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Atualmente, mais e mais implantes são colocados com a regeneração óssea guiada
(ROG) simultânea, usando membranas combinadas com enxertos, substitutos ósseos
ou ambos. O uso da ROG tem ajudado clínicos no fornecimento de resultados bem-
sucedidos aos pacientes apesar da presença de defeitos ósseos localizados nos sítios dos
implantes. O objetivo primário da ROG é a obtenção de uma regeneração óssea bem-
-sucedida e com alta previsibilidade na área do defeito e baixo risco de complicações.
Os objetivos secundários são obter resultados bem-sucedidos com o menor número pos-
sível de intervenções cirúrgicas, a baixa morbidade nos pacientes e períodos reduzidos
de reparo. Este capítulo apresenta os critérios de decisão para o uso da ROG simultânea,
o princípio biológico para a seleção de biomateriais apropriados, e os procedimentos
cirúrgicos passo a passo para a colocação do implante com ROG simultânea. A ênfase
principal será na deiscência cristal e nos defeitos por fenestração apical, enquanto a co-
locação do implante em sítios pós-extração é discutida em detalhes no capítulo 7.
Defeitos ósseos localizados em pacientes com implantes são situações clínicas comuns,
e o clínico tem a escolha de usar a ROG tanto numa abordagem segmentada como
simultânea. Considerando-se os objetivos de tratamento já mencionados, a colocação
do implante simultâneo à ROG é preferida sempre que possível, a fim de limitar o núme-
ro de intervenções cirúrgicas (uma cirurgia) com procedimento de campo aberto. O
clínico tem que usar sua experiência clínica na tomada desta importante decisão, que
em geral é baseada numa reação emocional visceral. Entretanto, o clínico pode usar
os seguintes critérios para ajudar na tomada de decisão:
• o implante deve ser colocado numa posição tridimensional, do ponto de vista es-
tético e funcional;
• deve ser possível atingir a estabilidade primária nesta posição específica;
• o defeito ósseo peri-implantar deve ter uma morfologia favorável para permitir uma
regeneração óssea previsível na área do defeito. 123
20 Anos de Regeneração Óssea Guiada na Implantodontia
Fig 6-1a Colocação imediata do implante num sítio Fig 6-1b Colocação imediata do implante num sítio
pós-extração, na posição tridimensional correta. O pós-extração resultando num defeito tipo cratera, fa-
defeito resultante (3 paredes) é favorável para uma vorável para uma regeneração bem-sucedida.
regeneração bem-sucedida.
Fig 6-1c Colocação do implante num rebordo cica- Fig 6-1d A perda unitária possui crista com largura
trizado de aproximadamente 5 mm, que resultou menor que 4 mm. A colocação do implante resultaria
numa situação limite entre o defeito de uma e duas num defeito de uma parede com a superfície do im-
paredes. Esta previsibilidade de sucesso é reduzida. plante externamente à crista alveolar. Uma aborda-
gem em estágios é aconselhada.
Fig 6-2a Oito semanas depois da exodontia e do Fig 6-2b Colocação virtual de um implante de 4 mm
preparo para a colocação do implante, o rebordo indicando que isto resultará numa cratera óssea de
mostra largura de crista maior que 6 mm e um defei- duas paredes. Este defeito é favorável e pode ser re-
to residual em cratera na crista alveolar. generado pela invaginação de células osteogênicas
(setas) oriundas da cavidade medular das paredes
ósseas adjacentes.
Fig 6-2c Um defeito ósseo extensor resultou em Fig 6-2d Colocação virtual de um implante de 4 mm
aplainamento vestibular e largura de crista menor resultando num defeito de uma parede óssea. Este
que 4 mm. defeito é desfavorável para a colocação simultânea
porque a invaginação de células osteogênicas deve
percorrer longas distâncias (setas) no aspecto ves-
tibular da superfície exposta do implante para um
resultado regenerador bem-sucedido.
angiogênicas e osteogênicas teriam distância maior a ser vencida para a união (veja a
Fig 6-2d). Assim, o risco de um resultado regenerador insuficiente aumenta. Se a crista al-
veolar mede menos de 5 mm, um abordagem segmentada é fortemente recomendada;
primeiro, o enxerto em bloco e a ROG são usados para o aumento horizontal do rebordo,
e então o implante é colocado numa segunda intervenção cirúrgica (veja Cap. 8).
Um segundo fator local é a estrutura da parede óssea na área do defeito. Se a
área exposta for osso cortical, diversas perfurações na tábua óssea, com broca esfé-
rica, são fortemente recomendadas. Estudos experimentais têm mostrado que estas
perfurações melhoram a cicatrização no defeito protegido pela membrana.9,10 Estas
perfurações abrem a cavidade medular e estimulam o sangramento na área do defei-
to. Se a superfície óssea exposta está sangrando, como nos defeitos pós-extração, tais
126 perfurações não são necessárias.
Colocação do Implante Simultâneo à Regeneração Óssea Guiada 6
Fig 6-3a Membrana de colágeno sem ligação cruza- Fig 6-3b Esta membrana de colágeno está disponí-
da feita de pele suína (Bio-Gide). vel em dois tamanhos: 30 x 40 mm e 25 x 25 mm.
Vantagens Desvantagens
• Propriedades hidrofílicas permitem fácil • A duração da função de barreira é muito curta
manipulação durante a cirurgia. porque a membrana é reabsorvida em 4 a 8
• Esta membrana não requer um segundo semanas.
procedimento cirúrgico para a sua remoção. • A membrana é mole e requer um material para
• No caso de deiscência do tecido mole, a preenchimento ósseo para evitar o colapso.
membrana não é suscetível à infecção.
Membranas
Atualmente, as membranas de colágeno reabsorvível dominam os procedimentos de
ROG na prática diária. Uma das melhores membranas de colágeno documentadas é
derivada de suínos e não possui ligações cruzadas (Bio-Gide, Geistlich).26-32 Esta mem-
brana (Fig 6-3) é preferida pelo nosso grupo para a maioria das situações clínicas por-
que oferece diversas vantagens clínicas (Quadro 6-1).
Primeiro, a membrana é hidrofílica e de fácil manipulação durante a cirurgia. Quan-
do embebida em sangue, a membrana torna-se mole e facilmente adaptável à anato-
mia óssea local. A técnica de dupla camada ajuda na melhora de sua estabilidade.33
Assim, o uso rotineiro dos pinos ou tachinhas de fixação não é necessário para as mem-
branas de colágeno sem ligação cruzada. Segundo, uma nova cirurgia com abertura
do retalho não é necessária para remover a membrana porque ela é reabsorvida em
poucas semanas. Terceiro, a membrana de colágeno oferece baixo risco de complica-
ções se uma deiscência de tecido mole ocorrer durante a cicatrização. Estudos clínicos
têm mostrado que as membranas de colágeno sem ligação cruzada e que ficam ex-
postas não causam infecção local34 porque os tecidos moles geralmente cicatrizam por
segunda intenção, sem complicações (Fig 6-4).
Todos estes aspectos representam avanços significativos comparados com as ca-
racterísticas das membranas de politetrafluoretileno expandido (ePTFE) bionertes e não
reabsorvíveis (ePTFE). Estas membranas bem documentadas são de difícil manuseio,
sempre requerem uma segunda intervenção cirúrgica com abertura do retalho para
sua remoção, e são propensas às complicações porque as deiscências de tecido mole
são comuns. Diversos estudos clínicos têm demonstrado que a exposição precoce da
128 membrana complica os resultados com a ROG.28,35-37 Como consequência, as membra-
Colocação do Implante Simultâneo à Regeneração Óssea Guiada 6
Fig 6-4a Uma membrana de colágeno é aplicada no Fig 6-4b O fechamento primário da ferida é obtido
sítio cirúrgico. com suturas simples interrompidas.
Fig 6-4c Condição clínica 2 semanas depois da ci- Fig 6-4d Dois meses depois, os tecidos moles ci-
rurgia. A necrose parcial da margem da ferida próxi- catrizaram por segunda intenção, sem o desenvol-
ma ao canino adjacente causou deiscência da ferida, vimento de uma complicação infecciosa no sítio da
resultando na exposição da membrana de colágeno. membrana.
nas de ePTFE raramente são usadas de rotina pelo grupo do autor. Indicações especiais
para as membranas de ePTFE incluem situações clínicas complicadas, como os defeitos
para o aumento vertical do rebordo, discutidos no capítulo 9.
A primeira característica é fácil de ser obtida, com qualquer tipo de material para
preenchimento ósseo, contanto que este tenha boa biocompatibilidade. A segunda e
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20 Anos de Regeneração Óssea Guiada na Implantodontia
Fig 6-5a Um defeito peri-implantar vestibular está Fig 6-5b O defeito foi aumentado com lascas ós-
presente após a colocação do implante na área do seas coletadas localmente para cobrir a superfície
canino superior esquerdo. exposta do implante.
a terceira são mais difíceis. Os clínicos podem escolher a partir de uma grande variedade
de enxertos ósseos e substitutos ósseos (veja Cap. 4). Para acelerar a neoformação óssea,
o material para preenchimento precisa ter propriedades osteogênicas, enquanto um ma-
terial para preenchimento com baixa taxa de substituição é necessário para manter o
volume ósseo criado ao longo do tempo. Diversos estudos experimentais têm mostrado cla-
ramente que nenhum dos enxertos autógenos ou substitutos ósseos disponíveis atualmente
é capaz de preencher ambos os aspectos ao longo do tempo. Assim, uma combinação
de ambos é recomendada e foi usada primeiro em 1998 pelo nosso grupo.
Este conceito da combinação sinérgica de dois materiais para preenchimento foi base-
ada em observações do estudo experimental de Buser et al.13 Este estudo demonstrou que
apenas as lascas de osso autógeno são capazes de acelerar a neoformação óssea em
defeitos protegidos por membrana, quando comparados com os sítios-controle que pos-
suem apenas coágulo sanguíneo. Os substitutos ósseos testados mostraram neoformação
óssea durante a cicatrização inicial. O estudo também mostrou que o material à base de
hidroxiapatita foi o único com baixa taxa de substituição. Estes achados têm sido confir-
mados em diversos estudos com animais nos últimos 10 anos.38-42
As lascas de osso autógeno são aplicadas rotineiramente na área do defeito. Elas são
aplicadas diretamente na superfície exposta do implante para se beneficiarem das pro-
priedades osteogênicas dos autoenxertos particulados. Estas propriedades são discutidas
em detalhe no capítulo 4 e as técnicas de coleta, no capítulo 5. Quando usados em
combinação com um implante de titânio e superfície microrrugosa, estes autoenxertos
oferecem ao clínico períodos de cicatrização menores porque a osteointegração e a
cicatrização óssea são ambas alcançadas mais rápido. Para a ROG simultânea, estas
lascas ósseas são coletadas rotineiramente dentro do mesmo retalho para evitar um se-
gundo sítio cirúrgico, o que reduz a morbidade para o paciente.
Um material para preenchimento ósseo com baixa taxa de substituição é aplicado
no topo dos autoenxertos para otimizar o contorno do rebordo alveolar. Como primeira
escolha, os grânulos do mineral ósseo bovino liofilizado (DBBM) são usados porque têm
funcionado bem ao grupo do autor nos últimos 15 anos de uso clínico (Bio-Oss, Geistli-
ch). Como alternativa, um fosfato de cálcio bifásico é usado se o paciente solicitar o
osso sintético (Straumann Bone Ceramic, Straumann).
Acredita-se que o material ósseo com baixa substituição ajude na manutenção do
130 volume criado no rebordo alveolar ao longo do tempo porque estes materiais não serão
Colocação do Implante Simultâneo à Regeneração Óssea Guiada 6
Fig 6-5c Uma segunda camada de partículas DBBM Fig 6-5d O material para aumento é coberto por
é aplicada para o aumento do contorno. membrana de colágeno usando-se a técnica da du-
pla camada.
Fig 6-5e A cirurgia é finalizada por meio do fecha- Fig 6-5f Quatro anos depois, o paciente foi encami-
mento primário da ferida e sem tensão. nhado novamente porque o incisivo central superior
esquerdo foi removido em função de uma fratura.
NB
DBBM NB
NB NB *
DBBM
NB
NB
Fig 6-5h Imagem histológica do espécime de biop- Fig 6-5i Aumento maior da área delimitado pelo re-
sia humana. Diversas partículas do mineral ósseo tângulo maior na figura 6-5h. Uma porção considerá-
bovino liofilizado (DBBM) são visíveis e mostram boa vel do mineral ósseo bovino liofilizado (DBBM) está
integração tecidual. O osso recém-formado (NB) co- coberta pelo osso recém-formado (NB).
bre parte da superfície do substituto ósseo e une as
partículas DBBM adjacentes. Um artefato (asterisco)
está presente no centro do corte (corte não descalci-
ficado; coloração azul de toluidina).
DBBM
Fig 6-5j Aumento maior da área marcada pelo re-
tângulo menor na figura 6-5h. Nos sítios que não
NB NB foram cobertos pelo osso, células gigantes multi-
nucleadas, tipo osteoclastos (setas) são vistas com
frequência revestindo o mineral ósseo bovino liofili-
zado (DBBM) mesmo depois de 4 anos de aumen-
BV
DBBM to. Isto sugere uma taxa de substituição muito lenta
neste material para preenchimento ósseo. O tecido
mole ocupando o espaço entre a matriz óssea e as
NB partículas do material para preenchimento é rico
em vasos sanguíneos (BV).