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Direito e Informática
Da Prova Eletrónica
I - Os “dados de tráfego”
Braga, 23 de maio de 2013
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A modo de proémio…
“A salvaguarda de dados de tráfego,
sobretudo na Internet, é ‘condição
essencial’ para a investigação dos vários
tipos de criminalidade informática. Esta
foi uma das conclusões, saída do grupo
de trabalho europeu da Interpol
[European Working Party on Information
Technology Crime] dedicado à prevenção
e ao combate de crimes electrónicos que
reuniu em Beja.” (Lusa, 22/09/2011)
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e) E outro constitucional:
na Sociedade em Rede, o equilíbrio conflitual
entre os Poderes e as Liberdades passa pela
consideração da Autodeterminação
Informacional
daí a constitucionalização da proteção de
dados, em articulação com o Sigilo das
Comunicações, também Eletrónicas
Portugal (Art.º 35.º e. Art.ºs 26.º n.º 1 e 34.º n.ºs 1 e 4,
todos da Constituição da República Portuguesa)
União Europeia (Art.º 16.º do Tratado da União
Europeia, bem como Art.º 8.º e 7.º da Carta dos Direitos
Fundamentais da União Europeia)
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Com densificação operada através de
um micro-sistema centrado na Diretiva
95/46/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 24 de outubro de 1995, relativa à proteção das
pessoas singulares no que diz respeito ao
tratamento de dados pessoais e à livre
circulação desses dados
atualmente em revisão…
em especial com a, já referida, Diretiva
2002/58/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 12 de julho de 2002, relativa ao
tratamento de dados pessoais e à proteção da
privacidade no sector das comunicações
eletrónicas
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agora,
completada, neste domínio, pela,
também já indicada, Lei n.º 41/2004, de 18 de
agosto, relativa ao tratamento de dados
pessoais e à proteção da privacidade no
sector das comunicações eletrónicas
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Ou
em Espanha – Ley Sinde (Lei 2/2011, de 4 de março,
de Economia Sostenible), neste caso seguindo uma
técnica diferente, para atingir os mesmos resultados
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I - Antecedentes, normativos:
a) o objectivo centrou-se na protecção contra o
processamento privado dos “dados de tráfego”:
“1. […] os dados do tráfego relativos aos utilizadores e
assinantes tratados para estabelecer chamadas e
armazenados pelo fornecedor de uma rede pública de
telecomunicações e/ou serviço de telecomunicações
acessível ao público devem ser apagados ou tornados
anónimos após a conclusão da chamada.
2. Para efeitos de facturação dos assinantes e do
pagamentos das interligações, podem ser tratados os
dados indicados no anexo.”
[ - número ou identificação do posto do assinante
- endereço e tipo de posto do assinante
- número total de unidades a cobrar para o período de contagem
- número do assinante chamado
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Nesta Diretiva, era já prevista a possibilidade de
acesso e de retenção desses dados:
“Os Estados-Membros podem adoptar medidas legislativas
para restringir o âmbito dos direitos e obrigações
previstos […] que essas restrições constituam uma medida
necessária, adequada e proporcionada numa sociedade
democrática para salvaguardar a segurança nacional (ou
seja, a segurança do Estado), a defesa, a segurança
pública, e a prevenção, a investigação, a detecão e a
repressão de infrações penais ou a utilização não
autorizada do sistema de comunicações eletrónicas. […]
Para o efeito, os Estados-Membros podem designadamente
adotar medidas legislativas prevendo que os dados
sejam conservados durante um período limitado, pelas
razões enunciadas no presente número.” (Art.º 15.º n.º 1)
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Por outro lado, o High Court of Ireland suscitou junto
do TJUE uma questão prejudicial sobre a validade da
Diretiva em face dos Tratados, em 12 de junho de 2012
(Processo C-293/12)
trata-se de determinar se uma vigilância em massa é
compatível com a salvaguarda dos Direitos
Fundamentais, tal como constam da Carta e da Convenção
Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdades
Fundamentais
em suma, volta sempre a consideração da
Proporcionalidade, como necessidade, mesmo não
indicada expressamente no texto da questão
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um segundo momento, de equiparação:
“I - A distinção entre dados de tráfego das
comunicações e o seu conteúdo é, hoje em dia
irrelevante, já que a Lei 41/2004, de 18 de agosto,
equipara os dados de tráfego aos dados de conteúdo
para efeitos de garantia da inviolabilidade das
comunicações. […]
VII - Por isso que essas informações, encontrando-
se abrangidas pelo princípio de confidencialidade das
comunicações, apenas poderão ser fornecidas nos
termos e pelo modo em que a lei de processo
penal permite a intercepção as comunicações,
dependendo, como tal, da autorização do juiz de
instrução” (Acórdão do Tribunal da Relação de
Guimarães n.º 2013/04-1, de 10 de janeiro de 2005,
sobre violação do segredo nas telecomunicações,
Relator: Francisco Marcolino)
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até um quarto momento, de sobreaplicação:
“1. Os artigos 187.º e 189.º, do Código de Processo
Penal, bem como o art.2.º, n.º 1, al. g), da Lei n.º
32/2008 (definindo os crimes que integram o conceito
de ‘crime grave’), são normas excecionais, dado o
seu carácter taxativo.
2. Considerando a danosidade social que implica
o acesso a dados de conteúdo e de tráfego das
telecomunicações, o legislador foi muito
rigoroso no estabelecimento de um catálogo
de crimes em relação aos quais é admissível
a obtenção de prova através de
telecomunicações.” (Acórdão do Tribunal da
Relação de Coimbra n.º 111/10.4JALRA-A.C1, de
6 de abril de 2011, sobre Burla Informática /
Obtenção de Prova Relator: Orlando Gonçalves)
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… e, ainda, um Posfácio
Na sequência de criticas, pertinentes, do Dr. Pedro
Miguel Freitas, cabe sintetizar uma conclusão:
quanto aos crimes referidos no n.º 1 do Art.º 11.º da
Lei do Cibercrime, nos termos e com os limites
previstos nos Art,ºs 12.º, 13.º e 14.º, da mesma Lei, o
Juiz pode determinar a preservação ou a revelação
expeditas, seguidas da sua apresentação, de dados
de tráfego que ainda estejam por tratar, ou cujo
tratamento esteja a ser legitimamente realizado pelos
Operadores de comunicações eletrónicas, por razões
técnicas ou de faturação, de acordo com o disposto nos
Art.ºs 6.º e 7.º da Lei relativa ao tratamento de dados
pessoais e à proteção da privacidade no sector das
comunicações eletrónicas
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