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CENTRO DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS E SOCIAIS APLICADAS

EM LETRAS

LUCICLEIDE EVANGELISTA SILVA


SIMONE DE SOUSA SANTOS.

“A LÍNGUA PORTUGUESA NOS PARÂMETROS CURRICULARES


NACIONAIS”

São João Do Paraíso


2015

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LUCICLEIDE EVANGELISTA SILVA
SIMONE DE SOUSA SANTOS.

“A LÍNGUA PORTUGUESA NOS PARÂMETROS CURRICULARES


NACIONAIS”

Trabalho de letras, apresentado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, nas disciplinas


Metodologias do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura
Literaturas de Língua Portuguesa
Estruturalismo e Sociolinguística
Seminário da Prática IV
Estágio Curricular Obrigatório I RA:01484650,02185896 Professores:Andressa Aparecida Lope,
Rosemari Bendlin Calzavara, Anderson Teixeira Rolim, Celso Leopoldo Pagnan, Juliana Fogaça
Sanches Simm, Ednéia de Cássia Santos Pinho, Antonio Lemes Guerra Junior

São João Do Paraíso


2015

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇAO---------------------------------------------------------------------------------------03
2-DESENVOLVIMENTO-----------------------------------------------------------------------------05
3-CONSIDERAÇOES FINAIS----------------------------------------------------------------------08
4-REFERÊNCIAS-------------------------------------------------------------------------------------09

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1-INTRODUÇÃO

Nas últimas duas décadas, muitas foram as iniciativas que fizeram das
referências curriculares o principal tema de reflexão, debate e produção. Entre elas
estão as Diretrizes Curriculares Nacionais, a proposta de Parâmetros Curriculares
Nacionais e a discussão em torno dos direitos à aprendizagem e desenvolvimento
presentes em diversos documentos.

Recentemente, o debate sobre currículo toma uma maior dimensão com o


novo Plano Nacional de Educação promulgado por meio da Lei no. 13.005/2014, que
traz metas e estratégias sobre as diversas questões que envolvem a necessidade de
se unir esforços federativos para a institucionalização efetiva do Sistema Nacional
de Educação (SNE) que expresse nosso projeto de nação; isto é, além de
pensarmos a educação escolar, temos que também pensar na construção de nosso
desenvolvimento como país e como queremos construir nosso futuro.

É nesse ambiente que surge a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),


também ela produto de consultorias universitárias, de comitês de especialistas, de
técnicos competentes. Seguindo o mesmo diapasão: implantação vertical, referência
para os sistemas de avaliação. Imposição, enfim. Como ocorrera com os PCN,
assim que aprovada a BNCC surgirão os programas “BNCC em ação” para tentar
chegar ao chão da escola, copiando o programa “PCN em ação”. Provavelmente os
assessores e consultores, dos centros universitários e das Organizações Não
Governamentais (ONG) e Organizações Sociais (OS), já estão com os projetos
elaborados para apresentar assim que saírem os novos editais, sugeridos por eles
mesmos.

Nesse contexto, o governo federal submeteu à consulta pública um


documento preliminar da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), construído na
Secretaria de Educação Básica do MEC por uma Comissão de Especialistas das
áreas do conhecimento, convidados individualmente e oriundos de universidades e
institutos federais de educação, ciência e tecnologia, como também professores e
gestores das secretarias estaduais indicados, principalmente, pelo Conselho
Nacional de Secretários - Consed e da pela União dos Dirigentes Municipais de
Educação – Undime.
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O tema da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) está no centro das
discussões sobre a educação no Brasil. O documento já estava previsto na
Constituição de 1988 para alunos do ensino básico, tendo sido ampliado
recentemente para alunos do ensino médio, com a aprovação, em 2014, do Plano
Nacional de Educação (PNE). O objetivo é determinar qual o currículo mínimo para
todos os alunos das escolas de educação básica do país e quais são os objetivos de
aprendizagem que devem ser previstos por professores e coordenadores quando da
elaboração do projeto pedagógico da escola. A Base Comum será a mesma para
todo o Brasil. Mas ela prevê espaços para conteúdos definidos pelas escolas e
redes, de acordo com as particularidades de Estados e municípios. A BNCC deverá
determinar 60% dos conteúdos que serão comuns a todas as escolas brasileiras. Os
outros 40% serão determinados regionalmente, abrangendo particulares regionais e
locais. De acordo com o MEC, os mais de 2 milhões de professores continuarão
tendo liberdade para optar pelos melhores caminhos para a explanação das
disciplinas, decidindo que outros pontos precisam ser acrescentados, respeitando a
diversidade e o contexto onde estão inseridos.

A adoção de um currículo único poderá garantir aos estudantes o direito de


aprender um conjunto fundamental de conhecimentos e habilidades comuns de Sul
a Norte. Apesar da existência de Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e de
currículos estaduais e municipais muitas escolas ainda se pautam no que é
apresentado pelos livros didáticos e avaliações como a Prova Brasil e o Enem, visto
que estabelecem o que vão ensinar com base no conteúdo cobrado nesses exames.
Com a BNCC, as avaliações terão que se adaptar ao ensino.

Ter uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é essencial para reduzir
as desigualdades educacionais de um país. Definir o que ensinar em cada etapa da
trajetória escolar permite estabelecer expectativas de aprendizagem e critérios de
qualidade que poderão ser cobrados com mais eficiência e transparência.

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2-DESENVOLVIMENTO

O objetivo da BNCC é sinalizar percursos de aprendizagem e


desenvolvimento dos estudantes ao longo da educação básica. Na área de
linguagens, a BNCC mantém coerência com os PCN, de que é uma extensão.
Desde a publicação desses parâmetros, assumimos oficialmente uma concepção de
linguagem: uma forma de ação e interação no mundo.

A intenção, afirma Dutra, é de que a “BNCC seja um documento de


orientação, debatido nacionalmente, e sirva de sustentação para a construção dos
currículos das escolas em todo o Brasil”. Ele destaca que a BNCC servirá de guia
para os educadores e de ferramenta de controle social para todos. A ideia é que
essa base beneficie os docentes, porque ela vai trazer uma orientação mais próxima
ao trabalho do professor, pensando que vai chegar aos componentes curriculares.
Mas a BNCC é também um objeto de controle social. Pais e estudantes vão olhar e
saber o que está acordado nacionalmente, e isso é importante para o trabalho de
educação básica, com crianças, jovens, adultos, porque ela vai desde a educação
infantil até o ensino médio.

Durante a educação básica, deve-se favorecer a formação literária de modo a


garantir a continuidade no letramento literário, esse tipo de letramento é entendido
como processo de apropriação da literatura como linguagem que oferece uma
experiência estética, bem como ampliação gradativa das referencias culturais
compartilhados nas comunidades de leituras que se constituem na escola. É
importante ressaltar que o processo de letramento se faz por meio de textos
literários e compreende uma dimensão diferenciada do uso social da escrita, sendo
necessário um trabalho especial para assegurar seu efetivo domínio. Pela literatura,
constituem se subjetividades, expressam- se sentimentos, desejos, emoções de um
modo particular, com uso diversificado de recursos expressivos e estéticos. Nesse
processo, a formação de leitores literários envolve reflexão sobre a linguagem, o
implica o reconhecimento de procedimentos de elaboração textual e certa
consciência das escolhas envolvidas na construção dos textos.

A questão mais preocupante é que o documento não explicita que teorias ou


métodos embasam o estudo da literatura em ordem cronológica decrescente, como
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proposto no documento. Essa modificação na progressão dos conteúdos altera
diretamente a didática de ensino da Literatura, mas não fica claro qual o objetivo
dessa opção, nem as escolhas teóricas ou metodológicas que a sustentam. Essa
falta de clareza compromete a concretização da proposta, seja pelos professores ou
pelo livro didático, pois não é possível saber sobre que bases ela está ancorada.

Na BNCC a organização das práticas de linguagem (leitura, escrita, oralidade)


por campos de atuação aponta para a importância da contextualização do
conhecimento escolar, para a ideia de que essas práticas derivam de situações da
vida social e, ao mesmo tempo, precisam ser situadas em contextos significativos
para os/as estudantes. Nesse sentido, os objetivos de aprendizagem de língua
portuguesa estão organizados em cinco eixos, que, dizem respeito a praticas e a
conhecimentos de linguagens são: apropriação do sistema de escrita alfabética
/ortográfico e de tecnologias da escrita, oralidade, leitura, escrita e análise
linguística, sendo esse ultimo transversal ao demais. Esses eixos contribuem para
desenvolver o letramento em todas as áreas de conhecimento, pois é por meio de
seu aprendizado que o estudante poderá interagir em diferentes situações, lendo,
escrevendo, ouvindo e falando. Por isso cabe a área de linguagens assegurarem o
direito a formação de sujeitos leitores e produtores de textos que transitem com
confiança pelas formas de registro dos diversos componentes curriculares,
salvaguardando suas singularidades, e pelas práticas de linguagens que se dão no
espaço escolar.

Os conteúdos gramaticais – o estudo do verbo, das conjunções,


das estruturas sintáticas, dos recursos semânticos etc. – são, além de recolocados,
redimensionados, ou seja, ganham um novo lugar e outro sentido. Em substituição
aos exercícios de nomeação e classificação dos recursos da língua, em lugar dos
estudos normativos, os estudantes são envolvidos em atividades de análise e
reflexão sobre o seu uso e funcionamento em textos e contextos diversos, tendo em
vista seu aprimoramento como leitor, ouvinte, falante e escritor. “As práticas de
ensino de linguagem articulam, portanto, atividades que contemplam os usos da
língua e atividades de reflexão sobre esses usos.” (pg. 16-17).

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A defesa do respeito e do estudo das regras da gramática não é feita para
que elas sirvam apenas como instrumentos de avaliações do conhecimento de
regras em si, com uma palmatória à mão para aqueles que não as decorarem, mas
sim porque conhecer e aplicar as regras de gramática na comunicação oral e escrita
é crucial para se avançar nas demandas de uma educação de qualidade, inclusive
no ensino superior a na vida profissional, como propõe nossa Constituição.

Nos princípios orientadores da BNCC, há de se observar que os Direitos de


Aprendizagem destacados devem ser assegurados como direito à educação para o
estudante. E preocupa duas questões: a primeira é o viés um tanto individual e
descritivo do documento em forma de receituário, deixando de destacar o contexto e
a realidade da sociedade capitalista que impõe limites e obstáculos à atuação da
escola. O segundo refere-se à sutil ausência de equilíbrio entre os protagonistas
encarregados em fazer com que os objetivos sociais da escola sejam atingidos,
devendo ser dada maior ênfase ao papel do Estado e das políticas públicas para a
consecução da qualidade socialmente referenciada da educação, ao lado dos
compromissos atinentes à comunidade escolar, é preciso ter clareza de que a BNCC
apenas será incorporada de fato nas escolas se for construída de maneira
participativa pelos trabalhadores em educação, universidades, demais setores da
comunidade educacional e da sociedade brasileira comprometidos com a educação
de qualidade para todos.

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3-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui se que a BNCC deve se articular com outras políticas, tais como a
formação de professores, as políticas de avaliação e a produção de material
didático. Nesse ponto, é fundamental destacar que se é fato que a base nacional
comum deva ser observada na formulação dos projetos de formação inicial e
continuada de professores, isso não pode significar, de forma alguma, a construção
de um modelo em que a formação de professores seja transformada em mero
processo de treinamento para aplicação dos conteúdos presentes na BNCC. A
formação teórica e prática dos professores deve ser capaz de formar profissionais
que incentivem o senso crítico dos estudantes e que, muito mais do que
reprodutores dos conteúdos comuns da BNCC, sejam sujeitos ativos na construção
do conhecimento e das partes comum e diversificada dos currículos, as quais devem
ser articuladas no processo de elaboração dos PPPs das escolas.

É fundamental entender que a BNCC não será suficiente para, sozinha,


promover o necessário salto de qualidade da educação pública brasileira. De toda
forma, a Base faz parte do extenso rol de políticas necessárias para que esse salto
seja possível – é necessário, entre outros pontos, financiamento adequado,
condições de trabalho, formação continuada, valorização salarial e profissional dos
trabalhadores da educação. Apenas dessa forma as escolas serão capazes de
cumprir seu papel social, assegurando inclusão e qualidade do ensino a todos os
estudantes.

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4-REFÊRENCIAS

VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA: OS TEXTOS DO SABER E A PRÁTICA DOS


PROFESSORES Dilian da Rocha Cordeiro – PCR.Disponível em:
<www.anped.org.br/reunioes/32ra/arquivos/.../GT10-5881--Int.pdf >Acessado em:
22/05/2010.

BRASIL. SEF/MEC. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Documento preliminar.


MEC. Brasília, DF, 2015.
VIEIRA, Juçara. Três reflexões sobre currículo. Cadernos de Educação. Brasília, DF, CNTE, n. 5,
1997.
LÁZARO, André Luiz de Figueiredo in Revista Retratos da Escola. Brasília, v.7, n.13, 2013.
Revistas Retratos da Escola. Brasília, DF, CNTE, nº 2/3 (2008), nº 13 (2013) e nº 16 (2015).

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.

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