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NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

CURSO PREPARATÓRIO PARA O TSE - PROF. FABIANO PEREIRA


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Olá!

Seja bem-vindo ao nosso curso sobre a Lei 8.112/1990 (que dispõe


sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias e das fundações públicas federais), que tem por objetivo
prepará-lo para a conquista de uma vaga no tão desejado Tribunal
Superior Eleitoral – T.S.E.

Se você analisou minuciosamente o edital elaborado pela


CONSULPLAN (banca examinadora responsável pela organização do
concurso público do TSE), certamente constatou que o tópico “normas
aplicáveis aos servidores públicos federais” (que se restringe à Lei
8.112/1990) está incluído no conteúdo programático para todos os
cargos, exigindo, assim, uma atenção especial do candidato.

Para transformá-lo em um verdadeiro especialista em regime jurídico


dos servidores públicos federais, apresentaremos em nosso curso os
aspectos teóricos da Lei 8.112/1990, relações de questões
comentadas, Resumo de Véspera de Prova (contendo os pontos
cruciais que devem ser recordados pelo candidato) e diversos exercícios
de fixação do conteúdo (apenas com o gabarito).

O nosso curso será focado nas questões elaboradas pela


Consulplan. Todavia, como são poucos os concursos públicos realizados
por essa banca, também utilizaremos algumas questões do CESPE
(quando necessário) e, principalmente, da Fundação Carlos Chagas.

Essa é uma excelente estratégia de estudo, já que a Fundação Carlos


Chagas tem o hábito de elaborar questões que exigem do candidato
apenas o conhecimento literal da legislação (a exemplo da Consulplan),
enquanto o CESPE privilegia o conhecimento doutrinário e jurisprudencial.

É importante ficar claro que você não pode correr o risco de errar
uma questão em prova sobre o assunto tratado em nosso curso, pois esse
“deslize” pode significar a sua reprovação. Assim, a nossa missão é
garantir que você gabarite a prova, isto é, acerte todas as questões sobre
o tema “normas aplicáveis aos servidores públicos federais”.

Se você está achando essa missão muito difícil, pode ter certeza de
que durante o curso eu me encarregarei de demonstrar e comprovar o
contrário. Desde que você siga todas as orientações que serão
apresentadas, o seu sucesso na prova é certeiro!

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A propósito, muito prazer, meu nome é Fabiano Pereira e
atualmente exerço as funções de Analista Judiciário no Tribunal
Regional Eleitoral do Estado de Minas Gerais. Paralelamente às
atribuições desse cargo público, também ministro aulas em universidades
e cursos preparatórios para concursos públicos em várias cidades
brasileiras.

Aqui no Ponto dos Concursos, ministro cursos teóricos e de


exercícios na área do Direito Administrativo e Direito Eleitoral.

Nesses últimos anos, tive a oportunidade de sentir “na pele” a


deliciosa sensação de ser nomeado em razão da aprovação em vários
concursos públicos. Entretanto, sou obrigado a confessar que a minha
realização profissional está intimamente atrelada à docência.

A convivência virtual ou presencial com os alunos de todo o país e a


possibilidade de abreviar o caminho daqueles que desejam ingressar no
serviço público é o que me inspira no cotidiano.

Desse modo, tenho procurado reservar um tempinho para uma de


minhas grandes paixões: escrever para candidatos a concursos
públicos.

Até o momento, foram publicados pela Editora Método os seguintes


livros de minha autoria:

1) “Direito Administrativo – Questões comentadas do CESPE”;

2) “Direito Administrativo – Questões comentadas da


Fundação Carlos Chagas - FCC”;

3) “Direito Administrativo – Questões comentadas da ESAF”.

4) E-book “1001 Questões Comentadas de Direito Eleitoral –


FCC” (disponível no site do Ponto).

Esses livros possuem uma linguagem acessível, objetiva e direta,


abordando o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo
Tribunal Federal em relação aos temas mais importantes do Direito
Administrativo e Eleitoral. Vale à pena conferir!

Se você ainda não teve o privilégio de ser nomeado para um cargo ou


emprego público, mantenha-se firme nesse propósito, pois, certamente, a
sua aprovação virá. Trata-se apenas de uma questão de tempo e
perseverança.

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Eu também passei pelas mesmas crises que você enfrentou ou está
enfrentando atualmente: insegurança, ansiedade, gastrite nervosa,
insônia, falta de dinheiro, entre outras. Entretanto, depois de longos
meses de estudo e de muito acreditar na aprovação, consegui atingir o
meu primeiro objetivo: tornar-me um Analista da Justiça Eleitoral.
Mas a guerra ainda não acabou! Assim como você, ainda continuo firme no
propósito de galgar novas oportunidades no serviço público.

Simbora!

Para que você possa programar os seus estudos, apresento a seguir


o conteúdo que será ministrado, bem como o respectivo cronograma de
divulgação das aulas:

AULA DEMONSTRATIVA – Disposições gerais sobre as normas


aplicáveis aos servidores públicos federais. Da nomeação.

AULA 01 (02/12/12) – Disposições gerais sobre as normas


aplicáveis aos servidores públicos federais. Da nomeação. Do
provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição.

AULA 02 (09/12/11) – Dos direitos e vantagens: do vencimento e


da remuneração; das vantagens; das férias.

AULA 03 (16/12/11) – Das licenças; dos afastamentos; das


concessões; do tempo de serviço; do direito de petição.

AULA 04 (23/12/11) – Do regime disciplinar: dos deveres e


proibições; da acumulação; das responsabilidades; das penalidades;
do processo administrativo disciplinar.

Use e abuse do nosso fórum de dúvidas, enviando-nos todos os


questionamentos que surgirem durante os seus estudos. O objetivo deste
curso é tentar garantir que você gabarite a prova, isto é, acerte todas
as questões sobre o tópico “normas aplicáveis aos servidores públicos
federais”.

Se você possui alguma dificuldade em relação à Lei 8.112/1990, eis a


grande oportunidade de superá-la de uma vez por todas, facilitando,
assim, a sua gratificante jornada rumo ao cargo público desejado no
Tribunal Superior Eleitoral.

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No mais, lembre-se sempre de que o curso está sendo desenvolvido
para atender às suas necessidades, portanto, as críticas e sugestões
serão prontamente acatadas, caso sirvam para aumentar a produtividade
das aulas que estão sendo ministradas.

Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou


funcionamento do curso, fique à vontade para esclarecê-las através do
e-mail fabianopereira@pontodosconcursos.com.br.

Até a próxima aula!

Fabiano Pereira

fabianopereira@pontodosconcursos.com.br

Ps.: também estou à sua disposição no FACEBOOK, é só clicar no


link www.facebook.com.br/professorfabianopereira

"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de


ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea."

(Allan Kardec)

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LEI 8.112/1990 E SUAS RESPECTIVAS ALTERAÇÕES

1. Agentes Públicos ...................................................................... 06

1.1. Classificação dos Agentes Públicos ................................ 07

1.1.1. Celso Antônio Bandeira de Mello ................................. 07

1.1.2. Hely Lopes Meirelles ................................................... 09

2. Disposições preliminares .......................................................... 13

2.1. Regime estatutário ........................................................ 13

2.2. Regime celetista ............................................................ 15

2.3. Regime especial ............................................................. 15

3. Regime jurídico único ............................................................... 16

4. Provimento

4.1. Disposições gerais ......................................................... 17

4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos


públicos ............................................................... . 18

4.3. Formas de provimento .................................................... 20

4.3.1. Nomeação .................................................................... 20

4.3.1.1. Direito subjetivo à nomeação ................................... 22

4.3.2. Formas de provimento derivado .................................. 24

4.4. Estágio probatório .......................................................... 33

4.5. Estabilidade .................................................................... 38

4.6. Hipóteses de vacância .................................................... 41

E por aí vai ...

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1. Agentes públicos

Para que possamos entender com mais clareza a exposição dos principais
dispositivos da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais), é
necessário que conheçamos antes o conceito de agente público e as
classificações formuladas pelos principais doutrinadores brasileiros.

Podemos definir como agente público toda e qualquer pessoa física que
exerce, em caráter permanente ou temporário, remunerada ou gratuitamente,
sob qualquer forma de investidura ou vínculo, função pública em nome do
Estado.

A expressão “agentes públicos” abrange todas as pessoas que, de


qualquer modo, estão vinculadas ao Estado, alcançando desde os mais
importantes agentes, como o Presidente da República, até aqueles que, somente
em caráter eventual, exercem funções públicas, como é o caso dos mesários
eleitorais.

Independentemente do nível federativo (União, Estados, Distrito Federal


ou Municípios) ou do poder estatal no qual exerce as suas funções (Legislativo,
Executivo ou Judiciário), para que seja denominado de “agente público” é
suficiente que a pessoa física esteja atuando em nome do Estado.

Analisando-se a legislação vigente, podemos encontrar várias definições


legais para a expressão “agentes públicos”, a exemplo do artigo 2º da Lei nº
8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), que reputa agente público “todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual”.

O artigo 327 do Código Penal também apresenta uma definição legal,


porém, em vez de utilizar-se da expressão “agentes públicos”, adota a expressão
“funcionários públicos”.

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,


quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.

§ 1º. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou


função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública.

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Para responder às questões da CONSULPLAN: A expressão “funcionário


público” não é mais utilizada pela Constituição Federal de 1988, pelo menos no
âmbito do Direito Administrativo. Na legislação penal, ainda é comum a utilização
da referida expressão, mas podemos considerá-la equivalente à expressão
“agentes públicos”.

Embora mais sucinto, o conceito de funcionário público é muito


semelhante ao de agente público, pois também abrange todos aqueles que
exercem funções públicas.

1.1. Classificação dos agentes públicos

São muitas as classificações elaboradas pelos doutrinadores brasileiros


para distinguir as várias espécies de agentes públicos. Todavia, como o nosso
objetivo é ser aprovado no concurso do Tribunal Superior Eleitoral, iremos
restringir o nosso estudo àquelas que realmente são cobradas em prova, a
exemplo das classificações formuladas pelos professores Hely Lopes Meirelles (a
mais exigida) e Celso Antônio Bandeira de Mello.

1.1.1. Classificação de Celso Antônio Bandeira de Mello

Apesar de não ser a classificação mais exigida nas questões de concursos,


algumas bancas examinadoras esporadicamente exigem conhecimentos sobre
as espécies de agentes públicos na visão do citado professor.

Portanto, para responder às eventuais questões elaboradas pela


CONSULPLAN, lembre-se de que Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que a
expressão agentes públicos “é a mais ampla que se pode conceber para
designar genérica e indistintamente os sujeitos que servem ao Poder Público
como instrumentos expressivos de sua vontade ou ação, ainda quando o façam
apenas ocasional ou episodicamente. Quem quer que desempenhe funções
estatais, enquanto as exercita, é um agente público. Por isto, a noção abarca
tanto o Chefe do Poder Executivo (em quaisquer das esferas) como os
senadores, deputados e vereadores, os ocupantes de cargos ou empregos
públicos da Administração direta dos três Poderes, os servidores das autarquias,
das fundações governamentais, das empresas públicas e sociedades de
economia mista nas distintas órbitas de governo, os concessionários e
permissionários de serviço público, os delegados de função ou ofício público, os
requisitados, os contratados sob locação civil de serviços e os gestores de
negócios públicos.”

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Afirma ainda o professor que os agentes públicos podem ser estudados em
três categorias distintas: os agentes políticos, os servidores públicos e os
particulares em colaboração com o poder público.

a) Agentes políticos

Celso Antônio Bandeira de Mello adota um conceito mais restrito de


agentes políticos, pois afirma que eles “são os titulares dos cargos estruturais à
organização política do país, isto é, são os ocupantes dos cargos que compõem o
arcabouço constitucional do estado e, portanto, o esquema fundamental do
poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do estado”.

Neste caso, seriam agentes políticos somente o Presidente da República,


os Governadores, os Prefeitos e seus respectivos auxiliares imediatos (Ministros
e Secretários das diversas pastas), os Senadores, os Deputados e os Vereadores.

Informação importante para as questões de prova é o fato de que o


professor não inclui os magistrados, membros do Ministério Público e membros
dos Tribunais de Contas no conceito de agentes políticos, ao contrário do
professor Hely Lopes Meirelles, pois entende que somente podem ser incluídos
nesta categoria aqueles que possuem a eleição como forma de investidura, com
exceção dos cargos de Ministros e Secretários de Estado, que são de livre
nomeação e exoneração.

Ademais, afirma ainda que os magistrados, membros do Ministério Público


e dos Tribunais de Contas não exercem funções tipicamente políticas (como
criar leis ou traçar programas e diretrizes de governo), apesar de exercerem
funções constitucionais extremamente importantes, e, portanto, não podem ser
considerados agentes políticos.

b) Servidores estatais

Ainda segundo as palavras do professor, servidores estatais são todos


aqueles que mantêm com o Estado ou suas entidades da Administração Indireta,
independentemente de serem regidas pelo direito público ou direito privado,
relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual sob vínculo
de dependência, podendo ser classificados em:

9 servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de


cargos públicos;

9 servidores empregados das empresas públicas, sociedades de


economia mista e fundações públicas de direito privado, contratados
sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de emprego
público;

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9 servidores temporários, contratados por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art.
37, IX, da CF/88), que exercem funções públicas sem estarem
vinculados a cargo ou emprego público.

c) Particulares em colaboração com o poder público

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “esta categoria de agentes é


composta por sujeitos que, sem perderem sua qualidade de particulares –
portanto, de pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal (com exceção
única dos recrutados para serviço militar) – exercem função pública, ainda que
às vezes apenas em caráter episódico”, sob os seguintes instrumentos:

9 delegação do poder público, como se dá com os empregados das


empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos e os que
exercem serviços notariais e de registro (art. 236 da CF/88);

9 mediante requisição, como acontece com os jurados, mesários eleitorais


durante o período eleitoral e os recrutados para o serviços militar
obrigatório, que, em geral, não possuem vínculo empregatício e não
recebem remuneração;

9 os que sponte própria (vontade própria) assumem espontaneamente


determinada função pública em momento de emergência, como no
combate a uma epidemia, incêndio, enchente, etc.

9 contratado por locação civil de serviços (como ocorre na contratação


de um advogado altamente especializado para a sustentação oral perante
Tribunais).

1.1.2. Classificação de Hely Lopes Meirelles

Para o saudoso professor, os agentes públicos podem ser classificados em


agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes
delegados e agentes credenciados.

a) Agentes políticos

Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, agentes políticos são “os


componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos,
funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou
delegação, para o exercício de atribuições constitucionais”.

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Como exemplos podemos citar os chefes do Poder Executivo
(Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares
imediatos (Ministros, Secretários estaduais, distritais e municipais), os
membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores) e os
magistrados, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.

Contrariamente ao professor Celso Antônio Bandeira de Mello, que


exclui os membros da Magistratura, do Ministério Público e dos Tribunais de
Contas do conceito de “agentes políticos”, Hely Lopes Meirelles afirma que em
razão de gozarem de independência funcional e possuírem suas
competências previstas diretamente no texto constitucional, tais agentes
devem sim ser considerados políticos.

Para responder às questões da CONSULPLAN: O entendimento do professor


Hely Lopes Meirelles é majoritário, além de ser adotado pelo Supremo Tribunal
Federal. Assim, se a banca não fizer referência a qualquer doutrinador, essa é a
classificação que deve ser utilizada para responder às respectivas questões.

b) Agentes honoríficos

Agentes honoríficos são cidadãos convocados, requisitados, designados ou


nomeados para prestar, em caráter temporário, serviços públicos de caráter
relevante, a título de munus público (colaboração cívica), sem qualquer vínculo
profissional com o Estado, e, em regra, sem remuneração.

Como exemplos podemos citar os mesários eleitorais, os recrutados


para o serviço militar obrigatório, os jurados, os comissários de menores, entre
outros.

É válido esclarecer que apesar de não possuírem vínculo com o Estado, os


agentes honoríficos são considerados “funcionários públicos” para fins
penais e sobre eles não incidem as regras sobre acumulação de cargos,
empregos e funções públicas, previstas no inciso XVI, do artigo 37, da CF/88.

c) Agentes delegados

Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “agentes delegados são


particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade,
obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco,
mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do
delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem honoríficos, nem
representantes do Estado; todavia, constituem uma categoria à parte de
colaboradores do Poder Público. Nesta categoria se encontram os
concessionários e permissionários de obras e serviços públicos, os
serventuários de Ofícios ou Cartórios não estatizados, os leiloeiros, os
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tradutores e intérpretes públicos, e demais pessoas que recebam delegação
para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de interesse coletivo”.

Apesar de exercerem atividades públicas em nome próprio, por sua conta e


risco, é válido esclarecer que os agentes delegados estão sujeitos às regras de
responsabilização civil previstas no § 6º, do artigo 37, da CF/88, e também são
considerados “funcionários públicos” para fins penais.

d) Agentes credenciados

Agentes credenciados são aqueles que têm a incumbência de representar


a Administração Pública em algum evento específico (um Congresso
Internacional, por exemplo) ou na prática de algum ato determinado,
mediante remuneração e sem vínculo profissional, sendo considerados
funcionários públicos para fins penais.

Os agentes credenciados somente serão considerados agentes públicos


durante o período em que estiverem exercendo as funções públicas para as quais
foram credenciados.

Desse modo, se um cientista particular foi convidado pela Administração


Pública para representá-la em um Congresso Internacional sobre a “Gripe A”, por
exemplo, somente durante o período do evento ele será considerado agente
público.

e) Agentes administrativos

Agentes administrativos são todos aqueles que exercem um cargo,


emprego ou função pública perante à Administração, em caráter permanente,
mediante remuneração e sujeitos à hierarquia funcional instituída no órgão ou
entidade ao qual estão vinculados.

Essa categoria de agentes públicos representa a imensa maioria da força


de trabalho da Administração Direta e Indireta, em todos os níveis federativos
(União, Estados, DF e Municípios) e em todos os Poderes (Legislativo, Executivo
e Judiciário), podendo ser dividida em:
9 Servidores públicos titulares de cargos efetivos ou em comissão;
9 Empregados públicos;
9 Contratados temporariamente em virtude de necessidade temporária
de excepcional interesse público.

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Servidores públicos titulares de cargos efetivos são aqueles que
ingressaram no serviço público mediante concurso público e que, portanto,
podem adquirir a estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício. Esses
servidores também são chamados de estatutários, pois são regidos por um
estatuto legal, responsável por disciplinar seus principais direitos e deveres em
face da Administração Pública.

Na esfera federal, o estatuto responsável por disciplinar as relações entre


Administração Pública e servidores é a Lei 8.112/1990. Todavia, cada ente
estatal possui autonomia para criar seu próprio estatuto dos servidores, como
aconteceu em Minas Gerais com a edição da Lei Estadual 869/1952, e em
Montes Claros/MG (terra do pequi com carne de sol), com a edição da Lei
Municipal 3.175/2003.

Pergunta: professor, os servidores das entidades da Administração


Indireta também são regidos por um estatuto jurídico?

Depende. Na esfera federal, somente os servidores da União, seus


respectivos órgãos públicos (a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral),
autarquias e fundações públicas de direito público federais são regidos
pela Lei 8.112/90, pois os empregados das empresas públicas e sociedades de
economia mista são necessariamente celetistas. Sendo assim, é correto
afirmar que somente as entidades regidas pelo direito público adotam o
regime estatutário, pois este é inerente às funções típicas de Estado
(fiscalização, administração fazendária, advocacia pública, etc), nos termos do
artigo 247 da CF/88.

Além dos servidores titulares de cargos efetivos, é válido destacar que os


ocupantes de cargos em comissão (de livre nomeação e exoneração) também
são denominados servidores públicos. Entretanto, em virtude de ocuparem
cargos em comissão (também denominados cargos de confiança), tais
servidores não gozam de estabilidade, pois se sustentam no cargo apenas em
virtude da “confiança” depositada pela autoridade responsável pela nomeação.

Desse modo, é correto afirmar que são servidores públicos tanto os


ocupantes de cargos de provimento efetivo, quanto os ocupantes de cargos
em comissão.

A segunda espécie de agente administrativo citada pelo professor Hely


Lopes Meirelles é o empregado público, que não ocupa cargo, mas sim
emprego público.

Os empregados públicos não são regidos por um estatuto (e, portanto,


não podem ser chamados de estatutários), mas sim pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), que lhes assegura os mesmos direitos previstos para os
trabalhadores da iniciativa privada, tais como aviso prévio, FGTS, seguro
desemprego, entre outros estabelecidos no artigo 7º da CF/88 (que não são
garantidos aos servidores públicos na totalidade).

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As empresas públicas e sociedades de economia mista (integrantes
da Administração Pública Indireta) adotam necessariamente o regime celetista
para os seus empregados, apesar de serem obrigadas a realizar concurso público
para a contratação de pessoal.

Por último, integram também a categoria dos agentes administrativos


aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma
necessidade temporária de excepcional interesse público, conforme
preceituado no inciso IX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988.

Neste caso, a lei de cada ente federativo (União, Estados, DF e Municípios)


estabelecerá os prazos máximos de duração desses contratos e as situações que
podem ser consideradas de necessidade temporária, conforme estudaremos
posteriormente.

2. Disposições preliminares

A Lei 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos


civis da União, seus respectivos órgãos, sobre as autarquias e as fundações
públicas federais de Direito Público. Deve ficar bem claro que as suas
disposições legais não alcançam os empregados das empresas públicas e das
sociedades de economia mista, que são regidos pelo regime celetista.

Nas palavras do professor José dos Santos Carvalho Filho, regime


jurídico “é o conjunto de regras de Direito que regulam determinada relação
jurídica”, sendo possível citar como exemplo o regime estatutário, o celetista e o
regime especial.

2.1. Regime Estatutário

Regime estatutário é o conjunto de regras previstas em lei e responsável


por disciplinar a relação jurídica entre os servidores públicos e a
Administração direta, autárquica e fundacional de Direito Público, em
todos os entes federativos.

É regra geral que cada ente estatal (União, Estados, Municípios e DF)
possua o seu próprio regime estatutário, responsável por regular os direitos e os
deveres de seus servidores. Somente para exemplificar, destaca-se que no
Estado de Minas Gerais é a Lei 869/52 que estabelece o regime jurídico de
seus servidores. Por outro lado, na minha querida cidade de Montes
Claros/MG, o regime jurídico dos servidores públicos municipais foi instituído
pela Lei Municipal 3.175/03.

A Lei Federal 8.112/90 (que instituiu regime jurídico dos servidores


públicos da União, fundações públicas de Direito Público e autarquias) serviu e

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tem servido de parâmetro normativo para vários Municípios e Estados
brasileiros, o que não invalida as legislações dos respectivos entes.

Uma das principais características do regime estatutário é a garantia de


aquisição de estabilidade, após 03 (três) anos de efetivo exercício, para os
servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em virtude de concurso
público, nos termos do artigo 41 da Constituição Federal de 88.

Pergunta: O regime estatutário, a exemplo daquele instituído pela Lei


8.112/90, abrange somente os servidores titulares de cargos efetivos?

Não. Apesar de ser uma dúvida comum entre os candidatos, é válido


esclarecer que o regime estatutário abrange os cargos de provimento efetivo
e, ainda, os cargos de provimento em comissão (também chamados de
cargos de confiança e que são de livre nomeação e exoneração da autoridade
competente, independentemente de prévia aprovação em concurso público).

A dúvida é muito comum porque os titulares de cargos em comissão


contribuem para o regime geral de previdência social (RGPS), apesar da
obrigatoriedade de se submeterem aos deveres e proibições previstos nos
respectivos estatutos.

Para responder às questões da CONSULPLAN: Lembre-se sempre de que a


Lei 8.112/1990 assegura direitos e impõe deveres aos titulares de cargos
públicos de provimento efetivo e, ainda, aos ocupantes de cargos em
comissão (cargos de confiança).

O cargo público é definido legalmente como o “conjunto de atribuições e


responsabilidades previstas na estrutura organizacional e que devem ser
cometidas a um servidor”, possuindo as seguintes características:

1ª) são acessíveis a todos os brasileiros natos e naturalizados que


preencham os requisitos previstos na lei, bem como aos estrangeiros, na
forma da lei;

2ª) são criados por lei;

3ª) possuem denominação própria;

4ª) os vencimentos são pagos pelos cofres públicos; e

5ª) as funções inerentes ao cargo público somente podem ser exercidas


mediante remuneração, salvo nos casos previstos em lei.

2.2. Regime celetista


Regime celetista é aquele inicialmente aplicável às relações jurídicas
existentes entre empregados e empregadores no campo da iniciativa privada,
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amparado pela Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº.
5.542/43). Entretanto, o regime celetista (que ainda pode ser chamado de
trabalhista ou de emprego) também pode ser aplicado no âmbito da
Administração Pública brasileira.

O § 1º, artigo 173, da Constituição Federal, por exemplo, estabelece que


as empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações
trabalhistas.

Sendo assim, não restam dúvidas de que os agentes administrativos que


exercem suas funções perante as empresas públicas e as sociedades de
economia mista são regidos pela CLT, sendo denominados, portanto, de
empregados públicos.

Para responder às questões da CONSULPLAN: A Lei 8.112/1990 não se


aplica aos empregados públicos das sociedades de economia mista e das
empresas públicas federais, pois esses são regidos pela CLT.

2.3. Regime especial

O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que o regime especial
“visa disciplinar uma categoria específica de servidores: os servidores
temporários”, contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88, que
assim dispõe:
“IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”.
Conforme destacado, o próprio dispositivo constitucional atribui à lei de
cada ente estatal a prerrogativa de estabelecer os casos que podem ensejar a
excepcional contratação de agentes sem a realização de concurso público.

Na esfera federal, foi editada a Lei 8.745/93, que tem por objetivo
disciplinar os contratos temporários no âmbito da Administração Direta
federal, autárquica e fundacional.

Em seu artigo 2º, a Lei 8.745/93 especificou algumas situações que


podem ser consideradas de necessidade temporária e de excepcional
interesse público, justificando a contratação temporária, a exemplo da
assistência a situações de calamidade pública, combate a surtos endêmicos,
realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística
efetuadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, admissão de
professor substituto e professor visitante, admissão de professor e pesquisador
visitante estrangeiro, entre outras.

Ainda nos termos da lei, destaca-se que não é necessária a realização de


concurso público para a contratação de servidores em caráter temporário, sendo
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suficiente a realização de um processo seletivo simplificado sujeito a ampla
divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União.

Os agentes contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88, não
podem ser considerados estatutários, uma vez que estão submetidos a regime
contratual. Também não podem ser considerados celetistas, pois não são
regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), apesar de estarem
sujeitos ao regime geral de previdência.

Portanto, é correto afirmar que esses agentes estão incluídos em uma


terceira categoria de agentes administrativos, com características bastante
peculiares. Como você não precisa se aprofundar no estudo do regime especial
para responder às questões da prova, iremos restringir o nosso estudo ao
regime estatutário, mais precisamente à Lei 8.112/1990.

3. Regime jurídico único

O texto original da Constituição Federal de 1988, em seu art. 39,


estabelecia expressamente que:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão,


no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de
carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias
e das fundações públicas.

Entretanto, a Emenda Constitucional nº. 19, de 04/06/1998, conferiu nova


redação ao artigo 39 da Constituição Federal, eliminando a exigência de
regime jurídico único no âmbito da Administração Pública Direta, autárquica e
fundacional.

Eis o texto do art. 39 da Constituição Federal após a promulgação da


Emenda Constitucional nº 19/1998:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão,


no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das
fundações públicas.

Perceba que o texto constitucional simplesmente deixou de fazer


referência à obrigatoriedade de adoção, pela Administração Pública de regime
jurídico único para os servidores. Assim, uma autarquia poderia contratar, em
tese, alguns agentes públicos regidos pela Lei 8.112/1990 e outros regidos pelo
regime celetistas (desde que respeitadas algumas condições).

Todavia, em 02 de agosto de 2007, o Supremo Tribunal Federal concedeu


medida cautelar (liminar) na ADI 2.135 suspendendo as alterações efetuadas
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no caput do artigo 39 da CF/88, voltando a vigorar então a obrigatoriedade de
adoção de regime jurídico único.

Atualmente, a Administração federal direta, autárquica e fundacional (de


Direito Público) está proibida de contratar agentes pelo regime da CLT, pelo
menos até o julgamento final do mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade
2.135.

Foram suspensos também os efeitos da Lei 9.962/00 (criada para


disciplinar o regime celetista no âmbito da Administração), já que não mais se
admite a contratação de empregados públicos no âmbito da Administração
federal direta, autárquica e fundacional. Porém, como os efeitos da decisão do
Supremo Tribunal Federal foram “ex nunc”, todas as contratações efetuadas
durante a vigência da lei foram mantidas até o julgamento final do mérito.

Para responder às questões da CONSULPLAN: A partir de agosto de 2007


voltou a vigorar, pelo menos em caráter provisório, o denominado “regime
jurídico único”. Desse modo, a União, as autarquias e as fundações públicas
federais de direito público estão proibidas de contratar agentes administrativos
pelo regime celetista, já que devem prevalecer os efeitos da medida cautelar
(liminar) proferida pelo STF e que suspendeu a alteração promovida no texto
original do art. 39 da Constituição Federal.

Essa restrição não alcança as empresas públicas e as sociedades


de economia mista, que sempre contrataram e podem continuar
contratando pelo regime celetista, nos termos do artigo 173 da
Constituição Federal de 88.

4. Provimento

4.1. Disposições gerais


O art. 5º da Lei 8.112/90 estabelece expressamente os requisitos
básicos que devem ser atendidos por aqueles que desejam a investidura em um
cargo público, a saber:
a) a nacionalidade brasileira;
b) o gozo dos direitos políticos;
c) a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
d) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
e) a idade mínima de dezoito anos;
f) aptidão física e mental.

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(QUESTÃO CONSULPLAN/Procurador Câmara de Queimados-RS/2010)


O acesso aos cargos, aos empregos e às funções públicas depende da satisfação
de requisitos legalmente estabelecidos. Correto.
Apesar de a nacionalidade brasileira ser um dos requisitos para a
investidura em cargo público, é importante esclarecer que universidades e
instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus
cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, nos termos do §
3º, artigo 5º, da Lei 8.112/90.

Para responder às questões da Consulplan: Todas as questões de prova que


afirmarem que os estrangeiros estão proibidos de ocupar cargos públicos no
Brasil devem ser consideradas incorretas. Apesar de se tratar de exceção, o §
3º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, assegura essa possibilidade.

ATENÇÃO: nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, aos


portugueses equiparados a brasileiros naturalizados também é assegurado o
direito de concorrer a cargos e empregos públicos.

4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos


públicos

O § 2º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, determina que “às pessoas portadoras
de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas no concurso”.

A obrigatoriedade de reserva de vagas para as pessoas portadoras de


deficiência consta no inciso VIII, artigo 37, da CF/88. Todavia, o texto
constitucional não especifica o percentual que deverá ser reservado, ficando sob
a responsabilidade da lei essa definição.

Perceba que a lei 8.112/1990 não estabeleceu um percentual mínimo de


vagas a serem reservadas, limitando-se a restringir o máximo em 20% (vinte por
cento). Todavia, o Decreto Federal 3.298/99, que regulamenta a Lei nº
7.853/89 e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência, estabeleceu, em seu artigo 37, § 1º, o percentual de
5% (cinco por cento).

Pergunta: Professor, existe algum instrumento normativo que defina


quem é o portador de deficiência?

Sim. Essa definição está prevista no artigo 4º do Decreto 3.298/99, que


assim declara:
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Art. 4º. É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra
nas seguintes categorias:
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função
física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,
monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro,
paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto
nº 5.296, de 2004)
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ,
1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de
2004)
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou
menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa
visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a
melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do
campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a
ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; (Redação
dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004)
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho;
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.

Calma ... Você não precisa se preocupar em interpretar os conceitos acima,


pois eles não são cobrados em provas de concursos públicos (rsrs).

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(QUESTÃO CONSULPLAN/Advogado Prefeitura de Sertaneja-PR/2010)


A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. Correto.

4.3. Formas de provimento

Provimento nada mais é que o ato administrativo através do qual é


preenchido um cargo público, podendo ser originário ou derivado.

4.3.1. Nomeação

A nomeação é a única forma de provimento originário existente. Pode


ser definida como o ato administrativo pelo qual a Administração Pública dá
ciência ao seu destinatário da necessidade de cumprimento de formalidades
específicas (a exemplo da apresentação da documentação exigida no edital, nos
casos de provimento de cargo efetivo), no prazo de até 30 (trinta) dias, para que
seja formalizada a posse.

A nomeação é considerada originária porque inicia um vínculo entre o


indivíduo e a Administração, seja em caráter efetivo ou em comissão. Na
nomeação em caráter efetivo, o candidato aprovado em concurso público é
comunicado de que terá até 30 (trinta) dias para providenciar a documentação
prevista no edital, formalizando o seu vínculo perante a Administração, que
ocorre mediante a posse.

A nomeação não gera qualquer obrigação para o candidato, mas sim o


direito subjetivo de comparecer à Administração e formalizar o seu vínculo.
Assim, caso o candidato não compareça perante a Administração no prazo de até
30 (trinta) dias para tomar posse, a nomeação tornar-se-á sem efeito, não
produzindo qualquer obrigação ou imposição de penalidade ao candidato.

Apesar de a nomeação para cargo de provimento efetivo exigir prévia


aprovação em concurso público, o mesmo não ocorre em relação às
nomeações para cargos em comissão (também chamados de cargos de
confiança). Nesta última hipótese, tem-se um ato discricionário, que sequer
precisa ser motivado.

A autoridade competente tem a prerrogativa de nomear qualquer


pessoa para provimento de cargo em comissão, servidor ou não.

Aqui é importante destacar o teor da súmula vinculante nº. 13 do Supremo


Tribunal Federal, que declara expressamente que
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou

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de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta
e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Apesar de não constar expressamente em seu texto, o Supremo Tribunal


Federal, no julgamento da Reclamação 6650, declarou que a contratação de
parentes para cargos políticos (Ministros, Secretários de Estado e Secretários
municipais) não viola a Constituição Federal, pois são cargos que devem ser
providos por pessoas de extrema confiança da autoridade nomeante.

Nesses termos, o Prefeito de um Município pode nomear sua mãe para


ocupar o cargo de Secretária Municipal da Fazenda, mas não pode nomear a
irmã para ocupar o cargo de Gerente do Posto de Saúde “X”, pois este não é
considerado cargo político e sim um cargo administrativo.

Pergunta: Professor Fabiano, suponhamos que José atualmente ocupe o


cargo efetivo de professor da rede estadual de educação de Minas Gerais e
tenha sido aprovado para o cargo de Técnico Judiciário do Tribunal Superior
Eleitoral. Nesse caso, ocorrerá uma nova nomeação para o cargo de Técnico
Judiciário?

Sim. Apesar de José já ter sido nomeado, assinado o termo de posse e


entrado em exercício no cargo de professor, será novamente nomeado para o
cargo de Técnico Judiciário do TSE, pois está se iniciando um novo vínculo entre
José e a Administração Pública.

Outra pergunta: E se José, titular do cargo de Técnico Judiciário, for


aprovado em concurso público para o cargo de Analista Judiciário, também no
Tribunal Superior Eleitoral? Ocorrerá uma nova nomeação?

Pode ter certeza disso. Perceba que os dois cargos públicos são distintos,
possuindo atribuições diferentes. Apesar de José já possuir um vínculo com o
TSE, iniciará um novo vínculo, com características distintas, a partir do momento
que assinar o termo de posse no cargo de Analista Judiciário.

4.3.1.1. Direito subjetivo à nomeação

...

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Bem, acho que já deu para sentir a didática e o conteúdo do curso,


né?! A aula de hoje foi apenas uma “amostra” de tudo o que ainda está
por vir.

Este certamente é o mais completo curso sobre a Lei 8.112/1990


disponível no mercado...

Quer gabaritar a prova? Então nos encontramos na próxima aula!

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serão disponibilizados em nosso curso...

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RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA

1. Servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público, seja ele


de provimento efetivo ou em comissão.

2. É possível a prestação de serviços gratuitos, desde que exista


previsão legal.

3. Os portugueses equiparados aos brasileiros naturalizados também


podem ocupar cargos públicos no Brasil.

4. Os requisitos básicos para investidura em cargo público somente


devem ser comprovados no ato da posse.

E dezenas de outras dicas ...

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QUESTÕES COMENTADAS
01. (Procurador de 2ª Classe / Município de Salvador 2006/FCC) De
acordo com a doutrina, agente público é toda a pessoa física que presta
serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração Indireta,
(A) incluindo-se os servidores públicos, estatutários e celetistas, bem como os
agentes políticos, estes desde que investidos mediante nomeação e não
detentores de mandato eletivo.
(B) inclusive os particulares que atuam em colaboração com o poder público,
mediante delegação, requisição, nomeação ou designação.
(C) não se incluindo na categoria os agentes políticos, detentores de mandato
eletivo.
(D) não se incluindo na categoria os militares.
(E) somente incluindo-se na categoria aqueles que possuem vínculo estatutário
ou celetista com a Administração.

Comentários

A expressão “agente público” é utilizada pela doutrina em sentido muito


amplo, abrangendo toda e qualquer pessoa física que exerce, em caráter
permanente ou temporário, remunerada ou gratuitamente, sob qualquer forma
de investidura ou vínculo, função pública em nome do Estado. Alcança todas
as pessoas físicas que, de qualquer modo, estão vinculadas ao Estado. Isso
inclui desde os mais importantes agentes, como o Presidente da República,
Senador ou Deputado Federal (detentores de mandatos eletivos), os militares, e
até mesmo aqueles que somente em caráter eventual exercem funções públicas,
como é o caso dos mesários eleitorais.

Independentemente do nível federativo (União, Estados, Distrito Federal


ou Municípios) ou do poder estatal no qual exerce as suas funções (Legislativo,
Executivo ou Judiciário), para que seja denominado “agente público” é suficiente
que a pessoa física esteja atuando em nome do Estado.

GABARITO: LETRA B.

02. (Técnico Administrativo/TRE AM 2010/FCC) Quanto à nomeação é


INCORRETO afirmar que
(A) se dará em comissão, salvo na condição de interino, para cargos de
confiança ou efetivos, ainda que não vagos.
(B) far-se-á em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento
efetivo ou de carreira.
(C) para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos.
(D) o servidor ocupante de cargo em comissão poderá ser nomeado para ter
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa.

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(E) os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na
carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes
do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
Comentários

(A) A nomeação, forma originária de provimento, far-se-á em caráter


efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira,
ou, ainda, em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de
confiança vagos. Assertiva incorreta.

Para responder às questões da CONSULPLAN, lembre-se de que os cargos


em comissão também são denominados de cargos de confiança, não sendo
exigida a realização de concurso público para o respectivo provimento.

(B) O texto da assertiva deve ser considerado correto, pois está em


conformidade com o teor da Lei 8.112/90. Cargo de carreira é aquele que se
escalona em várias classes e níveis, permitindo ao seu titular usufruir de
progressões e promoções durante a sua vida funcional. Por outro lado, cargo
isolado é aquele que não se divide em níveis e classes, sendo estático em razão
da natureza de suas atribuições.

(C) O inc. II do art. 37 da CF/88 é expresso ao afirmar que “a investidura


em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração”. Assertiva correta.

(D) O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial


realmente poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente
(provisoriamente), em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
que atualmente ocupa. Nesse caso, deverá optar pela remuneração de apenas
um deles durante o período da interinidade. Assertiva correta.

(E) O texto da assertiva deve ser considerado correto, pois não é a Lei
8.112/90 que irá estabelecer os critérios de promoção e progressão em relação
às várias carreiras existentes no âmbito da Administração Pública Federal. A
título de exemplo, destaca-se que para disciplinar a carreira dos Auditores Fiscais
da Receita Federal do Brasil foi criada a Lei 10.593/02, enquanto que para
disciplinar a carreira dos Policiais Rodoviários Federais foi criada a Lei 9.654/98.

GABARITO: LETRA A.
03. (Especialista em Políticas Públicas/Estado de SP 2009/FCC) Em
conformidade com a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal
ao caput do artigo 39 da Constituição Federal, o regime jurídico dos
servidores públicos:
(A) deve ser único para os servidores da Administração Direta, das Autarquias e
das Fundações Públicas.
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(B) pode ser estendido, por lei, aos empregados de sociedades de economia
mista que exploram atividade econômica em regime de concorrência com a
iniciativa privada.
(C) deve ser o mesmo para servidores de Fundações Públicas, sejam de Direito
Público ou de Direito Privado.
(D) pode ser celetista para os servidores das Autarquias e Fundações Públicas e
deve ser estatutário, para os servidores da Administração direta.
(E) deve ser adotado para empregados de empresas públicas que desenvolvem
atividade econômica em regime de monopólio.
Comentários

A Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/1998, ao conferir nova redação


ao artigo 39 da Constituição Federal, havia eliminado a exigência de regime
jurídico único no âmbito da administração pública direta, autárquica e
fundacional. Como conseqüência, foi publicada a Lei Federal nº 9.962/00, com o
objetivo de disciplinar o regime de emprego público do pessoal da
Administração federal direta, autárquica e fundacional de Direito Público.

Com o advento da citada lei, a Administração Direta federal, bem como


suas autarquias e respectivas fundações públicas de Direito Público foram
autorizadas a selecionar agentes administrativos pelo regime estatutário ou
pelo regime celetista. Todavia, em 02 de agosto de 2007, o Supremo Tribunal
Federal concedeu medida cautelar na ADI 2.135 suspendendo as alterações
efetuadas no caput do artigo 39 da CF/88, voltando a vigorar, então, a
obrigatoriedade de adoção de regime jurídico único.

Nesses termos, atualmente a Administração federal direta, autárquica e


fundacional está proibida de contratar agentes pelo regime da CLT, pelo menos
até o julgamento final do mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.135.

Foram suspensos também os efeitos da Lei 9.962/00, já que não mais se


admite a contratação de empregados públicos no âmbito da Administração
federal direta, autárquica e fundacional. Porém, como os efeitos da decisão do
Supremo Tribunal Federal foram “ex nunc”, todas as contratações celetistas
efetuadas durante a vigência da lei foram mantidas até o julgamento final do
mérito.

Desse modo, para responder às questões da CONSULPLAN sobre o tema,


lembre-se de que atualmente voltou a vigorar o regime jurídico único para os
servidores da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas de
direito público. As empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações públicas de direito privado continuam contratando seus empregados
pelo regime celetista, já que são regidas pelo direito privado.

GABARITO: LETRA A

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E dezenas de outras questões ...

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QUESTÕES PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO

01. (FCC/Técnico Judiciário TRT 8ª Região/2010) Sobre cargo público é


correto afirmar:
a) Cargo público e emprego público são expressões sinônimas.
b) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei.
c) Cargo em Comissão pode ser provido em caráter permanente.
d) Nem todo cargo tem função, mas a toda função corresponde um cargo.
e) A criação de cargo pode se feita por decreto do Chefe do Poder Executivo.

02. (FCC/Técnico Judiciário TRE AP/2011) Deocleciano foi empossado


como servidor efetivo do cargo público "X". De acordo com a Lei nº
8.112/90, Deocleciano
a) terá o prazo de quinze dias para entrar em exercício, contados da data da
posse.
b) terá o prazo de trinta dias para entrar em exercício, contados do primeiro dia
útil posterior à data da posse.
c) entrará em exercício imediatamente, tendo em vista que a posse e o exercício
são atos que devem ser realizados obrigatoriamente concomitantemente.
d) terá o prazo de dez dias para entrar em exercício, contados do primeiro dia útil
posterior à data da posse.
e) terá o prazo de dez dias prorrogáveis por mais dez, contados da data da posse.

03. (FCC/Analista Judiciário TRT 14ª Região/2011) Ricardo foi


designado para o exercício de determinada função de confiança no
âmbito da Administração Pública Federal. A respeito do fato narrado, é
correto afirmar:
a) Para assumir a mencionada função, Ricardo deve ser ocupante de cargo em
comissão.
b) A função de confiança destina-se a atender necessidade temporária de
excepcional interesse público, ou seja, destina-se a situação emergencial e
provisória.
c) Exige-se concurso público para a investidura na mencionada função de
confiança.
d) Ricardo não poderá exercer atribuição de chefia, uma vez que as funções de
confiança destinam-se somente às atribuições de direção e assessoramento.

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e) Para assumir a mencionada função, Ricardo deve ser servidor público
ocupante de cargo efetivo.

04. (FCC/Analista Judiciário TRT 4ª Região/2011) Francisco foi


nomeado em caráter efetivo para o cargo de Técnico Judiciário - Área
Administrativa, enquanto Lúcia, servidor pública federal, foi promovida
para outro cargo de hierarquia superior. Nesses casos, a nomeação e a
pro moção são, respectivamente, de natureza
a) originária e derivada.
b) derivada e vertical.
c) decorrente e horizontal.
d) derivada e originária.
e) vertical e horizontal.

05. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) No que diz respeito ao tema


cargo, emprego e função pública, é correto afirmar:
a) As funções de confiança, exercidas por servidores ocupantes de cargos
efetivos ou não, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.
b) A expressão emprego público designa uma unidade de atribuições e
distingue-se do cargo público pelo tipo de vínculo que liga o servidor ao Estado;
portanto, o ocupante de emprego público tem vínculo estatutário.
c) A função exercida por servidores contratados temporariamente para
atendimento de situações de excepcional interesse público exige,
necessariamente, concurso público.
d) As várias competências previstas na Constituição para os entes federativos
são distribuídas entre os respectivos órgãos, os quais dispõem de determinado
número de cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria,
atribuições e o padrão de vencimento ou remuneração.
e) Exige-se concurso público não só para a investidura em cargo ou emprego,
como em todos os casos de função, ou seja, as exercidas temporariamente para
atender necessidade de excepcional interesse público e as ocupadas para o
exercício de funções de confiança.

E dezenas de outras questões ...

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NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS
CURSO PREPARATÓRIO PARA O TSE - PROF. FABIANO PEREIRA
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GABARITO

01.B 02.A 03.E 04.A 05.D

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