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FORTALEZA – CEARÁ
2019
PAULO WESNEY COSTA TAVARES DE OLIVEIRA
FORTALEZA – CEARÁ
2019
A Deus.
À minha esposa, Jessica Caluete da Costa.
À minha avó, Maria Ednir da Silva Costa.
Aos meus pais, Dalmo José Tavares de Oliveira
e Regiane Costa Tavares de Oliveira.
A meus irmãos, Lucas Costa Tavares de
Oliveira e Heitor Costa Tavares de Oliveira.
A toda minha família e a todos os meus amigos.
AGRADECIMENTOS
A geração de energia por meio de planta solar fotovoltaica vem sendo cada vez mais
desenvolvida e aplicada ao longo dos anos. No entanto, muitas mudanças no cenário (riscos)
desse tipo de geração impacta diretamente na viabilidade financeira desse tipo de projeto. Dessa
forma, este trabalho tem como questão problema: quanto os principais riscos dos projetos
fotovoltaicos podem afetar em sua viabilidade financeira? Para se fazer uma análise financeira
coerente é necessário se conhecer os impactos quantitativos dos riscos envolvidos nesse tipo de
projeto considerando inclusive os diversos cenários possíveis. Dessa forma, este trabalho tem
como objetivo geral a elaboração de uma análise financeira de projeto de geração solar
fotovoltaica por meio de simulação Monte Carlo. Para tanto, este trabalho tem como objetivos
específicos: definir os termos: riscos em projetos, viabilidade financeira de projetos, geração
solar fotovoltaica e simulação Monte Carlo, rastrear os principais riscos que afetam na
viabilidade financeira de projetos de geração solar fotovoltaica e determinar a faixa mais
provável de ocorrência desses riscos e analisar quantitativamente o impacto dos riscos na
viabilidade financeira de um projeto de geração solar fotovoltaica por meio de uma simulação
Monte Carlo. Para construção do modelo e análise dos resultados será utilizada uma planilha
elaborada em Microsoft® Office Excel e um plugin de fabricação Vose® chamado Model Risk.
Inicialmente, será apresentada uma introdução citando os objetivos, motivações e estrutura do
trabalho. Posteriormente, será feito um levantamento bibliográfico necessário para a elaboração
da viabilidade financeira e fundamental construção do modelo. Também serão apresentados os
principais riscos que afetam na viabilidade financeira de projetos de geração solar fotovoltaica.
Após a construção da fundamentação teórica, será apresentada a simulação da análise financeira
por meio do método de Monte Carlo para uma geração solar fotovoltaica de 75kWp no
município de Fortaleza, Ceará. Serão apresentados os principais limites para as entradas do
modelo baseados em bibliografias considerando 100.000 casos. No final, será concluído o
trabalho apresentado os intervalos das saídas com probabilidade de ocorrência de 90%. Será
possível concluir que projetos com potência de geração solar fotovoltaica de 75kWp continuam
economicamente viáveis mesmo considerando os diversos cenários de riscos, por exemplo, as
mudanças no cenário de compensação de energia.
Power generation through solar photovoltaic plant has been increasingly developed and
applied over the years. However, many changes in the scenario (risks) of this type of generation
directly impact the financial viability of this type of project. Thus, this paper has as a problem
question: how much can the main risks of photovoltaic projects affect their financial viability?
In order to make a coherent financial analysis it is necessary to know the quantitative impacts
of the risks involved in this type of project considering the various possible scenarios. Thus,
this work has as general objective the elaboration of a financial analysis of photovoltaic solar
generation project through Monte Carlo simulation. To this end, this work has as its specific
objectives: to define the terms: project risks, project financial viability, photovoltaic solar
generation and Monte Carlo simulation, trace the main risks that affect the financial viability
of photovoltaic solar generation projects and determine the range. more likely to occur and to
quantitatively analyze the impact of the risks on the financial viability of a photovoltaic solar
generation project by means of a Monte Carlo simulation. To build the model and analyze the
results will be used a spreadsheet prepared in Microsoft® Office Excel and a Vose®
manufacturing plugin called Model Risk. Initially, an introduction will be presented citing the
objectives, motivations and structure of the work. Subsequently, a bibliographic survey
necessary for the elaboration of the financial viability and fundamental construction of the
model will be made. The main risks affecting the financial viability of photovoltaic solar
generation projects will also be presented. After the construction of the theoretical foundation,
the simulation of the financial analysis by the Monte Carlo method will be presented for a
75kWp photovoltaic solar generation in the city of Fortaleza, Ceará. The main limits for the
model entries based on bibliographies considering 100,000 cases will be presented. At the end,
it will be concluded the work presented the output intervals with probability of occurrence of
90%. It can be concluded that projects with 75kWp photovoltaic solar generation power remain
economically viable even considering the various risk scenarios, for example, changes in the
energy compensation scenario.
Keywords: Photovoltaic Solar Generation. Project. Scratchs. Economic viability. Monte Carlo.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................... 18
2.1 RISCOS EM PROJETOS..................................................................................... 18
2.2 VIABILIDADE FINANCEIRA EM PROJETOS................................................ 20
2.3 GERAÇÃO SOLAR FOTOVOLTAICA............................................................. 23
2.4 SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO................................................................... 28
2.5 PRINCIPAIS RISCOS QUE AFETAM NA VIABILIDADE FINANCEIRA
DE PROJETOS DE GERAÇÃO SOLAR FOTOVOLTAICA............................. 29
3 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS..................................................... 34
4 CONSINDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 48
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 50
14
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo o guia PMBOK, risco é um evento que apresenta incerteza e que tem um
efeito positivo ou negativo em objetivos do projeto. Dessa forma, fugindo do senso comum
risco está associado não somente a ameaças, mas também a oportunidades. (PROJECT
MANAGEMENT INSTITUTE, 2017)
Já a Association for Project Management (AMP), com uma definição bastante
semelhante a do PMI, define risco como: “Risco é um evento incerto ou conjunto de
circunstâncias que, caso ocorra, terá efeito no atingimento de um ou mais objetivos do projeto”.
Sendo esses riscos positivos ou negativos como citado na definição do guia PMBOK. (JOIA,
SOLER, et al., 2013)
Ainda segundo (JOIA, SOLER, et al., 2013), as incertezas, fonte dos riscos, estão
ligadas às restrições do projeto. Se o projeto não apresentasse nenhuma restrição, por exemplo
se não tivesse escopo definido, as incertezas do projeto seriam infinitas. Da mesma forma que
fossem feitas restrições infinitas no projeto de forma que não houvesse nenhum evento no
mesmo que não pudesse não ser rastreado, claro, não haveria incerteza nenhuma no mesmo. A
Figura 2 exemplifica o exposto.
exemplo dessa representação pode ser conforme Figura 3 - Fluxo de caixa convencional.
(CURY, 2007)
Alguns conceitos importantes estão presentes no fluxo de caixa. Os fluxos de caixa
são alocados em instantes de tempo, seguindo uma convenção de capitalização ao final de um
período, sendo este o primeiro conceito. Os investimentos, normalmente são considerados no
instante zero. A unidade de tempo pode ser anual, mensal, diário... Contanto que a unidade de
tempo seja conveniente ao estudo e que essa unidade seja respeitada do começo ao fim da
análise. Para projetos de geração solar fotovoltaica, normalmente se utiliza anual, já quer o
reajuste da tarifa de energia, em nossa legislação, é anual. Outro conceito é vida útil do projeto,
que leva em consideração a vida econômica ou obsolescência dos equipamentos iniciais do
projeto. Em aplicação de geração solar, normalmente se considera o período de garantia dos
módulos e dos inversores fotovoltaicos estabelecidos pelos fabricantes. Também se tem como
conceito fundamental o custo de oportunidade que é a perda da remuneração por aplicações,
alternativas à aplicação em análise, de recursos dos acionistas. Ainda a taxa mínima de
atratividade que é o custo de capital que corresponde ao custo das fontes de financiamento ou
o custo das oportunidades. Os Fluxos de caixa reais e nominais são as entradas e as saídas do
caixa do projeto. É importante se considerar a projeção das variações de preço dos produtos ou
dos serviços produzidos. No instante zero, há o uma saída de caixa relevante chamada de
investimento inicial que a soma de investimento no ativo somado com as despesas de instalação
do ativo e com a variação do capital circulante líquido. Há os fluxos de caixa operacionais que
são as Entradas de caixa incremental após os impostos. Este é função direta das receitas e dos
custos correspondentes do projeto. E por fim, o fluxo de caixa residual: é o fluxo de caixa não
operacional, após impostos de renda, que ocorre no final do projeto, proveniente da sua
liquidação. O valor residual pode ser calculado com a razão entre o fluxo de caixa líquido e o
custo de capital. (RAMOS e ALVES, 2012)
A seguir são apresentadas as principais técnicas para análise financeira de projetos:
Payback Simples: Indica o tempo de retorno do capital investido. Período de
recuperação do investimento inicial. Não leva em consideração o valor do dinheiro do tempo.
Não leva em conta a distribuição do fluxo de caixa dentro do período de recuperação do
investimento. Não considera os fluxos de caixa após o período de recuperação. Não pode ser
comparado com um padrão de rentabilidade como o custo de capital.
Payback Descontado: é um método similar ao anterior, no entanto o valor do
dinheiro do tempo é considerado. Dessa forma, por definição, payback descontado é o tempo
de retorno de um investimento, à taxa de juros escolhida.
22
Onde:
• “I” é investimento inicial.
• “𝐹𝐶𝑡 ” é o fluxo de caixa líquido na data “t”.
• “r” é o custo de capital definido pela empresa.
• “VR” é o valor residual do projeto ao final do período de análise (n-
ésimo período).
A decisão de investimento por meio do VPL é simples e pode ser resumido: VPL>0,
o projeto é aceito; VPL=0, o projeto é indiferente aceitar ou não; VPL<0, o projeto é rejeitado.
Taxa Interna de Retorno (TIR): É a taxa que torna o VPL nulo. A Figura 4
representa como o VPL se torna nulo quando a taxa de desconto é igual a taxa interna de retorno.
‘
Fonte: (BORDEAUX, 2015)
Quando a TIR é maior do que o custo de capital o projeto deve ser aceito. Quando
a TIR é igual ao custo de capital então é indiferente o aceite do projeto. Quando a TIR é menor
do que o custo de capital o projeto deve ser rejeitado.
É comum se plotar em um gráfico VPL versus Custo de capital para se comparar
dois investimentos. Tal gráfico indica qual dos investimentos é mais perigoso em relação à
rentabilidade. É claro que quando VPL é zero, o gráfico cruza o eixo x e nesse momento se tem
a TIR. A Figura 5 mostra um exemplo do gráfico.
23
Índice de Lucratividade (IL): é definido como a razão entre o valor presente dos
fluxos de caixa e o investimento. Sua fórmula é definido como:
𝑉𝑃𝐿+𝐼
Equação 2 𝐼𝐿 = 𝐼
frágeis, sendo necessário um encapsulamento mais rígido que proporcione uma proteção
mecânica. O módulo proporciona essa proteção. (CARVALHO, 2012)
Células fotovoltaicas são, basicamente, lâminas de material semicondutor que,
quando associadas de forma adequada, convertem energia luminosa em energia elétrica. Sua
constituição é bem parecida com a de um diodo, constituída de uma camada de material
semicondutor tipo p, uma camada de material semicondutor tipo n e uma junção p-n. A
separação dos portadores de carga pela junção pn dá origem ao efeito fotoelétrico, efeito
responsável por essa conversão de energia. As células que constituem um mesmo módulo
fotovoltaico são produzidas com as mesmas características elétricas, buscando uma
uniformidade, já que células capazes de gerar a menor fotocorrente limita a capacidade de
geração das demais células. (PINHO e GALDINO, 2014)
As células fotovoltaicas, em cada módulo, podem ser associadas em série e em
paralelo, gerando nos terminais de saída do módulo, a tensão mais apropriada para a aplicação
específica do módulo. Para sistemas conectados à rede, é comum se utilizar vários módulos
fotovoltaicos conectados em série para se obter uma tensão apropriada na entrada dos inversores
fotovoltaicos. Normalmente, utiliza-se módulos com tensão nominal de saída de 30V a 120V
associados em série gerando em torno de 1000V na entrada do inversor. Os módulos podem ser
rígidos ou flexíveis. Para uso em parques fotovoltaicos, onde os módulos são fixados em
estruturas metálicas, normalmente se utiliza módulos rígidos, para ajudar na fixação.
Um módulo fotovoltaico é, principalmente, identificado por sua potência elétrica
de pico (Wp). A definição dessa potência é feita nas condições padrões de ensaio (STC), quando
o módulo é atingido por uma irradiação de 1000 W/m², em uma massa de ar AM 1,5 e
temperatura de 25 °C. Outras grandezas que caracterizam um módulo fotovoltaico são a tensão
de circuito aberto (Voc) e a corrente de curto-circuito (Isc). A tensão Voc é encontrada
conectando um voltímetro nos terminais do módulo, quando este é submetido à condição padrão
de ensaio. Já a corrente Isc é encontrada quando se conecta aos terminais do módulo um
amperímetro, quando este também está em condição padrão de ensaio. (PINHO e GALDINO,
2014)
A associação de módulos fotovoltaicos é um ponto importante em um projeto de
uma geração fotovoltaica, pois essa associação determinará a faixa de tensão e a corrente
máxima na entrada do inversor. Essas grandezas determinam o desempenho do inversor e,
consequentemente, o desempenho geral do sistema. Módulos fotovoltaicos podem ser
associados em série ou em paralelo. Quando associados em série, a corrente gerada por cada
25
Conforme Halton (1970), a simulação de Monte Carlo é definida como uma técnica
para representar a solução de algum problema (um parâmetro de uma população hipotética),
que usa uma sequência aleatória de números para construir amostras da população. Dessa
forma, estimativas estatísticas desse parâmetro são obtidas. (DE PAULA, 2014)
Em suma, em uma simulação de Monte Carlo há entradas para um determinado
sistema, que entrega uma determinada saída. Na simulação, as entradas são aleatoriamente
escolhidas e todas as saídas possíveis para essas entradas são calculadas, a probabilidade de
ocorrência de cada saída é então registrada.
As entradas podem ser variadas de forma adequada seguindo uma sequência
aleatório, mas que podem seguir uma lógica. Por exemplo, uma distribuição triangular, onde o
valor máximo da distribuição não é o mais provável, da mesma forma o mínimo.
Em uma simulação financeira convencional, são estudados alguns casos,
normalmente os mais prováveis de acontecer. Com a simulação de Monte Carlo, é possível se
estudar diversos casos, dentro de uma faixa mais provável de ocorrência para determinadas
entradas. Figura 11 apresenta um quadro resumo com a comparações dos dois modos de análise
financeira.
30
Dessa forma, a simulação de Monte Carlo aplicada a uma análise financeira pode
obter diversos resultados para TIR, VPL e PayBack fazendo com que as entradas incertas da
análise financeira (por exemplo, a mudança no cenário de compensação de energia) sejam
variadas aleatoriamente de forma adequada. As saídas da simulação de Monte Carlo não são
alguns resultados prováveis e sim as probabilidades de uma grande número de casos.
Nesta seção é feita uma análise acerca dos principais riscos que afetam na análise
financeira de projetos de geração fotovoltaicas.
O primeiro risco envolve a tarifa de energia, que é o valor que o consumidor final
paga pela energia consumida e custos inerentes ao seu uso. O valor pago pela energia elétrica
não contempla só o valor da aquisição de energia, conforme senso comum, contempla também
o valor da disponibilidade da energia o tempo todo. Em suma, a tarifa é composta por quatro
partes. A primeira dela é o custo com a aquisição da energia elétrica: são resultantes de
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Basicamente, a bibliografia apresenta dois custos que são intrínsecos aos projetos
de geração solar fotovoltaica: Capital Expenditure (CAPEX) e Operational Expenditure(
OPEX). O CAPEX representa os gastos com a instalação do sistema fotovoltaico e o OPEX os
gastos com manutenção e operação. (BARBOSA, 2015)
O CAPEX é dividido em basicamente três parcelas: Módulos, Inversores e Balanço
do Sistema (BoS). O Gráfico 2 representa as parcelas percentuais aproximadas do CAPEX para
cada.
Ao longo dos anos, tem ocorrido a diminuição dos preços de geração solar
fotovoltaica. A Figura 12 apresenta a diminuição dos preços dos módulos ao longo dos anos,
maior parcela do CAPEX de projetos de geração solar fotovoltaica.
Onde:
• CAPEX t : é o custo de investimento em um determinado ano “t”. É dado em
R$/Wp.
• OPEX t : é o custo com operação e manutenção em um determinado ano “t”,
também dado em R$/Wp.
• Yf : é a produtividade anual do sistema.
• 𝑑: é a taxa anual de degradação de eficiência dos módulos.
• r: é igual a taxa de desconto, em %.
• T: é igual ao tempo de vida útil do sistema, expressa em em anos.
35
3 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
Nesta seção é feita uma análise financeira de uma geração solar fotovoltaica de
75kWp instalada no estado do Ceará, município de Fortaleza, por meio de uma planilha em
Microsoft® Office Excel e um plugin de fabricação Vose® chamado Model Risk. Neste, será
feita a simulação de Monte Carlo, serão definidas as entradas e suas variações e suas saídas.
As entradas do modelo serão variadas probabilisticamente de acordo com uma
distribuição triangular, tendo um valor mínimo menos provável, um valor máximo provável e
um valor modal mais provável. Os limites serão escolhidos aproximadamente de acordo com o
levantamento bibliográfico e valores históricos para cada entrada.
Para o estudo em questão, fez-se rodar 100.000 casos distintos no software Model
Risk, as entradas são apresentadas nas figuras a seguir.
kWh
Equação 4 Geração = PFV ∙ TDestimado ∙ HSP [ dia ]
Fonte: (PINHO e GALDINO, 2014)
Onde:
• PFV: É a soma das potências dos módulos fotovoltaicos
• TDestimado : É a taxa de desempenho do sistema
• HSP: É a quantidade de horas de sol pleno em um dia.
38
Dessa forma, considerou-se 4,86 como valor mínimo e 6,34 como valor máximo,
sendo o valor modal de 5,69.
Fonte: Barbosa
Gráfico 13 - Entrada 11 do modelo: taxa de desempenho do sistema
A partir das entradas, elaborou-se uma planilha com o fluxo de caixa de um projeto
de geração solar fotovoltaica e com os cálculos da viabilidade financeira. A Tabela 4 apresenta
a planilha do estudo.
Na planilha foi incluído um desembolso grande referente aos custos com instalação
do sistema de geração solar fotovoltaico no primeiro ano. Nos demais anos foi considerado
desembolsos referentes a manutenção da planta de geração.
A geração de energia da planta solar foi considerada a partir do segundo ano e,
consequentemente, a geração monetária da planta por meio do sistema de compensação de
energia foi considerada a partir desse período. Sendo esse o embolso principal do sistema.
O fluxo de caixa é então considerado como o somatório dos embolsos e dos
desembolsos apresentados.
Foram considerados os reajustes anuis das tarifas de energia do sistema. Foi
considerado também o reajuste no valor de manutenção e operação da planta de geração solar.
Além disso, foi considerado também a diminuição na geração de energias da planta solar.
Na tabela 4 ainda é possível se vê a “virada” no somatório dos fluxos de caixa
descontados, indicando a ocorrência do payback descontado. Ainda, vale salientar que a tabela
em questão apresenta um exemplo de caso para o sistema em estudo. Com a simulação de
Monte Carlo, conforme apresentado anteriormente, é possível se analisar as saídas
probabilísticas do modelo, os intervalos de maior ocorrência para os parâmetros em estudo.
Com a simulação, são feitas diversas vezes a tabela em questão e apresentadas as porcentagens
de ocorrências para os intervalos de valores das saídas do modelo.
O período considerado para o estudo foi de 20 anos. Período que está dentro dos
valores garantias praticadas no mercado de equipamentos de geração solar fotovoltaica.
Considerou-se ainda que os equipamentos foram instalados no ano de 2019, sendo o início de
operação da planta no ano de 2020.
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Fluxo de Caixa
Período Ano TC O&M Invest. Inicial Geração (Kwh/ano) Geração (R$/ano) FC Desc. SALDO
0 2019 0,77 R$0,00 -R$411.740,81 0,0 R$0,00 -R$411.740,81 -R$411.740,81
1 2020 0,83 -R$9.105,25 R$0,00 120342,1 R$85.887,43 R$76.782,17 -R$334.958,63
2 2021 0,89 -R$10.074,75 R$0,00 120342,1 R$91.826,61 R$81.751,86 -R$253.206,77
3 2022 0,96 -R$11.147,47 R$0,00 120342,1 R$98.172,68 R$87.025,21 -R$166.181,56
4 2023 1,04 -R$12.334,42 R$0,00 120342,1 R$104.953,19 R$92.618,77 -R$73.562,79
5 2024 1,11 -R$13.647,74 R$0,00 120342,1 R$112.197,52 R$98.549,78 R$24.986,99
6 2025 1,20 -R$15.100,91 R$0,00 120342,1 R$119.937,05 R$104.836,14 R$129.823,13
7 2026 1,29 -R$16.708,80 R$0,00 120342,1 R$128.205,21 R$111.496,41 R$241.319,54
8 2027 1,39 -R$18.487,89 R$0,00 120342,1 R$137.037,68 R$118.549,79 R$359.869,33
9 2028 1,49 -R$20.456,42 R$0,00 120342,1 R$146.472,49 R$126.016,07 R$485.885,40
10 2029 1,61 -R$22.634,54 R$0,00 120342,1 R$156.550,21 R$133.915,67 R$619.801,07
11 2030 1,73 -R$25.044,59 R$0,00 120342,1 R$167.314,10 R$142.269,51 R$762.070,57
12 2031 1,86 -R$27.711,25 R$0,00 120342,1 R$178.810,26 R$151.099,01 R$913.169,59
13 2032 2,00 -R$30.661,85 R$0,00 120342,1 R$191.087,88 R$160.426,03 R$1.073.595,62
14 2033 2,15 -R$33.926,61 R$0,00 120342,1 R$204.199,34 R$170.272,73 R$1.243.868,34
15 2034 2,31 -R$37.539,00 R$0,00 120342,1 R$218.200,53 R$180.661,53 R$1.424.529,87
16 2035 2,49 -R$41.536,02 R$0,00 120342,1 R$233.150,98 R$191.614,96 R$1.616.144,84
17 2036 2,68 -R$45.958,63 R$0,00 120342,1 R$249.114,16 R$203.155,53 R$1.819.300,36
18 2037 2,88 -R$50.852,14 R$0,00 120342,1 R$266.157,68 R$215.305,54 R$2.034.605,90
19 2038 3,10 -R$56.266,70 R$0,00 120342,1 R$284.353,61 R$228.086,91 R$2.262.692,81
20 2039 3,33 -R$62.257,78 R$0,00 120342,1 R$303.778,71 R$241.520,93 R$2.504.213,75
Após feita a simulação foram levantadas as saídas do modelo para os 100.000 casos.
As saídas são apresentadas nas figuras a seguir. As saída consideradas foram LCOE, TIR,
Payback e VPL.
47
4 CONSINDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho teve como objetivo geral a elaboração de uma análise financeira de
projeto de geração solar fotovoltaica por meio de simulação Monte Carlo. O objetivo foi
alcançado já que no capítulo 3 deste trabalho foi apresentada a elaboração de uma análise
financeira de um projeto de geração solar fotovoltaica por meio de simulação Monte Carlo.
O primeiro objetivo específico deste trabalho foi definir os termos: riscos em
projetos, viabilidade financeira de projetos, geração solar fotovoltaica e simulação Monte
Carlo. O objetivo foi cumprido já que no capítulo 2 foi apresentada a teoria necessária para
responder à questão geral proposta.
O segundo objetivo específico deste trabalho foi rastrear os principais riscos que
afetam na viabilidade financeira de projetos de geração solar fotovoltaica e determinar a faixa
mais provável de ocorrência desses riscos. Ainda no capítulo 2, foram definidos os principais
riscos que afetam na análise financeira desse tipo de projeto. No capítulo 3 foi apresentado as
faixas mais prováveis de ocorrências dos riscos.
O último objetivo específico deste trabalho foi analisar quantitativamente o impacto
dos riscos na viabilidade financeira de um projeto de geração solar fotovoltaica por meio de
uma simulação Monte Carlo. Esse objetivo foi alcançado no capítulo 3 deste trabalho.
Após a análise dos dados, observaram-se os limites para as saídas do modelo. As
ocorrências mais prováveis para cada saída são apresentadas na Tabela a seguir.
Nos estudos apresentados por (BARBOSA, 2015), foi observado um LCOE dentro
de R$0,329/kWh e R$0,544/kWh, o que está próximo da taxa de variação encontrada neste
trabalho, confirmando assim, o que foi desenvolvido.
Também, foi observado que em nenhum dos casos da simulação foi encontrado
VPL abaixo de zero ou TIR inferiores ao custo de capital, confirmando a viabilidade positiva
dos sistemas de geração solar fotovoltaica estudado.
Este trabalho, limitou-se a análise financeira de projetos de geração solar
fotovoltaica de 75kWp no município de Fortaleza, Ceará.
Como sugestão de temas futuros, aconselha-se expandir os estudos para plantas de
geração solar fotovoltaica com potências superiores a 75kWp. Buscando assim a viabilidade
financeira ou não destas plantas através da simulação de Monte Carlo.
51
REFERÊNCIAS
ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. 1. ed. Brasília: ANEEL, v. 1, 2018. ISBN
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mn-2&p_p_col_count=1&_consultaspublicasvisualizacao_WAR_Aud>. Acesso em: 30 mar.
2019. -.
CURY, M. V. Q. Finanças Corporativas. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,
2007.
52
JOIA, L. A. et al. Gerenciamento de Riscos em Projetos. 3ª. ed. Rio de Janeiro: FGV
mANAGEMENT, 2013.