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Março de 2019
Redatores: Angélica Consiglio, Clóvis Pereira, Francisco Maiolino, Jerri Ribeiro e Renato Vetere.
1) ANTECEDENTES
O gerenciamento de riscos corporativos pode ser definido como um sistema intrínseco ao
planejamento estratégico de negócios, composto por processos contínuos e estruturados – e por
uma estrutura de governança corporativa – responsável por manter esse sistema vivo e em
funcionamento. Por meio desses processos, a organização pode mapear oportunidades de ganhos
e reduzir a probabilidade e o impacto das perdas. Trata-se, portanto, de um sistema integrado para
conduzir o apetite à tomada de riscos no ambiente de negócios para alcançar os objetivos definidos.
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* Este documento reflete a opinião da Comissão de Comunicação e Mercado de Capitais do IBGC, e
não necessariamente a do instituto.
das empresas com faturamento superior a R$ 10 bilhões possuem área de gestão de riscos, mas
esse percentual diminui para 20% entre as empresas com faturamento até R$ 500 milhões.
2) REQUERIMENTOS DE DIVULGAÇÃO
Atualmente, os princípios para a divulgação de riscos são regulados pela Instrução CVM n.
480/2009, criada para estabelecer os requisitos de divulgação do Formulário de Referência e dos
Fatores de Risco nos capítulos 4 e 5, abordando a Definição dos Riscos e as exigências para a
Divulgação das Políticas de Gerenciamento de Risco e Controles Internos, respectivamente.
Por meio da Instrução CVM n. 586/2017, foi introduzido o Anexo 29-A ao Formulário de
Referência, obrigando as empresas a indicarem se adotam as práticas recomendadas no Código
Brasileiro de Governança Corporativa — Companhias Abertas (CBGC-CA) ou que expliquem os
motivos pelos quais não adotam as práticas recomendadas. O CBGC-CA estabelece, também, que
as companhias implementem uma política clara de comunicação, assegurando que os relatórios
contribuam para uma melhor avaliação da qualidade gerencial da organização e dos riscos a que ela
está disposta a submeter-se.
Outro documento importante nesse cenário é o Regulamento do Novo Mercado, que trouxe
consigo a exigência para que as companhias listadas neste segmento elaborem e divulguem suas
políticas de gerenciamento de riscos, contemplando os processos básicos e os responsáveis pela
identificação, avaliação e monitoramento de riscos relacionados à empresa ou seu setor de atuação.
5) CONCLUSÃO
A existência de uma regulamentação que determina a divulgação de informações sobre os
fatores de riscos e a sua política de gerenciamento gera um aumento considerável no nível de
transparência requerido das companhias. Contudo, persiste o desafio de melhorar a uniformidade,
a qualidade e a profundidade das informações relacionadas aos fatores de riscos, assim como ter
medidas pré-definidas para mitigar eventuais ocorrências.
A busca por melhorar a divulgação de informações deve ser acompanhada pela adoção
efetiva de práticas de identificação, monitoramento e gerenciamento de riscos como praxe dentro
dos conselhos de administração e pela gestão das empresas. Do mesmo modo, é responsabilidade
dos investidores se informar sobre o tema e monitorar os riscos das empresas nas quais investem.
Por fim, é fundamental ressaltar que não são as normas e leis que blindam o mercado contra
comportamentos irregulares. Muito mais do que isso. Trata-se do desenvolvimento de uma cultura
séria e de intolerância a situações indevidas, estabelecida pela disseminação da política de gestão e
monitoramento de riscos para todos os níveis da companhia, o que leva em última instância ao
aumento do valor das ações, assim como ao desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro
como um todo.
6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
B3. Regulamento do Novo Mercado. (Artigo 34). São Paulo, B3, 2018.
CVM (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS). Instrução n. 480/2009, 09 de dezembro de
2009. Diário Oficial da União, Brasília, 2009.
_____. Instrução n. 586/2017, 10 de julho de 2017. Diário Oficial da União. Brasília,
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* Este documento reflete a opinião da Comissão de Comunicação e Mercado de Capitais do IBGC, e
não necessariamente a do instituto.
2017.
KPMG – BR. Gerenciamento de Riscos – Os Principais Fatores de Risco Divulgados pelas Empresas
Abertas Brasileiras. Disponível em:
<https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2018/09/br-gerenciamento-de-riscos-4a-
edicao.pdf>.
PwC – UK. Accountability in Changing Times. Disponível em: <https://www.pwc.co.uk/audit-
assurance/assets/pdf/ftse-350-reporting-opportunities.pdf >.
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* Este documento reflete a opinião da Comissão de Comunicação e Mercado de Capitais do IBGC, e
não necessariamente a do instituto.