Вы находитесь на странице: 1из 10

I.

INTRODUÇÃO

II. CONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Direitos Humanos passam a ser vistos
com outros olhos, nesse contexto marcado por inúmeras atrocidades contra a humanidade. A
comunidade internacional começa a mobilizar os países, para garantir direitos que fossem
inerentes à pessoa humana, geminando assim o que atualmente chamamos de Direitos
Humanos.
André de Carvalho Ramos (2014, p. 21) conceitua Direitos Humanos como um
conjunto de direitos considerados indispensáveis para uma vida humana pautada na liberdade,
igualdade e dignidade. Os direitos humanos são os direitos essenciais e indispensáveis à vida
digna.
Para efetivar uma ampla proteção para o ser humano em escala global, as nações
uniram forças e criaram organizações internacionais, com objetivo de inibir, fiscalizar e punir
violações contra direitos básicos da pessoa humana.
A Organização das Nações Unidas (ONU) criada em 1945, criou disposições sobre
Direito Humanos por meio da Carta das Nações Unidas e em 1948 instituiu a Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
Em escala regional vão surgir também várias organizações para proteção de tais
direitos, podendo-se destacar a Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1959, o
famoso Pacto São José da Costa Rica, de 1939, que cria também a Corte interamericana de
Direitos Humanos (iniciou os trabalhos em 1978).
Somente os Estados que fazem parte e a Comissão têm direito de submeter caso à
decisão da Corte interamericana de Direitos Humanos, como também conhecer qualquer caso
relativo à interpretação e aplicação das disposições da Convenção.

III. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

A origem da Corte Interamericana de Direitos Humanos ocorreu com a Convenção


Americana sobre Direitos Humanos, também conhecida como Pacto São José da Costa Rica, a
referida convenção foi elaborada em 22 de novembro de 1969, porém a Corte nasceu apenas
no ano de 1972 quando da entrada em vigor da Convenção.
Ela é um dos três tribunais regionais de proteção de direitos humanos. Atualmente
possuí sede própria na cidade de São José, na Costa Rica.
A Corte é uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo é a aplicação e
interpretação da Convenção Americana. Os Estados que se submetem aos julgados da Corte
devem levar em consideração que este órgão é a autoridade máxima na interpretação sobre
Direitos Humanos.
A Corte Interamericana é composta por sete juízes nacionais dos Estados-membros da
Organização dos Estados Americanos (OEA), eleitos através de votação secreta da maioria
absoluta dos Estados-Partes da Convenção. Os eleitos possuem mandato de seis anos podendo
ser reeleitos por uma vez, sendo vedado a eleição de dois juízes da mesma nacionalidade.
Desde o momento da eleição e enquanto durar o mandato os Juízes eleitos gozam dos mesmos
privilégios e imunidades reconhecidos aos agentes diplomáticos.
Os idiomas oficiais da Corte são os mesmos adotados pela OEA, quais sejam o
espanhol, português, inglês e o francês. Os idiomas de trabalho são aqueles que decide a Corte
a cada ano. Não obstante, para um caso específico, pode-se adotar também como idioma de
trabalho aquele de uma das partes, sempre que este seja a língua oficial desta.
Segundo Valério de Oliveira Mazzuoli, 2008, p. 185-186:
A corte detém uma competência consultiva (relativa à interpretação das disposições
da convenção, bem como das disposições de outros tratados concernentes à proteção
dos direitos humanos nos Estados Americanos, demonstrando a opinião em abstrato
da Corte sobre o tema) e uma competência contenciosa, de caráter jurisdicional,
própria para o julgamento de casos concretos, quando se alega que algum dos
Estados-Partes na Convenção violou algum de seus preceitos, incorrendo em
responsabilidade internacional.
A competência contenciosa deve ser ratificada pelo Estado-Parte, devendo ser
expressamente reconhecida pelo Estado, pois é uma cláusula facultativa de jurisdição
obrigatória. Aceita a competência jurisdicional, o Estado não poderá mais dela se desengajar,
ao menos que denuncie a Convenção como um todo.
As pessoas, grupos ou entidades que não sejam o Estado, não têm capacidade de
impetrar casos junto à Corte, mas podem recorrer à Comissão Interamericana de Direitos
Humanos. A Comissão pode, então, levar os assuntos diante desta, sempre que o Estado
questionado haja reconhecido sua competência. Em todos os casos, a Comissão deve
comparecer em todos os casos apreciados pela Corte.
O procedimento junto à Corte é de caráter contraditório. Termina com uma sentença
judicial motivada, obrigatória, definitiva e inapelável. Se a decisão não expressa, no todo ou
parcialmente, a opinião unânime dos juízes, qualquer destes tem direito a que se junte sua
opinião dissidente ou individual.
Em caso de desacordo sobre o sentido ou alcance da decisão, a Corte o interpretará por
solicitação de qualquer uma das partes, sempre que esta solicitação seja apresentada dentro de
noventa dias a partir da notificação da sentença.

IV. CASO DAMIÃO XIMENES LOPES

O caso que vamos analisar nesse trabalho que foi objeto de apreciação da Corte
Interamericana de Direitos Humanos foi o caso Damião Ximenes Lopes, indivíduo com
adoecimento mental.
O caso Ximenes Lopes foi a primeira condenação do Brasil na Corte Interamericana
por violação dos direitos humanos, onde verificou-se que houve graves violações à
integridade física, ao direito à vida, bem como ao direito às garantias judiciais e ao direito à
proteção judicial.
Damião Ximenes Lopes nasceu em 25 de junho de 1969, no município de Santa
Quitéria, cidade do interior do estado do Ceará. Em 1975, a família de Ximenes passou a
morar na cidade de Varjota, também no interior do Estado. Nessa época, Damião por volta
dos 17 anos começou a desenvolver deficiência mental de origem orgânica, doença a qual o
levou a diversas internações.
A sua última internação ocorreu em 1°. de outubro de 1999, com autorização de sua
mãe, a sra. Albertina Viana, que decidiu internar o filho no Hospital Psiquiátrico Casa de
Repouso Guararapes, localizado no município de Sobral, no estado do Ceará. Sabe-se que
Damião Ximenes Lopes, com 30 anos de idade na época, foi recebido no mencionado
Hospital como paciente do SUS — Sistema Único de Saúde, sem apresentar sinais de
agressividade e nem lesões corporais externas.
Conforme os autos do processo, sob n° 12.237, enviado à Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, no dia 4 de outubro de 1999, por volta das 9h, Albertina Viana foi visitar
seu filho internado no Hospital. Quando Albertina chegou ao hospital os funcionários
disseram-lhe que não podia ver o filho naquele momento.
Entretanto conforme os fatos apresentados, Damião ouviu os gritos da mãe no
momento em que esta estava com os funcionários, vindo até ela, onde caiu com as mãos
amarradas atrás do corpo, sangrando pelo nariz, tendo a cabeça toda inchada e os olhos quase
fechados. Damião ao cair aos pés da mãe clamava pela polícia. A mãe requisitou aos
enfermeiros que o desamarrassem, já que seu filho estava agonizando, tendo o corpo cheio de
manchas roxas e a cabeça transfigurada.
Após este episódio Albertina saiu à procura de um médico dentro do Hospital que o
consultasse, vindo a encontrar o médico plantonista, o qual receitou alguns remédios a
Damião. Após presenciar o atendimento precário dispensado ao seu filho, Albertina volta para
casa, na cidade de Varjota, com o intuito de avisar aos demais familiares as reais condições de
tratamento utilizadas pela instituição. No entanto, quando a mãe mal chegou em casa, o
hospital enviou um comunicado onde solicitou a sua presença com urgência. Damião
Ximenes Lopes havia ido a óbito.
Não havia nenhum médico na unidade hospitalar no momento da morte de Damião
Ximenes, sendo assim, o médico plantonista que o havia atendido pela manhã regressou ao
Hospital, o que possibilitou examinar o corpo e declarar a causa da morte como “parada
cardiorrespiratória”. Todavia os familiares de Damião Ximenes não aceitaram que a perícia
do corpo fosse feita no Instituto Médico Legal de Sobral, tendo em vista que o médico
plantonista do hospital psiquiátrico citado era o mesmo do Instituto Médico Legal local.
Diante desse impasse a família Ximenes decidiu trasladar o corpo para Fortaleza, a 225 km de
Sobral, a fim de realizar a necrópsia. O laudo concluiu que tratava-se de “morte
indeterminada” e que os hematomas que o corpo presentava foram causadas por objetos
contundentes. Diante de tais fatos, o Ministério Público apresenta denúncia criminal
afirmando que Damião Ximenes foi vítima de maus-tratos qualificado, sofridos durante o
período em que esteve internado no hospital psiquiátrico.

Denúncias feitas sobre o caso

Família Ximenes realizou uma queixa do crime na Delegacia de Polícia da 7ª. Região
de Sobral, Ceará, todavia os procedimentos foram muito demorados;
No dia 22 de novembro de 1999 a família envia uma denúncia à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos;
Em 14 de dezembro de 1999, a Comissão iniciou a tramitação da petição sob o n°.
12.237, solicitando a manifestação do Brasil com relação ao conteúdo da denúncia.
Em 14 de fevereiro de 2000, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos recebeu
outra petição da demandante (Irene Ximenes), onde informava que até aquela data as
autoridades locais não tinham tomado nenhuma providência sobre o caso e dava conta que
outro paciente tinha sido vítima de tortura no mesmo Hospital.
Em 17 de fevereiro de 2000 esta Comissão confirmou o recebimento de informação
adicional da demandante, datada de 31 de janeiro de 2000, a qual acrescentou à denúncia
novos documentos. Nessa mesma data, a Comissão transmitiu ao Estado Brasileiro as
informações adicionais recebidas e concedeu-lhe o prazo de 60 dias para que este prestasse as
informações que entendesse necessárias sobre os novos informes que foram enviados pela
irmã de Damião Ximenes.
O Estado continuou sem dar respostas e em 1º. de maio de 2000 a Comissão remeteu
ao Estado outro comunicado, pedindo a prestação de informações no prazo de 30 dias, sob
pena de aplicação do estabelecido no artigo 42 do Regulamento da Comissão. Com a falta de
resposta do Estado acerca da denúncia em comento, a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos presumiu a renúncia tácita do Estado brasileiro ao seu direito de interpor a exceção
de falta de esgotamento dos recursos internos.
Convenção Americana dos Direitos Humanos decidiu admitir a petição, a respeito das
eventuais violações dos artigos 4°. (direito à vida), 5°. (direito à integridade física), 11º.
(direito a recurso judicial) e 25 todos em conexão com o artigo 1°. (obrigação de respeitar os
direitos contidos na Convenção) da Convenção.

Alegações e sentença

A primeira alegação do Estado brasileiro interpôs uma exceção preliminar de não


esgotamento dos recursos internos, e sua contestação da demanda.
Em 22 de setembro de 2005, o Presidente da Corte expediu uma resolução mediante a
qual convocava a Comissão, os representantes da vítima e o Estado para uma audiência
pública e estabelecia o termo final para a apresentação das alegações finais escritas com
relação à exceção preliminar e eventuais questões de mérito, reparações e custas.
Em 30 de novembro e 1º. de dezembro de 2005 foi celebrada audiência pública na
Corte Interamericana. Nessa oportunidade, o Estado reconheceu os maus-tratos de que
Ximenes Lopes foi vítima antes de sua morte, em violação dos artigos 5º. da Convenção, mas
não reconheceu sua responsabilidade internacional pela suposta violação aos artigos 8º.
(garantias judiciais) e 25 (proteção judicial) da Convenção Americana.
A Corte concluiu que por haver faltado com seus deveres de respeito, prevenção e
proteção, com relação à morte e os tratamentos cruéis, desumanos e degradantes sofridos pelo
senhor Damião Ximenes Lopes, o Estado tem responsabilidade pela violação dos direitos à
vida e à integridade pessoal, consagrados nos artigos 4º. E 5º. da Convenção Americana, em
relação com o artigo 1º. desse mesmo tratado, em detrimento do senhor Damião Ximenes
Lopes.
Os processos penal e cível relacionados ao caso em comento não tramitaram conforme
as normas do devido processo estabelecidas na Convenção, sobretudo no que diz respeito à
razoabilidade do prazo para que os tribunais domésticos decidissem o caso.
Com base nos documentos probatórios, a Corte concluiu que o Estado não
proporcionou aos familiares de Damião um recurso efetivo para garantir o acesso à justiça, a
determinação da verdade dos fatos, a investigação, a identificação dos responsáveis, o
processo e, se for o caso, a punição dos responsáveis e a reparação das consequências das
violações. O Estado tem, assim, responsabilidade pela violação dos direitos às garantias
judiciais e à proteção judicial em detrimento da mãe e irmã de Damião.
Levando o Estado brasileiro a ser condenado no dia 4 de julho de 2006 por violação
dos direitos humanos na CIDH.
Ademais a corte levou o Estado brasileiro a cumprir sua obrigação de garantir, a cada
cidadão, uma prestação jurisdicional efetiva e, por fim, condenou-o a implementar políticas
públicas na área da saúde e também indenização aos familiares da vítima.

V. CONSEQUÊNCIAS ADVINDAS DA CONDENAÇÃO DO BRASIL PELA CORTE


INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS NO CASO DAMIÃO XIMENES
LOPES

O caso Damião Ximenes Lopes é o primeiro caso no qual envolve pessoa com
deficiência em que a Corte Interamericana de Direitos Humanos apreciou. A sentença deixa
muito claro os problemas do Brasil e o desrespeito com Direitos Humanos.
As consequências advindas da condenação do Brasil pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos no caso Damião Ximenes Lopes:
 Criação de leis,
 Elaboração de estrutura de apoio para pessoas com doença mental;
 Capacitação dos profissionais da área de saúde mental;
 Condenação pecuniária.
A corte condenou o Estado brasileiro por conta do tratamento marcado por descaso,
condição desumana e degradante ocorrido na Casa de Repouso de Guararapes, instituição
privada que, no entanto prestava atividades sob a supervisão e fiscalização do ente público,
além da lentidão das autoridades competentes em investigar e resolver o caso gerando grave
violação aos Direitos Humanos, imputando, portanto responsabilidade ao Estado Brasileiro.
O Estado brasileiro perante o direito internacional publico, é atribuído direitos e
deveres, traduzidos concretamente na obrigação de manter o compromisso assumido e de
reparar o mal injustamente causado a outrem. Sendo o Estado responsável por toda omissão e
ação que seja imputável.
Após complexa analise do caso a Corte Interamericana de Direito Humanos concluiu
violação dos direitos de Damião Ximenes Lopes e também de sua família.
Com a conclusão da Corte foram definas estas formas de punições:
A título de dano material, foram fixadas as seguintes reparações:
I. em favor de Irene Ximenes Lopes Miranda, a quantia de US$ 41.850,00 a título de
perda de ingressos, por ter esta deixado seu emprego em razão da causa;
II. Em favor de Albertina Viana Lopes, a quantia de US$ 1.500,00 a título de dano
emergente, em razão dos gastos funerários e do transporte do corpo para a necrópsia.
Por dano imaterial, foram determinadas as seguintes reparações:
I. Em favor de Damião Ximenes Lopes, a quantia de US$ 50.000,00, concedidas
porque “não recebeu assistência médica nem tratamento adequados como paciente portador de
deficiência mental, que por sua condição era especialmente vulnerável e foi submetido a
tratamentos cruéis desumanos e degradantes enquanto esteve hospitalizado na Casa de
Repouso Guararapes, situação que se viu agravada com sua morte”, distribuída pela
proporção fixada entre sua mãe, irmã, irmão e pai;
II. Em favor de Albertina Viana Lopes, a quantia de US$ 30.000,00 em razão do
“profundo sofrimento e angústia que lhe causou ver a situação deplorável em que se
encontrava seu filho na Casa de Repouso Guararapes e seu consequente falecimento; e as
sequelas físicas e psicológicas posteriormente produzidas”;
III. Em favor de Irene Ximenes Lopes Miranda o valor de US$ 25.000,00, pelo
sofrimento causado pela morte de seu irmão e todos os transtornos decorrentes dos processos
em âmbito nacional e internacional por ela acompanhados;
IV. Em favor de Francisco Leopoldino Lopes (pai) e Cosme Ximenes Lopes (irmão), o
valor de US$ 10.000,00 para cada, quanto ao pai pelo sofrimento com a morte do filho e
quanto ao irmão pelas consequências psicológicas desencadeadas pela morte da vítima.
Como satisfação e garantia de não repetição de atos semelhantes:
I. Obrigação de investigar os fatos que geraram as violações averiguadas no caso, a
fim de garantir aos familiares da vítima o conhecimento da verdade dos fatos e por constituir
“forma de esclarecimento fundamental para que a sociedade possa desenvolver mecanismos
próprios de desaprovação e prevenção de violações como essas no futuro”, buscando ainda
reparar a impunidade verificada no caso após os seis anos do fato;
II. Publicação da sentença em diário oficial ou outro jornal de grande circulação, por
uma vez no prazo de seis meses;
III. Estabelecimento de programas de capacitação “para o pessoal médico, de
psiquiatria e psicologia, de enfermagem e auxiliares de enfermagem, bem como para todas as
pessoas vinculadas ao atendimento de saúde mental, em especial sobre os princípios que
devem reger o tratamento a ser oferecido às pessoas portadoras de deficiência mental, de
acordo com as normas internacionais sobre a matéria e as dispostas nesta Sentença”;
IV. A Corte considerou que a sentença, com análise de mérito e das consequências dos
fatos por si só consiste em forma de reparação à família da vítima e também uma forma de
contribuir para que os fatos não se repitam.
De maneira em geral a sentença da Corte Interamericana de Direito Humanos
proferida em 04 de julho de 2006, vem no sentido de reforçar o dever estatal em observar as
condições peculiares de indivíduos com doenças mentais, dado seu delicado estado. O
tratamento deve ser conduzido de forma com total respeito a sua dignidade visando reduzir os
males causados pela doença e melhoria na qualidade de vida do paciente.
O caso demonstrou a necessidade de promoção dos direitos das pessoas com
transtornos mentais. No qual, cabe ao Estado o desenvolvimento da política de saúde mental,
a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a
devida participação da sociedade e da família. Para tanto, foi editada a Lei n. 10.216/2001,
que zela pelos direitos e atendimento das pessoas com transtornos mentais. (RAMOS, 2014,
p. 868).
O presente caso proporcionou maior visibilidade aos problemas existe no Brasil,
relação aos cuidados e tratamentos de pessoas com doenças mentais a toda a sociedade
internacional. Dando um novo enfoque da forma em que deve ser tratado o indivíduo
acometido nessa situação de vulnerabilidade.
Ao apreciar de forma célere e contundente a Corte Interamericana firmou de forma
concreta seu papel no Direito Internacional Público em sua missão de promoção e proteção
aos Direitos Humanos.

VI. RELEVÂNCIA DO CASO PARA OS DIREITOS HUMANOS E PARA O


DIREITO INTERNACIONAL
Após as atrocidades ocorridas na Segunda Guerra Mundial, houve a
internacionalização dos Direitos Humanos e o desenvolvimento de diversos sistemas
internacionais de proteção da matéria. Desde a criação de um sistema de natureza universal
auspiciado pela Organização das Nações Unidas, a partir de 1945, até diversos mecanismos
regionais.
A partir da inserção dos Direitos Humanos na ordem internacional, tais direitos
passaram a ser entendidos como fundamentais e aplicáveis à toda a humanidade, por
justamente representar a consciência histórica da humanidade.
Os Direitos Humanos vêm sendo construídos e reconstruídos na medida em que as
circunstâncias históricas requerem, fazendo parte dos direitos fundamentais, a dignidade,
liberdade e igualdade.
A Carta da ONU é o primeiro documento que traz esses direitos universalmente, sendo
complementado com diversos pactos, estando entre eles o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, que terá guarde influencia para este caso, pois em seu art.
12, reconhece dentre vários direitos sociais, o referente ao resguardo à saúde, ao afirmar que
“Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de desfrutar o mais
elevado nível possível de saúde física e mental”.
Em decorrência da universalização dos Direitos Humanos e posteriormente a criação
de sistemas regionais para a proteção dos Direitos Humanos, há grande relevância dos casos
julgados pelas Cortes, pois o Estado deveria proporcionar tal proteção. Assim quando o
Estado não protegem os Direitos Humanos, devem ser penalizados para proporcionar uma
melhora no sistema interno dos Estados.
O caso Ximenes Lopes traz a violação dos Direitos Humanos, pois por negligencia do
Estado Ximenes teve seu direito a vida e saúde mental violado. Ademais o Estado Brasileiro
foi condenado a reparação pecuniária aos familiares, sendo supervisionado até o comprimento
da sentença, cessando quando o Estado Brasileiro cumprisse tais medidas.
Assim a corte proporciona a esperança de que esses direitos indispensáveis não sejam
violados e sim protegidos, no plano interno e no plano internacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Вам также может понравиться