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Estilística do som.

A estilística do som trata dos valores expressivos de natureza sonora.

O texto sugerido em aula e utilizado nesta análise será “Canção do vento e da


minha vida” de Manuel Bandeira.

Canção do vento e da minha vida

1 O vento varria as folhas,


1 2 o vento varria os frutos,
3 o vento varria as flores...

4 E a minha vida ficava


2 5 cada vez mais cheia
6 de frutos, de flores, de folhas.

7 O vento varria as luzes,


3 8 o vento varria as músicas,
9 o vento varria os aromas...

10 E a minha vida ficava


4 11 cada vez mais cheia
12 de aromas, de estrelas, de cânticos.

13 O vento varria os sonhos


5 14 e varria as amizades...
15 o vento varria as mulheres.

16 E a minha vida ficava


6 17 cada vez mais cheia
18 de afetos e de mulheres.

19 O vento varria os meses


7 20 e varria os teus sorrisos...
21 o vento varria tudo!

22 E a minha vida ficava


8 23 cada vez mais cheia
24 de tudo.

Manuel Bandeira
(de Estrela da Manhã, em Antologia Poética, org. Emmanuel de Moraes, José
Olympio Editora, Rio, 1986)
Recursos estilísticos utilizados:

Aliteração consiste na repetição insistente dos mesmos sons consonantais

Aliteração em /v/ e /f/:

As consoantes /v/ e /f/ são constritivas, lábio dentais, possuem características


de longa duração e possuem função imitativa de sopro.

Essa aliteração é presente na maioria dos versos do poema de Manuel


Bandeira, como com exemplo, nos versos 1,2 e 3.

O vento varria as folhas,


o vento varria os frutos,
o vento varria as flores...

As consoantes dão o efeito de onomatopéia*, o som do sopro do vento


“vuuuu”, “fuuuu”.

Outros versos repetem o mesmo efeito (7, 8, 9, 13, 14, 15, 19, 20, 21),
diferenciando-se apenas nas ultimas palavras de cada verso, indicando as
mudanças constantes na vida.

O mesmo recurso também é utilizado no verso 6, com a aliteração apenas


em /f/

E a minha vida ficava


Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

As palavras frutos, flores e folhas retomam os versos da estrofe anterior,


indicando o movimento de ir e vir do vento.

Outro efeito de aliteração utilizado nas estrofes 1,3, 5 e 7 é o uso das


vibrantes /R/ e /r/ que exprimem a idéia de deslizar e fluir...

O vento varria os frutos

________

*Onomatopéia é a reprodução de um ruído, ou tentativa de imitação de um ruído por um grupo de sons da


linguagem. É a transposição na língua articulada humana de gritos e ruídos inarticulados. Como os sons
da linguagem humana têm certas qualidades e os da natureza outras, não é possível uma reprodução
exata, mas apenas aproximada. MARTINS (2008)
Assonância consiste na repetição vocálica em sílabas tônicas ou não tônicas.

Como por exemplo, a repetição das vogais /a/ e /i/ nos versos 4 e 5 na
segunda estrofe que se repete também nos dois primeiros versos nas estrofes
numeradas 4, 6 e 8.

E a minha vida ficava

cada vez mais cheia

Anáfora consiste em repetir uma palavra ou expressão a espaços regulares


durante o texto. Observe que o poeta inicia os três primeiros versos com a
mesma expressão “O vento varria...”, com o objetivo de enfatizar ou lembrar e
relembrar essa idéia. Presente nas estrofes 1, 3, 5 e 7.

O vento varria as folhas,


o vento varria os frutos,
o vento varria as flores...

A anáfora também está presente nos versos 4 e 5; 10 e 11; 16 17; 22 e 23.


Sendo sempre fixos a cada duas estrofes.

E a minha vida ficava


cada vez mais cheia

Metáfora

Metonímia

Aliteração

Sinais de pontuação e entonação ajudam a reconstruir a entonação que o


autor pode ter prendido com seu texto. Podem indicar uma pausa, s pontos de
interrogação e de exclamação, as reticências sugerem diferentes inflexões.

Alguns versos do poema são pontuados com virgula ao final, como por
exemplo os versos 1, 2, 7 e 8.

O vento varria as folhas,


o vento varria os frutos,
O vento varria as luzes,
o vento varria as músicas,

A vírgula ao final de cada tem o intuito de dar uma pausa na leitura e manter
certo ritmo no poema.

O uso das reticências tem o intuito de prolongar ainda mais o tempo de leitura,
dando intensidade à ação de varrer do vento. Como acontece nos versos 3, 9,
14 e 20.

o vento varria as flores...

o vento varria os aromas...

e varria as amizades...

e varria os teus sorrisos...

O uso da exclamação se faz presente em um único verso (número 21), tem o


objetivo de encerrar a pausa e o ritmo criado pelo uso de reticências no verso
anterior.

O vento varria os meses


e varria os teus sorrisos...
o vento varria tudo!

O ponto final está presente nos últimos versos das estrofes 2, 4, 5, 6 e 8,


sendo o último verso um resumo de todo o poema.

E a minha vida ficava


cada vez mais cheia
de tudo.

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