realmente, não há que se falar em conflito com o princípio da isonomia neste caso, já que o
art. 195, § 9º, da Constituição prevê que as contribuições sociais a cargo do empregador poderão
ter suas alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, dependendo, entre outras características, do
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
• Não afronta o princípio da isonomia norma que proíbe a adoção do regime de
admissão temporária para as operações de importação amparadas por arrendamento
mercantil. (RE 429.306/PR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 16/3/11)
De acordo com a Lei 6.099/74, “a entrada no território nacional dos bens objeto de
arrendamento mercantil, contratado com entidades arrendadoras domiciliadas no exterior, não se
confunde com o regime de admissão temporária”.
Consoante a Suprema Corte, “o arrendamento mercantil foi adotado no Brasil para que os
interessados possam usufruir de suas virtudes intrínsecas, mas não para que obtenham
tratamento fiscal mais benéfico, se comparado ao previsto em relação às operações de compra e
venda financiada”.
O que seria o arrendamento mercantil e qual a sua relação com o regime de admissão
temporária?
A Lei 6.099/74 vedou as pessoas que estejam realizando operações de arrendamento mercantil
(leasing) se valerem dos benefícios da admissão temporária (suspensão do pagamento dos tributos
na importação temporária de bens do exterior). As operações de arrendamento mercantil
consistem basicamente naquelas em que o bem é "locado" ao arrendatário, ficando este obrigado
ao pagamento de parcelas. Ao final do contrato, o arrendatário pode devolver o bem, arrendá-lo
novamente ou adquiri-lo, pagando apenas um valor residual (valor este muitas vezes insignificante
em relação ao valor do produto). Então, na prática, os arrendatários acabam por adquirir o bem
arrendado ao final do contrato. Portanto, embora não haja transferência do bem coma realização
do contrato de arrendamento mercantil, o objetivo final é internalizar o produto definitivamente
no Brasil. Entendemos que foi esse o motivo pelo qual o legislador proibiu o regime de admissão
temporária para tais operações.
Dito isso, você precisa entender que o STF decidiu que essa vedação não viola o princípio da
isonomia, já que tem por objetivo evitar que o leasing se torne opção por excelência, devido às
virtudes tributárias, e não em razão da função social e do escopo empresarial que a avença tem.
• Não afronta o princípio da isonomia a vedação de importação de automóveis usados,
sob a alegação de a União estar atuando contra as pessoas de menor capacidade econômica
(STF, RE 312.511, rel. min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ de 28.06.2002)
A proibição de importação de veículos usados consta na Portaria n° 8/91 do Departamento
de Operações de Comércio Exterior (DECEX) e não pode ser considerada como discriminação,
tendo em vista que está de acordo com os interesses fazendários. Afinal de contas, o art. 237 da
CF/88 delega a competência de controle do comércio exterior ao Ministério da Fazenda.
Isso significa que as autoridades e os agentes fiscais tributários, sejam eles da União, dos
Estados, do DF ou dos Municípios podem examinar as informações bancárias do contribuinte,
independentemente de ordem judicial nesse sentido, bastando que haja processo administrativo
instaurado ou procedimento fiscal em curso e que tais exames sejam considerados indispensáveis
pela autoridade administrativa competente.
Essa previsão foi levada ao Judiciário, tendo em vista que os interesses arrecadatórios
parecem suprimir os direitos individuais relativos à proteção da intimidade e da vida privada das
pessoas. O tema gerou forte controvérsia jurisprudencial.
Somente em fevereiro de 2016, o STF pôs fim às controvérsias. A Suprema Corte concluiu o
julgamento de um conjunto de cinco processos (RE 601.314 e ADIs 2859, 2390, 2386 e 2397) que
questionavam dispositivos da LC 105/01. Por maioria de votos, prevaleceu o entendimento de que
a previsão da referida lei complementar não resulta em quebra de sigilo bancário, mas, sim, na
transferência de sigilo da órbita bancária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de
terceiros. A transferência de informações é feita dos bancos ao Fisco que tem o dever de preservar
o sigilo dos dados. Portanto, não há ofensa à Constituição Federal.
De acordo com a jurisprudência do STF, as autoridades fiscais podem requisitar aos bancos as
informações financeiras dos contribuintes, sem prévia autorização judicial.
XLVI, “b”), o tributo não poderia ser confiscatório, pois o art. 3° do CTN assevera que o tributo
não constitui sanção por ato ilícito.
Então, o que seria a tributação com efeito confiscatório? Ora, seria uma sobrecarga de
tributos, de tal forma que se assemelhe a uma punição, pois o Estado estaria absorvendo boa
parte da riqueza gerada pelos contribuintes.
Destaque-se que, para Luciano Amaro1, o princípio da vedação ao confisco atua em
conjunto com o princípio da capacidade contributiva, pois ambos visam preservar a capacidade
econômica do contribuinte.
Agora que já sabemos o que é efeito de confisco, resta-nos saber quando se configura a
verdadeira tributação com efeito confiscatório. A principal informação que temos que gravar aqui
é que se trata de um conceito indeterminado. Diante disso, muitas vezes o Judiciário se vale dos
princípios da razoabilidade ou proporcionalidade para conseguir enquadrar a situação no
verdadeiro efeito confiscatório.
De qualquer modo, para o Supremo Tribunal Federal, a caracterização do efeito
confiscatório deve ser obtida analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte está
submetido, dentro de determinado período, em relação à mesma pessoa política. Ou seja, se o
objetivo é descobrir se determinado imposto federal está sendo utilizado com efeito de confisco,
há que se verificar todo o ônus tributário com que certo contribuinte arca em relação à União.
Princípio do não confisco: Totalidade da carga tributária / Mesma pessoa política (União, por
exemplo).
No que se refere às taxas, para o STF (ADI-MC-QO 2.551/MG), a análise a ser feita é entre a
relação do custo do serviço prestado ao contribuinte e o que foi efetivamente cobrado dele.
Nesses casos, o princípio objetiva evitar a onerosidade excessiva da atividade prestada pelo
Estado.
No julgamento da ADI 2.078/PB, o STF também decidiu ser constitucional, não havendo
ofensa ao princípio da vedação ao efeito confiscatório, a utilização do valor da causa como base
de cálculo das taxas judiciárias, havendo a fixação de valores máximos para o tributo cobrado.
Cumpre-nos ressaltar que, embora não se trate de tributo, as multas tributárias também
estão sujeitas ao princípio do não confisco. Esse é o entendimento adotado pelo STF (ADI 551/RJ):
1
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 20ª Edição. 2014. Pág. 270.
Quanto a este tema, precisamos ressaltar a jurisprudência do STF quanto ao limite da multa
em relação ao valor do tributo:
Por último, fique atento ao fato de que a aplicação do princípio do não confisco deve ser
atenuada, quando se trata de tributos extrafiscais. Tais tributos são utilizados como forma de
controle e, por isso mesmo, a doutrina e a jurisprudência aceitam que se estipulem alíquotas
elevadas nesses tributos.
Nesse contexto, as alíquotas do IPI em relação aos cigarros, por exemplo, chegam a 300%,
não sendo caracterizado confisco, haja vista que o interesse do Estado é o de que as pessoas
evitem fumar. Portanto, a sobrecarga tem intuito extrafiscal, qual seja o de inibir certo
comportamento das pessoas.
que a Constituição estabeleça princípios que evitem – ou reduzam – a alteração brusca das normas
que venham a prejudicar os contribuintes.
Portanto, quando se fala em princípios da anterioridade (anual ou nonagesimal) ou princípio
da irretroatividade, lembramo-nos daquilo que alguns doutrinadores denominam como princípio
da não surpresa. Pode-se dizer que o referido princípio é representado, na CF/88, pelos princípios
da anterioridade, noventena e até mesmo o da irretroatividade.
*Princípio da
Irretroatividade
Segurança *Princípio da
Jurídica Anterioridade
*Princípio da
Noventena
Estudaremos, a partir de agora, esses três princípios. Contudo, apesar de a ordem em que
inserimos acima ser a adotada pela CF/88, para fins didáticos, iniciaremos nosso estudo pelo
princípio da anterioridade.
De acordo com o que foi previsto no art. 150, III, b, da CF/88, é vedado a qualquer dos entes
federativos (União, Estados, DF e Municípios) cobrar tributos “no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”.
Isso significa que, como regra, se uma lei institui um tributo, o ente federado que a editou
só poderá cobrá-lo no ano seguinte ao que foi publicada a lei instituidora.
Publicação da Lei
(20/02/X1) Produção de Efeitos (01/01/X2)
Ano X1 Ano X2
Vale observar que as alterações que venham trazer vantagens para os contribuintes não
estão protegidas por esta norma. Com isso, a redução e extinção de um tributo obviamente não
necessitarão aguardar tais prazos, produzindo efeitos imediatamente.
Destaque-se que, de acordo com o STF (RE-AgR 274.949/SC), a alteração de prazo para
recolhimento de tributo não prejudica o contribuinte, mesmo que se trate de antecipação do
prazo, não se sujeitando, tal medida, ao princípio da anterioridade.
Vejamos também uma súmula vinculante do STF que corrobora o seu entendimento:
Observação: Esta súmula vinculante possui a mesma redação da Súmula 669 do STF.
Isso significa que já se tratava de entendimento pacífico no STF.
Lembre-se de que tanto a alteração do prazo para recolhimento, como a atualização monetária
também são exceções ao princípio da legalidade.
Nessa linha, o STF (RE 204.062) já considerou que a revogação de isenção anteriormente
concedida não se equipara à majoração de tributo, não se sujeitando ao princípio da anterioridade.
Portanto, esta revogação produz efeitos imediatamente. Acompanhe a ementa do citado recurso
extraordinário:
Veja que o STF entendia, nos idos de 1996, que a revogação de isenção não configuraria
majoração de tributo, não havendo porque observar o princípio da anterioridade. Contudo, é
muito importante considerarmos a decisão mais recente da Primeira Turma da Suprema Corte,
no sentido da necessidade de observância do princípio da anterioridade:
Veja que, atualmente, o STF entende que a redução de benefício fiscal caracteriza
aumento indireto de tributo, atraindo a aplicação do princípio da anterioridade anual e
nonagesimal, sendo que esta será estudada adiante. Ademais, entende a Corte que o prévio
conhecimento da carga tributária tem como base a segurança jurídica e, como conteúdo, a
garantia da certeza do direito.
Leve isto para a sua prova: A majoração indireta de tributo, levada a cabo por meio de redução de
benefício fiscal, atrai a aplicação do princípio da anterioridade (anual e nonagesimal, sendo que
este será estudado adiante).
O art. 104 do CTN foi elaborado à luz da Emenda Constitucional nº 18, de 1965. Importa-
nos, neste momento, verificar as distinções entre os regramentos dos incisos I e II do art. 104 e o
que estabelece o princípio da anterioridade, consignado no art. 150, III, “b”, da Constituição
Federal de 1988:
Aplica-se apenas aos impostos sobre patrimônio Aplica-se aos tributos em geral
ou renda
Justamente por conta dessas divergências é que boa parte da doutrina defende que os
incisos I e II não se compatibilizam com a CF/88, não tendo sido recepcionados por esta. De
qualquer modo, a transcrição literal dos dispositivos em questões de concursos públicos deve ser
analisada com cautela, pois as bancas podem considerá-las corretas!
No que se refere ao art. 104, III, do CTN, a revogação ou redução de isenção deve obedecer
ao princípio da anterioridade, mas esta lei só faz essa restrição em relação aos impostos sobre o
patrimônio ou renda. Observe que para o STF, como já foi explicado, não houve tal restrição. Da
mesma forma, é recomendável ao candidato que procure entender qual é a fonte utilizada para
elaboração da questão, lembrando-se das palavras-chave do art. 104, do CTN: “vigor” e “impostos
sobre o patrimônio ou a renda”.
O princípio da anterioridade não se confunde com o da anualidade (não existente na CF/88). Este
exigia prévia autorização orçamentária para que fosse feita sua cobrança.
Alteração de Prazo
Recolhimento
NÃO SE APLICA O
PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE
Atualização
Monetária
Revogação de Isenções
CTN: Entra em vigor no 1º
dia do exercício seguinte
(apenas para impostos
sobre patr./renda).
● Impostos Extraordinários
de Guerra
● Empréstimos • Situações que demandam urgência
Compulsórios (somente para
guerra e calamidade)
Contribuições para
Financiamento da • Seguem regra específica do art. 195, § 6°
Seguridade Social
Com esse esquema, não vai ficar difícil decorar, já que eu associei o tributo a algo que o faça
lembrar das exceções. Vamos entender melhor esse esquema, correto?
Perceba que todos os tributos considerados extrafiscais (Imposto de Importação e
Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados e Imposto sobre Operações Financeiras)
foram excepcionados para conceder plena eficácia aos fins que lhes foram propostos.
Além disso, os impostos extraordinários de guerra e os empréstimos compulsórios (guerra e
calamidade) foram excluídos da aplicação do princípio, por conta da situação urgente a que se
referem.
O princípio da noventena também pode vir na prova com os seguintes títulos: anterioridade
nonagesimal, privilegiada, qualificada ou até mesmo mitigada.
Parte da doutrina confere denominações distintas ao princípio previsto no art. 150, III, “c” e
aquele consignado no art. 195, § 6º, da CF/88.
Você pode encontrar em provas a referência ao princípio da anterioridade previsto no art. 150, III,
“c”, incluído na Carta Magna pela EC 42/03 e aplicável aos tributos de um modo geral, como
princípio da anterioridade mínima, e a referência ao disposto no art. 195, § 6º, da CF/88, aplicável
apenas às contribuições para a seguridade social, como princípio da anterioridade especial. Essa
diferenciação não é comum, mas pode ocorrer! ☺
O grande detalhe é que, regra geral, o princípio da anterioridade nonagesimal deve ser
aplicado juntamente com o princípio da anterioridade anual. Isso mesmo! A partir da publicação da
lei, devem ser observados esses dois princípios, prevalecendo aquele que tiver o prazo mais longo.
Vamos a um exemplo, para facilitar nosso estudo!
Imagine aquela lei, do nosso exemplo anterior, majorando o tributo e sendo publicada em
20/02/X1. Esta lei somente produzirá efeitos no primeiro dia do ano seguinte àquele em que foi
publicada, do mesmo modo, visto que o prazo de 90 dias a ser contado a partir da data da
publicação da lei certamente faria com que a norma produzisse efeitos ainda no ano X1. Porém,
em observância ao princípio da anterioridade anual, a produção de efeitos deve ser postergada
para, no mínimo, até 01/01/X2.
Vamos repetir a ilustração:
Publicação da Lei
(20/02/X1) Produção de Efeitos (01/01/X2)
Ano X1 Ano X2
Caso, porém, tal lei fosse publicada no fim do ano X1, prevaleceria o princípio da
anterioridade nonagesimal, haja vista que, cumprido o prazo anual, não necessariamente já teria
sido cumprido o prazo nonagesimal. Isso ocorreria, por exemplo, se a lei fosse publicada em
dezembro de X1. Entendido até aqui? ☺
Um detalhe a ser guardado é que, no entendimento do STF (RE 584.100), a simples
prorrogação de alíquota já aplicada anteriormente não está sujeita ao prazo nonagesimal, tendo
em vista que não há nenhuma surpresa para o contribuinte.
● Impostos
Extraordinários de Guerra
● Empréstimos • Situações que demandam urgência
Compulsórios (somente
para guerra e calamidade)
Imposto de Renda
Observe que, dos impostos extrafiscais, apenas o IPI está sujeito à noventena. Essa opção
pode ter sido feita, pois o IPI já é considerado por parte da doutrina como tributo com finalidade
fiscal.
No que se refere ao IEG e aos empréstimos compulsórios, segue-se a mesma regra
aplicável ao princípio da anterioridade. Trata-se de tributos que se referem a situações de
urgência.
No tocante ao Imposto de Renda, percebe-se que há sujeição apenas ao princípio da
anterioridade, o que torna a proteção ao contribuinte bastante insignificante, pois uma
majoração no dia 31/12/13, por exemplo, pode repercutir efeitos no dia 01/01/14.
Já as exceções referentes à fixação das bases de cálculo do IPVA e do IPTU foram
estabelecidas para facilitar que os entes competentes para instituir tais tributos possam
promover alterações nos valores dos bens imóveis e veículos sobre os quais tais impostos
incidem. Se tivessem que aguardar 90 dias, não seria possível fazer tais revisões com precisão.
Por fim, eu gostaria de auxiliá-los a guardar tais minúcias deste ponto da matéria. Observem
que o II, IE, IOF, IEG e Empréstimos compulsórios decorrentes de guerra ou calamidade constituem
exceções aos dois princípios.
Além disso, todos os demais tributos que não constam nas exceções estudadas ficam
sujeitos aos dois princípios. Ou seja, a instituição de uma contribuição de melhoria, por exemplo,
fica sujeita aos dois princípios constitucionais tributários.
Portanto, se tal tributo for instituído em 2 janeiro, terá que aguardar até o próximo ano
para produzir efeitos (prevalece, neste caso, o princípio da anterioridade, tendo em vista que
faltam mais do que 90 dias para o próximo ano). Por outro lado, se a instituição ocorrer em 15 de
novembro, há que se aguardar 90 dias, pois este prazo superará o intervalo entre a data da
publicação da lei e o primeiro dia do ano subsequente. Compreendido?
Estudamos em aula anterior que as medidas provisórias são atos normativos com força de
lei e, por isso mesmo, podem instituir tributos, desde que observados os requisitos de urgência e
relevância, expressos no caput do art. 62, da CF/88.
O § 2° do referido dispositivo menciona que a medida provisória, que implique instituição
ou majoração de impostos, só produzirá efeitos no exercício seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada. Destaque-se que nem todos os impostos
estão sujeitos a essa regra, pois o II, IE, IPI, IOF e IEG constituem exceções estampadas na própria
norma.
A regra só vale para a espécie IMPOSTO, estando excepcionados os seguintes impostos: II, IE, IPI,
IOF e IEG.
Temos que entender que o que foi dito acima é uma exigência restrita às medidas
provisórias, como meio de forçar a sua conversão em lei antes da produção de efeitos no ano
seguinte.
Eu acredito que pode ter surgido alguma dúvida na sua cabeça. Portanto, vamos abordar o
assunto devagar, dando dicas que irão ajudá-lo a matar qualquer questão que venha a incidir sobre
o assunto que, por sinal, é bastante cobrado em provas de concurso público.
Em primeiro lugar, fiquemos atentos, pois, a partir da EC 32/2001, as medidas provisórias
passaram a ter vigência de 60 dias prorrogáveis por igual período (mais 60 dias).
A regra geral que temos de observar são os princípios da anterioridade e noventena em se
tratando de uma norma que institua ou majore tributos, considerando as exceções. Isso é o que é
aplicável, ainda que tais tributos sejam instituídos ou majorados por MPs.
No entanto, quando se tratar de impostos, que não sejam aqueles excepcionados pelo
próprio § 2º do art. 62 da CF (II, IE, IPI, IOF e IEG), há que se obedecer a regra segundo a qual só
haverá produção de efeitos no exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em lei até
o último dia daquele em que a MP foi editada.
Seguindo essa linha, a majoração do IPI não fica sujeita a essa regra, mas um aumento nas
alíquotas do ITR sujeita-se, além da anterioridade e noventena, também à regra do art. 62, § 2º.
Vejamos um caso hipotético do ICMS (comum, não específico sobre combustíveis), sujeito à
regra do art. 62, § 2º, bem como aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal.
Digamos que uma MP estadual, majoradora da alíquota desse imposto, tenha sido
publicada em meados de novembro de 2014, sendo que a conversão desta MP em lei ocorreu
apenas em janeiro de 2015. A partir de quando essa majoração produziu efeitos?
Ora, como neste caso o ICMS está sujeito à anterioridade e à noventena, a regra seria a MP
produzir efeitos após 90 dias (já que também seria obedecido o princípio da anterioridade). Isso
faria com que a MP produzisse efeitos ainda em 2015.
Contudo, com a aplicação dessa regra que estamos estudando, somente haverá produção
de efeitos a partir do dia 1º de janeiro de 2016, pelo fato de a MP não ter sido convertida até o
último dia em que foi editada (31/12/2014).
Por fim, vale destacar o entendimento do STF no que se concerne ao termo inicial de
contagem do prazo nonagesimal, referente à majoração de contribuições sociais destinadas à
seguridade social por meio de MP. Pergunto: caso a MP venha a ser convertida em lei, tal prazo é
contato é contado da edição da MP ou da sua conversão em lei?
Como tais contribuições somente se submetem ao princípio da anterioridade nonagesimal
(ou anterioridade especial, neste caso), após o término do prazo de 90 dias, a MP produziria
efeitos por 30 dias. Se, dentro desse período, a MP for convertida em lei sem alterações
substanciais em tal conversão, a cobrança continua. De outra forma, se houver alterações
substanciais (conversão parcial da MP em lei) no texto originário da MP, reinicia-se o prazo de
contagem a partir da publicação da lei de conversão. Esse é o entendimento do STF.
Se a questão não fizer nenhuma ressalva quanto às alterações substanciais, consideraremos que
o prazo se conta a partir da publicação da medida provisória.
Há, ainda, a hipótese de a MP ser rejeitada no Congresso Nacional (CN) ou vir a perder sua
eficácia por decurso do prazo de 120 dias. Nestes casos, o tributo deixa de ser cobrado. Contudo,
cabe ao Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas que foram geradas nesses 30 dias de
cobrança do tributo, por meio de decreto legislativo. Vale dizer, o CN decidirá se haverá ou não a
devolução dos valores pagos pelos contribuintes.
Se o CN não deliberar sobre isso no prazo de 60 dias após a rejeição ou perda de eficácia, as
relações jurídicas (os valores pagos) são mantidas, valendo-se o que foi disposto na MP.
Vídeo Extra: Com objetivo de tornar nossa aula ainda mais didática, eu gravei um vídeo
tratando sobre este assunto. Para visualizá-lo, basta ler o QR Code abaixo com a câmera
do seu smartphone, utilizando um aplicativo de leitura de QR Codes.
d) após o prazo de noventa dias da data em que haja sido publicada a nova lei que majorou o
imposto sobre a renda.
e) no mesmo dia da publicação da lei, tendo em vista a exceção prevista na Constituição
Federal, ao tratar das regras sobre medida provisória.
Comentário: Como se trata de medida provisória majorando IR, devemos considerar, além do
princípio da anterioridade anual (O IR constitui exceção ao princípio da anterioridade
nonagesimal), a regra contida no art. 62, § 2º, da CF/88, ou seja, a nova lei publicada fruto da
conversão da medida provisória só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se
houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Assim sendo,
analisemos as alternativas da questão:
Alternativa A: Como o IR não se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal, está
assertiva já pode ser descartada. Alternativa errada.
Alternativa B: Esta assertiva está correta, já que, ao considerarmos que a lei produzirá efeitos
no exercício financeiro seguinte àquele em que a nova lei decorrente da medida provisória
aprovada foi publicada, já se considera a regra do art. 62, § 2º, da CF/88. Afinal, por exemplo,
se a MP foi publicada em 2015 e convertida em lei ainda em 2015, produzirá efeitos em 2016.
Se, por outro lado, a medida provisória foi publicada no fim do ano 2015, e só convertida em
lei em 2016, a produção de efeitos será também no exercício financeiro seguinte àquele em
que a nova lei foi publicada, isto é, em 2017. Alternativa correta.
Alternativa C: Em razão da regra prevista no art. 62, § 2º, e considerando que o IR se
submete ao princípio da anterioridade anual, a referida lei não produzirá efeitos
imediatamente. Alternativa errada.
Alternativa D: Como o IR não se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal, está
assertiva já pode ser descartada. Alternativa errada.
Alternativa E: Na realidade, em razão da regra prevista no art. 62, § 2º, e considerando que o
IR se submete ao princípio da anterioridade anual, a referida lei não produzirá efeitos no dia
de sua publicação. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
(FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015) A majoração da base de cálculo do IPVA não está sujeita ao
princípio da noventena (anterioridade nonagesimal), mas a majoração de sua alíquota está.
Comentário: De fato, a exceção ao princípio da noventena diz respeito apenas à majoração
da base de cálculo do IPVA. Quanto à majoração da alíquota do imposto, não há que se falar
em exceção.
Gabarito: Correta
(FCC/Pref. Teresina-PI-Analista em Gestão Pública/2016) A respeito dos Princípios Gerais
Tributários,
a) a instituição de tributo através de Decreto não fere o princípio da legalidade.
b) a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro sem que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou fere especificamente o princípio da competência.
Este princípio foi disposto no art. 150, III, “a”, o qual assevera que é vedado a todos os entes
federativos cobrar tributos “em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentado”.
Veja que a proibição tem, por objetivo, evitar que uma lei seja instituída hoje e venha a
instituir ou aumentar tributos cujos fatos geradores ocorreram antes do início da vigência desta lei.
Por exemplo, seria inconstitucional se uma lei fosse editada hoje, afirmando que o IPTU seria
majorado e que todos aqueles que possuíssem imóveis urbanos a partir de 2012 sofreriam tal
ônus.
Além disso, perceba a diferença entre esse princípio e os princípios da anterioridade anual e
nonagesimal. Nesses, o marco temporal utilizado para vedar a cobrança de tributos é a
publicação da lei; naquele, trata-se da vigência da lei.
Repare, então, que o objetivo do princípio da irretroatividade está diretamente interligado à
segurança jurídica, pois o objetivo é proteger as relações constituídas de novos efeitos
tributários. Ou seja, quando se praticou o fato gerador (uma importação, por exemplo), o
contribuinte havia levado em consideração a legislação em vigor naquela data.
Levando em consideração que, somente podem ser cobrados tributos cujos fatos geradores
tenham ocorrido após a vigência da lei que os instituiu ou majorou, o CTN assim dispôs:
“Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim
entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.”
Por ora, precisamos entender um pouco sobre temas abordados nas próximas aulas.
Quando uma lei institui um tributo, prevê-se na norma um fato que, ocorrido, faz surgir o vínculo
entre o contribuinte e o fisco. A essa previsão na norma denominamos hipótese de incidência. Ao
fato ocorrido no mundo real, chamamos de fato gerador. Por fim, denomina-se obrigação
tributária a relação jurídica constituída entre o fisco e o contribuinte, quando da ocorrência do fato
gerador.
Para a doutrina, a hipótese de incidência (previsão do fato gerador na lei) é estruturada em
5 aspectos: material, temporal, espacial, pessoal e quantitativo.
O aspecto material se refere ao fato descrito na norma como ensejador do surgimento da
obrigação tributária. Por exemplo, o fato de auferir rendas faz com que a pessoa se sujeite à
tributação pelo Imposto de Renda. Já o aspecto temporal da hipótese de incidência diz respeito ao
momento em que a lei considerar consumado o fato gerador da obrigação tributária. Por exemplo,
o Imposto de Renda Pessoa Física tem o seu fato gerador ocorrido em 31 de dezembro de cada
ano, muito embora decorra de vários fatos isolados ao longo do ano-calendário.
Com base no exposto, vamos analisar a aplicação da irretroatividade a dois tributos que
possuem jurisprudência importante para provas de concurso. Trata-se da CSLL e do IR.
A CSLL é uma contribuição para a seguridade social, estando sujeita apenas ao princípio da
noventena (art. 195, § 6°, da CF/88). Além disso, considera-se que o fato gerador deste tributo
ocorre no dia 31 de dezembro, embora ele decorra de vários eventos surgidos durante todo o ano.
Surge, portanto, a seguinte dúvida: se uma lei editada no dia 2 de outubro majorar o
tributo, em 31 de dezembro (após 90 dias), ela produzirá efeitos sobre o fato gerador? Para o STF
(AI-AgR-ED 333.209/PR), a resposta é positiva.
Ainda que nos pareça injusto, pois o contribuinte havia planejado certa carga de tributação
sobre seus lucros, quando uma alteração no final do ano repercutiu sobre todas as suas atividades
durante todo o exercício financeiro. Devemos considerar o posicionamento do STF acerca do tema.
Ainda nesse contexto, há que se observar que o STF tem como referência, para análise da
irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência. Ou seja, para a Corte, o que
importa é o momento definido na lei como ocorrido o fato gerador do tributo. Registre-se,
contudo, que há indícios de que a Suprema Corte (RE 587.008) esteja alterando o seu
posicionamento, adotando como referência o aspecto material da hipótese de incidência,
conforme se vê na ementa desse Recurso Extraordinário:
“É o aspecto material – e não o aspecto temporal da norma – que deve ser considerado
para fins de resguardo da irretroatividade e da anterioridade da lei tributária (...).
Havendo afirmação constitucional expressa da irretroatividade da lei ao fato gerador,
bem como da anterioridade da lei tributária, e considerando-se que tais garantias
constituem desdobramentos inequívocos do princípio da segurança jurídica, pode-se
concluir que não tem lugar, no direito tributário brasileiro, a chamada retroatividade
imprópria.”
(STF, RE 587.008; Voto da Min. Ellen Gracie, Relator: Dias Toffoli, J. 02/02/2011, DJ
05/05/2011)
No que se refere ao IR, a problemática é ainda maior. Como sabemos, o Imposto de Renda
está sujeito unicamente ao princípio da anterioridade. Portanto, uma lei que majore este tributo
começa a produzir efeitos no primeiro dia do exercício seguinte ao que foi editada.
Imposto de Renda
Irretroatividade → SIM
Anterioridade Anual → SIM
Anterioridade Nonagesimal → NÃO
Agora que você já sabe distinguir os princípios, e sabe também os que se aplicam e os que
não se aplicam ao IR, vamos entender como funciona o fato gerador desse imposto.
O fato gerador do IR é denominado periódico, tendo em vista que se prolonga durante um
período estabelecido em lei, sendo considerado ocorrido no final deste período. Ademais,
diferentemente do que ocorre com o IPVA ou IPTU, o fato gerador do IR é composto de diversos
eventos ocorridos dentro do período citado, fazendo com que seja chamado de fato gerador
período composto (ou complexivo).
Observação: O IPTU e o IPVA possuem fatos geradores periódicos simples, pois são
constituídos de um único evento no período, qual seja a propriedade de veículo
automotor ou de imóvel urbano.
Assim, por exemplo, no regime de tributação anual do IRPF, o imposto é apurado com base
nos rendimentos recebidos pelo contribuinte no decorrer do exercício financeiro. O fato gerador
considera-se ocorrido no dia 31 de dezembro, embora seja constituído do conjunto de fatos
isolados durante o ano. No ano seguinte, o contribuinte tem um prazo para entregar a declaração
à Receita Federal, demonstrando a apuração do IRPF anual e o pagamento, se houver, do imposto.
Vamos ilustrar para facilitar:
Fato Gerador
Entrega da
Salário Salário Salário Salário Salário Salário Declaração
Você já deve estar se perguntando onde os princípios estudados neste tópico entram em
toda essa explicação. Ora, foi necessário te fornecer toda essa explicação, para que você seja capaz
de responder a seguinte pergunta: caso uma lei que majore o IR seja publicada exatamente no
meio do ano de 2014, essa lei produziria efeitos sobre todo o IR apurado em 2014?
De acordo com a Súmula 584, parece que sim. Senão, vejamos:
Súmula STF 584 – Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano base
aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
Em termos práticos, o STF quis dizer que, se aquela lei que foi publicada em 2014 estiver
produzindo efeitos em 2015, ela será aplicada sobre os rendimentos de 2014, pois a norma estava
em vigor quando ocorreu a entrega da declaração (2015). Perceba que há total agressão ao
princípio da irretroatividade.
“E o princípio da anterioridade, professor?”
Também foi agredido, caro aluno, pois a lei acabou por produzir efeitos sobre o fato
gerador ocorrido no mesmo exercício de sua publicação.
Destaque-se que, no julgamento do tão aguardado RE 183.130, o STF se manifestou no
sentido da inaplicabilidade da Súmula 584, mas apenas quando se trata de majoração de
alíquotas do IR utilizado com caráter extrafiscal em relação ao lucro decorrente de operações
incentivadas.
Ficou evidente que a Súmula 584 continuaria sendo adotada para fins de interpretação do
fato gerador do imposto de renda, de modo a corroborar com a orientação no sentido de que, em
razão de o fato gerador do imposto de renda ocorrer somente em 31 de dezembro, se a lei fosse
editada antes dessa data, sua aplicação a fatos ocorridos no mesmo ano da edição não violaria o
princípio da irretroatividade.
Não houve revogação do texto da Súmula 584. Sua transcrição literal em uma questão de prova
deve ser encarada como correta.
• Deve ser considerada correta a questão que transcrever a literalidade do seu enunciado.
• Está correta a questão que mencionar a inaplicabilidade da Súmula 584 em relação ao IR
utilizado em caráter extrafiscal (lucro decorrente de operações incentivadas).
• Se a questão invocar o entendimento do STJ, deve-se lembrar que esta Corte já decidiu no
sentido da inaplicabilidade da súmula.
Destaque-se que o fenômeno a que a Súmula 584 do STF nos remete é o da retroatividade
imprópria, que ocorre quando uma lei tem aplicação sobre fatos que se iniciaram no passado,
mas que ainda não foram concluídos. Nesse sentido, a lei é publicada no final do ano e alcança os
fatos que ocorreram desde o início do mesmo ano.
De acordo com o texto constitucional (art. 150, V), temos que é vedado aos entes federados
“estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público”.
Amigo, perceba que o que se quis proteger com esse dispositivo foi a liberdade de tráfego
das pessoas e seus bens dentro do território nacional, direito individual expressamente previsto
no art. 5°, XV, da própria CF.
Sobre o tema, é relevante citarmos a decisão unânime do STF, no sentido de que o pedágio
cobrado pela utilização das vias conservadas pelo Poder Público não possui natureza tributária:
Podemos acrescentar outra exceção, que, embora não prevista no dispositivo em análise,
encontra-se no corpo da Magna Carta: a incidência de ICMS sobre operações de circulação de bens
e sobre a prestação de determinados serviços.
Perceba que o ICMS incide sobre a circulação de bens bem como a prestação de serviços
com destino a outro Estado. Portanto, na prática, acaba se tornando outra limitação ao tráfego
de bens. Entretanto, como há previsão na própria CF/88, é constitucional!
Os princípios que vamos estudar neste tópico não são aplicáveis a todos os entes
federativos. Alguns são aplicáveis exclusivamente à União; outros têm sua aplicação destinada
unicamente aos Estados, Distrito Federal e Municípios. Portanto, antes de partirmos para o estudo
de cada um deles, vamos dividi-los conforme os entes a que se destinam:
Princípio da
Uniformidade
Geográfica da
Tributação
Aplicáveis Princípio da
Exclusivamente à Uniformidade da
União Tributação da Renda
Princípio da Vedação
às Isenções
Heterônomas
Princípio da não
Aplicável aos
discriminação baseada
Estados, DF e
na procedência ou
Municípios
destino
O texto constitucional veda, no seu art. 151, I, que a União institua tributo que não seja
uniforme em todo o território nacional ou que venha implicar em distinção em relação a outro
ente federativo, em detrimento dos demais.
Contudo, é permitida a concessão de incentivos fiscais para promover o desenvolvimento
socioeconômico de determinadas regiões do país.
Ressalte-se que tal princípio encontra respaldo no art. 3° da CF/88, segundo o qual é
objetivo da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais. Então, entenda que, se a União majorar as alíquotas de tributos
federais, tal aumento deverá ser uniforme em todo o território nacional.
“Mas, professor, e a exceção?”
A única exceção é a que vimos, permitindo-se a concessão de incentivos fiscais para que se
promova o desenvolvimento de determinadas regiões do país.
Observe que não é qualquer incentivo fiscal que justifica a tributação diferenciada. Deve haver um
elemento finalístico que justifique tal distinção!
O princípio é de fácil entendimento, pois, partindo-se para uma análise lógica, caso a União
tribute os rendimentos gerados pelos seus títulos públicos de forma menos onerosa do que os
títulos dos demais entes, certamente haveria uma forte tendência de que os investidores
demonstrassem grande interesse pelos títulos federais em detrimento dos demais.
De maneira análoga, se a remuneração dos servidores federais sofresse menor carga
tributária do que os servidores pertencentes às carreiras dos demais entes federativos, seria
natural que houvesse migração para os cargos públicos federais.
Ante o exposto, creio que entender a essência do princípio da uniformidade da tributação
da renda não foi nem um pouco difícil. O segredo é sempre tentar analisar a situação com base na
lógica, e não simplesmente decorar os dispositivos constitucionais.
Primeiramente, precisamos entender que as isenções são concedidas pelos entes políticos.
Ou seja, o ente é capaz de tributar, mas opta por conceder esse benefício fiscal, que deve ser
criado exclusivamente por lei.
Quando um ente federado competente para instituir determinado tributo concede isenção sobre
tal exação, este benefício é denominado isenção autônoma.
Tendo em vista a autonomia de todos os entes federados, é certo que cabe a cada um deles
decidir a forma e o momento em que concederão isenções fiscais, correto?
Com base nessas explicações, vejamos o que foi consignado no art. 151, III, da CF/88:
Art. 151. É vedado à União:
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Contudo, temos que saber também que este princípio comporta algumas exceções. Ou seja,
se a questão disser que a isenção heterônoma é proibida, podemos dizer que está correta, pois
esta é a regra geral. Contudo, se a banca disser que a isenção heterônoma não possui exceção,
podemos considerá-la incorreta. Ok?
A primeira exceção diz respeito à incidência do ICMS sobre exportações, e está prevista no
art. 155, § 2°, XII, e, da CF/88. Esse dispositivo permite que uma lei complementar federal exclua
da incidência do ICMS (imposto estadual) as operações com mercadorias e prestação de serviços,
destinados ao exterior.
Cabe observar, no entanto, que esta previsão de isenção heterônoma deixou de ter
utilidade após a EC 42/2003, pois tal emenda criou a imunidade do ICMS decorrente de operações
que destinem quaisquer mercadorias para o exterior e sobre os serviços prestados a
destinatários no exterior. Aprenderemos, com detalhes, a diferença entre as isenções e as
imunidades em momento oportuno.
A segunda exceção se refere à possibilidade de a União conceder, mediante lei
complementar, isenção heterônoma sobre o ISS (tributo de competência dos municípios) nas
exportações de serviços para o exterior. Tal permissão está prevista no art, 156, § 3°, II, da CF/88.
Não podemos deixar de comentar ainda sobre a possibilidade de tratado internacional
conceder isenção sobre tributos estaduais e municipais. Em princípio, não seria possível tal
hipótese, tendo em vista que não há nada expresso sobre o tema na Constituição de 1988. Além
disso, pelo fato de o tratado internacional ser produzido por órgãos pertencentes à União
(Presidente da República e Congresso Nacional), haveria a proteção do princípio que estamos
estudando neste tópico.
Contudo, há que se observar que, de acordo com o STF (RE 229.096), o Presidente da
República, ao celebrar tratados internacionais, não estaria agindo em nome da União, mas, sim,
em nome da República Federativa do Brasil, atuando como Chefe de Estado, e não Chefe de
Governo. Pela relevância do assunto, transcreve-se a ementa do referido julgado:
para firmar tratados (art. 52, § 2º, da Constituição da República), dela não dispondo a
União, os Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da República não
subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado, o que
descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III,
da Constituição. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido.”
(STF, Pleno, RE 229.096/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, Julgado em 16/08/2007)
2
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 14ª Edição. 2015. Pág. 557.
Você se lembra que eu fiz um esquema, mencionando que este princípio é aplicável
exclusivamente aos Estados, DF e Municípios? Pois bem, o art. 152 tem o intuito de proibir que
tais entes federados criem diferenças tributárias em razão da procedência ou destino dos bens e
serviços. Esse princípio é ratificado pelo Princípio do Tratamento Nacional, previsto no GATT.
Não confunda a aplicação deste raciocínio com o que foi visto no tópico anterior. Lá,
mencionamos que os tratados internacionais podem conceder isenções heterônomas. Aqui,
estamos estudando que os entes federados (a União não está entre eles) devem tratar igualmente
o produto importado e o produto nacional, com base no GATT e no art. 152, pois diferenciar bem
nacional de importado é uma distinção com base em procedência.
Cumpre-nos ressaltar que tal princípio não é aplicável apenas em relação a bens trazidos do
exterior, mas também aos que circulam entre diferentes estados ou municípios brasileiros.
Na esteira desse entendimento, cabe dizer que à União é permitido criar distinções entre as
regiões do país, pois o art. 151, I, permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover
o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico.
De acordo com o art. 150, § 5º, da CF/88, “a lei determinará medidas para que os
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços”. Tal disposição prevê o princípio da transparência tributária.
O objetivo precípuo desse postulado é promover transparência ao contribuinte quanto à
carga tributária resultante da incidência de impostos a que está submetido, quando do consumo
de mercadorias e serviços. Trata-se, portanto, de uma norma direcionada ao legislador ordinário.
Atualmente, temos a Lei Federal 12.741/2012, que dispõe basicamente sobre medidas de
esclarecimento ao consumidor, em cumprimento ao disposto na CF/88 e no Código de Defesa do
Consumidor.
É interessante observamos a redação do art. 1º desta norma para compreendermos melhor
qual seria exatamente a medida para esclarecer os contribuintes sobre a incidência dos impostos:
Art. 1º Emitidos por ocasião da venda ao consumidor de mercadorias e serviços, em todo território nacional,
deverá constar, dos documentos fiscais ou equivalentes, a informação do valor aproximado correspondente à
totalidade dos tributos federais, estaduais e municipais, cuja incidência influi na formação dos respectivos
preços de venda.
Talvez agora você já seja capaz de se lembrar daquele campo no cupom fiscal destinado ao
esclarecimento do montante de tributos incidentes sobre aquela operação. Cabe ressaltarmos que,
não obstante o dispositivo constitucional exigir apenas o esclarecimento quanto aos impostos
incidentes sobre mercadorias e serviços, o legislador ordinário foi além, definindo que deverá
constar a informação do valor aproximado correspondente à totalidade dos tributos federais,
estaduais e municipais, cuja incidência influi na formação dos respectivos preços de venda.
3
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª Edição. 2013. Pág. 160.
4
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário. 3ª Edição. 2010. Pág. 105.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a instituição dos
emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça, por não possuir natureza tributária, não
viola o princípio da legalidade tributária.
Comentário: Sabe-se que os emolumentos cartorários são tributos da espécie taxa. Portanto, sua
instituição deve ocorrer por meio de lei, em obediência ao princípio da legalidade tributária.
Gabarito: Errada
FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a definição de
vencimento das obrigações tributárias sujeita-se ao princípio da legalidade tributária.
Comentário: A definição da data de vencimentos das obrigações tributárias não se sujeita ao
princípio da legalidade tributária.
Gabarito: Errada
FCC/AFR-SP/2013
É uma das limitações constitucionais do poder de tributar a legalidade tributária estrita,
incluída na Constituição Federal de 1988 pela Emenda Constitucional 42, de 19 de dezembro
de 2003.
Comentário: O princípio da legalidade existiu em quase todas as constituições brasileiras, tendo
sido previsto na CF/88 desde a sua promulgação. Portanto, a questão encontra-se errada.
Gabarito: Errada
(FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016)
A União instituiu, por meio de lei ordinária, empréstimo compulsório para atender a despesa
extraordinária decorrente de calamidade pública. Sobre essa lei, assinale a afirmativa correta.
a) Ela é inconstitucional, pois a União não é competente para a instituição de empréstimos
compulsórios.
b) Ela é inconstitucional, pois a CRFB/88 não autoriza a instituição de empréstimos
compulsórios para atender despesa extraordinária, decorrente de calamidade pública.
c) Ela, ao instituir o empréstimo compulsório, é constitucional e entrará em vigor no exercício
seguinte ao da sua publicação, uma vez que é necessária a observância do princípio da
anterioridade de exercício.
ld) Ela é constitucional e entrará em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, em razão da
relevância e urgência da medida.
e) Ela é inconstitucional, uma vez que os empréstimos compulsórios devem ser instituídos
por meio de lei complementar e não lei ordinária.
Comentário: O empréstimo compulsório deve sempre ser instituído por meio de lei
complementar. Quanto a esse ponto, a lei em questão é inconstitucional. Por outro lado, admite-
se a sua instituição para atender a despesa extraordinária decorrente de calamidade pública.
Assim, a única alternativa que responde a questão é a Letra E.
Gabarito: Letra E
(FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015)
De acordo com os princípios constitucionais tributários, pode ser previsto em norma
infralegal:
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar que, no vigente
sistema tributário nacional, as limitações constitucionais ao poder de tributar estão
configuradas como princípios constitucionais tributários, imunidades tributárias e normas
reguladoras do exercício da competência tributária.
Comentário: Tanto os princípios tributários como as imunidades tributárias constituem limitações
ao poder de tributar. Ademais, conforme defende parte da doutrina, qualquer norma que regule o
exercício da competência tributária, ou até mesmo a própria repartição de competência tributária,
configura limitação ao poder de tributar.
Gabarito: Errada
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio
constitucional da legalidade tributária exige necessariamente lei em sentido estrito/formal
tanto para a instituição quanto para a majoração de tributo.
Comentário: A instituição de tributos não comporta exceção, no que diz respeito ao princípio da
legalidade tributária. Contudo, pode-se, em alguns casos, majorar tributos por meio de ato
infralegal, como é o caso do Imposto de Importação.
Gabarito: Errada
ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Em matéria tributária, de acordo com a Constituição Federal, compete à Lei Complementar
instituir as limitações constitucionais ao poder de tributar.
Comentário: De acordo com o art. 146, II, da CF/88, cabe à lei complementar regular as limitações
constitucionais ao poder de tributar. No entanto, a instituição de novas limitações é tarefa
exclusiva do legislador constituinte.
Gabarito: Errada
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
É facultado ao Poder Executivo, respeitados as condições e os limites legais, alterar as
alíquotas do imposto sobre produtos industrializados.
Comentário: De acordo com o art. 153, § 1º, da CF/88, é facultado ao Poder Executivo, atendidas
as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IPI.
Gabarito: Correta
CESPE/TJ-AM-Juiz/2016
Por decreto do prefeito, de agosto de 2014, o município de Manaus atualizou a base de
cálculo do IPTU e sua planta de valores imobiliários, para a cobrança do tributo em 2015. Na
atualização, foi usada como referência a taxa SELIC para títulos federais, índice oficial para
cálculo dos encargos pela mora dos tributos federais.
Nessa situação hipotética,
a) o ato é válido, pois, tendo o decreto sido editado no ano de 2014 para surtir efeitos em
2015, foi observado o princípio da anterioridade.
b) o ato é inválido, pois apenas lei municipal poderia indicar a SELIC como índice de correção
monetária no município.
c) o ato é inválido, por implicar acréscimo real, e não mera correção.
d) o ato é válido, pois sendo o IPTU um tributo extrafiscal, a ele não se aplica o princípio da
legalidade.
e) o ato é válido, pois a taxa SELIC é índice oficial, não constituindo a sua aplicação, para
correção da base de cálculo do IPTU, majoração de tributo.
Comentário: A Taxa SELIC representa não só a correção monetária mas também os juros
moratórios. Por essa razão, não pode ser considerada apenas como correção monetária. Desse
modo, o ato é inválido, pois configura majoração do imposto, não podendo ser realizada por ato
infralegal (decreto), mas tão somente por meio de lei.
Gabarito: Letra C
CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
As limitações ao poder de tributar podem ser reguladas, em âmbito legislativo, tanto por lei
complementar quanto por lei ordinária.
Comentário: Cabe à lei complementar, e não ordinária, regular as limitações constitucionais ao
poder de tributar (art. 146, II, CF/88).
Gabarito: Errada
CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
São limitações ao poder de tributar as imunidades, os princípios de direito tributário e as
anistias.
Comentário: De fato, tanto os princípios tributários como as imunidades tributárias constituem
limitações ao poder de tributar. Porém, a anistia não é uma limitação do poder de tributar, e sim o
próprio exercício do poder de tributar, que também permite ao ente federado anistiar
determinadas infrações à legislação tributária.
Gabarito: Errada
CESPE/AGU/2015
De acordo com o princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tributos,
bem como a cominação de penalidades em caso de violação da legislação tributária, salvo por
meio de lei.
Comentário: Deveras, a instituição e majoração de tributos bem como a cominação de penalidades
devem sempre ocorrer mediante edição de lei.
Gabarito: Correta
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
(FGV/COMPESA-Analista de Gestão-Advogado/2016)
Sobre o princípio da isonomia no direito tributário e sua efetividade, analise as afirmativas a
seguir.
I. Viola o princípio da isonomia a instituição de isenção de custas e emolumentos para
membros do Poder Judiciário.
II. O tratamento diferenciado e favorecido a empresas de acordo com o seu porte, não viola o
princípio da isonomia.
III. Viola o princípio da isonomia a concessão de privilégios fiscais às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, não extensivos às empresas do setor privado.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentário:
Item I: Ao estabelecer distinção na tributação em razão da ocupação, há violação ao princípio da
isonomia. Item correto.
Item II: Como microempresas e empresas de pequeno porte possuem capacidade contributiva
distinta das grandes empresas, o tratamento diferenciado não viola o princípio da isonomia. Item
correto.
Item III: Ao se conceder privilégios fiscais às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
não extensivos às empresas do setor privado, há violação ao princípio da isonomia, por gerar
concorrência desleal no mercado em benefício de entidades estatais. Item correto.
Gabarito: Letra E
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio
constitucional da igualdade tributária exige idêntico tratamento tributário para contribuintes
que se encontrem em situação equivalente, permitindo-se porém tratamento diferenciado
em razão da ocupação profissional destes mesmos contribuintes.
ESAF/MDIC/2012
Viola o princípio da isonomia a instituição, por parte de lei estadual, de incentivos fiscais a
empresas que contratem empregados com mais de quarenta anos.
Comentário: O STF já decidiu que não há violação do princípio da isonomia se a lei institui
incentivos fiscais a empresas que contratem empregados com mais de quarenta anos.
Gabarito: Errada
ESAF/MDIC/2012
Não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de
serviços, bem como entre diferentes ramos da economia.
Comentário: O STF já permitiu a o tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno
porte, dependendo de condições a elas peculiares. Ademais disso, o art. 195, § 9º, da Constituição
prevê que as contribuições sociais a cargo do empregador poderão ter suas alíquotas ou bases de
cálculo diferenciadas, dependendo, entre outras características, do porte da empresa ou da
condição estrutural do mercado de trabalho.
Gabarito: Errada
ESAF/MDIC/2012
O princípio da capacidade contributiva, que informa o ordenamento jurídico tributário,
estabelece que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte. Sobre ele, assinale a opção incorreta.
a) Tal princípio aplica-se somente às pessoas físicas.
ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Considerando decisões emanadas do STF sobre o princípio da isonomia, julgue o seguinte item: Lei
complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento de custas
judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o princípio da isonomia.
Comentário: De fato, esse tem sido o entendimento do STF, que foi estudado em aula.
Gabarito: Correta
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
Dado o princípio da isonomia, os impostos não podem ter caráter pessoal.
Comentário: Prevê o art. 145, § 1º, da CF/88, que, sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.
Gabarito: Errada
CESPE/PC-PE-Delegado/2016
Sempre que for possível, os impostos terão caráter pessoal, facultado à administração
tributária identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.
Comentário: Foi cobrada a previsão contida no art. 145, § 1º, da CF/88: sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Gabarito: Correta
ESAF/AFRFB/2009
Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos
contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que a identificação do efeito
confiscatório não deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mas sim em cada
tributo isoladamente.
Comentário: Como vimos, para o STF, deve-se avaliar a totalidade da carga tributária a que o
contribuinte esteja sujeito em relação à mesma pessoa política. Na presente questão, como se
afirma que o conceito é incorreto – e realmente é -, a questão está correta.
Gabarito: Correta
ESAF/AFRFB/2009
CESPE/AGU/2015
O princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de confisco, previsto expressamente
na CF, aplica-se igualmente às multas tributárias, de modo a limitar, conforme jurisprudência
pacífica do STF, o poder do Estado na instituição e cobrança de penalidades.
Comentário: O STF tem entendimento pacífico, conforme se demonstra no julgamento da ADI
551/RJ, acerca da aplicabilidade do princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de
confisco às multas tributárias.
Gabarito: Correta
CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
A vedação do efeito confiscatório aplica-se tanto aos tributos propriamente ditos quanto às
multas pelo descumprimento da legislação tributária.
Comentário: Para o STF, realmente o princípio do não confisco aplica-se também às multas pelo
descumprimento da legislação tributária.
Gabarito: Correta
CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
Segundo o STF, o denominado princípio da vedação ao confisco tem aplicação apenas em
relação ao tributo e não à sanção, motivo pelo qual não estende a sua aplicação às multas
moratórias.
Comentário: Na realidade, o STF entende que o princípio do não confisco aplica-se também às
multas, inclusive às moratórias.
Gabarito: Errada
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
FCC/Pref. Teresina-PI-Advogado/2016
A câmara municipal de um Município brasileiro aprovou lei aumentando a alíquota do ISS.
Sancionada pelo prefeito daquele Município, o texto dessa lei foi publicado em 12 de
novembro de 2014, uma quarta-feira. O último artigo dessa lei estabeleceu que ela entraria
em vigor na data de sua publicação.
Com fundamento no que disciplina a Constituição Federal a respeito dessa matéria, essa
alíquota majorada poderia ser aplicada a fatos geradores ocorridos a partir de
a) 12 de novembro de 2014.
b) 1º de janeiro de 2014.
c) 1º de janeiro de 2015.
d) 13 de novembro de 2014
e) 11 de fevereiro de 2015.
Comentário: A majoração da alíquota do ISS submete-se aos princípios da anterioridade anual e
nonagesimal. Assim, o ISS só poderia ser cobrado após a contagem do prazo de 90 dias da data de
publicação da lei, isto é, em 11 de fevereiro de 2015.
Gabarito: Letra E
FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015
O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU
incidente sobre a propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar
norma jurídica que atenda, dentre outros, aos princípios constitucionais da
a) legalidade, anterioridade e irretroatividade.
b) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
c) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
d) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).
e) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
Comentário: Como a majoração da base de cálculo do IPTU constitui exceção ao princípio da
noventena, o Município de Manaus deve elaborar norma jurídica que atenda aos princípios
constitucionais da legalidade, anterioridade e irretroatividade.
Gabarito: Letra A
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar que a prorrogação,
por meio de lei complementar, do termo inicial para que contribuintes se beneficiem do
creditamento amplo de ICMS relativo às aquisições de materiais de uso e consumo deve ser
formalizada com o mínimo de 90 dias antes do término do ano-calendário para que possa
surtir efeito a partir de 1° de Janeiro do ano-calendário seguinte.
Comentário: Não existe essa condição de que a norma tenha que ser formalizada com certo prazo
antes do término do ano-calendário para surtir feito em 1º de janeiro do ano-calendário
subsequente.
Gabarito: Errada
Alternativa A: Embora o IPI tenha natureza extrafiscal, está sujeito aos princípios da legalidade (em
regra), anterioridade anual e irretroatividade. Alternativa errada.
Alternativa B: Embora possa ser majorado por ato do Poder Executivo, sua instituição deve ocorrer
por intermédio de lei. Alternativa errada.
Alternativa C: Conforme comentamos, a instituição do IPI deve ocorrer por meio de lei, mas a
definição de suas alíquotas por ocorrer por meio de ato do Poder Executivo (decreto). Alternativa
correta.
Alternativa D: Trata-se de justamente o contrário, ou seja, o IPI constitui exceção à anterioridade
anual, mas deve obediência à anterioridade nonagesimal. Alternativa errada.
Alternativa E: O IPI constitui exceção à anterioridade anual, mas deve obediência à anterioridade
nonagesimal. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C
FCC/TJ-CE-Juiz/2014
De acordo com a Constituição Federal, a alíquota da contribuição de intervenção no domínio
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e de seus
derivados, de gás natural e de seus derivados e de álcool combustível - CIDE-COMBUSTÍVEL -
poderá ser
a) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, aplicando-se à tributação do
gás natural e de seus derivados os princípios da legalidade, noventena e anterioridade.
b) aumentada e restabelecida por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o
princípio da legalidade.
c) reduzida e aumentada por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o
princípio da noventena.
d) reduzida e aumentada por ato dos Poderes Executivos dos Estados e do Distrito Federal,
não se lhe aplicando o princípio da irretroatividade.
e) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, não se lhe aplicando o
princípio da anterioridade.
Comentário: Na verdade, a CIDE-Combustível pode ter suas alíquotas reduzidas e restabelecidas
por ato do Poder Executivo da União (exceção ao princípio da legalidade), não se lhe aplicando o
princípio da anterioridade anual, mas sendo respeitado o princípio da anterioridade nonagesimal.
Gabarito: Letra E
FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015
A instituição, pelos Estados e pelo Distrito Federal, da contribuição para o custeio do serviço
de iluminação pública está sujeita ao princípio da irretroatividade, mas não ao da
anterioridade.
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar que por sua
natureza de remuneração de serviços públicos, a instituição ou majoração das taxas não está
sujeita à aplicação do princípio da anterioridade.
Comentário: A instituição ou majoração das taxas está sujeita ao princípio da anterioridade.
Gabarito: Errada
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar que a elevação de
alíquota de tributo pela própria Constituição Federal ou Emenda à Constituição prescinde da
observância do princípio da anterioridade.
Comentário: Constituição Federal ou Emenda à Constituição federal não são normas definidoras
da competência tributária, não regulamentando temas específico que compreendem o próprio
exercício da competência tributária (instituição e alteração de tributos).
Gabarito: Errada
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar que a edição de lei
que prorroga a aplicação de lei temporária que prevê a aplicação de alíquota majorada de
ICMS não está sujeita ao princípio da anterioridade.
Comentário: Se está havendo apenas prorrogação de uma majoração, não há que se falar em
surpresa negativa, mas tão somente na manutenção da situação atual. Portanto, neste caso, não
há que se falar em aplicação do princípio da anterioridade.
Gabarito: Correta
FCC/AFR-SP/2013
É uma das limitações constitucionais do poder de tributar o princípio da anualidade, vigente
na atual ordem constitucional, que impõe a necessidade, para a cobrança de determinado
tributo, de sua previsão na lei orçamentária aprovada na legislatura no ano calendário
anterior, salvo as exceções constitucionalmente previstas.
Comentário: No ordenamento jurídico em vigor, não há que se falar em princípio da anualidade
em matéria tributária.
Gabarito: Errada
FCC/Auditor-TCE-SP/2013
A majoração da base de cálculo do IPVA e do IPTU é exceção, dentre outras, à regra da
a) legalidade.
b) anterioridade nonagesimal.
c) anterioridade anual.
d) irretroatividade da lei tributária.
e) vedação ao confisco.
Comentário: Conforme explicado em aula, a base de cálculo (e não alíquotas) do IPVA e IPTU é
exceção à regra da anterioridade nonagesimal. Portanto, a resposta correta é Letra B.
Gabarito: Letra B
FCC/Juiz-TJ-PE/2013
Prefeito Municipal que entrou em exercício no dia primeiro de janeiro de 2013 baixou um
decreto corrigindo monetariamente, conforme índice de correção lá indicado, a Planta
Genérica de Valores utilizada para apuração da base de cálculo do Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU e sobre o Imposto sobre a Transmissão de
Bens Imóveis por ato inter vivos a título oneroso - ITBI. Fez constar o Prefeito que a vigência
do decreto é imediata, a partir da data da publicação, já valendo para o exercício de 2013.
Inconformados com esta medida, que acabou por majorar a base de cálculo do IPTU e do
ITBI, alguns proprietários ingressaram em juízo questionando a constitucionalidade do
decreto.
Considerando-se os fatos relatados, é correto afirmar que esse decreto é
a) inconstitucional porque não atendeu às regras da anterioridade anual e nonagesimal,
embora seja exceção à regra da legalidade.
b) constitucional porque majoração de base de cálculo de IPTU e ITBI é exceção às regras da
legalidade e da anterioridade.
c) constitucional porque a correção monetária da base de cálculo não equivale a majoração,
razão pela qual não se submete às regras da anterioridade e da legalidade.
d) inconstitucional porque não atendeu à regra da legalidade pois, apesar de se tratar de
exceção à regra da anterioridade, deveria ter sido feito por lei.
e) inconstitucional porque não atendeu à regra da anterioridade nonagesimal, embora seja
exceção à regra da legalidade.
Comentário: Embora, a princípio, pareça uma questão mais complexa, é muito simples de ser
resolvida, com base no entendimento jurisprudencial sobre correção monetária, que já estudamos
nessa aula.
A correção monetária proposta pelo prefeito acabou por alterar o valor do IPTU e ITBI, no entanto,
conforme estudamos, a correção monetária da base de cálculo não equivale à majoração, não se
submetendo, portanto, aos princípios da anterioridade e da legalidade.
Gabarito: Letra C
FCC/Juiz-TJ-PE/2011
A regra da anterioridade, que veda cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, NÃO se aplica:
a) aos impostos de importação e exportação.
b) ao IR.
c) ao ITR.
d) às contribuições sociais.
e) aos impostos estaduais.
Comentário: A única exceção ao princípio da anterioridade é a Letra A, que se refere ao II e IE. O
candidato até poderia ficar em dúvida com relação à Letra D, contudo, devemos lembrar que nem
todas as contribuições sociais são as destinadas à seguridade social (apenas estas constituem
exceções ao princípio). Na dúvida, retorne à aula anterior para relembrar o que lá estudamos. A
alternativa correta é Letra A.
Gabarito: Letra A
FCC/MPE-PE-Promotor de Justiça/2002
No direito positivo brasileiro, a aplicação do princípio da anterioridade da lei tributária é
regra, sendo exceção os tributos não sujeitos a tal princípio.
Comentário: Realmente, em regra, a instituição ou majoração dos tributos sujeita-se ao princípio
da anterioridade.
Gabarito: Correta
(FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016)
Em maio de 2015, a União aumentou, por meio de lei, as alíquotas do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) de itens de alimentação e higiene. Sobre essa lei, assinale a
afirmativa correta.
a) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor imediatamente após a sua
publicação, uma vez que o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade.
b) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor 90 (noventa) dias após a sua
publicação, uma vez que o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade de exercício.
c) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício
financeiro de 2016, uma vez que o IPI se submete apenas ao princípio da anterioridade de
exercício.
d) A lei que majorou as alíquotas do IPI poderá ser aplicada a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da lei que as aumentou, uma vez que o IPI não se submete ao princípio
da irretroatividade.
e) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício de 2016,
uma vez que o IPI se submete ao princípio da anterioridade de exercício e ao princípio da
anterioridade nonagesimal.
Comentário: Como o IPI é imposto que se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal, mas
foi excepcionado do princípio da anterioridade anual, a lei que majorou as alíquotas do IPI entrará
em vigor 90 dias após a sua publicação.
Gabarito: Letra B
(FGV/SEFAZ-MT-Auditor Fiscal/2014)
As opções a seguir apresentam princípios expressamente albergados na Constituição da
República aprovada em 1988, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Princípio da Legalidade
b) Princípio da Isonomia
c) Princípio da Irretroatividade
d) Princípio da Anterioridade
e) Princípio da Anualidade
Comentário:
Alternativa A: O princípio da legalidade foi previsto no art. 150, I, da CF/88. Alternativa errada.
Alternativa B: O princípio da isonomia foi previsto no art. 150, II, da CF/88. Alternativa errada.
Alternativa C: O princípio da irretroatividade foi previsto no art. 150, III, “a”, da CF/88. Alternativa
errada.
Alternativa D: O princípio da anterioridade foi previsto no art. 150, III, “b” e “c” da CF/88.
Alternativa errada.
Alternativa E: O princípio da anualidade não foi previsto na CF/88. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E
(FGV/SEFAZ-RJ-Auditor Fiscal/2008)
As duas facetas do princípio da não-surpresa - Constituição Federal/88, art. 150, III, "b" e "c" -
aplicam-se ao:
a) imposto de renda.
b) IPI.
c) empréstimo compulsório.
d) ICMS.
e) imposto extraordinário de guerra.
Comentário: A questão se refere ao princípio da anterioridade e noventena. Com base no que
estudamos, o único imposto sujeito a ambos os princípios é o ICMS. Cuidado: não estamos falando
do ICMS-Combustíveis. A resposta, portanto, é a Letra D.
Gabarito: Letra D
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio
constitucional da anterioridade tributária geral não se aplica nem ao imposto sobre produtos
industrializados e nem ao imposto sobre a propriedade territorial rural.
Comentário: O princípio da anterioridade anual (ou geral) não se aplica ao IPI, mas aplica-se ao ITR.
Gabarito: Errada
ESAF/ATRFB/2012
Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2 de dezembro de
um ano, para ser cobrado no exercício seguinte?
Comentário: Ainda que a majoração ocorresse em 31 de dezembro, seria possível a cobrança no
exercício seguinte. Para definir o dia exato, seria necessário analisar a situação com base também
no princípio da noventena, que será estudado a seguir.
Gabarito: Correta
Comentário: Como se trata do Imposto de Renda, imposto que deve obediência ao princípio da
anterioridade anual, mas é excepcionado do princípio da anterioridade nonagesimal, a lei federal
majoradora terá eficácia a partir de 01/01/2015.
Gabarito: Letra D
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
FCC/Pref. Campinas-SP-Procurador/2016
Acerca dos princípios consagrados pela Constituição Federal, é correto afirmar: Os entes
políticos tributantes não podem cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos após
o início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
Comentário: Ora, o que se veda pelo princípio da irretroatividade é a cobrança de tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado. Após o início da vigência da lei, não há qualquer ofensa ao referido princípio, haja
vista não estar a lei retroagindo a fatos passados.
Gabarito: Errada
ESAF/ATRFB/2009
A irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da atribuição de novos efeitos
tributários, reforçando a própria garantia da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei
prévia, evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança jurídica ao prover
uma maior certeza do direito.
Comentário: O objetivo do princípio da irretroatividade é proteger as relações já constituídas
(passadas) dos novos efeitos tributários. Não há dúvidas da íntima relação desse princípio com a
segurança jurídica. Questão correta.
Gabarito: Correta
CESPE/PROMOTOR-MP-ES/2010
Para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, a União pode
instituir empréstimo compulsório, mediante lei complementar, sem a observância dos
princípios da anterioridade e da irretroatividade.
Comentário: O empréstimo compulsório não observa o princípio da anterioridade. Entretanto, não
se pode dizer o mesmo em relação ao princípio da irretroatividade.
Gabarito: Errada
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
A União possui a prerrogativa de cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
Comentário: O princípio da irretroatividade tributária, que veda a cobrança de tributos em relação
a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado, é aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Gabarito: Errada
CESPE/JUIZ-TJ-BA/2012
Considere que determinada lei, publicada no dia 30/12/2011, que instituiu taxa de coleta
domiciliar de lixo, tenha sido omissa em relação à data de início de sua vigência. Nesse caso, é
correto afirmar que a taxa somente poderá ser cobrada a partir
a) de 45 dias após a data de publicação da referida lei.
b) de 90 dias após a data de publicação dessa lei.
c) da data de publicação da referida lei.
d) do primeiro dia do exercício financeiro de 2012.
e) de 30 dias após a data de publicação dessa lei.
Comentário: Existe uma regra prevista na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB)
que trata da vigência da lei omissa em relação à data de início de sua vigência. De acordo com essa
regra, a vigência da lei, nesse caso, inicia-se 45 dias após a data de publicação.
No entanto, o que se pede é a data em que será possível realizar a cobrança, o que diz respeito à
eficácia da lei e não à sua vigência (estudaremos isso em aula própria). Detalhes à parte, a
majoração das taxas submete-se tanto á anterioridade anual como à nonagesimal, o que faz com
que a lei produza efeitos apenas 90 dias após a data de sua publicação.
Observe que sempre prevalece o prazo mais longo, quando o tributo se sujeita a ambos os
princípios. Por exemplo, se a lei tivesse sido publicada em 30/01/2011, somente seria possível a
cobrança da taxa em 01/01/2012. A resposta, portanto, é Letra B.
Gabarito: Letra B
FCC/PGE-MT-Analista/2016
Um determinado Estado brasileiro, famoso pelas lindas paisagens que ornamentam muitas
de suas cidades, estava passando por severa crise econômica. Decidiu, em razão disso,
investir fortemente no turismo destas cidades, com a finalidade de atrair pessoas com alto
poder aquisitivo e que estivessem predispostas a gastar neste “Estado paradisíaco”.
Paralelamente, com o intuito de evitar a afluência e o tráfego de turistas provenientes de
unidades federadas com baixo ou nenhum poder aquisitivo, o governo deste “Estado
paradisíaco” criou uma exação que denominou de “Taxa Interestadual de Compensação
Financeira”, e que tinha o intuito específico de impedir, ou, pelo menos, de reduzir o tráfego
de pessoas provenientes de outros Estados sem poder aquisitivo naquelas cidades turísticas
do Estado.
De acordo com a Constituição Federal, essa taxa
a) poderia ser cobrada, desde que obedecido o princípio da anterioridade.
b) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da
anterioridade nonagesimal (noventena).
FCC/AFR-SP/2009-Adaptada
Sobre as prescrições constitucionais insertas na seção 'Das limitações do poder de tributar', é
correto afirmar que as operações interestaduais devem ser imunes a qualquer tributação em
obediência ao princípio da vedação de se estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio.
Comentário: Não está correta tal asserção, pois a vedação de se estabelecer limitações ao tráfego
de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais é atenuada pela
previsão constitucional do ICMS – tributo cujo fato gerador incide sobre a circulação de
mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
Gabarito: Errada
FCC/METRÔ-SP-Advogado/2008
Sobre a limitação do poder de tributar, é correto afirmar que à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios é permitido estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional,
de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.
Comentário: O princípio da liberdade de tráfego veda a todos entes federativos o estabelecimento
de imitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais.
Gabarito: Errada
FCC/MPE-PE-Promotor de Justiça/2002
Atendendo ao princípio da liberdade de tráfego, os titulares de competência tributária não
podem, de regra, estabelecer limites ao fluxo de pessoas ou mercadorias por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais.
Comentário: O art. 150, V, veda aos entes federados estabelecer limitações ao tráfego de pessoas
ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Gabarito: Correta
ESAF/ATRFB/2012
Para combater o tráfego de gado infectado de uma região para outra, pode o Estado impor
tributos interestaduais ou intermunicipais?
Comentário: De acordo com o art. 150, V, da CF/88, é vedado aos entes federados estabelecer
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Sendo
assim, não é possível haver a imposição tributária proposta pela banca.
Gabarito: Errada
CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
De acordo com a CF, é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa nele entrar, permanecer ou dele sair, entretanto, sobre o trânsito dos bens
dessa pessoa incidirão impostos.
Comentário: A assertiva trata da liberdade de locomoção, direito protegido pela CF/88, em seu art.
5º, XV. Justamente por isso, o Constituinte previu o princípio da liberdade de tráfego. Como regra,
não incidem tributos sobre o tráfego de pessoas ou bens, admitidas exceções, como o ICMS.
Gabarito: Errada
FCC/PGE-MT-Procurador do Estado/2016
Considere o seguinte princípio constitucional:
“Art. 152 É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.”
Os Estados e o Distrito Federal estão impedidos de
a) cobrar o ICMS sobre a entrada de mercadorias oriundas de determinado país, em operação
de importação, mas desonerar por completo esse imposto na saída de mercadorias tendo
como destinatário o mesmo país.
b) exigir o ICMS pelas alíquotas interestaduais variáveis conforme o Estado de destino dos
bens ou serviços, diferentemente das alíquotas praticadas às operações internas.
c) instituir isenções ou alíquotas diferenciadas do ITD tendo como fator de discriminação o
domicílio do respectivo donatário dos bens doados.
d) estabelecer a não incidência do ITD sobre doações de imóveis situados em outras Unidades
da Federação.
e) exigir o ICMS por alíquotas diferenciadas para mercadorias ou serviços diferentes.
Comentário:
Alternativa A: O ICMS já incide sobre as importações e não incide sobre as exportações, por
determinação constitucional. Alternativa errada.
Alternativa B: A própria CF/88 autoriza a exigência de alíquotas diferenciadas, dentro das regras
nela previstas. Alternativa errada.
Alternativa C: O que se veda com o referido princípio é o tratamento tributário distinto, em razão
da procedência ou destino de bens e serviços. Assim, veda-se a instituição de isenções ou alíquotas
diferenciadas do ITD tendo como fator de discriminação o domicílio do respectivo donatário dos
bens doados. Alternativa correta.
Alternativa D: Embora você não tenha estudado o ITCMD (ou ITD), cabe ressaltar que tal imposto é
devido ao Estado onde está localizado o imóvel. Logo, não há como estabelecer a não incidência de
algo que já não incide por determinação constitucional. Alternativa errada.
Alternativa E: O princípio da seletividade pode ser aplicável ao ICMS, e neste caso o imposto
incidirá com alíquotas diferenciadas para mercadorias ou serviços diferentes.
Gabarito: Letra C
FCC/AFR-SP/2009-Adaptada
Sobre as prescrições constitucionais insertas na seção 'Das limitações do poder de tributar', é
correto afirmar que as operações interestaduais devem ser imunes a qualquer tributação em
obediência ao princípio da vedação de se estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio.
Comentário: Não está correta tal asserção, pois a vedação de se estabelecer limitações ao tráfego
de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais é atenuada pela
previsão constitucional do ICMS – tributo cujo fato gerador incide sobre a circulação de
mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
Gabarito: Errada
FCC/TCE-AL-Procurador/2008
É exceção ao princípio da uniformidade geográfica a
a) vedação da União em instituir tributo uniforme em todo o território nacional.
b) concessão, pela União, de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre diferentes regiões do País.
c) vedação aos Estados e Distrito Federal de instituir isenções de tributos de competência dos
Municípios.
d) concessão, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão da procedência.
e) vedação de estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais.
Comentário: O princípio da uniformidade geográfica veda à União instituir tributo que não seja
uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. A única exceção é a concessão
de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País.
Gabarito: Letra B
FCC/MPE-PE-Promotor de Justiça/2002
O princípio da uniformidade geográfica, por guardar semelhança com o princípio da
igualdade, não comporta qualquer atenuação ou exceção em sua aplicabilidade.
Comentário: O art. 151, V, prevê o princípio da uniformidade geográfica, definido ser vedado à
União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento
de outro. Porém, referido princípio admite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover
o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.
Gabarito: Errada
FGV/SEAD-AP/2010
A União não pode instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional, ou que
implique distinção em relação a Estado, Distrito Federal ou Município, admitindo-se, contudo,
a concessão de incentivos fiscais visando a promover o desenvolvimento econômico entre as
regiões do País.
Comentário: O texto constitucional veda, no seu art. 151, I, que a União institua tributo que não
seja uniforme em todo o território nacional ou que venha implicar em distinção em relação a outro
ente federativo, em detrimento dos demais. Contudo, é permitida a concessão de incentivos fiscais
para promover o desenvolvimento socioeconômico de determinadas regiões do país.
Gabarito: Correta
CESPE/PC-GO-Delegado/2017
Sabendo que, por disposição constitucional expressa, em regra, os princípios tributários e as
limitações ao poder de tributar não se aplicam de forma idêntica a todas as espécies
tributárias, assinale a opção correta a respeito da aplicação desses institutos.
a) Apenas aos impostos estaduais aplica-se o princípio que proíbe o estabelecimento de
diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência
ou seu destino.
b) A aplicação do princípio da não vinculação de receita a despesa específica é limitada aos
impostos.
c) Em regra, o princípio da anterioridade do exercício aplica-se da mesma forma aos impostos
e às contribuições sociais da seguridade social.
d) O princípio da capacidade contributiva aplica-se sempre e necessariamente aos impostos.
e) O princípio da anterioridade do exercício atinge, de forma ampla, as hipóteses de
empréstimos compulsórios previstas no texto constitucional.
Comentário:
Alternativa A: De acordo com o art. 152, da CF/88, é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino. Portanto, a regra não é restrita aos impostos estaduais. Alternativa
errada.
Alternativa B: Realmente, o princípio da não afetação ou não vinculação de receita a despesa
específica é limitado aos impostos, nos termos do art. 167, IV, da CF/88. Alternativa correta.
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
É vedado à União conceder incentivos que visem à promoção do equilíbrio socioeconômico a
determinadas áreas do país.
Comentário: De acordo com o art. 151, I, da CF/88, que prevê o princípio da uniformidade
geográfica da tributação, admite-se a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
Gabarito: Errada
CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
É possível que, em razão de relevantes interesses, a União institua um tributo implicando
distinção de um estado em detrimento de outro, admitida, ainda, a concessão de incentivos
fiscais, buscando-se o fomento econômico das regiões mais pobres do país.
Comentário: O art. 151, I, da CF/88, prega que é vedado à União instituir tributo que não seja
uniforme em todo o território nacional, ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. Por conseguinte, a questão
está errada.
Gabarito: Errada
CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
É possível que um tributo federal contenha alíquotas diferenciadas em algumas áreas do país,
não se observando uma alíquota una para toda a extensão do território nacional.
Comentário: De acordo com o princípio da uniformidade geográfica da tributação, é vedado à
União cobrar tributos na uniforme em diferentes áreas do território nacional, admitindo-se a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
Gabarito: Errada
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a instituição dos
emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça, por não possuir natureza tributária, não
viola o princípio da legalidade tributária.
FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a definição de
vencimento das obrigações tributárias sujeita-se ao princípio da legalidade tributária.
FCC/AFR-SP/2013
É uma das limitações constitucionais do poder de tributar a legalidade tributária estrita,
incluída na Constituição Federal de 1988 pela Emenda Constitucional 42, de 19 de dezembro
de 2003.
(FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016)
A União instituiu, por meio de lei ordinária, empréstimo compulsório para atender a despesa
extraordinária decorrente de calamidade pública. Sobre essa lei, assinale a afirmativa correta.
a) Ela é inconstitucional, pois a União não é competente para a instituição de empréstimos
compulsórios.
b) Ela é inconstitucional, pois a CRFB/88 não autoriza a instituição de empréstimos
compulsórios para atender despesa extraordinária, decorrente de calamidade pública.
c) Ela, ao instituir o empréstimo compulsório, é constitucional e entrará em vigor no exercício
seguinte ao da sua publicação, uma vez que é necessária a observância do princípio da
anterioridade de exercício.
ld) Ela é constitucional e entrará em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, em razão da
relevância e urgência da medida.
e) Ela é inconstitucional, uma vez que os empréstimos compulsórios devem ser instituídos
por meio de lei complementar e não lei ordinária.
(FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015)
De acordo com os princípios constitucionais tributários, pode ser previsto em norma
infralegal:
a) o aumento do percentual das multas por descumprimento de obrigação acessória;
b) a causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário;
c) a redução da base de cálculo do IOF;
d) a modificação da data do vencimento da obrigação tributária principal;
e) a remissão do crédito tributário.
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar que, no vigente
sistema tributário nacional, as limitações constitucionais ao poder de tributar estão
configuradas como princípios constitucionais tributários, imunidades tributárias e normas
reguladoras do exercício da competência tributária.
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio
constitucional da legalidade tributária exige necessariamente lei em sentido estrito/formal
tanto para a instituição quanto para a majoração de tributo.
ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Em matéria tributária, de acordo com a Constituição Federal, compete à Lei Complementar
instituir as limitações constitucionais ao poder de tributar.
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
É facultado ao Poder Executivo, respeitados as condições e os limites legais, alterar as
alíquotas do imposto sobre produtos industrializados.
CESPE/TJ-AM-Juiz/2016
Por decreto do prefeito, de agosto de 2014, o município de Manaus atualizou a base de
cálculo do IPTU e sua planta de valores imobiliários, para a cobrança do tributo em 2015. Na
atualização, foi usada como referência a taxa SELIC para títulos federais, índice oficial para
cálculo dos encargos pela mora dos tributos federais.
Nessa situação hipotética,
a) o ato é válido, pois, tendo o decreto sido editado no ano de 2014 para surtir efeitos em
2015, foi observado o princípio da anterioridade.
b) o ato é inválido, pois apenas lei municipal poderia indicar a SELIC como índice de correção
monetária no município.
c) o ato é inválido, por implicar acréscimo real, e não mera correção.
d) o ato é válido, pois sendo o IPTU um tributo extrafiscal, a ele não se aplica o princípio da
legalidade.
e) o ato é válido, pois a taxa SELIC é índice oficial, não constituindo a sua aplicação, para
correção da base de cálculo do IPTU, majoração de tributo.
CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
As limitações ao poder de tributar podem ser reguladas, em âmbito legislativo, tanto por lei
complementar quanto por lei ordinária.
CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
CESPE/AGU/2015
De acordo com o princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tributos,
bem como a cominação de penalidades em caso de violação da legislação tributária, salvo por
meio de lei.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
(FGV/COMPESA-Analista de Gestão-Advogado/2016)
Sobre o princípio da isonomia no direito tributário e sua efetividade, analise as afirmativas a
seguir.
I. Viola o princípio da isonomia a instituição de isenção de custas e emolumentos para
membros do Poder Judiciário.
II. O tratamento diferenciado e favorecido a empresas de acordo com o seu porte, não viola o
princípio da isonomia.
III. Viola o princípio da isonomia a concessão de privilégios fiscais às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, não extensivos às empresas do setor privado.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio
constitucional da igualdade tributária exige idêntico tratamento tributário para contribuintes
que se encontrem em situação equivalente, permitindo-se porém tratamento diferenciado
em razão da ocupação profissional destes mesmos contribuintes.
ESAF/MDIC/2012
Viola o princípio da isonomia a instituição, por parte de lei estadual, de incentivos fiscais a
empresas que contratem empregados com mais de quarenta anos.
ESAF/MDIC/2012
Não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de
serviços, bem como entre diferentes ramos da economia.
ESAF/MDIC/2012
O princípio da capacidade contributiva, que informa o ordenamento jurídico tributário,
estabelece que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte. Sobre ele, assinale a opção incorreta.
a) Tal princípio aplica-se somente às pessoas físicas.
b) Constitui subprincípio do princípio da solidariedade.
c) Visa, entre outros objetivos, a assegurar o mínimo vital, ou mínimo existencial.
d) Constitui subprincípio do princípio da igualdade.
e) É compatível com a progressividade de alíquotas.
ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Considerando decisões emanadas do STF sobre o princípio da isonomia, julgue o seguinte
item: Lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento
de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o princípio
da isonomia.
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
Dado o princípio da isonomia, os impostos não podem ter caráter pessoal.
CESPE/PC-PE-Delegado/2016
Sempre que for possível, os impostos terão caráter pessoal, facultado à administração
tributária identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.
ESAF/AFRFB/2009
Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos
contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que a identificação do efeito
confiscatório não deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mas sim em cada
tributo isoladamente.
ESAF/AFRFB/2009
O princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da progressividade, já
que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos.
CESPE/AGU/2015
O princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de confisco, previsto expressamente
na CF, aplica-se igualmente às multas tributárias, de modo a limitar, conforme jurisprudência
pacífica do STF, o poder do Estado na instituição e cobrança de penalidades.
CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
A vedação do efeito confiscatório aplica-se tanto aos tributos propriamente ditos quanto às
multas pelo descumprimento da legislação tributária.
CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
Segundo o STF, o denominado princípio da vedação ao confisco tem aplicação apenas em
relação ao tributo e não à sanção, motivo pelo qual não estende a sua aplicação às multas
moratórias.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
FCC/Pref. Teresina-PI-Advogado/2016
A câmara municipal de um Município brasileiro aprovou lei aumentando a alíquota do ISS.
Sancionada pelo prefeito daquele Município, o texto dessa lei foi publicado em 12 de
novembro de 2014, uma quarta-feira. O último artigo dessa lei estabeleceu que ela entraria
em vigor na data de sua publicação.
Com fundamento no que disciplina a Constituição Federal a respeito dessa matéria, essa
alíquota majorada poderia ser aplicada a fatos geradores ocorridos a partir de
a) 12 de novembro de 2014.
b) 1º de janeiro de 2014.
c) 1º de janeiro de 2015.
d) 13 de novembro de 2014
e) 11 de fevereiro de 2015.
FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015
O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU
incidente sobre a propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar
norma jurídica que atenda, dentre outros, aos princípios constitucionais da
a) legalidade, anterioridade e irretroatividade.
b) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
c) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
d) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).
e) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar que a prorrogação,
por meio de lei complementar, do termo inicial para que contribuintes se beneficiem do
creditamento amplo de ICMS relativo às aquisições de materiais de uso e consumo deve ser
formalizada com o mínimo de 90 dias antes do término do ano-calendário para que possa
surtir efeito a partir de 1° de Janeiro do ano-calendário seguinte.
FCC/TJ-CE-Juiz/2014
De acordo com a Constituição Federal, a alíquota da contribuição de intervenção no domínio
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e de seus
derivados, de gás natural e de seus derivados e de álcool combustível - CIDE-COMBUSTÍVEL -
poderá ser
a) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, aplicando-se à tributação do
gás natural e de seus derivados os princípios da legalidade, noventena e anterioridade.
b) aumentada e restabelecida por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o
princípio da legalidade.
c) reduzida e aumentada por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o
princípio da noventena.
d) reduzida e aumentada por ato dos Poderes Executivos dos Estados e do Distrito Federal,
não se lhe aplicando o princípio da irretroatividade.
e) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, não se lhe aplicando o
princípio da anterioridade.
FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015
A instituição, pelos Estados e pelo Distrito Federal, da contribuição para o custeio do serviço
de iluminação pública está sujeita ao princípio da irretroatividade, mas não ao da
anterioridade.
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar que por sua
natureza de remuneração de serviços públicos, a instituição ou majoração das taxas não está
sujeita à aplicação do princípio da anterioridade.
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
FCC/PGE-RN-Procurador/2014
Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar que a edição de lei
que prorroga a aplicação de lei temporária que prevê a aplicação de alíquota majorada de
ICMS não está sujeita ao princípio da anterioridade.
FCC/AFR-SP/2013
É uma das limitações constitucionais do poder de tributar o princípio da anualidade, vigente
na atual ordem constitucional, que impõe a necessidade, para a cobrança de determinado
tributo, de sua previsão na lei orçamentária aprovada na legislatura no ano calendário
anterior, salvo as exceções constitucionalmente previstas.
FCC/Auditor-TCE-SP/2013
A majoração da base de cálculo do IPVA e do IPTU é exceção, dentre outras, à regra da
a) legalidade.
b) anterioridade nonagesimal.
c) anterioridade anual.
d) irretroatividade da lei tributária.
e) vedação ao confisco.
FCC/Juiz-TJ-PE/2013
Prefeito Municipal que entrou em exercício no dia primeiro de janeiro de 2013 baixou um
decreto corrigindo monetariamente, conforme índice de correção lá indicado, a Planta
Genérica de Valores utilizada para apuração da base de cálculo do Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU e sobre o Imposto sobre a Transmissão de
Bens Imóveis por ato inter vivos a título oneroso - ITBI. Fez constar o Prefeito que a vigência
do decreto é imediata, a partir da data da publicação, já valendo para o exercício de 2013.
Inconformados com esta medida, que acabou por majorar a base de cálculo do IPTU e do
ITBI, alguns proprietários ingressaram em juízo questionando a constitucionalidade do
decreto.
Considerando-se os fatos relatados, é correto afirmar que esse decreto é
FCC/Juiz-TJ-PE/2011
A regra da anterioridade, que veda cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, NÃO se aplica:
a) aos impostos de importação e exportação.
b) ao IR.
c) ao ITR.
d) às contribuições sociais.
e) aos impostos estaduais.
FCC/MPE-PE-Promotor de Justiça/2002
No direito positivo brasileiro, a aplicação do princípio da anterioridade da lei tributária é
regra, sendo exceção os tributos não sujeitos a tal princípio.
(FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016)
Em maio de 2015, a União aumentou, por meio de lei, as alíquotas do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) de itens de alimentação e higiene. Sobre essa lei, assinale a
afirmativa correta.
a) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor imediatamente após a sua
publicação, uma vez que o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade.
b) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor 90 (noventa) dias após a sua
publicação, uma vez que o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade de exercício.
c) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício
financeiro de 2016, uma vez que o IPI se submete apenas ao princípio da anterioridade de
exercício.
d) A lei que majorou as alíquotas do IPI poderá ser aplicada a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da lei que as aumentou, uma vez que o IPI não se submete ao princípio
da irretroatividade.
e) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício de 2016,
uma vez que o IPI se submete ao princípio da anterioridade de exercício e ao princípio da
anterioridade nonagesimal.
(FGV/SEFAZ-MT-Auditor Fiscal/2014)
As opções a seguir apresentam princípios expressamente albergados na Constituição da
República aprovada em 1988, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Princípio da Legalidade
b) Princípio da Isonomia
c) Princípio da Irretroatividade
d) Princípio da Anterioridade
e) Princípio da Anualidade
(FGV/SEFAZ-RJ-Auditor Fiscal/2008)
As duas facetas do princípio da não-surpresa - Constituição Federal/88, art. 150, III, "b" e "c" -
aplicam-se ao:
a) imposto de renda.
b) IPI.
c) empréstimo compulsório.
d) ICMS.
e) imposto extraordinário de guerra.
ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio
constitucional da anterioridade tributária geral não se aplica nem ao imposto sobre produtos
industrializados e nem ao imposto sobre a propriedade territorial rural.
ESAF/ATRFB/2012
Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2 de dezembro de
um ano, para ser cobrado no exercício seguinte?
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
FCC/Pref. Campinas-SP-Procurador/2016
Acerca dos princípios consagrados pela Constituição Federal, é correto afirmar: Os entes
políticos tributantes não podem cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos após
o início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
ESAF/ATRFB/2009
A irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da atribuição de novos efeitos
tributários, reforçando a própria garantia da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei
prévia, evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança jurídica ao prover
uma maior certeza do direito.
CESPE/PROMOTOR-MP-ES/2010
Para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, a União pode
instituir empréstimo compulsório, mediante lei complementar, sem a observância dos
princípios da anterioridade e da irretroatividade.
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
A União possui a prerrogativa de cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
CESPE/JUIZ-TJ-BA/2012
Considere que determinada lei, publicada no dia 30/12/2011, que instituiu taxa de coleta
domiciliar de lixo, tenha sido omissa em relação à data de início de sua vigência. Nesse caso, é
correto afirmar que a taxa somente poderá ser cobrada a partir
a) de 45 dias após a data de publicação da referida lei.
b) de 90 dias após a data de publicação dessa lei.
c) da data de publicação da referida lei.
FCC/PGE-MT-Analista/2016
Um determinado Estado brasileiro, famoso pelas lindas paisagens que ornamentam muitas
de suas cidades, estava passando por severa crise econômica. Decidiu, em razão disso,
investir fortemente no turismo destas cidades, com a finalidade de atrair pessoas com alto
poder aquisitivo e que estivessem predispostas a gastar neste “Estado paradisíaco”.
Paralelamente, com o intuito de evitar a afluência e o tráfego de turistas provenientes de
unidades federadas com baixo ou nenhum poder aquisitivo, o governo deste “Estado
paradisíaco” criou uma exação que denominou de “Taxa Interestadual de Compensação
Financeira”, e que tinha o intuito específico de impedir, ou, pelo menos, de reduzir o tráfego
de pessoas provenientes de outros Estados sem poder aquisitivo naquelas cidades turísticas
do Estado.
De acordo com a Constituição Federal, essa taxa
a) poderia ser cobrada, desde que obedecido o princípio da anterioridade.
b) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da
anterioridade nonagesimal (noventena).
c) não poderia ser cobrada.
d) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da
irretroatividade.
e) não poderia ser cobrada pelo Estado em que se localizam essas cidades, pois a
competência para instituir essa taxa é do Estado de proveniência dos turistas.
FCC/AFR-SP/2009-Adaptada
Sobre as prescrições constitucionais insertas na seção 'Das limitações do poder de tributar', é
correto afirmar que as operações interestaduais devem ser imunes a qualquer tributação em
obediência ao princípio da vedação de se estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio.
FCC/METRÔ-SP-Advogado/2008
Sobre a limitação do poder de tributar, é correto afirmar que à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios é permitido estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional,
de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.
FCC/MPE-PE-Promotor de Justiça/2002
Atendendo ao princípio da liberdade de tráfego, os titulares de competência tributária não
podem, de regra, estabelecer limites ao fluxo de pessoas ou mercadorias por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais.
ESAF/ATRFB/2012
Para combater o tráfego de gado infectado de uma região para outra, pode o Estado impor
tributos interestaduais ou intermunicipais?
CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
De acordo com a CF, é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa nele entrar, permanecer ou dele sair, entretanto, sobre o trânsito dos bens
dessa pessoa incidirão impostos.
FCC/PGE-MT-Procurador do Estado/2016
Considere o seguinte princípio constitucional:
“Art. 152 É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.”
Os Estados e o Distrito Federal estão impedidos de
a) cobrar o ICMS sobre a entrada de mercadorias oriundas de determinado país, em operação
de importação, mas desonerar por completo esse imposto na saída de mercadorias tendo
como destinatário o mesmo país.
b) exigir o ICMS pelas alíquotas interestaduais variáveis conforme o Estado de destino dos
bens ou serviços, diferentemente das alíquotas praticadas às operações internas.
c) instituir isenções ou alíquotas diferenciadas do ITD tendo como fator de discriminação o
domicílio do respectivo donatário dos bens doados.
d) estabelecer a não incidência do ITD sobre doações de imóveis situados em outras Unidades
da Federação.
e) exigir o ICMS por alíquotas diferenciadas para mercadorias ou serviços diferentes.
FCC/AFR-SP/2009-Adaptada
Sobre as prescrições constitucionais insertas na seção 'Das limitações do poder de tributar', é
correto afirmar que as operações interestaduais devem ser imunes a qualquer tributação em
obediência ao princípio da vedação de se estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio.
FCC/TCE-AL-Procurador/2008
É exceção ao princípio da uniformidade geográfica a
a) vedação da União em instituir tributo uniforme em todo o território nacional.
b) concessão, pela União, de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre diferentes regiões do País.
c) vedação aos Estados e Distrito Federal de instituir isenções de tributos de competência dos
Municípios.
d) concessão, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão da procedência.
e) vedação de estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais.
FCC/MPE-PE-Promotor de Justiça/2002
O princípio da uniformidade geográfica, por guardar semelhança com o princípio da
igualdade, não comporta qualquer atenuação ou exceção em sua aplicabilidade.
CESPE/PC-GO-Delegado/2017
Sabendo que, por disposição constitucional expressa, em regra, os princípios tributários e as
limitações ao poder de tributar não se aplicam de forma idêntica a todas as espécies
tributárias, assinale a opção correta a respeito da aplicação desses institutos.
a) Apenas aos impostos estaduais aplica-se o princípio que proíbe o estabelecimento de
diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência
ou seu destino.
b) A aplicação do princípio da não vinculação de receita a despesa específica é limitada aos
impostos.
c) Em regra, o princípio da anterioridade do exercício aplica-se da mesma forma aos impostos
e às contribuições sociais da seguridade social.
d) O princípio da capacidade contributiva aplica-se sempre e necessariamente aos impostos.
e) O princípio da anterioridade do exercício atinge, de forma ampla, as hipóteses de
empréstimos compulsórios previstas no texto constitucional.
CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016
É vedado à União conceder incentivos que visem à promoção do equilíbrio socioeconômico a
determinadas áreas do país.
CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
É possível que, em razão de relevantes interesses, a União institua um tributo implicando
distinção de um estado em detrimento de outro, admitida, ainda, a concessão de incentivos
fiscais, buscando-se o fomento econômico das regiões mais pobres do país.
CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
É possível que um tributo federal contenha alíquotas diferenciadas em algumas áreas do país,
não se observando uma alíquota una para toda a extensão do território nacional.
E E C E
E E D B
E C C A
E E C E
D E C C
E E C E
E E C E
E E E E
C A E E
E C A C
C E B E
B C C A
C C B C
A C E E
C D E E
D B C B
B C E E
E E E E
D C C E
E E E
C E B
C B E
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• O princípio da legalidade (art. 150, I, da CF/88) prevê a necessidade de que uma lei seja editada
para instituir ou aumentar um tributo. Trata-se, na verdade, de uma forma de representação
popular. Afinal de contas, as leis são editadas pelo Congresso Nacional, onde estão aqueles que
representam a vontade do povo. Assim sendo, todos os tributos devem ser instituídos por lei.
Esta lei, em regra, é ordinária, ressalvados os casos específicos de lei complementar.
• Existem 6 tributos, cuja alteração de alíquotas (e não as bases de cálculos) está excetuada da
legalidade, que são: II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustíveis e ICMS-Combustíveis.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
• Embora majoritariamente conhecido por princípio do não confisco, o que a Constituição quis
proteger foi a tributação com efeito confiscatório, que é diferente do confisco em si. O conceito
de efeito confiscatório é indeterminado, sendo relevante a utilização dos princípios da
razoabilidade ou proporcionalidade, na análise do caso concreto.
• Para o Supremo Tribunal Federal, a caracterização do efeito confiscatório deve ser obtida,
analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte está submetido, dentro de
determinado período, em relação à mesma pessoa política. Ou seja, se o objetivo é descobrir se
determinado imposto federal está sendo utilizado com efeito de confisco, há que se verificar
todo o ônus tributário com que certo contribuinte arca em relação à União.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
• De acordo com o que foi previsto no art. 150, III, b, da CF/88, é vedado a qualquer dos entes
federativos (União, Estados, DF e Municípios) cobrar tributos “no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. Trata-se do princípio da
anterioridade anual, relacionado à eficácia da norma.
• Os tributos que constituem exceções ao princípio ora estudado são os seguintes:
● Impostos Extraordinários
de Guerra
● Empréstimos • Situações que demandam urgência
Compulsórios (somente para
guerra e calamidade)
Contribuições para
Financiamento da • Seguem regra específica do art. 195, § 6°
Seguridade Social
● Impostos Extraordinários
de Guerra
● Empréstimos • Situações que demandam urgência
Compulsórios (somente para
guerra e calamidade)
Imposto de Renda
● Base de Cálculo do
IPTU • Características Específicas (Só BC, alíquota
● Base de Cálculo do não)
IPVA
• Deve-se ficar atento ao que consta no art. 62, § 2º, da CF/88. A regra estabelece que medida
provisória que implique instituição ou majoração de impostos, só produzirá efeitos no exercício
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Destaque-se que nem todos os impostos estão sujeitos a essa regra, pois o II, IE, IPI, IOF e IEG
constituem exceções estampadas na própria norma.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
• O princípio da irretroatividade foi disposto no art. 150, III, “a”, o qual assevera que é vedado a
todos os entes federativos cobrar tributos “em relação a fatos geradores ocorridos antes do
início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado”.
• O objetivo do princípio da irretroatividade está diretamente interligado à segurança jurídica,
pois o objetivo é proteger as relações constituídas de novos efeitos tributários. Ou seja, quando
se praticou o fato gerador (uma importação, por exemplo), o contribuinte havia levado em
consideração a legislação em vigor naquela data.
• Com o objetivo de proteger a liberdade de tráfego das pessoas e seus bens dentro do
território nacional, direito individual expressamente previsto no art. 5°, XV, da própria CF, o
princípio tributário da liberdade de tráfego veda aos entes federados estabelecer limitações
ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Princípio da
Uniformidade
Geográfica da
Tributação
Aplicáveis Princípio da
Exclusivamente à Uniformidade da
União Tributação da Renda
Princípio da Vedação
às Isenções
Heterônomas
Princípio da não
Aplicável aos
discriminação baseada
Estados, DF e
na procedência ou
Municípios
destino
• O princípio da uniformidade geográfica da tributação veda, no seu art. 151, I, da CF/88, que
a União institua tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que venha
implicar em distinção em relação a outro ente federativo, em detrimento dos demais.
Contudo, é permitida a concessão de incentivos fiscais para promover o desenvolvimento
socioeconômico de determinadas regiões do país.
• O princípio da uniformidade da tributação da renda foi previsto no art. 151, II, da CF/88, que
veda à União “tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes”.
• O que se veda com o princípio da vedação às isenções heterônomas é que um ente político
conceda isenção sobre tributo instituído por outro. Tal benefício é chamado de isenção
heterônoma. Assim sendo, não obstante tenha sido vedado apenas à União, a lógica jurídica
deve prevalecer, isto é, também é vedado aos Estados instituir isenções de tributos
municipais.
• O art. 152 consagra o princípio da não discriminação baseada na procedência ou destino,
tendo o intuito de proibir que tais entes federados criem diferenças tributárias em razão da
procedência ou destino dos bens e serviços. Não se pode, portanto, estabelecer alíquotas
diferenciadas de IPVA entre veículos importados e nacionais.
• O princípio da transparência tributária, que consta no art. 150, § 5º, da CF/88, tem por
objetivo precípuo promover a transparência ao contribuinte quanto à carga tributária
resultante da incidência de impostos a que está submetido quando do consumo de
mercadorias e serviços. Trata-se, portanto, de uma norma direcionada ao legislador
ordinário.