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Assembleia Legislativa do

Estado do Amapá – ALAP

COMUM A TODOS OS CARGOS

Língua Portuguesa
Interpretação de texto. .......................................................................................................................................................1
Argumentação. Pressupostos e subentendidos. ............................................................................................................3
Níveis de linguagem. ...........................................................................................................................................................7
Ortografia e acentuação. ....................................................................................................................................................8
Articulação do texto: coesão e coerência. ..................................................................................................................... 17
Classes de palavras. ......................................................................................................................................................... 26
Sintaxe. Termos da oração. Processos de coordenação e subordinação. ............................................................... 47
Discurso direto e indireto. .............................................................................................................................................. 71
Tempos, modos e vozes verbais. .................................................................................................................................... 76
Flexão nominal e verbal. ................................................................................................................................................. 77
Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Ocorrência da Crase. ............................................. 83
Pontuação. ......................................................................................................................................................................... 83
Equivalência e transformação de estruturas. ............................................................................................................... 88
Redação. ............................................................................................................................................................................. 89

Raciocínio Lógico-Matemático
Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); ...................1
Expressões numéricas; ....................................................................................................................................................... .6
Múltiplos e divisores de números naturais; problemas. ...............................................................................................8
Frações e operações com frações. .................................................................................................................................. 10
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; ..................................................................................... 12
Divisão em partes proporcionais; .................................................................................................................................. 14
Regra de três; ..................................................................................................................................................................... 17
Porcentagem e problemas. .............................................................................................................................................. 20
Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; deduzir novas
informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas
relações. .............................................................................................................................................................................. 21
Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio verbal, raciocínio matemático,
raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de
elementos.. .......................................................................................................................................................................... 36
Compreensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a
conclusões determinadas................................................................................................................................................. 50

História e Geografia do Amapá


História Colonização da região do Amapá e grupos étnicos. Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no
Amapá. História econômica da região do Amapá: do século XIX ao XXI. História política do Amapá: século XX.
A Cabanagem no Amapá. A Criação do Território Federal do Amapá. A criação do Estado do Amapá.
Manifestações populares e sincretismo cultural no Amapá. História da Região Norte. O patrimônio histórico
do Amapá ...............................................................................................................................................................................1
Geografia O espaço natural do Amapá (noções de relevo, clima, vegetação e hidrografia do estado). O meio
ambiente. A população do Amapá: crescimento, distribuição, estrutura e movimentos. A população indígena.
O espaço econômico: atividades agropecuárias, extrativistas e industriais e de serviços. O desenvolvimento
econômico do Amapá. O estado do Amapá no contexto brasileiro .............................................................................8
LÍNGUA PORTUGUESA
APOSTILAS OPÇÃO

05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;


06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
autor;
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
compreensão;
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
questão;
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Interpretação de texto. Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-
melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar


inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a
dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional
narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas
infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura
de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e
isso, devemos entender, primeiro, algumas definições criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise
importantes: de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar
suas dúvidas.
Texto Uma interpretação de texto competente depende de
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas
de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes
um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz
novela de televisão também são formas textuais. suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência
e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode
Interlocutor apresentar aspectos surpreendentes que não foram
É a pessoa a quem o texto se dirige. observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos
do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais
Texto-modelo presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias
(…) supracitadas ou apresentando novos conceitos.
É normal você querer o máximo de atenção do seu Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não
mais importante da sua vida.” costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses,
(Revista Capricho) supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso
Modelo de Perguntas na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com
quem é o seu interlocutor preferencial? cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um
Um leitor jovem. analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece
permitem a você identificar o interlocutor preferencial do nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
texto? Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
interpretacao-texto.html
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Questões
Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas
adolescentes. O uso da bicicleta no Brasil
A linguagem informal típica dos adolescentes.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
TEXTOS como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez
assunto; mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa comparação entre todos os meios de transporte, um dos que
a leitura; oferecem mais vantagens.
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e
pelo menos duas vezes; a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na
04) Inferir; calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e

Língua Portuguesa 1
APOSTILAS OPÇÃO

prioridade sobre os automotores. (D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à de locomoção se consolidou no Brasil.
bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, (E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista
pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não deve dar prioridade ao pedestre.
consomem petróleo e produzem muito menos sucata de
metais, plásticos e borracha; a diminuição dos 03. Considere o cartum de Evandro Alves.
congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que
atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento Afogado no Trânsito
da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a
economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro,
nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por
exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da
Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA,
com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país
aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o
projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em
Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5,
podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum
aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos é
estratégicos. (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas 04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A Televisão
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é
tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e
deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e
nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado) (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado)

01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de É correto concluir que, de acordo com o cartum ,
locomoção nas metrópoles brasileiras (A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra ou pela TV são equivalentes.
devido à falta de regulamentação. (B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido imaginação mais ativa.
incentivado em várias cidades. (C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela que não sabe se distrair.
maioria dos moradores. (D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os assistir a um programa de televisão.
demais meios de transporte. (E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade idêntico, embora ler seja mais prazeroso.
arriscada e pouco salutar.
Leia o texto para responder às questões:
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos
objetivos centrais do texto é Propensão à ira de trânsito
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
ciclista. Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro
mais seguro do que dirigir um carro. do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas.
no Brasil. E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas

Língua Portuguesa 2
APOSTILAS OPÇÃO

não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas


também se engajam num comportamento de risco – algumas Argumentação.
até agem especificamente para irritar o outro motorista ou
impedir que este chegue onde precisa. Pressupostos e
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter subentendidos.
antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um
motorista a tomar decisões irracionais.
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. ARGUMENTAÇÃO
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. Argumentar1 é a capacidade de relacionar fatos, teses,
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de embasar determinado pensamento ou ideia.
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no Um texto argumentativo sempre é feito visando um
momento. destinatário. O objetivo desse tipo de texto é convencer,
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que persuadir, levar o leitor a seguir uma linha de raciocínio e a
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros concordar com ela.
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao Para que a argumentação seja convincente é necessário
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um levar o leitor a um “beco sem saída”, onde ele seja obrigado a
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos concordar com os argumentos expostos.
concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto No caso da redação, por ser um texto pequeno, há uma
comunitário do ato de dirigir. obrigatoriedade em ser conciso e preciso, para que o leitor
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr. possa ser levado direto ao ponto chave. Para isso é necessário
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são que se exponha a questão ou proposta a ser discutida logo no
os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim início do texto, e a partir dela se tome uma posição, sempre de
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças forma impessoal. O envolvimento de opiniões pessoais, além
aprendem que as regras normais em relação ao de ser terminantemente proibido em textos que serão
comportamento e à civilidade não se aplicam quando analisados em concursos, pode comprometer a veracidade dos
dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em fatos e o poder de convencimento dos argumentos utilizados
comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa Por exemplo, é muito mais aceitável uma afirmação de um
continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com autor renomado ou de um livro conhecido do que o simples
pressa para chegar ao destino. posicionamento do redator a respeito de determinado
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos assunto.
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era Uma boa argumentação só é feita a partir de pequenas
descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a regras as quais facilmente são encontradas em textos do dia a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma dia, já que durante a nossa vida levamos um longo tempo
situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode tentando convencer as outras pessoas de que estamos certos.
transformar um incidente em uma violenta briga.
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está
predisposta a apresentar um comportamento irracional
quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior
parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando
dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente
de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo
quando estiver tentado a agir só com a emoção.
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no-
transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado)
Os argumentos devem ter um embasamento, nunca deve-
se afirmar algo que não venha de estudos ou informações
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é
previamente adquiridas.
correto afirmar que
Os exemplos dados devem ser coerentes com a realidade,
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à
ou seja, podem até ser fictícios, mas não podem ser
medida que os motoristas se envolvem em decisões inverossímeis.
conscientes. Caso haja citações de pessoas ou trechos de textos os
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas mesmos devem ser razoavelmente confiáveis, não se pode
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto citar qualquer pessoa.
comunitário do ato de dirigir. Experiências que comprovem os argumentos devem ser
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o também coerentes com a realidade.
principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção Há de se imaginar sempre os questionamentos, dúvidas e
agressiva. pensamentos contrários dos leitores quanto à sua
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de argumentação, para que a partir deles se possa construir
experiências e atividades não só individuais como também melhores argumentos, fundamentados em mais estudo e
sociais.
pesquisa.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
Quanto a estrutura do texto, este deve apresentar uma
emoções positivas por parte dos motoristas.
lógica de pensamentos. Os raciocínios devem ter uma relação
entre si, e um deve continuar o que o outro afirmava.
Gabarito No início do texto deve-se apresentar o assunto e a
1. B / 2. A / 3. D / 4. B / 5. D problemática que o envolve, sempre tomando cuidado para

1http://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/ http://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-
argumentativo/argumentacao.html

Língua Portuguesa 3
APOSTILAS OPÇÃO

não se contradizer. correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada.


Ao decorrer do texto vão sendo apresentados os Esse é o coração do texto, por isso, comumente se desdobra em
argumentos propriamente ditos, junto com exemplificações e mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em
citações (se existirem). defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo.
No final do texto as ideias devem ser arrematadas com uma Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese
tese (a conclusão). Essa conclusão deve vir sendo prevista pelo central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos
leitor durante todo o texto, à medida que ele vai lendo e se ao longo do texto.
direcionando para concordar com ela.
A argumentação não trabalha com fatos claros e evidentes, Relação entre Tese e Argumento
mas sim investiga fatos que geram opiniões diversas, sempre De modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser
em busca de encontrar fundamentos para localizar a opinião compreendida de duas maneiras principais:
mais coerente. Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque
Não se pode, em uma argumentação, afirmar a verdade ou Argumento (T→ pq→A):
negar a verdade afirmada por outra pessoa. O objetivo é fazer
com que o leitor concorde e não com que ele feche os olhos (A→ pt→T)
para possíveis contra-argumentos. “O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no
Caso seja necessário se pode também fazer uma tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao
comparação entre vários ângulos de visão a respeito do tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe
assunto, isso poderá ajudar no processo de convencimento do compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além disso
leitor, pois não dará margens para contra-argumentos. Porém (Ainda, e, também, relação de adição → quando se enumeram
deve-se tomar muito cuidado para não se contradizer e para argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes
ser claro. Para isso é necessário um bom domínio do assunto. prejuízos por causa de afastamentos de trabalhadores devido
aos males causados pelo fumo. Portanto (logo, por
Organização Textual conseguinte, por isso, então → observem a relação semântica
de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam
O ser humano se comunica por meio de textos. Desde uma proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os
simples e passageira interjeição como “Olá” até uma meios de comunicação.”
mensagem muitíssimo extensa. Em princípio, esses textos
eram apenas orais. Hoje, são também escritos. Nesse processo, (T→ pq→A)
os textos ganharam formas de organização distintas, com O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer
propósitos nitidamente distintos também. As principais forma de propaganda de cigarro, porque (uma vez que, já que,
formas de organização textual registradas na humanidade são, dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os
assim: anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas
- Narrativa: aquela que compreende textos que contam doenças relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda
uma história, relatam um acontecimento. que, não obstante, mesmo que → relação de oposição: usam-
- Argumentativa: a que visa ao convencimento do se as concessivas para refutar o argumento oposto) os ganhos
interlocutor. com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles
- Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou compensam o dinheiro gasto com essas doenças.
metaforicamente uma dada descrição.
Cada uma dessas formas de organização textual desdobra- Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa
se em inúmeros gêneros textuais distintos, que nada mais são consolida o texto.
do que cada concretizável possível a cada um dos objetivos - Argumentação por citação: sempre que queremos
textuais. Assim, por exemplo, a diferentes formas e formatos defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que
para se narrar: fábula, conto de fadas, romance, conto, notícia, pensam como nós acerca do tema em evidência.
fofoca, etc. Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma
informação extraída de outra fonte. A citação pode ser
Texto Argumentativo apresentada assim:
Esse tipo de texto, que é aplicado nas redações do Enem, Para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a
inclui diferentes gêneros, tais quais, dissertação, artigo de essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que
opinião, carta argumentativa, editorial, resenha o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11).
argumentativa, dentre outros. A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade
Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao intelectual de compreender que a regra expressa uma
convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se racionalidade em si mesma equilibrada.
baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto,
pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer assim, tal estratégia poderá funcionar bem.
esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos,
sobretudo, convém que essa tese seja apresentada, de maneira - Argumentação por comprovação: a sustentação da
clara, logo de início e que, depois, através de uma argumentação se dará a partir das informações apresentadas
argumentação objetiva e de diversidade lexical seja (dados, estatísticas, percentuais) que a acompanham.
sustentada/defendida, com vistas ao mencionado Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um
convencimento. ponto de vista equivocado. Veja:
A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o
introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir
uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da
composição do texto: Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos
que estão fora das escolas em cada Estado.
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5
apresentamos o assunto de que trataremos e a tese a ser % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a
desenvolvida a respeito desse assunto. qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do

Língua Portuguesa 4
APOSTILAS OPÇÃO

Estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito felizmente, surpreendentemente, curiosamente,
Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, espantosamente, etc.
seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, Intersubjetivos – francamente, sinceramente,
com 3,2% (168,7 mil). estranhamente, lamentavelmente, etc.
(Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)

Questão
Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que
demonstrem sua tese.
01. Identifique o sentido argumentativo dos seguintes
textos, e separe, por meio de barras, a tese e o(s)
- Argumentação por raciocínio lógico: a criação de
argumento(s).
relações de causa e efeito é um recurso utilizado para
(A) “Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o
demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é
que preciso. É econômico, nunca dá defeito e tem espaço
necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode
suficiente para transportar toda a minha família.”
ser contestada. Veja:
(B) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais;
“O fumo é o mais grave problema de saúde pública no
além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola.
Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de
Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais
maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos
modernos do mundo, definitivamente, somos o país do futuro.”
filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro
(C) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo
deveriam ser proibidas terminantemente. Para os
para dar errado: nossa diferença de idade é grande e nossos
desobedientes, cadeia.”
(VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000 .)
gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é
terrível.”
Para a construção de um bom texto argumentativo faz-se (D) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política
necessário o conhecimento sobre a questão proposta, social por aqui implementada é vista como demagogia,
fundamentação para que seja realizado com sucesso. paternalismo.”

Modalizadores Gabarito

2Os modalizadores discursivos possuem a tarefa de a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após
evidenciar o ponto de vista assumido pelo falante, além de uma constatação, se seguem as motivações que a
assegurar o modo como ele produz o discurso. fundamentam.
Em nossas diversas interações diárias, existem inúmeras Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que
intenções que explicitamos, por conta disso existem vários preciso (TESE)./ É econômico (argumento 1), /nunca dá
tipos de modalizadores discursivos. Em um argumento, há defeito (argumento 2)/ e tem espaço suficiente para
vários recursos linguísticos, como verbos auxiliares, modos transportar toda a minha família (argumento 3).
verbais, advérbios, adjetivos, etc.
Não há nenhum tipo de interação comunicativa sem b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T),
modalização, pois, quando nos expressamos, também uma vez que se parte de exemplificações para, a partir delas,
indicamos nosso ponto de vista em relação ao assunto em enunciar uma proposição.
pauta. Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais
Castilho e Castilho3 classificaram esses modalizadores: (argumento 1);/ além disso, todo ano batemos recordes de
produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso
Modalização Epistêmica parque industrial é um dos mais modernos do mundo
Possui a função de expressar uma avaliação sobre o valor (argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro.
de verdade e as condições de verdade da preposição. Dividem- (TESE).
se em três subclasses:
Os Asseverativos – Afirmativos: realmente, c) Aqui, o sentido é (T→ pq→A), em que de uma afirmação
evidentemente, naturalmente, efetivamente, certo, claro, sem inicial se desdobram exemplos que a justificam.
dúvida, lógico, mesmo, entre outros. Negativos: de forma Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para
alguma, de jeito nenhum. dar errado (TESE):/ nossa diferença de idade é grande
Os Quase-Asseverativos – assim, talvez, provavelmente, (argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos
possivelmente, eventualmente. (argumento 2). Além disso, a família dela é terrível (argumento
Os Delimitadores – um tipo de, quase, uma espécie de, 3).
biologicamente, geograficamente, etc.
d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se
Modalização Deôntica parte de uma causa que funciona como justificativa a uma
Tem relação com o princípio da obrigação e da permissão: enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada.
obrigatoriamente, necessariamente, etc. Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda
política social por aqui implementada é vista como demagogia,
Modalização Afetiva paternalismo (TESE).
Tem a função de verbalizar as reações emotivas do falante Artigos Relacionados
em face do conteúdo proposicional, colocando de lado Redação Enem 2014: apostas para o tema
quaisquer considerações de caráter epistêmico ou deôntico. Faça uma boa redação no Enem: dicas para prova de 2014.

Modalizadores Afetivos Para que seja possível compreender o que vem a ser
Dividem-se em dois tipos: Subjetivos – infelizmente, informação explícita4 em um texto, é preciso compreender que

2 https://bit.ly/30HbVak. 4http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-
3 CASTILHO, A. T.; CASTILHO, C. M. M de. Advérbios modalizadores. In: ILARI, texto/implicitos-e-pressupostos.html (Adaptado)
Rodolfo (Org.). Gramática do português falado. 2. ed. Campinas: Editora da
Unicamp, 1993.

Língua Portuguesa 5
APOSTILAS OPÇÃO

a linguagem verbal é polissêmica: um mesmo enunciado pode Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir
assumir diferentes sentidos em diferentes contextos e informações a partir de um texto. Fazer uma inferência
diferentes leitores podem atribuir sentidos distintos a um significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida.
texto, segundo Kátia Lomba Bräkling. Vejamos a interação a Nos vestibulares, fazer inferências é uma habilidade
seguir: fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos
enunciados.
Aluno: [levantando a mão] Professora, você pode me dizer A seguir, veremos dois tipos de informações que podem
que horas são? ser inferidas: as pressupostas e as subentendidas.
Professora: [olha no relógio e responde] Podem guardar o
material, pessoal! Pressupostos
Aluno: Êba! [rapidamente, guarda o material, seguido por Uma informação é considerada pressuposta quando um
outros colegas] enunciado depende dela para fazer sentido.
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando
Podemos observar que o aluno não perguntou se poderia Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado só faz sentido se
guardar o material. No entanto, pela reação dele era o que considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos
queria saber. A professora, interpretando a sua intenção, temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso
autorizou a guarda do material, encerrando a aula. Nesse caso, Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que
o sentido dos enunciados foi definido por fatores externos ao torna o enunciado sem sentido.
texto, autorizados pelas características da situação Repare que as informações pressupostas estão marcadas
comunicativa e pelo conhecimento mútuo dos interlocutores através de palavras e expressões presentes no próprio
sobre si mesmos e sobre as regras de convivência colocadas. enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no
Se o texto tivesse sido compreendido no sentido literal – enunciado “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra
ou seja, se tivessem sido consideradas as suas informações “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa é dada como
explícitas– a resposta da professora teria que ser outra- como, certa pelo falante.
por exemplo, “São cinco para as 11”. Nesse caso, as
autorizações não teriam sido dadas e os alunos continuariam Subentendidos
executando as tarefas. Ao contrário das informações pressupostas, as
Podemos dizer, então, que o sentido de um texto é informações subentendidas não são marcadas no próprio
constituído tanto por informações que são apresentadas enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser
explicitamente na superfície ou linearidade do texto, quanto entendidas como insinuações.
por outras, que se encontram implícitas. As primeiras são O uso de subentendidos faz com que o enunciador se
facilmente localizáveis no texto, pois se encontram escritas esconda atrás de uma afirmação, pois não quer se
com todas as letras. Já as segundas são dependentes do comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos
repertório prévio dos interlocutores e das características da são de responsabilidade do receptor, enquanto os
situação comunicativa. pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores.
A capacidade de localizar informações explícitas no texto é Em nosso cotidiano, somos cercados por informações
fundamental para a constituição da proficiência leitora e deve subentendidas. A publicidade, por exemplo, parte de hábitos e
ser objeto de ensino, desde os primeiros anos de escolarização, pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a
já no processo de alfabetização. anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a
Muitos consideram essa capacidade a mais simples de quebra de subentendidos.
todas. No entanto, é preciso considerar que nenhuma
capacidade de leitura é mobilizada no vazio, mas sempre em Questão
função da materialidade textual. Assim, se o texto for mais
complexo ou extenso, o processo de localização da informação 01. Texto I
solicitada – e a decorrente atribuição de sentido - poderá ser
igualmente mais complexo.

Informações Implícitas

Muitos candidatos ao ENEM se perguntam como melhorar


sua capacidade de interpretação dos textos. Primeiramente, é
preciso ter em mente que um texto é formado por informações
explícitas e implícitas. As informações explícitas são aquelas
manifestadas pelo autor no próprio texto. As informações
(Época. 12 out. 2009 - Foto: Reprodução/Enem)
implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas
podem ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma Texto II
leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler Conexão Sem Fio no Brasil
nas entrelinhas. Onde haverá cobertura de telefonia celular para baixar
Por exemplo, observe este enunciado: publicações para o Kindle.
- Patrícia parou de tomar refrigerante.
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar
refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia tomava
refrigerante antes”.
Agora, veja este outro exemplo:
- Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante.
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar
refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o falante tem
uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação
implícita. (Época. 12 out. 2009 - Foto: Reprodução/Enem)

Língua Portuguesa 6
APOSTILAS OPÇÃO

A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um A fala está sempre condicionada pelas regras socialmente
anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para
II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade permitir um exercício criativo da comunicação. Deste modo
das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes um indivíduo pode pronunciar um enunciado das seguintes
regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se maneiras: A família de Regina era paupérrima; ou A família de
que o advento do livro digital no Brasil Regina era muito pobre.
(A) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às
informações antes restritas, uma vez que eliminará as diversas manifestações da fala de cada um. Note, além disso,
distâncias, por meio da distribuição virtual. que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da
(B) criará a expectativa de viabilizar a democratização da língua portuguesa, para não correr o risco de produzir
leitura, porém esbarra na insuficiência do acesso à internet por enunciados incompreensíveis, como por exemplo: Família a
telefonia celular, ainda deficiente no país. paupérrima de era Regina.
(C) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos,
em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais Língua Falada e Língua Escrita
gratuitamente distribuídos pela internet.
(D) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois
país, levando em consideração as características de cada meios de comunicação distintos. A escrita representa um
região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais
informação. espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua
(E) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz,
brasileiros, uma vez que as características do produto algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua
permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim
geopolíticas. um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta
com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.
Gabarito No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa,
01.B mas existem usos diferentes da língua devido a diversos
fatores. Dentre eles, destacam-se:

Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação


Níveis de linguagem. cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram
para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada
utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não
LINGUAGEM teve acesso à escola.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo
É a capacidade que possuímos de expressar nossos com a situação em que nos encontramos, quando conversamos
pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A linguagem está com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se
relacionada a fenômenos comunicativos; onde há estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.
comunicação, há linguagem. Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades
Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para requer o domínio de certas formas de língua
estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos
símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao
(linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais
Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser da área de direito, informática, biólogos, médicos, linguistas
classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os entre outros especialistas.
indivíduos para comunicar-se. Podendo ser dividida em: Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre
influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança
Linguagem Verbal (falada): aquela que faz uso não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí fala-
das palavras para comunicar algo. se em linguagem infantil e linguagem adulta.

Linguagem Não Verbal (escrita): aquela que utiliza Fala


outros métodos de comunicação, que não são as palavras.
Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato
trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala,
um gesto, etc. pode escolher os elementos da língua que lhe convém,
conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a
Língua situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente
sociocultural em que vive, etc.
É um instrumento de comunicação, sendo composta por Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande
regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada
de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que
comunicar-se e compreender-se. Como por exemplo, os os outros falam; é por isso que somos capazes de dialogar com
falantes da língua portuguesa. pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem
A língua também possui um caráter social e pertence a um sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa.
conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. E cada
membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma Níveis da fala
de expressão, mas por outro lado, não é possível criar uma Devido ao caráter individual da fala, é possível observar
língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. alguns níveis:
Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular
a língua comunitária, originando a fala. Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das
pessoas utilizam no seu dia a dia, principalmente em situações

Língua Portuguesa 7
APOSTILAS OPÇÃO

informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, No texto, há exemplo de uso coloquial da linguagem na
não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não passagem:
com as regras formais estabelecidas pela língua. (A) então tudo foi pensado para que o público entrasse
junto com a gente nesse túnel do tempo.
Nível formal-culto: é o nível da fala normalmente (B) Com frases que parecem retiradas de um romance
utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se antigo, [...] os personagens se expressam de maneira correta e
por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às erudita.
regras gramaticais estabelecidas pela língua. (C) Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no
português extremamente culto e correto...
Questões (D) o autor da novela [...] diz que o linguajar de seus
personagens é um ponto que leva a novela a se destacar.
01. (CGE/RO - Auditor de Controle Interno - (E) Ele revela que toma diversos cuidados na hora de
FUNRIO/2018) escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário.

Entrevista de Carlos Heitor Cony Gabarito


“Hoje, se os Mamonas Assassinas [banda de pop-rock que
estourou em 1995, morta em um acidente de avião 1 ano 01. C / 02.A
depois] escreverem um livro sobre a teoria do quanta, não vai
faltar editor e não vai faltar leitor. (...) A indústria do livro era
muito elitista naquela época, havia um certo elitismo. O livro
era considerado um objeto, quase um totem, uma coisa
Ortografia e acentuação.
sagrada. Acho o fenômeno do Paulo Coelho muito útil. É um
homem que vende milhões de exemplares, faz o editor ganhar
dinheiro, e esse editor pode investir em outras coisas.” (Em ORTOGRAFIA
entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura).
Alfabeto
O nome de “Mamonas Assassinas” dado à banda de pop-
rock mostra um traço de modernidade, que é: O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. A –
(A) a preferência pela linguagem coloquial. B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–
(B) a presença da linguagem figurada. T – U – V – W – X – Y – Z.
(C) a busca de originalidade criativa.
(D) a utilização de imagens infantis. Observação: emprega-se também o “ç”, que representa o
(E) a falta de coerência, gerando incomunicabilidade. fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.

02. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Emprego das Letras e Fonemas


VUNESP/2018)
Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no português Emprego das letras K, W e Y
extremamente culto e correto que é falado pelos personagens Utilizam-se nos seguintes casos:
da novela. Com frases que parecem retiradas de um romance 1) Em antropônimos originários de outras línguas e seus
antigo, mesmo nos momentos mais banais, os personagens se derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo;
expressam de maneira correta e erudita. Taylor, taylorista.
Ao UOL, o autor da novela, Alcides Nogueira, diz que o
linguajar de seus personagens é um ponto que leva a novela a 2) Em topônimos originários de outras línguas e seus
se destacar. “Não tenho nada contra a linguagem coloquial, ao derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
contrário. Acho que a língua deve ser viva e usada em sintonia
com o nosso tempo. Mas colocar um português bastante culto 3) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como
torna a narrativa mais coerente com a época da trama. Fora unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K
isso, é uma oportunidade de o público conhecer um pouco (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.
mais dessa sintaxe poucas vezes usada atualmente”.
O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Emprego do X
Bia Corrêa do Lago, conta que a decisão de imprimir um Se empregará o “X” nas seguintes situações:
português erudito à trama foi tomada por ele e apoiada pelo 1) Após ditongos.
diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma Exemplos: caixa, frouxo, peixe.
diversos cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, Exceção: recauchutar e seus derivados.
inclusive, o dicionário. “Muitas vezes é preciso recorrer às
gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador. Aos 2) Após a sílaba inicial “en”.
poucos, a escrita foi ficando mais fácil”, afirma Nogueira, que Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca.
também diz se inspirar em grandes escritores da literatura Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo
brasileira e portuguesa, como Machado de Assis e Eça de “en-”. Ex.: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
Queiroz. encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
Para o autor, escutar os personagens falando dessa forma
ajuda o público a mergulhar na época da trama de modo 3) Após a sílaba inicial “me-”.
profundo e agradável. Compartilhou-lhe o sentimento Jayme Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão.
Monjardim, que também explica que a estética delicada da Exceção: mecha.
novela foi pensada para casar com o texto. “É uma novela que
se passa no fim dos anos 1920, então tudo foi pensado para 4) Se empregará o “X” em vocábulos de origem indígena ou
que o público entrasse junto com a gente nesse túnel do tempo. africana e em palavras inglesas aportuguesadas.
Acho que isso é importante para que o telespectador consiga Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu,
se sentir em outra época”, diz. bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar,
(Guilherme Machado. UOL. https://tvefamosos.uol.com.br. 15.11.2017.
Adaptado)

Língua Portuguesa 8
APOSTILAS OPÇÃO

rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, Exemplos: coisa, pouso, lousa, náusea.
xale, xingar, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
Emprego do Ch derivados.
Se empregará o “Ch” nos seguintes vocábulos: bochecha, Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse,
bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, puséssemos, quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera,
cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, quiséssemos, repus, repusera, repusesse, repuséssemos.
pechincha, salsicha, tchau, etc.
7) Em nomes próprios personativos.
Emprego do G Exemplos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa,
Se empregará o “G” em: Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás.
1) Substantivos terminados em: -agem, -igem, -ugem.
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem. Observação - também se emprega com a letra “S” os
Exceção: pajem. seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa,
cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena,
2) Palavras terminadas em: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio,
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio. querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo,
visita, etc.
3) Em palavras derivadas de outras que já apresentam “G”.
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), Emprego do Z
vertiginoso (de vertigem). Se empregará o “Z” nos seguintes casos:
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam Z no
Observação - também se emprega com a letra “G” os radical.
seguintes vocábulos: algema, auge, bege, estrangeiro, geada, Exemplos: deslize – deslizar / razão – razoável / vazio –
gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, esvaziar / raiz – enraizar /cruz – cruzeiro.
rabugento, vagem.
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos
Emprego do J a partir de adjetivos.
Para representar o fonema “j’ na forma escrita, a grafia Exemplos: inválido – invalidez / limpo – limpeza / macio –
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a maciez / rígido – rigidez / frio – frieza / nobre – nobreza / pobre
origem da palavra, como por exemplo no caso da na palavra jipe – pobreza / surdo – surdez.
que origina-se do inglês jeep. Porém também se empregará o “J”
nas seguintes situações: 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
substantivos.
1) Em verbos terminados em -jar ou -jear. Exemplos: Exemplos: civilizar – civilização / hospitalizar –
Arranjar: arranjo, arranje, arranjem hospitalização / colonizar – colonização / realizar – realização.
Despejar: despejo, despeje, despejem
Viajar: viajo, viaje, viajem 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita.
Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito,
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica. avezita.
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji.
5) Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade,
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam “J”. buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
Exemplos: laranja –laranjeira / loja – lojista / lisonja – proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
lisonjeador / nojo – nojeira / cereja – cerejeira / varejo –
varejista / rijo – enrijecer / jeito – ajeitar. 6) Em vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no
contraste entre o S e o Z. Exemplos:
Observação - também se emprega com a letra “J” os Cozer (cozinhar) e coser (costurar);
seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, Prezar (ter em consideração) e presar (prender);
jeito, jejum, laje, traje, pegajento. Traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).

Emprego do S Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.


Utiliza-se “S” nos seguintes casos: Como por exemplo: exame, exato, exausto, exemplo, existir,
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam “S” no exótico, inexorável.
radical. Exemplos: análise – analisar / catálise – catalisador /
casa – casinha ou casebre / liso – alisar. Emprego do Fonema S
Existem diversas formas para a representação do fonema “S”
2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título no qual podem ser: s, ç, x e dos dígrafos sc, sç, ss, xc, xs. Assim
ou origem. Exemplos: burguês – burguesa / inglês – inglesa / vajamos algumas situações:
chinês – chinesa / milanês – milanesa.
1) Emprega-se o S: nos substantivos derivados de verbos
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e –osa. terminados em -andir, -ender, -verter e -pelir.
Exemplos: catarinense / palmeirense / gostoso – gostosa / Exemplos: expandir – expansão / pretender – pretensão /
amoroso – amorosa / gasoso – gasosa / teimoso – teimosa. verter – versão / expelir – expulsão / estender – extensão /
suspender – suspensão / converter – conversão / repelir –
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa. repulsão.
Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa,
sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose. 2) Emprega-se Ç: nos substantivos derivados dos verbos ter
e torcer.
5) Após ditongos.

Língua Portuguesa 9
APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos: ater – atenção / torcer – torção / deter – detenção (extensão) e cumprimento (saudação, realização) soar (emitir
/ distorcer – distorção / manter – manutenção / contorcer – som) e suar (transpirar).
contorção. - Grafam-se com a letra “O”: bolacha, bússola, costume,
moleque.
3) Emprega-se o X: em casos que a letra X soa como Ss. - Grafam-se com a letra “U”: camundongo, jabuti, Manuel,
Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, tábua.
sintaxe, texto, trouxe.
Emprego do H
4) Emprega-se Sc: nos termos eruditos. Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor
Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender, fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da
discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo,
miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc. grafa-se desta forma devido a sua origem na forma latina hodie.
Assim vejamos o seu emprego:
5) Emprega-se Sç: na conjugação de alguns verbos.
Exemplos: nascer - nasço, nasça / crescer - cresço, cresça / 1) Inicial, quando etimológico.
Descer - desço, desça. Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio.

6) Emprega-se Ss: nos substantivos derivados de verbos 2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh.
terminados em -gredir, -mitir, -ceder e -cutir. Exemplos: flecha, telha, companhia.
Exemplos: agredir – agressão / demitir – demissão / ceder –
cessão / discutir – discussão/ progredir – progressão / 3) Final e inicial, em certas interjeições.
transmitir – transmissão / exceder – excesso / repercutir – Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
repercussão.
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
7) Emprega-se o Xc e o Xs: em dígrafos que soam como Ss. elemento, se etimológico.
Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.
exsudar.
Observações:
Atenção - não se esqueça que uso da letra X apresenta 1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note
algumas variações. Observe: que nos substantivos derivados como baiano, baianada ou
1) O “X” pode representar os seguintes fonemas: baianinha ele não é utilizado.
“ch” - xarope, vexame;
“cs” - axila, nexo; 2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não iniciam com a
“z” - exame, exílio; letra “h”. No entanto, seus derivados eruditos sempre são
“ss” - máximo, próximo; grafados com h, como por exemplo: herbívoro, hispânico,
“s” - texto, extenso. hibernal.

2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci- Questões


Exemplos: excelente, excitar.
01. (FIOCRUZ – Assistente Técnico de Gestão em Saúde
Emprego do E – FIOCRUZ/2016)
Se empregará o “E” nas seguintes situações:
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar O FUTURO NO PASSADO
Exemplos: magoar - magoe, magoes / continuar- continue,
continues. 1 Poucas previsões para o futuro feitas no passado se
realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e
2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade
anterior). perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel
Exemplos: antebraço, antecipar. particular e só recentemente começou-se a experimentar
carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando
3) Nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disenteria, seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de
empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc. trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de
convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da
Emprego do I impossibilidade da coexistência de desiguais.
Se empregará o “I” nas seguintes situações: 2 A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir. guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não
Exemplos: poupam civis, mas não trouxe a democratização da
Cair- cai prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema
Doer- dói prometiam ultrapassar os limites da imaginação.
Influir- influi Ultrapassaram, mas para o território da banalidade
espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída,
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra). mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As
Exemplos: anticristo, antitetânico. revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a
prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem,
3) Nos seguintes vocábulos: aborígine, artimanha, chefiar, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que
digladiar, penicilina, privilégio, etc. a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço,
como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada.
Emprego do O/U Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não
de algumas palavras. Veja os exemplos: comprimento

Língua Portuguesa 10
APOSTILAS OPÇÃO

contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum
Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global. estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o
3 Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pensamento e determinou a conduta.
pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só
falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe golpe, premeditado, com ocultação de cadáver, concurso de
espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do
Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão criminoso comum, que entendia o que fazia.
nuclear fria. Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime,
4 É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um saber-se tudo do diagnóstico do criminoso. Mas, por outro
passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência lado, é na maneira como o delito foi praticado que se
chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas encontram características 100% seguras da mente de quem o
procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica
quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes revela-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento
sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram
do leigo. feitas revela muito da pessoa que as fez.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.) PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.

“e era natural que o futuro IDEALIZADO então fosse o da Tal como ocorre com “interpretaÇÃO ” e “dissimulaÇÃO”,
cidade perfeita.” (1º §) O vocábulo em destaque no trecho grafa-se com “ç” o sufixo de ambas as palavras arroladas em:
acima grafa-se com a letra Z, em conformidade com a norma (A) apreenção do menor - sanção legal.
de emprego do sufixo–izar. (B) detenção do infrator - ascenção ao posto.
(C) presunção de culpa - coerção penal.
Das opções abaixo, aquela em que um dos vocábulos está (D) interceção do juiz - contenção do distúrbio.
INCORRETAMENTE grafado por não se enquadrar nessa (E) submição à lei - indução ao crime.
norma é:
(A) alcoolizado / barbarizar / burocratizar. 04. (Câmara Municipal de Araraquara/SP – Assistente
(B) catalizar / abalizado / amenizar. de Tradução e Interpretação – IBFC/2016)
(C) catequizar / cauterizado / climatizar. Leia as opções abaixo e assinale a alternativa que não
(D) contemporizado / corporizar / cretinizar apresenta erro ortográfico.
(E) esterilizar / estigmatizado / estilizar. (A) Plocrastinar - idiossincrasia - abduzir
(B) Proclastinar - idiosincrasia - abduzir
02. (Pref. De Biguaçu/SC – Professor III – Inglês/2016) (C) Plocrastinar- idiossincrasia - abiduzir
De acordo com a Língua Portuguesa culta, assinale a (D) Procrastinar - idiossincrasia - abduzir
alternativa cujas palavras seguem as regras de ortografia:
(A) Preciso contratar um eletrecista e um encanador para 05. (Pref. De Quixadá/CE – Agente de Combate às
o final da tarde. Endemias – Serctam/2016) Marque a opção em
(B) O trabalho voluntário continua sendo feito que TODOS os vocábulos se completam com a letra “s”:
prazerosamente pelos alunos. (A) pesqui__a, ga__olina, ali__erce.
(C) Ainda não foram atendidas as reinvindicações dos (B) e__ótico, talve__, ala__ão.
professores em greve. (C) atrá__, preten__ão, atra__o.
(D) Na lista de compras, é preciso descriminar melhor os (D) bati__ar, bu__ina, pra__o.
produtos em falta. (E) valori__ar, avestru__, Mastru__.
(E) Passou bastante desapercebido o caso envolvendo um
juiz federal. Gabarito

03. (PC/PA – Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016) 01. B / 02 .B / 03. C / 04. D / 05. C
Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia-
Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com 100% de Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas
a leituras diversas, a depender do observador e do observado. Inicial Maiúscula
Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é Utiliza-se inicial maiúscula nos seguintes casos:
100% de certeza e não está sujeito a interpretação ou a 1) No começo de um período, verso ou citação direta.
dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E
revela, objetivamente, dados do psiquismo da pessoa ou, em Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer
outras palavras, mostra características comportamentais lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.”
indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser tão exato,
em matéria de Psicologia-Psiquiatria, que não admite “Auriverde pendão de minha terra,
variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são como Que a brisa do Brasil beija e balança,
fotografias exatas e em cores do comportamento do indivíduo. Estandarte que à luz do sol encerra
E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir, por As promessas divinas da Esperança…”
conseguinte, tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e (Castro Alves)
sempre, elementos objetivos da mente de quem os praticou.
Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de 2) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
golpes, com ferocidade na execução, não houve ocultação de Exemplos: Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre-
se que esses dados já aconteceram. Portanto, são insimuláveis, 3) Nos topônimos, reais ou fictícios.
100% objetivos. Basta juntar essas características Exemplos: Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
comportamentais que teremos algo do psiquismo de quem o
praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é 4) Nos nomes mitológicos.
explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de Exemplos: Dionísio, Netuno.

Língua Portuguesa 11
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5) Nos nomes de festas e festividades. c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
Exemplos: Natal, Páscoa, Ramadã. disciplinas.
Exemplos:
6) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais. Português ou português
Exemplos: ONU, Sr., V. Ex.ª. Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
modernas
7) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, História do Brasil ou história do Brasil
políticos ou nacionalistas. Arquitetura ou arquitetura
Exemplos: Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado,
Nação, Pátria, União, etc. Questões

Observação: esses nomes escrevem-se com inicial 01. (Câmara de Maringá/PR – Assistente Legislativo –
minúscula quando são empregados em sentido geral ou Instituto)
indeterminado.
Exemplo: Todos amam sua pátria. Longe é um lugar que existe?

Emprego Facultativo da Letra Maiúscula Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele
1) No início dos versos que não abrem período, é facultativo disse: "Não entendo muito bem o que você falou, mas o que
o uso da letra maiúscula, como por exemplo: menos entendo é o fato de estar indo a uma festa."
— Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de
“Aqui, sim, no meu cantinho, tão difícil de se compreender nisso?
vendo rir-me o candeeiro, Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma
gozo o bem de estar sozinho Gaivota sobrevoando o mar, viajar é sentir-se ainda mais
e esquecer o mundo inteiro.” pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de
uma ave mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada,
2) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. sobrevivendo apenas de alpiste da melhor qualidade e água
Exemplos: Rua da Liberdade ou rua da Liberdade / Igreja do filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência
Rosário ou igreja do Rosário / Edifício Azevedo ou edifício existencial... fadado ao fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou
Azevedo. viver presos em suas próprias armadilhas...
Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos
Inicial Minúscula ascendentes; que pássaro quer ser; que lugares quer
Utiliza-se inicial minúscula nos seguintes casos: sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por
1) Em todos os vocábulos correntes da língua portuguesa. mais e mais, qual a serventia dessas asas enormes, herança
Exemplos: carro, flor, boneca, menino, porta, etc. genética de seus pais e que lhe confere enorme envergadura?
Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e
2) Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, pouse na cerca mais próxima. Ora, não venha com desculpas
usa-se letra minúscula. esfarrapadas e vamos dona Gaivota, espante a preguiça, bata
Exemplo: “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é
ouro, incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um
lugar que não existe para quem voa rente ao céu e viaja léguas
3) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana. e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no
Exemplos: janeiro, julho, dezembro, etc. / segunda, sexta, horizonte e os pés socados em terra firme.
domingo, etc. / primavera, verão, outono, inverno. Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não
deve ser, não; pois as Gaivotas sacodem a poeira das asas,
4) Nos pontos cardeais. limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc
Exemplos: “Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.” lá.
/ “Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, <http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/6031227>
sudoeste.”
O uso do termo “Gaivota” sempre com letra maiúscula ao
Observação: quando empregados em sua forma absoluta, longo do texto se deve ao fato de que
os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula. (A) o autor busca, com isso, fazer uma conexão mais
Exemplos: Nordeste (região do Brasil) / Ocidente (europeu) próxima entre o leitor e o animal.
/Oriente (asiático). (B) o autor quis dar destaque ao termo, apesar de não
haver importância da referência ao animal para o texto.
Emprego Facultativo da Letra Minúscula (C) há uma mudança no texto, em que, no início, as
1) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. personagens eram duas pessoas e, a partir do segundo
Exemplos: parágrafo, é uma gaivota.
Crime e Castigo ou Crime e castigo (D) o texto faz uma reflexão sobre a ação humana de viajar,
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas porém comparando os seres humanos com gaivotas.
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido (E) o autor utiliza o termo “Gaivota” como símbolo de
imponência, o que se relaciona à forma como os seres
2) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em humanos são tratados no texto.
nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor
reitor
Santa Maria ou santa Maria

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02. (MGS – Todos os Cargos de Nível Fundamental Palavras ou Expressões que geram dificuldades
Completo – IBFC/2017)
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar
Estranhas Gentilezas dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar
(Ivan Angelo) ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você
aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as incorporar tais palavras certas em situações apropriadas.
pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da gentileza.
Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos A anos: Daqui a um ano iremos à Europa. (a indica tempo
ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de futuro)
espera, nos embates familiares, e depois economizam com a Há anos: Não o vejo há meses. (há indica tempo passado)
gente. Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já
captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de Acerca de: Falávamos acerca de uma solução melhor. (a
asas de borboleta, quase nada. A impressão de que há algo respeito de)
estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um Há cerca de: Há cerca de dias resolvemos este caso. (faz
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o tempo)
engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e
que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a Ao encontro de: Sua atitude vai ao encontro da verdade.
amizade, mas a inimizade morria ali. (estar a favor de)
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de De encontro a: Minhas opiniões vão de encontro às suas.
algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir em (oposição, choque)
meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até
pessoas distantes. E as próximas? A fim de: Vou a fim de visitá-la. (finalidade)
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem Afim: Somos almas afins. (igual, semelhante)
motivo. Durante o telefonema fico aguardando o assunto que
estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um Ao invés de: Ao invés de falar começou a chorar. (oposição,
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com ao contrário de)
acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem Em vez de: Em vez de acompanhar-me, ficou só. (no lugar
transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o de)
maître2, com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos
à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um A par: Estamos a par das boas notícias. (bem informado,
homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me ciente)
cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca Ao par: O dólar e o euro estão ao par. (de igualdade ou
na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal equivalência entre valores financeiros – câmbio)
chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...] Aprender: O menino aprendeu a lição. (tomar
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é conhecimento de)
este? Que vão pedir em troca de tanta gentileza? Apreender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino.
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz. (prender)
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco,
desço pelas escadas porque alguém segura o elevador lá em Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços
cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos
entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
meus cheques para pagar contas em nome de minha mulher, Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos
saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto)
a vida entre bólidos3 , um caminhão joga-me água suja de uma da gasolina.
poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a Bebedor: Tornei-me um grande bebedor de vinho. (pessoa
sonhar com gentilezas. que bebe)
Bebedouro: Este bebedouro está funcionando bem.
Vocabulário: (aparelho que fornece água)
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São
Paulo Bem-Vindo: Você é sempre bem-vindo aqui, jovem.
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras (adjetivo composto)
coisas nos restaurantes Benvindo: Benvindo é meu colega de classe. (nome
3 carros muito velozes próprio)

Em “nas ruas dos Jardins" (4º§), a palavra em destaque foi Câmara: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.
escrita com letra maiúscula por se tratar de: (local de trabalho)
(A) um erro de grafia. Câmera: Comprei uma câmera japonesa. (aparelho que
(B) um destaque do autor fotografa)
(C) um substantivo próprio.
(D) um substantivo coletivo. Champanha/Champanhe (do francês): O
champanha/champanhe está bem gelado.
Gabarito
Cessão: Foi confirmada a cessão do terreno. (ato de doar)
01.D / 02.C Sessão: A sessão do filme durou duas horas. (intervalo de
tempo)

Língua Portuguesa 13
APOSTILAS OPÇÃO

Seção/Secção: Visitei hoje a seção de esportes. (repartição Senão: Não fazia coisa nenhuma senão criticar. (caso
pública, departamento) contrário)
Se não: Se não houver homens honestos, o país não sairá
Demais: Vocês falam demais, caras! (advérbio de desta situação crítica. (se por acaso não)
intensidade)
Demais: Chamaram mais dez candidatos, os demais devem Tampouco: Não compareceu, tampouco apresentou
aguardar. (equivale a “os outros”) qualquer justificativa. (Também não)
De mais: Não vejo nada de mais em sua decisão. (opõe-se a Tão pouco: Encontramo-nos tão pouco esta semana.
“de menos”) (intensidade)

Descriminar: O réu foi descriminado; pra sorte dele. Trás ou Atrás: O menino estava atrás da árvore. (lugar)
(inocentar, absolver de crime) Traz: Ele traz consigo muita felicidade. (verbo trazer)
Discriminar: Era impossível discriminar os caracteres do
documento. (diferençar, distinguir, separar) Vultoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. (volumoso)
Descrição: A descrição sobre o jogador foi perfeita. Vultuoso: Sua face está vultuosa e deformada. (congestão
(descrever) no rosto)
Discrição: Você foi muito discreto. (reservado)
Há menos de= Quando há a ideia de passado, tempo
Entrega em domicílio: Fiz a entrega em domicílio. (lugar) transcorrido. Pode ser substituído por "aproximadamente" ou
Entrega a domicílio: Enviou as compras a domicílio. (com "mais ou menos". Ou ainda "faz" (do verbo fazer).
verbos de movimento) Exemplo: Ele saiu de casa há menos de dois anos.
Samuel terminou a obra da casa há menos de seis meses.
Espectador: Os espectadores se fartaram da apresentação.
(aquele que vê, assiste) A Menos De5= Locução prepositiva. Indica tempo futuro ou
Expectador: O expectador aguardava o momento da distância aproximada.
chamada. (que espera alguma coisa) Exemplo: Passou a menos de um metro do muro.
A menos de um mês estarei de férias.
Estada: A estada dela aqui foi gratificante. (tempo em algum
lugar) Bastante ou Bastantes?6
Estadia: A estadia do carro foi prolongada por mais Está aí uma palavra-encrenca. O uso de “bastante” depende
algumas semanas. (prazo concedido para carga e descarga) muito de qual função ele está assumindo na frase, podendo ser
três: adjetivo, advérbio e pronome indefinido. Vejamos os três
Fosforescente: Este material é fosforescente. (que brilha casos.
no escuro) Como advérbio
Fluorescente: A luz branca do carro era fluorescente.
(determinado tipo de luminosidade) O uso mais comum é usar “bastante” como advérbio, no
sentido de “muito”. Nesse caso, a palavra está relacionada ao
Haja: É preciso que não haja descuido. (verbo haver – 1ª verbo, então não sofre flexão e deve ficar sempre no singular.
pessoa singular do presente do subjuntivo) Veja exemplo:
Aja: Aja com cuidado, Carlinhos. (verbo agir – 1ª pessoa
singular do presente do subjuntivo) – O frio é bastante intenso por aqui em julho.
– As questões formuladas estão bastante ruins.
Houve: Houve um grande incêndio no centro de São – Você já comeu bastante por hoje.
Paulo. (verbo haver - 3ª pessoa do singular do pretérito
perfeito) Como adjetivo
Ouve: A mãe disse: ninguém me ouve. (verbo ouvir - 3ª
pessoa singular do presente do indicativo) Quando usado como adjetivo, “bastante” assume significado
de “suficiente”, devendo ser flexionado de acordo com o
Mal: Dormi mal. (oposto de bem) substantivo que o acompanha. Veja:
Mau: Você é um mau exemplo. (oposto de bom)
– Há motivos bastantes para o divórcio.
Mas: Telefonei-lhe mas ela não atendeu. (ideia contrária) – Os salgados e as bebidas não serão bastantes para a festa.
Mais: Há mais flores perfumadas no campo. (opõe-se a – O álibi foi bastante para retirar as acusações.
menos)
Como pronome indefinido
Nem um: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la.
(equivale a nem um sequer) Se “bastante” assume a função de pronome, ele deverá
Nenhum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso. expressar qualidades ou quantidades não especificadas. Essa
(oposto de algum) função é menos usada na nossa língua.

Onde: Onde fica a farmácia mais próxima? (lugar em que se – Bastantes empresas fecharam as portas este mês.
está) – Camila tem bastantes amigos na escola.
Aonde: Aonde vão com tanta pressa? (ideia de movimento) – Encontrei bastantes produtos como os que você pediu

Por ora: Por ora chega de trabalhar. (por este momento)


Por hora: Você deve cobrar por hora. (cada sessenta
minutos)

5 https://luconcursos.blogspot.com/2016/03/ha-menos-de-ou-menos- 6 https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/duvidas-portugues/bastante-

de.html ou-bastantes

Língua Portuguesa 14
APOSTILAS OPÇÃO

Questão Exemplos:
Função de substantivo –
Não é fácil encontrar o
01. (TCM/RJ – Técnico de Controle Externo – vem acompanhado de
Porquê porquê de toda confusão.
artigo ou pronome
IBFC/2016) Analise as afirmativas abaixo, dê valores Dê-me um porquê de sua
Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego do acento saída.
circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico.
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo 1. Por que (pergunta);
conjugado no passado) para diferenciá-la de 'pode' (o verbo 2. Porque (resposta);
conjugado no presente). 3. Por quê (fim de frase: motivo);
( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá 4. O Porquê (substantivo).
a mesma grafia de 'por' (preposição), diferenciando-se pelo
contexto de uso. Questões
( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do
plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar, ler, ter, 01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP)
vir e seus derivados. Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até
sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de ........................ praticar atividade física..........................benefícios
cima para baixo. para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
(A) V F F terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
(B) F V F .......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o
(C) F F V avanço da idade.
(D) F V V (Ciência Hoje, março de 2012)
02. (Detran/CE – Vistoriador – UCE-CEV/2018) Na frase As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
“... as penalidades são as previstas pelo bom senso...”, a palavra pectivamente, com:
destacada é homônima de censo. Assinale a opção em que o (A) porque … trás … previnir
emprego dos homônimos destacados está adequado. (B) porque … traz … previnir
(A) O reitor da faculdade solicitou que todos os (C) porquê … tras … previnir
funcionários participassem do censo anual para verificar (D) por que … traz … prevenir
quem realmente está na ativa. (E) por quê … tráz … prevenir
(B) Foi pedido para que todos os motoristas respondessem
ao senso, a fim de se obter o número real de carros no pátio da 02. Pref. de Salvador/BA - Técnico de Nível Médio II –
universidade. FGV/2017)
(C) Os infratores são penalizados com a “multa moral” por
não demonstrarem censo crítico. Por que sentimos calafrios e desconforto ao ouvir
(D) Se o infrator tiver censo, saberá o que dizer na hora da certos sons agudos – como unhas arranhando um quadro-
punição. negro?
Gabarito Esta é uma reação instintiva para protegermos nossa
audição. A cóclea (parte interna do ouvido) tem uma
01.A / 02.A membrana que vibra de acordo com as frequências sonoras
que ali chegam. A parte mais próxima ao exterior está ligada à
Emprego do Porquê audição de sons agudos; a região mediana é responsável pela
audição de sons de frequência média; e a porção mais final, por
Orações Interrogativas Exemplo: sons graves. As células da parte inicial, mais delicadas e frágeis,
(pode ser substituído Por que devemos nos são facilmente destruídas – razão por que, ao envelhecermos,
por: por qual motivo, por preocupar com o meio perdemos a capacidade de ouvir sons agudos. Quando
qual razão) ambiente? frequências muito agudas chegam a essa parte da membrana,
Por as células podem ser danificadas, pois, quanto mais alta a
Que
Exemplo: frequência, mais energia tem seu movimento ondulatório. Isso,
Equivalendo a “pelo Os motivos por que não em parte, explica nossa aversão a determinados sons agudos,
qual” respondeu são mas não a todos. Afinal, geralmente não sentimos calafrios ou
desconhecidos. uma sensação ruim ao ouvirmos uma música com notas
agudas.
Exemplos:
Você ainda tem coragem de Aí podemos acrescentar outro fator. Uma nota de violão
Por Final de frases e seguidos
perguntar por quê? tem um número limitado e pequeno de frequências –
Quê de pontuação
Você não vai? Por quê? formando um som mais “limpo”. Já no espectro de som
Não sei por quê!
proveniente de unhas arranhando um quadro-negro (ou de
Exemplos: atrito entre isopores ou entre duas bexigas de ar) há um
A situação agravou-se porque número infinito delas. Assim, as células vibram de acordo com
Conjunção que indica muitas frequências e aquelas presentes na parte inicial da
ninguém reclamou.
explicação ou causa
Ninguém mais o espera, cóclea, por serem mais frágeis, são lesadas com mais
Porque porque ele sempre se atrasa. facilidade. Daí a sensação de aversão a esse sons agudos e
“crus”.
Conjunção de Finalidade Exemplos: Ronald Ranvaud, Ciência Hoje, nº 282.
– equivale a “para que”, Não julgues porque não te
“a fim de que”. julguem.
Assinale a frase em que a grafia do vocábulo sublinhado
está equivocada.
(A) Por que sentimos calafrios?

Língua Portuguesa 15
APOSTILAS OPÇÃO

(B) A razão porque sentimos calafrios é conhecida. Regras Fundamentais


(C) Qual o porquê de sentirmos calafrios?
(D) Sentimos calafrios porque precisamos defender nossa Palavras oxítonas - acentuam-se todas as oxítonas
audição. terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s):
(E) Sentimos calafrios por quê? Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s).

Gabarito Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:

01.D / 02.B Monossílabos tônicos - terminados em “a”, “e”, “o”,


seguidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
ACENTUAÇÃO
Formas verbais - terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
Acentuação Tônica seguidas de lo, la, los, las. Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-
lo
Implica na intensidade com que são pronunciadas as
sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais Paroxítonas - acentuam-se as palavras paroxítonas
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como terminadas em:
são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas - i, is
de átonas. táxi – lápis – júri
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas - us, um, uns
como oxítona, paroxítona e proparoxítonas, independente de vírus – álbuns – fórum
levar acento gráfico: - l, n, r, x, ps
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a - ã, ãs, ão, ãos
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel ímã – ímãs – órfão – órgãos

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que essa
evidencia na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
retrato – passível acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará
mais fácil a memorização!
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
evidencia na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – - ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de
tímpano – médico – ônibus “s”. Ex.: água – pônei – mágoa – jóquei

Como podemos observar, mediante todos os exemplos Regras Especiais


mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente, no Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
qual são os chamados de monossílabos, que quando abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de
pronunciados apresentam certa diferenciação quanto à acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras
intensidade. paroxítonas.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
observar no exemplo a seguir: acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento.
Ex.:
“Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor.” Antes Agora
assembléia assembleia
Os monossílabos em destaque classificam-se como idéia ideia
tônicos; os demais, como átonos (que, em e de). jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
Acentos Gráficos
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos,
Acento agudo (´) – colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e acompanhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam – baú – país – Luís
as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público,
parabéns. Observação importante: Não serão mais acentuados “i” e
“u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de
Acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” ditongo. Ex.:
e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado. Ex.: tâmara –
Atlântico – pêssego – supôs Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
Acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com feiúra feiura
artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
Trema)¨( – de acordo com a nova regra, foi totalmente seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de
Müller) Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã

Língua Portuguesa 16
APOSTILAS OPÇÃO

Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem 02. Indique a alternativa em que todas as palavras devem
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba receber acento.
(A) virus, torax, ma.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, (B) caju, paleto, miosotis.
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” (C) refem, rainha, orgão.
não serão mais acentuadas. Ex.: (D) papeis, ideia, latex.
(E) lotus, juiz, virus.
Antes Agora
apazigúe (apaziguar) apazigue 03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
argúi (arguir) argui aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
mesmo motivo que:
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido. (A) túnel
Ex.: (B) voluntário
Antes Agora (C) até
crêem creem (D) insólito
vôo voo (E) rótulos

- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos 04. Analise atentamente a presença ou a ausência de
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento gráfico nas palavras abaixo e indique a alternativa em
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. que não há erro:
(A) ruím - termômetro - táxi – talvez.
Repare: (B) flôres - econômia - biquíni - globo.
1) O menino crê em você (C) bambu - através - sozinho - juiz
Os meninos creem em você. (D) econômico - gíz - juízes - cajú.
2) Elza lê bem! (E) portuguêses - princesa - faísca.
Todas leem bem!
3) Espero que ele dê o recado à sala. 05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO:
Esperamos que os dados deem efeito! (A) saúde
4) Rubens vê tudo! (B) cooperar
Eles veem tudo! (C) ruim
(D) creem
Cuidado! Há o verbo vir: (E) pouco
Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde! Gabarito
1.B / 2.A / 3.B / 4.C / 5.E
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
plural de:
ele tem – eles têm Articulação do texto: coesão
ele vem – eles vêm (verbo vir) e coerência.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster. COESÃO
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm Uma das propriedades que distinguem um texto de um
ele retém – eles retêm amontoado de frases é a relação existente entre os elementos
ele convém – eles convêm que os constituem. A coesão textual é a ligação entre palavras,
expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes componentes do texto. Observe:
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções,
como: “O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum de
Pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do anotações, que segurava na mão.”
indicativo).
Pode (terceira pessoa do singular do presente do Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece
indicativo). Ex.: conexão entre as duas orações.
Ela pode fazer isso agora. Se tivermos: “O iraquiano leu sua declaração num
Elvis não pôde participar porque sua mãe não deixou. bloquinho comum de anotações e segurava na mão, retomando
na segunda um dos termos da primeira: bloquinho. O pronome
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da relativo é um elemento coesivo, e a conexão entre as duas
preposição por. Ex.: orações, um fenômeno de coesão. Leia o texto que segue:
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? Arroz-doce da infância

Questões Ingredientes
1 litro de leite desnatado
01. “Cadáver” é paroxítona, pois: 150g de arroz cru lavado
(A) Tem a última sílaba como tônica. 1 pitada de sal
(B) Tem a penúltima sílaba como tônica. 4 colheres (sopa) de açúcar
(C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica. 1 colher (sobremesa) de canela em pó
(D) Não tem sílaba tônica.

Língua Portuguesa 17
APOSTILAS OPÇÃO

Preparo - Em princípio, o termo a que “o” anafórico se refere deve


Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada de estar presente no texto, senão a coesão fica comprometida,
sal e mexa sem parar até cozinhar o arroz. Adicione o açúcar e como neste exemplo:
deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em um recipiente, “André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há vários
polvilhe a canela. Sirva. meses.”
Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4. São Paulo, InCor,
agosto de 1999,. A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um
anafórico, pois não está retomando nenhuma das palavras
Toda receita culinária tem duas partes: lista dos citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica
ingredientes e modo de preparar. As informações totalmente prejudicado: não há possibilidade de se
apresentadas na primeira são retomadas na segunda. Nesta, os depreender o sentido desse pronome.
nomes mencionados pela primeira vez na lista de ingredientes Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refira a
vêm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre outras nenhuma palavra citada anteriormente no interior do texto,
funções, a de indicar que o termo determinado por ele se refere mas que possa ser inferida por certos pressupostos típicos da
ao mesmo ser a que uma palavra idêntica já fizera menção. cultura em que se inscreve o texto. É o caso de um exemplo
No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se adiciona como este:
o açúcar, o artigo relaciona ao açúcar citado na primeira parte. “O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava
Se dissesse apenas adicione açúcar, deveria adicionar mais desesperado, porque eram 21 horas e ela não havia
além do citado anteriormente, pois se trataria de outro açúcar, comparecido.”
diverso daquele citado no rol dos ingredientes.
Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: Por dados do contexto cultural, sabe-se que o pronome
retomada ou antecipação de palavras, expressões ou “ela” é um anafórico que só pode estar-se referindo à palavra
frases e encadeamento de segmentos. noiva. Num casamento, estando presente o noivo, o desespero
só pode ser pelo atraso da noiva (representada por “ela” no
Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra exemplo citado).
gramatical (pronome, verbos ou advérbios)
- O artigo indefinido (um, uma, uns, umas) serve
“No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há total geralmente para introduzir informações novas ao texto.
igualdade entre homens e mulheres: estas ainda ganham menos Quando elas forem retomadas, deverão ser precedidas do
do que aqueles em cargos equivalentes.” artigo definido (o, a, os, as), pois este é que tem a função de
indicar que o termo por ele determinado é idêntico, em termos
Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” retoma o de valor referencial, a um termo já mencionado.
termo mulheres, enquanto “aqueles” recupera a palavra “O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na sala
homens. de espetáculos. Curiosamente, a carteira tinha muito dinheiro
dentro, mas nem um documento sequer.”
- Os termos que servem para retomar outros são
denominados anafóricos; os que servem para anunciar, para - Quando, em dado contexto, o anafórico pode referir-se a
antecipar outros são chamados catafóricos. No exemplo a dois termos distintos, há uma ruptura de coesão, porque
seguir, desta antecipa abandonar a faculdade no último ano: ocorre uma ambiguidade insolúvel. É preciso que o texto seja
“Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no último escrito de tal forma que o leitor possa determinar exatamente
ano?” qual é a palavra retomada pelo anafórico.

- São anafóricos ou catafóricos os pronomes - O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à palavra
demonstrativos, os pronomes relativos, certos advérbios ou ator quanto a diretor.
locuções adverbiais (nesse momento, então, lá), o verbo fazer, “Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor por
o artigo definido, os pronomes pessoais de 3ª pessoa (ele, o, a, causa da sua arrogância.”
os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos:
- Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao
- O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mestre. termo amiga ou a ex-namorado no exemplo abaixo.
“Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera na Permutando o anafórico “que” por “o qual” ou “a qual”, essa
cátedra de Sociologia na Universidade de São Paulo.” ambiguidade seria desfeita.
“André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que
- O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pessoas; trabalha na mesma firma.”
o pronome pessoal “o” retoma o nome Machado de Assis.
“As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem como Retomada por palavra lexical - (substantivo, adjetivo
um descrente do amor e da amizade.” ou verbo)

- O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens. Uma palavra pode ser retomada, quer por uma repetição,
“Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos trajando quer por uma substituição por sinônimo, hiperônimo,
roupa escura.” hipônimo ou antonomásia.
Sinônimo: é o nome que se dá a uma palavra que possui o
- O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema. mesmo sentido que outra, ou sentido bastante aproximado:
“Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desanimado injúria e afronta, alegre e contente.
com a fila.” Hiperônimo: é um termo que mantém com outro uma
relação do tipo contém/está contido;
- A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai Hipônimo: é uma palavra que mantém com outra uma
inaugurar e seu complemento. relação do tipo está contido/contém. O significado do termo
“O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos rosa está contido no de flor e o de flor contém o de rosa, pois
funcionários do palácio, e o fará para demonstrar seu apreço toda rosa é uma flor, mas nem toda flor é uma rosa. Flor é, pois,
aos servidores.” hiperônimo de rosa, e esta palavra é hipônimo daquela.

Língua Portuguesa 18
APOSTILAS OPÇÃO

Antonomásia: é a substituição de um nome próprio por constitui um expediente de coesão, pois é o apagamento de um
um nome comum ou de um comum por um próprio. Ela ocorre, termo que seria repetido, e o preenchimento do vazio deixado
principalmente, quando uma pessoa célebre é designada por pelo termo apagado (=elíptico) exige, necessariamente, que se
uma característica notória ou quando o nome próprio de uma faça correlação com outros termos presentes no contexto, ou
personagem famosa é usado para designar outras pessoas que referidos na situação em que se desenrola a fala.
possuam a mesma característica que a distingue: Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de
Machado de Assis:
“O rei do futebol (=Pelé) só podia ser um brasileiro.”
“O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado numa (...)
recente minissérie de tevê.” Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
*Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi haver
lutado pela liberdade na Europa e na América. “Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imorta, que toda a luz resume!”
“Ele é um Hércules.” (=um homem muito forte). Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1979, VIII,
*Referência à força física que caracteriza o herói grego
Hércules. Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado antes
daquilo que disse a lua, isto é, antes das aspas, fica
“Um presidente da República tem uma agenda de trabalho subentendido, é omitido por ser facilmente presumível.
extremamente carregada. Deve receber ministros, Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja que,
embaixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a no exemplo abaixo, é o sujeito meu pai que vem elidido (ou
todo o momento tomar graves decisões que afetam a vida de apagado) antes de sentiu e parou:
muitas pessoas; necessita acompanhar tudo o que acontece no
Brasil e no mundo. Um presidente deve começar a trabalhar ao “Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pontada no
raiar do dia e terminar sua jornada altas horas da noite.” peito e parou.”

A repetição do termo presidente estabelece a coesão entre Pode ocorrer também elipse por antecipação. No exemplo
o último período e o que vem antes dele. que segue, aquela promoção é complemento tanto de querer
quanto de desejar, no entanto aparece apenas depois do
“Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os astros segundo verbo:
sempre o atraíram.”
“Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preterido.
Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo Afinal, queria muito, desejava ardentemente aquela promoção.”
astros, que recupera os hipônimos estrelas, planetas, satélites.
Quando se faz essa elipse por antecipação com verbos que
“Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do têm regência diferente, a coesão é rompida. Por exemplo, não
homem era regido por humores (fluidos orgânicos) que se deve dizer “Conheço e gosto deste livro”, pois o verbo
percorriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensidade conhecer rege complemento não introduzido por preposição, e
em nosso corpo. Eram quatro os humores: o sangue, a fleuma a elipse retoma o complemento inteiro, portanto teríamos uma
(secreção pulmonar), a bile amarela e a bile negra. E eram preposição indevida: “Conheço (deste livro) e gosto deste livro”.
também estes quatro fluidos ligados aos quatro elementos Em “Implico e dispenso sem dó os estranhos palpiteiros”,
fundamentais: ao Ar (seco), à Água (úmido), ao Fogo (quente) e diferentemente, no complemento em elipse faltaria a
à Terra (frio), respectivamente.” preposição “com” exigida pelo verbo implicar.
Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18. Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomendável é
Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro colocar o complemento junto ao primeiro verbo, respeitando
períodos se faz pela repetição da palavra humores; entre o sua regência, e retomá-lo após o segundo por um anafórico,
terceiro e o segundo se faz pela utilização do sinônimo fluidos. acrescentando a preposição devida (Conheço este livro e gosto
É preciso manejar com muito cuidado a repetição de dele) ou eliminando a indevida (Implico com estranhos
palavras, pois, se ela não for usada para criar um efeito de palpiteiros e os dispenso sem dó).
sentido de intensificação, constituirá uma falha de estilo.
No trecho transcrito a seguir por exemplo, fica claro o uso Coesão por Conexão
da repetição da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes, Há na língua uma série de palavras ou locuções que são
vicejam, viciem), com a evidente intenção de ridicularizar a responsáveis pela concatenação ou relação entre segmentos
condição secundária que um provável flamenguista atribui ao do texto. Esses elementos denominam-se conectores ou
Vasco e ao seu Vice-presidente: operadores discursivos. Por exemplo: visto que, até, ora, no
entanto, contudo, ou seja.
“Recebi por esses dias um e-mail com uma série de piadas Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do texto:
sobre o pouco simpático Eurico Miranda. Faltam-me provas, estabelecem entre elas relações semânticas de diversos tipos,
mas tudo leva a crer que o remetente seja um flamenguista.” como contrariedade, causa, consequência, condição,
conclusão, etc. Essas relações exercem função argumentativa
Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice- no texto, por isso os operadores discursivos não podem ser
presidente do clube, vice-campeão carioca e bi-vice-campeão usados indiscriminadamente.
mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal, no Na frase “O time apresentou um bom futebol, mas não
Carioca de basquete, no Brasileiro de basquete e na Taça alcançou a vitória”, por exemplo, o conector “mas” está
Guanabara. São vicissitudes que vicejam. Espero que não adequadamente usado, pois ele liga dois segmentos com
viciem. orientação argumentativa contrária. Se fosse utilizado, nesse
caso, o conector “portanto”, o resultado seria um paradoxo
José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo, 2000. semântico, pois esse operador discursivo liga dois segmentos
com a mesma orientação argumentativa, sendo o segmento
A elipse é o apagamento de um segmento de frase que introduzido por ele a conclusão do anterior.
pode ser facilmente recuperado pelo contexto. Também

Língua Portuguesa 19
APOSTILAS OPÇÃO

- Gradação: há operadores que marcam uma gradação O argumento introduzido por ao contrário é diretamente
numa série de argumentos orientados para uma mesma oposto àquele de que o falante teria agredido alguém.
conclusão. Dividem-se eles, em dois subtipos: os que indicam
o argumento mais forte de uma série: até, mesmo, até mesmo, - Conclusão: existem operadores que marcam uma
inclusive, e os que subentendem uma escala com argumentos conclusão em relação ao que foi dito em dois ou mais
mais fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, enunciados anteriores (geralmente, uma das afirmações de
quando muito. que decorre a conclusão fica implícita, por manifestar uma voz
geral, uma verdade universalmente aceita): logo, portanto, por
“Ele é um bom conferencista: tem uma voz bonita, é bem conseguinte, pois (o pois é conclusivo quando não encabeça a
articulado, conhece bem o assunto de que fala e é até sedutor.” oração).

Toda a série de qualidades está orientada no sentido de “Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao
comprovar que ele é bom conferencista; dentro dessa série, ser controle dos fluxos mundiais de petróleo. Por conseguinte, não é
sedutor é considerado o argumento mais forte. moralmente defensável.”

“Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à
Chegará a ser pelo menos diretor da empresa.” afirmação exposta no primeiro período.

Pelo menos introduz um argumento orientado no mesmo - Comparação: outros importantes operadores
sentido de ser ambicioso e ter grande capacidade de trabalho; discursivos são os que estabelecem uma comparação de
por outro lado, subentende que há argumentos mais fortes igualdade, superioridade ou inferioridade entre dois
para comprovar que ele tem as qualidades requeridas dos que elementos, com vistas a uma conclusão contrária ou favorável
vão longe (por exemplo, ser presidente da empresa) e que se a certa ideia: tanto... quanto, tão... como, mais... (do) que.
está usando o menos forte; ao menos, pelo menos e no mínimo
ligam argumentos de valor positivo. “Os problemas de fuga de presos serão tanto mais graves
quanto maior for a corrupção entre os agentes penitenciários.”
“Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o segundo
grau.” O comparativo de igualdade tem no texto uma função
No máximo introduz um argumento orientado no mesmo argumentativa: mostrar que o problema da fuga de presos
sentido de ter muita dificuldade de aprender; supõe que há cresce à medida que aumenta a corrupção entre os agentes
uma escala argumentativa (por exemplo, fazer uma faculdade) penitenciários; por isso, os segmentos podem até ser
e que se está usando o argumento menos forte da escala no permutáveis do ponto de vista sintático, mas não o são do
sentido de provar a afirmação anterior; no máximo e quando ponto de vista argumentativo, pois não há igualdade
muito estabelecem ligação entre argumentos de valor argumentativa proposta:
depreciativo.
“Tanto maior será a corrupção entre os agentes
- Conjunção Argumentativa: há operadores que penitenciários quanto mais grave for o problema da fuga de
assinalam uma conjunção argumentativa, ou seja, ligam um presos”.
conjunto de argumentos orientados em favor de uma dada
conclusão: e, também, ainda, nem, não só... mas também, tanto... Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a
como, além de, a par de. conclusões opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte
diálogo entre o diretor de um clube esportivo e o técnico de
“Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o diretor futebol:
da escola, é muito respeitado pelos funcionários e também é
muito querido pelos alunos.” “__Precisamos promover atletas das divisões de base para
Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o reforçar nosso time.
interlocutor quem pode tomar uma dada decisão. O último __Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quanto os
deles é introduzido por “e também”, que indica um argumento do time principal.”
final na mesma direção argumentativa dos precedentes.
Esses operadores introduzem novos argumentos; não Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da promoção,
significam, em hipótese nenhuma, a repetição do que já foi pois ele declara que qualquer atleta das divisões de base tem,
dito. Ou seja, só podem ser ligados com conectores de pelo menos, o mesmo nível dos do time principal, o que
conjunção segmentos que representam uma progressão significa que estes não primam exatamente pela excelência em
discursiva. É possível dizer “Disfarçou as lágrimas que o relação aos outros.
assaltaram e continuou seu discurso”, porque o segundo Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os
segmento indica um desenvolvimento da exposição. Não teria segmentos na sua fala:
cabimento usar operadores desse tipo para ligar dois
segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram e “__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto os das
escondeu o choro que tomou conta dele”. divisões de base.”

- Disjunção Argumentativa: há também operadores que Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade da
indicam uma disjunção argumentativa, ou seja, fazem uma promoção, pois ele estaria declarando que os atletas do time
conexão entre segmentos que levam a conclusões opostas, que principal são tão bons quanto os das divisões de base.
têm orientação argumentativa diferente: ou, ou então, quer...
quer, seja... seja, caso contrário, ao contrário. - Explicação ou Justificativa: há operadores que
introduzem uma explicação ou uma justificativa em relação ao
“Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar a que foi dito anteriormente: porque, já que, que, pois.
briga, para que ele não apanhasse.”

Língua Portuguesa 20
APOSTILAS OPÇÃO

“Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem recebeu um prêmio que ambicionava havia muito tempo e, além
autorização da ONU, devem arcar sozinhos com os custos da disso, ganhou uma bolada na loteria.”
guerra.”
O operador discursivo introduz o que se considera a prova
Já que inicia um argumento que dá uma justificativa para a mais forte de que “Ele está num período muito bom da vida”; no
tese de que os Estados Unidos devam arcar sozinhos com o entanto, essa prova é apresentada como se fosse apenas mais
custo da guerra contra o Iraque. uma.

- Contrajunção: os operadores discursivos que assinalam - Generalização ou Amplificação: existem operadores


uma relação de contrajunção, isto é, que ligam enunciados com que assinalam uma generalização ou uma amplificação do que
orientação argumentativa contrária, são as conjunções foi dito antes: de fato, realmente, como aliás, também, é verdade
adversativas (mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto, que.
porém) e as concessivas (embora, apesar de, apesar de que,
conquanto, ainda que, posto que, se bem que). “O problema da erradicação da pobreza passa pela geração
Qual é a diferença entre as adversativas e as concessivas, de empregos. De fato, só o crescimento econômico leva ao
se tanto umas como outras ligam enunciados com orientação aumento de renda da população.”
argumentativa contrária?
Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento O conector introduz uma amplificação do que foi dito
introduzido pela conjunção. antes.

“O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levanta “Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os que
mais decidido a vencer.” atualmente militam no nosso futebol.

Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclusão O conector introduz uma generalização ao que foi
negativa sobre um processo ocorrido com o atleta, enquanto a afirmado: não “ele”, mas todos os técnicos do nosso futebol são
começada pela conjunção “mas” leva a uma conclusão positiva. retranqueiros.
Essa segunda orientação é a mais forte.
Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é - Especificação ou Exemplificação: também há
bonita” com “Ela não é bonita, mas é simpática”. No primeiro operadores que marcam uma especificação ou uma
caso, o que se quer dizer é que a simpatia é suplantada pela exemplificação do que foi afirmado anteriormente: por
falta de beleza; no segundo, que a falta de beleza perde exemplo, como.
relevância diante da simpatia. Quando se usam as conjunções
adversativas, introduz-se um argumento com vistas à “A violência não é um fenômeno que está disseminado
determinada conclusão, para, em seguida, apresentar um apenas entre as camadas mais pobres da população. Por
argumento decisivo para uma conclusão contrária. exemplo, é crescente o número de jovens da classe média que
Com as conjunções concessivas, a orientação estão envolvidos em toda sorte de delitos, dos menos aos mais
argumentativa que predomina é a do segmento não graves.”
introduzido pela conjunção.
Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica,
“Embora haja conexão entre saber escrever e saber exemplifica a afirmação de que a violência não é um fenômeno
gramática, trata-se de capacidades diferentes.” adstrito aos membros das “camadas mais pobres da
população”.
A oração iniciada por “embora” apresenta uma orientação
argumentativa no sentido de que saber escrever e saber - Retificação ou Correção: há ainda os que indicam uma
gramática são duas coisas interligadas; a oração principal retificação, uma correção do que foi afirmado antes: ou melhor,
conduz à direção argumentativa contrária. de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja,
Quando se utilizam conjunções concessivas, a estratégia em outras palavras.
argumentativa é a de introduzir no texto um argumento que,
embora tido como verdadeiro, será anulado por outro mais “Vou-me casar neste final de semana. Ou melhor, vou passar
forte com orientação contrária. a viver junto com minha namorada.”
A diferença entre as adversativas e as concessivas,
portanto, é de estratégia argumentativa. Compare os seguintes O conector inicia um segmento que retifica o que foi dito
períodos: antes.
Esses operadores servem também para marcar um
“Por mais que o exército tivesse planejado a operação esclarecimento, um desenvolvimento, uma redefinição do
(argumento mais fraco), a realidade mostrou-se mais complexa conteúdo enunciado anteriormente.
(argumento mais forte).”
“O exército planejou minuciosamente a operação “A última tentativa de proibir a propaganda de cigarros nas
(argumento mais fraco), mas a realidade mostrou-se mais corridas de Fórmula 1 não vingou. De fato, os interesses dos
complexa (argumento mais forte).” fabricantes mais uma vez prevaleceram sobre os da saúde.”

- Argumento Decisivo: há operadores discursivos que O conector introduz um esclarecimento sobre o que foi dito
introduzem um argumento decisivo para derrubar a antes.
argumentação contrária, mas apresentando-o como se fosse Servem ainda para assinalar uma atenuação ou um reforço
um acréscimo, como se fosse apenas algo mais numa série do conteúdo de verdade de um enunciado.
argumentativa: além do mais, além de tudo, além disso,
ademais. “Quando a atual oposição estava no comando do país, não
fez o que exige hoje que o governo faça. Ao contrário, suas
“Ele está num período muito bom da vida: começou a políticas iam na direção contrária do que prega atualmente.
namorar a mulher de seus sonhos, foi promovido na empresa,

Língua Portuguesa 21
APOSTILAS OPÇÃO

O conector introduz um argumento que reforça o que foi Esse texto contém três períodos. O segundo indica a causa
dito antes. de a reforma política ser indispensável. Portanto o ponto-final
do primeiro período está no lugar de um porque.
- Explicação: há operadores que desencadeiam uma
explicação, uma confirmação, uma ilustração do que foi A língua tem um grande número de conectores e
afirmado antes: assim, desse modo, dessa maneira. sequenciadores. Apresentamos os principais e explicamos sua
função. É preciso ficar atento aos fenômenos de coesão.
“O exército inimigo não desejava a paz. Assim, enquanto se Mostramos que o uso inadequado dos conectores e a utilização
processavam as negociações, atacou de surpresa.” inapropriada dos anafóricos ou catafóricos geram rupturas na
coesão, o que leva o texto a não ter sentido ou, pelo menos, a
O operador introduz uma confirmação do que foi afirmado não ter o sentido desejado. Outra falha comum no que tange a
antes. coesão é a falta de partes indispensáveis da oração ou do
período. Analisemos este exemplo:
Coesão por Justaposição
É a coesão que se estabelece com base na sequência dos “As empresas que anunciaram que apoiariam a campanha
enunciados, marcada ou não com sequenciadores. de combate à fome que foi lançada pelo governo federal.”

- Sequenciadores Temporais: são os indicadores de O período compõe-se de:


anterioridade, concomitância ou posterioridade: dois meses - As empresas;
depois, uma semana antes, um pouco mais tarde, etc. (são - que anunciaram (oração subordinada adjetiva restritiva
utilizados predominantemente nas narrações). da primeira oração);
- que apoiariam a campanha de combate à fome (oração
“Uma semana antes de ser internado gravemente doente, subordinada substantiva objetiva direta da segunda oração);
ele esteve conosco. Estava alegre e cheio de planos para o - que foi lançada pelo governo federal (oração subordinada
futuro.” adjetiva restritiva da terceira oração).

- Sequenciadores Espaciais: são os indicadores de posição Observe-se que falta o predicado da primeira oração.
relativa no espaço: à esquerda, à direita, junto de, etc. (são Quem escreveu o período começou a encadear orações
usados principalmente nas descrições). subordinadas e “esqueceu-se” de terminar a principal.
Quebras de coesão desse tipo são mais comuns em
“A um lado, duas estatuetas de bronze dourado, períodos longos. No entanto, mesmo quando se elaboram
representando o amor e a castidade, sustentam uma cúpula oval períodos curtos é preciso cuidar para que sejam
de forma ligeira, donde se desdobram até o pavimento sintaticamente completos e para que suas partes estejam bem
bambolins de cassa finíssima. (...) Do outro lado, há uma lareira, conectadas entre si.
não de fogo, que o dispensa nosso ameno clima fluminense, Para que um conjunto de frases constitua um texto, não
ainda na maior força do inverno.” basta que elas estejam coesas: se não tiverem unidade de
José de Alencar. Senhora. São Paulo, FTD, 1992, p. 77. sentido, mesmo que aparentemente organizadas, elas não
passarão de um amontoado injustificado.
- Sequenciadores de Ordem: são os que assinalam a
ordem dos assuntos numa exposição: primeiramente, em “Vivo há muitos anos em São Paulo. A cidade tem excelentes
segunda, a seguir, finalmente, etc. restaurantes. Ela tem bairros muito pobres. Também o Rio de
Janeiro tem favelas.”
“Para mostrar os horrores da guerra, falarei, inicialmente,
das agruras por que passam as populações civis; em seguida, Todas as frases são coesas. O hiperônimo cidade retoma o
discorrerei sobre a vida dos soldados na frente de batalha; substantivo São Paulo, estabelecendo uma relação entre o
finalmente, exporei suas consequências para a economia segundo e o primeiro períodos. O pronome “ela” recupera a
mundial e, portanto, para a vida cotidiana de todos os palavra cidade, vinculando o terceiro ao segundo período. O
habitantes do planeta.” operador também realiza uma conjunção argumentativa,
relacionando o quarto período ao terceiro. No entanto, esse
- Sequenciadores para Introdução: são os que, na conjunto não é um texto, pois não apresenta unidade de
conversação principalmente, servem para introduzir um tema sentido, isto é, não tem coerência. A coesão, portanto, é
ou mudar de assunto: a propósito, por falar nisso, mas voltando condição necessária, mas não suficiente, para produzir um
ao assunto, fazendo um parêntese, etc. texto.

“Joaquim viveu sempre cercado do carinho de muitas


pessoas. A propósito, era um homem que sabia agradar às
mulheres.”

- Operadores discursivos não explicitados: se o texto for


construído sem marcadores de sequenciação, o leitor deverá
inferir, a partir da ordem dos enunciados, os operadores
discursivos não explicitados na superfície textual. Nesses
casos, os lugares dos diferentes conectores estarão indicados,
na escrita, pelos sinais de pontuação: ponto-final, vírgula,
ponto-e-vírgula, dois-pontos.

“A reforma política é indispensável. Sem a existência da


fidelidade partidária, cada parlamentar vota segundo seus
interesses e não de acordo com um programa partidário. Assim,
não há bases governamentais sólidas.”

Língua Portuguesa 22
APOSTILAS OPÇÃO

Questões 04. (UFMS – Assistente em Administração –


UFMS/2016)
01. (CRP 2º Região PE - Assistente Administrativo -
Quadrix/2018) Concurso marca 400 anos da morte de Shakespeare
Vídeos que melhor mostrarem a atualidade da obra do
dramaturgo inglês serão premiados com viagem ao Reino
Unido e vale-presente

REDAÇÃO 5 de maio de 2016


Passados 400 anos da sua morte, por que William
Shakespeare continua atual? É essa a pergunta que embala o
concurso cultural Shakespeare Hoje, promovido pelo British
Council e parte da programação “Shakespeare Lives”, que vem
celebrando por meio de uma série de eventos, que se
estenderão ao longo do ano, os quatro séculos da morte do
dramaturgo inglês.
Destinado a professores e alunos de escolas públicas e
particulares de todo o Brasil, o concurso pede para que os
participantes produzam um vídeo que mostre a importância e
atualidade da obra shakespeariana.
As produções devem ter, no máximo, quatro minutos e
podem ser feitas em grupos de até cinco alunos que estejam
cursando o Ensino Fundamental II ou Médio e com a
coordenação de um professor.
O material deve abordar textos e personagens de
Shakespeare e pode conter excertos de peças, adaptações ou
conteúdos autorais que sejam inspirados pela obra do autor.
No terceiro quadrinho, a palavra "isso" ajuda a estabelecer, Os melhores vídeos serão premiados com uma viagem
no texto, um processo de para o Reino Unido e vales-presentes no valor de 1 mil reais.
(A) coesão sequencial. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 28
(B) coesão referencial anafórica. de outubro.
(C) coesão referencial catafórica.
(D) coesão exofórica. (www.cartaeducacao.com.br/agenda/concurso-marca-
(E) perda de coesão. 400-anos-da-morte-de-shakespeare, 2016)
02. (Pref. de Teresina/PI – Professor – Português – Assinale a alternativa INCORRETA no que se refere à
NUCEPE/2016) A coerência e a coesão são mecanismo da coesão e/ou à coerência do texto lido.
textualidade que se estabelecem no texto a partir da: (A) No estabelecimento de coesão lexical no texto, os
(A) conectividade. nomes “vídeos”, “produções” e “material” são empregados em
(B) intencionalidade. relação de sinonímia.
(C) aceitabilidade. (B) No trecho “É essa a pergunta que embala o concurso
(D) intertextualidade. cultural Shakespeare Hoje[...]” (1º parágrafo), o pronome
(E) informatividade. demonstrativo “essa” estabelece referência catafórica por se
referir ao substantivo “pergunta”.
03. (TER/PI – Analista Judiciário – CESPE/2016) (C) Em “Passados 400 anos da sua morte, por que William
Shakespeare continua atual?” (1º parágrafo), a sequência
formada pela preposição “por” e pelo pronome interrogativo
“que” pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, pela
expressão “por qual motivo”.
(D) Entre as marcas de coesão referencial do texto, está o
uso dos pronomes “sua” em “Passados 400 anos da sua morte”
e “essa” em “É essa a pergunta que embala o concurso”. (1º
parágrafo)
(E) Entre as marcas de coesão lexical do texto, está o uso
de “autor” (penúltimo parágrafo) e “dramaturgo inglês”
(primeiro parágrafo) em referência a “William Shakespeare”.
Na história em quadrinhos, a coesão e a coerência textuais (1º parágrafo).
são estabelecidas por meio
05. (Pref. de Natal/RN – Psicólogo – IDECAN/2016)
(A) da retomada do termo “informação”, no último
quadrinho. Conheça Aris, que se divide entre socorrer e
(B) da explicitação das formas existentes no mundo que, fotografar náufragos
em tese, poderiam equivaler a vida. Profissional da AFP diz que a experiência de documentar o
(C) do questionamento acerca do que vem a ser vida. sofrimento dos refugiados deixou-o mais rígido com as próprias
(D) da resposta ao próprio questionamento do indivíduo filhas.
do primeiro quadrinho.
(E) das formas alfabéticas do segundo quadrinho. O grego Aris Messinis é fotógrafo da agência AFP em Atenas.
Cobriu guerras e os protestos da Primavera Árabe. Nos últimos
meses, tem se dedicado a registrar a onda de refugiados na
Europa. Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas

Língua Portuguesa 23
APOSTILAS OPÇÃO

fotos, como tem sido o trabalho na ilha de Lesbos, na Grécia, Portanto, ao apresentar-me aqui como brasileira,
onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em automaticamente sou romana, sou egípcia, sou hebraica. Sou
território europeu. Mais de 700.000 refugiados e imigrantes todas as civilizações que aportaram neste acampamento
clandestinos já desembarcaram no litoral grego este ano. As brasileiro.
autoridades locais estão sendo acusadas de não dar apoio 4 Nesta terra, onde plantando-se nascem a traição, a
suficiente aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de sordidez, a banalidade, também afloram a alegria, a
suspender o país do Acordo Schengen, que permite a livre ingenuidade, a esperança, a generosidade, atributos
circulação de pessoas entre os Estados-membros. alimentados pelo feijão bem temperado, o arroz soltinho, o
Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é retratar, bolo de milho, o bife acebolado, e tantos outros anjos feitos
em território pacífico, pessoas que trazem no rosto o com gema de ovo, que deita raízes no mundo árabe, no mundo
sofrimento da guerra. “Só de saber que você não está em uma luso.
zona de guerra torna isso ainda mais emocional. E muito mais 5 Deste país surgiram inesgotáveis sagas, narradores
doloroso”, diz Messinis. Numa guerra, o fotógrafo também astutos, alegres mentirosos. Seres anônimos, heróis de si
corre perigo, então, de certa forma, está em pé de igualdade mesmos, poetas dos sonhos e do sarcasmo, senhores de
com as pessoas que protagonizam as cenas que ele documenta. máscaras venezianas, africanas, ora carnavalescas, ora
Em Lesbos, não é assim. Ele está em absoluta segurança. As mortuárias. Criaturas que, afinadas com a torpeza e as
pessoas que chegam estão lutando por suas vidas. Não são inquietudes do seu tempo, acomodam-se esplêndidas à
poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de pisar sombra da mangueira só pelo prazer de dedilhar as cordas da
em terra firme, por falta de atendimento médico. guitarra e do coração.
Exatamente por causa dessa assimetria entre o 6 Neste litoral, que foi berço de heróis, de marinheiros,
fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas vezes onde os saveiros da imaginação cruzavam as águas dos mares
Messinis deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se bravios em busca de peixes, de sereias e da proteção de
impressiona e se preocupa muito com os bebês que chegam Iemanjá, ali se instalaram civilizações feitas das sobras de
nos botes. Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da outras tantas culturas. Cada qual fincando hábitos, expressões,
travessia. Messinis fotografou os cadáveres de alguns deles nas loucas demências nos nossos peitos.
pedras à beira-mar. 7 Este Brasil que critico, examino, amo, do qual nasceu
O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento Machado de Assis, cujo determinismo falhou ao não prever a
das crianças refugiadas deixou-o mais rígido com as próprias própria grandeza. Mas como poderia este mulato, este negro,
filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7 meses. Quando este branco, esta alma miscigenada, sempre pessimista e feroz,
vê o que acontece com as crianças que chegam nos botes, acatar uma existência que contrariava regras, previsões,
Messinis pensa em como suas filhas têm sorte de estarem vivas, fatalidades? Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o
de terem onde morar e de viverem num país em paz. Elas não Brasil, ser sua face, soçobrar com ele e revivê-lo ao mesmo
têm do que reclamar. tempo?
(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. 8 Fomos portugueses, espanhóis e holandeses, até sermos
Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-
reportagem/conheca-aris-que-se-divide-entresocorrer-e-fotografar-naufragos/.)
brasileiros. Uma grei de etnias ávidas e belas, atraída pelas
aventuras terrestres e marítimas. Inventora, cada qual, de uma
Na construção do texto, a coerência e a coesão são de nação foragida da realidade mesquinha, uma espécie de ficção
fundamental importância para que sua compreensão não seja compatível com uma fábula que nos habilite a frequentar com
comprometida. Alguns elementos são empregados de forma desenvoltura o teatro da história.
(PIÑON, Nélida. Aprendiz de Homero. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008,
efetiva e explícita com tal propósito. Nos trechos a seguir p. 241-243, fragmento.)
foram destacados alguns elementos cuja função anafórica A leitura correta do texto indica que o elemento de coesão
contribui para a coesão textual, com EXCEÇÃO de: textual destacado em cada fragmento abaixo está
(A) “[...] pessoas que trazem no rosto o sofrimento da ERRONEAMENTE informado na opção:
guerra.” (2º§) (A) “justificativa lógica para SUA existência.” (2º §) /
(B) “Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas “emoções revestidas de opulenta carnalidade”.
fotos [...]” (1º§) (B) “O que a vida ALI fez brotar com abundância, excedeu
(C) “O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o ao que eu sabia.” (3º §) / “o Brasil é o paraíso essencial da
sofrimento [...]” (4º§) minha memória.”
(D) “[...] onde milhares de refugiados pisam pela primeira (C) “Criaturas que, afinadas com a torpeza e as inquietudes
vez em território europeu.” (1º§) do SEU tempo, acomodam-se esplêndidas à sombra da
mangueira”. (5º §) / “Criaturas”.
06. (Pref. de Niterói/RJ – Administrador – (D) “CUJO determinismo falhou ao não prever a própria
COSEAC/2016) grandeza.” (7º §) / “Este Brasil”.
(E) “Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil,
O Brasil é minha morada ser sua face, soçobrar com ele e revivê-LO ao mesmo tempo?”
(7º §) / “o Brasil”.
1 Permita-me que lhes confesse que o Brasil é a minha 07. (COMPESA – Analista de Gestão – FGV/2016) As opções
morada. O meu teto quente, a minha sopa fumegante. É casa da a seguir apresentam pensamentos em que os pronomes
minha carne e do meu espírito. O alojamento provisório dos sublinhados estabelecem coesão com elementos anteriores.
meus mortos. A caixa mágica e inexplicável onde se abrigam e Assinale a frase em que esse referente anterior é uma
se consomem os dias essenciais da minha vida. oração.
2 É a terra onde nascem as bananas da minha infância e as (A) “Um diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes
palavras do meu sempre precário vocabulário. Neste país de não dizer nada”.
conheci emoções revestidas de opulenta carnalidade que nem (B) “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de
sempre transportavam no pescoço o sinete da advertência, obedecer-lhe é fraca”.
justificativa lógica para sua existência. (C) “Não existe assunto desinteressante, o que existe são
3 Sem dúvida, o Brasil é o paraíso essencial da minha pessoas desinteressadas”.
memória. O que a vida ali fez brotar com abundância, excedeu (D) “A dúvida é uma margarida que jamais termina de se
ao que eu sabia. Pois cada lembrança brasileira corresponde à despetalar”.
memória do mundo, onde esteja o universo resguardado. (E) “Se você pensa que não tem falhas, isso já é uma”.

Língua Portuguesa 24
APOSTILAS OPÇÃO

Tipos de Coerência
08. (SEE-PE – Professor de Matemática – FGV/2016) “O
único consolo que sinto ao pensar na inevitabilidade da minha São seis os tipos de coerência: sintática, semântica,
morte é o mesmo que se sente quando o barco está em perigo: temática, pragmática, estilística e genérica. Conhecê-los
encontramo-nos todos na mesma situação.” contribui para a escrita de uma boa redação.
(Tolstói)
Coerência sintática: está relacionada com a estrutura
Alguns elementos do pensamento de Tolstói se referem a linguística, como termo de ordem dos elementos, seleção
termos anteriores, o que dá coesão ao texto. Assinale a opção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada,
em que o termo cujo referente anterior está indicado eliminamos estruturas ambíguas, bem como o uso inadequado
incorretamente. dos conectivos.
(A) “que sinto” / consolo.
(B) “o mesmo” / consolo. Coerência semântica: para que a coerência semântica
(C) “que se sente” / consolo. esteja presente em um texto, é preciso, antes de tudo, que o
(D) “todos” / nos. texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está
(E) “na mesma situação” / inevitabilidade da morte. relacionada com as relações de sentido entre as estruturas.
Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma
Gabarito leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e
inferência.
01.B / 02.A / 03.A / 04.B / 05.C / 06.D / 07.E / 08.E
Coerência temática: todos os enunciados de um texto
COERÊNCIA precisam ser coerentes e relevantes para o tema, com exceção
das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser
A coerência textual7 não está na superfície do texto: a evitados, impedindo assim o comprometimento da coerência
construção de sentidos será feita de acordo com o temática.
conhecimento prévio de cada leitor
Quando você se propõe a escrever um texto, certamente se Coerência pragmática: refere-se ao texto visto como uma
lembra de quem vai ler, não é verdade? Provavelmente, você sequência de atos de fala. Os textos, orais ou escritos, são
também se lembra de que alguns cuidados devem ser tomados exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às
para que o leitor compreenda o texto. Nessa tentativa de fazer- condições para a sua realização. Se o locutor ordena algo a
se compreendido, você estabelece alguns padrões mentais que alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um
diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém,
certo? esperamos receber como resposta uma afirmação ou uma
Pois bem, intuitivamente, você está seguindo um princípio negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo
básico para uma boa redação, chamado de coerência textual. que foi indagado. Quando essas condições são ignoradas,
Você pode até não conhecer a exata definição desse elemento temos como resultado a incoerência pragmática.
da linguística textual, mas possivelmente evita construções
ininteligíveis em sua redação e recorre aos seus Coerência estilística: diz respeito ao emprego de uma
conhecimentos sociocognitivos. A coerência é uma variedade de língua adequada, que deve ser mantida do início
conformidade entre fatos ou ideias, próprio daquilo que tem ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A
nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo de incoerência estilística não provoca prejuízos para a
construção de sentidos do texto e à articulação das ideias. Por interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros
serem os sentidos elementos subjetivos, podemos dizer que a - como o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem
coerência não pode ser delimitada, pois o leitor é o formal - deve ser evitada, principalmente nos textos não
responsável pela constituição dos significados do texto. literários.

Três princípios básicos são necessários para Coerência genérica: refere-se à escolha adequada do
compreendermos melhor o que é coerência textual: gênero textual, que deve estar de acordo com o conteúdo do
1) Princípio da Não Contradição: um texto deve enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social
apresentar situações ou ideias lógicas que em momento algum exige que ele tenha como objetivo ofertar algum serviço, bem
se contradigam; como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem
2) Princípio da Não Tautologia: a tautologia nada mais é seja concisa e objetiva, pois essas são as características
do que um vício de linguagem que repete ideias com palavras essenciais do gênero. Uma ruptura com esse padrão,
diferentes ao longo do texto, o que compromete a transmissão entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos
da informação; encontrar um determinado gênero assumindo a forma de
3) Princípio da Relevância: um texto com informações outro.
fragmentadas torna as ideias incoerentes, ainda que cada É importante ressaltar que em alguns tipos de texto,
fragmento apresente certa coerência individual. Se as ideias especialmente nos textos literários, uma ruptura com os tipos
não dialogam entre si, então elas são irrelevantes. de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos
demais textos, a coerência contribui para a construção de
É importante ressaltarmos que o uso adequado dos enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na
conectivos também colabora na construção de um texto compreensão do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência
coerente: a coesão textual é um importante mecanismo de depende de outros aspectos, como o conhecimento linguístico
estruturação do texto, presente em dois movimentos de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a
essenciais: retrospecção e prospecção. Lembre-se de que a informatividade, a intertextualidade e a intencionalidade.
coerência é um princípio de interpretabilidade, portanto, cabe
a você depreender os sentidos do texto.

7 http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/coerencia-textual.htm http://portugues.uol.com.br/redacao/tipos-coerencia.html

Língua Portuguesa 25
APOSTILAS OPÇÃO

Sendo assim não se esqueça que coerência8 é a relação 04.


semântica que se estabelece entre as diversas partes do texto, Oito Anos
criando uma unidade de sentido. Está ligada ao entendimento,
à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê. “Por que você é Flamengo
Enquanto a coesão está para os elementos conectores de ideias E meu pai Botafogo
no texto, a coerência está para a harmonia interna do texto e O que significa
sentido. “Impávido colosso”?
Por que os ossos doem
Questões enquanto a gente dorme
Por que os dentes caem
01. Sobre a coerência textual, é incorreto afirmar: Por onde os filhos saem
(A) A coerência é uma conformidade entre fatos ou ideias, Por que os dedos murcham
própria daquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos quando estou no banho
associá-la ao processo de construção de sentidos do texto e à Por que as ruas enchem
articulação das ideias. quando está chovendo
(B) Por serem os sentidos elementos subjetivos, podemos Quanto é mil trilhões
dizer que a coerência não pode ser delimitada, pois o leitor é o vezes infinito
responsável pela constituição dos significados do texto. Quem é Jesus Cristo
(C) A coerência é imaterial e não está na superfície textual. Onde estão meus primos
Compreender aquilo que está escrito dependerá dos níveis de Well, well, well
interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um Gabriel (...)”.
mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações.
(D) A não contradição, a não tautologia e o princípio da (Paula Toller/Dunga. CD Partimpim, de Adriana Calcanhoto, São Paulo,
2004)
relevância são elementos básicos que garantem a coerência
Julgue as seguintes proposições:
textual.
I. Pode-se dizer que se trata de um conjunto de frases
(E) A coerência textual dispensa o uso adequado dos
interrogativas sem ligação entre si, configurando então um
conectivos, elementos que apenas colaboram para a
texto desprovido de coerência.
estruturação do texto sem apresentar relação direta com a
II. Embora o texto apresente uma série de interrogações
semântica textual.
aparentemente sem ligação entre si, existem nele elementos
linguísticos que nos permitem construir a coerência textual.
02. Observe a tirinha Calvin e Haroldo, de Bill
III. A letra da canção é constituída por uma “lista” das
Watterson, e responda à questão:
perguntas que um filho faz para a mãe, e a sequenciação de
perguntas aparentemente desconexas, na verdade, explicita o
grande número de questionamentos que povoam o imaginário
infantil.
IV. A ausência de elementos sintáticos, como conectivos,
prejudica a construção de sentidos do texto.

(A) Todas estão corretas.


(B) Apenas II e III estão corretas.
(C) Apenas I e IV estão corretas.
Para cada situação interativa existe uma variedade de (D) Apenas I e III estão corretas.
língua adequada. O falante pode optar pela variedade padrão (E) I, III e IV estão corretas.
ou pela variedade não padrão.
Gabarito
Sobre o nível de linguagem adotado por Calvin, podemos
01.E / 02.C / 03.D / 04.B
afirmar que se trata, em relação aos tipos de coerência, de uma
(A) incoerência pragmática.
(B) incoerência genérica.
(C) incoerência estilística. Classes de palavras
(D) incoerência temática.
(E) incoerência semântica.

03. Observe o discurso de Calvin e responda à questão: CLASSES DE PALAVRAS

A identificação de elementos textuais como as figuras de Em Classes de Palavras, estudaremos artigo, substantivo,
linguagem é essencial para a interpretação de textos. adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição,
interjeição e conjunção. E dentro de cada uma, abordaremos
A incoerência na fala de Calvin sobre a TV pode ser seu emprego e quando houver, sua flexão.
explicada através da seguinte figura de linguagem:
(A) Eufemismo. Artigo
(B) Hipérbole. É a palavra que acompanha o substantivo, indicando-lhe o
(C) Paradoxo. gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Os
(D) Ironia. artigos podem ser:
(E) Personificação. Definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de
um ser já conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma
do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do
médio.”

8 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier. 2011.

Língua Portuguesa 26
APOSTILAS OPÇÃO

Indefinidos: um, uma, uns, umas; Trata-se de um ser O artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra
desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando transforma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do
um caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima) ler e do escrever.

Usa-se o artigo definido: Questões


- com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados
foram punidos. 01. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão
- com nomes próprios geográficos de estado, país, oceano, Contábil - FGV/2018) A frase abaixo em que o emprego do
montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o artigo mostra inadequação é:
oceano Pacífico. Ex.: Conheço o Canadá mas não conheço (A) Todas as coisas que hoje se creem antiquíssimas já
Brasília. foram novas;
- depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos (B) Cuidado com todas as coisas que requeiram roupas
os vinte atletas participarão do campeonato. novas;
- com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais (C) Todos os bons pensamentos estão presentes no
lindas flores da floricultura. mundo, só falta aplicá-los;
- com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo (D) Em toda a separação existe uma imagem da morte;
tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e (E) Alegria de amor dura apenas um instante, mas
simpático. sofrimento de amor dura toda a vida.
- antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da
primavera vem o verão. 02. (IF/AP – Auxiliar em Administração –
- com expressões de peso e medida: O álcool custa um real FUNIVERSA/2016)
o litro. (=cada litro)

Não se usa o artigo definido:


- antes de pronomes de tratamento iniciados por
possessivos: Vossa Excelência, Vossa Senhoria. Ex.: Vossa
Alteza estará presente ao debate?
- antes de nomes de meses: O campeonato aconteceu em
maio de 2002.
- alguns nomes de países, como Espanha, França,
Inglaterra, Itália podem ser construídos sem o artigo,
principalmente quando regidos de preposição. Ex.: “Viveu
muito tempo em Espanha.”
- antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos
quatro, amigos de João Luís e Laurinha.
- antes de palavras que designam matéria de estudo,
empregadas com os verbos: aprender, estudar, cursar,
ensinar. Ex.: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.

O uso do artigo é facultativo:


- antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência
é irritante.
Internet: <http://educacaoepraxis.blogspot.com.br>.
- antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou
Luciana / a Luciana?
No segundo quadrinho, correspondem, respectivamente, a
- “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (Para a
substantivo, pronome, artigo e advérbio:
frente: exige a preposição)
(A) “guerra”, “o”, “a” e “por que”.
(B) “mundo”, “a”, “o” e “lá”.
Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao
(C) “quando”, “por que”, “e” e “lá”.
/ de + o, a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela.
(D) “por que”, “não”, “a” e “quando”.
(E) “guerra”, “quando”, “a” e “não”.
Usa-se o artigo indefinido:
- para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns
03. (SESAP/RN - Técnico em Enfermagem -
oito anos.
COMPERVE/2018)
- antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em
pares: Usava umas calças largas e umas botas longas.
Nas décadas subsequentes, vários estudos
- em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é
correlacionaram os hábitos dos pacientes como fatores de
uma meiguice só.
risco para doenças cardiovasculares. Sedentarismo,
- para comparar alguém com um personagem célebre: Luís
tabagismo, obesidade, entre outros, aumentam drasticamente
August é um Rui Barbosa.
as chances de enfarte.
O artigo indefinido não é usado:
Com relação à quantidade de artigos no trecho, há
- em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte,
(A) cinco.
gente, quantidade. Ex.: Reservou para todos boa parte do lucro.
(B) três.
- com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente. Ex.:
(C) quatro.
Não há suficiente espaço para todos.
(D) dois.
- com substantivo que denota espécie. Ex.: Cão que ladra
não morde.
04. (Prefeitura Tanguá/RJ - Técnico de Enfermagem -
MS Concursos/2017) Considere as afirmações sobre artigo e
Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e
numeral e assinale a alternativa correta:
em + um, uma = num, numa, dum, duma.

Língua Portuguesa 27
APOSTILAS OPÇÃO

I - Algumas palavras que atendem o substantivo, como um, Reflexão do Substantivo


em “um dia”, podem modificar-lhe o sentido. Podemos Os substantivos apresentam variações ou flexões de gênero
entender a expressão como “um dia qualquer” e também como (masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau
“um único dia.” Na primeira situação, a palavra um é artigo; na (aumentativo/diminutivo).
segunda, um é numeral.
II - Artigo é a palavra que antecede o substantivo, Gênero (masculino/feminino)
definindo-o ou indefinindo-o. Numeral é a palavra que Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e
expressa quantidade exata de pessoas ou coisas, ou lugar que feminino. A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a,
elas ocupam numa determinada sequência. ou o acréscimo da vogal a, no final da palavra: mestre, mestra.
III - Os numerais classificam-se em: cardinais (designam
uma quantidade de seres); ordinais (indicam série, ordem, Formação do Feminino
posição); multiplicativos (expressam aumento proporcional a O feminino se realiza de três modos:
um múltiplo da unidade); fracionários (denotam diminuição - Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha /
proporcional a divisões, frações da unidade). mestre, mestra / leão, leoa;
IV - O numeral pode referir-se a um substantivo ou - Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um
substituí-lo; no primeiro caso, é numeral substantivo; no sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul,
segundo, numeral adjetivo. consulesa / cantor, cantora / reitor, reitora.
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical
(A) Apenas II, III e IV estão corretas. diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro,
(B) Apenas I, III e IV estão corretas. ovelha / cavalo, égua.
(C) Apenas I, II e III estão corretas.
(D) Apenas I, II e IV estão corretas. Substantivos Uniformes
- Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero,
Gabarito quer se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea
/ a cobra macho ou fêmea.
01.D / 02.E / 03.C / 04.C - Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam
indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A
Substantivo indicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou
feminino: o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a
É a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os nomes de pianista.
pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual ou - Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero
mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, respeito, para homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a
criança. testemunha (homem, mulher) / o cônjuge (marido, mulher).

Classificação Alguns substantivos que mudam de sentido, quando se


- Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie. Ex.: troca o gênero:
menina, piano, estrela, rio, animal, árvore. o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar);
- Próprios: referem-se a um ser em particular. Ex.: Brasil, o capital (dinheiro) - a capital (cidade);
América do Norte, Deus, Paulo, Lucélia. o cabeça (chefe, líder) - a cabeça (parte do corpo);
- Concretos: são aqueles que têm existência própria; são o guia (acompanhante) - a guia (documentação).
independentes; reais ou imaginários. Ex.: mãe, mar, água, anjo,
alma, Deus, vento, saci. São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o
- Abstrato: são os que não têm existência própria; depende champanha, o soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete,
sempre de um ser para existir. Designam qualidades, o Hosana, o espécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa,
sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença, amor, fé, o lança-perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o
beijo, abraço, juventude, covardia. Ex.: É necessário alguém ser formicida, o herpes, o sósia, o telefonema, o saca-rolha, o
ou estar triste para a tristeza manifestar-se. plasma, o estigma.

Formação São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a


- Simples: são aqueles formados por apenas um radical: análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe, a cólera (doença),
chuva, tempo, sol, guarda. a cataplasma, a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês,
- Compostos: são os que são formados por mais de dois a sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama,
radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia. a Xerox, a aguardente.
- Primitivos: são os que não derivam de outras palavras;
vieram primeiro, deram origem a outras palavras. Ex.: ferro, Número (plural/singular)
Pedro, mês, queijo. Acrescentam-se:
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; - S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo:
vieram depois. Ex.: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão. povo, povos / feira, feiras / série, séries.
- Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no - S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens /
singular, designam um conjunto de seres de uma mesma abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes,
espécie. Ex.: abdômenes, hífenes.
- ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz,
Álbum de fotografias Colmeia de abelhas cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em
de bispos em R mudam sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter,
Alcateia de lobos Concílio
assembleia caracteres / sênior, seniores.
de textos - IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal,
Antologia Conclave de cardeais
escolhidos
jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções:
Arquipélago ilhas Cordilheira de montanhas
mal, males / cônsul, cônsules / real, réis.
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S:
cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos.

Língua Portuguesa 28
APOSTILAS OPÇÃO

Trocam-se: Somente o primeiro elemento vai para o plural:


- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões
/ mamão, mamões. - substantivo + preposição + substantivo: água de colônia
- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, = águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça /
alemães / cão, cães. pão-de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz.
- il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis / - quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá
pernil, pernis. ideia de tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredo /
- por eis (paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, répteis / pombo-correio = pombos-correio / salário-família = salários-
projétil, projéteis. família / banana-maçã = bananas-maçã / vale-refeição = vales-
- m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs / refeição (vale = ter valor de, substantivo+especificador)
atum, atuns.
- zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão, Os dois elementos ficam invariáveis quando houver:
balões. 2º elimina-se o S + zinhos.
Balão – balões – balões + zinhos: balõezinhos. - verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos. cola-tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos. - os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai
= os entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta
Alguns substantivos terminados em X são invariáveis = os vai-e-volta.
(valor fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix,
as fênix / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax. Os dois elementos, vão para o plural:

Substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma - substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis /
no plural: abelha-mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós /
aldeão, aldeões, aldeãos; tenente-coronel = tenentes-coronéis / redator-chefe =
verão, verões, verãos; redatores-chefes.
anão, anões, anãos; - substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-
guardião, guardiões, guardiães; perfeitos / capitão-mor = capitães-mores / carro-forte =
corrimão, corrimãos, corrimões; carros-fortes / obra-prima = obras-primas / cachorro-quente
ancião, anciões, anciães, anciãos; = cachorros-quentes.
ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos. - adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-
metragem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas /
Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e - numeral ordinal + substantivo: segunda-feira =
aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô), segundas-feiras / quinta-feira = quintas-feiras.
impostos (ó).
Composto com a palavra guarda só vai para o plural se
Substantivos que mudam de sentido quando usados no for pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda-
plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. florestal = guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis /
(Patrimônio); Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram guarda-marinha = guardas-marinha.
maravilhosas. (Descanso).
Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas
Substantivos empregados somente no plural: Arredores, / os Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os
belas-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias, Silvas.
férias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames,
viveres, idos, afazeres, algemas. Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs /
DVDs / ONGs / PMs / Ufirs.
Plural dos Substantivos Compostos
Grau (aumentativo/diminutivo)
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural: Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir
intensidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é
- palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol que damos o nome de grau do substantivo. Os graus
= girassóis / autopeça = autopeças. aumentativos e diminutivos são formados por dois processos:
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha-
céu = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = - Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou
guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição = diminutivo: peixe – peixão; peixe-peixinho; sufixo inho ou
vale-refeições. isinho.
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva =
sempre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém- - Analítico: formado com palavras de aumento: grande,
nascido = recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto- enorme, imensa, gigantesca (obra imensa / lucro enorme /
escola = auto-escolas. carro grande / prédio gigantesco); e formado com as palavras
- palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico- de diminuição (diminuto, pequeno, minúscula, casa pequena,
tico = os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres. peça minúscula, saia diminuta).
- substantivo composto de três ou mais elementos não
ligados por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns
o bem-te-vi = os bem-te-vis / o sem-terra = os sem-terra / o substantivos exprimem também desprezo, crítica, indiferença
fora-da-lei = os fora-da-lei / o João-ninguém = os joões-ninguém em relação a certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo,
/ o ponto-e-vírgula = os ponto e vírgulas / o bumba meu boi = narigão, gentinha, coisinha, povinho, livreco.
os bumba meu bois. - Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho,
- quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: Toninho, mãezinha.
grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer - Em consequência do dinamismo da língua, alguns
= bel-prazeres. substantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram

Língua Portuguesa 29
APOSTILAS OPÇÃO

um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha estado, ou modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo.
(calendário). Os adjetivos classificam-se em:
- As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em - simples: apresentam um único radical, uma única palavra
sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo em sua estrutura: alegre, medroso, simpático.
zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão - compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas
(sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras; sapatos
(hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho. marrom-escuros.
- As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas - primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a
consoantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país = outras palavras: atual, livre, triste, amarelo, brando.
paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza = - derivados: são aqueles formados por derivação, vieram
belezinha. depois dos primitivos: amarelado, ilegal, infeliz,
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por desconfortável.
prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado, - pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem-
minicalculadora. se a cidades, estados, países. Amapá: amapaense; Amazonas:
amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos Reis:
Questões angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano.

01. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da Pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como:
mesma forma que “balão” e “caneta-tinteiro”: afro-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino-
(A) vulcão, abaixo-assinado; japonês (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira;
(B) irmão, salário-família; nipo-argentina (Japão e Argentina); teuto-argentinos
(C) questão, manga-rosa; (alemão).
(D) bênção, papel-moeda;
(E) razão, guarda-chuva. Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor
de um adjetivo. É formada por preposição + um substantivo.
02. Assinale a alternativa em que está correta a formação Vejamos algumas locuções adjetivas:
do plural:
(A) cadáver – cadáveis; Angelical de anjo Etário de idade
(B) gavião – gaviães; Abdominal de abdômen Fabril de fábrica
(C) fuzil – fuzíveis; Apícola de abelha Filatélico de selos
(D) mal – maus; Aquilino de águia Urbano da cidade
(E) atlas – os atlas.
Flexões do Adjetivo
03. A palavra livro é um substantivo Como palavra variável, sofre flexões de gênero, número e
(A) próprio, concreto, primitivo e simples. grau:
(B) comum, abstrato, derivado e composto.
(C) comum, abstrato, primitivo e simples. Gênero
(D) comum, concreto, primitivo e simples.
- uniformes: têm forma única para o masculino e o
04. Assinale a alternativa em que todos os substantivos são feminino. Funcionário incompetente = funcionária
masculinos: incompetente.
(A) enigma – idioma – cal; - biformes: troca-se a vogal “o” pela vogal “a” ou com o
(B) pianista – presidente – planta; acréscimo da vogal “a” no final da palavra: ator famoso = atriz
(C) champanha – dó(pena) – telefonema; famosa / jogador brasileiro = jogadora brasileira.
(D) estudante – cal – alface;
(E) edema – diabete – alface. Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas
no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-
05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm religiosa / são – sã.
um significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a Às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos
alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao ou como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como
seu significado: substantivo: acompanha um artigo). A cerveja que desce
(A) O capital = dinheiro; redondo. (adjetivo como advérbio: redondamente).
A capital = cidade principal;
(B) O grama = unidade de medida; Número
A grama = vegetação rasteira;
(C) O rádio = aparelho transmissor; O plural dos adjetivos simples flexiona de acordo com o
A rádio = estação geradora; substantivo a que se referem: menino chorão = meninos
(D) O cabeça = o chefe; chorões / garota sensível = garotas sensíveis.
A cabeça = parte do corpo;
(E) A cura = o médico. - quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o
O cura = ato de curar. segundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos
castanho-claros, senadores democrata-cristãos.
Gabarito - composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se
a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis,
01.C / 02.E / 03.D / 04.C / 05.E não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-
petróleo (adjetivo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-
Adjetivo canário = saias amarelo-canário (adjetivo, amarelo;
substantivo canário).
É a palavra variável em gênero, número e grau que
modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade,

Língua Portuguesa 30
APOSTILAS OPÇÃO

- as locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo, - linguagem informal, sufixo érrimo, em vez de íssimo:
ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa / chiquérrimo, chiquetérrimo, elegantérrimo.
olho cor-de-mel = olhos cor-de-mel.
- são invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias - Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos,
sem-par, piadas sem-sal. com a mesma qualidade. Pode ser:
De Superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as
Grau suas amigas. (Ela é a mais de todas)
De Inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos.
O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades
dos seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau: Questões
comparativo e superlativo.
01. (COMPESA - Analista de Gestão - Advogado - FGV) A
O grau comparativo é usado para comparar uma substituição da oração adjetiva por um adjetivo de valor
qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou mais equivalente está feita de forma inadequada em:
qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade, de (A) “Quando você elimina o impossível, o que sobra, por
superioridade e de inferioridade: mais improvável que pareça, só pode ser a verdade”. / restante
(B) “Sábio é aquele que conhece os limites da própria
- de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou ignorância”. / consciente dos limites da própria ignorância.
tão alto quão / quanto / como você. (As duas pessoas têm a (C) “A única coisa que vem sem esforço é a idade”. /
mesma altura) indiferente
(D) “Adoro a humanidade. O que não suporto são as
- de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que pessoas”. / insuportável
uma é mais do que a outra: Minha amiga Manu é mais (E) “Com o tempo não vamos ficando sozinhos apenas
elegante do que / que eu. (Das duas, a Manu é mais) Podem pelos que se foram: vamos ficando sozinhos uns dos outros”. /
ser: falecidos
Analítico: mais bom / mais mau / mais grande / mais
pequeno: O salário é mais pequeno do que / que justo (salário 02. (SEPOG/RO - Técnico em Tecnologia da Informação
pequeno e justo). Quando comparamos duas qualidades de um e Comunicação - FGV/2018) Temos uma notícia triste: o
mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, coração não é o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não
mais bom, mais pequeno. é ali que moram os sentimentos. Puxa, para que serve ele,
Sintético: bom, melhor / mau, pior / grande, maior / afinal? Calma, não jogue o coração para escanteio, ele é
pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que aquela. superimportante. “É um órgão vital. É dele a função de
bombear sangue para todas as células de nosso corpo”, explica
- de inferioridade: um elemento é menor do que outro: Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração.
Somos menos passivos do que / que tolerantes. O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e
tem dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas
O grau superlativo apresenta característica intensificada. “bombas” ele recebe o sangue das veias e lança para as
Pode ser absoluto ou relativo: artérias. Para isso contrai e relaxa, diminuindo e aumentando
de tamanho. E o que tem a ver com o amor? “Ele realmente
- Absoluto: atribuída a um só ser; de forma absoluta. Pode bate mais rápido quando uma pessoa está apaixonada. O corpo
ser: libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a
Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, pressão arterial”.
bastante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo (Nicola é (O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6)
extremamente simpático). Nas frases “ele é superimportante” e “Ele realmente bate
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo (Minha mais rápido quando uma pessoa está apaixonada”, há dois
comadre Mariinha é agradabilíssima). exemplos de variação de grau.

- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos Sobre essas variações, assinale a afirmativa correta.
terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer (A) Apenas na primeira frase há uma variação de grau de
(magro) = macérrimo; adjetivo.
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo (B) Nas duas ocorrências ocorre o superlativo de adjetivos.
(pobríssimo); (C) Apenas na segunda ocorrência ocorre o grau
- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = comparativo do adjetivo.
amabilíssimo; (D) Na primeira ocorrência, a variação de grau ocorre por
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo meio de um sufixo.
apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo. (E) Apenas na primeira frase há variação de grau.
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em
iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo / 03. (Banestes - Técnico Bancário - FGV/2018) O
frio = friíssimo. adjetivo ilimitado corresponde à locução “sem limites”; a
locução com igual estrutura que NÃO corresponde ao adjetivo
Usa-se também, no superlativo: abaixo destacado é:
(A) Os turistas ficaram inertes durante a ação policial /
- prefixos: maxinflação / hipermercado / sem ação;
ultrassonografia / supersimpática. (B) O turista incauto ficou assustado com a ação policial /
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem sem cautela;
sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. (C) O vocalista da banda saiu ileso do acidente / sem
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / ferimento;
linda, linda (=lindíssima). (D) O presidente da Coreia passou incógnito pela França /
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / sem ser percebido;
grandalhão / gostosão / bonitão. (E) O novo livro do autor estava ainda inédito / sem editor.

Língua Portuguesa 31
APOSTILAS OPÇÃO

04. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão SEMESTRE: período de seis meses
Contábil - FGV/2018) Na escrita, pode-se optar TRIÊNIO: período de três anos
frequentemente entre uma construção de substantivo + TRINCA: conjunto de três coisas
locução adjetiva ou substantivo + adjetivo (esportes da água =
esportes aquáticos). Algarismos
Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II, 3-III, 4-IV,
O termo abaixo sublinhado que NÃO pode ser substituído 5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII, 13-XIII, 14-XIV,
por um adjetivo é: 15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX, 20-XX, 30-XXX, 40-
(A) A indústria causou a poluição do rio; XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90-XC, 100-C, 200-CC, 300-
(B) As águas do rio ficaram poluídas; CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700-DCC, 800-DCCC, 900-CM,
(C) As margens do rio estão cheias de lama; 1.000-M.
(D) Os turistas se encantam com a imagem do rio;
(E) Os peixes do rio são bem saborosos. Flexão dos Numerais
Gênero
05. (Pref. Paulínia/SP - Engenheiro Agrônomo - - os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de
FGV/2016) “O povo, ingênuo e sem fé das verdades, quer ao duzentos apresentam flexão de gênero: Um menino e uma
menos crer na fábula, e pouco apreço dá às demonstrações menina foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de
científicas.” (Machado de Assis) presunto e duzentas rosquinhas.
- os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a
No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados nona colocada no vestibular.
possuem, respectivamente, os valores de - os numerais multiplicativos, quando usados com o valor
(A) qualidade e estado. de substantivos, são Invariáveis: A minha nota é o triplo da sua.
(B) estado e relação. (Triplo – valor de substantivo)
(C) relação e característica. - quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão
(D) característica e qualidade. de gênero: Eu fiz duas apostas triplas na loto fácil. (Triplas
(E) qualidade e relação. valor de adjetivo)
- os numerais fracionários concordam com os cardinais
Gabarito que indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foram
contemplados.
01.C / 02.A / 03.E / 04.A / 05.E - o fracionário meio concorda em gênero e número com o
substantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-
Numeral dia e meia. (Hora) / Usou apenas meias palavras.

Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série, Número


multiplicação e divisão. Daí a sua classificação, - os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros,
respectivamente, em: variam em número: Venderam um milhão de ingressos para a
festa do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros.
- Cardinal - indica número, quantidade: um, dois, três, - os numerais ordinais variam em número: As segundas
quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, colocadas disputarão o campeonato.
catorze ou quatorze, quinze, dezesseis, vinte..., trinta..., cem..., - os numerais multiplicativos são invariáveis quando
duzentos..., oitocentos..., novecentos..., mil. usados com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da
sua. (Valor de substantivo – invariável)
- Ordinal - indica ordem ou posição: primeiro, segundo, - os numerais multiplicativos variam quando usados como
terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, adjetivos: Fizemos duas apostas triplas. (Valor de adjetivo –
décimo primeiro, vigésimo..., trigésimo..., quingentésimo..., variável)
sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., - os numerais fracionários variam em número,
nongentésimo..., milésimo. concordando com os cardinais que indicam números das
partes.
- Fracionário - indica uma fração ou divisão: meia, metade, - Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos
terço, quarto, décimo, onze avos, doze avos, vinte avos..., trinta equivalem a 750 ml.
avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., milésimo.
Grau
- Multiplicativo - indica a multiplicação de um número: Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos
dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um
nônuplo, décuplo, undécuplo, duodécuplo, cêntuplo. “gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola.

Os numerais que indicam conjunto de elementos de Emprego dos Numerais


quantidade exata são os coletivos: - para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na
poesia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo
BIMESTRE: período de dois meses II (segundo), Canto X (décimo), Luís IX (nono); os cardinais
CENTENÁRIO: período de cem anos para os demais: Papa Bento XVI (dezesseis), Século XXI (vinte
DECÁLOGO: conjunto de dez leis e um).
DECÚRIA: período de dez anos - se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal.
DEZENA: conjunto de dez coisas O XX século foi de descobertas científicas. (vigésimo século)
LUSTRO: período de cinco anos - com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral
MILÊNIO: período de mil anos ordinal: O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro.
MILHAR: conjunto de mil coisas - na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares,
NOVENA: período de nove dias
portarias e outros textos oficiais, emprega-se o numeral
QUARENTENA: período de quarenta dias
ordinal até o nono: O diretor leu pausadamente a portaria 8ª
QUINQUÊNIO: período de cinco anos
RESMA: quinhentas folhas de papel

Língua Portuguesa 32
APOSTILAS OPÇÃO

(portaria oitava); emprega-se o numeral cardinal, a partir de (B) octogésimo quinto aniversário.
dez: O artigo 16 não foi justificado. (artigo dezesseis) (C) octingentésimo quinto aniversário.
- enumeração de casa, páginas, folhas, textos, (D) otogésimo quinto aniversário.
apartamentos, quartos, poltronas, emprega-se o numeral (E) oitavo quinto aniversário.
cardinal: Reservei a poltrona vinte e oito. / O texto quatro está
na página sessenta e cinco. Gabarito
- se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o
ordinal. Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima) 01.A / 02.B / 03.A / 04.C / 05.B
- não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos
reais é muito para mim. Pronome
- o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão,
milhar e bilhão, devem concordar no masculino: É a palavra que acompanha ou substitui o nome,
- emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada relacionando-o a uma das três pessoas do discurso. As três
unidade após o numeral que a indica, sem espaço ou ponto: pessoas do discurso são:
10h20min – dez horas, vinte minutos. 1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou
emissor;
Questões 2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se
fala ou receptor;
01. Marque o emprego incorreto do numeral: 3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de
(A) século III (três) quem se fala ou referente.
(B) página 102 (cento e dois)
(C) 80º (octogésimo) Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento,
(D) capítulo XI (onze) possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e
(E) X tomo (décimo) relativos.

02. Indique o item em que os numerais estão corretamente Pronomes Pessoais


empregados: Os pronomes pessoais dividem-se em:
(A) Ao Papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro. - Retos - exercem a função de sujeito da oração.
(B) após o parágrafo nono, virá o parágrafo dez. - Oblíquos - exercem a função de complemento do verbo
(C) depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro. (objeto direto / objeto indireto). São: tônicos com preposição
(D) antes do artigo décimo vem o artigo nono. ou átonos sem preposição.
(E) o artigo vigésimo segundo foi revogado.
Pessoas do Retos Oblíquos
03. (Pref. Chapecó/SC - Procurador Municipal - IOBV) Discurso Átonos Tônicos
Quanto à classificação dos numerais, os que indicam o Singular 1ª pessoa eu me mim,
aumento proporcional de quantidade, podendo ter valor de 2ª pessoa tu te comigo
3ª pessoa ele/ela se, o, a, ti, contigo
adjetivo ou substantivo são os numerais:
lhe si, ele,
(A) Multiplicativos. consigo
(B) Ordinais. Plural 1ª pessoa nós nos nós,
(C) Cardinais. 2ª pessoa vós vos conosco
(D) Fracionários. 3ª pessoa eles/elas se, os, as, vós,
lhes convosco
04. (Pref. Barra de Guabiraba/PE - IDHTEC) Assinale a si, eles,
alternativa em que o numeral está escrito por extenso consigo
corretamente, de acordo com a sua aplicação na frase:
(A) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), - Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
temem que suas casas desabem após uma cratera se abrir na pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo
Avenida Papa Pio X. (décima) do teatro.
(B) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 - As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os
(quatrocentas e uma) pronomes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem.
(C) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve - Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
a sua página Classitêxtil reformulada. (vigésima segunda) pessoa apresentam as formas:
(D) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral:
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.
erro, mediante artifício, ardil. (centésimo setésimo primeiro) o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z,
(E) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo,
século XX. (século ducentésimo) consequentemente, as terminações R, S, Z. Preciso pagar ao
verdureiro. (= pagá-lo); Fiz os exercícios a lápis. (= Fi-los a
05. (MPE/SP - Oficial de Promotoria I - VUNESP) lápis)
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos - Eis a
O SBT fará uma homenagem digna da história de seu prova do suborno. (= Ei-la); O tempo nos dirá. (= no-lo dirá).
proprietário e principal apresentador: no próximo dia 12 (eis, nos, vos perdem o S)
[12.12.2015] colocará no ar um especial com 2h30 de duração no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m,
em homenagem a Silvio Santos. É o dia de seu aniversário de ão, õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos sobre a mesa.
85 anos. lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
(http://tvefamosos.uol.com.br/noticias) terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia
do contrato. (o S permanece)
As informações textuais permitem afirmar que, em nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
12.12.2015, Sílvio Santos completou seu perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido.
(A) octogenário quinquagésimo aniversário.

Língua Portuguesa 33
APOSTILAS OPÇÃO

me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente
transitivos diretos (TD), têm sentido possessivo, equivalendo dois fechos:
a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive
esperança. (sua, dele, dela possessivo) para o presidente da República.
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia
Os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o ou de hierarquia inferior.
nome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação
mútua ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados. - A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada
(pronome recíproco, nós mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei. quando se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não
/ Eu jà se arrumei; Eu me apavorei. / Eu me arrumei. (certos) compareceu à reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa)
- Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos - A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando
por mim e ti após preposição: O segredo ficará somente entre se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajou para
mim e ti. um congresso. (falando a respeito do cardeal)
- É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu, - Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria,
quando funcionarem como sujeito: Todos pediram para eu Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª
relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no pessoa (com quem se fala), exigem que outros pronomes e o
infinitivo). Lembre-se de que mim não fala, não escreve, não verbo sejam usados na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que
compra, não anda. seus ministros o apoiarão.
- As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas
como complemento de verbos transitivos diretos ao passo Pronomes Possessivos
que as formas lhe, lhes são empregadas como complementos São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas
de verbos transitivos indiretos: Dona Cecília, querida amiga, da fala.
chamou-a. (verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa
comadre, Nircléia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo Masculino Feminino
indireto,VTI) Singular Plural Singular Plural
meu meus minha minhas
- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo teu teus tua tuas
a gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve seu seus sua suas
fazer caridade com os mais necessitados. nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas
- Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes
seu seus sua suas
que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu- 1ª
pessoa- sujeito / me- pronome pessoal reflexivo)
Emprego dos Pronomes Possessivos
- Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser
empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e
- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode
funcionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa,
provocar, às vezes, a ambiguidade da frase. Ex.: João Luís disse
cujo sujeito é também da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com
que Laurinha estava trabalhando em seu consultório. O
elegância e levou consigo (com ela própria) todos os olhares.
pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir-se
(Nicole- sujeito, 3ª pessoa / levantou- verbo, 3ª pessoa /
tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No
se- complemento, 3ª pessoa / levou- verbo, 3ª pessoa /
caso, usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade.
consigo- complemento, 3ª pessoa).
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de
numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus
Objeto Indireto) juntam-se a o, a, os, as (formas de Objeto
trinta anos.
Direto), assim:
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu
me+o (mo). Ex.: Recebi a carta e agradeci ao jovem, que ma
Ricardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma
trouxe.
alteração fonética da palavra senhor.
nos+o (no-lo). Ex.: Venderíamos a casa, se no-la exigissem.
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
te+o: (to). Ex.: Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos.
concorda com o mais próximo. Ex.: Trouxe-me seus livros e
lhe+o: (lho). Ex.: Ofereci-lhe flores. Ofereci-lhas.
anotações.
vos+o: (vo-lo). E.: Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo.
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me,
te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os
No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to,
passos. (os seus passos)
lho, no-lo, vo-lo), são usadas somente em escritores mais
- Deve-se observar as correlações entre os pronomes
sofisticados.
pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário,
apresso-me em apresentar-te os meus sinceros parabéns;
Pronomes de Tratamento
Peço a Deus pela tua felicidade; Abraça-te o teu amigo que te
São usados no trato com as pessoas. Dependendo da
preza.”
pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando
tratamento será familiar ou cerimonioso.
se trata de parte do corpo. Ex.: Um cavaleiro todo vestido de
negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada
Vossa Alteza - V.A. - príncipes, duques;
em sua, mão. (usa-se: no ombro; na mão)
Vossa Eminência - V.Ema - cardeais;
Vossa Excelência - V.Ex.a - altas autoridades, presidente,
Pronomes Demonstrativos
oficiais;
Indicam a posição dos seres designados em relação às
Vossa Magnificência - V.Mag.a - reitores de universidades;
pessoas do discurso, situando-os no espaço ou no tempo.
Vossa Majestade - V.M. - reis, imperadores;
Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis.
Vossa Santidade - V.S. - Papa;
Vossa Senhoria -V.Sa - tratamento cerimonioso.
este, esta, isto, estes, estas
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a
Ex.:
senhora, a senhorita, dona, você. Não gostei deste livro aqui.
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Neste ano, tenho realizado bons negócios.

Língua Portuguesa 34
APOSTILAS OPÇÃO

Esta afirmação me deixou surpresa: gostava de química. pronome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por isso
O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por
mas esta é mais oprimida. o, a, os, as, qual / quais.
esse, essa, esses, essas Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e
Ex.:
invariáveis.
Não gostei desse livro que está em tuas mãos.
Nesse último ano, realizei bons negócios.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja,
Gostava de química. Essa afirmação me deixou surpresa. cujas, quanto, quantos;
aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.
Ex.:
Não gostei daquele livro que a Roberta trouxe. Emprego dos Pronomes Relativos
Tenho boas recordações de 1960, pois naquele ano realizei
bons negócios. - O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de
O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, relativo universal. Ele pode ser empregado com referência à
mas esta é mais oprimida que aquele.
pessoa ou coisa, no plural ou no singular. Ex.: Este é o CD novo
que acabei de comprar; João Adolfo é o cara que pedi a Deus.
- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e - O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome
variações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este demonstrativo o, a, os, as. Ex.: Não entendi o que você quis
(e variações) para o que foi referido em último lugar. Ex.: Pais dizer. (o que = aquilo que).
e mães vieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e - O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre
orgulhosos, estas, elegantes e risonhas. precedido de preposição. Ex.: Marco Aurélio é o advogado a
- dependendo do contexto os demonstrativos também quem eu me referi.
servem como palavras de função intensificadora ou - O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual,
depreciativa. Ex.: Júlia fez o exercício com aquela calma! de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e
(=expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo é uma o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
tranqueira! (=expressão depreciativa) - O pronome relativo pode vir sem antecedente claro,
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e
então ou nesse momento. Ex.: A festa estava desanimada; nisso, não vem precedido de preposição. Ex.: Quem casa quer casa;
a orquestra tocou um samba e todos caíram na dança. Feliz o homem cujo objetivo é a honestidade; Estas são as
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
elemento anteriormente expresso. Ex.: Ninguém ligou para o - Só se usa o relativo cujo quando o consequente é
incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo. diferente do antecedente. Ex.: O escritor cujo livro te falei é
paulista.
Pronomes Indefinidos - O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois
São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de de si.
modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse que Paulo - O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a:
César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis em que, no qual. Ex.: Desconheço o lugar onde vende tudo
em gênero e número; outros são invariáveis. mais barato. (= lugar em que)
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, - Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados
certo, vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer. depois de tudo, todos, tanto. Ex.: Naquele momento, a querida
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.
nada, cada, mais, menos, demais.
Pronomes Interrogativos
Emprego dos Pronomes Indefinidos São os pronomes em frases interrogativas diretas ou
indiretas. Os principais interrogativos são: que, quem, qual,
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um quanto:
substantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem - Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade?
dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.) (interrogativa direta, COM o ponto de interrogação)
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos - Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade.
quando colocados antes dos substantivos, e adjetivos quando (interrogativa indireta, SEM a interrogação)
colocados depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da
situação. (antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no Questões
dia certo. (depois do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a 01. (CRP 2º Região/PE - Psicólogo Orientador - Fiscal -
qualquer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser; Quadrix/2018)
indetermina, generaliza).
- Outrem significa outra pessoa. Ex.: Nunca se sabe o
pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer. Ex.: Fazemos quaisquer
negócios.

Locuções Pronominais Indefinidas: são locuções


pronominais indefinidas duas ou mais palavras que equivalem
ao pronome indefinido: cada qual / cada um / quem quer que
seja / seja quem for / qualquer um / todo aquele que / um ou
outro / tal qual (=certo).

Pronomes Relativos
São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma
palavra que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da
oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro que
é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o

Língua Portuguesa 35
APOSTILAS OPÇÃO

Em "Mas ele não tinha muitas chances", as palavras 04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo -
classificam-se, morfologicamente, na ordem em que aparecem, IDHTEC)
como
(A) preposição, pronome, advérbio, ação, nome e adjetivo.
(B) conjunção, pronome, advérbio, verbo, pronome e
substantivo.
(C) interjeição, pronome, nome, verbo, artigo e adjetivo.
(D) conector, nome, adjetivo, verbo, pronome e nome.
(E) conjunção, substantivo, advérbio, verbo, advérbio e
adjetivo.

02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - FUNRIO) O


emprego do pronome relativo está de acordo com as normas
da língua-padrão em:
(A) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto
por ele.
O emprego do pronome “aquela” na charge:
(B) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho
(A) Dá uma conotação irônica à frase.
direito.
(B) Representa uma forma indireta de se dirigir ao casal.
(C) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator
(C) Permite situar no espaço aquilo a que se refere.
apresentou ontem.
(D) Indica posse do falante.
(D) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros
(E) Evita a repetição do verbo.
nos orgulhamos.
(E) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram
05. (Pref. Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala - FEPESE)
muita sordidez.
Analise a frase abaixo:
03. (Eletrobras/Eletrosul - Técnico de Segurança do
“O professor discutiu............mesmos a respeito da
Trabalho - FCC)
desavença entre .........e ........ .
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo
Assinale a alternativa que completa corretamente as
movido a energia solar
lacunas do texto.
(A) com nós - eu - ti
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo.
(B) conosco - eu - tu
Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente por
(C) conosco - mim - ti
causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das
(D) conosco - mim - tu
maiores usinas de energia solar do mundo.
(E) com nós - mim - ti
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra
Gabarito
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e
poluir menos. Uma aposta no futuro.
01.B / 02.C / 03.B / 04.C / 05.E
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do
papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do
Verbo
planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que
deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas
É a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da
são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É
natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em:
perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o
- número (singular e plural);
calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores
- pessoa (primeira, segunda e terceira);
de brisa.
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a - modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas
energia solar”. Disponível nominais: gerúndio, infinitivo e particípio);
em:http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi- - tempo (presente, passado e futuro);
cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)
- e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva).
Considere as seguintes passagens do texto: De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi em três conjugações:
construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia 1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
solar do mundo. (1º parágrafo) 2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por 3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor,
fora. (3º parágrafo) compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua
IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça origem latina poer.
sombra no outro. (3º parágrafo)
Elementos Estruturais do Verbo
O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o As formas verbais apresentam três elementos em sua
qual” APENAS em estrutura: radical, vogal temática e tema.
(A) I e II. Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o
(B) II e III. significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da
(C) I, II e IV. 1ª conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses
(D) I e IV. verbos, nota-se que há uma parte que não muda, e que nela
(E) III e IV. está o significado real do verbo.
cont é o radical do verbo contar;

Língua Portuguesa 36
APOSTILAS OPÇÃO

esper é o radical do verbo esperar; ocorre com frequência. Ex.: Eu almoço todos os dias na casa de
brinc é o radical do verbo brincar. minha mãe. Na indicação de ações ou estados permanentes,
verdades universais. Ex.: A água é incolor, inodora, insípida.
Se tirarmos as terminações ar, er, ir do infinitivo dos - Pretérito Imperfeito: para expressar um fato passado,
verbos, teremos o radical desses verbos. Também podemos não concluído. Ex.: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava
antepor prefixos ao radical: desnutrir / reconduzir. muito bem.
- Pretérito Perfeito: é usado na indicação de um fato
Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual passado concluído. Ex.: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi...
conjugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª - Pretérito Mais-Que-Perfeito: expressa um fato passado
conjugação: a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i. anterior a outro acontecimento passado. Ex.: Nós cantáramos
no congresso de música.
Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal - Futuro do Presente: na indicação de um fato realizado
temática. Ex.: contar - cont (radical) + a (vogal temática) = num instante posterior ao que se fala. Ex.: Cantarei domingo
tema. Se não houver a vogal temática, o tema será apenas o no coro da igreja matriz.
radical (contei = cont ei). - Futuro do Pretérito: para expressar um acontecimento
posterior a um outro acontecimento passado. Ex.: Compraria
Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou um carro se tivesse dinheiro
ao tema, para indicar as flexões de modo e tempo, desinências
modo temporais e desinências número pessoais. 1ª Conjugação: -AR
Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais,
Contávamos dançam.
Cont = radical Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou,
a = vogal temática dançamos, dançastes, dançaram.
va = desinência modo temporal Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava,
mos = desinência número pessoal dançávamos, dançáveis, dançavam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: dançara, dançaras,
Flexões Verbais dançara, dançáramos, dançáreis, dançaram.
Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará,
o número e a pessoa. dançaremos, dançareis, dançarão.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular; Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria,
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural; dançaríamos, dançaríeis, dançariam.
- tu estudas – 2ª pessoa do singular;
- vós estudais – 2ª pessoa do plural; 2ª Conjugação: -ER
- ele estuda – 3ª pessoa do singular; Presente: como, comes, come, comemos, comeis,
- eles estudam – 3ª pessoa do plural. comem.
Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos,
- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma comestes, comeram.
diferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja, Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos,
tu foi, tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. comíeis, comiam.
- O pronome vós aparece somente em textos literários ou Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras,
bíblicos. comera, comêramos, comêreis, comeram.
- Os pronomes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá,
pessoa, é o mais usado no Brasil. comeremos, comereis, comerão.
Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria,
Flexão de tempo e de modo: os tempos situam o fato ou a comeríamos, comeríeis, comeriam.
ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em
plena ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três 3ª Conjugação: -IR
possibilidades básicas, mas não únicas, são: presente, Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
pretérito e futuro. Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos,
partistes, partiram.
O modo indica as diversas atitudes do falante com relação Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos,
ao fato que enuncia. São três os modos: partíeis, partiam.
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira,
precisão. O fato é ou foi uma realidade. Apresenta presente, partíramos, partíreis, partiram.
pretérito perfeito, imperfeito e mais que perfeito, futuro do Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá,
presente e futuro do pretérito. partiremos, partireis, partirão.
- Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria,
dúvida, exprime uma possibilidade. O subjuntivo expressa partiríamos, partiríeis, partiriam.
uma incerteza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta
presente, pretérito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Emprego dos Tempos do Subjuntivo
Lourdes; Se tivesse dinheiro compraria um carro zero; - Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou
Quando o vir, dê lembranças minhas. duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição. Ex.:
- Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um Duvido de que apurem os fatos; Que surjam novos e honestos
desejo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um políticos.
pedido, uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e - Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma
imperativo negativo. condição ou hipótese. Ex.: Se recebesse o prêmio, voltaria à
universidade.
Emprego dos Tempos do Indicativo - Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético,
- Presente do Indicativo: para enunciar um fato pode ou não acontecer. Quando você fizer o trabalho, será
momentâneo. Ex.: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que generosamente gratificado.

Língua Portuguesa 37
APOSTILAS OPÇÃO

1ª Conjugação –AR O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente


Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, (forma simples) ou no passado (forma composta). Ex.: É
que nós dancemos, que vós danceis, que eles dancem. preciso ler este livro; Era preciso ter lido este livro.
Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª
se ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo
eles dançassem. impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas pelo
ele dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, contexto da frase). Ex.: Para ler melhor, eu uso estes óculos.
quando eles dançarem. (1ª pessoa); Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

2ª Conjugação -ER O infinitivo impessoal é usado:


Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que
nós comamos, que vós comais, que eles comam. - Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se
Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se referir a um sujeito determinado. Ex. Querer é poder.
ele comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles Fumar prejudica a saúde. É proibido colar cartazes neste
comessem. muro.
Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando - Quando tem valor de Imperativo. Ex. Soldados,
ele comer, quando nós comermos, quando vós comerdes, marchar! (= Marchai!) Esquerda, volver!
quando eles comerem. - Quando é regido de preposição (geralmente
precedido da preposição “de”) e funciona como
3ª conjugação – IR complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que oração anterior. Ex.: Eles não têm o direito de gritar assim.
nós partamos, que vós partais, que eles partam. As meninas foram impedidas de participar do jogo. Eu os
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se convenci a aceitar.
ele partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles
partissem. No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar",
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar)
ele partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, deve ser flexionado. Exs.:
quando eles partirem. Eram pessoas difíceis de serem contentadas.
Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Emprego do Imperativo Os jogos que você me emprestou são agradáveis de serem
Imperativo Afirmativo jogados.
- Não apresenta a primeira pessoa do singular.
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do - Nas locuções verbais. Ex.: Queremos acordar bem cedo
subjuntivo. amanhã. Eles não podiam reclamar do colégio. Vamos pensar
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”. no seu caso.
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo. - Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da
oração anterior. Ex. Eles foram condenados a pagar pesadas
Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós multas. Devemos sorrir ao invés de chorar. Tenho ainda alguns
amamos, vós amais, eles amam. livros por (para) publicar.
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não,
Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos preceder ou estiver distante do verbo da oração principal
nós, amai vós, amem vocês. (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do
período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação
Imperativo Negativo verbal. Exs.:
- É formado através do presente do subjuntivo sem a Na esperança de sermos atendidos, muito lhe
primeira pessoa do singular. agradecemos.
- Não retira os “s” do tu e do vós. Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem
futebol.
Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas
Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não crianças.
amemos nós, não ameis vós, não amem vocês.
- Com os verbos causativos "deixar", "mandar" e
Além dos três modos citados (Indicativo, Subjuntivo e "fazer" e seus sinônimos que não formam locução verbal
Imperativo), os verbos apresentam ainda as formas nominais: com o infinitivo que os segue. Ex.: Deixei-os sair cedo hoje.
infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e particípio. - Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e
sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão.
Infinitivo Impessoal9 Ex.: Vi-os entrar atrasados. Ouvi-as dizer que não iriam à
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, festa.
isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido,
não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Infinitivo Pessoal
Assim, considera-se apenas o processo verbal. Ex.: Amar é É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na
sofrer. 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências,
Podendo ter valor e função de substantivo. Ex.: Viver é assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-
lutar. (= vida é luta); É indispensável combater a corrupção. (= se da seguinte maneira:
combate à) 2ª pessoa do singular: radical + ES. Ex.: teres (tu)

9 https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf69.php

Língua Portuguesa 38
APOSTILAS OPÇÃO

1ª pessoa do plural: radical + mos. Ex.: termos (nós) Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele,
2ª pessoa do plural: radical + dês. Ex.: terdes (vós) comermos nós, comerdes vós, comerem eles.
3ª pessoa do plural: radical + em. Ex.: terem (eles) Gerúndio: comendo.
Particípio: comido.
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa
colocação. 3ª Conjugação –IR
Infinitivo Impessoal: partir.
Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele,
significa que ele atribui um agente ao processo verbal, partirmos nós, partirdes vós, partirem eles.
flexionando-se. Gerúndio: partindo.
O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos: Particípio: partido.

- Quando o sujeito da oração estiver claramente Questões


expresso. Exs.:
Se tu não perceberes isto... 01. (UNEMAT - Psicólogo - 2018)
Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos (sujeito desinencial, sujeito
implícito = nós) desta regra.

- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração


principal. Exs.:
O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos
estudarem bastante para a prova. Disponível
Perdoo-te por me traíres. https://www.facebook.com/tirasamandinho/photos/a.488361671209144.11396
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade. 3.
488356901209621/1568398126538821/?type=3&theater.
O guarda fez sinal para os motoristas pararem. Acesso em: fev.2018.

- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na Na tirinha, Fê conversa com Camilo sobre o que ela
terceira pessoa do plural). Exs.: considera ser machismo na cerimônia de casamento, enquanto
Faço isso para não me acharem inútil. Pudim diz a Armandinho que tudo aquilo que a garota
Temos de agir assim para nos promoverem. questiona é algo natural.
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua Nas falas atribuídas à menina, o verbo ter aparece em Tem
conduta. casamentos [...] (quadro 1) e em [...] essas coisas têm
significados! (quadro 2).
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade
de ação. Exs.: Em relação a esses empregos do verbo ter, assinale a
Vi os alunos abraçarem-se alegremente. alternativa correta.
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com (A) Em ambos, o verbo é impessoal.
gentileza. (B) Ambos estão na terceira pessoa do plural do presente
Mandei as meninas olharem-se no espelho. do modo indicativo.
(C) Ambos estão na terceira pessoa do singular do presente
Gerúndio do modo indicativo.
Pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Ex.: Saindo de (D) Ambos estão no presente do modo indicativo, embora
casa, encontrei alguns amigos. (Função de advérbio); Nas ruas, o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
havia crianças vendendo doces. (Função adjetivo) terceira pessoa do plural.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; (E) Ambos estão no presente do modo subjuntivo, embora
na forma composta, uma ação concluída. Ex.: Trabalhando, o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o terceira pessoa do plural.
valor do dinheiro.
02. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2018)
Particípio
Quando não é empregado na formação dos tempos O drama dos viciados em dívidas
compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Ex.: Apesar dos sinais de recuperação da economia, o número
Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o de brasileiros endividados chegou a 61,7 milhões em fevereiro
particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação passado – o equivalente a 40% da população adulta. O número
temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo é alto porque o hábito de manter as contas em dia não é apenas
(adjetivo verbal). Ex.: Ela foi a aluna escolhida para uma questão financeira decorrente do estado geral da
representar a escola. economia – pode ser uma questão comportamental. Por isso,
há grupos especializados que promovem reuniões semanais
1ª Conjugação –AR com devedores, com a finalidade de trocar experiências sobre
Infinitivo Impessoal: dançar. consumo impulsivo e propensão a viver no vermelho. Uma
Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, dessas organizações é o Devedores Anônimos (DA), que
dançarmos nós, dançardes vós, dançarem eles. funciona nos mesmos moldes do Alcoólicos Anônimos (AA).
Gerúndio: dançando. Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém
Particípio: dançado. do problema. As pessoas de maior renda são justamente as que
têm maior resistência em admitir a compulsão. Pior. É comum
2ª Conjugação –ER que, diante dos apuros, como a perda do emprego, algumas
Infinitivo Impessoal: comer. tentem manter o mesmo padrão de vida em lugar de cortar
gastos para se encaixar na nova realidade. Pedir um

Língua Portuguesa 39
APOSTILAS OPÇÃO

empréstimo para quitar outra dívida é um comportamento (D) Quem vier a comparar a fala dos jovens de hoje com os
recorrente entre os endividados. da geração passada, haveria de concluir que os jovens de hoje
Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo. leem muito menos.
Uma vez que o devedor reconhece o problema, a próxima (E) O contato visual também é importante ao falar em
etapa é se planejar. público. Passa empatia e envolveria o outro.
(Felipe Machado e Tatiana Babadobulos, Veja, 04.04.2018. Adaptado)
Gabarito
Assinale a alternativa em que os verbos estão conjugados
de acordo com a norma-padrão, em substituição aos trechos 01.D / 02.C / 03.A / 04.E / 05.B
destacados na passagem – É comum que, diante dos apuros,
como a perda do emprego, algumas tentem manter o mesmo Locução Verbal
padrão de vida.
(A) Poderia acontecer que ... mantêm Uma locução verbal10 é a combinação de um verbo
(B) Pôde acontecer que ... mantessem auxiliar e um verbo principal. Esses dois verbos, aparecendo
(C) Podia acontecer que ... mantivessem juntos na oração, transmitem apenas uma ação verbal,
(D) Pôde acontecer que ... manteram desempenhando o papel de um único verbo. Exemplo:
(E) Podia acontecer que ... mantiveram - estive pensando
- quero sair
03. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2018) A vida - pode ocorrer
de Dorinha Duval foi, ____ . O processo ainda não havia ido a - tem investigado
Júri quando a tese da defesa foi mudada. Não seria mais - tinha decidido
violenta emoção, mas legítima defesa. Ela não teria atirado no
marido por ter sido ___ e chamada de velha, mas ______ o marido Função dos verbos auxiliares nas locuções verbais
passou a agredi-la. De fato, o exame pericial de corpo de delito Apenas o verbo auxiliar é flexionado. Verbo auxiliar é o
realizado em Dorinha constatou a existência de _______ em seu que perdendo significado próprio, é utilizado para auxiliar na
corpo. A versão da legítima defesa era ______ . conjugação de outro, o verbo principal. Assim, o tempo, o
(Luiza Nagib Eluf, A paixão no banco dos réus. Adaptado) modo, o número, a pessoa e o aspecto da ação verbal são
indicados pelo verbo auxiliar.
As expressões verbais empregadas em tempo que exprime
a ideia de hipótese são:
(A) seria e teria.
(B) foi e seria.
(C) teria e ter sido. Os auxiliares mais comuns são: “Ter, Haver, Ser e Estar”.
(D) foi e constatou. Contudo, outros verbos também atuam como verbos auxiliares
(E) ter sido e passou. nas locuções verbais, como os verbos poder, dever, querer,
começar a, deixar de, voltar a, continuar a, entre outros.
04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo -
IDHTEC) Morto em 2015, o pai afirma que Jules Bianchi não Função dos verbos principais nas locuções verbais
__________culpa pelo acidente. Em entrevista, Philippe Bianchi Nas locuções verbais o verbo auxiliar aparece conjugado e
afirma que a verdade nunca vai aparecer, pois os pilotos o principal numa das formas nominais: no gerúndio, no
__________ medo de falar. "Um piloto não vai dizer nada se existir infinitivo ou no particípio.
uma câmera, mas quando não existem câmeras, todos __________
até mim e me dizem. Jules Bianchi bateu com seu carro em um Locução verbal com verbo principal no gerúndio
trator durante um GP, aquaplanou e não conseguiu Ex.: Estou escrevendo
__________para evitar o choque. verbo auxiliar flexionado: estou
(http://espn.uol.com.br/noticia/603278_pai-diz-que-pilotos-da-f-1- verbo principal no gerúndio: escrevendo
temmedo-de-falar-a-verdade-sobre-o-acidente-fatal-de-bianchi)

Locução verbal com verbo principal no infinitivo


Complete com a sequência de verbos que está no tempo,
Ex.: Quero sair
modo e pessoa corretos:
verbo auxiliar flexionado: quero
(A) Tem – tem – vem - freiar
verbo principal no infinitivo: sair
(B) Tem – tiveram – vieram - frear
(C) Teve – tinham – vinham – frenar
Locução verbal com verbo principal no particípio
(D) Teve – tem – veem – freiar
Ex.: Tinha decidido
(E) Teve – têm – vêm – frear
verbo auxiliar flexionado: tinha
verbo principal no particípio: decidido
05. (Prefeitura Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala -
FEPESE) Assinale a alternativa em que está correta a
Em todos os exemplos a ideia central é expressa pelo verbo
correlação entre os tempos e os modos verbais nas frases
principal, os verbos auxiliares apenas indicam flexões de
abaixo.
tempo, modo, pessoa, número e voz. Sem os verbos principais,
(A) A entonação correta ao falarmos colabora com o
os auxiliares não teriam sentido algum.
entendimento que o outro tem do assunto tratado e reforçaria
a nossa persuasão.
(B) Para falar bem em público, organize as ideias de acordo
com o tempo que você terá e, antes de falar, ensaie sua
apresentação.
(C) A capacidade de os adolescentes virem a falar em
público, teria dependido dos bons ensinamentos da escola.

10
https://www.conjugacao.com.br/locucao-verbal/

Língua Portuguesa 40
APOSTILAS OPÇÃO

Questões Gabarito

01. (CISSUL/MG - Condutor Socorrista - IBGP/2017) 01.C / 02.A / 03.C

Advérbio

É a palavra invariável que modifica um verbo (Chegou


cedo), um outro advérbio (Falou muito bem), um adjetivo
(Estava muito bonita).

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio


pode ser de:
Tempo: ainda, agora, antigamente, antes, amiúde
(=sempre), amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente,
depois, depressa, hoje, imediatamente, já, lentamente, logo,
novamente, outrora.
Assinale a alternativa que contém uma locução verbal
Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além,
extraída do cartum.
algures (=em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar),
(A) Não terão.
dentro, defronte, fora, longe, perto.
(B) Como andar.
Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ),
(C) Vai chegar.
devagar, mal, melhor, pior, e a maior parte dos advérbios que
(D) Todos terão.
termina em mente: calmamente, suavemente, rapidamente,
tristemente.
02. (CRQ 4ª REGIÃO/SP - Fiscal - QUADRIX)
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente,
realmente, sim, seguramente.
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito
nenhum, nem, não, tampouco (=também não).
Intensidade: apenas, assaz, bastante, bem, demais, mais,
meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco.
Dúvida: acaso, eventuamente, por ventura, quiçá,
possivelmente, talvez.

Locuçoes Adverbiais: são duas ou mais palavras que têm


o valor de advérbio: às cegas, às claras, às toa, às pressas, às
escondidas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de
chofre, de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de
medo, com certeza, por perto, por um triz, de vez em quando,
sem dúvida, de forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à
direta, a pé, a esmo, por ali, a distância.
- De repente o dia se fez noite.
- Por um triz eu não me denunciei.
- Sem dúvida você é o melhor.

Graus dos Advérbios: o advérbio não vai para o plural, são


palavras invariáveis, mas alguns admitem a flexão de grau:
comparativo e superlativo.

Comparativo de:
Qual forma verbal substituiria, sem causar alteração de
Igualdade - tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz
sentido, a locução verbal "vou ter", que aparece no primeiro
quanto / como você.
quadrinho?
Superioridade - Analítico: mais do que. Ex.: Raquel é mais
(A) "terei".
elegante do que eu.
(B) "teria".
- Sintético: melhor, pior que. Ex.: Amanhã será melhor do
(C) "tivera".
que hoje.
(D) "tenha".
Inferioridade - menos do que: Falei menos do que devia.
(E) "tinha".
Superlativo Absoluto:
03. (Pref. João Pessoa/PB - Professor Língua
Analítico - mais, muito, pouco,menos: O candidato
Portuguesa - FGV) Uma locução verbal é o conjunto formado
defendeu-se muito mal.
por um verbo auxiliar + um verbo principal, este último
Sintético - íssimo, érrimo: Localizei-o rapídíssimo.
sempre em forma nominal. Nas frases a seguir as formas
verbais sublinhadas constituem uma locução verbal, à exceção
Emprego do Advérbio
de uma. Assinale‐a.
- Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do
(A) Todos podem entrar assim que chegarem.
sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo
(B) Se os grevistas querem trabalhar menos, não vou
sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho,
atendê‐los.
depressinha, rapidinho (bem rápido). Exs.: Rapidinho chegou
(C) Deixem entrar todos os atrasados.
a casa; Moro pertinho da universidade.
(D) Elas não sabem cozinhar como antigamente.
- Frequentemente empregamos adjetivos com valor de
(E) A plantação foi‐se expandindo para os lados
advérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)

Língua Portuguesa 41
APOSTILAS OPÇÃO

- Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai (D) concessão


para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante (E) fim
simpáticas e gentis.
- Bastante - antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai 05. (PC/SP - Investigador de Polícia - VUNESP/2018)
para o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as
no céu. ideias do fundador são institucionalizadas e defendidas por
- Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não
(adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei-a de responder às necessidades atuais da sociedade. Talvez porque
mau humor. o autor das ideias não esteja mais aqui para atualizá-las.
- Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal: Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia
Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo. as bases do comportamento. Como a tecnologia de então não
- Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a
fazem professores como antigamente. (=não se fazem mais) psicanálise. Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por
- Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o suas ideias, revisando sua obra ao longo da vida. Ele chegou a
particípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades
emagrecia a olhos vistos. ilimitadas do qual podemos esperar as elucidações mais
- Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que
último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a respostas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que
todos. formulamos. Talvez essas respostas venham a ser tais que
- A repetição de um mesmo advérbio assume o valor farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente,
superlativo: Levantei cedo, cedo. é sua frase menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)
Palavras e Locuções Denotativas: São palavras
semelhantes a advérbios e que não possuem classificação Nos trechos – … Talvez porque o autor das ideias não esteja
especial. Não se enquadram em nenhuma das dez classes de mais aqui… – ; – … nunca se apaixonou por suas ideias… – ; –
palavras. São chamadas de denotativas e exprimem: A Biologia é realmente um campo de possibilidades
Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem. Ex.: Ainda ilimitadas… – e – Provavelmente, é sua frase menos citada. –,
bem que você veio. os advérbios destacados expressam, correta e
Designação, Indicação: eis. Ex.: Eis aqui o herói da turma. respectivamente, circunstância de:
Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, (A) lugar; tempo; modo; afirmação.
sequer: Ex.: Não me disse sequer uma palavra de amor. (B) lugar; tempo; afirmação; dúvida.
Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso, (C) lugar; negação; modo; intensidade.
de mais a mais. Ex.: Também há flores no céu. (D) afirmação; negação; afirmação; afirmação.
Limitação: só, apenas, somente, unicamente. Ex.: Só Deus é (E) afirmação; negação; modo; dúvida.
perfeito.
Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo. Ex.: Sei lá o que ele Gabarito
quis dizer!
Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes. Ex.: Irei à 01.B / 02.C / 03.D / 04.B / 05.B
Bahia na próxima semana, ou melhor, no próximo mês.
Explicação: por exemplo, a saber. Ex.: Você, por exemplo, Preposição
tem bom caráter.
É a palavra invariável que liga um termo dependente a um
Questões termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As
preposições podem ser: essenciais ou acidentais.
01. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
(A) Só quero meio quilo. As preposições essenciais atuam exclusivamente como
(B) Achei-o meio triste. preposições. São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
(C) Descobri o meio de acertar. entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Exs.: Não dê
(D) Parou no meio da rua. atenção a fofocas; Perante todos disse, sim.
(E) Comprou um metro e meio.
As preposições acidentais são palavras de outras classes
02. Só não há advérbio em: que atuam eventualmente como preposições. São: como (=na
(A) Não o quero. qualidade de), conforme (=de acordo com), consoante, exceto,
(B) Ali está o material. mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante. Ex.: Agia
(C) Tudo está correto. conforme sua vontade. (= de acordo com)
(D) Talvez ele fale.
(E) Já cheguei. - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um
substantivo, é flexionado: a casa, as casas, a árvore, as árvores,
03. Qual das frases abaixo possui advérbio de modo? a estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e
(A) Realmente ela errou. não estabelece concordância com o substantivo. Ex.: Fiz todo o
(B) Antigamente era mais pacato o mundo. percurso a pé. (não há concordância com o substantivo
(C) Lá está teu primo. masculino pé)
(D) Ela fala bem. - As preposições essenciais são sempre seguidas dos
(E) Estava bem cansado. pronomes pessoais oblíquos: Despediu-se de mim
rapidamente. Não vá sem mim.
04. Classifique a locução adverbial que aparece em
"Machucou-se com a lâmina". Locuções Prepositivas: é o conjunto de duas ou mais
(A) modo palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra
(B) instrumento é sempre uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de,
(C) causa acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, dentro de,

Língua Portuguesa 42
APOSTILAS OPÇÃO

embaixo de, em cima de, em frente a, em redor de, graças a, Lugar: Os corruptos vieram da capital.
junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás Causa: O bebê chorava de fome.
de, a fim de, além de, antes de, a par de, a partir de, apesar de, Posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu.
através de, defronte de, em favor de, em lugar de, em vez de, Assunto: Falávamos do casamento da Mariele.
(=no lugar de), ao invés de (=ao contrário de), para com, até a. Matéria: Era uma casa de sapé.
- Não confunda locução prepositiva com locução adverbial. A preposição de não deve contrair-se com o artigo, que
Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim precede o sujeito de um verbo. É tempo de os alunos
no começo: Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. estudarem. (e não: dos alunos estudarem)
(locução adverbial); O acidente ocorreu perto de meu atelier.
(locução prepositiva) Desde
- Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com (afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina vem
outra preposição: Abola passou por entre as pernas do desde São Paulo.
goleiro. Mas é inadequado dizer: Proibido para menores de até Tempo: Desde o ano passado quero mudar de casa.
18 anos; Financiamento em até 24 meses.
Em
Combinações e Contrações (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos.
Combinação: ocorre quando não há perda de fonemas: Matéria: As queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em
a+o, os= ao, aos / a+onde = aonde. Curitiba.
Contração: ocorre quando a preposição perde fonemas: Especialidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras.
de+a, o, as, os, esta, este, isto = da, do, das, dos, desta, deste, Tempo: Tudo aconteceu em doze horas.
disto.
- em+ um, uma, uns, umas, isto, isso, aquilo, aquele, aquela, Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro
aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso, entre dois suportes.
naquilo, naquele, naquela, naqueles.
- de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele, Para
daquela, daquilo. Direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.
- para+ a = pra. Tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da semana.
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes Finalidade: Lute sempre para viver com dignidade.
demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de A preposição para indica permanência definitiva. Vou
crase e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: para o litoral. (ideia de morar)
à, às, àquele, àquela, àquilo.
Perante (posição anterior): Permaneceu calado perante
Valores das Preposições todos.
A
(movimento=direção): Foram a Lucélia comemorar os Por (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas
Anos Dourados. desconhecidas.
Modo: Partiu às pressas. Causa: Por ser muito caro, não compramos um pendrive
Tempo: Iremos nos ver ao entardecer. novo.
Apreposição a indica deslocamento rápido: Vamos à praia. Espaço: Por cima dela havia um raio de luz.
(ideia de passear)
Sem (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.
Ante
(diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a Sob (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar.
emoção. Viveu, sob pressão dos pais.
Tempo (substituída por antes de): Preciso chegar ao
encontro antes das quatro horas. Sobre
(em cima de, com contato): Colocou as taças de cristal
Após (depois de): Após alguns momentos desabou num sobre a toalha rendada.
choro arrependido. Assunto: Conversávamos sobre política financeira.

Até Trás (situação posterior; é preposição fora de uso. É


(aproximação): Correu até mim. substituída por atrás de, depois de): Por trás desta carinha
Tempo: Certamente teremos o resultado do exame até a vê-se muita falsidade.
semana que vem.
Atenção: Se a preposição até equivaler a inclusive, será Questões
palavra de inclusão e não preposição. Os sonhadores amam 01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018)
até quem os despreza. (inclusive)

Com (companhia): Rir de alguém é falta de caridade;


deve-se rir com alguém.
Causa: A cidade foi destruída com o temporal.
Instrumento: Feriu-se com as próprias armas.
Modo: Marfinha, minha comadre, veste-se sempre com
elegância.

Contra
(oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão do
tribunal.
Direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu.
De (origem): Descendi de pais trabalhadores e honestos.

Língua Portuguesa 43
APOSTILAS OPÇÃO

No 3º quadrinho, nas três ocorrências, o sentido da (D) os termos “de figurinhas” e “de celular” são adjuntos
preposição “sem” e o das expressões que ela forma são, dos vocábulos precedentes;
respectivamente, de (E) os termos “de figurinhas” e “de figurinha” são
(A) negação e causa. complementos dos vocábulos precedentes.
(B) adição e condição.
(C) ausência e modo. 04. Assinale a alternativa em que a preposição destacada
(D) falta e consequência. estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz:
(E) exceção e intensidade. Criaram-se a pão e água.
(A) Desejo todo o bem a você.
02. (Pref. Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem - (B) A julgar por esses dados, tudo está perdido.
IDHTEC/2016) (C) Feriram-me a pauladas.
(D) Andou a colher alguns frutos do mar.
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) (E) Ao entardecer, estarei aí.

Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama 05. (TJ/AL - Técnico Judiciário - FGV/2018)
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da Ressentimento e Covardia
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a legislação específica que coíba não somente os usos mas os
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol- maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, indébita.
formando, anunciando -o dia da humanidade. No fundo, é um problema técnico que os avanços da
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império) informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição
dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me
Em qual das alternativas o acento grave foi mal valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-
empregado, pois não houve crase? história.
(A) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na
escola de samba Império Serrano, na Zona Norte do Rio.” internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e
(B) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos
direitos à moradia, a um trabalho digno, à integridade cultural, ou deformados que circulam por aí e que não podem ser
a vida e ao território." desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou
(C) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte revista é processado se publicar sem autorização do autor um
do Moa no dia 11 de maio.” texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em
(D) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de
custas da entidade.” falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a
(E) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a desmentir e dar espaço ao contraditório.
chegada de Edgardo Bauza no fim do ano passado.” Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do
cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão
03. (TJ/AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira
Avaliador - FGV/2018) liberdade. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)

Além do celular e da carteira, cuidado com as O segmento do texto em que o emprego da preposição EM
figurinhas da Copa indica valor semântico diferente dos demais é:
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018
(A) “Tenho comentado aqui na Folha em diversas
crônicas”;
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo
(B) A maioria dos abusos, se praticados em outros meios”;
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos
(C) “... seriam crimes já especificados em lei”;
pelos cromos possam até roubá-los, muitos jornaleiros estão
(D) “...a comunicação virtual está em sua pré-história”;
levando seus estoques para casa quando termina o expediente.
(E) “...ainda que em citação longa e sem aspas”.
Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de
roubo de figurinha espalhados por mensagens de celular.
Gabarito
No texto aparecem três ocorrências da preposição DE.
01.C / 02.E / 03.E / 04.C / 05.D
1. “troca-troca de figurinhas”;
2. “roubo de figurinha”;
Interjeição
3. “mensagens de celular”.
É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,
Sobre o emprego dessa preposição nesses casos, é correto
estados de espírito ou apelos.
afirmar que:
(A) os termos precedidos da preposição DE indicam
Locução Interjetiva: é o conjunto de duas ou mais
pacientes dos vocábulos anteriores;
palavras com valor de uma interjeição: Muito bem! Que pena!
(B) os termos precedidos da preposição DE indicam
Quem me dera! Puxa, que legal!
agentes dos termos anteriores;
(C) os termos “de figurinha” e “de celular” são
complementos dos termos anteriores;

Língua Portuguesa 44
APOSTILAS OPÇÃO

Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas (B) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem és.
(C) João não estudou mais que José, mas entrou na
As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas de Faculdade.
acordo com o sentido que elas expressam em determinado (D) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro.
contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode (E) Não chore que eu já volto.
exprimir emoções variadas.
Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu Gabarito
Deus!, Céus!
Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!, 01.E / 02.A / 03.C / 04.E / 05.D
Olha lá!
Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!; Conjunções
Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem! Exercem a função de conectar as palavras dentro de uma
Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit! oração. Desta forma, elas estabelecem uma relação de
Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh! coordenação ou subordinação e são classificadas em:
Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai! Conjunções Coordenativas e Conjunções Subordinativas.
Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!,
Chega!, Basta! Conjunções Coordenativas
Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida! 1. Aditivas (Adição)
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me E
dera! Nem
Não só... Mas também
Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes Mas ainda
são formadas por palavras de outras classes gramaticais: Senão
Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).
Exemplos:
Questões Viajamos e descansamos.
Eu não só estudo, mas também trabalho.
01. Assinale o par de frases em que as palavras destacadas
são substantivo e pronome, respectivamente: 2. Adversativas (posição contrária)
(A) A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão
praticar o bem. Mas
(B) A Inglaterra é responsável por sua economia. / Havia Porém
muito movimento na praça. Todavia
(C) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de
Entretanto
drogas é condenável.
No entanto
(D) Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. /
Pesca-se muito em Angra dos Reis.
Exemplos:
(E) Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. /
Ela era explorada, mas não se queixava.
Não entendi o que você disse.
Os alunos estudaram, no entanto não conseguiram as
notas necessárias.
02. Assinale o item que só contenha preposições:
(A) durante, entre, sobre
3. Alternativas (alternância)
(B) com, sob, depois
(C) para, atrás, por
(D) em, caso, após Ou, ou
(E) após, sobre, acima Ora, ora
Quer, quer
03. Observe as palavras grifadas da seguinte frase: Já, já
“Encaminhamos a V. Senhoria cópia autêntica do Edital nº
19/82.” Elas são, respectivamente: Exemplos:
(A) verbo, substantivo, substantivo Ou você vem agora, ou não haverá mais ingressos.
(B) verbo, substantivo, advérbio Ora chovia, ora fazia sol.
(C) verbo, substantivo, adjetivo
(D) pronome, adjetivo, substantivo 4. Conclusivas (conclusão)
(E) pronome, adjetivo, adjetivo Logo
Portanto
04. Assinale a opção em que a locução grifada tem valor Por conseguinte
adjetivo: Pois (após o verbo)
(A) “Comprei móveis e objetos diversos que entrei a
utilizar com receio.” Exemplos:
(B) “Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos.” O caminho é perigoso; vá, pois, com cuidado!
(C) “Pediu-me com voz baixa cinquenta mil réis.” Estamos nos esforçando, logo seremos recompensados.
(D) “Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras...”
(E) “Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem 5. Explicativas (explicação)
escrúpulos não se apoderassem do que era delas.” Que
Porque
05. O "que" está com função de preposição na alternativa: Porquanto
(A) Veja que lindo está o cabelo da nossa amiga! Pois (antes do verbo)

Língua Portuguesa 45
APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos: Questões
Não leia no escuro, que faz mal à vista.
Compre estas mercadorias, pois já estamos ficando sem. 01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018)

Conjunções Subordinativas

Ligam uma oração principal a uma oração subordinativa,


com verbo flexionado.

1. Integrantes: iniciam a oração subordinada substantiva


– Que / Se / Como

Exemplos:
Todos perceberam que você estava atrasado.
Aposto como você estava nervosa.

2. Temporais (Tempo) – Quando / Enquanto / Logo que /


Assim que / Desde que
Exemplos:
Logo que chegaram, a festa acabou.
Quando eu disse a verdade, ninguém acreditou.

3. Finais (Finalidade) – Para que / A fim de que Na fala do personagem no segundo quadrinho “Apesar da
Exemplo: aparência, sou um homem ultramoderno!”, a expressão
Foi embora logo, a fim de que ninguém o perturbasse. destacada estabelece entre as informações relação de sentido
de
4. Proporcionais (Proporcionalidade) – À proporção que (A) comparação.
/ À medida que / Quanto mais ... mais / Quanto menos... menos (B) finalidade.
Exemplos: (C) consequência.
À medida que se vive, mais se aprende. (D) conclusão.
Quanto mais se preocupa, mais se aborrece. (E) concessão.

5. Causais (Causa) – Porque / Como / Visto que / Uma vez 02. (Prefeitura Trindade/GO - Auxiliar Administrativo
que - FUNRIO)
Exemplo: Como estivesse doente, não pôde sair.
OMS recomenda ingerir menos de cinco gramas de sal
6. Condicionais (Condição) – Se / Caso / Desde que por dia
Exemplos:
Comprarei o livro, desde que esteja disponível. Se você tem o hábito de pegar no saleiro e polvilhar a
Se chover, não poderemos ir. comida com umas pitadas de sal, é melhor pensar duas vezes.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta
7. Comparativas (Comparação) – Como / Que / Do que / quinta-feira que um adulto consuma por dia menos de dois
Quanto / Que nem gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gramas de sal – para
Exemplos: reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças
Os filhos comeram como leões. cardiovasculares.
A luz é mais veloz do que o som. Pela primeira vez, a OMS faz recomendações também para
as crianças com mais de dois anos de idade, para que as
8. Conformativas (Conformidade) – Como / Conforme / doenças relacionadas com a alimentação não se tornem
Segundo crônicas na idade adulta. Neste caso, a OMS diz que os valores
Exemplos: devem ainda ser mais baixos do que os dois gramas de sódio,
As coisas não são como parecem. devendo ser adaptados tendo em conta o tamanho, a idade e
Farei tudo, conforme foi pedido. as necessidades energéticas.
Teresa Firmino Adaptado de publico.pt/ciencia

9. Consecutivas (Consequência) – Que (precedido dos


termos: tal, tão, tanto...) / De forma que Em para reduzir os níveis de pressão arterial e as
Exemplos: doenças cardiovasculares, a palavra para expressa o
A menina chorou tanto, que não conseguiu ir para a escola. seguinte significado:
Ontem estive viajando, de forma que não consegui (A) oposição
participar da reunião. (B) finalidade
(C) causalidade
10. Concessivas (Concessão) – Embora / Conquanto / (D) comparação
Ainda que / Mesmo que / Por mais que (E) temporalidade
Exemplos:
Todos gostaram, embora estivesse mal feito. 03. (SEDUC/PA - Professor Classe I - Português -
Por mais que gritasse, ninguém o socorreu. CONSULPLAN/2018)

Coisas & Pessoas

Desde pequeno, tive tendência para personificar as coisas.


Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal, sempre gritava:
“Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!”. Mas eu ouvia o

Língua Portuguesa 46
APOSTILAS OPÇÃO

mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho Respiramos a cultura da medicalização. Não nos perguntamos
que pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando por que há tantas enfermidades e enfermos. Esta indagação
leio que alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo não convém à indústria farmacêutica nem ao sistema cujo
com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arquejante, de objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza.
preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó
protuberante que se abaixa e levanta no excitamento da Sobre os itens lexicais destacados no fragmento, estão
perseguição. E já estava devidamente grandezinho, pois devia corretas as afirmativas, EXCETO:
contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de (A) A conjunção “nem” liga dois itens (indústria / sistema)
colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da ponte indicando oposição entre eles.
Uruguaiana-Libres, ocasião de grandes solenidades, com os (B) A conjunção “porque” introduz uma relação de
presidentes Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que causalidade entre as partes do período de que faz a ligação.
fomos alojados os do meu grupo num casarão que creio fosse (C) O conectivo “se” poderia ser substituído por “caso” e
a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina. indica condicionalidade.
Era como um alojamento de quartel, com breve espaço entre (D) O pronome “algum” transfere sua indefinitude ao
as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os substantivo que acompanha, “transtorno”.
alegres incômodos e duvidosos encantos, um vulto junto à
minha cama, senti-me estremunhado e olhei atônito para um Gabarito
tipo de chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e
chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda 01.E / 02.B / 03.D / 04.B / 05.A
interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida calma:
– Pois é! Não vê que eu sou o sereno…
E eis que, por milésimo de segundo, ou talvez mais, julguei Sintaxe. Termos da oração.
que se tratasse do sereno noturno em pessoa. [...]
(Mário Quintana. Caderno H. 5. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 153-154.)
Processos de coordenação e
subordinação.
Após a leitura do texto e considerando seu conteúdo, pode-
se afirmar quanto ao emprego da conjunção em relação à
titulação do texto que o sentido produzido indica SINTAXE
(A) compensação de um elemento em relação ao outro.
(B) acrescentamento de um elemento em relação ao outro. Sintaxe11 é a parte da gramática que estuda a disposição
(C) sobreposição do último elemento em detrimento do das palavras nos períodos, bem como a relação lógica entre
primeiro. elas.
(D) estabelecimento de uma relação de um elemento para De maneira geral, podemos dizer que a sintaxe é o conjunto
com o outro. das regras que determinam as diferentes possibilidades de
associação entre as palavras da língua para a formação de
04. (IF/PE - Técnico em Enfermagem) enunciados verbais.
Para que a comunicação/interação verbal ocorra de
Crônica da cidade do Rio de Janeiro maneira eficiente e organizada entre os falantes, as línguas
possuem não somente um léxico composto por milhares de
No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o palavras, mas também algumas regras que determinam o
Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os modo como as palavras podem combinar-se para formar os
netos dos escravos encontram amparo. enunciados a partir de uma relação lógica. Essas regras são
Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e aquilo que definem a sintaxe das línguas.
apontando seu fulgor, diz, muito tristemente:
- Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar Funções e Relações Sintáticas
Ele daí.
- Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se O enunciado12 se encaixa em uma
preocupe: Ele volta. organização/estruturação específica prevista na língua. Essa
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na organização é sempre regulada pela sintaxe, a qual define as
cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques, sequências possíveis no interior dessas estruturas.
ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses
africanos. Cristo sozinho não basta. Funções Sintáticas
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket,
2009.)
Consiste na função específica de cada elemento na
sentença ao se relacionar com outros elementos que também
Na construção “A polícia mata muitos, e mais ainda mata a compõem o enunciado.
economia”, a conjunção em destaque estabelece, entre as
orações, Relações Sintáticas
(A) uma relação de adição. Consiste nas relações estabelecidas entre as palavras que
(B) uma relação de oposição. definem as estruturas possíveis na sintaxe das línguas.
(C) uma relação de conclusão.
(D) uma relação de explicação. Quando falamos em sintaxe, devemos estudar os seguintes
(E) uma relação de consequência. assuntos dentro da gramática:
- Análise Sintática;
05. (COPASA - Analista de Saneamento - Administrador - Concordância Nominal e Verbal;
- FUMARC/2018) - Regência Nominal e Verbal;
- Colocação Pronominal;
Se você não corresponde ao figurino neoliberal é porque - Crase.
sofre de algum transtorno. As doenças estão em moda.

11 12
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/sintaxe.htm https://portugues.uol.com.br/gramatica/sintaxe.html

Língua Portuguesa 47
APOSTILAS OPÇÃO

ANÁLISE SINTÁTICA Questões

A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide 01. (CFN - Soldado Fuzileiro Naval – Marinha)
e classifica as orações que o constituem e reconhece a função
sintática dos termos de cada oração. A Raposa Furta e a Onça Paga

Frase A raposa viu que vinha vindo um cavalo carregado com


cabaças cheias de mel de abelhas. Mais que depressa deitou-se
É todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer no meio da estrada fingindo-se morta. O tangerino parou e
comunicação. Pode expressar um juízo, indicar uma ação, achou o bicho muito bonito. Não tendo tempo de esfolar para
estado ou fenômeno, transmitir um apelo, uma ordem ou aproveitar o pelo, sacudiu a raposa no meia da carga e seguiu
exteriorizar emoções13. São exemplos de frases14: viagem. Vai a raposa e se farta de mel, pulando depois para o
chão, ganhando o mato. O homem ficou furioso mas não viu
“Por favor!” mais nem a sombra da raposa.
“Bom dia, tudo bem com você?” Dias depois a raposa encontrou a onça que a achou gorda e
lustrosa. Perguntou se ela descobrira algum galinheiro.
Os sinais de pontuação são as pausas especiais nas frases, - Qual galinheiro, camarada onça, minha gordura ê de mel
e quando ocorre a inversão do sujeito + predicado, a sua de abelha, que dá força e coragem.
compreensão depende do contexto. - Onde você encontrou tanto mel?
- Ora, nas cargas dos camboeiros que passam pela estrada.
Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o - Quer me levar, camarada raposa?
verbo ou seja frases constituídas apenas por nomes, - Com todo gosto. Vamos indo...
substantivo, adjetivo e pronome. Levou a onça para a estrada, depois de muda volta, ensinou
Exemplo: Cada louco com sua mania. a conversa. A onça deitou-se e ficou estirada, dura, fazendo que
estava morta. Quando o camboeiro avistou aquele bichão
Tipos de Frases estendido na areia, ficou com os cabelos em pê e puxou logo
Declarativas: anuncia algo de forma afirmativa ou pela sua garrucha. Não vendo a onça bulir, aproximou-se,
negativa, ou juízo acerca de alguma coisa ou alguém: cutucou com o cabo do chicote e gritou para os companheiros:
Pedro estuda muito. (afirmativa) - Eh lá! Uma onça morta! Vamos tirar o couro.
Jamais comprarei aquele carro. (negativa) Meteram a faca com vontade na onça que, meio esfolada,
ganhou os matos, doida de raiva com a arteirice da raposa.
Interrogativas: pergunta alguma coisa (com ponto de (CASCUDO, Luís da Câmara. Contas Tradicionais do Brasil.
interrogação) ou de forma indireta (sem o ponto de Rio de Janeiro: Ediouro, 2003)
interrogação).
Por que quebraste o vidro? “ Onde você encontrou tanto mel ?”
Gostaria de comprar uma casa. “ Eh lá! Uma onça morta! “

Imperativas: expressa uma ordem, pedido, pode ser Analisando as orações acima, pode-se afirmar que elas são,
afirmativa ou negativa. respectivamente:
“Silêncio! Respeite o professor.” (afirmativa) (A) afirmativa e negativa.
Não faça loucuras. (negativa) (B) exclamativa e negativa.
(C) interrogativa e negativa.
Exclamativas: expressa uma admiração, surpresa, (D) interrogativa e exclamativa.
arrependimento e etc. (E) exclamativa explicativa e interrogativa.
Como ela é inteligente!
Não acertaram mais! 02. Que tipo de frase é: - "Como se chama o teu irmão?"
A) Frase exclamativa.
Optativas: exprimir um desejo. B) Frase interrogativa.
Deus te acompanhe! C) Frase imperativa.
Que você consiga passar no concurso. D) Frase declarativa.

Imprecativas: uma imprecação (lançar uma praga, 03. Marque a alternativa que apresenta frase exclamativa:
maldição). A) Os casais saíram para jantar?
Não conseguindo atingir seu intento, dirigiu maldições B) Bons ventos o levem!
contra seu desafeto. C) O cliente pagou o copo de suco?
Maldito seja quem encontrar você. D) Maria depositou dinheiro em sua conta bancária.

Atenção: Algumas frases só podem ser entendidas quando 04. Que tipo de frase é: - "Pedro, vá para a escola."
compreendemos o contexto em que são empregadas, como por A) Frase declarativa.
exemplo em frases que contém ironia, sarcasmo, deboche e B) Frase interrogativa.
escárnio. Pois estas as vezes acabam expressando o contrário C) Frase imperativa.
do que aparentemente se diz. D) Frase exclamativa.

13 OTHON, Garcia, Comunicação em Prosa Moderna. FGV.2011.

Língua Portuguesa 48
APOSTILAS OPÇÃO

05. (Prefeitura de Inhapi/AL - Procurador Municipal - Termos Essenciais da Oração


COPEVE/UFAL) Dois termos fundamentais da oração: sujeito e predicado.

Sujeito Predicado
Felicidade é estar satisfeito.
Os jovens compraram os doces.
Um carro forte tombou nas ruas.

Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que


pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma
coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto
semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto
estilístico (o tópico da sentença).
Já que o sujeito é depreendido de uma análise sintática,
vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na
sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do
predicado.
Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um
verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um
nome. 15Tendo assim por características básicas:
- Estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
- Apresentar-se como elemento determinante em relação
ao predicado;
O enunciado “socorro!”, de acordo com a análise sintática, - Constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo
é um(a) ou, ainda, qualquer palavra substantivada. Exemplo:

(A) oração. O banco está interditado hoje.


(B) frase verbal. está interditado hoje: predicado nominal.
(C) frase nominal. interditado: nome adjetivo = núcleo do predicado.
(D) período simples. O banco: sujeito.
(E) período composto. Banco: núcleo do sujeito - nome masculino singular.

Gabarito No interior de uma sentença, o sujeito é o termo


determinante, ao passo que o predicado é o termo
01. D / 02. B / 03. B / 04. C / 05. C determinado. Essa posição de determinante do sujeito em
relação ao predicado adquire sentido com o fato de ser
Oração possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas
nunca uma sentença sem predicado. Exemplos:
É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há,
necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma As formigas invadiram minha casa.
frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período, as formigas: sujeito = termo determinante.
completando um pensamento e concluindo o enunciado invadiram minha casa: predicado = termo determinado.
através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
casos, através de reticências. Há formigas na minha casa.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes há formigas na minha casa: predicado = termo
elípticos - ocultos). determinado.
Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, sujeito: inexistente.
assim não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
Socorro! nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
Com licença! nome se refere a objetos da primeira e segunda pessoa, o
Que rapaz impertinente! sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto
(eu, tu, ele, etc.).
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, sua
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou representação pode ser feita através de um substantivo, de um
as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
desempenha uma função sintática. cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Os termos da oração na língua portuguesa são classificados
em três grandes níveis: Eu acompanho você até o guichê.
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa.
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Vocês disseram alguma coisa?
Agente da Passiva). vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa (tu)
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal,
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Marcos: sujeito = substantivo próprio.

15 www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/sujeito

Língua Portuguesa 49
APOSTILAS OPÇÃO

Ninguém entra na sala agora. Devagar se vai ao longe.


ninguém: sujeito = pronome substantivo. Quando se é jovem, a vida é vigorosa.

O andar deve ser uma atividade diária. - O verbo no infinitivo impessoal, ocorre a indeterminação
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa do sujeito. Exemplo: É legal assistir a estes filmes clássicos.
oração.
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa
de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de língua. Exemplo: Da casa próxima apareceu aquela moça. / É
oração substantiva subjetiva: difícil esta situação.

É difícil optar por esse ou aquele doce... Sem Sujeito - são enunciados através do predicado, o
É difícil: oração principal. verbo não é atribuído a nenhum sujeito. Construídas com
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva verbos impessoais na 3ª pessoa do singular: Havia gatos na
subjetiva. sala. / Choveu durante a festa.

O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir,
por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos: acontecer, realizar-se, decorrer).
Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo.
O sino era grande. Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer,
Ela tem uma educação fina. anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos.
Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
Predicado - é a soma de todos os termos da oração, exceto
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um o sujeito e o vocativo. É tudo o que se declara na oração
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer referindo-se ao sujeito (quando há sujeito). Sempre apresenta
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, um verbo.17 Exemplo:
etc.). Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham
uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar) Victor conhece os amigos do rei.
sujeito: Victor = termo determinante.
Classificação dos Sujeitos predicado: conhece os amigos do rei = termo determinado.
Simples - tem um só núcleo, no singular ou plural: O
cachorro tem uma casinha linda. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um nome,
Composto - apresenta mais de um núcleo: O garoto e a quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração,
menina brincavam alegremente. ou um verbo (ou locução verbal).
Expresso - está explícito, enunciado: Eu trabalharei Predicado nominal - (seu núcleo significativo é um nome,
amanhã. substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo
Oculto (ou elíptico) - está implícito, não está expresso, de ligação).
funciona como algo que não está claro, porém, no texto está o Predicado verbal - (seu núcleo é um verbo, seguido, ou
significado dele: Trabalharei amanhã. (se deduz “eu” a partir não, de complemento(s) ou termos acessórios). Quando, num
da desinência do verbo). mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância,
Agente - ação expressa pelo verbo da voz ativa: O garoto ambos constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de
chutou a bola. predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos:
Paciente - recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo um verbo e um nome). Exemplos:
passivo: A bola é chutada pelo menino. Construíram-se
açudes. (= Açudes foram construídos.) Victor era jogador.
Agente e Paciente - quando o sujeito realiza a ação predicado: era jogador.
expressa por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe núcleo do predicado: jogador = atributo do sujeito.
os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; tipo de predicado: nominal.
Regina trancou-se no quarto.
Indeterminado - quando não se indica o agente da ação A prefeitura comprou várias coisas na licitação.
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem predicado: comprou várias coisas na licitação.
atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a núcleo do predicado: comprou = nova informação sobre o
atropelou.); Come-se bem naquele restaurante (quem come).16 sujeito
tipo de predicado: verbal
Observações:
- Não confunda sujeito indeterminado com sujeito oculto. Os meninos jogavam bola contentes.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é predicado: jogavam bola contentes.
indeterminado, mas expresso: Ninguém lhe telefonou. núcleos do predicado: jogavam = nova informação sobre o
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o sujeito; contentes = atributo do sujeito.
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente tipo de predicado: verbo-nominal.
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com
admiração. “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é
moça”. responsável também por definir os tipos de elementos que
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. basta para compor o predicado (verbo intransitivo).
O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do Em outros casos é necessário um complemento que,
sujeito. Pode ser omitido junto de infinitivos. Exemplos: juntamente com o verbo, constituem a nova informação sobre
Aqui paga-se bem. o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo

16 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 17 PESTANA, Fernando. Gramática para concursos. Elsevier.2011.

Língua Portuguesa 50
APOSTILAS OPÇÃO

não interferem na tipologia do predicado. Jardim)


Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves
quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por Dias)
estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos: “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo
que já morreu...” (Ciro dos Anjos)
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer,
é depois de algozes) crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar,
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, ou seja,
Predicativo do sujeito - é o nome dado ao núcleo do sempre um complemento sem preposição. Alguns verbos
predicado nominal, é atribuído uma qualidade ou deste grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar,
característica ao sujeito. Os verbos de ligação (ser, estar, designar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
parecer, etc.) são a ligação entre o sujeito e o predicado. Comprei um terreno e construí a casa.
Exemplo: A atriz é talentosa. “Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de
Sujeito – A atriz Maricá)
Verbo de ligação - é
Predicativo - talentosa Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os
que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
Predicação verbal - tem como núcleo um verbo que complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
transmite ideia de ação, pode ser uma locução verbal (dois Consideramos a situação difícil.
verbos). Alguns verbos, por natureza, têm sentido completo, Fernando trazia os documentos.
podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos Em geral, os verbos transitivos diretos são usados na voz
de predicação completa denominados intransitivos. passiva.
Exemplos: A planta nasceu. / Os meninos correm. Podem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os,
as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as.
Outros verbos, que tem predicação incompleta (sentido Podem ser construídos acidentalmente com preposição, a
incompleto) conhecido como transitivos (precisam de qual lhes acrescenta novo sentido: arrancar da espada; puxar
complemento) Exemplos: Paulo comprou cinco pães. / A casa da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir
pertence ao Júlio. com o dever;
Alguns verbos transitivos diretos: abençoar, achar, colher,
Observe que, sem os seus complementos, os verbos avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar,
“comprou” e “pertence” não transmitiriam informações desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir,
completas, pois ainda fica a dúvida: Comprou o quê? Pertence imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer,
a quem? ter, unir, ver, etc.

Os verbos de predicação completa denominam-se de Transitivos Indiretos: são os que reclamam um


intransitivos e os de predicação incompleta de transitivos. complemento regido de preposição, chamado objeto indireto.
Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos Exemplos:
diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e “Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma
indiretos (bitransitivos). adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
Além dos verbos transitivos e intransitivos, que encerram neutros.” (Érico Veríssimo)
uma noção definida ou conteúdo significativo, ainda existem
os de ligação, verbos que entram na formação do predicado Observações: Entre os verbos transitivos indiretos
nominal, relacionando o predicativo com o sujeito. importa distinguir os que se constroem com os pronomes
objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe,
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc.
pois têm sentido completo. Exemplo: “Três contos bastavam, Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os
insistiu ele.” (Machado de Assis) que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe,
lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de
Observações: Os verbos intransitivos podem vir preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
predicativo (qualidade, características). Exemplos:
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam
Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atrasado; a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e
Entrei em casa aborrecido. pouco mais, usados também como transitivos diretos.
Exemplos:
As orações formadas com verbos intransitivos não podem João paga (perdoa, obedece) o médico.
“transitar” (= passar) para a voz passiva. 18 O médico é pago (perdoado, obedecido) por João.
Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos
quando construídos com o objeto direto ou indireto. Exemplo: Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir,
contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem
“Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do mudança de sentido. Outros mudam de sentido com a troca da
Nascimento) preposição. Exemplos:
“Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Trate de sua vida. (tratar=cuidar).

18 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

Língua Portuguesa 51
APOSTILAS OPÇÃO

É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar). Observações: O predicativo objetivo, pode estar regido de
preposição. É facultativo, as vezes. E o predicativo objetivo em
Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de geral se refere ao objeto direto. Em casos especiais, pode
significação conforme sejam usados como transitivos diretos referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Exemplo:
ou indiretos. Chamavam-lhe poeta.
Podemos também antepor o predicativo a seu objeto como
Transitivos Diretos e Indiretos: utilizam com dois por exemplo: O advogado considerava indiscutíveis os
objetos: um direto, outro indireto, ao mesmo tempo. direitos da herdeira. / Julgo inoportuna essa viagem. / “E até
Exemplos: embriagado o vi muitas vezes.” / “Tinha estendida a seus pés
A jornalista fornece informações para os concorrentes. uma planta rústica da cidade.” / “Sentia ainda muito abertos
Oferecemos rosas a nossa amiga. os ferimentos que aquele choque com o mundo me causara.”
Ceda o carro para sua mãe.
Termos Integrantes da Oração
De Ligação: ligam ao sujeito o predicativo, uma palavra. Complementam o sentido de certos verbos e nomes para
Esses verbos, formam o predicado nominal. Exemplos: que a oração fique completa, são chamados de:
A casa é feia.
A carroça está torta. - Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);
A menina anda (=está) alegre. - Complemento Nominal;
A vizinha parecia uma mulher virtuosa. - Agente da Passiva.

Observações: os verbos de ligação não servem apenas de Objeto Direto: complementa o sentido de um verbo
anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais transitivo direto, não regido por preposição. Dica: faça as
se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por perguntas “o quê?” ou “quem?”. Exemplos:
exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto O menino matou o passarinho. (o menino matou quem ?)
transitório. Exemplos: Geraldo ama Andressa. (Geraldo ama o quê?)
Ele é doente. (aspecto permanente)
Ele está doente. (aspecto transitório). Características do objeto direto:
Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivos - Completa a significação dos verbos transitivos diretos;
em frases como por exemplo: Era = existia) uma vez uma - Normalmente, não vem regido de preposição;
princesa.; - Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um
Eu não estava em casa. / Fiquei à sombra. / Anda com verbo ativo. Ex. Caim matou Abel.
dificuldades. / Parece que vai chover.19 - Torna-se sujeito da oração na voz passiva. Ex. Abel foi
morto por Caim.
Os verbos, relativamente à predicação, não fixos. Variam
conforme apresentado na frase, a sua regência e sentido O objeto direto pode ser constituído:
podem pertencer a outro grupo. Exemplos: - Por um substantivo ou expressão substantivada: O
O homem anda. (intransitivo) lavrador cultiva a terra; Unimos o útil ao agradável.
O homem anda triste. (de ligação) - Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos:
Espero-o na estação; Estimo-os muito; Sílvia olhou-se ao
O cego não vê. (intransitivo) espelho; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.;
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar
Predicativo: expressa estado, qualidade ou condição do quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
ser ao qual se refere, ou seja, é um atributo. Dois predicativos - Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
são apontados. loja; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas
Predicativo do Sujeito: exprime um atributo, estado ou do livro, ela o faz com cuidado; “Que teria o homem percebido
modo de ser do sujeito, aparece como verbo de ligação, no nos meus escritos?”
predicado nominal. Exemplos:
O aluno é estudioso e exemplar. Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos,
A casa era toda feita de pedras raras. dando-se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da
mesma esfera semântica. Exemlos:
Outro tipo de predicativo, aparece no predicado verbo- “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
nominal. Exemplos: (Vivaldo Coaraci)
José chegou cansado. “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
Os meninos chegaram cansados. Machado)
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.”
O predicativo subjetivo pode estar preposicionado; E pode (Machado de Assis)
o predicativo ser antes do sujeito e do verbo. Exemplo: Em tais construções é de rigor que o objeto venha
São horríveis essas coisas! acompanhado de um adjunto.20
Que linda estava Amélia!
Completamente feliz ninguém é. Objeto Direto Preposicionado: antecipado por preposição
não obrigatória. Exemplos:
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto Identifiquei a vocês todos naquela foto (quem identifica,
de um verbo transitivo. Exemplos: identifica a algo, o verbo não pede preposição).
As paixões tornam os homens felizes.
Nós julgamos o fato estranho. Em certos casos, o objeto direto, vem precedido de
preposição, e ocorrerá:

19 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 20 PESTANA, Fernando. Gramática para concursos. Elsevier.2011.

Língua Portuguesa 52
APOSTILAS OPÇÃO

- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico: - Transitivos Indiretos: Assisti ao filme; Assistimos à
Deste modo, prejudicas a ti e a ela; “Mas dona Carolina amava festa e à folia; Aludiu ao fato; Aspiro a uma casa boa.
mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava - Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou
o seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”. passiva): Dou graças a Deus; Dedicou sua vida aos doentes e
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.)
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a
todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras
desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente
manobrar com ele, com aquele homem a quem na realidade transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta;
também temia, como todos ali”. Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando convém; A proposta pareceu-lhe aceitável.
que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado; Observações: Há verbos que podem construir-se com dois
“Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a
a um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro? Deus por nós; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto
e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos direto com o complemento nominal nem com o adjunto
outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às outras.”; adverbial; Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”,
“Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma à outra”. “Para ele nada é impossível”, os pronomes em destaque
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas, podem ser considerados adjuntos adverbiais.
principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
eufonia da frase: Judas traiu a Cristo; Amemos a Deus sobre O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa
todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes
estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”. objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence.
direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao (=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...);
médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a
confrade conheço desde os seus mais tenros anos”. preposição é expressa, como característica do objeto indireto:
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro Recorro a Deus; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com
caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.;
ambos...”. Conto com você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de
a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a
odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; As
também aos outros.; A quantos a vida ilude!. pessoas com quem conto são poucas.
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou
arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas representado pelos substantivos (ou expressões substantivas)
de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são:
agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a a, com, contra, de, em, para e por.
coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube
do caso.” Objeto Indireto Pleonástico: sempre representado por
um pronome oblíquo átono para dar ênfase a um objeto
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a indireto que já tem na frase. Exemplos:
preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativo; A A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o
substituição do objeto direto preposicionado pelo pronome destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de
oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo
(convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só Complemento Nominal: completa o sentido de um (nome)
ocorre com verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três substantivo, de um adjetivo e um advérbio, sempre regido por
as razões ou finalidades do emprego do objeto direto preposição. Exemplos: A defesa da pátria; “O ódio ao mal é
preposicionado: a clareza da frase; a harmonia da frase; a amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; “Ah,
ênfase ou a força da expressão. não fosse ele surdo à minha voz!”

Objeto Direto Pleonástico: aquele que se repete na Observações: O complemento nominal representa o
sequência da frase. Quando queremos dar destaque ou ênfase recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no início da frase nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de
e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor de
oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama- músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas no
se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
O pão, Paulo o trazia dentro da sacola. complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
Seus cachorros, ele os cuidava em amor. adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
requerem complemento nominal correspondem, geralmente,
Objeto Indireto: por meio de uma preposição obrigatória, a verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o
completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Dica: faça próximo ;perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente
às perguntas “para quê, em quê, de quê, ou preposição mais aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à
quem?”
Exemplos:Meu irmão cuidava de toda a sua casa. (cuidava
de quê ?) João gosta de goiaba. (gosta do quê ?)

Língua Portuguesa 53
APOSTILAS OPÇÃO

pátria; etc.21 empréstimo do banco, a casa do fazendeiro, folhas de


árvores, farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de
Agente da Passiva: complementa um verbo na voz petróleo, amor de mãe.23
passiva. Sempre representa quem pratica a ação expressa pelo
verbo passivo. Vem regido na maioria das vezes pela Adjunto adverbial: termo que exprime uma circunstância
preposição por, e menos frequentemente pela preposição de: (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que
O vencedor foi escolhido pelos jurados. modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
O menino estava cercado pelo seu pai e mãe. Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de roda na
praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos advérbios:
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos Cheguei tarde; Maria é mais alta; Não durma na cabana; Ele
ou pelos pronomes: fala bem, fala corretamente; Talvez esteja enganado.; Pelas
O cão foi atropelado pelo carro. locuções ou expressões adverbiais: Compreendo sem
Este caderno foi rabiscado por mim. esforço.; Saí com meu pai.; Paulo reside em São Paulo.;
Escureceu de repente.
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na
voz ativa: Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes
A menina foi penteada pela mãe. (voz passiva) de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
A mãe penteou a menina. (voz ativa) dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No
Ele será acompanhado por ti. (voz passiva) domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de
Observações: Frase de forma passiva analítica sem acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto
complemento agente expresso, ao passar para a ativa, terá adverbial de lugar, modo, tempo, intensidade, causa,
sujeito indeterminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi companhia, meio, assunto, negação, etc. É importante saber
expulso da cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As florestas distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, de objeto
são devastadas. (Devastam as florestas.); Na passiva indireto e de complemento nominal: sair do mar (ad. adv.);
pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobiavam-se água do mar (adj. adn.); gosta do mar (obj. indir.); ter medo
as canções dele pelos pedestres. (errado); Nas ruas eram do mar (compl. nom.).
assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo);
Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo) Aposto: um termo ou expressão que associa a um nome
anterior, e explica ou esclarece o sentido desse nome.
Termos Acessórios da Oração Geralmente, separado dos outros termos da oração por dois
São os que desempenham na oração uma função pontos, travessão e vírgula.
secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os Exemplos:
substantivos, exprimir alguma circunstância. São três os Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de estômago.
termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto “Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.”
adverbial e aposto. (Carlos Drummond de Andrade)

Adjunto adnominal: é o termo (expressão) que se junta a O núcleo do aposto pode ser expresso por um substantivo
um nome para melhor função especificar, detalhar ou ou por um pronome substantivo. Exemplo:
caracterizar o sentido desse nome (substantivos).22 Exemplo: Os responsáveis pelo projeto, tu e a arquiteta, não podem
Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu determina o se ausentar.
substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas
caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases
adnominal). seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: sujeito. Ex.
água fresca, animal feroz; Pelos artigos: o mundo, as ruas; Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco sal, As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de
muitas rãs ,país cuja história conheço, que rua? Pelos cores.
numerais: dois pés ,quinto ano; Pelas locuções ou expressões
adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra Os apostos, em geral, têm pausas, indicadas, na escrita, por
especificação: vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não
- presente de rei (=régio): qualidade haverá vírgula, como nestes exemplos:
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença O romance Tróia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem Colégio Tiradentes, etc.
- fio de aço, casa de madeira: matéria “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade (Graciliano Ramos)

Observações: Não confundir o adjunto adnominal O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
formado por locução adjetiva com complemento nominal. Este vezes, está elíptico. Exemplos:
representa o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
eleição do presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da
empréstimo de dinheiro, plantio de árvores, colheita de alma humana.
trigo, destruidor de matas, descoberta de petróleo, amor ao
próximo, etc. O adjunto adnominal formado por locução O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
adjetiva representa o agente da ação, ou a origem, pertença, Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
qualidade de alguém ou de alguma coisa: o discurso do tempestade iminente.
presidente, aviso de amigo, declaração do ministro, O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.

21 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 23 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.
22 AMARAL, Emília. Novas Palavras. Editora FTD.2016.

Língua Portuguesa 54
APOSTILAS OPÇÃO

Um aposto refere a outro aposto, às vezes: 02. (Prefeitura de Teresina/PI - Professor de Educação
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do Básica - NUCEPE/2019)
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)

O aposto pode vir antecedido das expressões explicativas,


ou da preposição acidental como:

Dois países sul-americanos, isto é, a Colômbia e o Chile,


não são banhados pelo mar.
Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/page/73 Acesso em:
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento 15.05.19.
nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição: Em “... é transmitida por animais contaminados e
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. comentários e postagens nas redes sociais...”, o termo
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das destacado tem a função sintática de
coisas.” (Raquel Jardim) (A) adjunto adverbial, indica circunstância à ação verbal.
(B) agente da passiva, pratica a ação verbal na voz passiva.
Vocativo: termo que exprime um nome, título, apelido, (C) complemento nominal, pois completa o adjetivo
usado para chamar o interlocutor. “transmitida”.
(D) objeto indireto, completa do sentido do verbo com o
“Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria auxílio da preposição.
de Lourdes Teixeira) (E) sujeito, pratica a ação de “transmitir” expressa na
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado oração de ordem inversa.
de Assis)
“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela) 03. (Prefeitura de Avelinópolis/GO - Psicólogo -
Itame/2019) Em: Precisa-se de técnicos em informática. O
Observação: Profere-se o vocativo com entoação sujeito:
exclamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo (A) está elíptico no contexto.
inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um (B) está na voz passiva sintética.
chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª (C) trata-se de uma oração sem sujeito.
pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma (D) é indeterminado no contexto da frase.
coisa real ou entidade abstrata personificada. Podemos
antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!): 04. (Prefeitura de Pacujá/CE - Fiscal de Tributos -
CETREDE/2019)
“Tem compaixão de nós, ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!” Estátua Falsa
(Graciliano Ramos)
“Esconde-te, ó sol de maio ,ó alegria do mundo!” (Camilo Só de oiro falso meus olhos se douram;
Castelo Branco) Sou esfinge sem mistério no poente.
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura A tristeza das coisas que não foram
da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.24 Na minha alma desceu veladamente.

Questões Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,


Gomos de luz em treva se misturam.
01. (MPE/SC - Promotor de Justiça - Instituto As sombras que eu dimano não perduram,
Consulplan/2019) Como ontem para mim, hoje é distância.

Excerto 2 Já não estremeço em face de segredo;


Nada me aloira, nada me aterra
“[...] Depois da aula, Hassan e eu passávamos a mão em um A vida corre sobre mim em guerra,
livro e corríamos para uma colina arredondada que ficava bem E nem sequer um arrepio de medo!
ao norte da propriedade de meu pai em Wazir Akbar Khan.
Havia ali um velho cemitério abandonado, com várias fileiras Sou estrela ébria que perdeu os céus,
de lápides com as inscrições apagadas e muito mato Sereia louca que deixa o mar;
impedindo a passagem pelas aleias. Anos e anos de chuva e Sou templo prestes a ruir sem deus,
neve tinham enferrujado o portão de grade e deixado a mureta Estátua falsa ainda erguida no ar...
de pedras claras em ruínas. Perto da entrada do cemitério Mário de Sá Carneiro.
havia um pé de romã. Em um dia de verão, usei uma das facas
de cozinha de Ali para gravar nossos nomes naquela árvore: O sujeito de “desceu”, v. 4, é:
“Amir e Hassan, sultões de Cabul.” Essas palavras serviram (A) oiro.
para oficializar o fato: a árvore era nossa. Depois da aula, (B) esfinge.
Hassan e eu trepávamos em seus galhos e apanhávamos as (C) tristeza.
romãs encarnadas. Depois de comer as frutas e limpar as mãos (D) alma.
na grama, eu lia para Hassan. [...]” (E) poente.
HOSSEINI, Khaled. O caçador de pipas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
p. 34. [fragmento]
05. (Prefeitura de Porto Calvo/AL - Assistente
No início do excerto 2, há duas orações coordenadas cujo Administrativo - COPEVE-UFAL/2019)
sujeito é o mesmo: nós. Para ser franco, declaro que esses infelizes não me
Certo ( ) Errado ( ) inspiram simpatia. Lastimo a situação em que se acham,

24 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

Língua Portuguesa 55
APOSTILAS OPÇÃO

reconheço ter contribuído para isso, mas não vou além. “Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. São Paulo: M. Fontes, 1970. p. 241. Assis)
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”
Considerando aspectos sintáticos, a oração destacada no (Antônio Olavo Pereira)
texto é “O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.”
(A) complemento nominal. (Coelho Neto)
(B) complemento verbal.
(C) predicativo. - As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando
(D) sujeito. vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
(E) aposto. O homem saiu do carro / e entrou na casa.
OCA OCS

Gabarito As orações coordenadas sindéticas são classificadas de


acordo com o sentido expresso pelas conjunções
01. Errado / 02. B / 03. D / 04. C / 05. B coordenativas que as introduzem. E podem ser:

Período - Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não


só... mas também, não só... mas ainda.
Toda frase com uma ou mais orações constitui um período, Saí da escola / e fui à lanchonete.
que se encerra com ponto de exclamação, interrogação ou OCA OCS Aditiva
reticências.
O período de uma oração pode ser: simples quando só traz Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
uma oração, também conhecida como oração absoluta; ou conjunção que expressa ideia de acréscimo ou adição com
composto quando traz mais de uma oração. Exemplo: referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.) coordenativa aditiva.
Quero que você aprenda. (Período composto.)
O menino comprou pães e um leite.
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há As crianças não gritavam e nem choravam.
num período, e para isso basta contar os verbos ou locuções Os celulares não somente instruem mas também
verbais. Num período haverá tantas orações quantos forem os divertem.
verbos ou as locuções verbais neles existentes. Exemplos:
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração) porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma Estudei bastante / mas não passei no teste.
oração) OCA OCS Adversativa
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas
locuções verbais, duas orações) Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
conjunção que expressa ideia de oposição à oração anterior, ou
Há três tipos de período composto: por coordenação, por seja, por uma conjunção coordenativa adversativa.
subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo
tempo (também chamada de período misto). O aluno é estudioso, porém, suas notas são baixas.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
Período Composto por Coordenação – Orações
Coordenadas - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto,
por isso, pois, logo.
Considere, por exemplo, este período composto:
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
tempos de infância. OCA OCS Conclusiva
1ª oração: Passeamos pela praia
2ª oração: brincamos Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
3ª oração: recordamos os tempos de infância conjunção que expressa ideia de conclusão de um fato
As três orações que compõem esse período têm sentido enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência coordenativa conclusiva.
sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma
relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende Vives mentindo; logo, não mereces fé.
da outra sintaticamente. Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
As orações independentes de um período são chamadas de
orações coordenadas (OC), e o período formado só de - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou... ou,
orações coordenadas é chamado de período composto por ora... ora, seja... seja, quer... quer.
coordenação.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas OCA OCS Alternativa
e sindéticas.
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: conjunção que estabelece uma relação de alternância ou
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma
OCA OCA OCA conjunção coordenativa alternativa.

Cale-se agora ou nunca mais fale.

Língua Portuguesa 56
APOSTILAS OPÇÃO

Ora colocava a luca, ora a retirava. 05. Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda
estava fria, por isso as praias permaneciam desertas.
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
porque, pois, porquanto. Período Composto por Subordinação
Vamos andar depressa / que estamos atrasados. Observe os termos destacados em cada uma destas
OCA OCS Explicativa orações:
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)
que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação à Todos querem sua participação. (objeto direto)
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de
explicativa. causa)

Não comprei o carro, porque estava muito caro. Veja, agora, como podemos transformar esses termos em
Cumprimente-a, pois hoje é o seu aniversário. orações com a mesma função sintática:
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada
Questões com função de adjunto adnominal)
Todos querem / que você participe. (oração subordinada
01. Relacione as orações coordenadas por meio de com função de objeto direto)
conjunções: Não pude sair / porque estava chovendo. (oração
(A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões subordinada com função de adjunto adverbial de causa)
surgiram.
(B) Não durma sem cobertor. A noite está fria. Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma
(C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los. certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto,
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a
marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de: subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele
(A) causa é classificado como período composto por subordinação.
(B) explicação As orações subordinadas são classificadas de acordo com a
(C) conclusão função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
(D) proporção
(E) comparação Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial da
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração oração principal (OP). São classificadas de acordo com a
sublinhada pode indicar uma ideia de: conjunção subordinativa que as introduz:
(A) concessão
(B) oposição - Causais: expressam a causa do fato enunciado na oração
(C) condição principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que,
(D) lugar visto que.
(E) consequência Não fui à escola / porque fiquei doente.
OP OSA Causal
04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem,
entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido. O tambor soa porque é oco.
1. Correu demais, ... caiu. Como não me atendessem, repreendi-os severamente.
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz. Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
3. A matéria perece, ... a alma é imortal. “Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com Sousa)
detalhes.
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde. - Condicionais: expressam hipóteses ou condição para a
ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se,
(A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto contanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
(B) por isso, porque, mas, portanto, que Irei à sua casa / se não chover.
(C) logo, porém, pois, porque, mas OP OSA Condicional
(D) porém, pois, logo, todavia, porque
(E) entretanto, que, porque, pois, portanto Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos
ofensores.
05. Reúna as três orações em um período composto por Se o conhecesses, não o condenarias.
coordenação, usando conjunções adequadas. “Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond
de Andrade)
Os dias já eram quentes. A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência
A água do mar ainda estava fria. tenha êxito.
As praias permaneciam desertas.
- Concessivas: expressam ideia ou fato contrário ao da
Respostas oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais
01. Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões que, mesmo que.
surgiram. Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. OP OSA Concessiva
Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los. Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que
ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
02. E\03. C\04. B Embora não possuísse informações seguras, ainda
assim arriscou uma opinião.

Língua Portuguesa 57
APOSTILAS OPÇÃO

Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo luz daquele olhar.
quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos
critiquem. Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam
Por mais que gritasse, não me ouviram. claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está
subentendido o verbo ser (como a mãe é).
- Conformativas: expressam a conformidade de um fato
com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. - Proporcionais: expressam uma ideia que se relaciona
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado. proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
OP OSA Conformativa Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais, quanto menos.
O homem age conforme pensa. Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi. OSA Proporcional OP
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de À medida que se vive, mais se aprende.
informação. À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai
- Temporais: acrescentam uma circunstância de tempo ao diminuindo.
que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando,
assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal Orações Subordinadas Substantivas
(=assim que). As orações subordinadas substantivas (OSS) são
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei. aquelas que, num período, exercem funções sintáticas
OP OSA Temporal próprias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser:
Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: é
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
(Marquês de Maricá) O grupo quer / que você ajude.
Enquanto foi rico, todos o procuravam. OP OSS Objetiva Direta

- Finais: expressam a finalidade ou o objetivo do que foi O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O
enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de mestre exigia a presença de todos.)
que, porque (=para que), que. Mariana esperou que o marido voltasse.
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar. Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
OP OSA Final O fiscal verificou se tudo estava em ordem.

“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: é
(Marquês de Maricá) aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = indireto)
para que) Necessito / de que você me ajude.
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as OP OSS Objetiva Indireta
recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
para que não deixasse) Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua
viagem.)
- Consecutivas: expressam a consequência do que foi Aconselha-o a que trabalhe mais.
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como Daremos o prêmio a quem o merecer.
(= porque), pois que, visto que. Lembre-se de que a vida é breve.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Consecutiva - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: é aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos. Observe :É importante sua colaboração. (sujeito)
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” É importante / que você colabore.
(José J. Veiga) OP OSS Subjetiva
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude A oração subjetiva geralmente vem:
prolongar minha viagem. - Depois de um verbo de ligação + predicativo, em
construções do tipo é bom ,é útil ,é certo ,é conveniente, etc.
- Comparativas: expressam ideia de comparação com Ex.: É certo que ele voltará amanhã.
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como, - Depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
com menos ou mais). - Depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
Ela é bonita / como a mãe. ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e
OP OSA Comparativa seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos
participem da reunião.
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o
ferro.” (Marquês de Maricá) É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. necessária.)
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram. Parece que a situação melhorou.
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à Aconteceu que não o encontrei em casa.

Língua Portuguesa 58
APOSTILAS OPÇÃO

Importa que saibas isso bem. se referem. Exemplo:


O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
- Oração Subordinada Substantiva Completiva OP OSA Restritiva
Nominal: É aquela que exerce a função de complemento
nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
convencido de sua inocência. (complemento nominal) o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
Estou convencido / de que ele é inocente. aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º
OP OSS Completiva Nominal lugar. Exemplo:

Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão Pedra que rola não cria limo.
dele.) Os animais que se alimentam de carne chamam-se
Estava ansioso por que voltasses. carnívoros.
Sê grato a quem te ensina. Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão escreveram.
cedo.” (Graciliano Ramos) “Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário
Mariano)
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: é
aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração - Subordinadas Adjetivas Explicativas: são explicativas
principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se
importante é sua felicidade. (predicativo) referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
O importante é / que você seja feliz. restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
OP OSS Predicativa O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) novo livro.
Minha esperança era que ele desistisse. OP OSA Explicativa OP
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
Não sou quem você pensa. Deus, que é nosso pai, nos salvará.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
que exerce a função de aposto de um termo da oração Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
principal. Observe: Ele tinha um sonho a união de todos em Observação: As explicativas são isoladas por pausas, que
benefício do país. (aposto) na escrita se indicam por vírgulas.25
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício
do país. Orações Reduzidas
OP OSS Apositiva Observe que as orações subordinadas eram sempre
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma apresentavam o verbo na forma do indicativo ou do
coisa: a sua felicidade) subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. outras que se apresentam com o verbo numa das formas
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
de que virias a morrer...” (Osmã Lins)
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
motivo oculto?” (Machado de Assis) (infinitivo)
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho (particípio)
recuperasse a saúde, tornou-se realidade.
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as das formas nominais são chamadas de reduzidas.
orações substantivas podem ser introduzidas por outros Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo:
Não sei quando ele chegou. colocamos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
Diga-me como resolver esse problema. sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou
subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma
Orações Subordinadas Adjetivas classificação da oração desenvolvida.
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a
função de adjunto adnominal de algum termo da oração Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
principal. Observe como podemos transformar um adjunto Quando entrei na escola, / encontrei o professor de
adnominal em oração subordinada adjetiva: inglês.
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal) OSA Temporal
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial
adjetiva) temporal, reduzida de infinitivo.

As orações subordinadas adjetivas são sempre Precisando de ajuda, telefone-me.


introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, Se precisar de ajuda, / telefone-me.
etc.) e podem ser classificadas em: OSA Condicional
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: são restritivas condicional, reduzida de gerúndio.
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que

25 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

Língua Portuguesa 59
APOSTILAS OPÇÃO

Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. 03. “Esses produtos podem ser encontrados nos
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com
vestiário. características adaptadas às dificuldades para mastigar e para
OSA Temporal engolir dos mais velhos, e preparados para se encaixar em seus
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal, hábitos de consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter
reduzida de particípio. sua forma verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
(A) para se encaixarem.
Observações: (B) para seu encaixotamento.
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de (C) para que se encaixassem.
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas (D) para que se encaixem.
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de (E) para que se encaixariam.
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
cidade. 04. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. orações seguintes?
Exemplos: (A) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
Preciso terminar este exercício. (B) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
Ele está jantando na sala. (C) O aluno fez-se passar por doutor.
Essa casa foi construída por meu pai. (D) Precisa-se de operários.
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma (E) Não sei se o vinho está bom.
reduzida. Exemplo:
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. 05. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração oração sublinhada é:
coordenada sindética aditiva) (A) subordinada substantiva completiva nominal
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de (B) subordinada substantiva objetiva indireta
gerúndio. (C) subordinada substantiva predicativa
Qual é a diferença entre as orações coordenadas (D) subordinada substantiva subjetiva
explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas (E) subordinada substantiva objetiva direta
podem ser iniciadas por que e porquê? Às vezes não é fácil
estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas como Respostas
o próprio nome indica, as causais sempre trazem a causa de 01.B \ 02.A \ 03.D \ 04.E \ 05.B
algo que se revela na oração principal, que traz o efeito.
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a CONCORDÂNCIA NOMINAL
oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal. Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
Essa noção de causa e efeito não existe no período demais termos da oração para que concordem em gênero e
composto por coordenação. Exemplo: número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o
Rosa chorou porque levou uma surra. Está claro que a artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos
oração iniciada pela conjunção é causal, visto que a surra foi também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O Regra geral: o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
período agora é composto por coordenação, pois a oração concordam em gênero e número com o substantivo.
iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se A pequena criança é uma gracinha. / O garoto que encontrei
revelou na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e era muito gentil e simpático.
efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é
causa de ela ter chorado. Casos especiais: veremos alguns casos que fogem à regra
geral mostrada acima.
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
OP OSA Comparativa OSA Condicional a) Um adjetivo após vários substantivos
1- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
Questões plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. / Irmão
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que e primo recém-chegados estiveram aqui.
estava para ser mãe”, a oração destacada é:
(A) subordinada substantiva objetiva indireta 2- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
(B) subordinada substantiva completiva nominal plural masculino ou concorda com o substantivo mais
(C) subordinada substantiva predicativa próximo.
(D) coordenada sindética conclusiva Ela tem pai e mãe louros. / Ela tem pai e mãe loura.
(E) coordenada sindética explicativa
3- Adjetivo funciona como predicativo: vai
02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há obrigatoriamente para o plural.
reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na O homem e o menino estavam perdidos. / O homem e sua
realidade.” A oração sublinhada é: esposa estiveram hospedados aqui.
(A) adverbial conformativa
(B) adjetiva b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
(C) adverbial consecutiva 1- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
(D) adverbial proporcional próximo.
(E) adverbial causal Comi delicioso almoço e sobremesa. / Provei deliciosa fruta
e suco.
2- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:

Língua Portuguesa 60
APOSTILAS OPÇÃO

concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Estou meio (um pouco) insegura.
Estavam feridos o pai e os filhos. / Estava ferido o pai e os
filhos. 2- Como numeral: segue a regra geral.
Comi meia (metade) laranja pela manhã.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava n) Só
fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 1- apenas, somente (advérbio): invariável.
2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as Só consegui comprar uma passagem.
línguas inglesa e espanhola.
2- sozinho (adjetivo): variável.
d) Pronomes de tratamento Estiveram sós durante horas.
Sempre concordam com a 3ª pessoa. Vossa Santidade
esteve no Brasil. Questões

e) Anexo, incluso, próprio, obrigado 01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou
Concordam com o substantivo a que se referem. nominal:
As cartas estão anexas. / A bebida está inclusa. (A) Será descontada em folha sua contribuição sindical.
(B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) encontros semanais com os diversos interessados no assunto.
Após essas expressões o substantivo fica sempre no (C) Alguma solução é necessária, e logo!
singular e o adjetivo no plural. (D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a
Renato advogou um e outro caso fáceis. / Pusemos numa e ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
noutra bandeja rasas o peixe. não pode prosperar.
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D.
g) É bom, é necessario, é proibido João VI ter também elevado sua colônia americana à condição
Essas expressões não variam se o sujeito não vier de Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil
precedido de artigo ou outro determinante. obter certa autonomia econômica.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada 02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
é proibida. gênero, número ou pessoa):
(A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer
h) Muito, pouco, caro a diferença.”
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. (B) Todos sabemos que a solução não é fácil.
Comi muitas frutas durante a viagem. / Pouco arroz é (C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
suficiente para mim. cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
(D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de
2- Como advérbios: são invariáveis. longe...
Comi muito durante a viagem. / Pouco lutei, por isso perdi (E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais
a batalha. compreensivo.

i) Mesmo, bastante 03. A concordância nominal está INCORRETA em:


1- Como advérbios: invariáveis (A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o
Preciso mesmo da sua ajuda. envolvimento da empresa.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. (B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
desnecessária.
2- Como pronomes: seguem a regra geral. (C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. empresa e a campanha.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. (D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
desnecessárias.
j) Menos, alerta
Em todas as ocasiões são invariáveis. 04. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos
Preciso de menos comida para perder peso. / Estamos alerta parênteses.
para com suas chamadas. (A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/
necessária)
k) Tal Qual (B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
“Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o (C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/
consequente. bastantes)
As garotas são vaidosas tais qual a tia. / Os pais vieram (D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
fantasiados tais quais os filhos. (E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino.
(meio/ meia)
l) Possível
Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou 05. Quanto à concordância nominal, verifica-se ERRO em:
“pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. (A) O texto fala de uma época e de um assunto polêmicos.
A mais possível das alternativas é a que você expôs. (B) Tornou-se clara para o leitor a posição do autor sobre
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. o assunto.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da (C) Constata-se hoje a existência de homem, mulher e
cidade. criança viciadas.
(D) Não será permitido visita de amigos, apenas a de
m) Meio parentes.
1- Como advérbio: invariável.

Língua Portuguesa 61
APOSTILAS OPÇÃO

Respostas 10) No caso de o sujeito aparecer representado por


01.D / 02.D / 03.B / 04. a) necessária b) alerta c) expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará
bastantes d) vazia e) meio / 05. C com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão da
CONCORDÂNCIA VERBAL diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.
Observações:
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos - Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de
referindo à relação de dependência estabelecida entre um porcentagem, esse deverá concordar com o numeral:
termo e outro mediante um contexto oracional. Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no
Casos Referentes a Sujeito Simples singular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da
1) Sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em diretoria.
número e pessoa: O aluno chegou atrasado. - Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os
2) O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo do 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
singular, o verbo permanece na terceira pessoa do
singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. 11) Quando o sujeito estiver representado por pronomes
Observação: no caso de o coletivo aparecer seguido de de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
adjunto adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular pessoa do singular ou do plural: Vossas
ou poderá ir para o plural: Uma multidão de pessoas saiu aos Majestades gostaram das homenagens. Vossas Excelência agiu
gritos. / Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. com inteligência.

3) Quando o sujeito é representado por expressões 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo
partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos
metade de, uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode que os determinam:
concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo
substantivo que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo
/ A maioria dos alunos resolveram ficar. também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás
Cubas é uma criação de Machado de Assis.
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de mundial.
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas. - Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele
nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos
5) Em casos em que o sujeito é representado pela é uma potência mundial.
expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. Casos Referentes a Sujeito Composto
Observação: no caso da referida expressão aparecer 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais relacionado a dois pressupostos básicos:
de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
de doação de alimentos. / Mais de um formando se demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
abraçaram durante as solenidades de formatura. - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na
2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. / Tu e ele são primos.
6) O sujeito for composto da expressão “um dos que”, o
verbo permanecerá no plural: Paulo é um dos que mais 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer
trabalhar. anteposto (antes) ao verbo, este permanecerá no plural: O pai
e seus dois filhos compareceram ao evento.
7) Quanto aos relativos à concordância com locuções
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto (depois) ao
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário verbo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
nos atermos a duas questões básicas: permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também
concordar com o pronome pessoal: Alguns 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão. mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do
no singular, o verbo também permanecerá no singular: Algum mundo.
de nós o receberá.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
singular ou poderá concordar com o antecedente desse vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é
Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. fruto de meu esforço.

9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela


palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós
que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.

Língua Portuguesa 62
APOSTILAS OPÇÃO

Questões A frase em que as regras de concordância estão


plenamente respeitadas é:
01. A concordância realizou-se adequadamente em qual (A) Podem haver estudos que comprovem que, no passado,
alternativa? as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos
(A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose.
potência econômica do planeta, mas há quem aposte que a (B) Cada um dos organismos simples que vivem na
China, em breve, o ultrapassará. natureza sobrevivem de forma quase automática, sem se
(B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos valerem de criatividade e planejamento.
que chegarão atrasados, tenho certeza disso. (C) Desde que observe cuidados básicos, como obter
(C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode energia por meio de alimentos, os organismos simples podem
comê-las sem receio! preservar a vida ao longo do tempo com relativa facilidade.
(D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na (D) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio
janela do hotel! de dificuldades para obter a energia necessária a sua
sobrevivência e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças.
02. Uma pergunta (E) A maioria dos organismos mais complexos possui um
Frequentemente cabe aos detentores de cargos de sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a
responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves mudanças ambientais, como alterações na temperatura.
consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador e 04. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a a concordância verbal está correta em:
decisão: - Quem sofrerá? (A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois
Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a acabou os créditos.
se considerar. (B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis
(Salvador Nicola, inédito) que executa diversos serviços para os clientes.
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no para os passageiros que chegavam à cidade.
singular para preencher adequadamente a lacuna da frase: (D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas
(A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de lembranças que seu tio lhe deixou.
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. (E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de
(B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre táxi para bater um papo com o motorista.
o peso de suas mais graves decisões.
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) Respostas
tomar decisões sem medir suas consequências.
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... 01.C / 02.C / 03.E / 04.C
(costumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas.
(E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
humana. Regência Verbal

03. Em um belo artigo, o físico Marcelo Gleiser, analisando A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre
a constatação do satélite Kepler de que existem muitos os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos
planetas com características físicas semelhantes ao nosso, e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
reafirmou sua fé na hipótese da Terra rara, isto é, a tese de que O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa
a vida complexa (animal) é um fenômeno não tão comum no capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
Universo. conhecermos as diversas significações que um verbo pode
Gleiser retoma as ideias de Peter Ward expostas de modo assumir com a simples mudança ou retirada de uma
persuasivo em “Terra Rara”. Ali, o autor sugere que a vida preposição.
microbiana deve ser um fenômeno trivial, podendo pipocar até Observe:
em mundos inóspitos; já o surgimento de vida multicelular na A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
Terra dependeu de muitas outras variáveis físicas e históricas, contentar.
o que, se não permite estimar o número de civilizações extra A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado
terráqueas, ao menos faz com que reduzamos nossas ou prazer", satisfazer.
expectativas.
Uma questão análoga só arranhada por Ward é a da Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de
inexorabilidade da inteligência. A evolução de organismos "agradar a alguém".
complexos leva necessariamente à consciência e à
inteligência? Saiba que:
Robert Wright diz que sim, mas seu argumento é mais O conhecimento do uso adequado das preposições é um
matemático do que biológico: complexidade engendra dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e
complexidade, levando a uma corrida armamentista entre também nominal). As preposições são capazes de modificar
espécies cujo subproduto é a inteligência. completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os
Stephen J. Gould e Steven Pinker apostam que não. Para exemplos:
eles, é apenas devido a uma sucessão de pré-adaptações e Cheguei ao metrô.
coincidências que alguns animais transformaram a capacidade Cheguei no metrô.
de resolver problemas em estratégia de sobrevivência. Se
rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração
as chances de não chegarmos a nada parecido com a "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o
inteligência. lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua,
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 2012.)
sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem

Língua Portuguesa 63
APOSTILAS OPÇÃO

divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
verbos, e a regência culta. a) Consistir - tem complemento introduzido pela
preposição "em".
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é todos.
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
formas em frases distintas. b) Obedecer e Desobedecer - possuem seus complementos
introduzidos pela preposição "a".
Verbos Intransitivos Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É Eles desobedeceram às leis do trânsito.
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. c) Responder - tem complemento introduzido pela
a) Chegar, Ir; preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais quem" ou "ao que" se responde.
de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para Respondi ao meu patrão.
indicar destino ou direção são: a, para. Respondemos às perguntas.
Fui ao teatro. Respondeu-lhe à altura.
Adjunto Adverbial de Lugar Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
Ricardo foi para a Espanha. analítica. Veja: O questionário foi respondido corretamente. /
Adjunto Adverbial de Lugar Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

b) Comparecer; d) Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos


O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido introduzidos pela preposição "com".
por em ou a. Antipatizo com aquela apresentadora.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último Simpatizo com os que condenam os políticos que governam
jogo. para uma minoria privilegiada.

Verbos Transitivos Diretos Verbos Transitivos Diretos e Indiretos


Os verbos transitivos diretos são complementados por Os verbos transitivos diretos e indiretos são
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses destaque, nesse grupo:
verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os,
as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem Agradecer, Perdoar e Pagar
assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais São verbos que apresentam objeto direto
terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas.
verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, Veja os exemplos:
quando complementos verbais, objetos indiretos. Agradeço aos ouvintes a audiência.
São verbos transitivos diretos: abandonar, abençoar, Objeto Indireto Objeto Direto
aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar,
alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador.
condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger, Objeto Direto Objeto Indireto
estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Paguei o débito ao cobrador.
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar, dentre Objeto Direto Objeto Indireto
outros.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com
o verbo amar: particular cuidado. Observe:
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Amo aquela moça. / Amo-a. Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
adnominais). Informar
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
Verbos Transitivos Indiretos preços)
Os verbos transitivos indiretos são complementados por
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma - Na utilização de pronomes como complementos, veja as
preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os construções:
pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, eles)
as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com
os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.

Língua Portuguesa 64
APOSTILAS OPÇÃO

Comparar - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter


Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as como ambição.
preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
indireto. elas)
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma Obs.: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é
criança. pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas
"lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja
Pedir o exemplo:
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
pessoa. Assistir
Pedi-lhe favores. - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
Objeto Indireto Objeto Direto assistência a, auxiliar. Por Exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Pedi-lhe que mantivesse em silêncio. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
Objetiva Direta
presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Saiba que:
Exemplos:
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem
Assistimos ao documentário.
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
Não assisti às últimas sessões.
entanto, é considerada correta quando a
Essa lei assiste ao inquilino.
palavra licença estiver subentendida.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
lugar introduzido pela preposição "em".
Assistimos numa conturbada cidade.
Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo
Chamar
(para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
2) A construção "dizer para", também muito usada
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-
popularmente, é igualmente considerada incorreta.
la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Preferir
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
indireto introduzido pela preposição "a". Por Exemplo:
predicativo preposicionado ou não.
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
A torcida chamou o jogador mercenário.
Prefiro trem a ônibus.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado
A torcida chamou o jogador de mercenário.
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
existente no próprio verbo (pre).
Custar
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor
Mudança de Transitividade versus Mudança de
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.
Significado
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Há verbos que, de acordo com a mudança de
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitividade, apresentam mudança de significado. O
transitivo indireto.
conhecimento das diferentes regências desses verbos é um
recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a
Muito custa viver tão longe da família.
correta interpretação de passagens escritas, oferece Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os Intransitivo Reduzida de Infinitivo
principais, estão:
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
Agradar atitude.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva -
acariciar. Subjetiva Reduzida de Infinitivo
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
quando o revê. Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. pessoa. Observe o exemplo abaixo:
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado Custei para entender o problema.
a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido Forma correta: Custou-me entender o problema.
pela preposição "a".
O cantor não agradou aos presentes. Implicar
O cantor não lhes agradou. - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
a) dar a entender, fazer supor, pressupor
Aspirar Suas atitudes implicavam um firme propósito.
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar b) Ter como consequência, trazer como consequência,
(o ar), inalar. acarretar, provocar
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Liberdade de escolha implica amadurecimento político de
um povo.

Língua Portuguesa 65
APOSTILAS OPÇÃO

- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, Obediência a


envolver Atentado a, contra
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. Dúvida acerca de, em, sobre
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo Ojeriza a, por
indireto e rege com preposição "com". Bacharel em
Implicava com quem não trabalhasse arduamente. Horror a
Proeminência sobre
Proceder Capacidade de, para
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter Impaciência com
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, Respeito a, com, para com, por
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de
adjunto adverbial de modo. Adjetivos
As afirmações da testemunha procediam, não havia como Acessível a
refutá-las. Diferente de
Você procede muito mal. Necessário a
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a Acostumado a, com
preposição" de") e fazer, executar (rege complemento Entendido em
introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto. Nocivo a
O avião procede de Maceió. Afável com, para com
Procedeu-se aos exames. Equivalente a
O delegado procederá ao inquérito. Paralelo a
Agradável a
Querer Escasso de
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter Parco em, de
vontade de, cobiçar. Alheio a, de
Querem melhor atendimento. Essencial a, para
Queremos um país melhor. Passível de
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, Análogo a
estimar, amar. Fácil de
Quero muito aos meus amigos. Preferível a
Ele quer bem à linda menina. Ansioso de, para, por
Despede-se o filho que muito lhe quer. Fanático por
Prejudicial a
Visar Apto a, para
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, Favorável a
fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. Prestes a
O homem visou o alvo. Ávido de
O gerente não quis visar o cheque. Generoso com
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Propício a
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a". Benéfico a
O ensino deve sempre visar ao progresso social. Grato a, por
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar Próximo a
público. Capaz de, para
Hábil em
Regência Nominal Relacionado com
Compatível com
É o nome da relação existente entre Habituado a
um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos Relativo a
regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada Contemporâneo a, de
por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso Idêntico a
levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o Satisfeito com, de, em, por
mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime Contíguo a
de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos Impróprio para
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os Semelhante a
nomes correspondentes: todos regem complementos Contrário a
introduzidos pela preposição "a". Veja: Indeciso em
Obedecer a algo/ a alguém. Sensível a
Obediente a algo/ a alguém. Curioso de, por
Insensível a
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da Sito em
preposição ou preposições que os regem. Observe-os Descontente com
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses Liberal com
nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. Suspeito de
Desejoso de
Substantivos Natural de
Admiração a, por Vazio de
Devoção a, para, com, por
Medo a, de Advérbios
Aversão a, para, por - Longe de;
Doutor em - Perto de.

Língua Portuguesa 66
APOSTILAS OPÇÃO

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir 05. Leia a tira a seguir.
o regime dos adjetivos de que são formados: paralela à;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.26

Questões

01. (Administrador - FCC)


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o
grifado acima está empregado em:
(A) ...astros que ficam tão distantes...
(B) ...que a astronomia é uma das ciências...
(C) ...que nos proporcionou um espírito...
(D) ...cuja importância ninguém ignora...
(E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro...

02. (Agente de Apoio Administrativo - FCC)


...pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos
do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de
complementos que o grifado acima está empregado em:
Considerando as regras de regência da norma-padrão da
(A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO...
língua portuguesa, a frase do primeiro quadrinho está
(B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
corretamente reescrita, e sem alteração de sentido, em:
(C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
(A) Ter amigos ajuda contra o combate pela depressão.
(D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
(B) Ter amigos ajuda o combate sob a depressão.
(E) O delegado apenas olhou-a espantado com o
(C) Ter amigos ajuda do combate com a depressão.
atrevimento.
(D) Ter amigos ajuda ao combate na depressão.
(E) Ter amigos ajuda no combate à depressão.
03. (Agente de Defensoria Pública - FCC)
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes
06. (Escrevente TJ SP - VUNESP) Assinale a alternativa
desiguais...
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o
junho de 2012, está correto quanto à regência nominal e à
grifado acima está empregado em:
pontuação.
(A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
extremos de sutileza.
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais
(B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em
troncos mais robustos.
outros.
(C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam,
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam
não raro, quem...
rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
(D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
serra de Tunuí...
exemplo!, do que em outros.
(E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam
gentio, mestre e colaborador...
rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
04. (Agente Técnico - FCC)
exemplo, do que em outros.
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da
rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o
frase acima se encontra em:
avanço seja mais notável em alguns países - o Brasil é um
(A) A palavra direito, em português, vem de directum, do
exemplo - do que em outros.
verbo latino dirigere...
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente,
(B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais
sociedades...
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em
(C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
outros.
justiça.
(D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações
07. (Papiloscopista Policial - VUNESP) Assinale a
da justiça...
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque.
(E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
sentimento de justiça.
responsabilidade pelo problema.
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se
perdido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de
um índio na porta do prédio.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
perdido de sua família.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à
garotinha.

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Língua Portuguesa 67
APOSTILAS OPÇÃO

08. (Analista de Sistemas - VUNESP) Assinale a - Pronomes relativos: A aluna que me mostrou a tarefa não
alternativa que completa, correta e respectivamente, as veio hoje. / Não vou deixar de estudar os conteúdos que me
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência. falaram.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem - Pronomes indefinidos: Quem me disse isso? / Todos se
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia. comoveram durante o discurso de despedida.
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
mídia pode exercer sobre os jovens. - Pronomes demonstrativos: Isso me deixa muito feliz! /
(A) dos … na Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
(B) nos … entre a
(C) aos … para a - Preposição seguida de gerúndio: Em se tratando de
(D) sobre os … pela qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa
(E) pelos … sob a escolar.

09. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças - Conjunção subordinativa: Vamos estabelecer critérios,
Públicas - VUNESP) Considerando a norma-padrão da língua, conforme lhe avisaram.
assinale a alternativa em que os trechos destacados estão
corretos quanto à regência, verbal ou nominal. Ênclise
(A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
dez mil tomadas. aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A
(B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver ênclise vai acontecer quando:
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
(C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar - O verbo estiver no imperativo afirmativo: Amem-se uns
logotipos e negociar. aos outros. / Sigam-me e não terão derrotas.
(D) O taxista levou o autor a indagar no número de
tomadas do edifício. - O verbo iniciar a oração: Diga-lhe que está tudo bem. /
(E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor Chamaram-me para ser sócio.
reparasse a um prédio na marginal.
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da
10. (Assistente de Informática II - VUNESP) Assinale a preposição “a”: Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
alternativa que substitui a expressão destacada na frase, / Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
conforme as regras de regência da norma-padrão da língua e
sem alteração de sentido. - O verbo estiver no gerúndio: Não quis saber o que
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se,
direitos dos trabalhadores domésticos. beijando-me a face.
(A) da
(B) na - Houver vírgula ou pausa antes do verbo: Se passar no
(C) pela vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante. / Se
(D) sob a não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
E) sobre a
Mesóclise
Respostas A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no
1.D / 2.D / 3.A / 4.A / 5.E / 6.D / 7.A / 8.C / 9.A / 10.C futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS realizará).
ÁTONOS Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
proposta a você).
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi 27, a
colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais Questões
oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se
referem. 01. Considerada a norma culta escrita, há correta
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, substituição de estrutura nominal por pronome em:
lhes, nos e vos. (A) Agradeço antecipadamente sua Resposta // Agradeço-
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na lhes antecipadamente.
oração em relação ao verbo: (B) do verbo fabricar se extraiu o substantivo fábrica. // do
1. Próclise: pronome antes do verbo; verbo fabricar se extraiu-lhe.
2. Ênclise: pronome depois do verbo; (C) não faltam lexicógrafos // não faltam-os.
3. Mesóclise: pronome no meio do verbo. (D) Gostaria de conhecer suas considerações // Gostaria
de conhecê-las.
Próclise (E) incluindo a palavra ‘aguardo’ // incluindo ela.
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
- Palavras com sentido negativo: Nada me faz querer sair 02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em
dessa cama. / Não se trata de nenhuma novidade. “Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser
- Advérbios: Nesta casa se fala alemão. / Naquele dia me (A) Basta apresenta-lo.
falaram que a professora não veio. (B) Basta apresentar-lhe.
(C) Basta apresenta-lhe.

27http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php
http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.htm

Língua Portuguesa 68
APOSTILAS OPÇÃO

(D) Basta apresentá-la. ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto


(E) Basta apresentá-lo. (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”.
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
03. Em qual período, o pronome átono que substitui o feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes
sintagma em destaque tem sua colocação de acordo com a já especificados.
norma-padrão?
(A) O porteiro não conhecia o portador do embrulho – Casos em que a crase NÃO ocorre
conhecia-o
(B) Meu pai tinha encontrado um marinheiro na praça 1) Diante de substantivos masculinos:
Mauá – tinha encontrado-o. Andamos a cavalo.
(C) As pessoas relatarão as suas histórias para o registro Fomos a pé.
no Museu – relatá-las-ão.
(D) Quem explicou às crianças as histórias de seus 2) Diante de verbos no infinitivo:
antepassados? – explicou-lhes. A criança começou a falar.
(E) Vinham perguntando às pessoas se aceitavam a ideia Ela não tem nada a dizer.
de um museu virtual – Lhes vinham perguntando.
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
04. De acordo com a norma-padrão e as questões exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
gramaticais que envolvem o trecho “Frustrei-me por não ver o
Escola”, é correto afirmar que 3) Diante da maioria dos pronomes e das expressões de
(A) “me” poderia ser deslocado para antes do verbo que tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e
acompanha. dona:
(B) “me” deveria obrigatoriamente ser deslocado para Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
antes do verbo que acompanha. Entreguei a todos os documentos necessários.
(C) a enclise em “Frustrei-me” e facultativa. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
(D) a inclusao do adverbio Nao, no inıcio da oraçao
“Frustrei-me”, tornaria a proclise obrigatoria. Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes
(E) a enclise em “Frustrei-me” e obrigatoria. podem ser identificados pelo método: troque a palavra
feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a
05. A substituição do elemento grifado pelo pronome forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
correspondente foi realizada de modo INCORRETO em: Refiro-me à mesma pessoa.
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os Informei o ocorrido à senhora.
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la (Informei o ocorrido ao senhor.)
(D) que desviava a água = que lhe desviava Peça à própria Cláudia para sair mais cedo.
(E) supriam a necessidade = supriam-na (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

Respostas 4) Diante de numerais cardinais:


01.D/02.E/03.C/04.D/05.D Chegou a duzentos o número de feridos
Daqui a uma semana começa o campeonato.
CRASE
Casos em que a crase SEMPRE ocorre
É de grande importância a crase da preposição “a” com o
artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos pronomes 1) Diante de palavras femininas:
aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a qual (as Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
quais). Sempre vamos à praia no verão.
Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
crase. O uso apropriado do acento grave depende da
compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental 2) Diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
também, para o entendimento da crase, dominar a regência (mesmo que a expressão moda de fique subentendida:
dos verbos e nomes que exigem a preposição “a”. O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
artigo ou pronome.28 Observe:
Vou a + a igreja. 3) Na indicação de horas:
Vou à igreja. Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”, Foram dormir à meia-noite.
exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo
“a” que está determinando o substantivo feminino igreja. 4) Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de
Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, que participam palavras femininas. Por exemplo:
a união delas é indicada pelo acento grave. Observe outros
exemplos: à tarde às ocultas às pressas à medida que
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna. à noite às claras às escondidas à força

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer à vontade à beça à larga à escuta
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode

28 www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint76.php

Língua Portuguesa 69
APOSTILAS OPÇÃO

às avessas à revelia à exceção de à imitação de


Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a
crase. Veja outros exemplos:
à esquerda às turras às vezes à chave São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
à direita à procura à deriva à toa
Crase com o Pronome Demonstrativo (a)
à luz à sombra de à frente de à proporção que
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a”
à semelhança de às ordens à beira de também pode ser detectada através da substituição do termo
regente feminino por um termo regido masculino. Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país.
Crase diante de Nomes de Lugar Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do Os exemplos são semelhantes aos de antes.
artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo de modo que
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a Crase com a Palavra Distância
preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não - Se a palavra distância estiver especificada ou
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:
termo regente por um verbo que peça a preposição “de” ou Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está
“em”. A ocorrência da contração “da” ou “na” prova que esse determinada)
nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
exemplo: palavra está especificada.)

Vou à França. (Vim da[ de+a] França. Estou na[ em+a] - Se a palavra distância não estiver especificada, a crase
França.) não pode ocorrer. Por exemplo:
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Os militares ficaram a distância.
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Gostava de fotografar a distância.
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Ensinou a distância.
Alegre.)
Observação: por motivo de clareza, para evitar
- Minha dica: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Gostava de fotografar à distância.
Ex.: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. Ensinou à distância.
Vou à praia. = Volto da praia. Dizem que aquele médico cura à distância.

- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
ocorrerá crase. Veja:
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, 1) Diante de nomes próprios femininos: é facultativo o uso
pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”. da crase porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Paula é muito bonita; ou A Paula é muito bonita.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos (Aquele (s), Laura é minha amiga; ou A Laura é minha amiga.
Aquela (s), Aquilo)
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
regente exigir a preposição “a”. Por exemplo: feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos
escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Refiro-me a + aquele atentado. Entreguei o cartão a Paula; ou Entreguei o cartão à Paula.
Entreguei o cartão a Roberto; ou Entreguei o cartão ao
Preposição Pronome Roberto.

Refiro-me àquele atentado. 2) Diante de pronome possessivo feminino: é facultativo o


O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo uso da crase porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige Minha avó tem setenta anos; ou A minha avó tem setenta
preposição, portanto, ocorre a crase. anos.
Minha irmã está esperando por você; ou A minha irmã está
Observe este outro exemplo: esperando por você.
Aluguei aquela casa.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as
frases abaixo das seguintes formas:
Crase com os Pronomes Relativos (A Qual, As Quais) Cedi o lugar a minha avó; ou Cedi o lugar à minha avó.
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e Cedi o lugar a meu avô; ou Cedi o lugar ao meu avô.
as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses
pronomes exigir a preposição a, haverá crase. 3) Depois da preposição até:
É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos Fui até a praia; ou Fui até à praia.
utilizando a substituição do termo regido feminino por um Acompanhe-o até a porta; ou Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde; ou A palestra vai
termo regido masculino. Por exemplo: até às cinco horas da tarde.

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.


O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade

Língua Portuguesa 70
APOSTILAS OPÇÃO

Questões foi civilizado.

01. No Brasil, as discussões sobre drogas parecem limitar- (Mário Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1. ed.,
2005.)
se ______aspectos jurídicos ou policiais. É como se suas únicas
consequências estivessem em legalismos, tecnicalidades e
Claro que não me estou referindo a essa vulgar comunicação
estatísticas criminais. Raro ler ____respeito envolvendo
festiva e efervescente.
questões de saúde pública como programas de esclarecimento
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se
e prevenção, de tratamento para dependentes e de
o segmento grifado for substituído por:
reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome
(A) leitura apressada e sem profundidade.
de um médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um
(B) cada um de nós neste formigueiro.
drogado da nossa própria família?
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, 2012) (C) exemplo de obras publicadas recentemente.
(D) uma comunicação festiva e virtual.
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e (E) respeito de autores reconhecidos pelo público.
respectivamente, com:
(A) aos … à … a … a 05. O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
(B) aos … a … à … a também desenvolve atividades lúdicas de apoio______
(C) a … a … à … à ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará-
(D) à … à … à … à lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em
(E) a … a … a … a liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e uma
vida digna.
(www.metropolitana.com.br. 2012)
02. Leia o texto a seguir.
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
Assinale a alternativa que preenche, correta e
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
respectivamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu-
padrão da língua portuguesa.
lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
(A) à … à … à
que fez.
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de Janeiro: Globo, (B) a … a … à
1997,) (C) a … à … à
(D) à … à ... a
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na (E) a … à … a
ordem dada:
(A) à – a – a Gabarito
(B) a – a – à 1.B / 2.A / 3.B / 4.A / 5.D
(C) à – a – à
(D) à – à – a
(E) a – à – à
Discurso direto e indireto.
03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas
já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”.
(A) à - àqueles - a - há DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE
(B) a - àqueles - a - há
(C) a - aqueles - à - a Num texto, as personagens falam, conversam entre si,
(D) à - àqueles - a - a expõem ideias. Quando o narrador conta o que elas disseram,
(E) a - aqueles - à - há insere na narrativa uma fala que não é de sua autoria, cita o
discurso alheio. Há três maneiras principais de reproduzir a
04. Leia o texto a seguir. fala das personagens: o discurso direto, o discurso indireto e o
discurso indireto livre.
Comunicação
Discurso Direto
O público ledor (existe mesmo!) é sensorial: quer ter um
autor ao vivo, em carne e osso. Quando este morre, há uma “Longe do olhos...”
queda de popularidade em termos de venda. Ou, quando
teatrólogo, em termos de espetáculo. Um exemplo: G. B. Shaw. - Meu pai! Disse João Aguiar com um tom de ressentimento
E, entre nós, o suave fantasma de Cecília Meireles recém está que fez pasmar o comendador.
se materializando, tantos anos depois. - Que é? Perguntou este.
Isto apenas vem provar que a leitura é um remédio para a João Aguiar não respondeu. O comendador arrugou a testa
solidão em que vive cada um de nós neste formigueiro. Claro e interrogou o roto mudo do filho. Não leu, mas adivinhou
que não me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva alguma coisa desastrosa; desastrosa, entenda-se, para os
e efervescente. cálculos conjunto-políticos ou políticos-conjugais, como melhor
Porque o autor escreve, antes de tudo, para expressar-se. nome haja.
Sua comunicação com o leitor decorre unicamente daí. Por - Dar-se-á caso que... começou a dizer comendador.
afinidades. É como, na vida, se faz um amigo. - Que eu namore? Interrompeu galhofeiramente o filho.
E o sonho do escritor, do poeta, é individualizar cada Machado de Assis. Contos. 26ª Ed. São Paulo, Ática, 2002, p.
formiga num formigueiro, cada ovelha num rebanho - para que 43.
sejamos humanos e não uma infinidade de xerox infinitamente
reproduzidos uns dos outros. O narrador introduz a fala das personagens, um pai e um
Mas acontece que há também autores xerox, que nos filho, e, em seguida, como quem passa a palavra a elas e as
invadem com aqueles seus best-sellers... deixa falar. Vemos que as partes introdutórias pertencem ao
Será tudo isto uma causa ou um efeito? narrador (por exemplo, disse João Aguiar com um tom de
Tristes interrogações para se fazerem num mundo que já

Língua Portuguesa 71
APOSTILAS OPÇÃO

ressentimento que faz pasmar o comendador) e as falas, às estar; no dia seguinte é o dia que vem após o momento da fala
personagens, (por exemplo, Meu pai!). da personagem designada por ele.
O discurso direto é o expediente de citação do discurso Na passagem do discurso direto para o indireto, deve-se
alheio pela qual o narrador introduz o discurso do outro e, observar as frases que no discurso direto tem as formas
depois, reproduz literalmente a fala dele. interrogativas, exclamativa ou imperativa. Elas convertem-se,
no discurso indireto, em orações declarativas.
As marcas do discurso direto são:
- A fala das personagens é, de princípio, anunciada por um Ela me perguntou: quem está aí?
verbo (disse e interrompeu no caso do filho e perguntou e Ela me perguntou quem estava lá.
começou a dizer no caso do pai) denominado “verbo de dizer”
(como: recrutar, retorquir, afirmar, declarar e outros do As interjeições e os vocativos do discurso direto
mesmo tipo), que pode vir antes, no meio ou depois da fala das desaparecem no discurso indireto ou tem seu valor semântico
personagens (no nosso caso, veio depois); explicitado, isto é, traduz-se o significado que elas expressam.
- A fala das personagens aparece nitidamente separada da
fala do narrador, por aspas, dois pontos, travessão ou vírgula; O papagaio disse: Oh! Lá vem a raposa.
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as palavras O papagaio disse admirado (explicitação do valor
que indicam espaço e tempo (por exemplo, pronomes semântico da interjeição oh!) que ao longe vinha a raposa.
demonstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usados
em relação à pessoa da personagem, ao momento em que ela Se o discurso citado (fala da personagem) comporta um
fala diz “eu”, o espaço em que ela se encontra é o aqui e o tempo “eu” ou um “tu” que não se encontram entre as pessoas do
em que fala é o agora. discurso citante (fala do narrador), eles são convertidos num
“ele”, se o discurso citado contém um “aqui” não corresponde
Discurso Indireto ao lugar em que foi proferido o discurso citante, ele é
convertido num “lá”.
Observemos um fragmento do mesmo conto de Machado
de Assis: Pedro disse lá em Paris: - Aqui eu me sinto bem.

“Um dia, Serafina recebeu uma carta de Tavares dizendo-lhe Eu (pessoa do discurso citado que não se encontra no
que não voltaria mais à casa de seu pai, por este lhe haver discurso citante) converte-se em ele; aqui (espaço do discurso
mostrado má cara nas últimas vezes que ele lá estivera.” citado que é diferente do lugar em que foi proferido o discurso
Idem. Ibidem, p. 48. citante) transforma-se em lá:

Nesse caso o narrador para citar que Tavares disse a - Pedro disse que lá ele se sentia bem.
Serafina, usa o outro procedimento: não reproduz literalmente
as palavras de Tavares, mas comunica, com suas palavras, o Se a pessoa do discurso citado, isto é, da fala da
que a personagem diz. A fala de Tavares não chega ao leitor personagem (eu, tu, ele) tem um correspondente no discurso
diretamente, mas por via indireta, isto é, por meio das palavras citante, ela ocupa o estatuto que tem nesse último.
do narrador. Por essa razão, esse expediente é chamado
discurso indireto. Maria declarou-me: - Eu te amo.

As principais marcas do discurso indireto são: O “te” do discurso citado corresponde ao “me” do citante.
- As falas das personagens também vêm introduzidas por Por isso, “te” passa a “me”:
um verbo de dizer; - Maria declarou-me que me amava.
- As falas das personagens constituem oração subordinada
substantiva objetiva direta do verbo de dizer e, portanto, são No que se refere aos tempos, o mais comum é o que o verbo
separadas da fala do narrador por uma partícula introdutória de dizer esteja no presente ou no pretérito perfeito. Quando o
normalmente “que” ou “se”; verbo de dizer estiver no presente e o da fala da personagem
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as palavras estiver no presente, pretérito ou futuro do presente, os tempos
que indicam espaço e tempo (como pronomes demonstrativos mantêm-se na passagem do discurso direto para o indireto. Se
e advérbios de lugar e de tempo) são usados em relação ao o verbo de dizer estiver no pretérito perfeito, as alterações que
narrador, ao momento em que ele fala e ao espaço em que está. ocorrerão na fala da personagem são as seguintes:

Passagem do Discurso Direto para o Discurso Indireto Discurso Direto – Discurso Indireto
Presente – Pretérito Imperfeito
Pedro disse: Pretérito Perfeito – Pretérito mais-que-perfeito
- Eu estarei aqui amanhã. Futuro do Presente – Futuro do Pretérito

No discurso direto, o personagem Pedro diz “eu”; o “aqui” Joaquim disse: - Compro tudo isso.
é o lugar em que a personagem está; “amanhã” é o dia seguinte - Joaquim disse que comprava tudo isso.
ao que ele fala. Se passarmos essa frase para o discurso
indireto ficará assim: Joaquim disse: - Comprei tudo isso.
- Joaquim disse que comprara tudo isso.
Pedro disse que estaria lá no dia seguinte.
Joaquim disse: - Comprarei tudo isso.
No discurso indireto, o “eu” passa a ele porque há alguém - Joaquim disse que compraria tudo isso.
de quem o narrador fala; estaria é futuro do pretérito: é um
tempo relacionado ao pretérito da fala do narrador (disse), e Discurso Indireto Livre
não ao presente da fala do personagem, como estarei; lá é o
espaço em que a personagem (e não o narrador) havia de “(...) No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar
o negócio notou que as operações de Sinhá Vitória, como de

Língua Portuguesa 72
APOSTILAS OPÇÃO

costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a Funções dos diferentes modos de citar o discurso do
explicação habitual: a diferença era proveniente de juros. outro
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim O discurso direto cria um efeito de sentido de verdade. Isso
senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha porque o leitor ou ouvinte tem a impressão de que quem cita
miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se preservou a integridade do discurso citado, ou seja, o que ele
descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida reproduziu é autêntico. É como se ouvisse a pessoa citada com
inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! suas próprias palavras e, portanto, com a mesma carga de
Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar subjetividade.
carta de alforria!” Essa modalidade de citação permite, por exemplo, que se
Graciliano Ramos. Vidas secas. 28ª Ed. São Paulo, Martins, use variante linguística da personagem como forma de
1971, p. 136. fornecer pistas para caracterizá-la. Sirva de exemplo o trecho
que segue um diálogo entre personagens do meio rural, um
Nesse texto, duas vozes estão misturadas: a do narrador e farmacêutico e um agricultor, cuja fala é transcrita em discurso
a de Fabiano. Não há indicadores que delimitem muito bem direto pelo narrador:
onde começa a fala do narrador e onde se inicia a da
personagem. Não se tem dúvida de que no período inicial está Um velho brônzeo apontou, em farrapos, à janela aberta o
traduzida a fala do narrador. azul.
A bem verdade, até não se conformou (início do segundo - Como vai, Elesbão?
parágrafo), é a voz do narrador que está comandando a - Sua bênção...
narrativa. Na oração devia haver engano, já começa haver uma - Cheio de doenças?
mistura de vozes: sob o ponto de vista das marcas gramaticais, - Sim sinhô.
não há nenhuma pista para se concluir, que a voz de Fabiano é - De dores, de dificuldades?
que esteja sendo citada; sob o ponto de vista do significado, - Sim sinhô.
porém, pode-se pensar numa reclamação atribuída a ele. - De desgraças...
Tomemos agora esse trecho: “Ele era bruto, sim senhor, via- O farmacêutico riu com um tímpano desmesurado. Você é
se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com o Brasil. Depois indagou:
certeza havia um erro no papel do branco.” Pelo conteúdo de - O que você quer Elesbão?
verdade é pelo modo de dizer, tudo nos induz a vislumbrar aí - To precisando de uns dinheirinho e duns gênor. Meu
a voz de Fabiano ecoando por meio do discurso do narrador. arroizinho tá bão, tá encanando bem. Preciso de uns
É como se o narrador, sem abandonar as marcas mantimento pra coiêta. O sinhô pode me arranjá com Nhô
linguísticas próprias de sua fala, estivesse incorporando as Salim. Depois eu vendo o arroiz pra ele mermo.
reclamações e suspeitas da personagem, a cuja linguagem - Você é sério, Elesbão?
pertencem expressões do tipo bruto, sim senhor e a mulher - Sô sim sinhô!
tinha miolo. Até a repetição de palavras e certa entonação - Quanto é que você deve pro Nhô Salim?
presumivelmente exclamativa confirmam essa inferência. - Um tiquinho.
Para perceber melhor o que é o discurso indireto livre, Oswaldo de Andrade. Marco Zero. 2ª Ed. Rio de Janeiro,
confrontemos uma frase do texto com a correspondente em Civilização Brasileira, 1974, p. 7-8.
discurso direto e indireto:
Quanto ao discurso indireto, pode ser de dois tipos e cada
- Discurso Indireto Livre um deles cria um efeito de sentido diverso.
Estava direito aquilo?
- Discurso Indireto que analisa o conteúdo: elimina os
- Discurso Direto elementos emocionais ou afetivos presentes no discurso
Fabiano perguntou: - Está direito isto? direto, assim como as interrogações, exclamações ou formas
imperativas, por isso produz um efeito de sentido de
- Discurso Indireto objetividade analítica.
Fabiano perguntou se aquilo estava direito Com efeito, nele o narrador revela somente o conteúdo do
discurso da personagem, e não o modo como ela diz. Com isso
Essa forma de citação do discurso alheio tem estabelece uma distância entre sua posição e a da personagem,
características próprias que são tanto do discurso direto abrindo caminho para a réplica e o comentário.
quanto do indireto. As características do discurso indireto Esse tipo de discurso indireto despersonaliza o discurso
livre são: citado em nome de uma objetividade analítica. Cria, assim, a
- Não há verbos de dizer anunciando as falas das impressão de que o narrador analisa o discurso citado de
personagens; maneira racional e isenta de envolvimento emocional.
- Estas não são introduzidas por partículas como “que” e O discurso indireto, nesse caso, não se interessa pela
“se” nem separadas por sinais de pontuação; individualidade do falante no modo como ele diz as coisas. Por
- O discurso indireto livre contém, como o discurso direto, isso é a forma preferida nos textos de natureza filosófica,
orações interrogativas, imperativas e exclamativas, bem como científica, política, etc., quando se expõe as opiniões dos outros
interjeições e outros elementos expressivos; com finalidade de criticá-las, rejeitá-las ou acolhê-las.
- Os pronomes pessoais e demonstrativos, as palavras
indicadoras de espaço e de tempo são usadas da mesma forma - Discurso Indireto que analisa a expressão: serve para
que no discurso indireto. Por isso, o verbo estar, do exemplo destacar mais o modo de dizer do que o que se diz; por
acima, ocorre no pretérito imperfeito, e não no presente (está), exemplo, as palavras típicas do vocabulário da personagem
como no discurso direto. Da mesma forma o pronome citada, a sua maneira de pronunciá-las, etc. Nesse caso, as
demonstrativo ocorre na forma aquilo, como no discurso palavras ou expressões ressaltadas aparecem entre aspas. Veja
indireto. esse exemplo de Eça de Queirós:

...descobrira de repente, uma manhã, eu não devia trair


Amaro, “porque era papá do seu Carlinhos”. E disse-o ao abade;
fez corar os sessenta e quatro anos do bom velho (...).

Língua Portuguesa 73
APOSTILAS OPÇÃO

O crime do Padre Amaro. Porto, Lello e Irmão, s.d., vol. I. No segmento a seguir, a pergunta é feita em discurso
indireto.
Imagine-se ainda que uma pessoa, querendo denunciar a “No caixa, outras freguesas perguntaram se ela tinha
forma deselegante com que fora atendida por um restaurante.”
representante de uma empresa, tenha dito o seguinte:
Assinale a opção que apresenta a forma dessa pergunta em
A certa altura, ele me respondeu que, se eu não estivesse discurso direto.
satisfeito, que fosse reclamar “para o bispo” e que ele já não (A) A senhora tinha restaurante?
estava “nem aí” com “tipinhos” como eu. (B) A senhora tinha tido restaurante?
(C) A senhora teria restaurante?
Em ambos os casos, as aspas são utilizadas para dar (D) A senhora teve restaurante?
destaque a certas formas de dizer típicas das personagens (E) A senhora tem restaurante?
citadas e para mostrar o modo como o narrador as interpreta.
No exemplo de Eça de Queirós, “porque era o papá de seu 02. (TJ/SC - Técnico Judiciário Auxiliar - FGV/2018)
Carlinhos” contém uma expressão da personagem Amélia e
mostra certa dose de ironia e malícia do narrador. No segundo Garoto das Meias Vermelhas (Carlos Heitor Cony)
exemplo, as aspas destacam a insatisfação do narrador com a
deselegância e o desprezo do funcionário para com os clientes. Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito.
O discurso indireto livre fica a meio caminho da Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se
subjetividade e da objetividade. Tem muitas funções, por estivesse procurando alguma coisa.
exemplo, dá verossimilhança a um texto que pretende Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das
manifestar pensamentos, desejos, enfim, a vida interior de suas meias vermelhas. Um dia, o cercaram e lhe perguntaram
uma personagem. porque ele só usava meias vermelhas.
Em síntese, demonstra um envolvimento tal do narrador Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz
com a personagem, que as vozes de ambos se misturam como aniversário, minha mãe me levou ao circo. Colocou em mim
se eles fossem um só ou, falando de outro modo, como se o essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse
narrador tivesse vestido completamente a máscara da que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas.
personagem, aproximando-a do leitor sem a marca da sua Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me
intermediação. colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse,
Veja-se como, neste trecho: “O tímido José”, de Antônio de bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de
Alcântara Machado, o narrador, valendo-se do discurso meias vermelhas, saberia que o filho era dela."
indireto livre, leva o leitor a partilhar do constrangimento da "Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo.
personagem, simulando estar contaminado por ele: Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?"
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés,
(...) Mais depressa não podia andar. Garoar, garoava sempre. talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou:
Mas ali o nevoeiro já não era tanto felizmente. Decidiu. Iria indo "É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora.
no caminho da Lapa. Se encontrasse a mulher bem. Se não Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando
encontrasse paciência. Não iria procurar. Iria é para casa. Afinal ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela
de contas era mesmo um trouxa. Quando podia não quis. Agora vai me encontrar e me levará com ela."
que era difícil queria. Carlos Heitor Cony, Crônicas (adaptado)
Laranja-da-china. In: Novelas Paulistanas.1ª Ed. Belo
Horizonte, Itatiaia/ São Paulo, Edusp, 1998.. “Disse que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias
vermelhas”.
Questões
Esse segmento do texto 1 está em discurso indireto; a frase
01. (MPE/AL - Técnico do Ministério Público) correspondente em discurso direto é:
(A) todo mundo vai rir de mim, por causa das meias
Não faltou só espinafre vermelhas;
A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. (B) todo mundo riu de mim, por causa das meias
Mostrou também danos morais. vermelhas;
(C) todo mundo rirá de mim, por causa das meias
Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A vermelhas;
dona, diligente, havia conseguido algumas verduras e avisou à (D) todo mundo irá rir de mim, por causa das meias
clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma grande vermelhas;
discussão. Uma senhora havia arrematado todos os dez maços (E) todo mundo ria de mim, por causa das meias
de espinafre. No caixa, outras freguesas perguntaram se ela vermelhas.
tinha restaurante. Não tinha. Observaram que a verdura
acabaria estragada. Ela explicou que ia cozinhar e congelar. 03. (DPE/RS - Defensor Público - FCC/2018)
Então, foram ao ponto: caramba, havia outras pessoas na fila,
ela não poderia levar só o que consumiria de imediato? eu disse: sou um nômada
“Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta. tu disseste: tens a febre do deserto
Compras exageradas nos supermercados, estoques eu disse: tenho uma vontade de ir
domésticos, filas nervosas nos postos de combustível – teve tu disseste: do deserto conheces as
muito comportamento na base de cada um por si. miragens
Cabem nessa categoria as greves e manifestações eu disse: e a lonjura que dentro de mim
oportunistas. Governo, cedendo, também vou buscar o meu – vai
tal foi o comportamento de muita gente. tu disseste: em ti quero viajar
Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018. (SOUSA, Emanuel de. Eurídice. Lisboa, Quetzal Editores,
1989)

Língua Portuguesa 74
APOSTILAS OPÇÃO

Os dois primeiros versos do poema encontram-se suspirou. Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos
transpostos para o discurso indireto, com clareza e correção, descampados, transportando o baú de folha."
em:
(A) Dizendo que sou um nômada, respondeu-lhe que tinha O narrador desse texto mistura-se de tal forma à
a febre do deserto. personagem que dá a impressão de que não há diferença entre
(B) Eu lhe disse que era um nômada, ao que respondeu-me eles. A personagem fala misturada à narração. Esse discurso é
que tenho a febre do deserto. chamado:
(C) Ao dizer-te que sou um nômada, respondes-me que (A) discurso indireto livre
tens a febre do deserto. (B) discurso direto
(D) Quando te digo que sou um nômada, me respondeste (C) discurso indireto
que tenho a febre do deserto. (D) discurso implícito
(E) Disse-lhe que era um nômada, e sua resposta foi que (E) discurso explícito
tinhas a febre do deserto.
Gabarito
04. Sobre o discurso indireto é correto afirmar, EXCETO:
(A) No discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias 01.E / 02.A / 03.B / 04.D / 05.C / 06.B / 07.A
palavras para reproduzir a fala de um personagem.
(B) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos Comentários
das personagens.
(C) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são 01. Resposta: E
iniciadas com o sujeito, mais o verbo de elocução seguido da Na forma direta temos: sujeito - verbo - complemento. No
fala da personagem. caso, o verbo passou para o tempo presente do modo
(D) No discurso indireto as personagens são conhecidas indicativo.
através de seu próprio discurso, ou seja, através de suas
próprias palavras. 02. Resposta: A
Claramente a fala é do menino e não da mãe: Eu reclamei.
05. Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte (eu) Comecei a chorar. (eu) Disse que todo mundo ia rir de
trecho: mim, por causa das meias vermelhas.
Essa fala é claramente do menino direcionada aos colegas
No plano expressivo, a força da _____ em ____ provém (com referência ao que o menino teria dito para a mãe), não da
essencialmente de sua capacidade de ____o episódio, fazendo mãe direcionada ao menino.
_____ da situação a personagem, tornando-a viva para o
ouvinte, à maneira de uma cena de teatro ____ o narrador 03. Resposta: B
desempenha a mera função de indicador de falas. FCC pegou pesado nessa questão e incorporou os
(A) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – ensinamentos de grandes gramáticos, a exemplo de Bechara:
onde; na colocação pronominal, o que decide se está correta ou não
(B) narração - discurso onisciente - vivificar - demonstrar- é a EUFONIA. Ou seja, nem sempre a próclise é obrigatória
se – donde; havendo palavra atrativa, se, por uma questão de bom som, a
(C) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em ênclise ficar correta. Vale dizer, se soar bem, tá valendo.
que; Aqui a FCC fez justamente isso, relativizou as regras de
(D) narração - discurso indireto livre - humanizar - imergir colocação pronominal e mostrou que o caminho é, diante das
- na qual; alternativas, buscar a que está mais de acordo com o
(E) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - enunciado (no caso, a passagem para o discurso indireto e a
protagonizar - em que. correção gramatical) e que não tenha erros grosseiros como
nas demais.
06. Faça a associação entre os tipos de discurso e assinale 04. Resposta: D
a sequência correta. Apenas no discurso direto as personagens ganham voz.
1- Reprodução fiel da fala da personagem, é demarcado Para construirmos um discurso direto, devemos utilizar o
pelo uso de travessão, aspas ou dois pontos. Nesse tipo de travessão e os chamados verbos de elocução, ou seja, verbos
discurso, as falas vêm acompanhadas por um verbo de que indicam o que as personagens falaram.
elocução, responsável por indicar a fala da personagem. Exemplo de verbo de elocução:
2- Ocorre quando o narrador utiliza as próprias palavras – Muita fome! – Lucas respondeu, passando sua mão pela
para reproduzir a fala de um personagem. barriga.
3- Tipo de discurso misto no qual são associadas as No exemplo acima, o verbo “respondeu” é o verbo de
características de dois discursos para a produção de outro. elocução.
Nele a fala da personagem é inserida de maneira discreta no
discurso do narrador. 05. Resposta: C
( ) discurso indireto
( ) discurso indireto livre 06. Resposta: B
( ) discurso direto
07. Resposta: A
(A) 3, 2 e 1. O discurso indireto livre é um tipo de discurso misto, em
(B) 2, 3 e 1. que se associam as características do discurso direto e do
(C) 1, 2 e 3. indireto.
(D) 3, 1 e 2.

07. "Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos


pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto
de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e

Língua Portuguesa 75
APOSTILAS OPÇÃO

É menos frequente a construção da voz passiva analítica


Tempos, modos e vozes com outros verbos que podem eventualmente funcionar como
auxiliares: A moça ficou marcada pela doença.
verbais.
Voz Passiva Sintética: a voz passiva sintética ou
pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do
Caro(a) Candidato(a) assunto como: Tempos e Modos pronome apassivador “se”: Abriram-se as inscrições para o
do Verbo foram abordados em Classe de Palavras. Portanto concurso; Destruiu-se o velho prédio da escola. O agente não
logo a baixo analisaremos Vozes Verbais costuma vir expresso na voz passiva sintética.

VOZES DOS VERBOS Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva


Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para substancialmente o sentido da frase.
indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação.
São três as vozes verbais: Gutenberg inventou a imprensa. (Voz Ativa)
Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação Gutenberg – sujeito da Ativa
expressa pelo verbo. Ex.: a imprensa – Objeto Direto
Ele fez o trabalho.
(ele - sujeito agente) (fez - ação) (o trabalho - objeto A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)
paciente) A imprensa – Sujeito da Passiva
Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação por Gutenberg – Agente da Passiva29
expressa pelo verbo. Ex.:
O trabalho foi feito por ele. - Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o
(O trabalho - sujeito paciente) (foi feito - ação) (por ele - sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
agente da passiva) assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Reflexiva: há dois tipos de voz reflexiva: Exemplos:
a) Reflexiva: será chamada simplesmente de reflexiva, Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo. Ex.: Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
- Carla machucou-se. mestres.
- Marcos cortou-se com a faca. Eu o acompanharei.
- Roberto matou-se. Ele será acompanhado por mim.
b) Reflexiva Recíproca: será chamada de reflexiva
recíproca, quando houver dois elementos como sujeito: um - Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
pratica a ação sobre o outro, que pratica a ação sobre o haverá complemento agente na passiva: Prejudicaram-me; Fui
primeiro. Ex.: prejudicado.
- Paula e Renato amam-se.
- Os jovens agrediram-se durante a festa. - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos,
- Os ônibus chocaram-se violentamente. são chamados neutros: O vinho é bom; Aqui chove muito.

Formação da Voz Passiva - Há formas passivas com sentido ativo:


É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
A voz passiva pode ser formada por dois processos: Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
Voz Passiva Analítica: constrói-se da seguinte maneira
(Verbo Ser + particípio do verbo principal). - Inversamente, usamos formas ativas com sentido
Ex.: A escola será pintada / O trabalho é feito por ele. passivo:
O agente da passiva geralmente é acompanhado da Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
preposição por, mas pode ocorrer a construção com a Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
preposição de. Ex.: A casa ficou cercada de soldados.
Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
explícito na frase. Ex.: A exposição será aberta amanhã. cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar Ser, pois sujeito é paciente.
o particípio é invariável. Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo.
Observe a transformação das frases seguintes: Operou-se de hérnia.
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) Vacinaram-se contra a gripe.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do
indicativo) Questões
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) 01. (Copebrás/PE - Analista Administrador - FCC)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
A velhinha contrabandista
Nas frases com locuções verbais, o verbo Ser assume o
mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe Todos os dias uma velhinha atravessava a ponte entre dois
a transformação da frase seguinte: O vento ia levando as países, de bicicleta e carregando uma bolsa. E todos os dias era
folhas. (gerúndio); As folhas iam sendo levadas pelo vento. revistada pelos guardas da fronteira, à procura de
(gerúndio) contrabando. Os guardas tinham certeza que a velhinha era
contrabandista, mas revistavam a velhinha, revistavam a sua
bolsa e nunca encontravam nada. Todos os dias a mesma coisa:

29 CEGALA, Domingos. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

Língua Portuguesa 76
APOSTILAS OPÇÃO

nada. Até que um dia um dos guardas decidiu seguir a velhinha, (A) Os pais contemplam-se nos filhos.
para flagrá-la vendendo a muamba, ficar sabendo o que ela (B) Desejo comprar um livro.
contrabandeava e, principalmente, como. E seguiu a velhinha (C) As cidades serão enfeitadas.
até o seu próspero comércio de bicicletas e bolsas. (D) Abrir-se-ão novas escolas.
Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo (E) As despesas foram pagas por mim.
descobrir qual. Significa que quem se concentra no mal
aparentemente disfarçado descuida do mal disfarçado de 05. (TRT 2ª Região/SP - Técnico Judiciário - FCC/2018)
aparente, ou que muita atenção ao detalhe atrapalha a Comer um ovo por dia pode ajudar a evitar problemas
percepção do todo, ou que o hábito de só pensar o óbvio é a cardíacos comuns, de acordo com um novo estudo científico
pior forma de distração. publicado no jornal Heart.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, A análise foi realizada por pesquisadores dos Estados
2008, p. 41)
Unidos e da China, que avaliaram a existência de uma relação
entre o consumo de ovos e o menor risco de desenvolvimento
Transpondo-se para a voz passiva a frase Um dos
de problemas coronários, problemas cardiovasculares, doença
guardas seguia a velhinha para que a flagrasse como
arterial coronariana, acidentes vasculares cerebrais
contrabandista, as formas verbais resultantes deverão
isquêmicos ou hemorrágicos.
ser
Coletados entre os anos de 2004 e 2008 (com participantes
(A) era seguida − fosse flagrada
acompanhados por 8 ou 9 anos depois disso), os dados usados
(B) tinha seguido − vir a flagrá-la
eram de mais de 500 mil pessoas que residem em diferentes
(C) tinha sido seguida − se flagrasse
regiões da China e têm idades entre 30 e 79 anos. Dessa base,
(D) estava seguindo − se tivesse flagrado
13,1% dos participantes disseram consumir cerca de um ovo
(E) teria seguido − tivesse sido flagrada
por dia (0,76), enquanto 9,1% afirmaram nunca ou quase
nunca comer o alimento (0,29 ovo por dia).
02. (ELETROBRÁS - Técnico de Segurança do Trabalho
A conclusão dos pesquisadores foi de que o consumo
- FCC)
moderado de ovos, um por dia, em média, apresentou um nível
significativamente mais baixo de desenvolvimento de doenças
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo
cardiovasculares, sem que a ingestão do alimento
movido a energia solar
apresentasse efeitos que coloquem a saúde em risco.
No estudo, o alimento reduziu em 26% o risco de
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é
hemorragia cerebral e em 28% o risco de morte por essa
extremo. Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi
condição. Já o risco de morte por doença cardiovascular foi
exatamente por causa da temperatura que foi construída em
diminuído em 18% devido ao consumo do ovo. No caso de
Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia solar do mundo.
pessoas que comem, em média, 5 ovos por semana, o risco de
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes
doença cardíaca isquêmica foi reduzido em 12%, em relação
energéticas renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles
às pessoas que afirmaram consumir ovos raramente.
têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem (Texto adaptado. Disponível em: exame.abril.com.br)
é diversificar e poluir menos. Uma aposta no futuro.
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do A análise foi realizada por pesquisadores dos Estados
papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do Unidos e da China... (2o parágrafo)
planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que
deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As A frase indicada acima fica com a forma verbal correta na
ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no voz ativa correspondente em:
outro. É perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes (A) Pesquisadores dos Estados Unidos e da China realizam
isolam o calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar a análise.
corredores de brisa. (B) Foi pesquisadores dos Estados Unidos e da China que
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a
energia solar”. Disponível em:
realizaram a análise.
http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi- (C) É que pesquisadores dos Estados Unidos e da China
cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html) realizaram a análise.
(D) Realizou-se a análise pesquisadores dos Estados
Os revestimentos das paredes isolam o calor. (3º Unidos e da China.
parágrafo) (E) Pesquisadores dos Estados Unidos e da China
realizaram a análise.
Essa oração está corretamente reescrita na voz passiva em:
(A) Isola o calor os revestimentos das paredes. Gabarito
(B) O calor é isolado pelos revestimentos das paredes.
(C) Isolam-se o calor ao ser revestido as paredes. 01.A / 02.B / 03.D / 04.A / 05.E
(D) O calor é que isola os revestimentos das paredes.
(E) Os revestimentos das paredes são isolado do calor.

03. (Pref. Caucaia/CE - Agente de Suporte a Flexão nominal e verbal.


Fiscalização - CETREDE) O período “Fazem-se unhas” é
sintaticamente igual a
(A) faz-se unhas.
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL
(B) precisa-se de empregados.
(C) trabalha-se muito.
FLEXÃO NOMINAL
(D) compram-se livros.
(E) unhas são feitas.
Flexão de número
Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral,
04. (Pref. Carpina - Assistente Administrativo -
admitem a flexão de número: singular e plural.
CONPASS) Identifique a alternativa que apresenta o verbo na
Ex.: animal – animais.
voz reflexiva:
Língua Portuguesa 77
APOSTILAS OPÇÃO

Palavras Simples estojo - estojos


1) Na maioria das vezes, acrescenta-se S. gosto - gostos
Ex.: ponte – pontes / bonito – bonitos.
11) Casos especiais:
2) Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES. aval − avales e avais
Ex.: éter – éteres / avestruz – avestruzes. cal − cales e cais
Observação: o pronome qualquer faz o plural no meio: cós − coses e cós
quaisquer. fel − feles e féis
mal e cônsul − males e cônsules
3) Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES.
Ex.: ananás – ananases. Palavras Compostas
Observação: as paroxítonas e as proparoxítonas são Quanto a variação das palavras compostas:
invariáveis. Ex.: o pires − os pires / o ônibus − os ônibus.
1) Variação de dois elementos: neste caso os compostos
4) Palavras terminadas em IL: são formados por substantivo mais palavra variável (adjetivo,
a) átono: trocam IL por EIS. Ex.: fóssil – fósseis. substantivo, numeral, pronome). Ex.:
b) tônico: trocam L por S. Ex.: funil – funis. amor-perfeito − amores-perfeitos
couve-flor − couves-flores
5) Palavras terminadas em EL: segunda-feira − segundas-feiras
a) átono: plural em EIS. Ex.: nível – níveis.
b) tônico: plural em ÉIS. Ex.: carretel – carretéis. 2) Variação só do primeiro elemento: neste caso quando
há preposição no composto, mesmo que oculto. Ex.:
6) Palavras terminadas em X são invariáveis. pé-de-moleque − pés-de-moleque
Ex.: o clímax − os clímax. cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor)

7) Há palavras cuja sílaba tônica avança. 3) A palavra também irá variar quando o segundo
Ex.: júnior – juniores / caráter – caracteres. substantivo determina o primeiro (fim ou semelhança). Ex.:
Observação: a palavra caracteres é plural tanto de banana-maçã − bananas-maçã (semelhante a maçã)
caractere quanto de caráter. navio-escola − navios-escola (a finalidade é a escola)

8) Palavras terminadas em ÃO, ÃOS, ÃES e ÕES. Observações:


Fazem o plural, por isso veja alguns muito importantes: - Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos,
a) Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões. porém é uma situação polêmica.
b) Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos. Ex.: mangas-espada (preferível) ou mangas-espadas.

Observação: os paroxítonos, como os dois últimos, - Quando apenas o último elemento varia:
sempre fazem o plural em ÃOS. a) Quando os elementos são adjetivos. Ex.: hispano-
americano − hispano-americanos.
c) Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães. Observação: a exceção é surdo-mudo, em que os dois
d) Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos, adjetivos se flexionam: surdos-mudos.
anões/anãos b) Nos compostos em que aparecem os adjetivos GRÃO,
e) Em ões ou ães: charlatões/charlatães, GRÃ e BEL. Ex.: grão-duque − grão-duques / grã-cruz − grã-
guardiões/guardiães, cirugiões/cirurgiães. cruzes / bel-prazer − bel-prazeres.
f) Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães, c) Quando o composto é formado por verbo ou qualquer
ermitões/ermitãos/ermitães. elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais
substantivo ou adjetivo. Ex.: arranha-céu − arranha-céus /
9) Plural dos diminutivos com a letra Z sempre-viva − sempre-vivas / super-homem − super-homens.
Coloca-se a palavra no plural, corta-se o S e acrescenta-se d) Quando os elementos são repetidos ou onomatopaicos
zinhos (ou zinhas). Exemplo: (representam sons). Ex.: reco-reco − reco-recos / pingue-
Coraçãozinho → corações → coraçõe → coraçõezinhos. pongue − pingue-pongues / bem-te-vi − bem-te-vis.
Azulzinha → azuis → azui → azuizinhas.
Observações:
10) Plural com metafonia (ô → ó) - Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver alguma
Algumas palavras, quando vão ao plural, abrem o timbre alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais.
da vogal o; outras, não. Veja a seguir. - Se forem verbos repetidos, admite-se também pôr os dois
no plural. Ex.: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas.
Com metafonia singular (ô) e plural (ó)
coro - coros 4) Quando nenhum elemento varia.
corvo - corvos - Quando há verbo mais palavra invariável. Ex.: o cola-tudo
destroço - destroços − os cola-tudo.
forno - fornos - Quando há dois verbos de sentido oposto. Ex.: o perde-
fosso - fossos ganha − os perde-ganha.
poço - poços - Nas frases substantivas (frases que se transformam em
rogo - rogos substantivos). Ex.: O maria-vai-com-as-outras − os maria-vai-
com-as-outras.
Sem metafonia singular (ô) e plural (ô)
adorno - adornos Observações:
bolso - bolsos - São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha,
endosso - endossos sem-teto e sem-terra.
esgoto - esgotos Ex.: Os sem-terra apreciavam os arco-íris.

Língua Portuguesa 78
APOSTILAS OPÇÃO

- Admitem mais de um plural: Flexão de grau


pai-nosso − pais-nossos ou pai-nossos Por razões meramente didáticas, incluo, aqui, o grau entre
padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos os processos de flexão.
terra-nova − terras-novas ou terra-novas
salvo-conduto − salvos-condutos ou salvo-condutos Grau do substantivo
xeque-mate − xeques-mates ou xeques-mate 1) Normal ou positivo: sem nenhuma alteração. Ex.:
chapéu.
- Casos especiais: palavras que não se encaixam nas regras.
o bem-me-quer − os bem-me-queres 2) Aumentativo:
o joão-ninguém − os joões-ninguém a) Sintético: chapelão;
o lugar-tenente − os lugar-tenentes b) Analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc.
o mapa-múndi − os mapas-múndi
3) Diminutivo:
Flexão de gênero a) Sintético: chapeuzinho;
b) Analítico: chapéu pequeno, chapéu reduzido etc.
Os substantivos e as palavras que o acompanham na frase Obs.: Um grau é sintético quando formado por sufixo;
admitem a flexão de gênero: masculino e feminino. Ex.: analítico, por meio de outras palavras.
Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário.
Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação. Grau do adjetivo
A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras. 1) Normal ou positivo: João é forte.

1) Com a troca de o ou e por a. Ex.: lobo – loba / mestre – 2) Comparativo:


mestra. a) De superioridade: João é mais forte que André. (ou do
que);
2) Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero, b) De inferioridade: João é menos forte que André. (ou do
muitas vezes com alterações do radical. Veja alguns femininos que);
importantes: c) De igualdade: João é tão forte quanto André. (ou como);
ateu − ateia
bispo − episcopisa 3) Superlativo:
conde − condessa a) Absoluto
duque − duquesa Sintético: João é fortíssimo.
frade − freira Analítico: João é muito forte. (bastante forte, forte demais
ilhéu − ilhoa etc.)
judeu − judia
marajá − marani b) Relativo:
monje − monja De superioridade: João é o mais forte da turma.
pigmeu − pigmeia De inferioridade: João é o menos forte da turma.

Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, ou Observações:


seja, possuem uma única forma para masculino e feminino. E a) O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento
podem ser divididos em: do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo
a) Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante,
designar os dois sexos. Ex.: a pessoa, o cônjuge, a testemunha. demasiadamente, enorme etc.
b) Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos,
podendo então ser masculinos ou femininos. Ex.: o estudante b) As palavras maior, menor, melhor e pior constituem
− a estudante, o cientista − a cientista, o patriota − a patriota. sempre graus de superioridade. Ex.:
c) Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os O carro é menor que o ônibus. (menor - mais pequeno =
animais. Ex.: O jacaré, a cobra, o polvo. comparativo de superioridade.)
Ele é o pior do grupo. (pior - mais mau = superlativo
Observações: relativo de superioridade.)
- O feminino de elefante é elefanta, e não elefoa. Aliá é
correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta. c) Alguns superlativos absolutos sintéticos também podem
- Mamão, para alguns gramáticos, deve ser considerado apresentar dúvidas.
epiceno. É algo discutível. acre − acérrimo
- Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas amargo − amaríssimo
costumam trocar. Veja alguns que convém gravar. amigo − amicíssimo
Masculinos - Femininos antigo − antiquíssimo
champanha - aguardente cruel − crudelíssimo
dó - alface doce − dulcíssimo
eclipse - cal fácil − facílimo
formicida - cataplasma feroz − ferocíssimo
grama (peso) - grafite fiel − fidelíssimo
milhar - libido geral − generalíssimo
plasma - omoplata humilde − humílimo
soprano - musse magro − macérrimo
suéter - preá negro − nigérrimo
telefonema pobre − paupérrimo
sagrado − sacratíssimo
- Existem substantivos que admitem os dois gêneros. Ex.: sério − seriíssimo
diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc. soberbo – superbíssimo

Língua Portuguesa 79
APOSTILAS OPÇÃO

Questões 2) Pessoas: são três.


a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes
01. (Pref. Fortaleza/CE - Educação Física - 2016) Com eu (singular) e nós (plural).
base nas regras de flexão nominal e flexão verbal e com base Ex.: escreverei, escreveremos.
no aspecto semântico (o sentido das palavras e da
interpretação dos enunciados de acordo com o contexto), b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos
observe o seguinte excerto: pronomes tu (singular) e vós (plural).
Ex.: escreverás, escrevereis.
“Eu nunca me esqueci da história daquela outra menina”.
c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde
Aponte a alternativa em que todas as palavras desse aos pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural).
excerto foram corretamente flexionadas apenas em número, Ex.: escreverá, escreverão.
de acordo com o contexto.
(A) Nós nunca nos esqueceremos de histórias daquelas 3) Modos: são três.
outras meninas. a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva,
(B) Nós nunca nos esquecemos das histórias daquelas outras indubitável. Ex.: vendo.
meninas.
(C) Nós nunca nos esquecíamos da história daquelas outras b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira
meninas. duvidosa, hipotética. Ex.: que eu venda.
(D) Nós nunca nos esquecemos das histórias daquela outra
menina. c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma
ordem. Ex.: venda!
02. Assinale o par de vocábulos que formam o plural como
órfão e mata-burro, respectivamente: 4) Tempos: são três.
(A) cristão / guarda-roupa a) Presente: falo
(B) questão / abaixo-assinado
(C) alemão / beija-flor b) Pretérito:
(D) tabelião / sexta-feira - Perfeito: falei
(E) cidadão / salário-família - Imperfeito: falava
- Mais-que-perfeito: falara
03. Aponte a alternativa em que haja erro quanto à flexão
do nome composto: Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o
(A) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora imperfeito, uma ação que se prolongava num determinado
(B) tico-ticos, salários-família, obras-primas ponto do passado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em
(C) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas relação a outra ação, também passada. Ex.:
(D) pseudo-esferas, chefes-de-seção, pães-de-ló Eu cantei aquela música. (perfeito)
(E) pisca-piscas, cartões-postais, mulas-sem-cabeças Eu cantava aquela música. (imperfeito)
Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito)
04. (INSTITUTO AOCP - Assistente Administrativo –
EBSERH) Assinale a alternativa cujas palavras em destaque c) Futuro:
aceitam flexão de número e gênero. - Do presente: estudaremos
(A) “E, ainda, aumenta a capacidade sanguínea e faz bem - Do pretérito: estudaríamos
ao coração, combate a depressão e, o melhor, é democrática,
aceita pessoas de todas as idades e raças.”. Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos
(B) “Entre os mais comuns estão samba, bolero, forró, simples, temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o
zouk, salsa, lindy hop, tango, valsa e muito mais’. Ele revela futuro (sem divisão). Os tempos compostos serão estudados
que, apesar de sempre ser um desejo feminino, os homens mais adiante.
estão cada vez mais presentes.”.
(C) “A dança tem diferentes linguagens e provoca efeitos e 5) Vozes: são três.
sensações diversas. Sem se ater ao profissional, ela tem o a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
poder de aproximar as pessoas, provocar romances, estimular Ex.: O carro derrubou o poste.
o cérebro, tonificar [...]”.
(D) “O bailarino, coreógrafo e professor Welbert de Melo b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
Nascimento, formado em pedagogia do movimento para o - Analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar.
ensino da dança pela UFMG, diz que a dança é sociocultural, Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.
fundamental em um mundo cada vez mais individualista e de
isolamento diante da tecnologia e da internet.”. - Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se.
(E) “No antigo Egito, ela homenageava o deus Osíris. Na Ex.: Derrubou-se o poste.
Grécia, fazia parte dos Jogos Olímpicos. Na era atual, ela existe
como manifestação artística [...]”. Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou
partícula apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
Gabarito
c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece
01.B / 02.A / 03.E / 04. D um pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou.

FLEXÃO VERBAL Formação do Imperativo


1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo
1) Número: singular ou plural menos a letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo.
Ex.: ando, andas, anda → singular Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber
andamos, andais, andam → plural Bebo → beba

Língua Portuguesa 80
APOSTILAS OPÇÃO

bebes → bebe (tu) bebas 3) Do infinitivo impessoal derivam:


bebe beba → beba (você)
bebemos bebamos → bebamos (nós) a) o imperfeito do indicativo.
bebeis → bebei (vós) bebais Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam.
bebem bebam → bebam (vocês)
Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam. b) o futuro do presente.
Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis,
2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra caberão.
não.
Ex.: beba c) o futuro do pretérito.
bebas → não bebas (tu) Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos,
beba → não beba (você) caberíeis, caberiam.
bebamos → não bebamos (nós)
bebais → não bebais (vós) d) o infinitivo pessoal.
bebam → não bebam (vocês) Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes,
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não caberem.
bebais, não bebam.
e) o gerúndio.
Observações: Ex.: caber → cabendo.
a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular,
eu; a terceira pessoa é você. f) o particípio.
Ex.: caber → cabido.
b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do
presente do indicativo. Eis o seu imperativo: Tempos Compostos
- Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam. Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter
- Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não ou haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar.
sejam.
1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais
c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode particípio do verbo principal.
mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do
passar para tu, e vice-versa. indicativo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu) subjuntivo.
Peça agora a sua comida. (tratamento: você)
2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar
d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo mais particípio do principal.
afirmativo, perder também a letra e que aparece antes da Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do
desinência s. indicativo.
Ex.: faze (tu) ou faz (tu) tivesse falado → mais-que-perfeito composto do
dize (tu) ou diz (tu) subjuntivo.

e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego 3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar.
do imperativo. É assunto muito cobrado em concursos Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é
públicos. futuro do presente).

Tempos Primitivos e Tempos Derivados Verbos Irregulares Comuns em Concursos


1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira É importante saber a conjugação dos verbos que seguem.
pessoa do singular sai todo o presente do subjuntivo. Eles estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc. mais problemáticos.
dizes 1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem
diz integralmente o verbo pôr.
Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
não apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular. pus → compus, repus, expus etc.
Ex.: eu sou → que eu seja.
eu sei → que eu saiba. 2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente
o verbo ter.
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.
pessoa do singular saem: tiveste → retiveste, mantiveste etc.

a) o mais-que-perfeito. 3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem


Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos, integralmente o verbo vir.
coubéreis, couberam. Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
vim → intervim, convim etc.
b) o imperfeito do subjuntivo.
Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, 4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o
coubéssemos, coubésseis, coubessem. verbo ver.
Ex.: vi → revi, previ etc.
c) o futuro do subjuntivo. víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc.
Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos,
couberdes, couberem. Observações:
- Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado

Língua Portuguesa 81
APOSTILAS OPÇÃO

segue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo 14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.
primitivo e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam.
origem a verbos derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer.
Para eles, vale a mesma regra explicada acima. Observações:
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente - Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas rizotônicas.
se fala por aí).
- Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar,
- Requerer e prover não seguem integralmente os verbos apesar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.
querer e ver. Eles serão mostrados mais adiante. Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais,
medeiam, medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis,
5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, medeiem.
cremos, crestes, creram.
15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do
6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo presente do indicativo e, consequentemente, em todo o
fechado em todos os tempos, inclusive o presente do presente do subjuntivo.
indicativo. Ex.: A bomba estoura. (e não estóra, como Ex.: requeiro, requeres, requer
normalmente se diz). requeira, requeiras, requeira
requeri, requereste, requereu
7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir,
expelir, repelir: 16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, perfeito, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no
aderimos, aderem. futuro do subjuntivo e no particípio; nos demais tempos,
acompanha o verbo ver.
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera;
adirais, adiram. provesse, provesses, provesse etc.
provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei,
Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na proverás, proverá etc.
primeira pessoa do singular do presente do indicativo e em
todas do presente do subjuntivo. 17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir,
colorir, ressarcir, demolir, acontecer, doer são verbos
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: defectivos. Estude o que falamos sobre eles na lição anterior,
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, no item sobre a classificação dos verbos. Ex.: Reaver, no
enxáguas, enxágua. presente do indicativo: reavemos, reaveis.

b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, Questões


enxágues, enxágue.
01. (FAPERP - Agente Administrativo - SeMAE)
9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi,
arguimos, arguis, argúem. HÁBITOS SAUDÁVEIS E QUALIDADE DE VIDA30

10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do Para um indivíduo ter uma boa qualidade de vida, é
subjuntivo: apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, fundamental a busca de hábitos saudáveis. Esses, não devem ser
apazigueis, apazigúem. feitos esporadicamente, mas sim com frequência (para toda
vida). A adoção desses hábitos saudáveis tem por objetivos a
11) Mobiliar: manutenção da saúde física e psicológica, aumentando a
a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília, qualidade de vida.
mobiliamos, mobiliais, mobíliam.
PRINCIPAIS HÁBITOS SAUDÁVEIS:
b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie,
mobiliemos, mobilieis, mobíliem. - Alimentação balanceada, nutritiva e de acordo com as
necessidades de cada organismo;
12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, - Prática regular de atividades físicas; - Atividades ao ar livre
polimos, polis, pulem. e contato com a natureza;
- Não ter vícios (álcool, cigarro e outras drogas);
13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros - Buscar se envolver em atividades sociais prazerosas e
terminados em ear) construtivas;
a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, - Controlar e, na medida do possível, evitar o estresse;
passeamos, passeais, passeiam. - Valorizar a convivência social positiva;
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, - Estimular o cérebro com atividades intelectuais (leitura,
passeemos, passeeis, passeiem. teatro etc.);
- Buscar ajuda de profissionais da saúde quando apresentar
Observações: doenças ou problemas psicológicos.
- Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o
ditongo ei nas formas rizotônicas, mas apenas nos dois Os verbos “buscar”, “controlar”, “valorizar” e “estimular”,
presentes. presentes no texto, foram empregados no infinitivo. Observe
- Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto. as alternativas abaixo e assinale aquela que contiver a
Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia. adequada análise da relação forma verbal / flexão de tempo e
modo.

30 http://www.todabiologia.com/saude/habitos_saudaveis.htm

Língua Portuguesa 82
APOSTILAS OPÇÃO

(A) Buscaria: futuro do subjuntivo.


(B) Controlo: presente do imperativo.
(C) Valorizou: pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
(D) Estimularemos: futuro do presente do indicativo. Concordância nominal e
verbal. Regência nominal e
02. (Pref. Itaquitinga/PE - Psicólogo - IDHTEC/2016) verbal. Ocorrência da Crase.
Em qual dos trechos a seguir a flexão do verbo reflete um uso
adequado da língua
(A) “Enquanto a campanha de vacinação contra o H1N1
não começa, especialistas recomendam que a população se
precavenha redobrando os cuidados com a higiene e evitando
aglomerações e o contato com muitas pessoas Caro(a) Candidato(a) estes assuntos já foram abordados
(B) “Cinco pássaros receberam transmissores para no tópico: Sintaxe
monitorar sua adaptação à vida selvagem e se obter
financiamento para cinco novos transmissores, dez novos
pássaros serão libertados.”
(C) “A mulher requereu o benefício em abril de 2014. Ela Pontuação.
apresentou diversos atestados médicos que comprovavam sua
situação delicada e seu histórico de risco, mas o pedido foi
indeferido.” PONTUAÇÃO
(D) “A polícia interviu nos confrontos entre adeptos Para a elaboração de um texto escrito deve-se considerar o
ingleses, russos e franceses‟, disse o chefe local da polícia, que uso adequado dos sinais de pontuação como: espaços,
teve de dispersar os apoiantes das duas seleções e cidadãos pontos, vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, travessão,
franceses pelo terceiro dia consecutivo.” parênteses, reticências, aspas etc.
(E) “A cada dois meses acumulados, ele sugere que Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se
investidor se presentei com algo que deseja, para se sentir utilizados corretamente, facilitam a compreensão e
motivado a manter a reserva.” entendimento do texto.
03. Leia o trecho: Vírgula
Toda a gente dormia com a mulher do Jaqueira. Era só
empurrar a porta. Se a mulher não abria logo, Jaqueira ia abrir, Algumas pessoas colocam vírgulas por causa de pausas
bocejando e ameaçando: feitas na fala.31 A vírgula, na escrita, não necessariamente é
uma pausa na fala, tampouco é usada para pausar quando se lê
- Um dia eu mato um peste. um trecho virgulado.
Matou. Escondeu-se por detrás de um pau e descarregou a Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber em
lazarina bem no coração do freguês. que situações gerais não se usa a vírgula.
(Graciliano Ramos, São Bernardo)

A forma verbal grifada: Cuidado!


(A) está no pretérito, indicando uma ação durativa ou Em orações substantivas com função de sujeito iniciadas
repetitiva que começa num passado mais ou menos distante e por quem, a vírgula entre tal oração e o verbo da principal é
perdura ainda no momento da fala. facultativa, segundo Luiz A. Sacconi: “Quem lê sabe mais.” ou
(B) está no futuro do pretérito, indicando uma ação “Quem lê, sabe mais”. Os demais gramáticos nada falam sobre
hipotética. isso, logo deduzimos que não pode haver vírgula entre sujeito
(C) está no presente, indicando que a ação se dará num e verbo.
tempo futuro.
(D) está no futuro, indicando que a ação se dará num futuro Não se separa por vírgula:
do presente. - sujeito de predicado;
(E) está no presente, indicando uma ação momentânea ou - objeto de verbo;
pontual. - adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;
04. (IESES - Auxiliar em Administração - IFC-SC) - oração principal da subordinada substantiva (desde que
Assinale a alternativa correta quanto à flexão dos verbos. esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
(A) Quando não disporem de tempo, precavenham-se,
adiantando alguns de seus compromissos. Aplicação da Vírgula
(B)Se o governo propor mudanças e intervier em favor da A vírgula marca uma breve pausa e é obrigatória nos
população, será possível melhorar sua imagem. seguintes casos:
(C) Ele reaviu seus pertences apreendidos pela polícia.
(D) Mesmo que as autoridades interviessem, perceber-se- 1° Inversão de Termos. Ex.: Ontem, à medida que eles
ia logo que o candidato não previra as consequências que corrigiam as questões, eu me preocupava com o resultado da
adviriam de sua conduta. prova.

Gabarito 2° Intercalações de Termos. Ex.: A distância, que tudo


apaga, há de me fazer esquecê-lo.
1.D / 2.C / 3.C / 4.D
3° Inspeção de Simples Juízo. Ex.: “Esse homem é
suspeito”, dizia a vizinhança.

31 SCHOCAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niteroi:

Impetus, 2007.

Língua Portuguesa 83
APOSTILAS OPÇÃO

4° Enumerações Parênteses
- sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais,
discos.32 Os parênteses, muito semelhantes aos travessões e às
- com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a vírgulas, são empregados para:
dor da despedida.
- Isolar datas. Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira
5° Vocativos e Apostos Guerra Mundial (1914-1918).
- vocativos: Queridos ouvintes, nossa programação
passará por pequenas mudanças. - Isolar siglas. Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3%
- apostos: É aqui, nesta querida escola, que nos da população economicamente ativa (PEA)...
encontramos.
- Isolar explicações ou retificações. Ex.: Eu expliquei
6° Omissões de Termos uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha preocupação.
- elipse: A praça deserta, ninguém àquela hora na rua.
(Omitiu-se o verbo “estava” após o vocábulo “ninguém”, ou Reticências
seja, ocorreu elipse do verbo estava)
- zeugma: Na classe, alguns alunos são interessados; As reticências são empregadas para:
outros, (são) relapsos. (Supressão do verbo “são” antes do
vocábulo “relapsos”) - Indicar a interrupção de uma frase, deixando-a com
sentido incompleto. Ex.: Não consegui falar com a Laura....
7° Termos Repetidos. Ex.: Nada, nada há de me derrotar. Quem sabe se eu ligar mais tarde...

8° Sequência de Adjuntos Adverbiais. Ex.: Saíram do - Sugerir prolongamento de ideias. Ex.: “Sua tez, alva e
museu, ontem, por voltas das 17h. pura como um floco de algodão, tingia-se nas faces duns longes
cor-de-rosa...” (José de Alencar)
Dois Pontos
- Indicar dúvida ou hesitação. Ex.: Não sei... Acho que...
Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase Não quero ir hoje.
ainda não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado
para: - Indicar omissão de palavras ou frases no período. Ex.:
“Se o lindo semblante não se impregnasse constantemente, (...)
- Antes de enumerações. Ex.: Compre três frutas hoje: ninguém veria nela a verdadeira fisionomia de Aurélia, e sim a
maçã, uva e laranja. máscara de alguma profunda decepção.” (José de Alencar)

- Iniciando citações. Ex.: “Segundo o folclórico Vicente Travessão


Mateus: ‘Quem está na chuva é para se queimar’”33.
O travessão é um sinal bastante usado na narração, na
- Antes de orações que explicam o enunciado anterior. descrição, na dissertação e no diálogo, portanto, figura
Ex.: Não foi explicado o que deveríamos fazer: o que nos deixa repetida em qualquer prova; é um instrumento eficaz em uma
insatisfeitos. redação. Pode vir em dupla, se vier intercalado na frase. Veja
seus usos:
- Depois de verbos que introduzem a fala. Ex.: “(...) e
disse: aqui não podemos ficar!” - Nos diálogos, para marcar a fala das personagens. Ex.:
As meninas gritaram: - Venham nos buscar!
Ponto e Vírgula
- No meio de sentenças, para dar ênfase em
O ponto e vírgula é usado para marcar uma pausa maior do informações. Ex.: O garçom - creio que já lhe falei - está muito
que a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com a clareza do bem no novo serviço - é o que ouvi dizer.
texto. Exemplos:
Ponto de Exclamação
Os dois rapazes estavam desesperados por dinheiro;
Ernesto não tinha dinheiro nem crédito. (pausa longa) O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de
qualquer frase com entonação exclamativa, indicando
Sonhava em comprar todos os sapatos da loja; comprei, altissonância, exaltação de espírito.
porém, apenas um par. (separação da oração adversativa na
qual a conjunção - porém - aparece no meio da oração) - Após vocativos. Ex.: Vem, Fabiano!

Enumeração com explicitação - Comprei alguns livros: - Após imperativos. Ex.: Corram!
de matemática, para estudar para o concurso; um romance,
para me distrair nas horas vagas; e um dicionário, para - Após interjeição. Ex.: Ai! / Ufa!
enriquecer meu vocabulário.
- Após expressões ou frases de caráter emocional. Ex.:
Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, Quantas pessoas!
para marcar distribuição - Comprei os produtos no
supermercado: farinha para um bolo; tomates para o molho; e Aspas
pão para o café da manhã. As aspas são usadas comumente em citações, mas também
há outras funções bem interessantes. Atualmente o negrito e o

32 SCHOCAIR, Nelson M. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e 33 SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria

prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488. e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.

Língua Portuguesa 84
APOSTILAS OPÇÃO

itálico vêm substituindo frequentemente o uso das aspas. Hífen


Resumindo, elas são empregadas:
- Isolam termos distantes da norma culta, como gírias, Usado para ligar elementos de palavras compostas e para
neologismos, arcaísmos, expressões populares entre unir pronomes átonos a verbos. Exemplo: guarda-roupa.
outros. Ex.: Eles tocaram “flashback”, “tipo assim” anos 70 e
80. Foi um verdadeiro “show”. Questões

- Delimitam transcrições ou citações textuais. Ex.: 01. (IFTO - Auditor) Marque a alternativa em que a
Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.” ausência de vírgula não altera o sentido do enunciado.
(A) O professor espera um, sim.
- Isolam estrangeirismos. Ex.: Os restaurantes “fast food” (B) Recebo, obrigada.
têm reinado na cidade. (C) Não, vá ao estacionamento do campus.
(D) Não, quero abandonar minhas funções no trabalho.
Ponto (E) Hoje, podem ser adquiridas as impressoras licitadas.

Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o fim de 02. (MPE/GO - Secretário Auxiliar) Assinale a alternativa
uma frase declarativa de um período simples ou composto. correta quanto ao uso da pontuação.
Pode substituir a vírgula quando o autor quer realçar, (A) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser
enfatizar o que vem após (evita-se isso em linguagem formal). uma extensão de nossa personalidade.
– Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando (B) Os congestionamentos e o número de motoristas na
tudo! rua, são as principais causas da ira de trânsito.
(C) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas: os níveis de estresse em alguns motoristas.
fev. = fevereiro, hab.= habitante, rod. = rodovia, etc. = (D) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
etecetera. você está junto; com os outros motoristas cujos
comportamentos, são desconhecidos.
O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver (E) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
outro ponto: “..., feijão, arroz, etc..”. Absurdo também é usar etc. circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja
seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc....”. aliviada.

Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um período 03. (SEGEP/MA - Analista Ambiental - FCC) A frase
e a ele se segue outro período em linha diferente. Esse último escrita com correção é:
ponto agora (antes do Esse) é chamado de ponto continuativo, (A) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e
pois a ele se segue outro período no mesmo parágrafo. Ponto memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto de Campos
final é este que virá agora. no Maranhão, em 1886, e falesceu, no Rio de Janeiro em 1934.
(B) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o
Obs.: Estilisticamente, podemos usar o ponto para, em livro que veio à ser considerado, o mais celebre de sua obra:
períodos curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura Memórias, crônica dos começos de sua vida.
do texto: “Era um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer (C) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o
na vida. Estudou. Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Rio de Janeiro, e entrou para O Imparcial, na fase em que ali
Supremo.”. Usa-se muito em narrações em geral. encontrava-se um grupo de eximios escritores.
(D) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos;
Ponto de Interrogação Humberto de Campos, começou a trabalhar cedo no comércio,
como meio de subsistencia.
O ponto de interrogação marca uma entoação ascendente (E) Humberto de Campos publicou seu primeiro livro em
(elevação da voz) com tom questionador. Usa-se neste caso: 1910, a coletânea de versos intitulada Poeira; em 1920, já
membro da Academia Brasileira de Letras, foi eleito deputado
- Em perguntas diretas: Como você se chama? federal pelo Maranhão.
- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação:
Quem ganhou na loteria? Você. Eu?! 04. (TRT 2ª Região/SP - Analista Judiciário -
FCC/2018)
Parágrafo
De cabeça pra baixo
Constitui cada uma das secções de frases de um escritor;
começa por letra maiúscula, um pouco além do ponto em que − Esse mundo está ficando de cabeça pra baixo!
começam as outras linhas. É uma conhecida frase, que sucessivas gerações vêm
frequentando. Ela logo surge a propósito de qualquer coisa que
Colchetes se considere uma novidade despropositada, irritante: modelo
de roupa mais ousada, último grande sucesso musical,
Utilizados na linguagem científica. aumento milionário no salário de um jogador de futebol, a
longa estiagem na estação chuvosa, a avalanche de crimes no
Asterisco jornal... A ideia é sempre demonstrar que a vida e o mundo já
foram muito melhores, que a passagem do tempo leva
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma inexoravelmente à perversão ou ao desmoronamento dos
nota (observação). valores autênticos, que uma geração construiu e que a seguinte
apagou.
Barra Parece que na história da humanidade o fenômeno é
comum e cíclico: as pessoas enaltecem seus hábitos passados
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas e condenam os presentes. “Ah, no meu tempo...” é uma
abreviaturas. expressão que vale um suspiro e uma acusação. Algo de muito

Língua Portuguesa 85
APOSTILAS OPÇÃO

melhor ficou para trás e se perdeu. A missão dessa juventude 06. (TCM/RJ - Técnico de Controle Externo - IBFC)
de hoje é desviar-se da Civilização.... Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada.
A ironia é que justamente nesses “desvios” e por conta (A) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu.
deles a História caminha, ainda que não se saiba para onde. (B) Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um
Fosse tudo uma repetição conservadora, nenhuma descoberta barulho estranho.
jamais se daria, sem contar que os mais velhos já não teriam (C) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
do que se queixar e a quem imputar a culpa por todos os (D) Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia.
desassossegos que assaltam todas as gerações humanas, desde
que existimos. 07. (MPE/GO - Secretário Auxiliar – MPE/GO) O período
(Romildo Pacheco, inédito) abaixo foi escrito por Machado de Assis em seu Conto de
Escola. A alternativa que apresenta a pontuação de acordo com
A supressão da vírgula altera significativamente o sentido a norma culta é:
da seguinte frase: (A) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o
(A) Frequentemente, as pessoas enaltecem seus hábitos Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe
passados. pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
(B) As pessoas gostam de enaltecer seus hábitos antigos, (B) Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o
quase sempre sem muita discrição. Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe
(C) Não se conhece a origem das frases feitas, nem por que pareceu útil para escapar ao castigo do pai.
adquiriram tanta força. (C) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o
(D) O autor do texto busca mostrar-se imparcial, diante Raimundo não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe
desse tema controverso. pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
(E) Trata-se aqui das pessoas mais velhas, que se apegam (D) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que, o
a seus hábitos passados. Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; a um meio que, lhe
pareceu útil, para escapar ao castigo do pai.
05. (MPE/AL - Analista do Ministério Público - (E) Compreende-se que: o ponto da lição era difícil e que o
FGV/2018) Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; a um meio que lhe
pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
OPORTUNISMO À DIREITA E À ESQUERDA
08. (UNEMAT - Técnico em Enfermagem -
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o UNEMAT/2018)
direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas leis e
regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de
liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme
estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se
beneficiar do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico https://oglobo.globo.com/cultura/megazine/contestador-
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de eleição, com armandinhoganha-fama-no-facebook-8027174
o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também, os
arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e Em Pai, o que é “machismo”? e em Não se mete, Fê!, a
reforçar seus projetos de poder, por mais delirantes que sejam. vírgula foi usada para
Também aqui vale o que está delimitado pelo estado (A) marcar anteposição do predicativo.
democrático de direito, defendido pelos diversos (B) separar elementos de uma enumeração.
instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polícia, (C) separar o pleonasmo.
Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc. (D) isolar o vocativo.
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de (E) isolar expressões explicativas.
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionando, do
qual depende a sobrevivência física da população. Isso não 09. (UFPR - Contador - 2018)
pode ser esquecido e serve de alerta para que as autoridades
desenvolvam planos de contingência. A não menos nobre vírgula
O Globo, 31/05/2018.
[...] Jacob mandou esta questão: “Sempre aprendi que o
“Numa democracia, (1) é livre a expressão, estão advérbio deveria vir entre vírgulas, mesmo que, às vezes, a
garantidos o direito de reunião e de greve, (2) entre outros, frase fique truncada.
obedecidas leis e regras, (3) lastreadas na Constituição. Em um Quando vi que não colocou os advérbios entre vírgulas,
regime de liberdades, (4) há sempre o risco de excessos, (5) a senti que há uma esperança de me libertar dessas verdadeiras
serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, amarras dos tempos escolares. Como pontuar, afinal, nesses
conforme estabelecido na legislação”. casos?”.
O leitor acertou na mosca quando se referiu a “essas
Nesse segmento inicial do texto, a vírgula que tem caráter verdadeiras amarras escolares”. Tomemos como exemplo o
optativo é a indicada pelo número próprio texto do leitor, que na passagem “...mesmo que, às
(A) (1). vezes, a frase fique truncada” optou por pôr entre vírgulas a
(B) (2). expressão adverbial “às vezes”, que vem entre a locução
(C) (3). conjuntiva “mesmo que” e “a frase”, sujeito da oração
(D) (4). introduzida por “mesmo que”.
(E) (5). Vamos lá. Teria sido perfeitamente possível deixar “livre”
a expressão adverbial “às vezes”, ou seja, teria sido possível
não empregar as duas vírgulas (“...mesmo que às vezes a frase
Língua Portuguesa 86
APOSTILAS OPÇÃO

fique truncada”). É bom que se diga que, com as duas vírgulas, Gabarito
a expressão “às vezes” ganha ênfase, o que não ocorreria se não
fossem empregadas as vírgulas. 01.E / 02.E / 03.E / 04.E / 05.A / 06.D / 07.B / 08.D /
O que não se pode fazer de jeito nenhum nesses casos é 09.C / 10.B
empregar a chamada “vírgula solteira”, que é aquela que perde
o par no meio do caminho. Tradução: ou se escreve “...mesmo Comentários
que, às vezes, a frase fique truncada” ou se escreve “...mesmo
que às vezes a frase fique truncada”. [...] 01. Resposta: E
(Pasquale Cipro Neto, publicado em: a) O professor espera um, sim. O prof. esta esperando um
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/2016/11/1831039-a-nao-
menos-nobre-virgula.shtml>
algo, quando tiro a virgula ele fica ''esperando um sim''.
Acesso em 24/03/18. Adaptado) b) Recebo, obrigada. A pessoa recebe e diz obrigado,
quando tiro a virgula ele passa a receber é um obrigado.
As aspas ao longo texto são usadas para: c) Não, vá ao estacionamento do campus. ''Vá ao
1. Indicar a escrita de outra pessoa que não o autor do estacionamento'', quando tiro a virgula passa a ''não vá ao
texto. estacioname...''
2. Exemplificar o emprego incorreto da norma gramatical. d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho. Eu
3. Marcar o uso de termos em sentido figurado. quero abandonar, quando tiro a virgula fica negado ''não
4. Enfatizar a gravidade do problema de mau uso da quero...''
vírgula. Todas mudaram de sentido, menos a última.
5. Indicar o uso metalinguístico (em que a língua aponta
para si mesma). 02. Resposta: E
Conferindo as demais:
Estão corretos os itens: a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser
(A) 1 e 3 apenas. uma extensão de nossa personalidade.
(B) 1, 2 e 4 apenas. Não se separa sujeito do predicado por vírgula.
(C) 1, 3 e 5 apenas. b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
(D) 2, 3, 4 e 5 apenas. são as principais causas da ira de trânsito.
(E) 1, 2, 3, 4 e 5. Não se separa sujeito do predicado por vírgula.
c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar
10. (SEGEP/MA - Analista Ambiental - Pedagogo - FCC) os níveis de estresse em alguns motoristas.
Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. Não se separa por vírgula verbo de seu complemento
Polonski, um acadêmico da Universidade de Oxford, faz essa (no caso 'ocasionar' sendo VTD e acidentes OD)
pergunta na revista Newsweek. E oferece argumentos a d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
respeito que desaguam em águas tenebrosas. você está junto; com os outros motoristas cujos
A internet oferece palco político para os mais motivados (e comportamentos, são desconhecidos.
despreparados). Antigamente, o cidadão revoltado podia ter Não se separa por vírgula verbo de seu complemento
as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. Mas, tirando o e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
boteco, ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas opiniões circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja
nasciam e morriam no anonimato. aliviada. (Correta)
Hoje, é possível arregimentar dezenas, ou centenas, ou
milhares de "seguidores" que rapidamente espalham a 03. Resposta: E
mensagem por dezenas, ou centenas, ou milhares de novos a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e
"seguidores". Quanto mais radical a mensagem, maior será o memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto de Campos
sucesso cibernauta. no Maranhão, em 1886, e FALECEU, no Rio de Janeiro em
Mas a internet não é apenas um paraíso para os 1934.
politicamente motivados (e despreparados). Ela tende a b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o
radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto. livro que veio à ser considerado, o mais celebre de sua obra:
A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora Memórias, crônica DO COMEÇO de sua vida.
moderna", onde existem discussões mais flexíveis e c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio
pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria de Janeiro, e entrou para O Imparcial, na fase em que ali
debate. Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos. encontrava-se um grupo de exÍmios escritores.
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. Disponível em: d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2 de Campos, começou a trabalhar cedo no comércio, como meio
016/08/1801611) de subsistÊncia.

Atente para as afirmações abaixo a respeito do 1 o 04. Resposta: E


parágrafo do texto. Trata-se aqui das pessoas mais velhas, que se apegam a
I. O ponto de interrogação pode ser excluído, sem prejuízo seus hábitos passados. --> Natureza EXPLICATIVA (Oração
para a correção e o sentido, por se tratar de pergunta retórica. Subordinada Adjetiva Explicativa)
II. As vírgulas isolam o aposto. Trata-se aqui das pessoas mais velhas que se apegam a
III. Na última frase do parágrafo, o pronome “que” retoma seus hábitos passados. --> Natureza RESTRITIVA (Oração
"argumentos". Subordinada Adjetiva Restritiva)
IV. No contexto, o verbo “desaguar” está empregado em
sentido figurado. 05. Resposta: A
Adjunto adverbial deslocado tradicional até três palavras,
Está correto o que se afirma APENAS em: vírgula opcional
(A) I e II.
(B) II, III e IV. 06. Resposta: D
(C) II e III. a) A vírgula não pode separar o sujeito (o bolo...) do verbo
(D) I e IV. (sumiu). Incorreta.

Língua Portuguesa 87
APOSTILAS OPÇÃO

b) Há vírgula entre o sujeito (ele) e o verbo (retirou). Paralelismo Sintático e Paralelismo Semântico
Incorreta.
c) O ponto e vírgula está separando um aposto explicativo, O paralelismo sintático é um conceito que trata de um
quando na verdade deveria haver um sinal de dois-pontos. encadeamento ou de uma repetição de estruturas
d) Essa é a vírgula que marca termo omitido (Zeugma). sintáticas semelhantes (termos ou orações), em uma
Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia. sequência ou enumeração. Tal conceito está diretamente
(Pretende cursar) ligado ao conceito de coordenação. Termos coordenados entre
si são aqueles que desempenham a mesma função sintática
07. Resposta: B dentro do período.
A alternativa A tem dois pontos que não deveriam aparecer Orações coordenadas são aquelas sintaticamente
na oração. semelhantes e independentes uma da outra. Normalmente há
conectivos ligando tais termos ou orações.
08. Resposta: D Segundo o gramático Manoel Pinto Ribeiro, neste processo
O vocativo é o termo que tem a função de chamar, invocar de encadeamento de termos ou orações, há elementos
ou interpelar dentro da oração. gramaticais, principalmente conectivos coordenativos, que
são utilizados com frequência.34
09. Resposta: C A coerência é um dos pontos importantes nesta temática.
1- “Sempre aprendi que o advérbio deveria vir entre Desta forma, para que toda interlocução se materialize de
vírgulas, mesmo que, às vezes, a frase fique truncada. forma plausível, antes de tudo, as ideias precisam estar
Quando vi que não colocou os advérbios entre vírgulas, dispostas em uma sequência lógica, clara e precisa, pois, se por
senti que há uma esperança de me libertar dessas verdadeiras um motivo ou outro houver uma quebra desta sequência, o
amarras dos tempos escolares. Como pontuar, afinal, nesses discurso certamente estará comprometido.
casos?” Mediante este aspecto, vale dizer que determinados
3- “vírgula solteira” elementos revelam sua parcela de contribuição para que tais
5- “...mesmo que, às vezes, a frase fique truncada” pressupostos se tornem efetivamente concretizados, o que é
garantido, muitas vezes, pelo paralelismo sintático e pelo
10. Resposta: B paralelismo semântico.
Item I = ERRADO. Esses se caracterizam pelas relações de semelhança que
Caso o ponto de interrogação for excluído, a frase (Será que determinadas palavras e expressões apresentam entre si. Tais
a internet está a matar a democracia?) perde o caráter de relações de similaridade podem se dar no campo morfológico
pergunta, de reflexão e passa a ser uma afirmação. A correção (quando as palavras integram a mesma classe gramatical), no
vai se prejudicar. semântico (quando há correspondência de sentido) e no
Item II = CERTO. As vírgulas isolam o aposto. sintático (quando a construção de frases e orações se
Aposto é um termo que se junta a outro de valor apresenta de forma semelhante).
substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo Assim, analisemos um caso no qual podemos constatar a
melhor. Vem separado dos demais termos da oração por ausência de paralelismo de ordem morfológica:
vírgula, dois-pontos ou travessão.
O aposto se revela na seguinte passagem: Vyacheslav W. “A tão inesperada decisão é fruto resultante de
Polonski, um acadêmico da Universidade de Oxford, faz essa humilhações, mágoas, concepções equivocadas e agressores
pergunta na revista Newsweek. por parte de colegas que almejavam ocupar sua função.”
Item III = CERTO. Na última frase do parágrafo, o pronome
“que” retoma "argumentos". Constatamos uma nítida ruptura relacionada a fatores de
A finalidade do pronome relativo é evitar a repetição do ordem gramatical, demarcada pela exposição de um adjetivo
termo antecedente na oração em que ocorre. (agressores) em detrimento ao substantivo “agressões”.
Item IV = CERTO. No contexto, o verbo “desaguar” está
empregado em sentido figurado. Ausência de Paralelismo de Ordem Semântica
Desaguar = Drenar, Enxugar, Lançar as águas em (falando Oberve o exemplo: “Marcela amou-me durante quinze
do curso dos rios). meses e onze contos de réis” (Machado de Assis).

Detectamos que houve uma quebra de sentido com relação


à ideia expressa pelo tempo, ao associá-lo com a noção de
Equivalência e quantidade, valor.
transformação de estruturas.
Ausência de Paralelismo de Ordem Sintática
Oberve o exemplo: “O respeito às leis de trânsito não
representa segurança somente para o motorista e é para o
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS pedestre.”
Tal ocorrência manifesta-se por intermédio do uso do
A equivalência e transformação de estruturas consiste em conectivo “e” em detrimento a outro, que também integra a
saber mudar uma sentença ou parte dela de modo a que fique classe das conjunções aditivas, representado pela expressão
gramaticalmente correta. Um exemplo muito comum em “mas também.”
provas de concursos é o enunciado trazer uma frase no Assim, no intento de reformularmos o discurso,
singular, por exemplo, e pedir que o aluno passe a frase para o obteríamos: “O respeito às leis de trânsito não representa
plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é o enunciado dar segurança somente para o motorista, mas também para o
a frase em um tempo verbal, e pedir que o aluno a passe para pedestre.”
outro tempo. Ou ainda a reescritura de trechos, mantendo a
correção semântica e sintática. Vejamos outros casos que representam esta dualidade
paralelística:

34 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier. 2013.

Língua Portuguesa 88
APOSTILAS OPÇÃO

- Não só... mas também lenda de que um moço português que fazia parte da bandeira,
“O respeito às leis de trânsito representa segurança não só indo beber água no rio, levou consigo uma cuia [...]. No
para o motorista, mas também para o pedestre.” momento em que a enchia, a cuia lhe escapou das mãos e, em
Tal construção, além de expressar a ideia de adição, ainda seu sotaque lusitano, gritou para os companheiros vendo a
retrata um enfoque especial ao se referir aos pedestres cuia descer rolando água abaixo: cuia que ba, querendo dizer
(representada pela conjunção “mas também”). que se vá.
Mas, isto é lenda.
- Quanto mais... (tanto) mais
“Atualmente, quanto mais nos aperfeiçoamos, mais temos Assinale a alternativa que NÃO apresenta ideias
condições de ser bem sucedidos.” sintaticamente coordenadas.
As estruturas paralelísticas denotam o sentido de (A) Não houve dúvida, a riqueza estava no sertão.
progressão entre os elementos. (B) Ele é um rio bem brasileiro, corre para o interior, por
isso, graças ao Tietê, os Bandeirantes vieram à Cuiabá.
- Tanto... quanto (C) E foi assim, chegaram, acharam ouro e ficaram.
”O tabagismo é prejudicial tanto para os fumantes ativos, (D) E os paulistas se movimentaram descendo o rio Tietê,
quanto para os passivos.” estrada que anda e que facilitou a penetração, pois ele não é
Aqui, tais estruturas, além de expressarem adição, ainda como a maioria dos rios que correm para o mar.
acrescentam uma ideia de equiparação ou equivalência.
02. (Pref. de Mangaratiba/RJ - Assistente Social - 2016)
- Primeiro... segundo O paralelismo sintático foi desobedecido na seguinte frase:
“Há dois procedimentos a realizar: primeiro você diz toda
a verdade; segundo, pede desculpas pelo erro cometido.” (A) “Sucesso é conseguir o que você quer e felicidade é
Constatamos que os elementos utilizados se relacionam à gostar do que você conseguiu”. (Dale Carnegie)
ideia de uma enumeração, evidenciados de forma sequencial. (B) “Para o otimista todas as portas têm maçanetas e
dobradiças, para o pessimista todas as portas têm trincos e
- Não... e não / nem fechaduras”. (William Arthur Ward)
“Não obteve um bom resultado neste ano, nem no (C) “Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não
anterior.” houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas,
Tal recurso foi empregado no sentido de evidenciar uma valeu a intenção da semente”. (Henfil)
sequência negativa em relação aos fatos. (D) “É barato construir castelos no ar e bem cara a sua
destruição”. (F. Mauriac)
- Seja... seja / quer...quer / ora... ora (E) “Um acontecimento vivido é finito. Um acontecimento
“Quer você apareça, quer não, iremos ao cinema.” lembrado é ilimitado”. (Walter Benjamin)
O emprego das estruturas paralelísticas está relacionado à
noção de alternância no que se refere às ações. 03. (TJM/MG - Técnico Judiciário - FUMARC) Assinale a
alternativa em que se verifique FALTA de paralelismo
- Por um lado... por outro semântico.
“Se por um lado as obras garantem o emprego de todos,
por outro, desagradam aos moradores.” (A) Preferimos ir a algum lugar mais próximo, numa
escapada de fim de semana, a longas e demoradas viagens
Tempos Verbais internacionais.
Oberve o exemplo: (B) Há uma enorme discrepância entre os poucos
“Se todos comparecessem, o evento ficaria mais animado.” candidatos até agora inscritos e as vagas a serem preenchidas,
“Se todos comparecerem, o evento ficará mais animado.” cujo número passa de mil.
(C) As recomendações dos peritos apontavam para a
Constatamos que o emprego do pretérito imperfeito do necessidade de aumentar os dispositivos de combate a
subjuntivo (comparecessem) na oração subordinada incêndio bem como de que se fornecesse treinamento aos
condicional requisita o emprego do futuro do pretérito funcionários encarregados da segurança.
(ficaria) na oração principal. (D) Naquelas circunstâncias, não se podiam adotar
Já o emprego do futuro do subjuntivo (comparecerem) na medidas populistas, e que pusessem em risco a segurança da
oração subordinada pede o emprego do futuro do presente população.
(ficará) na principal.35
Gabarito
Questões 01.D / 02.D / 03.D

01. (UFMT - Administração - UFMT)

Quem descobriu Cuiabá


Redação.

Não houve dúvida, a riqueza estava no sertão. E os


paulistas se movimentaram descendo o rio Tietê, estrada que Antes de discorrermos acerca de um assunto tão
anda e que facilitou a penetração, pois ele não é como a maioria importante, convidamos você, caro (a) candidato (a), a se
dos rios que correm para o mar. Ele é um rio bem brasileiro, enlevar mediante as palavras do grandioso mestre de nossas
corre para o interior, por isso, graças ao Tietê, os Bandeirantes letras, João Cabral de Melo Neto, que, por meio de uma
vieram à Cuiabá. metalinguagem, cumpre bem seu trabalho de lidar com as
E foi assim, chegaram, acharam ouro e ficaram. Mas, para palavras e deixar claro para nós, leitores, quão grandioso e
chegar, subiram o rio e esse rio não tinha nome e daí vem a magnífico é o exercício da escrita. Voltemo-nos a elas,

35 classroombr.blogspot.com.br/2014/07/equivalencia-e-transformacao-

de.html

Língua Portuguesa 89
APOSTILAS OPÇÃO

portanto: discursiva.”

Catar feijão Inferimos que com o uso de “traz benefícios” houve uma
quebra de simetria dos adjetivos explicitados (importante,
1. necessária, útil...). Não que isso seja considerado uma falha de
Catar feijão se limita com escrever: grande extensão, mas a ideia ficaria mais clara se outro
joga-se os grãos na água do alguidar adjetivo tivesse sido utilizado, justamente para acompanhar o
e as palavras na folha de papel; raciocínio antes firmado, como por exemplo:
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel, “A leitura é importante, necessária, útil e benéfica a todo
água congelada, por chumbo seu verbo: emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência
pois para catar esse feijão, soprar nele, discursiva.”
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
Outro aspecto, não menos importante, materializa-se pela
2. “abundância” de orações intercaladas, as quais corroboram
Ora, nesse catar feijão entra um risco: para a extensão da ideia, fazendo com que o interlocutor perca
o de que entre os grãos pesados entre o “fio da meada” e passe a não entender mais o que se afirmava
um grão qualquer, pedra ou indigesto, no início da oração. Dessa forma, para que fique um pouco
um grão imastigável, de quebrar dente. mais claro, analisemos o parágrafo que segue, revelando ser
Certo não, quando ao catar palavras: um bom exemplo da ocorrência em questão:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual, “A leitura, esse importante instrumento – o qual o torna mais
açula a atenção, isca-a como o risco. culto, mais apto a expressar seus pensamentos –, pois amplia
significativamente seu vocabulário, contribui para o
Poema intitulado “Catar feijão”, parte constituinte do livro “Educação pela aperfeiçoamento da escrita.”
pedra”, publicado em 1965.

Tudo aquilo que se afirma acerca da eficácia da leitura,


A comparação ora estabelecida parece casar perfeitamente
ainda que relevante, tornou extensa e cansativa a ideia
diante daquele momento em que as ideias são elencadas. No
abordada. Dessa forma, retificando a oração, poderíamos
entanto, é preciso ser hábil para escolher palavra por palavra,
obter como essencial somente estes dizeres, os quais seguem
de modo a fazer com que o discurso (as orações, os períodos,
expressos:
os parágrafos) torne-se claro e preciso, atendendo às
expectativas de nosso interlocutor.
“A leitura contribui para o aperfeiçoamento da escrita.”
Dessa forma, como aqueles grãos que boiam fora,
desnecessários por sinal, algumas palavras também parecem
Mediante os pressupostos aqui elencados, acreditamos ter
não se encaixar, pois por um motivo ou outro acabam
contribuído de forma significativa para que você aprimore
escapando aos nossos olhos.
ainda mais suas habilidades no que tange à construção textual.
O porquê de escaparem? É simples, haja vista que nesse
E que, por meio da reescrita de suas ideias, possa ser hábil em
momento essa habilidade antes mencionada entra em ação e,
jogar fora o leve, o oco, assim mesmo como ressalta nosso
em meio a esse ínterim, conhecimentos de toda ordem
grande mestre, e reelabore seu discurso pautando-se na
parecem se relacionar, sejam eles de ordem ortográfica,
concretude das palavras, tornando-as claras, precisas,
semântica, sintática e, sobretudo, aqueles indispensáveis a
objetivas.36
todo bom redator: o conhecimento de mundo.
Dada essa manifestação, é impossível não abordar um
Dicas Para Uma Boa Escrita
procedimento, tão útil quanto necessário: a reescrita textual.
Acredite que, por meio dele, você, enquanto emissor, Expressões Uso Recomendado
encontrará os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou Condenáveis
indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Vale dizer, A nível de / Ao nível Em nível, No nível
contudo, que essa reescrita não deve se dar somente no âmbito Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em vista de,
de corrigir aqueles possíveis erros... digamos assim... Perante
gramaticais. Importantes eles? Sim, sem dúvida alguma, mas Onde (Quando não Em que, Na qual, Nas quais, No qual,
não são tudo. Cumpre afirmar que a reescrita deve ir além, haja exprime lugar) Nos quais
vista que nos permite reconhecer aquelas “falhas” que Sob um ponto de vista De um ponto de vista
certamente seriam reconhecidas por outra pessoa, sobretudo Sob um prisma Por (ou através de) um prisma
em se tratando do “teor”, da “essência” discursiva. Em função de Em virtude de, Por causa de, Em
Tendo em vista que a coesão representa um dos principais consequência de, Por, Em razão de
aspectos na produção textual, muitas vezes, mediante a leitura
daquilo que escrevemos, constatamos que os parágrafos não Expressões Não Recomendadas
se encontram assim tão harmoniosamente ligados como - a partir de (a não ser com valor temporal).
deveriam. Às vezes, uma conjunção ali, um advérbio acolá e um Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se
pronome adiante não se encontram bem distribuídos. Outras de...
vezes, percebemos uma quebra de simetria (revelada pela falta
de paralelismo), em que uma ideia poderia ter sido expressa - através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
de outra forma. Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de,
Assim, de modo a constatar como esse aspecto assimétrico segundo...
se manifesta na prática, analise o seguinte enunciado:
- devido a.
“A leitura é importante, necessária, útil e traz benefícios a Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa
todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência

36 http://portugues.uol.com.br/redacao/reescrita-textual.html

Língua Portuguesa 90
APOSTILAS OPÇÃO

de. texto fica comprometida.

- dito. - Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem


Opção: citado, mencionado. põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a
vida? “Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu
- enquanto. valor e os homens a todo momento necessitam de descobrir
Opção: ao passo que. todos os mistérios da vida que nos cercam a todo instante”.
É de extrema importância seguir o que foi proposto no
- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se). tema. Antes de começar o texto leia atentamente todos os
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também. elementos que o examinador apresentou. Esquematize as
ideias e perceba se não há falta de correspondência entre o
- no sentido de, com vistas a. tema proposto e o texto criado.
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em
vista. - “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo
(...) mostrou que ele não era maligno”.
- pois (no início da oração). Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que. refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade,
deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está
- principalmente. correta.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em
particular. - “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas
uma criança”.
Expressões Que Demandam Atenção Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se. indica uma circunstância de oposição, de ideia contrária a.
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e Portanto, a relação adversativa introduzida pelo “mas” no
estar, aceito. fragmento acima produz uma ideia absurda.
- acendido, aceso (formas similares) – idem.
- à custa de – e não às custas de. - “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, tempestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu
conforme. coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que. que só estaríamos separadas carnalmente”.
- a meu ver – e não ao meu ver. Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles
- a ponto de – e não ao ponto de. empobrecem a redação e fazem parecer que o autor não tem
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal. criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso
- em termos de – modismo; evitar. frequente.
- enquanto que – o que é redundância.
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a. - “Todos os deputados são corruptos”.
- implicar em – a regência é direta (sem em). Evite pensamentos radicais. É recomendável não
- ir de encontro a – chocar-se com. generalizar e evitar, assim, posições extremistas.
- ir ao encontro de – concordar com.
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, - “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas.
separado; quando não se pode, junto. Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você
- todo mundo – todos. tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe -
- todo o mundo – o mundo inteiro. todos sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”.
for substantivo. O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a não deve apresentar marcas de oralidade.
tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está
tratando). - “Mal cheiro”, “mau-humorado”.
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau
presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase). humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.

Erros Comuns - “Fazem” cinco anos.


- Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos.
anos tenho muitas novidades para contar. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de
coesão, pois não consegue perceber a que antecedente ele se - “Houveram” muitos acidentes.
refere, portanto nada conecta e produz relação absurda. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos
acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos
- Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de iguais.
cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou
naquele baile de quinze anos”, “... é aos dezoito anos que se - Para “mim” fazer.
começa a procurar o caminho do amanhã e encontrar as Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu
perspectivas que nos acompanham para sempre na estrada da fazer, para eu dizer, para eu trazer.
vida”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras - Entre “eu” e você.
gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto, Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você.
se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões / Entre eles e ti.
gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do

Língua Portuguesa 91
APOSTILAS OPÇÃO

- “Há” dez anos “atrás”. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se
Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez (inaugura-se) amanhã.
anos ou dez anos atrás.
- O peixe tem muito “espinho”.
- “Entrar dentro”. Peixe tem espinha.
Problema de redundância. O certo seria: entrar em. Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível)
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de queimou. / Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo)
ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).
viúva do falecido.
- Não sabiam« aonde »ele estava.
- Vai assistir “o” jogo hoje. O certo: Não sabiam onde ele estava.
Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei
missa, à sessão. aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou)
à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. - “Obrigado”, disse a moça.
/ Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça.
à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.

- Preferia ir “do que” ficar. - Ela era “meia” louca.


Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio
preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer amiga.
sem glória.
- “Fica” você comigo.
- Não há regra sem “excessão”. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo
O certo é exceção. é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. /
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma Chegue aqui.
correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente),
“xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” - A questão não tem nada« haver »com você.
(vultoso), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver.
(frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
“benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar”
(pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro). - Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou
- Comprei “ele” para você. pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao
Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. meu irmão.
Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou- Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas
nos entrar, viu-a, mandou-me. malas.

- “Aluga-se” casas. - Ele foi um dos que “chegou” antes.


O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem- Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos
se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). /
terrenos. / Procuram-se empregados. Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

- Chegou “em” São Paulo. - “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica
Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São arredondamento e não pode aparecer com números exatos:
Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo. Cerca de 20 pessoas o saudaram.

- Todos somos “cidadões”. - Tinha “chego” atrasado.


O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de “Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
- Queria namorar “com” o colega.
- A última “seção” de cinema. O com não existe: Queria namorar o colega.
Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a
tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de - O processo deu entrada “junto ao” STF.
Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de Processo dá entrada no STF
pancadas, sessão do Congresso.
- As pessoas “esperavam-o”.
- Vendeu “uma” grama de ouro. Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a,
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-
vitamina C de dois gramas. no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

- “Porisso”. - Vocês “fariam-lhe” um favor?


Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de. Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes)
depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo
- Não viu “qualquer” risco. condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-
Deve-se usar “nenhum”, e não “qualquer. iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um
/ Nunca promoveu nenhuma confusão . presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).

- A feira “inicia” amanhã. - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.

Língua Portuguesa 92
APOSTILAS OPÇÃO

Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime - Comeu frango “ao invés de” peixe.
distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de
Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) peixe.
cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de
de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias. entrar, saiu.

- Estávamos “em” quatro à mesa. - Se eu “ver” você por aí...


O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa / .Éramos seis. O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu
/ Ficamos cinco na sala . vier (de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser (de pôr); se ele
fizer (de fazer); se nós dissermos (de dizer).
- Sentou “na” mesa para comer.
Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o - Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas
certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc.
máquina, ao computador. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”,

- Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu. - Disse o que “quiz”.
A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr:
ninguém se feriu. Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse,
puseram, puséssemos.
- O time empatou “em” 2 a 2.
A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que - O homem “possue” muitos bens.
ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só
têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que
- Não queria que “receiassem” a sua companhia. admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia.
Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só - A tese “onde”.
existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora.
receiem, passeias, enfeiam). / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos,
use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em
- Eles “tem” razão. que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que ...
No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O
mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; - Já “foi comunicado” da decisão.
ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem. Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado”
de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado)
- Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos, da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os
só o último elemento varia: acordos político-partidários. empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria
Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi
econômico-financeiras, partidos social-democratas. comunicada aos empregados.

- Andou por “todo” país. - A modelo “pousou” o dia todo.


Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante,
(pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi etc.
demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada - Espero que “viagem” hoje.
homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma
inimigos. verbal é viajem (de viajar).
Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento
- “Todos” amigos o elogiavam. (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é
No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido
Era difícil apontar todas as contradições do texto. (concretizado).

- Ela “mesmo” arrumou a sala. - O pai “sequer” foi avisado.


“Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi
/ As vítimas mesmas recorreram à polícia . avisado. / Partiu sem sequer nos avisar.

- Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. - O fato passou “desapercebido”.


Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado.
substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários Desapercebido significa desprevenido.
públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão
dos servidores (e não “dos mesmos”). - “Haja visto” seu empenho...
A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu
- Vou sair “essa” noite. empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
É este que designa o tempo no qual se está o objeto
próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), - A moça “que ele gosta”.
este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta
século 20).
- É hora “dele” chegar.
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou
sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele
chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses

Língua Portuguesa 93
APOSTILAS OPÇÃO

fatos terem ocorrido. (D) Muito é falado, hoje, sobre intolerância religiosa;
(E) Fala-se hoje muito sobre intolerância religiosa.
- A festa começa às 8 “hrs.”.
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural 02. (MPE/RJ - Técnico Administrativo - FUJB) “Nos
nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg. últimos dez anos tivemos oito planos de estabilização”; essa
frase do texto foi reescrita de diversos modos nas alternativas
- “Dado” os índices das pesquisas... a seguir. A alternativa em que a reescritura modificou o
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... sentido original da frase é:
/ Dado o resultado... / Dadas as suas ideias...
(A) Tivemos, no último decênio, oito planos de
- Ficou “sobre” a mira do assaltante. estabilização.
Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do (B) Oito planos de estabilização foi o que tivemos nos
assaltante. / Escondeu-se sob a cama. últimos dez anos.
Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre (C) Tivemos oito planos de estabilização nos últimos dez
o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o anos.
piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz (D) Na última década tivemos oito planos de estabilização.
alguma coisa e alguém vai para trás. (E) Os últimos oito planos de estabilização foram
realizados em dez anos.
- “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu
ver, a seu ver, a nosso ver. 03. (TRT 4ª Região - Analista Judiciário - FCC) A frase
correta é:
Mudança de Posição dos Vocábulos
A mudança de posição de certos vocábulos ou termos da (A) Ele acabou sendo malquisto porque sistematicamente
oração pode mudar o sentido da frase ou não. obstrói as votações; se antevir o que lhe espera na próxima
Uma simples frase como esta: sessão, certamente mudará de atitude.
A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas (B) Ele diz que sua invejável capacidade de aurir forças
vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez. quando tudo parece perdido se deve ao fato de ter provido de
(Friedrich Nietzsche) família muito humilde.
Pode ser invertida de diversas formas, sem alteração de (C) Confirmo o que havia dito a semanas atrás: se me
sentido. aprazer tornar a vê-la depois de tanto tempo e dissabores, lá
Veja algumas: estarei; senão, não contem comigo.
Divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas, como (D) Sob o pretexto de pôr fim ao litígio, fizeram-nos entrar
se fosse a primeira vez, é a vantagem de ter péssima memória. em acordo; agora, ou o encerram eles, ou o fazemos nós,
A vantagem de ter péssima memória é divertir-se com as recorrendo à força da lei.
mesmas coisas boas, como se fosse a primeira vez, muitas (E) A maneira porque se comporta não é a mais adequada,
vezes. mas tudo isso são sinais da idade provecta: que lhe seja dado o
Divertir-se com as mesmas coisas boas, muitas vezes, como direito e a alegria de conduzir-se à seu bel prazer.
se fosse a primeira vez, é a vantagem de ter péssima memória.
E por aí vai... 04. (SEFIN/RO - Contador - FGV/2018) Um dos
Em outras palavras, a inversão de termos dentro de uma conselhos para uma boa escrita é que as frases de um texto
frase pode não alterar seu sentido. No entanto, não é sempre tenham a mesma organização sintática numa enumeração.
assim que ocorre, pois, às vezes, alguns vocábulos (adjetivos, No fragmento “Se hoje é possível existir redes sociais; se é
pronomes, advérbios, palavras denotativas etc.), quando possível que pessoas se organizem em grupos...”, para que as
deslocados, a alteração de sentido fica visível. Veja que o duas frases tenham a mesma organização, a mudança
deslocamento, ou seja, a inversão dos termos pode gerar adequada seria:
alteração de sentido:
– João é um alto funcionário. (A) a primeira frase deveria ser “Se é possível que existam
– João é um funcionário alto. redes sociais”.
– Qualquer mulher merece respeito. (B) a primeira frase deveria ser “Se é possível a existência
– Maria é uma mulher qualquer. de redes sociais”.
– Pedro já fez a prova. (C) a segunda frase deveria ser “se é possível a organização
– Pedro fez a prova já. de pessoas em grupos”.
– Até aquela aluna o elogiou. (D) a segunda frase deveria ser “se é possível que pessoas
– Aquela aluna o elogiou até. sejam organizadas em grupos”.
Percebeu que houve flagrante mudança de sentido nestas (E) a segunda frase deveria ser “se é possível pessoas
duplas? Portanto, a inversão dos termos na frase pode ou não organizando-se em grupos”.
alterar o sentido dela.37
Gabarito
Questões
01.E / 02.E / 03.D / 04.A
01. (TJ/AL - Analista Judiciário - FGV/2018) “Hoje, fala-
se muito sobre intolerância religiosa”; essa frase apresenta
reescritura inadequada em:

(A) Fala-se muito, hoje, sobre intolerância religiosa;


(B) Sobre intolerância religiosa, hoje fala-se muito;
(C) Hoje muito é falado sobre intolerância religiosa;

37 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier. 2011.

Língua Portuguesa 94
RACIOCÍNIO LÓGICO-
MATEMÁTICO
APOSTILAS OPÇÃO

Operações com Números Inteiros


Números inteiros e racionais:
Adição de Números Inteiros: para melhor entendimento
operações (adição, subtração, desta operação, associaremos aos números inteiros positivos
multiplicação, divisão, a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de
potenciação); perder.
Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+ 5) + (+ 3) = (+8)
Perder 3 + perder 4 = perder 7 (- 3) + (- 4) = (- 7)
Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+ 8) + (- 5) = (+ 3)
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS – Z
O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado,
mas o sinal (–) antes do número negativo NUNCA pode ser
Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião
dispensado.
do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o
conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Este
Subtração de Números Inteiros: a subtração é
conjunto é denotado pela letra Z (Zahlen = número em
empregada quando:
alemão).
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade;
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto uma
delas tem a mais que a outra;
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a
uma delas para atingir a outra.

A subtração é a operação inversa da adição.


Observe que em uma subtração o sinal do resultado é
N ᑕ Z – O conjunto dos números Naturais está contido no sempre do maior número!!!
Conjunto do Números Inteiros. 3+5=8
3 – 5 = -2
Subconjuntos notáveis:
- O conjunto dos números inteiros não nulos: Exemplificando:
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ...}; 1) Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou
Z* = Z – {0} de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura?
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) –
- O conjunto dos números inteiros não negativos: (+3) = +3
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, ...}
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N 2) Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o
dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus.
- O conjunto dos números inteiros positivos: Qual a temperatura registrada na noite de terça-feira?
Z*+ = {1, 2, 3, 4, ...} Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) =
+3
- O conjunto dos números inteiros não positivos: Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6)
Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0} – (+3) é o mesmo que (+6) + (–3).
Temos:
- O conjunto dos números inteiros negativos: (+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1} (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
Módulo
O módulo de um número inteiro é a distância ou ATENÇÃO: Subtrair dois números inteiros é o mesmo que
afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. adicionar o primeiro com o oposto do segundo.
Representa-se o módulo por | |.
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0 Fique Atento!!!
O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 Todos parênteses, colchetes, chaves, números, entre
O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9 outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é invertido, ou seja, é dado o seu oposto.
sempre positivo.
Multiplicação de Números Inteiros: a multiplicação
Números opostos ou simétricos funciona como uma forma simplificada de uma adição quando
Dois números inteiros são ditos opostos um do outro os números são repetidos. Poderíamos analisar tal situação
quando apresentam soma zero; assim, os pontos que os como o fato de estarmos ganhando repetidamente alguma
representam distam igualmente da origem. quantidade, como por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes
Exemplo: O oposto do número 4 é -4, e o oposto de -4 é 4, consecutivas, significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode
pois 4 + (-4) = (-4) + 4 = 0 ser indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Particularmente o oposto de zero é o próprio zero. Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 + 2
+ 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60

Raciocínio Lógico-Matemático 1
APOSTILAS OPÇÃO

Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: (–2) 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e
+ (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60 multiplicam-se os expoentes. Ex.: [(-8)5]2 = (-8)5 . 2 = (-8)10

Divisão de Números Inteiros: divisão exata de números 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. Ex.: (-
inteiros. 8)1 = -8 e (+70)1 = +70
Veja o cálculo:
(– 20): (+ 5) = q  (+ 5) . q = (– 20)  q = (– 4) 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero:
Logo: (– 20): (+ 5) = - 4 É igual a 1. Ex.: (+3)0 = 1 e (–53)0 = 1

Considerando os exemplos dados, concluímos que, para Radiciação de Números Inteiros: a raiz n-ésima (de
efetuar a divisão exata de um número inteiro por outro ordem n) de um número inteiro a é a operação que resulta em
número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do outro número inteiro não negativo b que elevado à potência n
dividendo pelo módulo do divisor. fornece o número a. O número n é o índice da raiz enquanto
que o número a é o radicando (que fica sob o sinal do radical).
Fique Atento!!!
* (+7): (–2) ou (–19): (–5) são divisões que não podem
ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número
inteiro.
* No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é
associativa e não tem a propriedade da existência do
elemento neutro.
* Não existe divisão por zero. - A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a
* Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente operação que resulta em outro número inteiro não negativo
de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro que elevado ao quadrado coincide com o número a.
por zero é igual a zero.
Exemplo: a) 0: (–10) = 0 b) 0: (+6) = 0 c) 0: (–1) = 0 ATENÇÃO: Não existe a raiz quadrada de um número
inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.
Regra de Sinais aplicado a Multiplicação e Divisão
Fique Atento!!!
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais
didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas
aparecimento de: √9 = ±3 , mas isto é errado.
O certo é: √9 = +3

Potenciação de Números Inteiros: a potência an do Observação: não existe um número inteiro não negativo
número inteiro a, é definida como um produto de n fatores que multiplicado por ele mesmo resulte em um número
iguais. O número a é denominado a base e o número n é o negativo.
expoente. an = a x a x a x a x ... x a, a é multiplicado por a n vezes
- A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a
operação que resulta em outro número inteiro que elevado ao
cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os nossos
cálculos somente aos números não negativos. Exemplos:
3
(𝐼) √8 = 2, 𝑝𝑜𝑖𝑠 23 = 8
3
Exemplos: (𝐼𝐼) √−8 = −2, 𝑝𝑜𝑖𝑠 (−2)3 = −8
33 = (3) x (3) x (3) = 27
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125 Fique Atento!!!
(-7)² = (-7) x (-7) = 49 Ao obedecer à regra dos sinais para o produto de
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 números inteiros, concluímos que:
(1) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número
Fique Atento!!! inteiro negativo.
- Toda potência de base positiva é um número inteiro (2) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz
positivo. Exemplo: (+3)2 = (+3). (+3) = +9 de qualquer número inteiro.

- Toda potência de base negativa e expoente par é um


número inteiro positivo. Exemplo: (– 8)2 = (–8). (–8) = +64 Propriedades da Adição e da Multiplicação dos
números Inteiros
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é Para todo a, b e c ∈ 𝑍
um número inteiro negativo. Exemplo: (–5)3 = (–5). (–5) . 1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c)
(–5) = –125 2) Comutativa da adição: a + b = b +a
3) Elemento neutro da adição: a + 0 = a
Propriedades da Potenciação 4) Elemento oposto da adição: a + (-a) = 0
1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva- 5) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a. (b.c)
se a base e somam-se os expoentes. Ex.: (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 6) Comutativa da multiplicação: a.b = b.a
= (–7)9 7) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a
8) Distributiva da multiplicação relativamente à adição:
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva- a.(b +c ) = ab + ac
se a base e subtraem-se os expoentes. Ex.: (-13)8 : (-13)6 = (- 9) Distributiva da multiplicação relativamente à
13)8 – 6 = (-13)2 subtração: a .(b –c) = ab –ac

Raciocínio Lógico-Matemático 2
APOSTILAS OPÇÃO

10) Elemento inverso da multiplicação: Para todo inteiro z 05. SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária – MS
diferente de zero, existe um inverso CONCURSOS/2017) Dentre as alternativas, qual faz a
z –1 = 1/z em Z, tal que, z x z–1 = z x (1/z) = 1 afirmação verdadeira?
11) Fechamento: tanto a adição como a multiplicação de (A) A subtração de dois números inteiros sempre resultará
um número natural por outro número natural, continua como em um número inteiro.
resultado um número natural. (B) A subtração de dois números naturais sempre
resultará em um número natural.
Referências (C) A divisão de dois números naturais sempre resultará
IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 01 – Conjuntos e
em um número natural.
Funções (D) A divisão de dois números inteiros sempre resultará
em um número inteiro.
Questões
Comentários
01. (Fundação Casa – Analista Administrativo –
VUNESP) Para zelar pelos jovens internados e orientá-los a 01. Resposta: A.
respeito do uso adequado dos materiais em geral e dos 50-20=30 atitudes negativas
recursos utilizados em atividades educativas, bem como da 20.4=80
preservação predial, realizou-se uma dinâmica elencando 30.(-1)=-30
“atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no entendimento 80-30=50
dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um classificasse
suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo (+4) 02. Resposta: B.
pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Se Em 1918 ele desfilou uma vez, logo 100 – 1 = 99. Somando
um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes 1918 + 99 = 2017.
anotadas, o total de pontos atribuídos foi
(A) 50. 03. Resposta: D.
(B) 45. Maior inteiro menor que 8 é o 7
(C) 42. Menor inteiro maior que - 8 é o - 7.
(D) 36. Portanto: 7(- 7) = - 49
(E) 32.
04. Resposta: E.
02. (CGE/RO – Auditor de Controle Interno – Se multiplicarmos o número de mesas por lugares que
FUNRIO/2018) O jornal “O Globo” noticiou assim, em cada uma tem, teremos: 18. 6 = 108 lugares.
10/02/2018, em sua página eletrônica, o desfile 108 lugares – 110 pessoas = -2, isto significa que todas as
comemorativo do centenário de fundação do tradicional bloco mesas foram preenchidas e 2 pessoas não sentaram.
carnavalesco “Cordão da Bola Preta”.
Se o tradicional bloco desfilou pela primeira vez em 1918 05. Resposta: A.
e, de lá para cá, desfilou todos os anos, apenas uma vez por ano, (a) A subtração de dois números inteiros sempre resultará
então o centésimo desfile do Cordão da Bola Preta realizou-se em um número inteiro. – V
ou se realizará no ano de: (b) A subtração de dois números naturais sempre resultará
(A) 2016. em um número natural. – somente se o primeiro for maior que
(B) 2017. o segundo - F
(C) 2018. (c) A divisão de dois números naturais sempre resultará
(D) 2019. em um número natural. – somente se o dividendo for maior
(E) 2020. que o divisor - F
(d) A divisão de dois números inteiros sempre resultará
03. (BNDES - Técnico Administrativo – CESGRANRIO) em um número inteiro. – somente se o dividendo for maior que
Multiplicando-se o maior número inteiro menor do que 8 pelo o divisor - F
menor número inteiro maior do que - 8, o resultado
encontrado será CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS – Q
(A) - 72 𝑚
(B) - 63 Um número racional é o que pode ser escrito na forma ,
𝑛
(C) - 56 onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser
(D) - 49 diferente de zero. Frequentemente usamos m/n para significar
(E) – 42 a divisão de m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser
04. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – Cachoeira obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão
Dourada – MPE-GO/2017) Para o jantar comemorativo do pela qual, o conjunto de todos os números racionais é
aniversário de certa empresa, a equipe do restaurante reconhecido pela letra Q. Assim, é comum encontrarmos na
preparou 18 mesas com 6 lugares cada uma e, na hora do literatura a notação:
jantar, 110 pessoas compareceram. E correto afirmar que: m
(A) se todos sentaram em mesas completas, uma ficou Q={ : m e n em Z, n ≠0}
vazia; n
(B) se 17 mesas foram completamente ocupadas, uma
ficou com apenas 2 pessoas;
(C) se 17 mesas foram completamente ocupadas, uma ficou
com apenas 4 pessoas;
(D) todas as pessoas puderam ser acomodadas em menos
de 17 mesas;
(E) duas pessoas não puderam sentar.

Raciocínio Lógico-Matemático 3
APOSTILAS OPÇÃO

N ᑕ Z ᑕ Q – O conjunto dos números Naturais e Inteiros b) Seja a dízima 3, 1919...


estão contidos no Conjunto do Números Racionais. O período que se repete é o 19, logo dois noves no
denominador (99). Observe também que o 3 é a parte inteira,
Subconjuntos notáveis: logo ele vem na frente, formando uma fração mista:
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos: 19
3 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜
- Q* = conjunto dos racionais não nulos; 99
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos; 316
→ (3.99 + 19) = 316, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos; 99
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos; 316
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos. Assim, a geratriz de 3,1919... é a fração .
99

Representação Decimal das Frações Neste caso para transformarmos uma dízima periódica
𝒎
Tomemos um número racional , tal que m não seja simples em fração, basta utilizarmos o dígito 9 no
𝒏
múltiplo de n. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar denominador para cada dígito que tiver o período da
a divisão do numerador pelo denominador. dízima.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
1º) O número decimal obtido possui, após a vírgula, um c) Seja a dízima 0,2777...
número finito de algarismos (decimais exatos): Agora, para cada algarismo do anteperíodo se coloca um
3 algarismo zero, no denominador, e para cada algarismo do
= 0,6 período se mantém o algarismo 9 no denominador.
5
No caso do numerador, faz-se a seguinte conta:
2º) O número decimal obtido possui, após a vírgula,
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se (Parte inteira com anteperíodo e período) - (parte inteira
periodicamente (Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas): com anteperíodo)
1
= 0,3030 …
33

Existem frações muito simples que são representadas por


formas decimais infinitas, com uma característica especial
(existência de um período):

Uma forma decimal infinita com período de UM dígito


pode ser associada a uma soma com infinitos termos desse
tipo:
1 1 1 1
0, 𝑎𝑎𝑎𝑎. . . = 𝑎. 1
+ 𝑎. 2
+ 𝑎. 3
+ 𝑎. … d) Seja a dízima 1, 23434...
(10) (10) (10) (10)4
O número 234 é a junção do anteperíodo com o período.
Neste caso temos uma dízima periódica composta, pois existe
Aproveitando, vejamos um exemplo:
1 1 1 1 uma parte que não se repete e outra que se repete. Neste caso
0,444. . . = 4. 1
+ 4. 2
+ 4. 3
+ 4. … temos um anteperíodo (2) e o período (34). Ao subtrairmos
(10) (10) (10) (10)4
deste número o anteperíodo (234-2), obtemos como
numerador o 232. O denominador é formado pelo dígito 9 –
Representação Fracionária dos Números Decimais
que corresponde ao período, neste caso 99(dois noves) – e
Estando o número racional escrito na forma decimal, e
pelo dígito 0 – que corresponde a tantos dígitos que tiverem o
transformando-o na forma de fração, vejamos os dois casos:
anteperíodo, neste caso 0(um zero).
1º) Transformamos o número em uma fração cujo
numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador
é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quanto
forem as casas decimais após a virgula do número dado:
7
0,7 =
10
232
7 1 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜 − 𝑎:
0,007 = 990
1000 1222
(1.990 + 232) = 1222, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶
990
2º) Devemos achar a fração geratriz (aquela que dá
611
origem a dízima periódica) da dízima dada; para tanto, vamos Simplificando por 2, obtemos 𝑥 = , a fração geratriz da
495
apresentar o procedimento através de alguns exemplos: dízima 1, 23434...
a) Seja a dízima 0, 444... Módulo ou valor absoluto: é a distância do ponto que
Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo representa esse número ao ponto de abscissa zero.
4), então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no
numerador o período.

4
Assim, a geratriz de 0,444... é a fração .
9

Raciocínio Lógico-Matemático 4
APOSTILAS OPÇÃO

Logo, o módulo de: 3 3 3 3 3 27


5 5 𝑏) (− ) = (− ) . (− ) . (− ) = −
− é . 7 7 7 7 343
7 7
5 5 Propriedades da Potenciação
𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟: |− | =
7 7 1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
5 5
3 0
Números Opostos: dizemos que − 𝑒 são números ( ) =1
7 7 7
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do
5 5 2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
outro. As distâncias dos pontos − é ao ponto zero da reta
7 7 3 1 3
são iguais. ( ) =
7 7
Inverso de um Número Racional 3) Toda potência com expoente negativo de um número
a −n b n 5 −2 7 2 racional, diferente de zero é igual a outra potência que tem a
( ) ,a ≠ 0 = ( ) ,b ≠ 0 → ( ) = ( ) base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao
b a 7 5
oposto do expoente anterior.
Representação geométrica dos Números Racionais 3 −2 7 2 49
( ) =( ) =
7 3 9

4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal


da base.
3 3 3 3 3 27
(− ) = (− ) . (− ) . (− ) = −
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem 7 7 7 7 343
infinitos números racionais.
5) Toda potência com expoente par é um número positivo.
Operações com Números Racionais 3 2 3 3 9
( ) = . =
7 7 7 49
Soma (Adição) de Números Racionais: como todo
número racional é uma fração ou pode ser escrito na forma de 6) Produto de potências de mesma base: reduzir a uma só
uma fração, definimos a adição entre os números racionais a/b potência de mesma base, conservamos as bases e somamos os
e, c/d, da mesma forma que a soma de frações, através de: expoentes.
𝑎 𝑐 𝑎𝑑 + 𝑏𝑐 3 2 3 3 3 2+3 3 5
+ = ( ) .( ) = ( ) =( )
𝑏 𝑑 𝑏𝑑 7 7 7 7

Subtração de Números Racionais: a subtração de dois 7) Divisão de potências de mesma base: reduzir a uma só
números racionais p e q é a própria operação de adição do potência de mesma base, conservamos a base e subtraímos os
𝑎
número p com o oposto de q, isto é: p – q = p + (–q), onde p = e expoentes.
𝑏
𝑐 3 5 3 3 3 5−3 3 2
q= . ( ) :( ) =( ) =( )
𝑑
𝑎 𝑐 𝑎𝑑 − 𝑏𝑐 7 7 7 7
− =
𝑏 𝑑 𝑏𝑑 8) Potência de Potência: reduzir a uma potência (de
mesma base) de um só expoente, conservamos a base e
Multiplicação (Produto) de Números Racionais: como multiplicamos os expoentes.
todo número racional é uma fração ou pode ser escrito na 3
forma de uma fração, definimos o produto de dois números 3 2 3 2.3 3 6
[( ) ] = ( ) = ( )
racionais a/b e, c/d, da mesma forma que o produto de 7 7 7
frações, através de:
𝑎 𝑐 𝑎𝑐 Radiciação de Números Racionais: se um número
. =
𝑏 𝑑 𝑏𝑑 representa um produto de dois ou mais fatores iguais, então
cada fator é chamado raiz do número.
O produto dos números racionais a/b e c/d também pode
ser indicado por a/b × c/d ou a/b . c/d. Para realizar a Exemplos:
multiplicação de números racionais, devemos obedecer à 𝟏 1 1 1 2
mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática. 1) √ , representa o produto . ou ( ) .
𝟐𝟓 5 5 5
1 1
Logo, é a raiz quadrada de .
Divisão (Quociente) de Números Racionais: a divisão 5 25
de dois números racionais p e q é a própria operação de
multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q = p × 2) 0,216 representa o produto 0,6. 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo,
𝑎 𝑐 𝑑
q-1 onde p = , q = e q-1= ; 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se: 3√0,216 = 0,6.
𝑏 𝑑 𝑐
𝑎 𝑐 𝑎 𝑑
: = . Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
𝑏 𝑑 𝑏 𝑐 número zero ou um número racional positivo.
Potenciação de Números Racionais: a potência bn do Fique Atento!!!
número racional b é um produto de n fatores iguais. O número Os números racionais negativos não têm raiz quadrada
b é denominado a base e o número n é o expoente. em Q.
bn = b × b × b × b × ... × b, (b aparece n vezes)
Exemplos: Referências
IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
3 2 3 3 9 IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 1 – Conjuntos e Funções
𝑎) ( ) = . =
7 7 7 49 https://educacao.uol.com.br
http://mat.ufrgs.br

Raciocínio Lógico-Matemático 5
APOSTILAS OPÇÃO

Questões 02. Resposta: B.


Quantia que eu tinha: x
01. (SAP/SP – Oficial Administrativo – MS Gastei na farmácia: 2/5 x, logo sobrou em meu bolso 3/5x
CONCURSOS/2018) Um menino ganhou sua mesada de 3𝑥 1
Compadre pagou 1/3 do que eu tinha no bolso: . =
3𝑥
5 3 15
R$120,00, guardou 1/6 na poupança, do restante usou 2/5
para comprar figurinhas e gastou o que sobrou numa excursão Fiquei com a quantia total de:
da escola. Quanto gastou nessa excursão? 3𝑥 3𝑥 9𝑥 + 3𝑥 12𝑥
+ = =
(A) 32 5 15 15 15
(B) 40 Gastei metade deste valor em alimentos:
(C) 52 12𝑥
(D) 60 15 = 12𝑥 . 1 = 12𝑥
(E) 68 2 15 2 30
Logo o que sobrou(metade) corresponde a 420,00:
02. (IPSM - Analista de Gestão Municipal – 12𝑥 12600
Contabilidade – VUNESP/2018) Saí de casa com = 420 → 12𝑥 = 12600 → 𝑥 = → 𝑥 = 1050
determinada quantia no bolso. Gastei, na farmácia, 2/5 da 30 12
quantia que tinha. Em seguida, encontrei um compadre que me Como o compadre pagou 3x/15, basta substituirmos o
pagou uma dívida antiga que correspondia exatamente à terça
valor de x por 1050 e acharmos o valor:
parte do que eu tinha no bolso. Continuei meu caminho e gastei 3.1050
a metade do que tinha em alimentos que doei para uma casa = 210
de apoio a necessitados. Depois disso, restavam-me 420 reais. 15
O valor que o compadre me pagou é, em reais, igual a
(A) 105. 03. Resposta: A.
(B) 210. Basta dividirmos 9/40 = 0,225.
(C) 315.
(D) 420. 04. Resposta: A.
(E) 525. Simplificando temos:
36/2 = 18
03. (Pref. Santo Expedito/SP – Motorista – Prime 100/2 = 50
Concursos/2017) Qual a alternativa que equivale a 9/40 em Logo temos 18/50
forma decimal
(A) 0,225 05. Resposta: E.
(B) 225 X = envelopes
(C) 0,0225 3
𝐴= 𝑥
(D) 0,22 8

04. (Pref. Santo Expedito/SP – Motorista – Prime 5 4 4


𝐵 = 𝑥. = 𝑥
Concursos/2017) Ao simplificar a fração 36/100, dividindo o 8 5 8
numerador e o denominador por 2, obtemos:
(A) 18/50 Sobrou 75
(B) 9/25 Logo o número de envelopes total é
(C) 12/50 3𝑥 4𝑥 3𝑥 + 4𝑥 + 600
𝑥= + + 75 → 𝑥 = →
(D) 9/50 8 8 8

05. (Câmara de Dois Córregos/SP – Oficial de 8x = 7x + 600 → 8x – 7x = 600 → x = 600


Atendimento e Administração – VUNESP/2018) Uma O número total de envelopes é 600.
empresa comprou um lote de envelopes e destinou 3/ 8 deles
ao setor A. Dos envelopes restantes, 4/ 5 foram destinados ao
setor B, e ainda restaram 75 envelopes. O número total de Expressões numéricas;
envelopes do lote era
(A) 760.
(B) 720.
(C) 700. Expressões numéricas são todas sentenças matemáticas
(D) 640. formadas por números, suas operações (adições, subtrações,
(E) 600. multiplicações, divisões, potenciações e radiciações) e também
por símbolos chamados de sinais de associação, que podem
Comentários aparecer em uma única expressão.

01. Resposta: D. Para resolvermos devemos estar atentos a alguns


Ele recebeu 120 de mesada, deste guardou 1/6 na procedimentos:
poupança, logo:
120 1º) Nas expressões que aparecem as operações numéricas,
= 20
6 devemos resolver as potenciações e/ou radiciações
Então ele guardou na poupança 20 e sobrou 120 – 20 = primeiramente, na ordem que elas aparecem e somente depois
100. as multiplicações e/ou divisões (na ordem que aparecem) e
Desses 100, gastou 2/5 com figurinhas: por último as adições e subtrações também na ordem que
2 aparecem.
100. = 40
5 Exemplos:
Ele gastou 40,00 com figurinhas e sobrou 100 – 40 = 60, A) 10 + 12 – 6 + 7→ primeiro resolvemos a adição e
que ele gastou com a excursão. subtração em qualquer ordem

Raciocínio Lógico-Matemático 6
APOSTILAS OPÇÃO

22 – 6 + 7 Expressões Numéricas com Frações


16 + 7 A ordem das operações para se resolver uma expressão
23 numérica com fração, são as mesmas para expressões
numéricas com números reais. Você também precisará
dominar as principais operações com frações: adição,
B) 15 x 2 – 30 ÷ 3 + 7 → primeiro resolveremos a subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.
multiplicação e a divisão, em qualquer ordem. Um ponto que deve ser levado em conta é o m.m.c (mínimo
30 – 10 + 7 → Agora resolveremos a adição e subtração, múltiplo comum) entre os denominadores das frações, através
também em qualquer ordem. da fatoração numérica.
27
Exemplos:
1) Qual o valor da expressão abaixo?
2º) Quando aparecem os sinais de associações os mesmos
1 3 1 3
tem uma ordem a ser seguida. Primeiro, resolvemos os ( ) + .
parênteses ( ), quando acabarem os cálculos dentro dos 2 2 4
parênteses, resolvemos os colchetes [ ]; e quando não houver
A) 7/16
mais o que calcular dentro dos colchetes { }, resolvemos as
B) 13/24
chaves.
C) 1/2
→ Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, D) 21/24
colchetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o Resolvendo temos:
colchete ou chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os
números internos com o seus sinais originais. 1º passo resolver as operações entre parênteses, depois a
multiplicação:
→ Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese,
colchetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o 1 3
+ , 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑜 𝑑𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟 é 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜,
colchete ou chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os 8 8
números internos com o seus sinais invertidos. 4 1
𝑒𝑓𝑒𝑡𝑢𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝑎𝑑𝑖çã𝑜: , 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑟:
Exemplos: 8 2
A) {100 – 413 x (20 – 5 x 4) + 25} : 5 → Inicialmente
devemos resolver os parênteses, mas como dentro dos Resposta: C
parênteses há subtração e multiplicação, vamos resolver a
multiplicação primeiro, em seguida, resolvemos a subtração. 9 2 2 4
2) O resultado da expressão 3. − {[( ) + 2] : √ }, em
{100 – 413 x (20 – 5 x 4) + 25} : 5 4 3 9

{100 – 413 x (20 – 20) + 25} : 5 sua forma mais simples é:


{100 – 413 x 0 + 25} : 5 A) 6/37
Eliminado os parênteses, vamos resolver as chaves, B) 37/12
efetuando as operações seguindo a ordem. C) 27/4
{100 – 413 x 0 + 25} : 5 D) 22/6
{100 – 0 + 25} : 5 Resolvendo:
{100 + 25} : 5 Vamos resolver a multiplicação do início, a potenciação
125 : 5 que está entre parênteses e a radiciação do final:
25 27 4 2
− {[ + 2] : },
4 9 3
B) – 62 : (– 5 + 3) – [– 2 . (– 1 + 3 – 1)² – 16 : (– 1 + 3)²] →
elimine os parênteses. Na sequência vamos resolver a operação entre colchetes:
– 62 : (– 2) – [– 2 . (2 – 1)² – 16 : 2²] → continue eliminando
os parênteses. 27 4 + 18 2
− {[ ] : } , 𝑜 𝑚𝑚𝑐 é 9,
– 62 : (– 2) – [– 2 . 1 – 16 : 2²] → resolva as potências dentro 4 9 3
do colchetes. 27 22 2
𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑣𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑢𝑎𝑟 𝑎 𝑠𝑜𝑚𝑎: − {[ ] : }
– 62 : (– 2) – [– 2 . 1 – 16 : 4] → resolva as operações de 4 9 3
multiplicação e divisão nos colchetes.
– 62 : (– 2) – [– 2 – 4] = 27 22 3
𝑟𝑒𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠ã𝑜, 𝑡𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠: − { . },
– 62 : (– 2) – [– 6] = elimine o colchete. 4 9 2
– 62 : (– 2) + 6 = efetue a potência.
31 + 6 = 37 Lembrando que na divisão com frações conservamos a 1ª
fração e multiplicamos pelo inverso da 2ª, podemos também
C) [(5² - 6.2²).3 + (13 – 7)² : 3] : 5 simplificar o resultado:
[(25 – 6.4).3 + 6² : 3] : 5 = 27 11
− { }.
[(25 – 24).3 + 36 : 3 ] : 5 = 4 3
[1.3 + 12] : 5 =
27 11
[3 + 12 ] : 5 = − , 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝑚𝑚𝑐(4,3) = 12,
15 : 5 = 3 4 3

𝟑 3.27 − 4.11 81 − 44 37
D) [(𝟏𝟎 − √𝟏𝟐𝟓)𝟐 + (𝟑 + 𝟐𝟑 : 𝟒)]𝟐 = =
12 12 12
[(10 - 5)2 + (3 + 8 : 4)]2
[5² + (3+2)]2 Resposta: B.
[25 + 5]2
302 Referências
900 http://quimsigaud.tripod.com/expnumericas

Raciocínio Lógico-Matemático 7
APOSTILAS OPÇÃO

Questões 02. Resposta: E.


Vamos resolver cada expressão separadamente:
01. (Pref. Tramandaí/RS – Auxiliar Administrativo – 1 1 1 1 1 16 + 8 + 4 + 2 + 1 31
𝐴= + + + + = =
OBJETIVA) Dadas as três expressões numéricas abaixo, é 2 4 8 16 32 32 32
CORRETO afirmar que:
(a) 2 + [(5 - 3) + 4] x 2 + 3 1 1 1 1 1
𝐵= + + + +
(b) 13 - [5 x (2 - 1) + 4 x 2] 3 9 27 81 243
(c) 6 + 4 x 2 x (5 - 1) - 7
81 + 27 + 9 + 3 + 1 121
=
(A) b < a < c 243 243
(B) a < b < c
(C) c < a < b 31 121 243.31 + 32.121
A+B = + =
(D) c < b < a 32 243 7776

02. (MANAUSPREV – Analista Previdenciário – 7533 + 3872 11405


= = 1,466 ≅ 1,5
Administrativa – FCC) Considere as expressões numéricas, 7776 7776
abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e B = 1/3
+ 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243 03. Resposta: A.
Resolvendo cada termo em partes temos:
O valor, aproximado, da soma entre A e B é 10010 = 1
(A) 2 1 3 2 3+3 2
( + ) =( ) = (1)2 = 1
(B) 3 2 6 6
(C) 1
3
(D) 2,5 11/3 = √1 = 1
(E) 1,5 1001/2 = √100 = 10
Montando a expressão temos: 1 + 1 + 1. 10 ⇾ 2 + 10 = 12
03. (Pref. Tanguá/RJ – Agente Administrativo – MS
CONCURSOS/2017) Com base nas operações e propriedades 04. Resposta: E.
dos números reais, resolva a expressão abaixo: Resolvendo por partes temos:
1 3 2 1 1 (121 – 100) ÷ (30 – 9) ÷ 3 ⇾ (21) ÷ (21) ÷ 3 ⇾ 1 ÷ 3 ou
x = 10010 + ( + ) + 13 .1002
2 6 1/3

05. Resposta: A.
Qual é o valor correto de x? (a) -4 x 1/3 + 1/3 = -1 ⇾ -4/3 + 1/3 = -1 ⇾ -3/3 = -1 ⇾ -1
(A) 12 = -1 (V)
(B) 10 (b) 3 – 1 + 9 – 3 = 6 ⇾ 2 + 6 = 6 ⇾ 8 = 6 (F)
(C) 1002 (c) 24 ÷ 2 x 3 = 4 ⇾ 12 x 3 = 4 ⇾ 36 = 4 (F)
(D) 102 (d) 7 + 6 + 10 = 17 ⇾ 23 = 17 (F)
04. (UNESP – Assistente Administrativo –
VUNESP/2017) Considere a seguinte expressão numérica:
(112 – 102 ) ÷ (3·2·5 – 32 ) ÷ 3 Múltiplos e divisores de
O resultado correto é números naturais; problemas.
(A) 5/3
(B) 4/3
(C) 1
(D) 2/3 Conjunto dos múltiplos de um número natural: É
(E) 1/3 obtido multiplicando-se esse número pela sucessão dos
números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,...
05. (UFSCAR – Assistente em Administração – Para acharmos o conjunto dos múltiplos de 7, por exemplo,
UFSCAR/2017) Considerando as expressões matemáticas multiplicamos por 7 cada um dos números da sucessão dos
apresentadas a seguir, qual das seguintes igualdades é naturais:
verdadeira? 7x0=0
(A) -22 × 3-1 + 1 ÷ 3 = -1 7x1=7
(B) 3 - 3 ÷ 3 + 3 × 3 - 3 = 6 7 x 2 = 14
(C) 48 ÷ 2 ÷ 2 × 3 = 4 7 x 3 = 21
(D) (-17 + 26) ÷ 9 × 2 = 1/2 ⋮
(E) 7 + 2 × 3 - 5 × (-2) = 17
O conjunto formado pelos resultados encontrados, forma o
Respostas conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, 21, ...}.

01. Resposta: A. Observações:


Resolvendo as expressões temos: - Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
(a) 2 + [(5 - 3) + 4] x 2 + 3 ⇾ 2 + [2 + 4] x 2 + 3 - Todo número natural é múltiplo de 1.
2 + [6] x 2 + 3 ⇾ 2 + 12 + 3 = 17 - Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos
(b) 13 - [5 x (2 - 1) + 4 x 2] ⇾ 13 - [5 x (1) + 8] múltiplos.
13 - [5 + 8] ⇾ 13 -13 = 0 - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
(c) 6 + 4 x 2 x (5 - 1) – 7 ⇾ 6 + 8 x (4) - 7 - Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares, e
6 + 32 – 7 ⇾ 31 a fórmula geral desses números é 2k (k N). Os demais são
Colocando em ordem crescente: 0 < 17 < 31, que é b < a < c

Raciocínio Lógico-Matemático 8
APOSTILAS OPÇÃO

chamados de números ímpares, e a fórmula geral desses Exemplos


números é 2k + 1 (k N). a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 + 6 + 1 =
O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k  Z. 27 é divisível por 9.
b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0 + 3 =
Critérios de divisibilidade 14 que não é divisível por 9.
São regras práticas que nos possibilitam dizer se um
número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a divisão, Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10
vai por mim, isso ajuda muito na hora de dividir algum quando seu algarismo da unidade termina em zero.
número. Exemplo
563040 é divisível por 10, pois termina em zero.
Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2 quando
termina em 0, 2, 4, 6 ou 8, ou seja, quando ele é par. Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11
Exemplo quando a diferença entre a soma dos algarismos de posição
9656 é divisível por 2, pois termina em 6, e é par. ímpar e a soma dos algarismos de posição par resulta em um
número divisível por 11 ou quando essas somas forem iguais.
Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3 quando Exemplo
a soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível por - 43813:
3. 1º 3º 5º  Algarismos de posição ímpar. (Soma dos
Exemplo algarismos de posição impar: 4 + 8 + 3 = 15.)
65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, e 27 é 4 3 8 1 3
divisível por 3. 2º 4º  Algarismos de posição par.(Soma dos
algarismos de posição par:3 + 1 = 4)
Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 quando
seus dois algarismos são 00 ou formam um número divisível 15 – 4 = 11  diferença divisível por 11. Logo 43813 é
por 4. divisível por 11.
Exemplos Resumindo, assim como o critério do 7, o do 11 é mais fácil
a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00. dividir logo o número por 11 para saber se vai ser divisível ou
b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 é não.
divisível por 4.
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12
Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 quando quando é divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo.
termina em 0 ou 5. Exemplo
Exemplos 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 (7 + 8 + 3 +
a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0. 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24).
b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5.
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15
Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando quando é divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.
é divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo. Exemplo
Exemplos 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 ( 6 + 5 + 0
a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 e por 3 (4 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0).
+ 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18).
b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por 3 (8 Fatoração numérica
+ 0 + 5 + 3 + 0 = 16).
Essa fatoração se dá através da decomposição em fatores
Divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando primos. Para decompormos um número natural em fatores
o último algarismo do número, multiplicado por 2, subtraído primos, dividimos o mesmo pelo seu menor divisor primo,
do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo após pegamos o quociente e dividimos o pelo seu menor
de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a divisor, e assim sucessivamente até obtermos o quociente 1. O
quantidade de algarismos a serem analisados quanto à produto de todos os fatores primos representa o número
divisibilidade por 7. fatorado.
Exemplo 41909 é divisível por 7 conforme podemos Exemplo:
conferir: 9.2 = 18; 4190 – 18 = 4172 → 2.2 = 4; 417 – 4 = 413
→ 3.2 = 6; 41 – 6 = 35; 35 é multiplo de 7.
Resumindo, é mais fácil dividir logo o número por 7 para
saber se vai ser divisível ou não.

Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quando


seus três últimos algarismos forem 000 ou formarem um Divisores de um número natural
número divisível por 8. Vamos pegar como exemplo o número 12 na sua forma
Exemplos fatorada:
a) 57000 é divisível por 8, pois seus três últimos 12 = 22 . 31
algarismos são 000. O número de divisores naturais é igual ao produto dos
b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
algarismos formam o número 24, que é divisível por 8. Logo o número de divisores de 12 são:
22 . 3⏟1 → (2 + 1) .(1 + 1) = 3.2 = 6 divisores naturais

Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9 quando (2+1) (1+1)
a soma dos valores absolutos de seus algarismos forma um
número divisível por 9. Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos
cada fator da decomposição e seu respectivo expoente natural

Raciocínio Lógico-Matemático 9
APOSTILAS OPÇÃO

que varia de zero até o expoente com o qual o fator se 02. Resposta: E
apresenta na decomposição do número natural. Para resolver esta questão devemos decompor o 600
Exemplo:
12 = 22 . 31 → 22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
20 . 31=3
21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
22 . 31=4.3=12
22 . 30=4 Devemos somar 1 aos expoentes e multiplica-los, assim,
O conjunto de divisores de 12 são: D(12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12} (3 + 1) . (1 + 1) . (2 + 1) = 4 . 2 . 3 = 24
A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
03. Resposta: D
Observação Para ser divisível por 6 precisa ser divisível por 2 e 3 ao
Para sabermos o conjunto dos divisores inteiros de 12, basta mesmo tempo, e por isso deverá ser par também, e a soma dos
multiplicarmos o resultado por 2 (dois divisores, um negativo e seus algarismos deve ser um múltiplo de 3.
o outro positivo). Logo os finais devem ser 4 e 6:
Assim teremos que D(12) = 6.2 = 12 divisores inteiros. 354, 456, 534, 546, 564, 576, 654, 756, logo temos 8
números.
Questões
04. Resposta: E
01. O número de divisores positivos do número 40 é: Como o número é divisível por três, a soma de seus
(A) 8 algarismos deverá ser um número divisível por 3, logo:
(B) 6 2 + 3 + 4 = 9, assim o número que colocarmos no lugar de
(C) 4 “X” devemos somar com 9, assim os possíveis algarismos
(D) 2 deverá ser: 0, 3, 6 ou 9, pois qualquer outro fora esses a soma
(E) 20 não será divisível por 3, assim o maior valor possível será o 9.
02. (Pref. de Recife/PE – Assistente de Gestão Pública –
FCC/2019) O número de divisores inteiros positivos de 600 é Frações e operações com
(A) 25.
(B) 23. frações.
(C) 22.
(D) 21.
(E) 24. Quando um todo ou uma unidade é dividido em partes
iguais, uma dessas partes ou a reunião de várias, formam o que
03. Considere um número divisível por 6, composto por 3 chamamos de fração do todo. Para se representar uma fração
algarismos distintos e pertencentes ao conjunto são, portanto, necessários dois números inteiros1.
A={3,4,5,6,7}.A quantidade de números que podem ser O primeiro, para indicar em quantas partes iguais foi
formados sob tais condições é: dividida a unidade (ou todo) e que dá nome a cada parte e, por
(A) 6 essa razão, chama-se denominador da fração;
(B) 7 O segundo, que indica o número de partes que foram
(C) 9 reunidas ou tomadas da unidade e, por isso, chama-se
(D) 8 numerador da fração. O numerador e o denominador
(E) 10 constituem o que chamamos de termos da fração.
Observe a figura abaixo:
04. Seja o número 23X4 é um número com 4 algarismos e
divisível por 3, então o maior número possível para X é:
(A) 0
(B) 3
(C) 6
(D) 7
(E) 9

Comentários

01. Resposta: A
Vamos decompor o número 40 em fatores primos. A primeira nota dó é 14/14 ou 1 inteiro, pois representa a
40 = 23 . 51 ; pela regra temos que devemos adicionar 1 a fração cheia; a ré é 12/14 e assim sucessivamente.
cada expoente:
3 + 1 = 4 e 1 + 1 = 2 ; então pegamos os resultados e Nomenclaturas das Frações
multiplicamos 4.2 = 8, logo temos 8 divisores de 40.
Numerador →
Indica quantas partes
tomamos do total
que foi dividida a
unidade.

1 CABRAL, Luiz Claudio; NUNES, Mauro César. Matemática básica explicada passo
a passo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

Raciocínio Lógico-Matemático 10
APOSTILAS OPÇÃO

Denominador → Exemplo
Indica quantas partes 4: 4 1 4: 2 2 2: 2 1
= ; 𝑜𝑢 = ; 𝑜𝑢 =
iguais foi dividida a 8: 4 2 8: 2 4 4: 2 2
unidade.
4 2 1
As frações , e são equivalentes.
8 4 2
Na figura, lê-se: três oitavos.
Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o
Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, denominador são primos entre si.
quartos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos. Exemplo: 5/11 ; 17/29; 5/3
Frações com denominadores potências de 10: décimos,
centésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de Comparação e simplificação de frações
milésimos, etc.
Denominadores diferentes dos citados anteriormente: Comparação: quando duas frações tem o mesmo
Enuncia-se o numerador e, em seguida, o denominador denominador, a maior será aquela que possuir o maior
seguido da palavra “avos”. numerador.
Exemplos Exemplo
8 5/7 >3/7
𝑙ê − 𝑠𝑒 ∶ 𝑜𝑖𝑡𝑜 𝑣𝑖𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑖𝑛𝑐𝑜 𝑎𝑣𝑜𝑠
25
Quando os denominadores são diferentes, devemos
2
𝑙ê − 𝑠𝑒 ∶ 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑐𝑒𝑛𝑡é𝑠𝑖𝑚𝑜𝑠 reduzi-lo ao mesmo denominador.
100 Exemplo
7/6 e 3/7
Tipos de Frações
Fazer o mmc dos denominadores → mmc(6,7) = 42
Frações Próprias: Numerador é menor que o
Divide pelo debaixo e multiplica pelo de cima.
denominador. 7.7 3.6 49 18
Exemplos 𝑒 → 𝑒
1 5 3 42 42 42 42
; ; ;… 2º - Compararmos as frações:
6 8 4 49/42 > 18/42.
Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao Simplificação: É dividir os termos por um mesmo número
denominador. até obtermos termos menores que os iniciais. Com isso
Exemplos formamos frações equivalentes a primeira.
6 8 4
; ; ;… Exemplo
5 5 3
4: 4 1
=
Frações aparentes: Numerador é múltiplo do 8: 4 2
denominador. As mesmas pertencem também ao grupo das
frações impróprias. Operações com frações
Exemplos
6 8 4
; ; ;… Adição e Subtração
1 4 2 Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador
e soma-se ou subtrai-se os numeradores.
Frações particulares: Para formamos uma fração de uma
grandeza, dividimos esta pelo denominador e multiplicamos
pelo numerador.
Exemplos
1 – Se o numerador é igual a zero, a fração é igual a zero:
0 0
= = 0.
6 5
2- Se o denominador é 1, a fração é igual ao numerador:
25
= 25;
325
= 325 Com denominadores diferentes: Reduz-se ao mesmo
1 1
denominador através do mmc entre os denominadores.
O processo é valido tanto para adição quanto para
- Quando o denominador é zero, a fração não tem sentido,
subtração.
pois a divisão por zero é impossível.
- Quando o numerador e denominador são iguais, o
resultado da divisão é sempre 1.

Números mistos: Números compostos de uma parte


inteira e outra fracionária. Podemos transformar uma fração
imprópria na forma mista e vice e versa.
Exemplos

Frações equivalentes: Duas ou mais frações que


apresentam a mesma parte da unidade.
Raciocínio Lógico-Matemático 11
APOSTILAS OPÇÃO

Multiplicação e Divisão Logo a metade de 115 = 115/2 = 57,50


Multiplicação: É produto dos numerados dados e dos
denominadores dados. 02. Resposta: A
Exemplo Para resolver esse exercício, basta calcular
1
. 200000 =
5
40000, logo a resposta correta é a alternativa A.

03. Resposta: E
Vamos chamar a quantidade de tortas de (x). Assim:
Podemos ainda simplificar a fração resultante: 𝟐 𝟐
288: 2 144 * Dona Amélia: . 𝟏 =
𝟑 𝟑
=
10: 2 5
𝟑 𝟐
* 1º filho: . =𝟏
Divisão: O quociente de uma fração é igual a primeira 𝟐 𝟑
fração multiplicada pelo inverso da segunda fração. 𝟑 𝟑
Exemplo * 2º filho: .𝟏 =
𝟐 𝟐

𝟑 𝟑 𝟗
* 3º filho: . =
𝟐 𝟐 𝟒

Simplificando a fração resultante: * 4º filho:


𝟑
.
𝟗
=
𝟐𝟕
168: 8 21 𝟐 𝟒 𝟖
=
24: 8 3 𝟐 𝟑 𝟗 𝟐𝟕
+𝟏+ + +
𝟑 𝟐 𝟒 𝟖
Questões
𝟏𝟔 + 𝟐𝟒 + 𝟑𝟔 + 𝟓𝟒 + 𝟖𝟏 𝟐𝟏𝟏 𝟐𝟒 𝟏𝟗 𝟏𝟗
= =𝟖. + =𝟖+
01. (Pref. Maranguape/CE – Prof. de educação básica – 𝟐𝟒 𝟐𝟒 𝟐𝟒 𝟐𝟒 𝟐𝟒
Matemática – GR Consultoria e Assessoria) João gastou R$
23,00, equivalente a terça parte de 3/5 de sua mesada. Desse Ou seja, eles comeram 8 tortas, mais 19/24 de uma torta.
modo, a metade do valor da mesada de João é igual a: Por fim, a fração de uma torta que sobrou foi:
(A) R$ 57,50; 𝟐𝟒 𝟏𝟗 𝟓
(B) R$ 115,00; 𝟐𝟒

𝟐𝟒
=
𝟐𝟒
(C) R$ 172,50;
(D) R$ 68,50;
Números e grandezas
02. (EBSERH/ HUSM – UFSM/RS – Analista
Administrativo – Administração – AOCP) Uma revista
proporcionais: razões e
1
perdeu dos seus 200.000 leitores. proporções;
5
Quantos leitores essa revista perdeu?
(A) 40.000.
(B) 50.000. RAZÃO
(C) 75.000.
(D) 95.000. Razão2 nada mais é que o quociente entre dois números
(E) 100.000. (quantidades, medidas, grandezas).
Sendo a e b dois números, chama-se razão de a para b:
03. (METRÔ – Assistente Administrativo Júnior – FCC) 𝑎
Dona Amélia e seus quatro filhos foram a uma doceria comer 𝑜𝑢 𝑎: 𝑏 , 𝑐𝑜𝑚 𝑏 ≠ 0
𝑏
tortas. Dona Amélia comeu 2 / 3 de uma torta. O 1º filho comeu Onde:
3 / 2 do que sua mãe havia comido. O 2º filho comeu 3 / 2 do
que o 1º filho havia comido. O 3º filho comeu 3 / 2 do que o 2º
filho havia comido e o 4º filho comeu 3 / 2 do que o 3º filho
havia comido. Eles compraram a menor quantidade de tortas
inteiras necessárias para atender a todos. Assim, é possível
calcular corretamente que a fração de uma torta que sobrou Exemplo
foi Em um vestibular para o curso de marketing, participaram
(A) 5 / 6. 3600 candidatos para 150 vagas. A razão entre o número de
(B) 5 / 9. vagas e o número de candidatos, nessa ordem, foi de
(C) 7 / 8.
(D) 2 / 3. 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠 150 1
= =
(E) 5 / 24. 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 3600 24

Comentários Lemos a fração como: Um vinte e quatro avós.

01. Resposta: A - Quando a e b forem medidas de uma mesma grandeza,


Vamos chamar de x a mesada. essas devem ser expressas na mesma unidade.
Como ele gastou a terça parte 1/3 de 3/5 da mesada que
equivale a 23,00. Podemos escrever da seguinte maneira: Razões Especiais
1 3 𝑥 Escala: Muitas vezes precisamos ilustrar distâncias muito
. 𝑥 = = 23 → 𝑥 = 23.5 → 𝑥 = 115 grandes de forma reduzida, então utilizamos a escala, que é a
3 5 5

2
IEZZI, Gelson. et al. Fundamentos da Matemática: Financeira e Estatística
Descritiva. São Paulo. Editora Atual. 2011.

Raciocínio Lógico-Matemático 12
APOSTILAS OPÇÃO

razão da medida no mapa com a medida real (ambas na mesma Exemplo envolvendo Razão e Proporção
unidade). Em um concurso participaram 3000 pessoas e foram
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑝𝑎 aprovadas 1800. A razão do número de candidatos aprovados
𝐸=
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 para o total de candidatos participantes do concurso é:
A) 2/3
Velocidade média: É a razão entre a distância percorrida e B) 3/5
o tempo total de percurso. As unidades utilizadas são km/h, C) 5/10
m/s, entre outras. D) 2/7
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 E) 6/7
𝑉=
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Resolução:
Densidade: É a razão entre a massa de um corpo e o seu
volume. As unidades utilizadas são g/cm³, kg/m³, entre outras.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 Resposta “B”.
𝐷=
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
Questões
PROPORÇÃO
01. (UNESP - Agente de Desenvolvimento Infantil -
Bem resumido, temos que proporção3 é uma igualdade UNESP/2019) A razão entre os professores e os demais
entre duas razões. servidores de uma universidade é de 5 para 4. Se o total de
trabalhadores dessa universidade é 108, é correto afirmar
𝑎 𝑐 𝑎 𝑐
Dada as razões e , à setença de igualdade = chama- que:
𝑏 𝑑 𝑏 𝑑
se proporção. (A) A universidade possui 69 professores e 39
Onde: servidores.
(B) A universidade possui 58 professores e 50
servidores.
(C) Trabalham nessa universidade 48 professores.
(D) O número de professores dessa universidade supera
Propriedades da Proporção o número de servidores da mesma instituição em 12
unidades.
1. Propriedade Fundamental (E) O número de professores excede o número de
O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto servidores da universidade em 22 unidades.
é, a . d = b . c.
02. (Câmara de Serrana/SP - Técnico Legislativo -
Exemplo VUNESP/2019) Em determinada secretaria municipal, a
45 9 razão entre o número de servidores com até 5 anos de
Na proporção = (lê-se: “45 está para 30 , assim como serviços prestados àquele município e o número de
30 6
9 está para 6.), aplicando a propriedade fundamental , temos: servidores com mais de 5 anos de serviços prestados pode
45.6 = 30.9 = 270 ser representada por 3/5. Sabendo-se que, no total, 104
servidores prestam serviços naquela secretaria, a diferença
2. A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro entre os números de servidores com mais tempo e menos
(ou para o segundo termo), assim como a soma dos dois tempo de serviço prestados ao município em questão é igual
últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo). a
𝑎 𝑐 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 (A) 25.
= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑 (B) 26.
(C) 27.
3. A diferença entre os dois primeiros termos está para o (D) 28.
primeiro (ou para o segundo termo), assim como a diferença (E) 29.
entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto
termo). 03. (MPE/GO – Auxiliar Administrativo – MPE/2019)
𝑎 𝑐 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑 Com a liberação da posse de arma de fogo recentemente
= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑 concedida pelo governo federal, João ingressa num curso de
tiro de precisão com o intuito de adquirir o artefato. Na
4. A soma dos antecedentes está para a soma dos primeira tentativa, João acertou o alvo 15 vezes e errou 5.
consequentes, assim como cada antecedente está para o seu A razão entre o número de acertos e o número de tiros
consequente. dados é?
𝑎 𝑐 𝑎+𝑐 𝑎 𝑎+𝑐 𝑐
= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑏+𝑑 𝑏 𝑏+𝑑 𝑑 (A) 1\4.
(B) 3\4.
5. A diferença dos antecedentes está para a diferença dos (C) 5\4.
consequentes, assim como cada antecedente está para o seu (D) 7\4.
consequente. (E) 9\4.
𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑎−𝑐 𝑐
= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑏−𝑑 𝑑
04. Foram construídos dois reservatórios de água. A razão
entre os volumes internos do primeiro e do segundo é de 2
para 5, e a soma desses volumes é 14m³. Assim, o valor
absoluto da diferença entre as capacidades desses dois
reservatórios, em litros, é igual a

3
IEZZI, Gelson. et al. Matemática Volume Único. São Paulo. Editora Atual. 2011. www.educacao.globo.com

Raciocínio Lógico-Matemático 13
APOSTILAS OPÇÃO

(A) 8000.
(B) 6000. Divisão em partes
(C) 4000. proporcionais;
(D) 6500.
(E) 9000.
Uma forma de divisão no qual determinam-se
Comentários valores(a,b,c,..) que, divididos por quocientes(x,y,z..)
previamente determinados, mantêm-se uma razão que não
01. Resposta: D tem variação.
Pelo que foi dito no enunciado vamos aos fatos:
Chamaremos professor de “p” e servidor de “s”, assim Divisão Diretamente Proporcional
𝑝 5
=
𝑠 4 - Divisão em duas partes diretamente proporcionais
Temos também que p + s = 108, portanto p = 108 – s, logo
Para decompor um número M em duas partes A e B
𝑝 5 diretamente proporcionais a p e q, montamos um sistema com
= , duas equações e duas incógnitas, de modo que a soma das
𝑠 4
108 − 𝑠 5 partes seja A + B = M, mas
= 𝐴 𝐵
𝑠 4 =
Multiplicando em cruz: 𝑝 𝑞
5s = 4.108-4s A solução segue das propriedades das proporções:
5s + 4s = 432
9s = 432 𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀
s=
432
= 48 = = = =𝑲
9 𝑝 𝑞 𝑝+𝑞 𝑝+𝑞
e p = 108 – 48 = 60
Assim o número de professores dessa universidade O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K.p e B
supera o número de servidores em 12 unidades. = K.q

02. Resposta: B Exemplos:


Temos duas etapas, chamaremos de A aqueles com até 5 1) Para decompor o número 200 em duas partes A e B
anos e de B aqueles com mais de 5 anos. diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos o sistema de
𝐴 3 modo que A + B = 200, cuja solução segue de:
=
𝐵 5
E também A + B = 104, logo A = 104 – B. 𝐴 𝐵 𝐴 + 𝐵 200
Mas = = = = 𝟒𝟎
2 3 5 5
𝐴 3
=
𝐵 5 Fazendo A = K.p e B = K.q ; temos que A = 40.2 = 80 e
104 − 𝐵 3 B=40.3 = 120
=
𝐵 5
3B = 104.5 – 5B 2) Determinar números A e B diretamente proporcionais a
3B + 5B = 520 8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é 40. Para resolver
8B = 520 este problema basta tomar A – B = 40 e escrever:
520
B= = 65
8
𝐴 𝐵 𝐴 − 𝐵 40
A = 104 – 65 = 39 = = = =𝟖
Como é pedido a diferença, iremos fazer 65 – 39 = 26 8 3 5 5

03. Resposta: B Fazendo A = K.p e B = K.q ; temos que A = 8.8 = 64 e B =


Vamos analisar as informações contidas no enunciado. 8.3 = 24
João Acertar o alvo: 15
João Errar o alvo: 5 - Divisão em várias partes diretamente proporcionais
Podemos concluir a partir disto que ele atirou 20 vezes Para decompor um número M em partes x1, x2, ..., xn
Como devemos encontrar a razão entre o número de diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
acertos e o número de tiros dados, devemos fazer uma fração sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas x1 + x2
onde o numerador será 15 e o denominador 20, ou seja, + ... + xn= M e p1 + p2 + ... + pn = P.
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛
15 5 = =⋯=
= 𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛
20 4 A solução segue das propriedades das proporções:
04. Resposta: B
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛 𝑀
Vamos resolver esta questão de uma outra forma, diferente = =⋯= = = =𝑲
das anteriores, iremos resolver através de uma constante de 𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛 𝑝1 + 𝑝2 + ⋯ 𝑝𝑛 𝑃
proporcionalidade que chamaremos de “k”.
Primeiro: 2k Observa-se que partimos do mesmo princípio da divisão
Segundo: 5k em duas partes proporcionais.
2k + 5k = 14 → 7k = 14 → k = 2
Primeiro: 2.2 = 4 Exemplos:
Segundo: 5.2=10 1) Para decompor o número 240 em três partes A, B e C
Diferença: 10 – 4 = 6 m³ diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um
Mas a resposta precisa ser em litros, assim, se 1m³ = 1000l, sistema com 3 equações e 3 incógnitas tal que A + B + C = 240
6m³ será 6x1000 = 6000l. e 2 + 4 + 6 = P. Assim:

Raciocínio Lógico-Matemático 14
APOSTILAS OPÇÃO

𝐴 𝐵 𝐶 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 240 𝑀
= = = = = 𝟐𝟎 = =𝑲
2 4 6 𝑃 12 1 1 1
+ + ⋯+
𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛
Logo: A = 20.2 = 40; B = 20.4 = 80 e C = 20.6 =120
Exemplos:
2) Determinar números A, B e C diretamente 1-Para decompor o número 220 em três partes A, B e C
proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 480 inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um
A solução segue das propriedades das proporções: sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que A + B + C
= 220. Desse modo:
𝐴 𝐵 𝐶 2𝐴 + 3𝐵 − 4𝐶 480
= = = = = −𝟔𝟎
2 4 6 2.2 + 3.4 − 4.6 −8 𝐴 𝐵 𝐶 𝐴+𝐵+𝐶 220
= = = = = 240
1/2 1/4 1/6 1/2 + 1/4 + 1/6 11/12
Logo: A = - 60.2 = -120 ; B = - 60.4 = - 240 e C = - 60.6 = -
360. A solução é A = K/p1 → A = 240/2 = 120, B = K/p2 → B =
Também existem proporções com números negativos. 240/4 = 60 e C = K/p3 → C = 240/6 = 40

Divisão Inversamente Proporcional 2-Para obter números A, B e C inversamente proporcionais


a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 10, devemos montar as
- Divisão em duas partes inversamente proporcionais proporções:
Para decompor um número M em duas partes A e B
inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este 𝐴 𝐵 𝐶 2𝐴 + 3𝐵 − 4𝐶 10 120
número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a = = = = =
1/2 1/4 1/6 2/2 + 3/4 − 4/6 13/12 13
1/p e 1/q, que são, respectivamente, os inversos de p e q.
Assim basta montar o sistema com duas equações e duas logo A = 60/13, B = 30/13 e C = 20/13
incógnitas tal que A + B = M. Desse modo: Existem proporções com números fracionários!
𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀 𝑀. 𝑝. 𝑞 Divisão em partes direta e inversamente
= = = = =𝑲
1/𝑝 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 𝑝+𝑞 proporcionais

O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = - Divisão em duas partes direta e inversamente
K/q. proporcionais
Para decompor um número M em duas partes A e B
Exemplos: diretamente proporcionais a, c e d e inversamente
1) Para decompor o número 120 em duas partes A e B proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em
inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se montar o sistema duas partes A e B diretamente proporcionais a c/q e d/q, basta
tal que A + B = 120, de modo que: montar um sistema com duas equações e duas incógnitas de
forma que A + B = M e além disso:
𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 120 120.6
= = = = = 144
1/2 1/3 1/2 + 1/3 5/6 5 𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀 𝑀. 𝑝. 𝑞
= = = = =𝑲
𝑐/𝑝 𝑑/𝑞 𝑐/𝑝 + 𝑑/𝑞 𝑐/𝑝 + 𝑑/𝑞 𝑐. 𝑞 + 𝑝. 𝑑
Assim A = K/p → A = 144/2 = 72 e B = K/q → B = 144/3 =
48
O valor de K proporciona a solução pois: A = K.c/p e B =
2 - Determinar números A e B inversamente proporcionais K.d/q.
a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é 10. Para
resolver este problema, tomamos A – B = 10. Assim: Exemplos:
1) Para decompor o número 58 em duas partes A e B
𝐴 𝐵 𝐴−𝐵 10 diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente
= = = = 240
1/6 1/8 1/6 − 1/8 1/24 proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções:

Assim A = K/p → A = 240/6 = 40 e B = K/q → B = 240/8 = 𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 58


30 = = = = 70
2/5 3/7 2/5 + 3/7 29/35

- Divisão em várias partes inversamente Assim A = K.c/p = (2/5).70 = 28 e B = K.d/q = (3/7).70 = 30


proporcionais
Para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn 2) Para obter números A e B diretamente proporcionais a
inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor 4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a
este número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente diferença entre eles é 21. Para resolver este problema basta
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. escrever que A – B = 21 resolver as proporções:
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
assume que x1 + x2 + ... + xn= M e além disso 𝐴 𝐵 𝐴−𝐵 21
= = = = 72
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 4/6 3/8 4/6 − 3/8 7/24
= =⋯=
1/𝑝1 1/𝑝2 1/𝑝𝑛 Assim A = K.c/p = (4/6).72 = 48 e B = K.d/q = (3/8).72 = 27
Cuja solução segue das propriedades das proporções: Divisão em n partes direta e inversamente
proporcionais
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛
= =⋯= = Para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn
1 1 1 1 1 1 diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente
+ +⋯
𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛 𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛
proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M
Raciocínio Lógico-Matemático 15
APOSTILAS OPÇÃO

em n partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a p1/q1, Resolução:


p2/q2, ..., pn/qn. v = idade do mais velho
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas Temos que a quantidade de caixas carregadas pelo mais
exige que x1 + x2 + ... + xn = M e além disso novo:
Qn = 12
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 Pela regra geral da divisão temos:
= =⋯=
𝑝1 /𝑞1 𝑝2 /𝑞2 𝑝𝑛 /𝑞𝑛 Qn = k.1/24 → 12 = k/24 → k = 288
A quantidade de caixas carregadas pelo mais velho é: 21 –
A solução segue das propriedades das proporções: 12 = 9
Pela regra geral da divisão temos:
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 𝑥𝑛 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛 Qv = k.1/v → 9 = 288/v → v = 32 anos
= =⋯= 𝑝 =𝑝 𝑝 𝑝 =𝑲
𝑝1 /𝑞1 𝑝2 /𝑞2 𝑛 1
+ 2 +⋯+ 𝑛 Resposta A
𝑞𝑛 𝑞1 𝑞2 𝑞𝑛
3) Em uma seção há duas funcionárias, uma com 20 anos
Exemplos: de idade e a outra com 30. Um total de 150 processos foi
1) Para decompor o número 115 em três partes A, B e C dividido entre elas, em quantidades inversamente
diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente proporcionais às suas respectivas idades. Qual o número de
proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com 3 processos recebido pela mais jovem?
equações e 3 incógnitas de forma de A + B + C = 115 e tal que: A) 90
B) 80
𝐴 𝐵 𝐶 𝐴+𝐵+𝐶 115
= = = = = 100 C) 60
1/4 2/5 3/6 1/4 + 2/5 + 3/6 23/20 D) 50
E) 30
Logo A = K.p1/q1 = (1/4)100 = 25, B = K.p2/q2 = (2/5)100 =
40 e C = K.p3/q3 = (3/6)100 = 50 Estamos trabalhando aqui com divisão em duas partes
inversamente proporcionais, para a resolução da mesma
2) Determinar números A, B e C diretamente temos que:
proporcionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4
e 5, de modo que 2A + 3B - 4C = 10. 𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀 𝑀. 𝑝. 𝑞
A montagem do problema fica na forma: = = = = =𝑲
1/𝑝 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 𝑝+𝑞
𝐴 𝐵 𝐶 2𝐴 + 3𝐵 − 4𝐶 10 100
= = = = = O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.
1/2 10/4 2/5 2/2 + 30/4 − 8/5 69/10 69
Vamos chamar as funcionárias de p e q respectivamente:
A solução é A = K.p1/q1 = 50/69, B = K.p2/q2 = 250/69 e C p = 20 anos (funcionária de menor idade)
= K.p3/q3 = 40/69 q = 30 anos
Como será dividido os processos entre as duas, logo cada
Problemas envolvendo Divisão Proporcional uma ficará com A e B partes que totalizam 150:
1) As famílias de duas irmãs, Alda e Berta, vivem na mesma A + B = 150 processos
casa e a divisão de despesas mensais é proporcional ao 𝐴 𝐵 150 150
número de pessoas de cada família. Na família de Alda são três = = =
1 1 1 1 1 1
pessoas e na de Berta, cinco. Se a despesa, num certo mês foi 𝑝
+
𝑞 20 30 20 30
+
de R$ 1.280,00, quanto pagou, em reais, a família de Alda?
A) 320,00 150.20.30 90000
B) 410,00 = = = 𝟏𝟖𝟎𝟎
20 + 30 50
C) 450,00
D) 480,00 A = k/p → A = 1800 / 20 → A = 90 processos.
E) 520,00
Questões
Resolução:
Alda: A = 3 pessoas 01. (Pref. Paulistana/PI – Professor de Matemática –
Berta: B = 5 pessoas IMA) Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser repartida entre
A + B = 1280 três herdeiros, em partes proporcionais a suas idades que são
𝐴 𝐵 𝐴 + 𝐵 1280
+ = = = 160 de 5, 8 e 12 anos. O mais velho receberá o valor de:
3 5 3+5 8 (A) R$ 420.000,00
(B) R$ 250.000,00
A = K.p = 160.3 = 480
(C) R$ 360.000,00
Resposta D
(D) R$ 400.000,00
(E) R$ 350.000,00
2) Dois ajudantes foram incumbidos de auxiliar no
transporte de 21 caixas que continham equipamentos
02. (TRF 3ª – Técnico Judiciário – FCC) Quatro
elétricos. Para executar essa tarefa, eles dividiram o total de
funcionários dividirão, em partes diretamente proporcionais
caixas entre si, na razão inversa de suas respectivas idades. Se
aos anos dedicados para a empresa, um bônus de R$36.000,00.
ao mais jovem, que tinha 24 anos, coube transportar 12 caixas,
Sabe-se que dentre esses quatro funcionários um deles já
então, a idade do ajudante mais velho, em anos era?
possui 2 anos trabalhados, outro possui 7 anos trabalhados,
A) 32
outro possui 6 anos trabalhados e o outro terá direito, nessa
B) 34
divisão, à quantia de R$6.000,00. Dessa maneira, o número de
C) 35
anos dedicados para a empresa, desse último funcionário
D) 36
citado, é igual a
E) 38

Raciocínio Lógico-Matemático 16
APOSTILAS OPÇÃO

(A) 5. MAIS serviço a ser produzido


Serviço x
(B) 7. Direta exige MAIS tempo para
tempo
(C) 2. realiza-lo
(D) 3. Quanto MAIOR for a
(E) 4. Serviço x
Direta eficiência dos funcionários,
eficiência
MAIS serviço será produzido
03. (Câmara de São Paulo/SP – Técnico Administrativo Quanto MAIOR for o grau de
– FCC) Uma prefeitura destinou a quantia de 54 milhões de Serviço x grau dificuldade de um serviço,
reais para a construção de três escolas de educação infantil. A Inversa
de dificuldade MENOS serviços serão
área a ser construída em cada escola é, respectivamente, 1.500 produzidos
m², 1.200 m² e 900 m² e a quantia destinada à cada escola é Quanto MAIOR for a
diretamente proporcional a área a ser construída. eficiência dos funcionários,
Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola Tempo x
Inversa MENOS tempo será
com 1.500 m² é, em reais, igual a eficiência
necessário para realizar um
(A) 22,5 milhões. determinado serviço
(B) 13,5 milhões. Quanto MAIOR for o grau de
(C) 15 milhões. dificuldade de um serviço,
(D) 27 milhões. Tempo x grau
Direta MAIS tempo será necessário
(E) 21,75 milhões. de dificuldade
para realizar determinado
serviço
Respostas
Exemplos:
01. Resposta: C. 1) Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos litros
5x + 8x + 12x = 750.000 de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
25x = 750.000 O problema envolve duas grandezas: distância e litros de
x = 30.000 álcool.
O mais velho receberá: 1230000=360000 Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido.
02. Resposta: D. Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000 mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que se
15x = 30000 correspondem em uma mesma linha:
x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se Distância (km) Litros de álcool
dedicou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000 180 ---- 15
210 ---- x
03. Resposta: A.
1500x + 1200x + 900x = 54000000 Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”),
3600x = 54000000 vamos colocar uma flecha:
x = 15000
Escola de 1500 m²: 1500.15000 = 22500000 = 22,5
milhões.

Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de


álcool também duplica. Então, as grandezas distância e litros
Regra de três; de álcool são diretamente proporcionais. No esquema que
estamos montando, indicamos esse fato colocando uma flecha
na coluna “distância” no mesmo sentido da flecha da coluna
REGRA DE TRÊS SIMPLES “litros de álcool”:

Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente


ou inversamente proporcionais podem ser resolvidos através
de um processo prático, chamado regra de três simples.
Vejamos a tabela abaixo:
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:
Grandezas Relação Descrição
Nº de MAIS funcionários 180 15
=
funcionário x Direta contratados demanda MAIS 210 𝑥
serviço serviço produzido → 𝑜𝑚𝑜 180 𝑒 210 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 30, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:
Nº de MAIS funcionários 180: 30 15 1806 15
= =
funcionário x Inversa contratados exigem MENOS 210: 30 𝑥 2107 𝑥
tempo tempo de trabalho
Nº de MAIS eficiência (dos → 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑐𝑟𝑢𝑧𝑎𝑑𝑜(𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠)
funcionário x Inversa funcionários) exige MENOS 105
→ 6𝑥 = 7.156𝑥 = 105 → 𝑥 = = 𝟏𝟕, 𝟓
eficiência funcionários contratados 6
Nº de Quanto MAIOR o grau de Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
funcionário x dificuldade de um serviço,
Direta 2) Viajando de automóvel, à velocidade de 50 km/h, eu
grau MAIS funcionários deverão
dificuldade ser contratados gastaria 7 h para fazer certo percurso. Aumentando a
velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
percurso?

Raciocínio Lógico-Matemático 17
APOSTILAS OPÇÃO

Indicando por x o número de horas e colocando as


grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as
grandezas de espécies diferentes que se correspondem em
uma mesma linha, temos:

Velocidade (km/h) Tempo (h)


50 ---- 7
80 ---- x

Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos


colocar uma flecha:

Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica


reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade
e tempo são inversamente proporcionais. No nosso De acordo com essas informações, o número de casos
esquema, esse fato é indicado colocando-se na coluna registrados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014,
“velocidade” uma flecha em sentido contrário ao da flecha da teve um aumento em relação ao número de casos registrados
coluna “tempo”: em 2007, aproximadamente, de
(A) 70%.
(B) 65%.
(C) 60%.
(D) 55%.
(E) 50%.
Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
flechas. Assim, temos: 02. (FUNDUNESP – Assistente Administrativo –
7 80 7 808 VUNESP) Um título foi pago com 10% de desconto sobre o
= , 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑙𝑎𝑑𝑜 → = 5 → 7.5 = 8. 𝑥 valor total. Sabendo-se que o valor pago foi de R$ 315,00, é
𝑥 50 𝑥 50
correto afirmar que o valor total desse título era de
35 (A) R$ 345,00.
𝑥= → 𝑥 = 4,375 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 (B) R$ 346,50.
8
(C) R$ 350,00.
Como 0,375 corresponde 22 minutos (0,375 x 60 minutos), (D) R$ 358,50.
então o percurso será feito em 4 horas e 22 minutos (E) R$ 360,00.
aproximadamente.
03. (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.
3) Ao participar de um treino de fórmula Indy, um IMARUÍ) Manoel vendeu seu carro por R$27.000,00(vinte e
competidor, imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz sete mil reais) e teve um prejuízo de 10%(dez por cento) sobre
o percurso em 20 segundos. Se a sua velocidade fosse de 300 o valor de custo do tal veículo, por quanto Manoel adquiriu o
km/h, que tempo teria gasto no percurso? carro em questão?
(A) R$24.300,00
Vamos representar pela letra x o tempo procurado. (B) R$29.700,00
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade (C) R$30.000,00
(180 km/h e 300 km/h) com dois valores da grandeza tempo (D)R$33.000,00
(20 s e x s). (E) R$36.000,00
Queremos determinar um desses valores, conhecidos os
outros três. Respostas

01. Resposta: E.
Utilizaremos uma regra de três simples:
ano %
Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
11442 ------- 100
para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas
17136 ------- x
são inversamente proporcionais. Assim, os números 180 e 300
11442.x = 17136 . 100 x = 1713600 / 11442 = 149,8%
são inversamente proporcionais aos números 20 e x.
(aproximado)
Daí temos:
3600 149,8% – 100% = 49,8%
180.20 = 300. 𝑥 → 300𝑥 = 3600 → 𝑥 = Aproximando o valor, teremos 50%
300
𝑥 = 12
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em 02. Resposta: C.
300 km/h, teria gasto 12 segundos para realizar o percurso. Se R$ 315,00 já está com o desconto de 10%, então R$
315,00 equivale a 90% (100% - 10%).
Questões Utilizaremos uma regra de três simples:
$ %
01. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP) Em 3 de 315 ------- 90
maio de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte x ------- 100
informação sobre o número de casos de dengue na cidade de 90.x = 315 . 100 x = 31500 / 90 = R$ 350,00
Campinas.

Raciocínio Lógico-Matemático 18
APOSTILAS OPÇÃO

03. Resposta: C. 2) Uma empreiteira contratou 210 pessoas para


Como ele teve um prejuízo de 10%, quer dizer 27000 é pavimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de
90% do valor total. serviço, apenas 75 km estavam pavimentados. Quantos
Valor % empregados ainda devem ser contratados para que a obra seja
27000 ------ 90 concluída no tempo previsto?
X ------- 100
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
27000 909
= 10 →
27000
=
9
→ 9.x = 27000.10 → 9x = 270000 As grandezas “pessoas” e “tempo” são inversamente
𝑥 100 𝑥 10 proporcionais (duplicando o número de pessoas, o tempo fica
→ x = 30000. reduzido à metade). No nosso esquema isso será indicado
colocando-se na coluna “tempo” uma flecha no sentido
REGRA DE TRÊS COMPOSTA contrário ao da flecha da coluna “pessoas”:
O processo usado para resolver problemas que envolvem
mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais, é chamado regra de três composta.

Exemplos:
1) Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em As grandezas “pessoas” e “estrada” são diretamente
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam proporcionais. No nosso esquema isso será indicado
300 dessas peças? colocando-se na coluna “estrada” uma flecha no mesmo
Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as sentido da flecha da coluna “pessoas”:
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma
linha. Na coluna em que aparece a variável x (“dias”),
coloquemos uma flecha:

Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.


Como já haviam 210 pessoas trabalhando, logo 315 – 210
= 105 pessoas.
As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais.
Reposta: Devem ser contratados 105 pessoas.
No nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna
“peças” uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna Referências
“dias”: MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição –
Rio de Janeiro: Elsevier,2013.

Questões

01. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO – FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m²
As grandezas máquinas e dias são inversamente de calçada é feita em um dia de trabalho por 18 varredores
proporcionais (duplicando o número de máquinas, o número trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as mesmas
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso será proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de calçadas, em
indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma flecha no um dia, trabalhando por dia, o tempo de
sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”: (A) 8 horas e 15 minutos.
(B) 9 horas.
(C) 7 horas e 45 minutos.
(D) 7 horas e 30 minutos.
(E) 5 horas e 30 minutos.

Agora vamos montar a proporção, igualando a razão que 02. (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma
equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por
4 dia durante 60 dias, realiza o calçamento de uma área igual a
contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
x 4800 m². Se essa equipe fosse constituída por 15 operários,
trabalhando 10 horas por dia, durante 80 dias, faria o
 6 160  calçamento de uma área igual a:
segundo a orientação das flechas  . :
 8 300  (A) 4500 m²
(B) 5000 m²
(C) 5200 m²
(D) 6000 m²
(E) 6200 m²
Simplificando as proporções obtemos:
03. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Dez
4 2 4.5
= → 2𝑥 = 4.5 → 𝑥 = → 𝑥 = 10 funcionários de uma repartição trabalham 8 horas por dia,
𝑥 5 2 durante 27 dias, para atender certo número de pessoas. Se um
funcionário doente foi afastado por tempo indeterminado e
Resposta: Em 10 dias.
outro se aposentou, o total de dias que os funcionários
restantes levarão para atender o mesmo número de pessoas,

Raciocínio Lógico-Matemático 19
APOSTILAS OPÇÃO

trabalhando uma hora a mais por dia, no mesmo ritmo de 𝒙


𝒙% =
trabalho, será: 𝟏𝟎𝟎
(A) 29.
(B) 30. Exemplo:
(C) 33. Em uma classe com 30 alunos, 18 são rapazes e 12 são
(D) 28. moças. Qual é a taxa percentual de rapazes na classe?
(E) 31. Resolução: A razão entre o número de rapazes e o total de
18
alunos é . Devemos expressar essa razão na forma
30
Respostas centesimal, isto é, precisamos encontrar x tal que:

01. Resposta: D. 18 𝑥
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta o x. = ⟹ 𝑥 = 60
30 100
M² varredores horas
6000--------------18-------------- 5 E a taxa percentual de rapazes é 60%. Poderíamos ter
7500--------------15--------------- x divido 18 por 30, obtendo:
Quanto mais a área, mais horas (diretamente
proporcionais) 18
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente = 0,60(. 100%) = 60%
30
proporcionais)
5 6000 15 - Lucro e Prejuízo
= ∙
𝑥 7500 18 É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Caso a diferença seja positiva, temos o lucro(L), caso seja
6000 ∙ 15 ∙ 𝑥 = 5 ∙ 7500 ∙ 18 negativa, temos prejuízo(P).
90000𝑥 = 675000
𝑥 = 7,5 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).
Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7
horas e 30 minutos. Podemos ainda escrever:
C + L = V ou L = V - C
02. Resposta: D. P = C – V ou V = C - P
Operários horas dias área
20-----------------8-------------60-------4800 A forma percentual é:
15----------------10------------80-------- x
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:

4800 20 8 60
= ∙ ∙
𝑥 15 10 80
20 ∙ 8 ∙ 60 ∙ 𝑥 = 4800 ∙ 15 ∙ 10 ∙ 80
9600𝑥 = 57600000 Exemplo:
𝑥 = 6000𝑚² Um objeto custa R$ 75,00 e é vendido por R$ 100,00.
Determinar:
03. Resposta: B. a) a porcentagem de lucro em relação ao preço de custo;
Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamento b) a porcentagem de lucro em relação ao preço de venda.
esse número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas por dia,
passarão a trabalhar uma hora a mais perfazendo um total de Resolução:
9 horas, nesta condições temos: Preço de custo + lucro = preço de venda → 75 + lucro =100 →
Funcionários horas dias Lucro = R$ 25,00
10---------------8--------------27
8----------------9-------------- x 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜
Quanto menos funcionários, mais dias devem ser 𝑎) . 100% ≅ 33,33%
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜
trabalhados (inversamente proporcionais).
Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜
trabalhados (inversamente proporcionais). 𝑏) . 100% = 25%
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎
Funcionários horas dias
8---------------9-------------- 27
- Aumento e Desconto Percentuais
10----------------8----------------x
A) Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo
𝒑
27 8 9 por (𝟏 + ).V .
= ∙ → x.8.9 = 27.10.8 → 72x = 2160 → x = 30 dias. 𝟏𝟎𝟎
𝑥 10 8 Logo:
𝒑
VA = (𝟏 + ).V
𝟏𝟎𝟎

Porcentagem e problemas. Exemplo:


1 - Aumentar um valor V de 20%, equivale a multiplicá-lo
por 1,20, pois:
20
Razões de denominador 100 que são chamadas de (1 + ).V = (1+0,20).V = 1,20.V
100
razões centesimais ou taxas percentuais ou simplesmente de
porcentagem. Servem para representar de uma B) Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo
𝒑
maneira prática o "quanto" de um "todo" se está por (𝟏 − ).V.
𝟏𝟎𝟎
referenciando. Logo:
Costumam ser indicadas pelo numerador seguido do V D = (𝟏 −
𝒑
).V
símbolo % (Lê-se: “por cento”). 𝟏𝟎𝟎

Raciocínio Lógico-Matemático 20
APOSTILAS OPÇÃO

Exemplo: Comentários
Diminuir um valor V de 40%, equivale a multiplicá-lo por
0,60, pois: 01. Resposta: A.
40
(1 − ). V = (1-0,40). V = 0, 60.V Como o produto já está acrescido de 20% juros sobre o seu
100
preço original, temos que:
𝒑 𝒑 100% + 20% = 120%
A esse valor final de (𝟏 + ) ou (𝟏 − ), é o que
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎 Precisamos encontrar o preço original (100%) da
chamamos de fator de multiplicação, muito útil para mercadoria para podermos aplicarmos o desconto.
resolução de cálculos de porcentagem. O mesmo pode ser um Utilizaremos uma regra de 3 simples para encontrarmos:
acréscimo ou decréscimo no valor do produto. R$ %
108 ---- 120
- Aumentos e Descontos Sucessivos X ----- 100
São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. 120x = 108.100 → 120x = 10800 → x = 10800/120 → x =
Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos 90,00
uso dos fatores de multiplicação. O produto sem o juros, preço original, vale R$ 90,00 e
representa 100%. Logo se receber um desconto de 25%,
Vejamos alguns exemplos: significa ele pagará 75% (100 – 25 = 75%) → 90. 0,75 = 67,50
1) Dois aumentos sucessivos de 10% equivalem a um Então Marcos pagou R$ 67,50.
único aumento de...?
𝑝
Utilizando VA = (1 + ).V → V. 1,1 , como são dois de 02. Resposta: B.
100
15 30
10% temos → V. 1,1 . 1,1 → V. 1,21 Analisando o fator de * Dep. Contabilidade: . 20 = = 3 → 3 (estagiários)
100 10
multiplicação 1,21; concluímos que esses dois aumentos
significam um único aumento de 21%. 20 200
* Dep. R.H.: . 10 = = 2 → 2 (estagiários)
Observe que: esses dois aumentos de 10% equivalem a 100 100
21% e não a 20%.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑖á𝑟𝑖𝑜𝑠 5 1
∗ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = = =
2) Dois descontos sucessivos de 20% equivalem a um 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 30 6
único desconto de:
𝑝
Utilizando VD = (1 − ).V → V. 0,8 . 0,8 → V. 0,64 . . 03. Resposta: D.
100
15% de 1130 = 1130.0,15 ou 1130.15/100 → 169,50
Analisando o fator de multiplicação 0,64, observamos que
esse percentual não representa o valor do desconto, mas sim
o valor pago com o desconto. Para sabermos o valor que
representa o desconto é só fazermos o seguinte cálculo: Estrutura lógica de relações
100% - 64% = 36% arbitrárias entre pessoas,
Observe que: esses dois descontos de 20% equivalem a lugares, objetos ou eventos
36% e não a 40%.
fictícios; deduzir novas
Referências informações das relações
IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e
Estatística Descritiva fornecidas e avaliar as
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
http://www.porcentagem.org condições usadas para
http://www.infoescola.com estabelecer a estrutura
Questões daquelas relações.

01. Marcos comprou um produto e pagou R$ 108,00, já


inclusos 20% de juros. Se tivesse comprado o produto, com ESTRUTURAS LÓGICAS
25% de desconto, então, Marcos pagaria o valor de:
(A) R$ 67,50 Em uma primeira aproximação, a lógica pode ser
(B) R$ 90,00 entendida como a ciência que estuda os princípios e o métodos
(C) R$ 75,00 que permitem estabelecer as condições de validade e
(D) R$ 72,50 invalidade dos argumentos. Um argumento é uma parte do
discurso no qual localizamos um conjunto de uma ou mais
02. O departamento de Contabilidade de uma empresa tem sentenças denominadas premissas e uma sentença
20 funcionários, sendo que 15% deles são estagiários. O denominada conclusão.
departamento de Recursos Humanos tem 10 funcionários, Em diversas provas de concursos são empregados toda
sendo 20% estagiários. Em relação ao total de funcionários sorte de argumentos com os mais variados conteúdos: político,
desses dois departamentos, a fração de estagiários é igual a religioso, moral e etc. Pode-se pensar na lógica como o estudo
(A) 1/5. da validade dos argumentos, focalizando a atenção não no
(B) 1/6. conteúdo, mas sim na sua forma ou na sua estrutura.
(C) 2/5.
(D) 2/9. Conceito de proposição
(E) 3/5. Chama-se proposição a todo conjunto de palavras ou
símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de
03. Quando calculamos 15% de 1.130, obtemos, como sentido completo. Assim, as proposições transmitem
resultado pensamentos, isto é, afirmam, declaram fatos ou exprimem
(A) 150 juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou
(B) 159,50; entes.
(C) 165,60; Elas devem possuir além disso:
(D) 169,50. - um sujeito e um predicado;

Raciocínio Lógico-Matemático 21
APOSTILAS OPÇÃO

- e por último, deve sempre ser possível atribuir um valor Classificação das proposições
lógico: verdadeiro (V) ou falso (F). As proposições podem ser classificadas em:
Preenchendo esses requisitos estamos diante de uma 1) Proposições simples (ou atômicas): são formadas por
proposição. um única oração, sem conectivos, ou seja, elementos de
Vejamos alguns exemplos: ligação. Representamos por letras minusculas: p, q, r,... .
A) Terra é o maior planeta do sistema Solar
B) Brasília é a capital do Brasil. Exemplos:
C) Todos os músicos são românticos. O céu é azul.
Hoje é sábado.
A todas as frases podemos atribuir um valor lógico (V ou
F). 2) Proposições compostas (ou moleculares): possuem
TOME NOTA!!! elementos de ligação (conectivos) que ligam as orações,
Uma forma de identificarmos se uma frase simples é ou podendo ser duas, três, e assim por diante. Representamos por
não considerada frase lógica, ou sentença, ou ainda letras maiusculas: P, Q, R, ... .
proposição, é pela presença de:
- sujeito simples: "Carlos é médico"; Exemplos:
- sujeito composto: "Rui e Nathan são irmãos"; O ceu é azul ou cinza.
- sujeito inexistente: "Choveu" Se hoje é sábado, então vou a praia.
- verbo, que representa a ação praticada por esse sujeito,
e estar sujeita à apreciação de julgamento de ser verdadeira Observação: os termos em destaque são alguns dos
(V) ou falsa (F), caso contrário, não será considerada conectivos (termos de ligação) que utilizamos em lógica
proposição. matemática.

Atenção: orações que não tem sujeito, NÃO são 3) Sentença aberta: quando não se pode atribuir um
consideradas proposições lógicas. valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a
proposição!), portanto, não é considerada frase lógica. São
Princípios fundamentais da lógica consideradas sentenças abertas:
A Lógica matemática adota como regra fundamental três a) Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou
princípios4 (ou axiomas): ontem? – Fez Sol ontem?
b) Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
c) Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue
I – PRINCÍPIO DA IDENTIDADE: uma proposição a televisão.
verdadeira é verdadeira; uma proposição falsa é falsa. d) Frases sem sentido lógico (expressões vagas,
paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é verdadeira” (expressão
II – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma paradoxal) – O cavalo do meu vizinho morreu (expressão
proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo ambígua) – 2 + 3 + 7
tempo.
4) Proposição (sentença) fechada: quando a proposição
III – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda admitir um único valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso,
proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre nesse caso, será considerada uma frase, proposição ou
um desses casos, NUNCA existindo um terceiro caso. sentença lógica.

Observe os exemplos:
Se esses princípios acimas não puderem ser aplicados,
NÃO podemos classificar uma frase como proposição. Frase Sujeito Verbo Conclusão
Maria é Maria É (ser) É uma frase
Valores lógicos das proposições baiana (simples) lógica
Chamamos de valor lógico de uma proposição a verdade, Lia e Maria Lia e Maria Têm (ter) É uma frase
se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se a proposição têm dois (composto) lógica
é falsa (F). irmãos
Consideremos as seguintes proposições e os seus Ventou Inexistente Ventou É uma frase
respectivos valores lógicos: hoje (ventar) lógica
a) Brasília é a capital do Brasil. (V) Um lindo Um lindo Frase sem NÂO é uma
b) Terra é o maior planeta do sistema Solar. (F) livro de livro verbo frase lógica
literatura
A maioria das proposições são proposições contingenciais, Manobrar Frase sem Manobrar NÂO é uma
ou seja, dependem do contexto para sua análise. Assim, por esse carro sujeito frase lógica
exemplo, se considerarmos a proposição simples: Existe vida Vida Existir É uma frase
em Marte lógica
“Existe vida após a morte”, ela poderá ser verdadeira (do
ponto de vista da religião espírita) ou falsa (do ponto de vista Sentenças representadas por variáveis
da religião católica); mesmo assim, em ambos os casos, seu valor a) x + 4 > 5;
lógico é único — ou verdadeiro ou falso. b) Se x > 1, então x + 5 < 7;
c) x = 3 se, e somente se, x + y = 15.

Observação: Os termos “atômicos” e “moleculares”


referem-se à quantidade de verbos presentes na frase.
Consideremos uma frase com apenas um verbo, então ela será

4 Algumas bibliografias consideram apenas dois axiomas o II e o III.

Raciocínio Lógico-Matemático 22
APOSTILAS OPÇÃO

dita atômica, pois se refere a apenas um único átomo (1 verbo (D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também
= 1 átomo); consideremos, agora, uma frase com mais de um podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando
verbo, então ela será dita molecular, pois se refere a mais de a quantidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um
um átomo (mais de um átomo = uma molécula). valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir
Questões valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.

01. (Pref. Tanguá/RJ- Fiscal de Tributos – MS CONCEITO DE TABELA VERDADE


CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é
classificada como uma proposição simples? Sabemos que tabela verdade é toda tabela que atribui,
(A) Será que vou ser aprovado no concurso? previamente, os possíveis valores lógicos que as proposições
(B) Ele é goleiro do Bangu. simples podem assumir, como sendo verdadeiras (V) ou
(C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista. falsas (F), e, por consequência, permite definir a solução de
(D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos. uma determinada fórmula (proposição composta).
De acordo com o Princípio do Terceiro Excluído, toda
02. (IF/PA- Auxiliar de Assuntos Educacionais – proposição simples “p” é verdadeira ou falsa, ou seja, possui o
IF/PA/2016) Qual sentença a seguir é considerada uma valor lógico V (verdade) ou o valor lógico F (falsidade).
proposição? Em se tratando de uma proposição composta, a
(A) O copo de plástico. determinação de seu valor lógico, conhecidos os valores
(B) Feliz Natal! lógicos das proposições simples componentes, se faz com base
(C) Pegue suas coisas. no seguinte princípio, vamos relembrar:
(D) Onde está o livro?
(E) Francisco não tomou o remédio.
O valor lógico de qualquer proposição composta
03. (Cespe/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir: depende UNICAMENTE dos valores lógicos das
• “A frase dentro destas aspas é uma mentira.” proposições simples componentes, ficando por eles
• A expressão x + y é positiva. UNIVOCAMENTE determinados.
• O valor de √4 + 3 = 7.
• Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
• O que é isto? Para determinarmos esses valores recorremos a um
Há exatamente: dispositivo prático que é o objeto do nosso estudo: A tabela
(A) uma proposição; verdade. Em que figuram todos os possíveis valores lógicos da
(B) duas proposições; proposição composta (sua solução) correspondente a todas as
(C) três proposições; possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
(D) quatro proposições; simples componentes.
(E) todas são proposições.
Número de linhas de uma Tabela Verdade
Respostas O número de linhas de uma proposição composta depende
do número de proposições simples que a integram, sendo dado
01. Resposta: D. pelo seguinte teorema:
Analisando as alternativas temos:
(A) Frases interrogativas não são consideradas “A tabela verdade de uma proposição composta com n*
proposições. proposições simples componentes contém 2n linhas.” (*
(B) O sujeito aqui é indeterminado, logo não podemos Algumas bibliografias utilizam o “p” no lugar do “n”)
definir quem é ele. Os valores lógicos “V” e “F” se alteram de dois em dois para
(C) Trata-se de uma proposição composta a primeira proposição “p” e de um em um para a segunda
(D) É uma frase declarativa onde podemos identificar o proposição “q”, em suas respectivas colunas, e, além disso, VV,
sujeito da frase e atribuir a mesma um valor lógico. VF, FV e FF, em cada linha, são todos os arranjos binários com
repetição dos dois elementos “V” e “F”, segundo ensina a
02. Resposta: E. Análise Combinatória.
Analisando as alternativas temos:
(A) Não é uma oração composta de sujeito e predicado. Construção da tabela verdade de uma proposição
(B) É uma frase imperativa/exclamativa, logo não é composta
proposição. Para sua construção começamos contando o número de
(C) É uma frase que expressa ordem, logo não é proposição. proposições simples que a integram. Se há n proposições
(D) É uma frase interrogativa. simples componentes, então temos 2n linhas. Feito isso,
(E) Composta de sujeito e predicado, é uma frase atribuimos a 1ª proposição simples “p1” 2n / 2 = 2n -1 valores
declarativa e podemos atribuir a ela valores lógicos. V , seguidos de 2n – 1 valores F, e assim por diante.

03. Resposta: B. Exemplos


Analisemos cada alternativa: 1) Se tivermos 2 proposições temos que 2n =22 = 4 linhas e
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não 2n – 1 = 22 - 1 = 2, temos para a 1ª proposição 2 valores V e 2
podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma valores F se alternam de 2 em 2 , para a 2ª proposição temos
sentença lógica. que os valores se alternam de 1 em 1 (ou seja metade dos
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores da 1ª proposição). Observe a ilustração, a primeira
valores lógicos, logo não é sentença lógica. parte dela corresponde a árvore de possibilidades e a segunda
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois a tabela propriamente dita.
podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado
que tenhamos

Raciocínio Lógico-Matemático 23
APOSTILAS OPÇÃO

proposicionais, semelhantes a aritmética sobre números, de


forma a determinarmos os valores das proposições.

1) Negação ( ~ ): chamamos de negação de uma


proposição representada por “não p” cujo valor lógico é
verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F) quando p é
verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de
p.
Pela tabela verdade temos:

(Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/tabela-verdade.html)

2) Neste caso temos 3 proposições simples, fazendo os


cálculos temos: 2n =23 = 8 linhas e 2n – 1 = 23 - 1 = 4, temos para Simbolicamente temos:
a 1ª proposição 4 valores V e 4 valores F se alternam de 4 em ~V = F ; ~F = V
4 , para a 2ª proposição temos que os valores se alternam de 2 V(~p) = ~V(p)
em 2 (metade da 1ª proposição) e para a 3ª proposição temos
valores que se alternam de 1 em 1(metade da 2ª proposição). Exemplos
Proposição Negação: ~p
(afirmações): p
Carlos é médico Carlos NÃO é médico
Juliana é carioca Juliana NÃO é carioca
Nicolas está de férias Nicolas NÃO está de férias
Norberto foi NÃO É VERDADE QUE
trabalhar Norberto foi trabalhar

A primeira parte da tabela todas as afirmações são


verdadeiras, logo ao negarmos temos passam a ter como valor
lógico a falsidade.

- Dupla negação (Teoria da Involução): vamos


considerar as seguintes proposições primitivas, p:” Netuno é o
(Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/tabela-verdade.html) planeta mais distante do Sol”; sendo seu valor verdadeiro ao
negarmos “p”, vamos obter a seguinte proposição ~p: “Netuno
Vejamos alguns exemplos: NÂO é o planeta mais distante do Sol” e negando novamente a
proposição “~p” teremos ~(~p): “NÃO É VERDADE que Netuno
01. (FCC) Com relação à proposição: “Se ando e bebo, NÃO é o planeta mais distante do Sol”, sendo seu valor lógico
então caio, mas não durmo ou não bebo”. O número de linhas verdadeiro (V). Logo a dupla negação equivale a termos de
da tabela-verdade da proposição composta anterior é igual a: valores lógicos a sua proposição primitiva.
(A) 2;
(B) 4; p ≡ ~(~p)
(C) 8;
(D) 16; Observação: O termo “equivalente” está associado aos
(E) 32. “valores lógicos” de duas fórmulas lógicas, sendo iguais pela
natureza de seus valores lógicos.
Vamos contar o número de verbos para termos a Exemplo:
quantidade de proposições simples e distintas contidas na 1. Saturno é um planeta do sistema solar.
proposição composta. Temos os verbos “andar’, “beber”, “cair” 2. Sete é um número real maior que cinco.
e “dormir”. Aplicando a fórmula do número de linhas temos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas. Sabendo-se da realidade dos valores lógicos das
Resposta D. proposições “Saturno é um planeta do sistema solar” e “Sete é
um número real maior que cinco”, que são ambos verdadeiros
02. (Cespe/UnB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições (V), conclui-se que essas proposições são equivalentes, em
simples e distintas, então o número de linhas da tabela- termos de valores lógicos, entre si.
verdade da proposição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2; 2) Conjunção – produto lógico (^): chama-se de
(B) 4; conjunção de duas proposições p e q a proposição
(C) 8; representada por “p e q”, cujo valor lógico é verdade (V)
(D) 16; quando as proposições, p e q, são ambas verdadeiras e
(E) 32. falsidade (F) nos demais casos.
Simbolicamente temos: “p ^ q” (lê-se: “p E q”).
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio Pela tabela verdade temos:
acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Estudo dos Operadores e Operações Lógicas


Quando efetuamos certas operações sobre proposições
chamadas operações lógicas, efetuamos cálculos

Raciocínio Lógico-Matemático 24
APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos 4) Disjunção exclusiva ( v ): chama-se disjunção


(a) exclusiva de duas proposições p e q, cujo valor lógico é
p: A neve é branca. (V) verdade (V) somente quando p é verdadeira ou q é
q: 3 < 5. (V) verdadeira, mas não quando p e q são ambas verdadeiras
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ V = V e a falsidade (F) quando p e q são ambas verdadeiras ou
ambas falsas.
(b) Simbolicamente: “p v q” (lê-se; “OU p OU q”; “OU p OU q,
p: A neve é azul. (F) MAS NÃO AMBOS”).
q: 6 < 5. (F) Pela tabela verdade temos:
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ F = F

(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ F = F

(d) Para entender melhor vamos analisar o exemplo.


p: A neve é azul. (F) p: Nathan é médico ou professor. (Ambas podem ser
q: 7 é número ímpar. (V) verdadeiras, ele pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, uma
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ V = F condição não exclui a outra – disjunção inclusiva).
Podemos escrever:
- O valor lógico de uma proposição simples “p” é indicado Nathan é médico ^ Nathan é professor
por V(p). Assim, exprime-se que “p” é verdadeira (V),
escrevendo: q: Mario é carioca ou paulista (aqui temos que se Mario é
V(p) = V carioca implica que ele não pode ser paulista, as duas coisas
não podem acontecer ao mesmo tempo – disjunção exclusiva).
- Analogamente, exprime-se que “p” é falsa (F), Reescrevendo:
escrevendo: Mario é carioca v Mario é paulista.
V(p) = F
Exemplos
- As proposições compostas, representadas, por exemplo, a) Plínio pula ou Lucas corre, mas não ambos.
pelas letras maiúsculas “P”, “Q”, “R”, “S” e “T”, terão seus b) Ou Plínio pula ou Lucas corre.
respectivos valores lógicos representados por:
V(P), V(Q), V(R), V(S) e V(T). 5) Implicação lógica ou condicional (→): chama-se
proposição condicional ou apenas condicional representada
3) Disjunção inclusiva – soma lógica – disjunção por “se p então q”, cujo valor lógico é falsidade (F) no caso em
simples (v): chama-se de disjunção inclusiva de duas que p é verdade e q é falsa e a verdade (V) nos demais
proposições p e q a proposição representada por “p ou q”, cujo casos.
valor lógico é verdade (V) quando pelo menos uma das
proposições, p e q, é verdadeira e falsidade (F) quando Simbolicamente: “p → q” (lê-se: p é condição suficiente
ambas são falsas. para q; q é condição necessária para p).
Simbolicamente: “p v q” (lê-se: “p OU q”). p é o antecedente e q o consequente e “→” é chamado de
Pela tabela verdade temos: símbolo de implicação.
Pela tabela verdade temos:

Exemplos Exemplos
(a) (a)
p: A neve é branca. (V) p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V) q: 3 < 5. (V)
V(p v q) = V(p) v V(q) = V v V = V V(p → q) = V(p) → V(q) = V → V = V

(b) (b)
p: A neve é azul. (F) p: A neve é azul. (F)
q: 6 < 5. (F) q: 6 < 5. (F)
V(p v q) = V(p) v V(q) = F v F = F V(p → q) = V(p) → V(q) = F → F = V

(c) (c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V) p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F) q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p v q) = V(p) v V(q) = V v F = V V(p → q) = V(p) → V(q) = V → F = F

(d) (d)
p: A neve é azul. (F) p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número ímpar. (V) q: 7 é número ímpar. (V)
V(p v q) = V(p) v V(q) = F v V = V V(p → q) = V(p) → V(q) = F → V = V
Raciocínio Lógico-Matemático 25
APOSTILAS OPÇÃO

6) Dupla implicação ou bicondicional (↔):chama-se


proposição bicondicional ou apenas bicondicional
representada por “p se e somente se q”, cujo valor lógico é
verdade (V) quando p e q são ambas verdadeiras ou falsas
e a falsidade (F) nos demais casos.
Simbolicamente: “p ↔ q” (lê-se: p é condição necessária e Simbolicamente temos: Q: ~ (q v r ^ ~p).
suficiente para q; q é condição necessária e suficiente para p).
Pela tabela verdade temos: R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se,
João não bebe.
(p v r) ↔ ~q

Observação: os termos “É falso que”, “Não é verdade que”,


“É mentira que” e “É uma falácia que”, quando iniciam as
Exemplos frases negam, por completo, as frases subsequentes.
(a)
p: A neve é branca. (V) - O uso de parêntesis
q: 3 < 5. (V) A necessidade de usar parêntesis na simbolização das
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V proposições se deve a evitar qualquer tipo de ambiguidade,
assim na proposição, por exemplo, p ^ q v r, nos dá a seguinte
proposições:
(b)
p: A neve é azul. (F)
(I) (p ^ q) v r - Conectivo principal é da disjunção.
q: 6 < 5. (F)
(II) p ^ (q v r) - Conectivo principal é da conjunção.
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ F = V
As quais apresentam significados diferentes, pois os
(c)
conectivos principais de cada proposição composta dá valores
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F) lógicos diferentes como conclusão.
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ F = F Agora observe a expressão: p ^ q → r v s, dá lugar,
colocando parêntesis as seguintes proposições:
(d) a) ((p ^ q) → r) v s
p: A neve é azul. (F) b) p ^ ((q → r) v s)
q: 7 é número ímpar. (V) c) (p ^ (q → r)) v s
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ V = F d) p ^ (q → (r v s))
e) (p ^ q) → (r v s)
Transformação da linguagem corrente para a
Aqui duas quaisquer delas não tem o mesmo significado.
simbólica
Porém existem muitos casos que os parêntesis são suprimidos,
Este é um dos tópicos mais vistos em diversas provas e por
a fim de simplificar as proposições simbolizadas, desde que,
isso vamos aqui detalhar de forma a sermos capazes de
naturalmente, ambiguidade alguma venha a aparecer. Para
resolver questões deste tipo.
isso a supressão do uso de parêntesis se faz mediante a
Sejam as seguintes proposições simples denotadas por “p”, algumas convenções, das quais duas são particularmente
“q” e “r” representadas por: importantes:
p: Luciana estuda.
q: João bebe. 1ª) A “ordem de precedência” para os conectivos é:
r: Carlos dança. (I) ~ (negação)
(II) ^, v (conjunção ou disjunção têm a mesma
Sejam, agora, as seguintes proposições compostas precedência, operando-se o que ocorrer primeiro, da esquerda
para direita).
denotadas por: “P ”, “Q ”, “R ”, “S ”, “T ”, “U ”, “V ” e “X ”
(III) → (condicional)
representadas por:
(IV) ↔ (bicondicional)
P: Se Luciana estuda e João bebe, então Carlos não dança.
Portanto o mais “fraco” é “~” e o mais “forte” é “↔”.
Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana não
estuda.
Logo: Os símbolos → e ↔ têm preferência sobre ^ e v.
R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se,
João não bebe.
Exemplo
O primeiro passo é destacarmos os operadores lógicos p → q ↔ s ^ r , é uma bicondicional e nunca uma
(modificadores e conectivos) e as proposições. Depois condicional ou uma conjunção. Para convertê-la numa
reescrevermos de forma simbólica, vajamos: condicional há que se usar parêntesis:
p →( q ↔ s ^ r )
E para convertê-la em uma conjunção:
(p → q ↔ s) ^ r

Juntando as informações temos que, P: (p ^ q) → ~r 2ª) Quando um mesmo conectivo aparece


sucessivamente repetido, suprimem-se os parêntesis,
Continuando: fazendo-se a associação a partir da esquerda.

Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana Segundo estas duas convenções, as duas seguintes
estuda. proposições se escrevem:

Raciocínio Lógico-Matemático 26
APOSTILAS OPÇÃO

Proposição Nova forma de escrever p q ~ (p ^ ~ q)


a proposição V V V V F F V
((~(~(p ^ q))) v (~p)) ~~ (p ^ q) v ~p V F F V V V F
((~p) → (q → (~(p v ~p→ (q → ~(p v r)) F V V F F F V
r)))) F F V F F V F
4 1 3 2 1
- Outros símbolos para os conectivos (operadores lógicos):
“¬” (cantoneira) para negação (~). Observe que vamos preenchendo a tabela com os valores
“●” e “&” para conjunção (^). lógicos (V e F), depois resolvemos os operadores lógicos
“‫( ”ﬤ‬ferradura) para a condicional (→). (modificadores e conectivos) e obtemos em 4 os valores
lógicos da proposição que correspondem a todas possíveis
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que atribuições de p e q de modo que:
facilitará na resolução de diversas questões
P(V V) = V, P(V F) = F, P(F V) = V, P(F F) = V

A proposição P(p,q) associa a cada um dos elementos do


conjunto U – {VV, VF, FV, FF} com um ÚNICO elemento do
conjunto {V,F}, isto é, P(p,q) outra coisa não é que uma função
(Fonte: http://www laifi.com.)
de U em {V,F}
Exemplo
P(p,q): U → {V,F} , cuja representação gráfica por um
Vamos construir a tabela verdade da proposição:
diagrama sagital é a seguinte:
P(p,q) = ~ (p ^ ~q)

1ª Resolução) Vamos formar o par de colunas


correspondentes as duas proposições simples p e q. Em
seguida a coluna para ~q , depois a coluna para p ^ ~q e a
útima contento toda a proposição ~ (p ^ ~q), atribuindo todos
os valores lógicos possíveis de acordo com os operadores
lógicos.

p q ~q p ^~q ~ (p ^ ~q)
V V F F V
V F V V F 3ª Resolução) Resulta em suprimir a tabela verdade
F V F F V anterior as duas primeiras da esquerda relativas às
F F V F V proposições simples componentes p e q. Obtermos então a
seguinte tabela verdade simplificada:
2ª Resolução) Vamos montar primeiro as colunas
correspondentes a proposições simples p e q , depois traçar ~ (p ^ ~ q)
colunas para cada uma dessas proposições e para cada um dos V V F F V
conectivos que compõem a proposição composta. F V V V F
p q ~ (p ^ ~ q) V F F F V
V V V F F V F
V F 4 1 3 2 1
F V
Referências
F F CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Depois completamos, em uma determinada ordem as ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
colunas escrevendo em cada uma delas os valores lógicos. Nobel – 2002.

p q ~ (p ^ ~ q)
ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES
V V V V
V F V F
Propriedades da Conjunção: Sendo as proposições p, q e
F V F V
r simples, quaisquer que sejam t e w, proposições também
F F F F
simples, cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e
1 1 F(falsidade), temos as seguintes propriedades:

p q ~ (p ^ ~ q) 1) Idempotente: p ^ p ⇔ p (o símbolo “⇔” representa


V V V F V equivalência).
V F V V F A tabela verdade de p ^ p e p, são idênticas, ou seja, a
F V F F V bicondicional p ^ p ↔ p é tautológica.
F F F V F
1 2 1 p p^p p^p↔p
V V V
p q ~ (p ^ ~ q) F F V
V V V F F V
V F V V V F 2) Comutativa: p ^ q ⇔ q ^ p
F V F F F V A tabela verdade de p ^ q e q ^ p são idênticas, ou seja, a
F F F F V F bicondicional p ^ q ↔ q ^ p é tautológica.
1 3 2 1

Raciocínio Lógico-Matemático 27
APOSTILAS OPÇÃO

p q p^q q^p p^q↔q^p 4) Identidade: p v t ⇔ t e p v w ⇔ p


V V V V V A tabela verdade de p v t e p, e p v w e w são idênticas, ou
V F F F V seja, a bicondicional p v t ↔ t e p v w ↔ p são tautológicas.
F V F F V
F F F F V p t w pvt pvw pvt↔t pvw↔p
V V F V V V V
3) Associativa: (p ^ q) ^ r ⇔ p ^ (q ^ r) F V F V F V V
A tabela verdade de (p ^ q) ^ r e p ^ (q ^ r) são idênticas,
ou seja, a bicondicional (p ^ q) ^ r ↔ p ^ (q ^ r) é tautológica. Estas propriedades exprimem que t e w são
respectivamente elemento absorvente e elemento neutro da
p q r p^q (p ^ q) ^ r q^r p ^ (q ^ r) disjunção.
V V V V V V V
V V F V F F F Propriedades da Conjunção e Disjunção: Sejam p, q e r
V F V F F F F proposições simples quaisquer.
V F F F F F F 1) Distributiva:
F V V F F V F - p ^ (q v r) ⇔ (p ^ q) v (p ^ r)
- p v (q ^ r) ⇔ (p v q) ^ (p v r)
F V F F F F F
F F V F F F F
A tabela verdade das proposições p ^ (q v r) e (p v q) ^ (p
F F F F F F F
v r) são idênticas, e observamos que a bicondicional p ^ (q v r)
↔ (p ^ q) v (p ^ r) é tautológica.
4) Identidade: p ^ t ⇔ p e p ^ w ⇔ w
A tabela verdade de p ^ t e p, e p ^ w e w são idênticas, ou
p q r q v p ^ (q v p ^ p ^ (p ^ q) v (p ^
seja, a bicondicional p ^ t ↔ p e p ^ w ↔ w são tautológicas.
r r) q r r)
V V V V V V V V
p t w p^t p^w p^t↔p p^w↔w
V V F V V V F V
V V F V F V V
V F V V V F V V
F V F F F V V
V F F F F F F F
F V V V F F F F
Estas propriedades exprimem que t e w são
respectivamente elemento neutro e elemento absorvente da F V F V F F F F
conjunção. F F V V F F F F
F F F F F F F F
Propriedades da Disjunção: Sendo as proposições p, q e
r simples, quaisquer que sejam t e w, proposições também Analogamente temos ainda que a tabela verdade das
simples, cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e proposições p v (q ^ r) e (p v q) ^ (p v r) são idênticas e sua
F(falsidade), temos as seguintes propriedades: bicondicional p v (q ^ r) ↔ (p v q) ^ (p v r) é tautológica.

1) Idempotente: p v p ⇔ p A equivalência p ^ (q v r) ↔ (p ^ q) v (p ^ r), exprime que a


A tabela verdade de p v p e p, são idênticas, ou seja, a conjunção é distributiva em relação à disjunção e a
bicondicional p v p ↔ p é tautológica. equivalência p v (q ^ r) ↔ (p v q) ^ (p v r), exprime que a
disjunção é distributiva em relação à conjunção.
p pvp pvp↔p Exemplo:
V V V “Carlos estuda E Jorge trabalha OU viaja” é equivalente à
seguinte proposição:
F F V
“Carlos estuda E Jorge trabalha” OU “Carlos estuda E Jorge
viaja”.
2) Comutativa: p v q ⇔ q v p
A tabela verdade de p v q e q v p são idênticas, ou seja, a
2) Absorção:
bicondicional p v q ↔ q v p é tautológica.
- p ^ (p v q) ⇔ p
- p v (p ^ q) ⇔ p
p q pvq qvp pvq↔qvp
V V V V V
A tabela verdade das proposições p ^ (p v q) e p, ou seja, a
V F V V V bicondicional p ^ (p v q) ↔ p é tautológica.
F V V V V
F F F F V p q pvq p ^ (p v q) p ^ (p v q) ↔ p
V V V V V
3) Associativa: (p v q) v r ⇔ p v (q v r) V F V V V
A tabela verdade de (p v q) v r e p v (q v r) são idênticas, ou
F V V F V
seja, a bicondicional (p v q) v r ↔ p v (q v r) é tautológica.
F F F F V
p q r pvq (p v q) v r qvr p v (q v r)
Analogamente temos ainda que a tabela verdade das
V V V V V V V
proposições p v (p ^ q) e p são idênticas, ou seja a bicondicional
V V F V V V V p v (p ^ q) ↔ p é tautológica.
V F V V V V V
V F F V V F V p q p^q p v (p ^ q) p v (p ^ q) ↔ p
F V V V V V V V V V V V
F V F V V V V V F F V V
F F V F V V V F V F F V
F F F F F F F F F F F V

Raciocínio Lógico-Matemático 28
APOSTILAS OPÇÃO
Referências atividades de Mário no referido órgão: P: “Mário dá suporte às
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
salas de treinamento e executa scripts de atualização do banco
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: de dados.”, julgue o item a seguir.
Nobel – 2002.
Simbolizando-se P por A∧B, a negação da proposição P
Questões será a proposição R: “Mário não dá suporte às salas de
treinamento nem executa scripts de atualização do banco de
01. (MEC – Conhecimentos básicos para os Postos dados.”, cuja tabela-verdade é a apresentada abaixo.
9,10,11 e 16 – CESPE)

( )Certo ( )Errado

Respostas

01. Resposta: Certo.


A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V
e F correspondem, respectivamente, aos valores lógicos
verdadeiro e falso. R Q P [P v (Q ↔ R) ]
Com base nessas informações e utilizando os conectivos V V V V V V V V
lógicos usuais, julgue o item subsecutivo. V V F F V V V V
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição V F V V V F F V
lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal
V F F F F F F V
é igual a
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
( ) Certo ( ) Errado F F F F V F V F

02. (BRDE-Analista de Sistemas, Desenvolvimento de 02. Resposta: D.


Sistemas – FUNDATEC) Qual operação lógica descreve a Observe novamente a tabela abaixo, considere A = p, B = q
tabela verdade da função Z abaixo cujo operandos são A e B? e Z = condicional.
Considere que V significa Verdadeiro, e F, Falso.

03. Resposta: E.
Como já foi visto, a disjunção só é falsa quando as duas
proposições são falsas.
(A) Ou.
(B) E. 04. Resposta: Errado.
(C) Ou exclusivo. Temos que montar a tabela verdade de P = A∧B, assim
(D) Implicação (se...então).
(E) Bicondicional (se e somente se). A B P = A∧B
V V V
03. (EBSERH – Técnico em Citopatologia – INSTITUTO V F F
AOCP) Considerando a proposição composta ( p ∨ r ) , é F V F
correto afirmar que F F F
(A) a proposição composta é falsa se apenas p for falsa.
(B) a proposição composta é falsa se apenas r for falsa. Assim a negação de P será:
(C) para que a proposição composta seja verdadeira é ~P = R
necessário que ambas, p e r sejam verdadeiras. F
(D) para que a proposição composta seja verdadeira é V
necessário que ambas, p e r sejam falsas. V
(E) para que a proposição composta seja falsa é necessário V
que ambas, p e r sejam falsas.
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
04. (CRM/DF – Assistente Administrativo –
QUADRIX/2018) Considerando que Mário seja assistente de Definição: Duas ou mais proposições compostas são
tecnologia da informação de determinado Conselho Regional equivalentes, mesmo possuindo fórmulas (ou estruturas
de Medicina (CRM) e a seguinte proposição a respeito das lógicas) diferentes, quando apresentarem a mesma solução em

Raciocínio Lógico-Matemático 29
APOSTILAS OPÇÃO

suas respectivas tabelas verdade. 2 - Reflexiva (equivalência por reflexão)


Se as proposições P e Q são ambas TAUTOLOGIAS, ou p→p⇔p→p
então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
p p p → p p → p
Exemplo:
Dada as proposições “~p → q” e “p v q” verificar se elas são V V V V V V V V
equivalentes.
Vamos montar a tabela verdade para sabermos se elas são F F F V F F V F
equivalentes.
p q ~p → q p v q 3 – Transitiva
Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...) E
V V F V V V V V Q(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) ENTÃO
V F F V F V V F
P(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) .

F V V V V F V V Equivalências notáveis:

F F V F F F F F 1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)


a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
Observamos que as proposições compostas “~p → q” e “p
∨ q” são equivalentes. p q r p ^ (q v r) (p ^ q) v (p ^ r)

~p → q ≡ p ∨ q ou ~p → q ⇔ p ∨ q, onde “≡” e “⇔” são os V V V V V V V V V V V V V V V


símbolos que representam a equivalência entre proposições. V V F V V V V F V V V V V F F

Equivalências fundamentais V F V V V F V V V F F V V V V

1 – Simetria (equivalência por simetria) V F F V F F F F V F F F V F F


a) p ^ q ⇔ q ^ p
F V V F F V V V F F V F F F V
p q p ^ q q ^ p
F V F F F V V F F F V F F F F
V V V V V V V V
F F V F F F V V F F F F F F V
V F V F F F F V
F F F F F F F F F F F F F F F
F V F F V V F F

F F F F F F F F
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
p q r p v (q ^ r) (p v q) ^ (p v r)
b) p v q ⇔ q v p V V V V V V V V V V V V V V V
p q p v q q v p
V V F V V V F F V V V V V V F
V V V V V V V V
V F V V V F F V V V F V V V V
V F V V F F V V V F F V V F F F V V F V V V F
F V F V V V V F F V V F V V V V F V V V F V V
F F F F F F F F F V F F F V F F F V V F F F F

F F V F F F F V F F F F F V V
c) p ∨ q ⇔ q ∨ p
p q p v q q v p F F F F F F F F F F F F F F F

V V V F V V F V
2 - Associação (equivalência pela associativa)
V F V V F F V V a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
p q r p ^ (q ^ r) (p ^ q) ^ (p ^ r)
F V F V V V V F
V V V V V V V V V V V V V V V
F F F F F F F F
V V F V F V F F V V V F V F F

d) p ↔ q ⇔ q ↔ p V F V V F F F V V F F F V V V
p q p ↔ q q ↔ p V F F V F F F F V F F F V F F

V V V V V V V V F V V F F V V V F F V F F F V

V F V F F F F V F V F F F V F F F F V F F F F

F V F F V V F F F F V F F F F V F F F F F F V

F F F V F F V F F F F F F F F F F F F F F F F

Raciocínio Lógico-Matemático 30
APOSTILAS OPÇÃO

b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r) 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)


p q r p v (q v r) (p v q) v (p v r) p q p → ~q q → ~p
V V V V V V V V V V V V V V V V V V F F V F F
V V F V V V V F V V V V V V F V F V V V F V F
V F V V V F V V V V F V V V V
F V F V F V V V
V F F V V F F F V V F V V V F
F F F V V F V V
F V V F V V V V F V V V F V V

F V F F V V V F F V V V F F F
Exemplo:
p → ~q: Se André é professor, então não é pobre.
F F V F V F V V F F F V F V V q → ~p: Se André é pobre, então não é professor.

F F F F F F F F F F F F F F F 4 º Caso: (p → q) ⇔ ~p v q
p q p → q ~p v q
3 – Idempotência
V V V V V F V V
a) p ⇔ (p ∧ p)
V F V F F F F F
p p p ^ p
F V F V V V V V
V V V V V
F F F V F V V F
F F F F F

Exemplo:
b) p ⇔ (p ∨ p) p → q: Se estudo então passo no concurso.
p p p v p ~p v q: Não estudo ou passo no concurso.

V V V V V 5 - Pela bicondicional
a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
F F F F F
p q p ↔ q (p → q) ^ (q → p)
4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se outra V V V V V V V V V V V V
condicional equivalente à primeira, apenas invertendo-se e
negando-se as proposições simples que as compõem. V F V F F V F F F F V V

1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p) F V F F V F V V F V F F


p q p → q ~q → ~p F F F V F F V F V F V F
V V V V V F V F
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q), aplicando-se a
V F V F F V F F contrapositiva às partes

F V F V V F V V p q p ↔ q (~q → ~p) ^ (~p → ~q)

F F F V F V V V V V V V V F V F V F V F

V F V F F V F F F F V V

Exemplo: F V F F V F V V F V F F
p → q: Se André é professor, então é pobre.
F F F V F V V V V V V V
~q → ~p: Se André não é pobre, então não é professor.

2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p) c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)


p q ~p → q ~q → p p q p ↔ q (p ^ q) v (~p ^ ~q)

V V F V V F V V V V V V V V V V V F F F

V F F V F V V V V F V F F V F F F F F V

F V V V V F V F F V F F V F F V F V F F

F F V F F V F F F F F V F F F F V V V V

Exemplo:
~p → q: Se André não é professor, então é pobre.
~q → p: Se André não é pobre, então é professor.

Raciocínio Lógico-Matemático 31
APOSTILAS OPÇÃO

6 - Pela exportação-importação Equivalência “NENHUM” e “TODO”


[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)] 1 – NENHUM A é B ⇔ TODO A é não B.
p q r [(p ^ q) → r] [p → (q → r)] Exemplo:
Nenhum médico é tenista ⇔ Todo médico é não tenista (=
V V V V V V V V V V V V V Todo médico não é tenista).

V V F V V V F F V F V F F 2 – TODO A é B ⇔ NENHUM A é não B.


V F V V F F V V V V F V V
Exemplo:
Toda música é bela ⇔ Nenhuma música é não bela (=
V F F V F F V F V V F V F Nenhuma música é bela).

F V V F F V V V F V V V V Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
F V F F F V V F F V V F F Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
F F V F F F V V F V F V V lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

F F F F F F V F F V F V F Questões

Proposições Associadas a uma Condicional (se, então) 01. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV) Considere a
Chama-se proposições associadas a p → q as três sentença:
proposições condicionadas que contêm p e q: “Corro e não fico cansado”.
– Proposições recíprocas: p → q: q → p Uma sentença logicamente equivalente à negação da
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q sentença dada é:
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p (A) Se corro então fico cansado.
(B) Se não corro então não fico cansado.
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: (C) Não corro e fico cansado.
(D) Corro e fico cansado.
(E) Não corro ou não fico cansado.

02. (TCE/RN – Conhecimentos Gerais para o cargo 4 –


CESPE) Em campanha de incentivo à regularização da
documentação de imóveis, um cartório estampou um cartaz
Note que: com os seguintes dizeres: “O comprador que não escritura e
não registra o imóvel não se torna dono desse imóvel”.
A partir dessa situação hipotética e considerando que a
proposição P: “Se o comprador não escritura o imóvel, então
ele não o registra” seja verdadeira, julgue o item seguinte.
A proposição P é logicamente equivalente à proposição “O
comprador escritura o imóvel, ou não o registra”.
( ) Certo ( ) Errado

Comentários

01. Resposta: A.
A negação de P→Q é P ^ ~ Q
A equivalência de P-->Q é ~P v Q ou pode ser: ~Q-->~P

02. Resposta: Certo.


Relembrando temos que: Se p então q = Não p ou q. (p → q
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua = ~p v q)
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
EQUIVALENTES. IMPLICAÇÃO LÓGICA
Exemplos:
p → q: Se T é equilátero, então T é isósceles. (V) Uma proposição P(p,q,r,...) implica logicamente ou apenas
q → p: Se T é isósceles, então T é equilátero. (F) implica uma proposição Q(p,q,r,...) se Q(p,q,r,...) é verdadeira
(V) todas as vezes que P(p,q,r,...) é verdadeira (V), ou seja, a
Exemplo: proposição P implica a proposição Q, quando a condicional P
Vamos determinar: → Q for uma tautologia.
a) A contrapositiva de p → q Representamos a implicação com o símbolo “⇒”,
b) A contrapositiva da recíproca de p → q simbolicamente temos:
c) A contrapositiva da contrária de p → q
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
Resolução:
a) A contrapositiva de p → q é ~q → ~p A não ocorrência de VF na tabela verdade de P → Q, ou
A contrapositiva de ~q → ~p é ~~p → ~~q ⇔ p → q ainda que o valor lógico da condicional P → Q será sempre V,
ou então que P → Q é uma tautologia.
b) A recíproca de p → q é q → p
A contrapositiva q → q é ~p → ~q Observação: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente
distintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um
c) A contrária de p → q é ~p → ~q conectivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação
A contrapositiva de ~p → ~q é q → p

Raciocínio Lógico-Matemático 32
APOSTILAS OPÇÃO

lógica que pode ou não existir entre duas proposições. A tabela acima também demonstram as importantes
Regras de Inferência:
Exemplo: Adição – p ⇒ p v q e q ⇒ p v q
A tabela verdade da condicional (p ^ q) → (p ↔ q) será: Simplificação – p ^ q ⇒ p e p ^ q ⇒ q

2 – A tabela verdade das proposições p ↔ q, p → q e q →


p q p^q p↔q (p ^ q) → (p ↔ q)
p, é:
V V V V V L p q p↔q p→q q→p

V F F F V 1ª V V V V V

F V F F V 2ª V F F F V

F F F V V 3ª F V F V F

4ª F F V V V
Portanto, (p ^ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p ^
q) ⇒ (p ↔q).
A proposição “p ↔ q” é verdadeira (V) na 1ª e 4ª linha e as
Em particular: proposições “p → q” e “q → p” também são verdadeiras. Logo a
- Toda proposição implica uma Tautologia: p ⇒ p v ~p primeira proposição IMPLICA cada uma das outras duas
proposições. Então:
p p v ~p

V V p↔q⇒p→q e p↔q⇒q→p

F V 3 - Dada a proposição: (p v q) ^ ~p sua tabela verdade é:

- Somente uma contradição implica uma contradição: p ^


~p ⇒ p v ~p → p ^ ~p

p ~p p ^ ~p p v ~p → p ^ ~p

V F F F Esta proposição é verdadeira somente na 3ª linha e nesta


linha a proposição “q” também verdadeira, logo subsiste a
F V F F IMPLICAÇÃO LÓGICA, denominada Regra do Silogismo
disjuntivo.
(p v q) ^ ~p ⇒ q
Propriedades da Implicação Lógica
A implicação lógica goza das propriedades reflexiva e
É válido também: (p v q) ^ ~q ⇒ p
transitiva:
4 – A tabela verdade da proposição (p → q) ^ p é:
Reflexiva: P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
Uma proposição complexa implica ela mesma.
Transitiva: Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R.

Exemplificação e Regras de Inferência


Inferência é o ato de derivar conclusões lógicas de A proposição é verdadeira somente na 1ª linha, e nesta
proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em linha a proposição “q” também é verdadeira, logo subsiste a
outras palavras :é a obtenção de novas proposições a partir de IMPLICAÇÃO LÓGICA, também denominada Regra de Modus
proposições verdadeiras já existentes. Vejamos as regras de ponens.
inferência obtidas da implicação lógica:
(p → q) ^ p ⇒ q
1 – A tabela verdade das proposições p ^ q, p v q , p ↔ q
é: 5 – A tabela verdade das proposições (p → q) ^ ~q e ~p
é:

A proposição “p ^ q” é verdadeira (V) somente na 1ª linha,


e também nesta linha as proposições “p v q” e “p → q” também A proposição (p → q) ^ ~q é verdadeira somente na 4º
são. Logo a primeira proposição IMPLICA cada uma das outras linha e nesta a proposição “~p” também é verdadeira, logo
duas proposições. subsiste a IMPLICAÇÃO LÓGICA, denominada de Regra Modus
Então: tollens.
p^q⇒pvq (p → q) ^ ~q ⇒ ~p
p^q⇒p→q

Raciocínio Lógico-Matemático 33
APOSTILAS OPÇÃO

Observe que “~p” implica “p → q”, isto é: ~p ⇒ p → q Portanto ele:


Comeu muito
Recapitulando as Regras de Inferência aplicadas a Não fez ginástica
Implicação Lógica: Correu, e;
Acordou cedo
Adição p⇒pvq
02. Resposta D
q⇒pvq
Na expressão temos ~p v q  p → q  ~q → ~p. Temos
Simplificação p^q⇒p duas possibilidades de equivalência p → q: Se André não é
p^q⇒q artista , então Bernardo não é engenheiro. Porém não temos
essa opção ~q → ~p: Se Bernardo é engenheiro, então André
Silogismo disjuntivo (p v q) ^ ~p ⇒ q é artista. Logo reposta letra d).
(p v q) ^ ~q ⇒ p
03. Resposta: A.
Modus ponens (p → q) ^ p ⇒ q Na expressão temos ~p v q  p → q p → q: Se Pedro é
pedreiro, então Paulo é paulista. Letra a).
Modus tollens (p → q) ^ ~q ⇒ ~p
NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
Referência
Para se negar uma proposição composta é necessário que
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: se entenda que irá gerar uma outra proposição composta
Nobel – 2002.
equivalente a negação de sua primitiva.
De modo geral temos que:
Questões
Sejam “♦” e “♪” conectivos lógicos quaisquer.
01. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial – Temos ~ (p ♦ q) ⇔ (p ♪ q).
FGV) Renato falou a verdade quando disse: Obs.: O símbolo “⇔” representa equivalência entre as
• Corro ou faço ginástica. proposições.
• Acordo cedo ou não corro.
• Como pouco ou não faço ginástica. Tem-se que: “p ♪ q” é equivalente à negação de “p ♦ q” e
Certo dia, Renato comeu muito. ainda “p ♦ q” é uma proposição oposta à “p ♪ q”.

É correto concluir que, nesse dia, Renato:


(A) correu e fez ginástica;
(B) não fez ginástica e não correu;
(C) correu e não acordou cedo;
(D) acordou cedo e correu;
(E) não fez ginástica e não acordou cedo.

02. Dizer que “André é artista ou Bernardo não é


engenheiro” é logicamente equivalente a dizer que:
(A) André é artista se e somente Bernardo não é Vejamos:
engenheiro. – Negação de uma disjunção exclusiva
(B) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro. Por definição, ao negar-se uma DISJUNÇÃO EXCLUSIVA,
(C) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro. gera-se uma BICONDICIONAL.
(D) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista. ~ (p v q) ⇔ (p ↔ q) ⇔ (p → q) ^ (q → p)
(E) André não é artista e Bernardo é engenheiro.

03. Dizer que “Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista,” é


do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
(A) Se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista.
(B) Se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro.
(C) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista.
(D) Se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista.
(E) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista.

Resposta

01. Resposta: D.
Na disjunção, para evitarmos que elas fiquem falsas, basta
por uma das proposições simples como verdadeira, logo:
“Renato comeu muito”
Como pouco ou não faço ginástica
F V

Corro ou faço ginástica


V F - Negação de uma condicional
Ao negar-se uma condicional, conserva-se o valor lógico
Acordo cedo ou não corro de sua 1ª parte, troca-se o conectivo CONDICIONAL pelo
V F conectivo CONJUNÇÃO e nega-se sua 2ª parte.

Raciocínio Lógico-Matemático 34
APOSTILAS OPÇÃO

~ (p → q) ⇔ (p ^ ~q) ⇔ ~~ p ^ ~q Para negarmos uma sentença matemática basta negarmos


os símbolos matemáticos, assim estaremos negando toda
sentença, vejamos:

Sentença Negação Sentença


Matemática ou obtida
algébrica

5 + 6 = 11 ~ (5 + 6 = 11) 5 + 6 ≠ 11

- Negação de uma bicondicional 5–3≠4 ~ (5 – 3 ≠ 4) 5–3=4


Ao negarmos uma bicondicional do tipo “p ↔ q” estaremos
negando a sua formula equivalente dada por “(p → q) ∧ (q → 5>1 ~ (5 > 1) 5≤1
p)”, assim, negaremos uma conjunção cujas partes são duas
7< 10 ~ (7< 10) 7≥ 10
condicionais: “(p → q)” e “(q → p)”. Aplicando-se a negação de
uma conjunção a essa bicondicional, teremos: 3+5≥8 ~ (3 + 5 ≥ 8) 3+5<8
~ (p ↔ q) ⇔ ~ [(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]
y+5≤7 ~ (y + 5 ≤ 7) y+5>7

É comum a banca, através de uma assertiva, “induzir” os


candidatos a cometerem um erro muito comum, que é a
negação dessa assertiva pelo resultado, utilizando-se da
operação matemática em questão para a obtenção desse
resultado, e não, como deve ser, pela negação dos símbolos
matemáticos.
Exemplo:
Negar a expressão “4 + 7 = 16” não é dada pela expressão
“4 + 7 = 11”, e sim por “4 + 7 ≠ 16”

NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS – LEIS DE


MORGAN

As Leis de Morgan demonstram que:


- Negar que duas dadas proposições são ao mesmo tempo
verdadeiras equivale a afirmar que pelo menos uma é falsa
- Negar que uma pelo menos de duas proposições é
verdadeira equivale a afirmar que ambas são falsas.
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÂO transforma:
CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO e
DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

DUPLA NEGAÇÃO (TEORIA DA INVOLUÇÃO) Vejamos:


– De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p) – Negação de uma conjunção (Leis de Morgan)
Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o
conectivo CONJUNÇÃO pelo conectivo DISJUNÇÃO.
~ (p ^ q) ⇔ (~p v ~q)

- De uma condicional: p → q ⇔ ~p v q
A dupla negação de uma condicional dá-se por negar a 1ª
parte da condicional, troca-se o conectivo CONDICIONAL pela
DISJUNÇÃO e mantém-se a 2ª parte. Ao negarmos uma
proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição
resultante será equivalente à sua proposição primitiva.
- Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)
NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES MATEMÁTICAS Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o
Considere os seguintes símbolos matemáticos: igual (“=”); conectivo DISJUNÇÃO pelo conectivo-CONJUNÇÃO.
diferente (“≠”); maior que (“>”); menor que (“<”); maior ou ~ (p v q) ⇔ (~p ^ ~q)
igual a (“≥”) e menor ou igual (“≤”). Estes símbolos, associados
a números ou variáveis, formam as chamadas expressões
aritméticas ou algébricas.
Exemplo:
a) 5 + 6 = 11
b) 5 > 1
c) 3 + 5 ≥ 8

Raciocínio Lógico-Matemático 35
APOSTILAS OPÇÃO

Exemplo: Conectivo: ∨ (ou)


Vamos negar a proposição “É inteligente e estuda”, vemos ~Q: Não corro três dias na semana
que se trata de uma CONJUNÇÂO, pela Lei de Morgan temos Logo: Não vou à academia todos os dias da semana ou não
que uma CONJUNÇÃO se transforma em uma DISJUNÇÃO, corro três dias na semana.
negando-se as partes, então teremos:
“Não é inteligente ou não estuda”

Referências
Compreensão e elaboração da
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: lógica das situações por meio
Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio de: raciocínio verbal,
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
raciocínio matemático,
Questões raciocínio sequencial,
orientação espacial e
01. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial –
FGV) Considere a afirmação: temporal, formação de
“Mato a cobra e mostro o pau” conceitos, discriminação de
A negação lógica dessa afirmação é: elementos.
(A) não mato a cobra ou não mostro o pau;
(B) não mato a cobra e não mostro o pau;
(C) não mato a cobra e mostro o pau;
(D) mato a cobra e não mostro o pau; Raciocínio lógico é um processo de estruturação do
(E) mato a cobra ou não mostro o pau. pensamento de acordo com as normas da lógica que permite
chegar a uma determinada conclusão ou resolver um
02. (CODEMIG – Advogado Societário – FGV) Em uma problema. É aquele que se desvincula das relações entre os
empresa, o diretor de um departamento percebeu que Pedro, objetos e procede da própria elaboração do indivíduo. Surge
um dos funcionários, tinha cometido alguns erros em seu através da coordenação das relações previamente criadas
trabalho e comentou: entre os objetos.
“Pedro está cansado ou desatento.”
A negação lógica dessa afirmação é: Um raciocínio lógico requer consciência e capacidade de
(A) Pedro está descansado ou desatento. organização do pensamento. É possível resolver problemas
(B) Pedro está descansado ou atento. usando o raciocínio lógico. No entanto, ele não pode ser
(C) Pedro está cansado e desatento. ensinado diretamente, mas pode ser desenvolvido através da
(D) Pedro está descansado e atento. resolução de exercícios lógicos que contribuem para a
(E) Se Pedro está descansado então está desatento. evolução de algumas habilidades mentais.
Muitas empresas utilizam exercícios de raciocínio lógico
03 (TJ/AP-Técnico Judiciário / Área Judiciária e para testarem a capacidade dos candidatos.
Administrativa- FCC) Vou à academia todos os dias da
semana e corro três dias na semana. Uma afirmação que Raciocínio lógico matemático ou quantitativo
corresponde à negação lógica da afirmação anterior é O raciocínio lógico matemático ou quantitativo é o
(A) Não vou à academia todos os dias da semana ou não raciocínio usado para a resolução de alguns problemas e
corro três dias na semana. exercícios matemáticos. Esses exercícios são
(B) Vou à academia quase todos os dias da semana e corro frequentemente usados no âmbito escolar, através de
dois dias na semana. problemas matriciais, geométricos e aritméticos, para que
(C) Nunca vou à academia durante a semana e nunca corro os alunos desenvolvam determinadas aptidões. Este tipo de
durante a semana. raciocínio é bastante usado em áreas como a análise
(D) Não vou à academia todos os dias da semana e não combinatória.
corro três dias na semana.
(E) Se vou todos os dias à academia, então corro três dias - Raciocínio analítico (crítico) ou Lógica informal - é a
na semana. capacidade de raciocinar rapidamente através da percepção.
Em concursos exigem bastante senso crítico do candidato e
Respostas capacidade de interpretação, portanto exigem mecanismos
próprios para a resolução das questões. O raciocínio analítico
01. Resposta: A. nada mais é que a avaliação de situações através de
Negação do ''ou'': nega-se as duas partes e troca o interpretação lógica de textos.
conectivo ''ou'' pelo ''e''.
Tipos de Raciocínio
02. Resposta: D.
Pedro está cansado ou desatento. Raciocínio verbal - Raciocínio espacial - Raciocínio
O conectivo ou vira e, dai basta negar as proposições. consiste na remete para a aptidão abstrato -
Pedro não está cansado e nem está desatento, ou seja, capacidade de para criar e manipular responsável pelo
Pedro está descansado e atento. apreensão e representações pensamento
estruturação de mentais visuais. Está abstrato e a
03. Resposta: A. elementos verbais, relacionada com a capacidade para
culminando na capacidade de determinar ligações
Quebrando a sentença em P e Q:
formação de visualização e de abstratas entre
P: Vou à academia todos os dias da semana significados e uma raciocinar em três conceitos através
Conectivo: ∧ (e) ordem e relação dimensões. de ideias
Q: Corro três dias na semana entre eles. inovadoras.
Aplicando a lei de Morgan: ~(P∧ Q) ≡ ~P ∨ ~Q
~P: Não vou à academia todos os dias da semana

Raciocínio Lógico-Matemático 36
APOSTILAS OPÇÃO

Vejamos um exemplo que roda pela internet e redes sociais, os (C) T.


quais são chamados de Desafios, os mesmos envolvem o (D) W.
“raciocínio” para chegarmos ao resultado:
Substituindo as letras pelas posições no alfabeto:
C - 3º posição do alfabeto / E - 5º posição do alfabeto / H -
8ºposição do alfabeto
L- 12º posição do alfabeto / G- 7º posição do alfabeto / S-
19º posição do alfabeto
I - 9º posição do alfabeto / K - 11º posição do alfabeto /
Qual será a letra?

Após a substituição observamos que a 1ª letra é a diferença


das outras duas:
C (3) E (5) H (8)
Solução: 4 em romanos é IV e 1 em inglês é ONE, logo L (12) G (7) S (19)
juntando os dois temos: IVONE. I (9) K (11) ?

CONCEITOS LÓGICOS 8–5=3


19 – 7 = 12
A lógica a qual conhecemos hoje foi definida por ? – 11 = 9 → ? = 9 + 11 → ? = 20 = T.
Aristóteles, constituindo-a como uma ciência autônoma que se Resposta: C.
dedica ao estudo dos atos do pensamento (Conceito, Juízo,
Raciocínio, Demonstração) do ponto de vista da sua estrutura 02. (Pref. Barbacena/MG – Advogado – FCM) Maria tem
ou forma lógica, sem ter em conta qualquer conteúdo material. três filhos, Bianca, Celi e João, e seis netos, Ana, André, Beth,
Falar de Lógica durante séculos, era o mesmo que falar da Cláudia, Fernando e Paula. Sabe-se que:
lógica aristotélica. Apesar dos enormes avanços da lógica, Bianca tem três filhos(as).
sobretudo a partir do século XIX, a matriz aristotélica persiste Celi tem dois filhos(as).
até aos nossos dias. A lógica de Aristóteles tinha objetivo João tem um(a) filho(a).
metodológico, a qual tratava de mostrar o caminho correto Cláudia não tem irmãos.
para a investigação, o conhecimento e a demonstração Beth é irmã de Paula.
científica. O método científico que ele preconizava assentava André não tem irmãs.
nas seguintes fases: Com essas informações, pode-se afirmar que Ana é
1. Observação de fenômenos particulares; (A) filha de Celi.
2. Intuição dos princípios gerais (universais) a que os (B) prima de Beth.
mesmos obedeciam; (C) prima de Paula.
3. Dedução a partir deles das causas dos fenômenos (D) filha de Bianca.
particulares.
Partindo das informações temos:
Por este e outros motivos Aristóteles é considerado o pai
da Lógica Formal. Filhos (3) Netos (6)
A lógica matemática (ou lógica formal) estuda a lógica Bianca (3 filhos(as))
Maria
segundo a sua estrutura ou forma. A lógica matemática Celi (2 filhos (as))
consiste em um sistema dedutivo de enunciados que tem como João (1 filho (a))
objetivo criar um grupo de leis e regras para determinar a
validade dos raciocínios. Assim, um raciocínio é considerado Netos: André e Fernando (2)
válido se é possível alcançar uma conclusão verdadeira a partir Netas: Ana, Beth, Claudia, Paula (4)
de premissas verdadeiras. - A resposta mais direta é a de Claudia que não tem irmãos,
Em sentido mais amplo podemos dizer que a Lógica está logo é filha única e só pode ser filha de João.
relacionado a maneira específica de raciocinar de forma - Depois temos que André não tem irmãs. Logo ele pode ter
acertada, isto é, a capacidade do indivíduo de resolver irmão, como só tem 2 meninos. André e Fernando são filhos de
problemas complexos que envolvem questões matemáticas, as Celi.
sequências de números, palavras, entre outros e de - Observe que sobrou Ana, Beth e Paula que só podem ser
desenvolver essa capacidade de chegar a validade do seu filhas de Bianca.
raciocínio. Analisando as alternativas a única correta é a D.

Exemplos Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
Nobel – 2002.
01. (Câmara de Aracruz/ES – Agente Administrativo e CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
Legislativo – IDECAN) Analise a lógica envolvida nas figuras lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
a seguir. http://conceito.de/raciocinio-logico
http://www.significados.com.br/raciocinio-logico

Questões

01. "Abaixar" está para "Curvar" assim como


"Continuidade" está para:
(A) Intervalo
(B) Frequência
A letra que substitui o sinal “?” é:
(C) Intermitência
(A) O.
(B) R.

Raciocínio Lógico-Matemático 37
APOSTILAS OPÇÃO

(D) Interrupção 04. Resposta: A


(E) Suspensão Seja A= Analu, B= Babalu, C= Capitu, L= Lulu e M= Marilu.
Pelo enunciado temos:
02. Marcelo tinha 77 figurinhas e Paulo tinha 58. Marcelo M>L
deu algumas de suas figurinhas para Paulo. Depois dessa L>B
doação, é possível que Marcelo e Paulo fiquem, A>L
respectivamente, com as seguintes quantidades de figurinhas: A>M.
(A) 82 e 53 Portanto a maior de todas é A= Analu.
(B) 74 e 62
(C) 68 e 68 05. Resposta: C
(D) 66 e 69 Se em cada lado deverá haver 20 estacas, nos quatro lados
(E) 56 e 89 do terreno deverá ter 4x20 – 4 = 76 estacas.
Diminuímos 4 porque contando 20 em cada lado as que
03. (SESAU-RO – Farmacêutico – FUNRIO/2017) A soma estão no canto (vértices) foram contadas duas vezes.
de 10 números é 400. Um desses números é o 44. Assim, avalie
se as seguintes afirmativas são falsas (F) ou verdadeiras (V): CALENDÁRIOS
Ao menos um dos demais 9 números é menor do que 40.
Ao menos três números são menores ou iguais a 39. Pode-se dizer que Calendário visa atender diversas
Ao menos um dos números é menor do que 37. necessidades tanto civis quanto religiosas para orientações
As afirmativas são respectivamente: espaciais e temporais, além disso, temos as divisões do ano:
(A) F, V e V. Um ano possui 365 dias (modo padronizado, lembre-se
(B) V, F e V. que temos o ano bissexto) divididos em semanas de 7 dias,
(C) V, F e F. assim um ano possui 52 semanas mais 1 dia, com isso lembre-
(D) F, V e F. se que se uma determinado ano começa em uma terça-feira no
(E) F, F e F. ano seguinte começará em uma quarta-feira (se não for
bissexto).
04. (SESAU-RO – Técnico em Informática – O primeiro dia da semana é o domingo e encerra-se no
FUNRIO/2017) Capitu é mais baixa que Marilu e é mais alta sábado (sétimo dia da semana).
que Lulu. Lulu é mais alta que Babalu mas é mais baixa que O ano é dividido em 12 meses:
Analu. Marilu é mais baixa que Analu. Assim, a mais alta das Janeiro: 31 dias.
cinco é: Fevereiro: 28 dias (em ano bissexto possui 29 dias).
(A) Analu. Março: 31 dias.
(B) Babalu. Abril: 30 dias.
(C) Capitu. Maio: 31 dias.
(D) Lulu. Junho: 30 dias.
(E) Marilu. Julho: 31 dias.
Agosto: 31 dias.
05. Um terreno retangular será cercado com arames e Setembro: 30 dias.
estacas. Quantas estacas serão necessárias se em cada lado Outubro: 31 dias.
terá de haver 20 delas? Novembro: 30 dias.
(A) 80 estacas. Dezembro: 31 dias.
(B) 78 estacas. Lembre-se: 1 dia possui 24 horas, 1 hora possui 60
(C) 76 estacas. minutos e 1 minuto possui 60 segundos.
(D) 74 estacas.
(E) 72 estacas. Um ano bissexto é o nome dado ao ano que possui 366 dias
(52 semanas mais 2 dias). O ano bissexto foi criado para
Respostas ajustar o calendário pois um ano não possui exatamente 365
dias e sim 365 dias e 6 horas aproximadamente, e se não
01. Resposta: B houvesse este ajuste as datas não cairiam nas mesmas épocas
O sinônimo de "Continuidade" é "Frequência". e estações naturais (primavera, verão, outono e inverno).

02.Resposta: D Regras do ano bissexto.


Se Marcelo doou figurinhas, então ele ficou com uma
quantidade inferior a que ele possuía, assim sendo considere a Ocorre de 4 em 4 anos.
alternativa D como a correta. Pois se Marcelo ficou com 66, De 100 em 100 anos não é bissexto.
significa que ele doou 11, e Paulo recebeu 11, logo 58 + 11 = De 400 em 400 anos é bissexto.
69. A ordem prevalece das últimas para as primeiras.
03. Resposta: C Por exemplo, 1600 foi um ano bissexto pois é múltiplo de
Se um dos números é 44, os outros nove somam 356. 400, 1500 não foi um ano bissexto pois é múltiplo de 100, 2008
Dividindo 356 por 9, temos 39,555.... Logo, podemos ver foi um ano bissexto pois é múltiplo de 4.
que não importa quais são os números, um necessariamente
será menor que 40. Por isso, a afirmativa I é Verdadeira. Concluindo:
É possível que menos de 3 números seja menor maior que - 1 ano tem 365 a 366(bissexto) dias;
39. Por exemplo, 100 + 100 + 100 + 40 + 10 + 2 + 2 + 1 + 1 = - 1 ano está dividido em 12 meses;
356. Logo, afirmativa II é Falsa. - 1 mês tem de 30 a 31 dias, exceto fevereiro;
Como vimos, é possível que os 9 números restantes sejam - 1 dia tem 24 horas.
iguais a 39,999... ou seja, afirmação III é Falsa.
Gabarito: V, F e F.

Raciocínio Lógico-Matemático 38
APOSTILAS OPÇÃO

Questões Seguindo a sequência dos dias da semana, temos que


enumera-los agora para trás:
01 . (IBGE - CESGRANRIO) Depois de amanhã é segunda-
feira, então, ontem foi Ontem Hoje Amanhã Depois de Amanhã
(A) terça-feira. Sexta Sábado Domingo Segunda
(B) quarta-feira.
(C) quinta-feira.
(D) sexta-feira.
(E) sábado Com isso concluímos que ontem é sexta-feira.
02. (TRT 18 – Técnico Judiciário – Área Administrativa 02. Resposta: D.
- FCC) A audiência do Sr. José estava marcada para uma Vamos dividir os 100 dias pela quantidade de dias da
segunda-feira. Como ele deixou de apresentar ao tribunal uma semana(7) ⇾ 100 dias /7 = 14 semanas + 2 dias. Obtemos 14
série de documentos, o juiz determinou que ela fosse semanas e 2 dias (resto da divisão). Como após uma semana é
remarcada para exatos 100 dias após a data original. A nova segunda de novo, então após 14 semanas cairá em uma
data da audiência do Sr. José cairá em uma segunda, só que como tenho +2 dias, logo:
(A) quinta-feira. Segunda-feira + 2 dias = quarta-feira.
(B) terça-feira.
(C) sexta-feira. 03. Resposta: A.
(D) quarta-feira. Se nos basearmos no calendário fiscal(4-4-5) chegamos à
(E) segunda-feira. conclusão que a única alternativa certa é a que contém
Fevereiro. Pois os meses de Janeiro e Fevereiro tem sempre 4
03. (IF/RO – Administrador – Makiyama) A Terra leva, domingos os demais nada podemos dizer pois variam de
aproximadamente, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 acordo com o ano.
segundos para dar uma volta completa em torno do Sol. Por
isso, nosso calendário, o gregoriano, tem 365 dias divididos em 04. Resposta: B.
12 meses. Assim, a cada 4 anos, um dia é acrescentado ao mês Sabe-se que a cada ano todos os dias da semana
de fevereiro para compensar as horas que “sobram” e, então, apresentam 52 dias iguais. O dia da semana em que o ano se
tem-se um ano bissexto. Em um ano não bissexto, três meses inicia aparece por 53 vezes. Logo, se 2014 iniciou numa
consecutivos possuem exatamente 4 domingos cada um. Logo, quarta-feira em 2014 teremos 53 quartas feiras, 52 segundas
podemos afirmar que: feiras e 52 sextas feiras.
(A) Um desses meses é fevereiro. O ano de 2015 se iniciará numa quinta-feira. Logo, teremos
(B) Dois desses devem ter 30 dias. 52 quartas feiras, 52 segundas feiras e 52 sextas feiras.
(C) Um desses meses deve ser julho ou agosto. Resumindo, teremos: 53 + (5x52) = 53 + 260 = 313.
(D) Um desses meses deve ser novembro ou dezembro.
(E) Dois desses meses devem ter 31 dias. LÓGICA SEQUENCIAL
04. (TRT/2ª Região – Técnico Judiciário – Área Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o
Administrativa - FCC) Um jogo eletrônico fornece, uma vez desenvolvimento do método matemático, este considerado
por dia, uma arma secreta que pode ser usada pelo jogador instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de
para aumentar suas chances de vitória. A arma é recebida dados empíricos. Logo, resumidamente o raciocínio pode ser
mesmo nos dias em que o jogo não é acionado, podendo ficar considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos
acumulada. A tabela mostra a arma que é fornecida em cada processos cognitivos superiores da formação de conceitos e da
dia da semana. solução de problemas.
Dia da semana Arma secreta fornecida
pelo jogo Sequências Lógicas
2ªs, 4ªs e 6ªs feiras Bomba colorida
3ªs feiras Doce listrado As sequências podem ser formadas por números, letras,
5ªs feiras Bala de goma pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer
Domingos Rosquinha gigante uma sequência, o importante é que existem pelo menos três
elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto
Considerando que o dia 1º de janeiro de 2014 foi uma 4ª algumas séries necessitam de mais elementos para definir sua
feira e que tanto 2014 quanto 2015 são anos de 365 dias, o lógica.
total de bombas coloridas que um jogador terá recebido no
biênio formado pelos anos de 2014 e 2015 é igual a Sequência de Números
(A) 312.
(B) 313. Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um
(C) 156. mesmo número.
(D) 157.
(E) 43.
Respostas
01. Resposta: D.
Vamos enumerar os dias para que possamos ter a
verdadeira noção do dia que estamos e do dia que queremos. Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente
Temos a informação que Depois de amanhã é segunda e que um mesmo número.
precisamos saber o dia de ontem, no esquema abaixo temos
uma maneira de visualizar melhor o que queremos:

Ontem Hoje Amanhã Depois de Amanhã


Segunda

Raciocínio Lógico-Matemático 39
APOSTILAS OPÇÃO

Incremento em Progressão: O valor somado é que está em Sequência de Fibonacci


progressão. O matemático Leonardo Pisa, conhecido como Fibonacci,
propôs no século XIII, a sequência numérica: (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13,
21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem uma lei de formação
simples: cada elemento, a partir do terceiro, é obtido
somando-se os dois anteriores. Veja: 1 + 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2
= 5 e assim por diante. Desde o século XIII, muitos
Série de Fibonacci: Cada termo é igual à soma dos dois matemáticos, além do próprio Fibonacci, dedicaram-se ao
anteriores. estudo da sequência que foi proposta, e foram encontradas
inúmeras aplicações para ela no desenvolvimento de modelos
1 1 2 3 5 8 13 explicativos de fenômenos naturais.
Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma das
divisores naturais. maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados de lado
1, podemos obter um retângulo de lados 2 e 1. Se adicionarmos
2 3 5 7 11 13 17 a esse retângulo um quadrado de lado 2, obtemos um novo
retângulo 3 x 2. Se adicionarmos agora um quadrado de lado
Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são 3, obtemos um retângulo 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja
naturais. que os lados dos quadrados que adicionamos para determinar
os retângulos formam a sequência de Fibonacci.
1 4 9 16 25 36 49

Sequência de Letras
As sequências de letras podem estar associadas a uma
série de números ou não. Em geral, devemos escrever todo o
alfabeto (observando se deve, ou não, contar com k, y e w) e
circular as letras dadas para entender a lógica proposta.

ACFJOU

Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses


números estão em progressão.
Se utilizarmos um compasso e traçarmos o quarto de
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU circunferência inscrito em cada quadrado, encontraremos
uma espiral formada pela concordância de arcos cujos raios
B1 2F H4 8L N16 32R T64 são os elementos da sequência de Fibonacci.

Nesse caso, associou-se letras e números (potências de 2),


alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1 posições.

ABCDEFGHIJKLMNOPQRST

Sequência de Pessoas
Na série a seguir, temos sempre um homem seguido de
duas mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma posição
múltipla de três (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e a posição
dos braços sempre alterna, ficando para cima em uma posição
múltipla de dois (2º, 4º, 6º, 8º,...). Sendo assim, a sequência se
repete a cada seis termos, tornando possível determinar quem
estará em qualquer posição. O Partenon que foi construído em Atenas pelo célebre
arquiteto grego Fidias. A fachada principal do edifício, hoje em
ruínas, era um retângulo que continha um quadrado de lado
igual à altura. Essa forma sempre foi considerada satisfatória
do ponto de vista estético por suas proporções sendo chamada
retângulo áureo ou retângulo de ouro.
Sequência de Figuras
Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto
na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer rotações,
como nos exemplos a seguir.

Como os dois retângulos indicados na figura são


𝑦 𝑎
semelhantes temos: = (1).
𝑎 𝑏

Raciocínio Lógico-Matemático 40
APOSTILAS OPÇÃO

Como: b = y – a (2). Multiplicar os números sempre por 3.


Substituindo (2) em (1) temos: y2 – ay – a2 = 0. 1x3=3
Resolvendo a equação: 3x3=9
9 x 3 = 27
𝑦=
𝑎(1±√5
em que (
1−√5
< 0) não convém. 27 x 3 = 81
2 2 81 x 3 = 243
243 x 3 = 729
𝑦 (1+√5
Logo: = = 1,61803398875 729 x 3 = 2187
𝑎 2

Esse número é conhecido como número de ouro e pode ser Exemplo 4


representado por:

1 + √5
𝜃=
2

Todo retângulo e que a razão entre o maior e o menor lado


for igual a 𝜃 é chamado retângulo áureo como o caso da
fachada do Partenon.

As figuras a seguir possuem números que representam


uma sequência lógica. Veja os exemplos:
A diferença entre os números vai aumentando 2 unidades.
Exemplo 1 24 – 22 = 2
28 – 24 = 4
34 – 28 = 6
42 – 34 = 8
52 – 42 = 10
64 – 52 = 12
78 – 64 = 14

Questões

01. Observe atentamente a disposição das cartas em cada


A sequência numérica proposta envolve multiplicações
linha do esquema seguinte:
por 4.
6 x 4 = 24
24 x 4 = 96
96 x 4 = 384
384 x 4 = 1536

Exemplo 2

A diferença entre os números vai aumentando 1 unidade.


13 – 10 = 3
17 – 13 = 4
22 – 17 = 5
28 – 22 = 6
35 – 28 = 7
A carta que está oculta é:
Exemplo 3

Raciocínio Lógico-Matemático 41
APOSTILAS OPÇÃO

02. Considere que a sequência de figuras foi construída 07. As figuras da sequência dada são formadas por partes
segundo um certo critério. iguais de um círculo.

Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16


círculos completos na:
Se tal critério for mantido, para obter as figuras (A) 36ª figura
subsequentes, o total de pontos da figura de número 15 deverá (B) 48ª figura
ser: (C) 72ª figura
(A) 69 (D) 80ª figura
(B) 67 (E) 96ª figura
(C) 65
(D) 63 08. Analise a sequência a seguir:
(E) 61

03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 990,


970, 940, 900, 850, ...
(A) 800 Admitindo-se que a regra de formação das figuras
(B) 790 seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura
(C) 780 que ocuparia a 277ª posição dessa sequência é:
(D) 770

04. Na sequência lógica de números representados nos


hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um deles
que pode ser:

09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual é o
próximo número?
(A) 20
(B) 21
(C) 100
(D) 200
(A) 76
(B) 10 10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo
(C) 20 número?
(D) 78 (A) 4
(B) 20
05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos de (C) 31
fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme (D) 21
indicado abaixo:
11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados
segundo determinado critério.

LACRAÇÃO → cal
AMOSTRA → soma
LAVRAR → ?

Segundo o mesmo critério, a palavra que deverá ocupar o


............. lugar do ponto de interrogação é:
1° 2° 3° (A) alar
(B) rala
Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura? (C) ralar
(A) 20 palitos (D) larva
(B) 25 palitos (E) arval
(C) 28 palitos
(D) 22 palitos 12. Observe que as figuras abaixo foram dispostas, linha a
linha, segundo determinado padrão.
06. Ana fez diversas planificações de um cubo e escreveu
em cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo, ela deseja
que a soma dos números marcados nas faces opostas seja 7. A
única alternativa cuja figura representa a planificação desse
cubo tal como deseja Ana é:

Raciocínio Lógico-Matemático 42
APOSTILAS OPÇÃO

Segundo o padrão estabelecido, a figura que substitui Segundo esse mesmo padrão, a figura que deve substituir
corretamente o ponto de interrogação é: o ponto de interrogação é:

(A) (B) (C) (D) (E)


(A) (B) (C) (D)
13. Observe que na sucessão seguinte os números foram
colocados obedecendo a uma lei de formação.

(E)

17. Observe que, na sucessão de figuras abaixo, os


números que foram colocados nos dois primeiros triângulos
obedecem a um mesmo critério.
Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais que X
+ Y é igual a:
(A) 40
(B) 42
(C) 44
(D) 46
(E) 48
Para que o mesmo critério seja mantido no triângulo da
14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas em direita, o número que deverá substituir o ponto de
forma de triângulo, segundo determinado critério. interrogação é:
(A) 32
(B) 36
(C) 38
(D) 42
(E) 46

18. Considere a seguinte sequência infinita de números: 3,


12, 27, __, 75, 108,... O número que preenche adequadamente a
quarta posição dessa sequência é:
Considerando que na ordem alfabética usada são excluídas (A) 36,
as letra “K”, “W” e “Y”, a letra que substitui corretamente o (B) 40,
ponto de interrogação é: (C) 42,
(A) P (D) 44,
(B) O (E) 48
(C) N
1 1 1 1
(D) M 19. Observando a sequência (1, , , , , ...) o próximo
2 6 12 20
(E) L numero será:
1
(A)
15. Considere que a sequência seguinte é formada pela 24
sucessão natural dos números inteiros e positivos, sem que os 1
algarismos sejam separados. (B)
30

1234567891011121314151617181920... (C)
1
36

O algarismo que deve aparecer na 276ª posição dessa 1


sequência é: (D)
40
(A) 9
(B) 8 20. Considere a sequência abaixo:
(C) 6
(D) 3 BBB BXB XXB
(E) 1 XBX XBX XBX
BBB BXB BXX
16. Em cada linha abaixo, as três figuras foram desenhadas
de acordo com determinado padrão. O padrão que completa a sequência é:

(A) (B) (C)


XXX XXB XXX
XXX XBX XXX
XXX BXX XXB

(D) (E)
XXX XXX
XBX XBX
XXX BXX

Raciocínio Lógico-Matemático 43
APOSTILAS OPÇÃO

21. Na série de Fibonacci, cada termo a partir do terceiro é Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o
igual à soma de seus dois termos precedentes. Sabendo-se que ponto de interrogação deverá ser substituído pelo número:
os dois primeiros termos, por definição, são 0 e 1, o sexto (A) 16
termo da série é: (B) 15
(A) 2 (C) 14
(B) 3 (D) 13
(C) 4 (E) 12
(D) 5
(E) 6 27. Segundo determinado critério, foi construída a
sucessão seguinte, em que cada termo é composto de um
22. Nosso código secreto usa o alfabeto A B C D E F G H I J L número seguido de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6 – ....
M N O P Q R S T U V X Z. Do seguinte modo: cada letra é Considerando que no alfabeto usado são excluídas as letras K,
substituída pela letra que ocupa a quarta posição depois dela. Y e W, então, de acordo com o critério estabelecido, a letra que
Então, o “A” vira “E”, o “B” vira “F”, o “C” vira “G” e assim por deverá anteceder o número 12 é:
diante. O código é “circular”, de modo que o “U” vira “A” e assim (A) J
por diante. Recebi uma mensagem em código que dizia: BSA HI (B) L
EDAP. Decifrei o código e li: (C) M
(A) FAZ AS DUAS; (D) N
(B) DIA DO LOBO; (E) O
(C) RIO ME QUER;
(D) VIM DA LOJA; 28. Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU e
(E) VOU DE AZUL. URSO – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, de
modo que cada uma das suas respectivas letras ocupe um
23. A sentença “Social está para laicos assim como 231678 quadrinho e, na diagonal sombreada, possa ser lido o nome de
está para...” é melhor completada por: um novo animal.
(A) 326187;
(B) 876132;
(C) 286731;
(D) 827361;
(E) 218763.

24. A sentença “Salta está para Atlas assim como 25435 está Excluídas do alfabeto as letras K, W e Y e fazendo cada letra
para...” é melhor completada pelo seguinte número: restante corresponder ordenadamente aos números inteiros
(A) 53452; de 1 a 23 (ou seja, A = 1, B = 2, C = 3,..., Z = 23), a soma dos
(B) 23455; números que correspondem às letras que compõem o nome do
(C) 34552; animal é:
(D) 43525; (A) 37
(E) 53542. (B) 39
(C) 45
25. Repare que com um número de 5 algarismos, (D) 49
respeitada a ordem dada, podem-se criar 4 números de dois (E) 51
algarismos. Por exemplo: de 34.712, podem-se criar o 34, o 47,
o 71 e o 12. Procura-se um número de 5 algarismos formado Nas questões 29 e 30, observe que há uma relação entre o
pelos algarismos 4, 5, 6, 7 e 8, sem repetição. Veja abaixo primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma relação
alguns números desse tipo e, ao lado de cada um deles, a deverá existir entre o terceiro grupo e um dos cinco grupos
quantidade de números de dois algarismos que esse número que aparecem nas alternativas, ou seja, aquele que substitui
tem em comum com o número procurado. corretamente o ponto de interrogação. Considere que a ordem
alfabética adotada é a oficial e exclui as letras K, W e Y.
Número Quantidade de números de 2
dado algarismos em comum
48.765 1 29. CASA: LATA: LOBO: ?
(A) SOCO
86.547 0 (B) TOCO
87.465 2 (C) TOMO
(D) VOLO
48.675 1
(E) VOTO
O número procurado é: 30. ABCA: DEFD: HIJH: ?
(A) 87456 (A) IJLI
(B) 68745 (B) JLMJ
(C) 56874 (C) LMNL
(D) 58746 (D) FGHF
(E) 46875 (E) EFGE
26. Considere que os símbolos  e  que aparecem no
31. Os termos da sucessão seguinte foram obtidos
quadro seguinte, substituem as operações que devem ser
considerando uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 13, ...).
efetuadas em cada linha, a fim de se obter o resultado
Segundo essa lei, o décimo terceiro termo dessa sequência é
correspondente, que se encontra na coluna da extrema direita.
um número:
36  4  5 = 14
(A) Menor que 200.
48  6  9 = 17 (B) Compreendido entre 200 e 400.
54  9  7 = ? (C) Compreendido entre 500 e 700.

Raciocínio Lógico-Matemático 44
APOSTILAS OPÇÃO

(D) Compreendido entre 700 e 1.000. 39. Qual será o próximo símbolo da sequência abaixo?
(E) Maior que 1.000.

Para responder às questões de números 32 e 33, você deve


observar que, em cada um dos dois primeiros pares de
palavras dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra da
esquerda segundo determinado critério. Você deve descobrir
esse critério e usá-lo para encontrar a palavra que deve ser
colocada no lugar do ponto de interrogação.

32. Ardoroso → rodo 40. Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com
Dinamizar → mina cinco quadrados iguais.
Maratona → ?
(A) mana
(B) toma
(C) tona
(D) tora
(E) rato

33. Arborizado → azar


Asteróide → dias
Articular → ?
(A) luar 41. Observe as multiplicações a seguir:
(B) arar 12.345.679 × 18 = 222.222.222
(C) lira 12.345.679 × 27 = 333.333.333
(D) luta ... ...
(E) rara 12.345.679 × 54 = 666.666.666

34. Preste atenção nesta sequência lógica e identifique Para obter 999.999.999 devemos multiplicar 12.345.679
quais os números que estão faltando: 1, 1, 2, __, 5, 8, __,21, 34, por quanto?
55, __, 144, __...
42. Esta casinha está de frente para a estrada de terra.
35. Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco de Mova dois palitos e faça com que fique de frente para a estrada
10 metros de profundidade e quer sair de lá. Durante o dia, ela asfaltada.
consegue subir 2 metros pela parede; mas à noite, enquanto
dorme, escorrega 1 metro. Depois de quantos dias ela
consegue chegar à saída do poço?

36. Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar as


páginas de um livro de 100 páginas?

37. Quantos quadrados existem na figura abaixo?

43. Remova dois palitos e deixe a figura com dois


quadrados.

38. Retire três palitos e obtenha apenas três quadrados.

44. As cartas de um baralho foram agrupadas em pares,


segundo uma relação lógica. Qual é a carta que está faltando,
sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale 11 e A vale 1?

Raciocínio Lógico-Matemático 45
APOSTILAS OPÇÃO

45. Mova um palito e obtenha um quadrado perfeito. 02. Resposta: D.


Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de
simetria, tem-se:
Na figura 1: 01 ponto de cada lado → 02 pontos no total.
Na figura 2: 02 pontos de cada lado → 04 pontos no total.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado → 06 pontos no total.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado → 08 pontos no total.
Na figura n: n pontos de cada lado → 2.n pontos no total.

Em particular:
46. Qual o valor da pedra que deve ser colocada em cima Na figura 15: 15 pontos de cada lado → 30 pontos no total.
de todas estas para completar a sequência abaixo?
Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de simetria,
tem-se:
Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo → 04 pontos no total.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo → 06 pontos no total.
Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo → 08 pontos no total.
Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo → 10 pontos no total.
Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo → 2.(n+1) pontos
no total.

Em particular:
47. Mova três palitos nesta figura para obter cinco Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo → 32 pontos no
triângulos. total. Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado,
temos para total de pontos da figura 15: Total de pontos = 30
+ 32 + 1 = 63 pontos.

03. Resposta: B.
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000
e 990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, entre
940 e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre 850 e o
48. Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que em próximo número é 60, dessa forma concluímos que o próximo
cada fileira fiquem apenas 3 moedas. número é 790, pois: 850 – 790 = 60.

04. Resposta: D.
Nessa sequência lógica, observamos que a diferença: entre
24 e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre 42 e 34 é
8, entre 52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto entre o
próximo número e 64 é 14, dessa forma concluímos que o
49. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados. próximo número é 78, pois: 76 – 64 = 14.

05. Resposta: D.
Observe a tabela:
Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
N° de Palitos 4 7 10 13 16 19 22

Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade de


palitos das três primeiras figuras. Feito isto, basta perceber
que cada figura a partir da segunda tem a quantidade de
palitos da figura anterior acrescida de 3 palitos. Desta forma,
50. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco
fica fácil preencher o restante da tabela e determinar a
triângulos.
quantidade de palitos da 7ª figura.

06. Resposta: A.
Na figura apresentada na letra “B”, não é possível obter a
planificação de um lado, pois o 4 estaria do lado oposto ao 6,
somando 10 unidades. Na figura apresentada na letra “C”, da
mesma forma, o 5 estaria em face oposta ao 3, somando 8, não
formando um lado. Na figura da letra “D”, o 2 estaria em face
oposta ao 4, não determinando um lado. Já na figura
apresentada na letra “E”, o 1 não estaria em face oposta ao
número 6, impossibilitando, portanto, a obtenção de um lado.
Logo, podemos concluir que a planificação apresentada na
Respostas letra “A” é a única para representar um lado.

01. Resposta: A. 07. Resposta: B.


A diferença entre os números estampados nas cartas 1 e 2, Como na 3ª figura completou-se um círculo, para
em cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta e, além completar 16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16: 3. 16 =
disso, o naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, dentro das 48. Portanto, na 48ª figura existirão 16 círculos.
opções dadas só pode ser a da opção (A).

Raciocínio Lógico-Matemático 46
APOSTILAS OPÇÃO

08. Resposta: B. algarismos. E do número 124 até o número 128 existem mais
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, 12 algarismos. Somando todos os valores, tem-se: 9 + 180 + 75
continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de + 12 = 276 algarismos. Logo, conclui-se que o algarismo que
número 277 ocupa, então, a mesma posição das figuras que ocupa a 276ª posição é o número 8, que aparece no número
representam número 5n + 2, com n ∈ N. Ou seja, a 277ª figura 128.
corresponde à 2ª figura, que é representada pela letra “B”.
16. Resposta: D.
09. Resposta: D. Na 1ª linha, internamente, a 1ª figura possui 2 “orelhas”, a
A regularidade que obedece a sequência acima não se dá 2ª figura possui 1 “orelha” no lado esquerdo e a 3ª figura
por padrões numéricos e sim pela letra que inicia cada possui 1 “orelha” no lado direito. Esse fato acontece, também,
número. “Dois, Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, Dezoito, na 2ª linha, mas na parte de cima e na parte de baixo,
Dezenove, ... Enfim, o próximo só pode iniciar também com internamente em relação às figuras. Assim, na 3ª linha
“D”: Duzentos. ocorrerá essa regra, mas em ordem inversa: é a 3ª figura da 3ª
linha que terá 2 “orelhas” internas, uma em cima e outra em
10. Resposta: C. baixo. Como as 2 primeiras figuras da 3ª linha não possuem
Esta sequência é regida pela inicial de cada número. Três, “orelhas” externas, a 3ª figura também não terá orelhas
Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número Trinta e um, externas. Portanto, a figura que deve substituir o ponto de
pois ele inicia com a letra “T”. interrogação é a 4ª.

11. Resposta: E. 17. Resposta: B.


Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras No 1º triângulo, o número que está no interior do triângulo
letras da palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida. Da dividido pelo número que está abaixo é igual à diferença entre
mesma forma, na 2ª linha, a palavra SOMA é retirada da o número que está à direita e o número que está à esquerda do
palavra AMOSTRA, pelas 4 primeiras letras invertidas. Com triângulo: 40 : 5 = 21 - 13 = 8.
isso, da palavra LAVRAR, ao se retirarem as 5 primeiras letras, A mesma regra acontece no 2º triângulo: 42 ÷ 7 = 23 - 17
na ordem invertida, obtém-se ARVAL. = 6.
Assim, a mesma regra deve existir no 3º triângulo:
12. Resposta: C. ? ÷ 3 = 19 – 7
Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas por ? ÷ 3 = 12
quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há cabeças com ? = 12 x 3 = 36.
círculo e com triângulo. Portanto, a cabeça da figura que está
faltando é um quadrado. As mãos das figuras estão levantadas, 18. Resposta: E.
em linha reta ou abaixadas. Assim, a figura que falta deve ter Verifique os intervalos entre os números que foram
as mãos levantadas (é o que ocorre em todas as alternativas). fornecidos. Dado os números 3, 12, 27, __, 75, 108, obteve-se os
As figuras apresentam as 2 pernas ou abaixadas, ou 1 perna seguintes 9, 15, __, __, 33 intervalos. Observe que 3x3, 3x5, 3x7,
levantada para a esquerda ou 1 levantada para a direita. Nesse 3x9, 3x11. Logo 3x7 = 21 e 3x 9 = 27. Então: 21 + 27 = 48.
caso, a figura que está faltando na 3ª linha deve ter 1 perna
levantada para a esquerda. Logo, a figura tem a cabeça 19. Resposta: B.
quadrada, as mãos levantadas e a perna erguida para a Observe que o numerador é fixo, mas o denominador é
esquerda. formado pela sequência:

13. Resposta: A. Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto


Existem duas leis distintas para a formação: uma para a 1 1x2=2 2x3=6 3x4= 4x5= 5x6=
parte superior e outra para a parte inferior. Na parte superior, 12 20 30
tem-se que: do 1º termo para o 2º termo, ocorreu uma
multiplicação por 2; já do 2º termo para o 3º, houve uma 20. Resposta: D.
subtração de 3 unidades. Com isso, X é igual a 5 multiplicado O que de início devemos observar nesta questão é a
por 2, ou seja, X = 10. Na parte inferior, tem-se: do 1º termo quantidade de B e de X em cada figura. Vejamos:
para o 2º termo ocorreu uma multiplicação por 3; já do 2º
termo para o 3º, houve uma subtração de 2 unidades. Assim, Y BBB BXB XXB
é igual a 10 multiplicado por 3, isto é, Y = 30. Logo, X + Y = 10 + XBX XBX XBX
30 = 40. BBB BXB BXX
7B e 2X 5B e 4X 3B e 6X
14. Resposta: A.
A sequência do alfabeto inicia-se na extremidade direita do Vê-se, que os “B” estão diminuindo de 2 em 2 e que os “X”
triângulo, pela letra “A”; aumenta a direita para a esquerda; estão aumentando de 2 em 2; notem também que os “B” estão
continua pela 3ª e 5ª linhas; e volta para as linhas pares na sendo retirados um na parte de cima e um na parte de baixo e
ordem inversa – pela 4ª linha até a 2ª linha. Na 2ª linha, então, os “X” da mesma forma, só que não estão sendo retirados,
as letras são, da direita para a esquerda, “M”, “N”, “O”, e a letra estão, sim, sendo colocados. Logo a 4ª figura é:
que substitui corretamente o ponto de interrogação é a letra
“P”. XXX
XBX
15. Resposta: B. XXX
A sequência de números apresentada representa a lista 1B e 8X
dos números naturais. Mas essa lista contém todos os
algarismos dos números, sem ocorrer a separação. Por 21. Resposta: D.
exemplo: 101112 representam os números 10, 11 e 12. Com Montando a série de Fibonacci temos: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13,
isso, do número 1 até o número 9 existem 9 algarismos. Do 21, 34... A resposta da questão é a alternativa “D”, pois como a
número 10 até o número 99 existem: 2 x 90 = 180 algarismos. questão nos diz, cada termo a partir do terceiro é igual à soma
Do número 100 até o número 124 existem: 3 x 25 = 75 de seus dois termos precedentes. 2 + 3 = 5

Raciocínio Lógico-Matemático 47
APOSTILAS OPÇÃO

22. Resposta: E. 27. Resposta: A.


A questão nos informa que ao se escrever alguma As letras que acompanham os números ímpares formam a
mensagem, cada letra será substituída pela letra que ocupa a sequência normal do alfabeto. Já a sequência que acompanha
quarta posição, além disso, nos informa que o código é os números pares inicia-se pela letra “E”, e continua de acordo
“circular”, de modo que a letra “U” vira “A”. Para decifrarmos, com a sequência normal do alfabeto: 2ª letra: E, 4ª letra: F, 6ª
temos que perceber a posição do emissor e do receptor. O letra: G, 8ª letra: H, 10ª letra: I e 12ª letra: J.
emissor ao escrever a mensagem conta quatro letras à frente
para representar a letra que realmente deseja, enquanto que o 28. Resposta: D.
receptor, deve fazer o contrário, contar quatro letras atrás Escrevendo os nomes dos animais apresentados na lista –
para decifrar cada letra do código. No caso, nos foi dada a frase MARÁ, PERU, TATU e URSO, na seguinte ordem: PERU, MARÁ,
para ser decifrada, vê-se, pois, que, na questão, ocupamos a TATU e URSO, obtém-se na tabela:
posição de receptores. Vejamos a mensagem: BSA HI EDAP.
Cada letra da mensagem representa a quarta letra anterior de P E R U
modo que: M A R A
VxzaB: B na verdade é V;
T A T U
OpqrS: S na verdade é O;
UvxzA: A na verdade é U; U R S O
DefgH: H na verdade é D;
EfghI: I na verdade é E; O nome do animal é PATO. Considerando a ordem do
AbcdE: E na verdade é A; alfabeto, tem-se: P = 15, A = 1, T = 19 e 0 = 14. Somando esses
ZabcD: D na verdade é Z; valores, obtém-se: 15 + 1 + 19 + 14 = 49.
UvxaA: A na verdade é U;
LmnoP: P na verdade é L; 29. Resposta: B.
Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas: letra
23. Resposta: B. “A”. Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras deverão ser
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com as mesmas da 3ª sequência de letras: “O”. A 3ª letra da 2ª
a outra e, em seguida, nos traz uma sequência numérica. É sequência é a próxima letra do alfabeto depois da 3ª letra da
perguntado qual sequência numérica tem a mesma ralação 1ª sequência de letras. Portanto, na 4ª sequência de letras, a 3ª
com a sequência numérica fornecida, de maneira que, a relação letra é a próxima letra depois de “B”, ou seja, a letra “C”. Em
entre as palavras e a sequência numérica é a mesma. relação à primeira letra, tem-se uma diferença de 7 letras entre
Observando as duas palavras dadas, podemos perceber a 1ª letra da 1ª sequência e a 1ª letra da 2ª sequência. Portanto,
facilmente que têm cada uma 6 letras e que as letras de uma se entre a 1ª letra da 3ª sequência e a 1ª letra da 4ª sequência,
repete na outra em uma ordem diferente. Tal ordem, nada deve ocorrer o mesmo fato. Com isso, a 1ª letra da 4ª sequência
mais é, do que a primeira palavra de trás para frente, de é a letra “T”. Logo, a 4ª sequência de letras é: T, O, C, O, ou seja,
maneira que SOCIAL vira LAICOS. Fazendo o mesmo com a TOCO.
sequência numérica fornecida, temos: 231678 viram 876132,
sendo esta a resposta. 30. Resposta: C.
Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras letras do
24. Resposta: A. alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra da sequência. Na
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com 2ª sequência, continua-se da 3ª letra da sequência anterior,
a outra, e em seguida, nos traz uma sequência numérica. Foi formando-se DEF, voltando-se novamente, para a 1ª letra
perguntado qual a sequência numérica que tem relação com a desta sequência: D. Com isto, na 3ª sequência, têm-se as letras
já dada de maneira que a relação entre as palavras e a HIJ, voltando-se para a 1ª letra desta sequência: H. Com isto, a
sequência numérica é a mesma. Observando as duas palavras 4ª sequência iniciará pela letra L, continuando por M e N,
dadas podemos perceber facilmente que tem cada uma 6 letras voltando para a letra L. Logo, a 4ª sequência da letra é: LMNL.
e que as letras de uma se repete na outra em uma ordem
diferente. Essa ordem diferente nada mais é, do que a primeira 31. Resposta: E.
palavra de trás para frente, de maneira que SALTA vira ATLAS. Do 1º termo para o 2º termo, ocorreu um acréscimo de 1
Fazendo o mesmo com a sequência numérica fornecida temos: unidade. Do 2º termo para o 3º termo, ocorreu a multiplicação
25435 vira 53452, sendo esta a resposta. do termo anterior por 3. E assim por diante, até que para o 7º
termo temos 13 . 3 = 39. 8º termo = 39 + 1 = 40. 9º termo = 40
25. Resposta: E. . 3 = 120. 10º termo = 120 + 1 = 121. 11º termo = 121 . 3 = 363.
Pelo número 86.547, tem-se que 86, 65, 54 e 47 não 12º termo = 363 + 1 = 364. 13º termo = 364 . 3 = 1.092.
acontecem no número procurado. Do número 48.675, as Portanto, podemos concluir que o 13º termo da sequência é
opções 48, 86 e 67 não estão em nenhum dos números um número maior que 1.000.
apresentados nas alternativas. Portanto, nesse número a
coincidência se dá no número 75. Como o único número 32. Resposta: D.
apresentado nas alternativas que possui a sequência 75 é Da palavra “ardoroso”, retiram-se as sílabas “do” e “ro” e
46.875, tem-se, então, o número procurado. inverteu-se a ordem, definindo-se a palavra “rodo”. Da mesma
forma, da palavra “dinamizar”, retiram-se as sílabas “na” e
26. Resposta: D. “mi”, definindo-se a palavra “mina”. Com isso, podemos
O primeiro símbolo representa a divisão e o 2º símbolo concluir que da palavra “maratona”. Deve-se retirar as sílabas
representa a soma. Portanto, na 1ª linha, tem-se: 36  4 + 5 = “ra” e “to”, criando-se a palavra “tora”.
9 + 5 = 14. Na 2ª linha, tem-se: 48  6 + 9 = 8 + 9 = 17. Com isso,
na 3ª linha, ter-se-á: 54  9 + 7 = 6 + 7 = 13. Logo, podemos 33. Resposta: A.
concluir então que o ponto de interrogação deverá ser Na primeira sequência, a palavra “azar” é obtida pelas
substituído pelo número 13. letras “a” e “z” em sequência, mas em ordem invertida. Já as
letras “a” e “r” são as 2 primeiras letras da palavra
“arborizado”. A palavra “dias” foi obtida da mesma forma: As
letras “d” e “i” são obtidas em sequência, mas em ordem

Raciocínio Lógico-Matemático 48
APOSTILAS OPÇÃO

invertida. As letras “a” e “s” são as 2 primeiras letras da 40.


palavra “asteroides”. Com isso, para a palavras “articular”,
considerando as letras “i” e “u”, que estão na ordem invertida,
e as 2 primeiras letras, obtém-se a palavra “luar”.

34. O nome da sequência é Sequência de Fibonacci. O


número que vem é sempre a soma dos dois números
imediatamente atrás dele. A sequência correta é: 1, 1, 2, 3, 5, 8,
13, 21, 34, 55, 89, 144, 233...

35.
Dia Subida Descida
1º 2m 1m
41.
2º 3m 2m 12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
3º 4m 3m 12.345.679 × (3×9) = 333.333.333
4º 5m 4m ... ...
5º 6m 5m 12.345.679 × (6×9) = 666.666.666
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multiplicar
6º 7m 6m 12.345.679 por (9x9) = 81
7º 8m 7m
8º 9m 8m 42.
9º 10m ----

Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do poço.

36. 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 – 91 –
92 – 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são necessários
20 algarismos.

37.

43.
= 16

= 09

44. Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de cada par


de cartas é igual a 14 e o naipe de paus sempre forma par com
o naipe de espadas. Portanto, a carta que está faltando é o 6 de
= 04 espadas.

45.

=01

Portanto, há 16 + 9 + 4 + 1 = 30 quadrados.

38.

46. Observe que:

3 6 18 72 360 2160 15120


x2 x3 x4 x5 x6 x7

39. Os símbolos são como números em frente ao espelho. Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120 x 8
Assim, o próximo símbolo será 88. = 120.960

Raciocínio Lógico-Matemático 49
APOSTILAS OPÇÃO

47. Conceitos
Premissas (proposições): são afirmações que podem ser
verdadeiras ou falsas. Com base nelas que os argumentos são
compostos, ou melhor, elas possibilitam que o argumento seja
aceito.

Inferência: é o processo a partir de uma ou mais


premissas se chegar a novas proposições. Quando a inferência
48.
é dada como válida, significa que a nova proposição foi aceita,
podendo ela ser utilizada em outras inferências.

Conclusão: é a proposição que contém o resultado final da


inferência e que esta alicerçada nas premissas. Para separa as
premissas das conclusões utilizam-se expressões como “logo,
...”, “portanto, ...”, “por isso, ...”, entre outras.

Sofisma: é um raciocínio falso com aspecto de verdadeiro.

Falácia: é um argumento inválido, sem fundamento ou


49.
tecnicamente falho na capacidade de provar aquilo que
enuncia.

Silogismo: é um raciocínio composto de três proposições,


dispostas de tal maneira que a conclusão é verdadeira e deriva
logicamente das duas primeiras premissas, ou seja, a
conclusão é a terceira premissa.

O argumento é uma fórmula constituída de premissas e


conclusões (dois elementos fundamentais da argumentação)
conforme dito no início temos:

50.

Todas as PREMISSAS tem uma CONCLUSÃO. Os exemplos


acima são considerados silogismos.
Um argumento de premissas P1, P2, ..., Pn e de conclusão
Compreensão do processo Q, indica-se por:
lógico que, a partir de um P1, P2, ..., Pn |----- Q
conjunto de hipóteses, conduz,
Argumentos Válidos
de forma válida, a conclusões Um argumento é VÁLIDO (ou bem construído ou legítimo)
determinadas. quando a conclusão é VERDADEIRA (V), sempre que as
premissas forem todas verdadeiras (V). Dizemos, também, que
um argumento é válido quando a conclusão é uma
No estudo da Lógica Matemática, a dedução formal é a consequência obrigatória das verdades de suas premissas. Ou
principal ferramenta para o raciocínio válido de um seja:
argumento. Ela avalia de forma genérica as conclusões que a
argumentação pode tomar, quais dessas conclusões são A verdade das premissas é incompatível com a falsidade da
válidas e quais são inválidas (falaciosas). Ainda na Lógica conclusão.
Matemática, estudam-se as formas válidas de inferência de
uma linguagem formal ou proposicional constituindo-se, Um argumento válido é denominado tautologia quando
assim, a teoria da argumentação. assumir, somente, valorações verdadeiras,
Um argumento é um conjunto finito de premissas – independentemente de valorações assumidas por suas
proposições –, sendo uma delas a consequência das demais. estruturas lógicas.
Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou
consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Argumentos Inválidos
Um argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q, em Um argumento é dito INVÁLIDO (ou falácia, ou ilegítimo ou
que os Pis (P1, P2, P3...) e Q são fórmulas simples ou mal construído), quando as verdades das premissas são
compostas. Nesse argumento, as fórmulas Pis (P1, P2, P3...) são insuficientes para sustentar a verdade da conclusão.
chamadas premissas e a fórmula Q é chamada conclusão. Caso a conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências
geradas pelas verdades de suas premissas, tem-se como
conclusão uma contradição (F).
Um argumento não válido diz-se um SOFISMA.

Raciocínio Lógico-Matemático 50
APOSTILAS OPÇÃO

- A verdade e a falsidade são propriedades das P3: Rita não foi à festa e Paula não ficou em casa: (V)
proposições.
- Já a validade e a invalidade são propriedades inerentes Nesse caso, não há um “ponto de referência”, ou seja, não
aos argumentos. temos uma proposição simples que faça parte desse
- Uma proposição pode ser considerada verdadeira ou argumento; logo, tomaremos como verdade a conjunção da
falsa, mas nunca válida e inválida. premissa “P3”, já que uma conjunção é considerada verdadeira
- Não é possível ter uma conclusão falsa se as somente quando suas partes forem verdadeiras. Assim,
premissas são verdadeiras. teremos a confirmação dos seguintes valores lógicos
- A validade de um argumento depende exclusivamente verdadeiros: “Rita não foi à festa” (1º passo) e “Paula não ficou
da relação existente entre as premissas e conclusões. em casa” (2º passo).
P1: Se Ana vai à festa, então Marta não vai à festa.
P2: Se Paula não fica em casa, então Marta vai à festa.

Critérios de Validade de um argumento


Pelo teorema temos:

Um argumento P1, P2, ..., Pn |---- Q é VÁLIDO se e somente se a Ao confirmar a proposição simples “Paula não fica em casa”
condicional: como verdadeira, estaremos confirmando, também, como
(P1 ^ P2 ^ ...^ Pn) → Q é tautológica.
verdadeira a 1ª parte da condicional da premissa “P2” (3º
passo).
Métodos para testar a validade dos argumentos
P1: Se Ana vai à festa, então Marta não vai à festa.
Estes métodos nos permitem, por dedução (ou inferência),
atribuirmos valores lógicos as premissas de um argumento
para determinarmos uma conclusão verdadeira.
Também podemos utilizar diagramas lógicos caso sejam
estruturas categóricas (frases formadas pelas palavras ou
quantificadores: todo, algum e nenhum).
Se a 1ª parte de uma condicional for verdadeira, logo, a 2ª
parte também deverá ser verdadeira, já que uma verdade
Os métodos consistem em:
implica outra verdade. Assim, concluímos que “Marta vai à
1) Atribuição de valores lógicos: o método consiste na
festa” (4º passo).
dedução dos valores lógicos das premissas de um
P1: Se Ana vai à festa, então Marta não vai à festa.
argumento, a partir de um “ponto de referência inicial” que,
geralmente, será representado pelo valor lógico de uma
premissa formada por uma proposição simples. Lembramos
que, para que um argumento seja válido, partiremos do
pressuposto que todas as premissas que compõem esse
argumento são, na totalidade, verdadeiras.
Para dedução dos valores lógicos, utilizaremos como Sabendo-se que “Marta vai à festa” é uma proposição
auxílio a tabela-verdade dos conectivos. simples verdadeira, então a 2ª parte da condicional da
premissa P1 será falsa (5º passo). Lembramos que, sempre
que confirmarmos como falsa a 2ª parte de uma condicional,
devemos confirmar também como falsa a 1ª parte (6º passo),
já que F → F: V.

Exemplos
01. Seja um argumento formado pelas seguintes
premissas: Se Ana vai à festa, então Marta não vai à festa. Se
Paula não fica em casa, então Marta vai à festa. Nem Rita foi à Portanto, de acordo com os valores lógicos atribuídos,
festa, nem Paula ficou em casa. podemos obter as seguintes conclusões: “Ana não vai à festa”;
Sejam as seguintes premissas: “Marta vai à festa”; “Paula não fica em casa” e “Rita não foi
P1: Se Ana vai à festa, então Marta não vai à festa. à festa”.
P2: Se Paula não fica em casa, então Marta vai à festa.
P3: Nem Rita foi à festa, nem Paula ficou em casa. 02. Seja um argumento formado pelas seguintes
Inicialmente, reescreveremos a última premissa “P3” na premissas: Se Pedro é pintor, então Eduardo não é eletricista.
forma de uma conjunção, já que a forma “nem A, nem B” pode Saulo é síndico ou Eduardo é eletricista. Paulo é porteiro se, e
ser também representada por “não A e não B”. Portanto, somente se, Saulo não é síndico.
teremos: Sejam as seguintes premissas:
Então, sejam as premissas: P1: Se Pedro é pintor, então Eduardo não é eletricista.
P1: Se Ana vai à festa, então Marta não vai à festa. P2: Saulo é síndico ou Eduardo é eletricista.
P2: Se Paula não fica em casa, então Marta vai à festa. P3: Paulo é porteiro se, e somente se, Saulo não é síndico.
P3: Rita não foi à festa e Paula não ficou em casa.
Lembramos que, para que esse argumento seja válido,
Lembramos que, para que esse argumento seja válido, todas as premissas que o compõem deverão ser,
todas as premissas que o compõem deverão ser necessariamente, verdadeiras.
necessariamente verdadeiras. P1: Se Pedro é pintor, então Eduardo não é eletricista: (V)
P1: Se Ana vai à festa, então Marta não vai à festa: (V) P2: Saulo é síndico ou Eduardo é eletricista: (V)
P2: Se Paula não fica em casa, então Marta vai à festa: (V) P3: Paulo é porteiro se, e somente se, Saulo não é síndico:

Raciocínio Lógico-Matemático 51
APOSTILAS OPÇÃO

(V)
Caso o argumento não possua uma proposição simples
(ponto de referência inicial) ou uma conjunção ou uma
disjunção exclusiva, então as deduções serão iniciadas pela
bicondicional, caso exista.
Sendo P3 uma bicondicional, e sabendo-se que toda
bicondicional assume valoração verdadeira somente
quando suas partes são verdadeiras ou falsas,
simultaneamente, então consideraremos as duas partes da
bicondicional como sendo verdadeiras (1º e 2º passos), por
dedução. (Fonte: http://www.marilia.unesp.br)
P1: Se Pedro é pintor, então Eduardo não é eletricista.
O caso onde as premissas são verdadeiras e a conclusão
é falsa está sinalizada na tabela acima pelo asterisco. Observe
também, na linha 4, que as premissas são verdadeiras e a
conclusão é verdadeira. Chegamos através dessa análise que o
Confirmando-se a proposição simples “Saulo não é síndico”
argumento não é valido.
como verdadeira, então a 1ª parte da disjunção em P2 será
valorada como falsa (3º passo). Se uma das partes de uma
2o caso: quando o argumento é representado por uma
disjunção for falsa, a outra parte “Eduardo é eletricista” deverá
sequência lógica de premissas, sendo a última sua conclusão, e
ser necessariamente verdadeira, para que toda a disjunção
é questionada a sua validade.
assuma valoração verdadeira (4º passo).
Exemplo:
P1: Se Pedro é pintor, então Eduardo não é eletricista.
“Se leio, então entendo. Se entendo, então não
compreendo. Logo, compreendo.”
P1: Se leio, então entendo.
P2: Se entendo, então não compreendo.
C: Compreendo.
Se o argumento acima for válido, então, teremos a seguinte
estrutura lógica (fórmula) representativa desse argumento:
Ao confirmar como verdadeira a proposição simples P1 ∧ P2 → C
“Eduardo é eletricista”, então a 2ª parte da condicional em P1
será falsa (5º passo). Se a 2ª parte de uma condicional for Representando inicialmente as proposições primitivas
valorada como falsa, então a 1ª parte também deverá ser “leio”, “entendo” e “compreendo”, respectivamente, por “p”,
considerada falsa (6º passo), para que seu valor lógico seja “q” e “r”, teremos a seguinte fórmula argumentativa:
considerado verdadeiro (F → F: V). P1: p → q
P2: q → ~r
C: r
[(p → q) ∧ (q → ~r)] → r ou

Portanto, de acordo com os valores lógicos atribuídos, Montando a tabela verdade temos (vamos montar o passo
podemos obter as seguintes conclusões: “Pedro não é pintor”; a passo):
“Eduardo é eletricista”; “Saulo não é síndico” e “Paulo é P q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r
porteiro”.
V V V V V V V F V
Caso o argumento não possua uma proposição simples “ponto
de referência inicial”, devem-se iniciar as deduções pela V V F V V V V V F
conjunção, e, caso não exista tal conjunção, pela disjunção
exclusiva ou pela bicondicional, caso existam. V F V V F F F F V

2) Método da Tabela – Verdade: para resolvermos temos V F F V F F F V F


que levar em considerações dois casos.
1º caso: quando o argumento é representado por uma F V V F V V V F V
fórmula argumentativa.
F V F F V V V V F
Exemplo:
A → B ~A = ~B F F V F V F F F V
Para resolver vamos montar uma tabela dispondo todas as
proposições, as premissas e as conclusões afim de chegarmos F F F F V F F V F
a validade do argumento.
1º 2º 1º 1º 1º 1º

Raciocínio Lógico-Matemático 52
APOSTILAS OPÇÃO

P q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r sofisma embora tenha premissas e conclusões verdadeiras.

Implicações tautológicas: a utilização da tabela verdade


V V V V V V V F F V
em alguns casos torna-se muito trabalhoso, principalmente
quando o número de proposições simples que compõe o
V V F V V V V V V F
argumento é muito grande, então vamos aqui ver outros
métodos que vão ajudar a provar a validade dos argumentos.
V F V V F F F V F V
3.1 - Método da adição (AD)
V F F V F F F V V F

F V V F V V V F F V

3.2 - Método da adição (SIMP)


F V F F V V V V V F
1º caso:
F F V F V F F V F V

F F F F V F F V V F
2º caso:
1º 2º 1º 1º 3º 1º 1º

P q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r
3.3 - Método da conjunção (CONJ)
1º caso:
V V V V V V F V F F V

V V F V V V V V V V F

V F V V F F F F V F V
2º caso:
V F F V F F F F V V F

F V V F V V F V F F V
3.4 - Método da absorção (ABS)
F V F F V V V V V V F

F F V F V F V F V F V

F F F F V F V F V V F 3.5 – Modus Ponens (MP)

1º 2º 1º 4º 1º 3º 1º 1º

P q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r 3.6 – Modus Tollens (MT)

V V V V V V F V F F V V

V V F V V V V V V V F F
3.7 – Dilema construtivo (DC)
V F V V F F F F V F V V

V F F V F F F F V V V F

F V V F V V F V F F V V
3.8 – Dilema destrutivo (DD)
F V F F V V V V V V F F

F F V F V F V F V F V V

F F F F V F V F V V F F
3.9 – Silogismo disjuntivo (SD)
1º 2º 1º 4º 1º 3º 1º 5º 1º 1º caso:

Sendo a solução (observado na 5a resolução) uma


contingência (possui valores verdadeiros e falsos), logo, esse
argumento não é válido. Podemos chamar esse argumento de

Raciocínio Lógico-Matemático 53
APOSTILAS OPÇÃO

2º caso: Conclusão: “Se neva, então o dia está claro”.

Observe que: As proposições simples “nevar” e “o dia está


claro” só apareceram uma vez no conjunto de premissas do
argumento anterior.

3.10 – Silogismo hipotético (SH) 2º caso - quando a condicional conclusiva é formada por,
apenas, uma proposição simples que aparece em ambas as
partes da condicional conclusiva, sendo uma a negação da
outra. As demais proposições simples são eliminadas pelo
processo natural do produto lógico.
Neste caso, na condicional conclusiva, a 1ª parte deverá
3.11 – Exportação e importação.
necessariamente ser FALSA, e a 2ª parte, necessariamente
VERDADEIRA.
1º caso: Exportação
Tome Nota:
Nos dois casos anteriores, pode-se utilizar o recurso de
equivalência da contrapositiva (contraposição) de uma
2º caso: Importação condicional, para que ocorram os devidos reajustes entre as
proposições simples de uma determinada condicional que
resulte no produto lógico desejado.
(p → q) ~q → ~p

Produto lógico de condicionais: este produto consiste na Exemplo


dedução de uma condicional conclusiva – que será a Seja o argumento: Se Ana trabalha, então Beto não estuda.
conclusão do argumento –, decorrente ou resultante de Se Carlos não viaja, então Beto não estuda. Se Carlos viaja, Ana
várias outras premissas formadas por, apenas, trabalha.
condicionais. Temos então o argumento formado pelas seguintes
Ao efetuar o produto lógico, eliminam-se as proposições premissas:
simples iguais que se localizam em partes opostas das P1: Se Ana viaja, então Beto não trabalha.
condicionais que formam a premissa do argumento, P2: Se Carlos não estuda, então Beto não trabalha.
resultando em uma condicional denominada condicional P3: Se Carlos estuda, Ana viaja.
conclusiva. Vejamos o exemplo: Denotando as proposições simples teremos:
p: Ana trabalha
q: Beto estuda
r: Carlos viaja
Montando o produto lógico teremos:

Conclusão: “Beto não estuda”.

3º caso - aplicam-se os procedimentos do 2o caso em,


Nós podemos aplicar a soma lógica em três casos: apenas, uma parte das premissas do argumento.
1º caso - quando a condicional conclusiva é formada pelas Exemplo
proposições simples que aparecem apenas uma vez no Se Nivaldo não é corintiano, então Márcio é palmeirense.
conjunto das premissas do argumento. Se Márcio não é palmeirense, então Pedro não é são-paulino.
Exemplo Se Nivaldo é corintiano, Pedro é são-paulino. Se Nivaldo é
Dado o argumento: Se chove, então faz frio. Se neva, então corintiano, então Márcio não é palmeirense.
chove. Se faz frio, então há nuvens no céu .Se há nuvens no Então as premissas que formam esse argumento são:
céu ,então o dia está claro. P1: Se Nivaldo não é corintiano, então Márcio é
Temos então o argumento formado pelas seguintes palmeirense.
premissas: P2: Se Márcio não é palmeirense, então Pedro não é são-
P1: Se chove, então faz frio. paulino.
P2: Se neva, então chove. P3: Se Nivaldo é corintiano, Pedro é são-paulino.
P3: Se faz frio, então há nuvens no céu. P4: Se Nivaldo é corintiano, então Márcio não é
P4: Se há nuvens no céu, então o dia está claro. palmeirense.
Denotando as proposições temos:
Vamos denotar as proposições simples: p: Nivaldo é corintiano
p: chover q: Márcio é palmeirense
q: fazer frio r: Pedro é são paulino
r: nevar Efetuando a soma lógica:
s: existir nuvens no céu
t: o dia está claro
Montando o produto lógico teremos:

Raciocínio Lógico-Matemático 54
APOSTILAS OPÇÃO

Vamos aplicar o produto lógico nas 3 primeiras premissas D = Faz frio


(P1,P2,P3) teremos: E = Fernando está estudando
F = É noite
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
Lembramos a tabela verdade da condicional:

A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª


Conclusão: “Márcio é palmeirense”. falsa, utilizando isso temos:
O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então
Referências Fernando estava estudando. // B → ~E
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
Iniciando temos:
Nobel – 2002. 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A →
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio ~B = V – para que o argumento seja válido temos que Quando
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. chove tem que ser F.
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema
Questões (V). // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que
Maria vai ao cinema tem que ser V.
01. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016) 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C
Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras. → ~D = V - para que o argumento seja válido temos que Quando
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. Cláudio sai de casa tem que ser F.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (V). // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está
• Quando Fernando está estudando, não chove. estudando pode ser V ou F.
• Durante a noite, faz frio. 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
Tendo como referência as proposições apresentadas, Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria
julgue o item subsecutivo. foi ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. F); pois temos dois valores lógicos para chegarmos à
( ) Certo ( ) Errado conclusão (V ou F).
02. (STJ – Conhecimentos Gerais para o cargo 17 – 02. Resposta: Errado.
CESPE) Mariana é uma estudante que tem grande apreço pela Se o argumento acima for válido, então, teremos a seguinte
matemática, apesar de achar essa uma área muito difícil. estrutura lógica (fórmula) representativa desse argumento:
Sempre que tem tempo suficiente para estudar, Mariana é P1 ∧ P2 → C
aprovada nas disciplinas de matemática que cursa na Organizando e resolvendo, temos:
faculdade. Neste semestre, Mariana está cursando a disciplina A: Mariana aprende o conteúdo de Cálculo 1
chamada Introdução à Matemática Aplicada. No entanto, ela B: Mariana aprende o conteúdo de Química Geral
não tem tempo suficiente para estudar e não será aprovada C: Mariana é aprovada em Química Geral
nessa disciplina. Argumento: [(A → B) ∧ (B → C)] ⇒ C
A partir das informações apresentadas nessa situação Vamos ver se há a possibilidade de a conclusão ser falsa e
hipotética, julgue o item a seguir, acerca das estruturas lógicas. as premissas serem verdadeiras, para sabermos se o
Considerando-se as seguintes proposições: p: “Se Mariana argumento é válido:
aprende o conteúdo de Cálculo 1, então ela aprende o conteúdo Testando C para falso:
de Química Geral”; q: “Se Mariana aprende o conteúdo de (A → B) ∧ (B →C)
Química Geral, então ela é aprovada em Química Geral”; c: (A →B) ∧ (B → F)
“Mariana foi aprovada em Química Geral”, é correto afirmar Para obtermos um resultado V da 2º premissa, logo B têm
que o argumento formado pelas premissas p e q e pela que ser F:
conclusão c é um argumento válido. (A → B) ∧ (B → F)
( ) Certo ( ) Errado (A → F) ∧ (F → F)
(F → F) ∧ (V)
03. (Petrobras – Técnico (a) de Exploração de Petróleo Para que a primeira premissa seja verdadeira, é preciso
Júnior – Informática – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma que o “A” seja falso:
fada, então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então (A → F) ∧ (V)
Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então (F → F) ∧ (V)
Tristeza é uma bruxa. (V) ∧ (V)
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo (V)
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo. Então, é possível que o conjunto de premissas seja
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um verdadeiro e a conclusão seja falsa ao mesmo tempo, o que nos
centauro. leva a concluir que esse argumento não é válido.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada 03. Resposta: B.
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Tristeza
não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como
Respostas conclusão o valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo
01. Resposta: Errado. (F) → V
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um
premissas chegamos a uma conclusão. Enumerando as centauro (F) → V
premissas: (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma
A = Chove bruxa(F) → V
B = Maria vai ao cinema (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
C = Cláudio fica em casa
Raciocínio Lógico-Matemático 55
APOSTILAS OPÇÃO

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Então concluímos que:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.

ARGUMENTOS FALACIOSOS

Uma falácia (ou sofisma) é uma espécie de mentira, é um


argumento logicamente inconsistente, inválido. São
argumentos que se destinam à persuasão e podem parecer
convincentes para grande parte do público apesar de
conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa
disso. Reconhecer as falácias é por vezes difícil.
Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional,
íntima, psicológica, mas não validade lógica. É importante - Pergunta complexa: apresentar duas proposições
conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na conectadas como se fossem uma única proposição, tratando-se
própria argumentação e para analisar a argumentação alheia. de assuntos que não tenham relação, pressupondo-se que já se
tenha dado uma resposta a uma pergunta anterior.
Exemplos:
Você não é a favor do aborto e da liberdade feminina?
Você é a favor da pena de morte e da luta contra
impunidade?

- Composição: concluir que uma propriedade


compartilhada por um número de elementos em particular,
também é compartilhada por um conjunto desses elementos;
ou que as propriedades de uma parte do objeto devem ser as
As falácias podem ser classificadas como: mesmas nele inteiro.
Exemplo:
Formais: são erros de raciocínio que resultam Essa bicicleta é feita inteiramente de componentes de
exclusivamente da sua forma lógica, isto é, da sua estrutura baixa densidade, logo é muito leve.
interna.
Não formais: são erros de raciocínio que não resultam - Divisão (oposto da composição): assumir que a
exclusivamente da forma lógica, mas do conteúdo. Isto é, da propriedade de um elemento deve aplicar-se às suas partes; ou
sua relação com a realidade e com o contexto em que se que uma propriedade de um conjunto de elementos é
inserem. compartilhada por todos.
Exemplos:
Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos.
Formigas podem destruir uma árvore. Logo, essa formiga
também pode.

- Petição por princípio: ocorre quando as premissas são


pelo menos tão questionáveis quanto as conclusões atingidas.
Exemplo:
Tipos de falácias Não posso acreditar nisso, porque é mentira.
Abaixo temos as mais comuns falácias lógicas
argumentativas. Alguns tipos de falácias são chamadas de - Causa Falsa ou falsa causa: uma relação real ou
apelos. Os mesmo possuem a intenção de neutralizar o senso percebida entre duas coisas significa que uma é a causa da
crítico do interlocutor para que uma mensagem errônea seja outra.
aceita de forma irrefletida. Uma variação dessa falácia é a “cum hoc ergo propter hoc”
(com isto, logo por causa disto), na qual alguém supõe que,
- Falso dilema: apresentar apenas duas opções, quando, pelo fato de duas coisas estarem acontecendo juntas, uma é a
na verdade, existem mais. causa da outra. Este erro consiste em ignorar a possibilidade
Exemplos: de que possa haver uma causa em comum para ambas, ou,
Brasil: ame-o ou deixe-o. como mostrado no exemplo abaixo, que as duas coisas em
Você não suporta seu marido? Separe-se! questão não tenham absolutamente nenhuma relação de
Ou eu colo na prova ou eu serei reprovado. causa, e a sua aparente conexão é só uma coincidência.
Exemplo:
Os fabricantes de bebida gaseificada apontam pesquisas que
mostram que, dos cinco países onde a bebida é mais vendida, três
estão na lista dos dez países mais saudáveis do mundo, logo,
bebida gaseificada é saudável.

- Causa complexa: supervalorizar uma causa que faz parte


de um sistema, ou seja, é a identificação de apenas parte das
causas de um evento.

Raciocínio Lógico-Matemático 56
APOSTILAS OPÇÃO

Exemplo:
O acidente não teria ocorrido se não fosse a má localização
da árvore.

- Regra geral: ocorre quando uma regra geral é aplicada a


um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.
Exemplo:
Cristãos geralmente não gostam de ateus. Você é um cristão,
então você não deve gostar de ateus.

- Ataque à Pessoa (apelo): atacar ou desmoralizar a


pessoa e não seus argumentos. Pensa-se que, ao se atacar a
pessoa, pode-se enfraquecer ou anular sua argumentação.
Exemplos:
Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo.
Se foi um político que disse isso, certamente é desonesto.
- Falsa indução: é o oposto da Regra Geral. Ocorre quando
uma regra específica é atribuída ao caso genérico.
Exemplos:
Minha namorada me traiu. Logo, as mulheres tendem à
traição.

- Espantalho: consiste em criar ideias reprováveis ou fracas,


atribuindo-as à posição oposta.
Exemplos:
Depois de Felipe dizer que o governo deveria investir mais
em saúde e educação, Jader respondeu dizendo estar surpreso
que Felipe odeie tanto o Brasil, a ponto de querer deixar o nosso
país completamente indefeso, sem verba militar.

- Falácia da falácia: consiste em argumentar que uma


proposição é falsa porque foi apresentada como a conclusão de
um argumento falacioso. Lembre-se que um argumento
falacioso pode chegar a conclusões verdadeiras.
Exemplo:
Percebendo que Lia cometeu uma falácia ao defender que - Apelo à ignorância: concluir que algo é verdadeiro por
devemos comer alimentos saudáveis porque eles são populares, não ter sido provado que é falso, ou que algo é falso por não ter
Alice resolveu ignorar a posição de Lia por completo e comer sido provado que é verdadeiro.
hambúrguer todos os dias. Exemplo:
Existe vida em outro planeta, pois nunca provaram o
contrário.
- Falácia da diversão: introdução de material irrelevante
ao ponto em discussão, em geral com o objetivo de desviar o
argumento para outra conclusão, muitas vezes mais fácil de ser
combatido.
Exemplo:
Não acho que homens e mulheres devam ganhar o mesmo
salário por funções iguais. Sou contra a igualdade entre os sexos.
Em um shopping center, imagine o que aconteceria se os
banheiros fossem unissex: tanto homens quanto mulheres se
sentiriam desconfortáveis. Você não acha que tenho razão?

- Apelo a força: ameaçar com consequências desagradáveis


se não for aceita ou acatada a proposição apresentada.
Exemplos:
Você deve se enquadrar nas novas normas do setor. Ou quer
perder o emprego?
Acredite em Deus, senão queimará eternamente no Inferno.

Raciocínio Lógico-Matemático 57
APOSTILAS OPÇÃO

Logo, uma dieta vegetariana é a mais saudável.

- Apelo à emoção: tenta-se manipular uma resposta


emocional no lugar de um argumento válido ou convincente. Comunicação eficiente de argumentos
Apelos à emoção são relacionados a medo, inveja, ódio, pena, Ao formular argumentos, é possível distinguir alguns
orgulho, entre outros. elementos explícitos, que aparecem claramente, e implícitos,
É importante dizer que às vezes um argumento logicamente que não estão descritos claramente no texto, mas podem ser
coerente pode inspirar emoção, ou ter um aspecto emocional, subentendidos. Os elementos implícitos precisam ser
mas o problema e a falácia acontecem quando a emoção é usada decodificados pelo pensador crítico. São considerados elementos
no lugar de um argumento lógico. Ou, para tornar menos claro implícitos de um argumento:
o fato de que não existe nenhuma relação racional e convincente
para justificar a posição de alguém. - Premissas subjacentes: são ideias necessárias para
Exemplos: compreendermos adequadamente o significado das
O papai fica triste quando você faz isso, não faça mais isso. comunicações e cuja descoberta exige uma análise daquilo em
Me dê dinheiro, pois estou com fome. que o autor baseou seu raciocínio.
Exemplo:
Dizem que o pessoal da ANATEL é muito competente, mas
Luiz Carlos não tem se saído bem. (Para esse argumento ser
coerente, a premissa subjacente é que Luiz Carlos seja
funcionário da ANATEL)

- Pressupostos semânticos: são ideias não expressas


explicitamente mas, de alguma forma, contidas no próprio
significado das palavras.
Exemplo:
Desde que casei, nunca mais morei sozinha. (Pela definição
- Apelo popular: sustentar uma proposição por ser é possível que a pessoa morava sozinha antes e que depois que
defendida pela população ou parte dela. Sugere que quanto mais casou ela não mora mais sozinha).
pessoas defendem uma ideia mais verdadeira ou correta ela é.
Incluem-se aqui os boatos, o “ouvi falar”, o “dizem”, o “sabe-se - Ideias subentendidas: referem-se àquelas não faladas
que”. explicitamente que, por uma questão de costumes sobre o uso
Exemplo: linguagem, fazem parte íntegra das afirmativas em questão.
A maioria das pessoas acredita em alienígenas, portanto eles Exemplo:
existem. Eu não acredito que você, uma pessoa honesta e sensata, se
filiou ao sindicato. (Aqui fica subentendida que o autor é contra
- Apelo circunstancial: utilizar os interesses do interlocutor sindicalização)
para que ele aceite o argumento sem refletir.
Exemplo: - Significado social: algumas palavras e expressões são
Você não quer ganhar mais? Então vamos votar na chapa utilizadas de forma diferente do conceito formal (aquele do
verde. dicionário), o que pode revelar um significado social mais amplo
dotado de regionalismos, gírias e senso comum. Nesse sentido, é
- Apelo à autoridade: usa-se sua posição como figura ou importante diferenciar denotação de conotação.
instituição de autoridade no lugar de um argumento válido. (A Exemplo:
popular “carteirada”.) Os donos soltaram os cachorros para proteger a fazenda.
É importante mencionar que, no que diz respeito a esta (Sentido denotativo = soltar o que estava preso.)
falácia, as autoridades de cada campo podem muito bem ter Eles soltaram os cachorros quando perceberam que foram
argumentos válidos, e que não se deve desconsiderar a trapaceados. (Sentido conotativo = ficar bravo, ...).
experiência e expertise do outro.
Para formar um argumento, no entanto, deve-se defender - Intertextualidade: entende-se a criação de um texto a
seus próprios méritos, ou seja, deve-se saber por que a pessoa em partir de outro pré-existente. A intertextualidade pode
posição de autoridade tem aquela posição. No entanto, é claro, apresentar funções diferentes, as quais dependem muito dos
é perfeitamente possível que a opinião de uma pessoa ou textos/contextos em que ela é inserida, ou seja, dependendo da
instituição de autoridade esteja errada; assim sendo, a situação. Exemplos de obras intertextuais incluem: alusão,
autoridade de que tal pessoa ou instituição goza não tem versão, plágio, tradução, pastiche e paródia. Evidentemente, o
nenhuma relação intrínseca com a veracidade e validade das fenômeno da intertextualidade está ligado ao “conhecimento do
suas colocações. mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
Exemplos: produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer ou não
- As maiores organizações de defesa dos direitos dos animais em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e
afirmam que uma dieta vegetariana é a mais saudável.

Raciocínio Lógico-Matemático 58
APOSTILAS OPÇÃO

exclusivamente a textos literários. Reescrevendo o argumento, obteremos:


Exemplo:
P + C, ~P ╞ C

ou

P+C
~P
Logo, C

Silogismo Categórico de Forma Típica

Chamaremos de silogismo categórico de forma típica ao


argumento formado por duas premissas e uma conclusão, de
Referências modo que todas as premissas envolvidas são categóricas de
http://ahduvido.com.br/30-falacias-mais-comum-utilizadas-em-debates-e- forma típica (A, E, I, O). Teremos também três termos:
discussoes
http://falacia.wikidot.com - Termo menor: sujeito da conclusão.
http://blog.qualconcurso.com.br/2015/07/argumentos-falaciosos-e- - Termo maior: predicado da conclusão.
apelativos.html - Termo médio: é o termo que aparece uma vez em cada
premissa e não aparece na conclusão.
Questão
Chamaremos de premissa maior a que contém o termo
1. (FUNPRESP-JUD-Analista. CESPE/2016) À luz da maior, e premissa menor a que contém o termo menor.
teoria da argumentação, julgue o item subsequente. Exemplo

Os sofismas são considerados argumentos válidos; as Todas as mulheres são bonitas.


falácias, argumentos inválidos. Todas as princesas são mulheres.
( ) Certo ( ) Errado ________________________
Todas as princesas são bonitas.
Resposta. ERRADO.
Sofismo é um raciocínio ou falácia se chama a uma Termo menor: as princesas.
refutação aparente, refutação sofística e também a um Termo maior: bonitas.
silogismo aparente, ou silogismo sofístico, mediante os quais Termo médio: mulheres.
se quer defender algo falso e confundir o contraditor, sendo
então um argumento falso. Premissa menor: Todas as princesas são mulheres.
Falácia é um raciocínio errado com aparência de Premissa maior: Todas as mulheres são bonitas.
verdadeiro. Na lógica e na retórica, uma falácia é um
argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, Regras do Silogismo
inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que Para que um silogismo seja válido, sua estrutura deve
alega. respeitar regras. Tais regras, em número de oito, permitem
verificar a correção ou incorreção do silogismo. As quatro
SILOGISMO primeiras regras são relativas aos termos e as quatro últimas
são relativas às premissas. São elas:
O silogismo é a dedução feita a partir de duas proposições - Todo silogismo contém somente 3 termos: maior, médio
denominadas premissas, de modo a originar uma terceira e menor;
proposição logicamente implicada, denominada conclusão. - Os termos da conclusão não podem ter extensão maior
Exemplo: que os termos das premissas;
- O termo médio não pode entrar na conclusão;
Tenho um Escort ou tenho um Focus, não tenho um Escort. - O termo médio deve ser universal ao menos uma vez;
╞ Tenho um Focus. - De duas premissas negativas, nada se conclui;
- De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão
Observação: o símbolo “╞” é chamado de traço de negativa;
asserção ;É usado entre as premissas e a conclusão .Esse - A conclusão segue sempre a premissa mais fraca;
silogismo também pode ser representado como: - De duas premissas particulares, nada se conclui.

Tenho um Escort ou tenho um Focus. Estas regras reduzem-se às três regras que Aristóteles
Não tenho um Escort. definiu. O que se entende por “parte mais fraca” são as
Logo, tenho um Focus. seguintes situações: entre uma premissa universal e uma
particular, a “parte mais fraca” é a particular; entre uma
Chamado de P a proposição: “Tenho um Escort”, escreve- premissa afirmativa e outra negativa, a “parte mais fraca” é a
se: P: Tenho um Escort. negativa. Atenção: Para determinar se um argumento é uma
Chamado de C a proposição: “Tenho um Focus”, escreve- falácia ou silogismo, deve-se analisar o resultado, ou
se: C: Tenho um Focus. argumento final: quando se chega a um argumento falso, tem-
se uma falácia; quando se chega a um argumento verdadeiro,
Das proposições P e C resulta a proposição “Tenho um tem-se um silogismo.
Escort ou tenho um Focus”. Denotamos: P + C: Tenho um
Escort ou tenho um Focus. Silogismos Derivados
Com a negativa da proposição P, tem-se a premissa “Não Silogismos derivados são estruturas argumentativas que
tenho um Escort”. Escreve-se: ~P: Não tenho um Escort (é o não seguem a forma rigorosa do silogismo típico, mas que
mesmo que dizer: “não possuo um carro denominado Escort”). mesmo assim são formas válidas.

Raciocínio Lógico-Matemático 59
APOSTILAS OPÇÃO

Entimema: trata-se de um argumento em que uma ou sujeito na proposição seguinte, seguindo assim até que na
mais proposições estão omitidas, porém. Por exemplo: todo conclusão se unem o sujeito da primeira proposição com o
metal é corpo, logo o chumbo é corpo. Neste caso, fica predicado da última. Por exemplo:
subentendida a premissa “todo chumbo é metal”. Passando
para a forma silogística: A Grécia é governada por Atenas.
Atenas é governada por mim.
Todo metal é corpo. Eu sou governado por minha mulher.
Todo chumbo é metal. Minha mulher é governada por meu filho, criança de 10
___________________ anos.
Todo chumbo é corpo. Logo, a Grécia é governada por esta criança de 10 anos.

Mais um exemplo: Todo quadrúpede tem 4 patas. Logo, um Silogismo Hipotético: contém proposições hipotéticas ou
cavalo é um quadrúpede. No dia a dia, usamos muitas formas compostas, isto é, apresentam duas ou mais proposições
como essa, pois as premissas faltantes são óbvias ou implícitas simples unidas entre si por uma cópula não verbal, isto é, por
e repeti-las pode cansar os ouvintes. Contudo, é comum haver partículas. As proposições compostas podem ser divididas em:
confusão justamente por causa de premissas faltantes.
- Claramente Compostas: são aquelas proposições em
Epiquerema: é um argumento onde uma ou ambas as que a composição entre duas ou mais proposições simples são
premissas apresentam a prova ou razão de ser do sujeito. indicadas pelas partículas: e, ou, se ... então.
Geralmente é acompanhada do termo porque ou algum
equivalente. Por exemplo: Copulativa ou Conjuntiva: “a lua se move e a terra não se
move”. Nesse exemplo, duas proposições simples são unidas
O demente é irresponsável, porque não é livre. pela partícula e ou qualquer elemento equivalente a essa
Ora, Pedro é demente, porque o exame médico revelou ser conjunção. Dentro do cálculo proposicional será considerada
portador de paralisia geral progressiva. verdadeira a proposição que tiver as duas proposições simples
Logo, Pedro é irresponsável. verdadeiras e será simbolizada como: p ∧ q.

No epiquerema sempre existe, pelo menos, uma Disjuntivas: “a sociedade tem um chefe ou tem desordem”.
proposição composta, sendo que uma das proposições simples Caracteriza-se por duas proposições simples unidas pela
é razão ou explicação da outra. partícula “ou” ou equivalente. Dentro do cálculo proposicional,
a proposição composta será considerada verdadeira se uma ou
Polissilogismo: é uma espécie de argumento que as duas proposições simples forem verdadeiras e será
contempla vários silogismos, onde a conclusão de um serve de simbolizada como: p ∨ q.
premissa menor para o próximo. Por exemplo:
Condicional: “se vinte é número ímpar, então vinte não é
Quem age de acordo com sua vontade é livre. divisível por dois”. Aqui, duas proposições simples são unidas
Ora, o racional age de acordo com sua vontade. pela partícula se... então. Dentro do cálculo proposicional, essa
Logo, o racional é livre. proposição, será considerada verdadeira se sua consequência
for boa ou verdadeira, simbolicamente: p → q.
Ora, quem é livre é responsável.
Logo, o racional é responsável. - Ocultamente Compostas: são duas ou mais proposições
simples que formam uma proposição composta com as
Ora, quem é responsável é capaz de direitos. partículas de ligação: salvo, enquanto, só.
Logo, o racional é capaz de direitos.
Exceptiva: “todos corpos, salvo o éter, são ponderáveis”. A
Silogismo Expositório: não é propriamente um silogismo, proposição composta é formada por três proposições simples,
mas um esclarecimento ou exposição da ligação entre dois sendo que a partícula salvo oculta as suas composições. As três
termos, caracteriza-se por apresentar, como termo médio, um proposições simples componentes são: “todos os corpos são
termo singular. Por exemplo: ponderáveis”, “o éter é um corpo” e “o éter não é ponderável”.
Também são exceptivos termos como fora, exceto, etc. Essa
Aristóteles é discípulo de Platão. proposição composta será verdadeira se todas as proposições
Ora, Aristóteles é filósofo. simples forem verdadeiras.
Logo, algum filósofo é discípulo de Platão.
Reduplicativa: “a arte, enquanto arte, é infalível”. Nessa
Silogismo Informe: caracteriza-se pela possibilidade de proposição temos duas proposições simples ocultas pela
sua estrutura expositiva poder ser transformada na forma partícula enquanto. As duas proposições simples
silogística típica. Por exemplo: “a defesa pretende provar que componentes da composta são: “a arte possui uma
o réu não é responsável do crime por ele cometido. Esta indeterminação X” e “tudo aquilo que cai sobre essa
alegação é gratuita. Acabamos de provar, por testemunhos indeterminação X é infalível”. O termo realmente também é
irrecusáveis, que, ao perpetrar o crime, o réu tinha o uso considerado reduplicativo. A proposição composta será
perfeito da razão e nem podia fugir às graves considerada verdadeira se as duas proposições simples forem
responsabilidades deste ato”. Este argumento pode ser verdadeiras.
formalizado assim:
Exclusiva: “só a espécie humana é racional”. A partícula
Todo aquele que perpetra um crime quando no uso da “só” oculta as duas proposições simples que compõem a
razão é responsável por seus atos. composta, são elas: “a espécie humana é racional” e “nenhuma
Ora, o réu perpetrou um crime no uso da razão. outra espécie é racional”. O termo apenas também é
Logo, o réu é responsável por seus atos. considerado exclusivo. A proposição será considerada
Sorites: é semelhante ao polissilogismo, mas neste caso verdadeira se as duas proposições simples forem verdadeiras.
ocorre que o predicado da primeira proposição se torna

Raciocínio Lógico-Matemático 60
APOSTILAS OPÇÃO

O silogismo hipotético apresenta três variações, conforme Se dizes o que é justo, os homens te odiarão.
o conetivo utilizado na premissa maior: Se dizes o que é injusto, os deuses te odiarão.
Portanto, de qualquer modo, serás odiado.
Condicional: a partícula de ligação das proposições
simples é se... então. Questões

Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve. 01. (CESGRANRIO - CAPES - Analista de Sistemas)
A temperatura da água é de 100°C. Silogismo é uma forma de raciocínio dedutivo. Na sua forma
Logo, a água ferve. padronizada ,é constituído por três proposições: as duas
primeiras denominam-se premissas e a terceira, conclusão .As
Esse silogismo apresenta duas figuras legítimas: premissas são juízos que precedem a conclusão .Em um
silogismo, a conclusão é consequência necessária das
- Ponendo Ponens (do latim afirmando o afirmado): ao premissas. Assinale a alternativa que corresponde a um
afirmar a condição (antecedente), prova-se o condicionado silogismo.
(consequência). (A)
Premissa 1: Marcelo é matemático.
Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve. Premissa 2: Alguns matemáticos gostam de física.
A temperatura da água é de 100°C. Conclusão: Marcelo gosta de física.
Logo, a água ferve.
(B)
- Tollendo Tollens (do latim negando o negado): ao Premissa 1: Marcelo é matemático.
destruir o condicionado (consequência), destrói-se a condição Premissa 2: Alguns matemáticos gostam de física.
(antecedente). Conclusão: Marcelo não gosta de física.

Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve. (C)


Ora, a água não ferve. Premissa 1: Mário gosta de física.
Logo, a água não atingiu a temperatura de 100°C. Premissa 2: Alguns matemáticos gostam de física.
Conclusão: Mário é matemático.
Disjuntivo: a premissa maior, do silogismo hipotético,
possui a partícula de ligação “ou”. (D)
Premissa 1: Mário gosta de física.
Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem. Premissa 2: Todos os matemáticos gostam de física.
Ora, a sociedade não tem chefe. Conclusão: Mário é matemático.
Logo, a sociedade tem desordem.
(E)
Esse silogismo também apresenta duas figuras legítimas: Premissa 1: Mário gosta de física.
Premissa 2: Nenhum matemático gosta de física.
- Ponendo Tollens: afirmando uma das proposições Conclusão: Mário não é matemático.
simples da premissa maior na premissa menor, nega-se a
conclusão. 02. (FGV - MEC - Documentador) O silogismo é uma
forma de raciocínio dedutivo. Na sua forma padronizada, é
Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem. constituído por três proposições: as duas primeiras
Ora, a sociedade tem um chefe. denominam-se premissas e a terceira, conclusão. As premissas
Logo, a sociedade não tem desordem. são juízos que precedem a conclusão. Em um silogismo, a
conclusão é consequência necessária das premissas. São dados
- Tollendo Ponens: negando uma das proposições simples três conjuntos formados por duas premissas verdadeiras e
da premissa maior na premissa menor, afirma a conclusão. uma conclusão não necessariamente verdadeira.

Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem. I-


Ora, a sociedade não tem um chefe. Premissa 1: Todos os mamíferos são homeotérmicos.
Logo, a sociedade tem desordem. Premissa 2: Todas as baleias são mamíferas.
Conclusão: Todas as baleias são homeotérmicas.
Conjuntivo: a partícula de ligação das proposições II-
simples, na proposição composta, é “e”. Nesse silogismo, a Premissa 1: Todos os peixes são pecilotérmicos.
premissa maior deve ser composta por duas proposições Premissa 2: Todos os tubarões são pecilotérmicos.
simples que possuem o mesmo sujeito e não podem ser Conclusão: Todos os tubarões são peixes.
verdadeiras ao mesmo tempo, ou seja, os predicados devem III-
ser contraditórios. Possui somente uma figura legítima, o Premissa 1: Todos os primatas são mamíferos.
Ponendo Tollens, afirmando uma das proposições simples da Premissa 2: Todos os mamíferos são vertebrados.
premissa maior na premissa menor, nega-se a outra Conclusão: Todos os vertebrados são primatas.
proposição na conclusão.
Assinale:
Ninguém pode ser, simultaneamente, mestre e discípulo. (A) se somente o conjunto I for um silogismo.
Ora, Pedro é mestre. (B) se somente o conjunto II for um silogismo.
Logo, Pedro não é discípulo. (C) se somente o conjunto III for um silogismo.
(D) se somente os conjuntos I e III forem silogismos.
Dilema: o dilema é um conjunto de proposições onde, a (E) se somente os conjuntos II e III forem silogismos.
primeira, é uma disjunção tal que, afirmando qualquer uma
das proposições simples na premissa menor, resulta sempre a
mesma conclusão. Por exemplo:

Raciocínio Lógico-Matemático 61
APOSTILAS OPÇÃO

Respostas

01. Resposta “E”.


Parte inferior do formulário
A letra “D” parece certa, mas observe que certa seria se a
segunda premissa fosse invertida: “Todos os que gostam de
física são matemáticos”. A letra “E” é correta. Existem algumas
proposições que podem ser negadas.
Algum → negação: Nenhum.
III - Todos os primatas são mamíferos. Todos os mamíferos
Nenhum → negação: Algum.
são vertebrados. Conclusão: todos os vertebrados são
Todo → negação: Algum não.
primatas. Mais uma vez não podemos afirmar, pois a questão
Algum não → negação: Todo.
não dá informações para concluirmos tal coisa... o conjunto dos
primatas está contido no conjunto dos mamíferos e os
Nessa questão basta negar todas as proposições com suas
mamíferos contidos no conjunto dos vertebrados, então pode
equivalências supracitadas, ou basta fazer conjuntos (ou
ser que tenha primatas que não sejam primatas ou que não
balões):
sejam mamíferos....
(A) Há dois grupos “matemáticos” e “aqueles que gostam
de física”. Há uma intersecção entre eles, com matemáticos que
gostam e matemáticos que não gostam de física. Marcelo pode
estar tanto em um como em outro grupo.
(B) Mesmo raciocínio. Marcelo pode gostar ou não de
física.
(C) Há intersecção entre “matemáticos” e “gostam de
física”. Mário pode estar no grupo “matemáticos que gostam
de física” e o outro grupo, “aqueles que gostam de física e não
são matemáticos”.
(D) O grupo “matemáticos” está dentro de “os que gostam
de física”. Porém, Mario tanto pode ser matemático como
pertencer a outro grupo que também goste de física.
(E) Não há intersecção entre os grupos “os que gostam de
física” e “matemáticos”. Mário gosta de física, logo, ele não
pode ser matemático. (Alternativa correta) Anotações
02. Resposta “A”.
I - Todos os mamíferos são homeotérmicos. Todas as
baleias são mamíferos. Conclusão: todas as baleias são
homeotérmicos. Está certa... essa questão fica clara se
desenharmos um conjunto.... assim fica da seguinte forma: o
conjunto dos mamíferos está contido no conjunto dos
homeotérmicos... e o conjunto das baleias está contido dentro
do conjunto dos mamíferos, consequentemente está dentro do
conjunto dos homeotérmicos, por isso podemos afirmar que
todas as baleias são homeotérmicos.

II - Todos os peixes são pecilotérmicos. Todos os tubarões


são pecilotérmicos. Conclusão: todos os tubarões são peixes.
Não podemos afirmar tal coisa... pode ser que alguns ou até
todos sejam, mas a questão não dá informações suficientes
para isso... em um conjunto teríamos o conjunto dos
pecilotérmicos e dentro dele 2 conjuntos... dos peixes e dos
tubarões... eles podem ter alguma intersecção ou nenhuma,
por isso não podemos afirmar.

Raciocínio Lógico-Matemático 62
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO
AMAPÁ
APOSTILAS OPÇÃO

depois São Luís do Maranhão (única capital brasileira fundada


por não portugueses) com a França Equinocial (1611-1615).
Somente diante desse cenário, com destaque para a
ocupação francesa em São Luís, é que a administração
portuguesa resolveu de fato organizar uma força militar para
expulsar os invasores e tomar posse da região. Entre 1580 e
1640 as coroas espanhola e portuguesa estavam ligadas
dinasticamente, o que gerou, entre outras coisas, maior
História Colonização da região agressividade dos Países Baixos para ocupar e pilhar as terras
do Amapá e grupos étnicos. e navios ibéricos no extremo norte da América do Sul, forma
de incrementar o combate pela sua independência frente aos
Disputas territoriais e soberanos espanhóis.
conflitos estrangeiros no A partir de dezembro de 1615, de acordo com Reis, as
Amapá. História econômica da tropas luso-brasileiras iniciaram a ofensiva para expulsão dos
estrangeiros. Partindo de São Luís, já libertada, atingiram o
região do Amapá: do século interior do Pará onde iniciaram uma sequência de batalhas e
XIX ao XXI. História política do escaramuças. Em união com a atividade guerreira, vários
Amapá: século XX. A religiosos, a maioria pertencente à Companhia de Jesus, seguiu
com os regimentos militares, objetivando tanto pacificar os
Cabanagem no Amapá. A ameríndios quanto organizar núcleos de agricultura que
Criação do Território Federal pudessem sustentar os soldados (REIS (b), 1985, p. 260).
do Amapá. A criação do Estado E assim uma sequência irresistível de vitórias confirmou a
posse amazônica para os portugueses. As principais batalhas
do Amapá. Manifestações contra os ingleses e holandeses ocorreram em 1616, 1623,
populares e sincretismo 1625, 1629, 1631, 1639 e 1648. Os holandeses recuaram para
cultural no Amapá. História da o platô das Guianas, os ingleses se retiraram
momentaneamente da região e os franceses, que haviam
Região Norte. O patrimônio perdido o Maranhão, se fixaram em Caiena (REIS (b). 1985. pp.
histórico do Amapá 261-262).
Não foram só essas guerras que chacoalharam o vale
amazônico naquele período, uma vez que os jesuítas, os
Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no Amapá. caboclos que seguiam as expedições e os próprios soldados
desenvolveram uma relação de guerra e paz com os
A Colonização do Amapá1 ameríndios, sobretudo os Tupinambás.
As primeiras notícias de europeus passando pela região do Seja como for, o reino português se viu na necessidade de
Amapá são de navegadores espanhóis. Vicente Pinzón foi o organizar juridicamente as conquistas recém auferidas,
primeiro a dar notícias da costa amapaense e Francisco de evitando perdê-las novamente para as outras nações
Orellana, no contexto na conquista do Império Inca e seus colonizadoras europeias. Em 1626, foi criado o Estado do
desdobramentos o primeiro a desbravar o território. Orellana Maranhão e Grão-Pará, com sede em São Luís, desmembrado
deixou os Andes e atravessou a bacia amazônica, chegando no do Estado do Brasil, com capital em São Salvador da Bahia.
litoral do Maranhão, portanto no Oceano Atlântico, em 1542. Imaginava-se que um Estado autônomo do restante da colônia,
Em 1560, outra expedição espanhola adentre ou a Amazônia respondendo diretamente a Lisboa, facilitaria o controle
vinda do oeste, sendo conhecida na posteridade por conta da administrativo e agilizaria as trocas de mercadorias.
rebelião comandada por Lopez de Aguirre contra o Repetindo a dificuldade de colonizar com recursos
comandante, General Pedro de Ursua. Os membros desse estatais, Portugal optou por retomar a fracassada experiência
motim se autodenominaram “marañones”, declarando a das capitanias hereditárias, implementadas no início do século
separação das terras descobertas do império espanhol (REIS, XVI no litoral. A partir de 1627, o governador do Estado do
1985, p. 17). Maranhão e Grão-Pará, Francisco Coelho, desde São Luís,
Nos anos de 1595/1596 holandeses e ingleses também nomeou uma nova leva de capitães hereditários: Feliciano
passaram a assediar com mais afinco a região. Primeiramente Coelho de Souza, Capitania de Caeté, Antônio de Souza Macedo,
no litoral das Guianas, como demonstra o relato do navegador Capitania do Marajó, Gaspar de Souza Freitas, a Capitania do
inglês Walter Raleigh, o primeiro explorador do chamado “El Xingu, enquanto a Capitania de Gurupá ficou sendo da coroa.
Dorado”, um mito que afirmava a existência de uma cidade Para nosso interesse, assinala-se que a Capitania do Cabo
formada de ouro, refúgio do último imperador inca escapado Norte coube ao sertanista e desbravador Bento Maciel Parente
da conquista espanhola, o “El Hombre Dorado” (RALEIGH, (REIS (b). 1985, p. 267).
1968). Interessante assinalar que esse relato logo ganhou Interessante destacar, já naquele momento da história, o
fama no público leitor europeu do século XVII, despertando as relativo atraso da região amapaense e entorno em relação ao
mais criativas imaginações sobre o maravilhoso na região restante da colônia. A chegada dos portugueses havia se dado
amazônica e adjacentes. em 1500. A organização da primeira Capitania havia ocorrido
Posteriormente, a partir de 1600, ocorre a descida dos em 1504 (Fernando de Noronha), seguindo a tradição das ilhas
holandeses e ingleses para dentro da bacia amazônica, da Madeira e Cabo Verde. O primeiro governo geral havia se
chegando à região do Cabo Norte e as ilhas paraense. A época, instalado na Bahia em 1549. Portanto, a ocupação da
os franceses estavam basicamente mais envolvidos com o Amazônia ocorria 127 anos após o desembarque de Pedro
acesso à América portuguesa por outros caminhos. Pelo Rio de Alvares Cabral.
Janeiro, através do projeto da França Antártica (1555-1560), e A colonização efetiva do Amapá, então mais conhecido
como Cabo Norte, se daria na importante fase da história
portuguesa sob o ministério de Sebastião José de Carvalho e

1CAVLAK, Iuri. Aspectos da colonização na Guiana Francesa e no Amapá: Visões


comparadas e imbricações históricas. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as
Américas. V.10 N.2 2016 ISSN: 1984 - 1639

História e Geografia do Amapá 1


APOSTILAS OPÇÃO

Melo, o famoso Marquês de Pombal. Até então, esse pedaço da Ambos os núcleos foram encarados no plano político de
capitania do Maranhão e Grão-Pará caracterizava-se por uma defesa do território, sem estar alheio à cobrança de resultados
população esparsa, formada basicamente por ameríndios econômicos e, para isso, incentivou-se a formação de estruturas
livres e aqueles reduzidos nas missões jesuíticas. Há relatos de agrárias com acesso estável à terra, vínculos mais ou menos
que um soldado e sua esposa, por volta de 1738, viviam numa permanentes com o mercado, certo direcionamento na gestão de
humilde instalação militar onde seria erguida Macapá. atividades agrícolas e utilização de mão de obra escrava, sem
O ano de 1750, além da ascensão de Pombal ao ministério esta todavia ser generalizada entre as unidades (MARIN, 1999,
do Rei D. José I, foi o do Tratado de Madri, que estabeleceu p. 34).
entre Portugal e Espanha o conceito de uti possidetis,
franqueando a legalização da posse de territórios contestados Os colonos foram proibidos de manter qualquer contato
para aquela nação que possuísse seus súditos efetivamente com os franceses, naquele momento em torno de 10 mil na
habitando as terras em disputa. O Amapá, quase todo o Pará e vizinha Guiana. Igualmente de evitarem os “vícios da preguiça”
a região amazônica seriam espanhóis caso fosse levado em e o “desprezo pelo trabalho manual”, fatores que se imaginava
conta o Tratado de Tordesilhas de 1493. Com esse novo endêmicos no Brasil colônia (MARIN, 1999, p. 38).
arranjo diplomático, as terras do norte amazônico tiveram Se o subsídio às famílias da Ilha dos Açores em Belém havia
reconhecidas seu pertencimento ao império português. ficado a cargo do governo, a transferência já indicou a
Com efeito, no intuito de reforma do Estado e de participação de uma junta de empresários especializados no
modernização de Portugal, Pombal cuidou com afinco da manejo de imigrantes, alguns deles protagonistas da fundação
região amazônica. Em 1751, criou a “Capitania do Grão-Pará e da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão,
Maranhão”, não somente invertendo a ordem dos nomes senão datada de 1755. Portanto um misto entre capitais estatais e
transferindo a capital de São Luís para Belém, indicando o capitais privados que financiaram os primeiros anos em solo
influxo da política lusa. Nomeou para essa nova capitania com macapaense, entre viagens, acesso ao mercado, ferramentas,
sua nova sede uma pessoa de inteira confiança, seu irmão sementes, algumas máquinas e construção de moradias.
Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Desfez a doação da Significa afirmar assim que os colonos estavam em débito
capitania do Cabo Norte para Bento Maciel Parente, passado tanto com a administração pombalina quanto com
para seu filho homônimo e depois para seu neto Vital Parente, particulares. Ancorada em documentação da época, afirma a
que não haviam ocupado nem desenvolvido a região, e autora:
reabsorveu essa capitania para o Estado, iniciando de imediato Os moradores receberam instruções para dedicar-se ao
o processo efetivo de colonização. trabalho agrícola. Por ordem expressa, definia-se que os
Deveras complexas as relações que se estabeleceram a soldados "lavradeiros” – designação para o empregado na
partir de então. Mendonça Furtado, em carta de 1751 para lavoura – seriam “louvados e licenciados”, obteriam “possessões
Pombal, relatou que o Cabo Norte era formado de “boas terras de terreno, com faculdade ainda para empregar os indianos” das
cercadas de maus vizinhos”. Afirmou a necessidade premente aldeias próximas, pagando-lhes “salários”, como “jornaleiros” de
de importar colonos, destacar mão de obra, impulsionar Portugal. Encontravam-se em regime de disponibilidade
plantações e extração de riquezas ao mesmo tempo que se compulsória para servir como militares, o que implicava ser
queixou da falta absoluta de recursos estatais (RAVENA, 1999, objeto de um sistema de requisição especial (MARIN, 1999, p.
p. 63). 39).
O primeiro passo foi a importação de centenas de colonos Outro imbróglio de saída se deu na questão da mão de
da Ilha dos Açores para iniciar a colônia. Chegados em Belém, obra. Com os demais açorianos chegados em 1752, cerca de
cerca de 400 deles se encontraram numa situação de penúria, 800, numa sociedade escravista, saltou aos olhos a contradição
na medida em que o Estado não tinha condições financeiras em relação ao regime de trabalho. De acordo com Ravena,
nem de alimentá-los e alojá-los no Pará e tampouco enviá-los Macapá se tornou um laboratório de experiências, na medida
para Macapá, seu destino final (uma minoria de colonos das em que Mendonça Furtado e a administração pombalina
Ilhas Canárias também estavam juntos). Em janeiro de 1752, demandavam para a região a formação de uma economia de
finalmente foi embarcada a primeira leva dos imigrantes que subsistência articulada à exportação de excedentes, essa
iriam fundar o primeiro povoado amapaense: última a grande prova da viabilidade do projeto. Implicava o
incentivo do trabalho familiar articulado à escravidão negra e
um primeiro grupo de 86 moradores transportados se indígena.
estabeleceu sem nenhuma infraestrutura. Não havia remédios Os colonos portugueses reivindicaram a utilização da mão
nem “cirurgião” (médico) para acompanhá-los e o Governador de obra indígena, então aglutinada nas reduções jesuítas. Por
preocupava-se por tratar-se de um grupo composto em sua seu turno, os religiosos, que mantinham uma rotina de
maioria de mulheres, crianças e velhos (RAVENA, 1999, p. 64). trabalho e catequese em relação aos gentios, passaram a
boicotar os pedidos dos colonos, escondendo, deslocando ou
Embora no contrato assinado entre os colonos açorianos e mesmo frontalmente se opondo às requisições de força de
o governo português houvesse a assertiva da Coroa cuidar da trabalho. Para a administração em Belém isso se tornou um
chegada dos mesmos em seu destino de maneira satisfatória, problema, na medida em que os jesuítas eram vistos como
garantias não havia que isso fosse cumprido. Não haviam sido aliados, mas que cada vez mais agiam como inimigos. E os
construído sequer alojamentos para receber os colonos próprios nativos, ao fim e ao cabo, optavam por permanecer
fundadores, uma vez que tiveram que habitar as encostas das nas reduções:
pequenas fortificações existentes (LUNA, 2011, p. 50).
A empresa instaurada tinha outras características De certa forma, havia entre os índios aldeados uma certa
marcantes, na medida em que a necessidade vislumbrada por confiança na tutela missionária em comparação à gestão dos
Pombal era de criar “soldados-colonos”. Em outras palavras, colonos, principalmente porque do ponto de vista do parentesco,
gente capaz de produzir alimentos e construir infraestrutura as práticas missionárias eram tolerantes com os diversos
pari passu com a defesa do território e o preparo para elementos de definição de parentesco da cultura indígena. No
eventuais entreveros armados com os franceses. sistema de rodízio de trabalho, geralmente o índio permanecia
Nas palavras de Rosa Acevedo Marin, se referindo a por certo tempo no aldeamento missionário junto a sua família
Macapá (1751) e Mazagão (1765): (RAVENA, 1999, p. 65).

História e Geografia do Amapá 2


APOSTILAS OPÇÃO

Assim, embora Mendonça Furtado respeitasse o trabalho Este tratado tornou-se responsável por determinar os
catequético, pendia para a retirada da tutela religiosa e a limites entre as duas colônias sul-americanas, acabando
liberação da mão de obra indígena para a economia mercantil. definitivamente com as contendas.
Frente ao boicote jesuíta, foi proclamada a lei de “liberdade” O Tratado de Madrid foi preparado cuidadosamente a
dos índios, editada em 1757, e a instalação do chamado partir do Mapa das Cortes, favorecendo as colônias
“Diretório”, conjunto de 95 artigos que versavam sobre a portuguesas em prejuízo aos direitos dos espanhóis. Os
inserção do indígena na sociedade portuguesa, o diplomatas portugueses eram muito espertos e basearam-se
despojamento de seus costumes e a participação na circulação no princípio do Uti Possidetis – direito de posse – para definir
de mercadorias e na vida política (LUNA, 2011, p. 37). Nesse como se daria a divisão territorial, trabalhando também para
contexto ocorreu a expulsão dos jesuítas do Amapá e da a vitória portuguesa. Pelo Uti Possidetis a terra deveria ser
Guiana Francesa, por conta de um endurecimento da ocupada por aqueles já se encontravam estabelecidos nela,
administração dos Estados europeus frente as práticas que com residência fixa e trabalho nas redondezas. Desta forma os
tendiam a prejudicar a atividade econômica dos colonos e portugueses se firmaram no grande território que hoje forma
impor óbices a própria administração colonial. O zelo com que o Brasil.
a Companhia de Jesus organizava a catequese em muitos O Tratado de Madrid estabeleceu que o limite da fronteira
momentos se chocava com a exploração da mão de obra nativa entre os domínios espanhóis e portugueses se daria a partir do
que os colonos brancos implementavam. ponto mediano entre a embocadura do Rio Madeira e a foz do
Naquele período de experimentos, desinteligências e Rio Mamoré, sempre seguindo em linha reta até visualizar a
improvisos, os habitantes de Macapá viviam da pesca, da caça margem do Rio Javari. Surgia uma linha imaginária que
e da tentativa de agricultar o arroz. Anos depois, a experiência futuramente geraria muitas discórdias.
se mostrou auspiciosa, pois em 1758 o povoado de Macapá Por este tratado Portugal foi obrigado a ceder a Colônia do
recebeu uma progressão jurídica, transformado em Vila. Para Sacramento ao estuário da Prata, mas em compensação
1759 há notícias da exportação de vários produtos para Belém, recebeu os atuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do
como milho, arroz, melancia, banana e frangos. Em 1761, Sul, o atual Mato Grosso do Sul, a gigantesca área que ficava no
foram enviados para a capital do Grão-Pará 722 alqueires de alto Paraguai e mais algumas extensões de terras
arroz, 113 arrobas de algodão, 10 arrobas de tabaco e 17 potes abandonadas, também adquiridas através de negociações.
de azeite. O Cabo Norte sinalizou para a superação do O tratado estabeleceu que a paz sempre reinaria entre as
problema da mão de obra e para a consolidação do modelo de colônias, até quando as capitais das províncias se
colonização idealizada por Pombal e Mendonça Furtado encontrassem em guerra; a Capital brasileira foi transferida de
(RAVENA, 1999, pp. 94, 95). Salvador para o Rio de Janeiro; a posse da Amazônia foi cedida
Todavia, a condição obrigatória de soldado-camponês fez para Portugal e o Rio Uruguai foi escolhido como fronteira
pesar a balança para outro lado a partir de então. Em 1764, entre o Brasil e a Argentina.
iniciou-se a construção da Fortaleza de São José de Macapá, O Tratado de Madrid foi importante para o Brasil porque
obra que consumiria a energia de milhares de colonos e definiu aproximadamente o contorno geográfico do Brasil
escravos índios e negros, desviando os esforços de produção hoje.
de alimentos para a instalação de guerra.
Nos registros da época, tem-se notícias de fome, Questão do Amapá (Tratado de Utrechet)3
desabastecimento e dificuldades acentuadas na manutenção O problema em relação à fronteira entre o território do
da população macapaense. Porém, há que se levar em conta Brasil e a Guiana Francesa se arrastava por séculos. A França
que o lugar havia se tornado um canteiro de obras em torno da não reconhecia o rio Oiapoque como limite entre a Guiana e o
fortaleza. Um censo de 1765 apontou para a existência de 802 Amapá, reivindicando para si parte do território no Amapá, ao
colonos e 5 mil trabalhadores compulsórios e escravos, sul do rio. Contudo, o Tratado de Utrecht, assinado em 1713,
divididos respectivamente entre 2.598 índios e 2.394 negros pela França e por Portugal, estabelecia o Oiapoque como
(MARIN, 1999, pp. 43,44). fronteira entre os dois reinos na América do Sul. Desta
A decadência da vila de Macapá foi notória a partir de maneira, o Brasil, como “herdeiro do Império Português”,
então, resultando no abandono da presença estatal alegava que tinha direito sobre as terras ao sul do rio. Esta
portuguesa. A necessidade de controlar o imenso Grão Pará, disputa territorial ficou conhecida como “Questão do Amapá”.
num contexto de recursos escassos, conjugado ao fracasso da A situação se agravou a partir de 1895, quando tropas
experiência na vila de Macapá levaram os portugueses a francesas invadiram o território brasileiro até ao rio Araguari,
esvaziarem momentaneamente sua presença no Cabo Norte. apropriando-se de aproximadamente 260 mil km². A questão
Nesse vácuo, os franceses expandiram sua Guiana, ocupando necessitou de uma arbitragem internacional na Suíça. O Brasil
no início do século XIX a região entre Oiapoque e Calçoene, enviou o Barão de Rio Branco para resolver o problema, já que
projetando-se cerca de 300 km mais perto de Macapá e ele também havia liderado a comitiva que venceu uma questão
cercando a bacia amazônica. A maior composição territorial de territorial com a Argentina. A equipe brasileira foi bem
sua história. preparada, enquanto a França enviou diplomatas com pouco
conhecimento, já que estava mais interessada na colonização
Tratado de Madri2 da África. Desta maneira, no dia 1 de dezembro de 1900, o
A partilha das colônias pertencentes à Espanha e Portugal tribunal na Suíça expediu a decisão favorável ao Brasil. Como
na América do sul gerou polêmicas que acabaram em resultado, o país incorporou 260 mil km² ao seu território.
altercações e motins durante boa parte da história colonial.
O Tratado de Tordesilhas – oficialmente demarcador das Cabanagem (1833-1840)
fronteiras entre Espanha e Portugal – nunca conseguiu ser A Cabanagem foi uma revolta que ocorreu entre 1833 e
totalmente respeitado, sendo portanto substituído 1839, na região do Grão-Pará, que compreende os atuais
pelo Tratado de Madrid, assinado na capital espanhola a 13 estados do Amazonas e Pará. A revolta começou a partir de
de janeiro de 1750, entre os reis de Portugal e da Espanha. pequenos focos de resistência que aumentaram conforme o
governo tentava sufocar os protestos, impondo leis mais
rígidas e a obrigação de participação no exército para aqueles

2 SANTANA, I. M. Tratado de Madri de 1750. InfoEscola. Disponível em: < 3GERAL NOTÍCIAS. Questão do Amapá: Brasil vence disputa por limites com a
http://www.infoescola.com/historia/tratado-de-madrid-de-1750/>. França. Geral Notícias. Disponível em: < http://www.geralnoticias.com/questao-
do-amapa-brasil-vence-disputa-por-limites-com-a-franca/>.

História e Geografia do Amapá 3


APOSTILAS OPÇÃO

que fossem considerados praticantes de atos suspeitos. A muito procurado e valorizado, gerando lucros e dividendos a
cabanagem contou com grande participação da população quem quer que se aventurasse neste comércio.
pobre, principalmente os Cabanos, pessoas que viviam em Desde o início da segunda metade do século XIX, a
cabanas na beira dos rios. Os revoltosos tomaram a cidade de borracha passou a exercer forte atração sobre
Belém, porém foram derrotados pelas tropas imperiais. empreendedores visionários. A atividade extrativista do látex
na Amazônia revelou-se de imediato muito lucrativa. A
Principais atividades econômicas do Amapá: séculos XIX borracha natural logo conquistou um lugar de destaque nas
e XX. indústrias da Europa e da América do Norte, alcançando
elevado preço. Isto fez com que diversas pessoas viessem ao
O ciclo da borracha4 Brasil na intenção de conhecer a seringueira e os métodos e
O período constituiu uma parte importante da história processos de extração, a fim de tentar também lucrar de
econômica e social do Brasil, estando relacionado com a alguma forma com esta riqueza.
extração e comercialização da borracha. A partir da extração da borracha surgiram várias cidades e
Este ciclo teve o seu centro na região amazônica, povoados, depois também transformados em cidades. Belém e
proporcionando grande expansão da colonização, atraindo Manaus, que já existiam, passaram então por importante
riqueza e causando transformações culturais e sociais, além de transformação e urbanização. Manaus foi a primeira cidade
dar grande impulso às cidades de Manaus, Porto Velho e brasileira a ser urbanizada e a segunda a possuir energia
Belém, até hoje maiores centros e capitais de seus Estados, elétrica – a primeira foi Campos dos Goytacazes, no Rio de
Amazonas, Rondônia e Pará, respectivamente. No mesmo Janeiro.
período foi criado o Território Federal do Acre, atual Estado do
Acre, cuja área foi adquirida da Bolívia por meio de uma Madeira-mamoré
compra por 2 milhões de libras esterlinas em 1903. A ferrovia Madeira-Mamoré, também conhecida como
O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912, Ferrovia do Diabo por ter causado a morte de cerca de seis mil
tendo depois experimentado uma sobrevida entre 1942 e trabalhadores (comenta a lenda que foi um trabalhador morto
1945 durante a II Guerra Mundial (1939-1945). para cada dormente fixado nos trilhos), foi encampada pelo
megaempresário estadunidense Percival Farquhar. A
Linhas Gerais construção da ferrovia iniciou-se em 1907 durante o governo
Região da Amazônia, palco do ciclo da borracha. É visível de Affonso Penna e foi um dos episódios mais significativos da
parte do Brasil e da Bolívia, além dos rios Madeira, Mamoré e história da ocupação da Amazônia, revelando a clara tentativa
Guaporé, perto dos quais construiu-se a Estrada de Ferro de integrá-la ao mercado mundial através da comercialização
Madeira Mamoré. da borracha.
A primeira fábrica de produtos de borracha (ligas elásticas Em 30 de abril de 1912 foi inaugurado o último trecho da
e suspensórios) surgiu na França, em Paris, no ano de 1803. estrada de ferro Madeira-Mamoré. Tal ocasião registra a
Contudo, o material ainda apresentava algumas chegada do primeiro comboio à cidade de Guajará-Mirim,
desvantagens: à temperatura ambiente, a goma mostrava-se fundada nessa mesma data.
pegajosa. Com o aumento da temperatura, a goma ficava ainda Mas o destino da ferrovia que foi construída com o
mais mole e pegajosa, ao passo que a diminuição da propósito principal de escoar a borracha e outros produtos da
temperatura era acompanhada do endurecimento e rigidez da região amazônica, tanto da Bolívia quanto do Brasil, para os
borracha. portos do Atlântico, e que dizimara milhares de vidas, foi o pior
Foram os índios centro-americanos os primeiros a possível.
descobrir e fazer uso das propriedades singulares da borracha Primeiro, porque o preço do látex caiu vertiginosamente
natural. Entretanto, foi na floresta amazônica que de fato se no mercado mundial, inviabilizando o comércio da borracha
desenvolveu a atividade da extração da borracha, a partir da da Amazônia. Depois, devido ao fato de que o transporte de
seringa ou seringueira (Hevea brasiliensis), uma árvore que outros produtos que poderia ser feito pela Madeira-Mamoré
pertence à família das Euphorbiaceae, também conhecida foi deslocado para outras duas estradas de ferro (uma delas
como árvore da fortuna. construída no Chile e outra na Argentina) e para o Canal do
Panamá, que entrou em atividade em 15 de Agosto de 1914.
O Primeiro Ciclo – 1879/1912
Durante os primeiros quatro séculos e meio do Alie-se a esta conjuntura o fator natureza: a própria
descobrimento, como não foram encontradas riquezas de ouro floresta amazônica, com seu alto índice de precipitação
ou minerais preciosos na Amazônia, as populações da hiléia pluviométrica, se encarregou de destruir trechos inteiros dos
brasileira viviam praticamente em isolamento, porque nem a trilhos, aterros e pontes, tomando de volta para si grande parte
coroa portuguesa e, posteriormente, nem o império brasileiro do trajeto que o homem insistira em abrir para construir a
conseguiram concretizar ações governamentais que Madeira-Mamoré.
incentivassem o progresso na região. Vivendo do extrativismo A ferrovia foi desativada parcialmente na década de 1930
vegetal, a economia regional se desenvolveu por ciclos (Drogas e totalmente em 1972, ano em que foi inaugurada a Rodovia
do Sertão), acompanhando o interesse do mercado nos Transamazônica (BR-230). Atualmente, de um total de 364
diversos recursos naturais da região. Para extração da quilômetros de extensão, restam apenas 7 quilômetros ativos,
borracha neste período, acontece uma migração de que são utilizados para fins turísticos.
nordestinos, principalmente do Ceará, pois o estado sofria as A população rondoniense luta para que a tão sonhada
consequências das secas do final do século XIX. revitalização da EFMM saia do papel, mas até à data 1º de
dezembro de 2006 a obra ainda nem havia começado. A falta
Borracha, lucro certo de interesse dos órgãos públicos, em especial das prefeituras,
O desenvolvimento tecnológico e a Revolução Industrial, e a burocracia impedem o projeto.
na Europa, foram o estopim que fizeram da borracha natural,
até então um produto exclusivo da Amazônia, um produto

4PORTAL SÃO FRANCISCO. Ciclo da Borracha. Portal São Francisco. Disponível


em: < http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/ciclo-da-
borracha>

História e Geografia do Amapá 4


APOSTILAS OPÇÃO

O Segundo Ciclo – 1942/1945 Manaus tinha, em 1849, cinco mil habitantes, e, em meio
A Amazônia viveria outra vez o ciclo da borracha durante século, cresceu para 70 mil. Novamente a região experimentou
a Segunda Guerra Mundial, embora por pouco tempo. Como a sensação de riqueza e de pujança. O dinheiro voltou a circular
forças japonesas dominaram militarmente o Pacífico Sul nos em Manaus, em Belém, em cidades e povoados vizinhos e a
primeiros meses de 1942 e invadiram também a Malásia, o economia regional fortaleceu-se.
controle dos seringais passou a estar nas mãos dos nipônicos,
o que culminou na queda de 97% da produção da borracha A criação do Território Federal do Amapá5
asiática. Vamos voltar para o século passado no ano de 1940. No
Isto resultaria na implantação de mais alguns elementos, contexto histórico, o mundo vivia em plena Segunda Guerra
inclusive de infraestrutura, apenas em Belém, desta vez por Mundial e apesar do Brasil não estar explicitamente em guerra
parte dos Estados Unidos. A exemplo disso, temos o Banco de (em batalha dentro de seu território), sofria diversas
Crédito da Borracha, atual Banco da Amazônia; o Grande Hotel, intervenções por fazer parte das potências dos aliados, grupo
luxuoso hotel construído em Belém em apenas 3 anos, onde de países liderado pelos Estados Unidos, Inglaterra e China. O
hoje é o Hilton Hotel; o aeroporto de Belém; a base aérea de país na época vivia o modelo de Estado Novo de Getúlio Vargas
Belém; entre outros. e começou a ser usado pelos americanos como base estratégica
naval e terrestre, já que o país havia assinado a Carta do
A Batalha da Borracha Atlântico (Documento que previa apoio automático com
Com o alistamento de nordestinos, Getúlio Vargas qualquer nação do continente americano que fosse atacada
minimizou o problema da seca do nordeste e ao mesmo tempo por uma potência extracontinental).
deu novo ânimo na colonização da Amazônia. O Amapá que até então pertencia ao estado do Pará foi
Na ânsia de encontrar um caminho que resolvesse esse desmembrado e elevado à categoria de Território Federal
impasse e, mesmo, para suprir as Forças Aliadas da borracha visando fatores estratégicos, econômicos, políticos e
então necessária para o material bélico, o governo brasileiro principalmente militares. “O que a gente percebe é que havia
fez um acordo com o governo dos Estados Unidos (Acordos de uma estratégia de ocupação do Norte do Brasil. As áreas eram
Washington), que desencadeou uma operação em larga escala amplas demais para serem administradas por um único chefe
de extração de látex na Amazônia – operação que ficou de estado. A criação do Território foi uma estratégia de
conhecida como a Batalha da Borracha. administração, ocupação litorânea e territorial do Amapá
Como os seringais estavam abandonados e não mais de 35 visando à lógica da Segunda Guerra”, explicou o professor de
mil trabalhadores permaneciam na região, o grande desafio de história, José Farias.
Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, era aumentar a Devido a esses fatores que em 13 de setembro de 1943 foi
produção anual de látex de 18 mil para 45 mil toneladas, como criado pelo presidente Getúlio Vargas por meio do Decreto-lei
previa o acordo. Para isso seria necessária a força braçal de n° 5.812 o Território Federal do Amapá. O território possuía
100 mil homens. três municípios: Macapá, Mazagão e Amapá, este último foi
O alistamento compulsório em 1943 era feito pelo Serviço decretado capital. Três meses depois da criação, no dia 17 de
Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia novembro de 1943, Janary Gentil Nunes é nomeado
(SEMTA), com sede no nordeste, em Fortaleza, criado pelo governador do território. Mas, ao chegar em terras
então Estado Novo. A escolha do nordeste como sede deveu-se amapaenses em 1944, o governador intitula o município de
essencialmente como resposta a uma seca devastadora na Macapá como capital do território. “O município de Amapá
região e à crise sem precedentes que os camponeses da região nunca chegou a comportar na prática a capital. Janary instalou
enfrentavam. a sede de governo no prédio onde hoje funciona o Museu
Além do SEMTA, foram criados pelo governo nesta época, Joaquim Caetano da Silva, aliás essa é a terceira obra mais
visando a dar suporte à Batalha da borracha, a antiga do Amapá”, contou o professor.
Superintendência para o Abastecimento do Vale da Amazônia A construção inaugurada em 15 de novembro de 1895
(Sava), o Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp) e o Serviço servia antes de sede da intendência municipal de Macapá. De
de Navegação da Amazônia e de Administração do Porto do acordo com historiadores amapaenses, dentro do prédio
Pará (Snapp). Criou-se ainda a instituição chamada Banco de foram tomadas grandes decisões, como por exemplo, a criação
Crédito da Borracha, que seria transformada, em 1950, no de municípios, construção de escolas, divisão da arrecadação
Banco de Crédito da Amazônia. pública e resolução de outros problemas, inclusive a instalação
O órgão internacional Rubber Development Corporation da Base Aérea no município do Amapá em 1945. O lugar
(RDC), financiado com capital dos industriais estadunidenses, localizado a 15 quilômetros da cidade de Amapá abrigou um
custeava as despesas do deslocamento dos migrantes aeroporto na cidade para abastecer aviões norte-americanos
(conhecidos à época como brabos). O governo dos Estados que iriam combater as tropas do eixo, na Segunda Guerra
Unidos pagava ao governo brasileiro cem dólares por cada Mundial.
trabalhador entregue na Amazônia. Com a instituição do Território Federal do Amapá foram
O governo dos Estados Unidos pagava ao governo criadas diretrizes políticas e administrativas, infraestruturas e
brasileiro cem dólares por cada trabalhador entregue na incentivos para o desenvolvimento de atividades econômicas,
Amazônia. principalmente voltadas ao setor do extrativismo mineral.
Milhares de trabalhadores de várias regiões do Brasil Com a descoberta de ricas jazidas de manganês na Serra do
foram compulsoriamente levados à escravidão por dívida e à Navio, em 1945 a instalação da Icomi no território
morte por doenças para as quais não possuíam imunidade. Só revolucionou da economia local.
do nordeste foram para a Amazônia 54 mil trabalhadores,
sendo 30 mil deles apenas do Ceará. Esses novos seringueiros
receberam a alcunha de Soldados da Borracha, numa alusão
clara de que o papel do seringueiro em suprir as fábricas nos
EUA com borracha era tão importante quanto o de combater o
regime nazista com armas.

5 LIMA, CÁSSIA. 13 de setembro: uma história que se perde com a modernidade.


SeleNafes.com. Disponível em: < http://selesnafes.com/2014/09/13-de-
setembro-uma-historia-que-se-perde-com-a-modernidade/> .

História e Geografia do Amapá 5


APOSTILAS OPÇÃO

Manifestações populares e sincretismo cultural no A festa então tem sua origem ligada a lenda que conta o
Amapá. aparecimento de São Tiago como anônimo que lutou
heroicamente contra os mouros.
Marabaixo, Boi-Bumbá, Festas Religiosas...as riquezas Ela enfoca personagens interessantes como: São Tiago, São
do folclore amapaense. Jorge, Rei Caldeira, Atalaia e outros.
Assim como em todas as cidades da Amazônia, no Amapá o
folclore é forte e possui diversas influências: indígenas ou Patrimônio histórico de Macapá
africanas e até religiosas. Boi-Bumbá, Marabaixo e a Festa de
São Tião são algumas das festas que fazem parte da cultura IPHAN – Amapá6
amapaense. O patrimônio cultural tombado pelo Iphan, no Amapá,
Ao longo do ano, são realizados eventos na capital do localiza-se às margens do rio Amazonas, onde estão inúmeras
Estado e no interior que valorizam e ajudam a preservar as ilhas antes do encontro com o Oceano Atlântico. Nessa região,
tradições do folclore local. Conheça agora as Principais a Fortaleza de São José de Macapá foi construída pelos
manifestações realizadas no Amapá. portugueses, no século XVIII, para defender o extremo norte
do Brasil da cobiça de outros povos europeus. A
Boi-Bumbá. Superintendência funcionou, durante vários anos, na Casa do
O Boi-Bumbá é uma tradição muito comum no Norte do Comandante, no interior dessa fortificação. Ainda sobre o
Brasil, especialmente nos Estados da Amazônia. patrimônio material, na Vila Serra do Navio está em
As pessoas vestem fantasias e dançam para contar a andamento a regularização fundiária, enquanto em Mazagão
história do boi que ressuscita graças à intervenção do pajé, Velho ocorrem pesquisas sobre os bens locais. O vasto e
feiticeiro dos índios. diversificado patrimônio arqueológico do Amapá inclui as
A festa conta a história de uma mulher grávida que tem o descobertas em Calçoene e o Forte de Cumaú. A Arte Kusiwa,
desejo de comer a carne do boi preferido do patrão do marido dos indígenas Wajãpi, é protegida pelo Iphan e reconhecida
dela. pela Unesco, e outros bens imateriais estão sendo estudados
O marido, para satisfazer a vontade da esposa, mata o por meio do Inventário Nacional de Referências Culturais
animal, mas o dono descobre. (INRC).
Inconformado com a morte do seu boi preferido, o patrão
ordena ao peão que dê um jeito de trazer de volta o animal Fortaleza de São José de Macapá
vivo. Um dos mais importantes monumentos do Amapá e marco
O homem então pede ajuda ao pajé. Quando a mágica da arquitetura militar da América Latina, a Fortaleza de São
acontece, todos dançam alegremente em volta do boi. José de Macapá está inserida na área urbana de Macapá, capital
do Estado. Idealizada pelos portugueses para defender as
Marabaixo terras do extremo norte do Brasil, foi erguida pelos escravos
A festa é em homenagem ao Divino Espírito Santo e foi negros e indígenas no século XVIII.
criada pelos escravos negros que foram trazidos para Macapá É uma obra de grande dimensão quando comparada a
no século XVIII para construir a Fortaleza de São José. outras fortificações brasileiras e possui fosso e caminho
A tradição do Marabaixo foi passada pelos escravos aos coberto. Tombada pelo Iphan em 1950, após sua restauração,
seus descendentes que vivem na Vila de Curiaú, a 8 km de no local são desenvolvidos projetos culturais e realizados
Macapá, e também aos municípios de Mazagão Velho, em eventos abertos ao público, como as mostras de filmes
Mazagão, e Macapá, porém, apenas na capital amapaense, o brasileiros no Cine Mairi que funciona no interior da
Marabaixo sobrevive com grande parte de suas características fortificação.
originais.
Em Mazagão Velho, por exemplo, ele desapareceu Sítio Arqueológico em Calçoene
completamente. Na Vila de Curiaú, ainda se dança o Marabaixo Pesquisas arqueológicas realizadas no Amapá têm
por ocasião da festa em louvor à Santa Maria, no fim de maio. demonstrado que ocupações antigas se deram por populações
A transformação que a festa sofreu ao longo tempo, deve- heterogêneas que apresentavam uma diversidade cultural
se - de acordo com os estudiosos -, a variáveis como bem marcada, como pode ser observado nos megalitos
urbanização, a modernização e a migração rural. encontrados no município de Calçoene.
A festa do Marabaixo começa no domingo de Páscoa e dura Nessa região, foi encontrado um monumental sítio
meses. O ponto alto da festa, por exemplo, acontece no começo megalítico - Sítio Arqueológico de Calçoene - formado por
de novembro, com o Encontro dos Tambores, em Macapá. imensas placas de granito em cuidadosa disposição circular,
Durante quatro dias, as pessoas cantam e dançam o que parece indicar uma preocupação astronômica, um centro
marabaixo. Para garantir a energia dos dançarinos, é servido de observação. Poços funerários e cerâmicas também
uma bebida chamada de gengibirra, que é feita de gengibre localizados nessa área apontam para a existência de um
ralado, cachaça e açúcar. grande centro cerimonial onde aconteciam rituais e
sepultamentos.
Festa de São Tiago:
A festa é realizada entre os dias 16 e 28 de julho, na Vila de Igreja da Vila Serra do Navio
Mazagão Velho, situada a 29 km de Mazagão, distante a 65 km Localizada no município de Água Branca do Amapari, no
de Macapá, às margens do Rio Mutuacá. Amapá, a Vila Serra do Navio foi tombada em 2010. Projetada
A Vila foi fundada em 1770, com objetivo de abrigar 163 pelo arquiteto brasileiro Oswaldo Arthur Bratke e construída
famílias de colonos lusos vindos da Mauritânia (Costa entre o final da década de 1950 e início dos anos 1960, para
Africana) em decorrência dos conflitos políticos - religiosos abrigar operários de uma empresa mineradora.
entre Portugueses e Muçulmanos que ainda por lá Bratke criou um projeto de uma cidade completa e
perduravam. autossuficiente, verdadeira ilha no meio da floresta, e
Através da festa, eles revivem as batalhas em que cristãos procurou aliar os conceitos modernistas às construções locais
e muçulmanos travaram no Continente Negro. adaptadas ao clima e à cultura local. Era uma moderna cidade
com infraestrutura de saneamento básico, água tratada,

6 IPHAN – AMAPÁ. < http://portal.iphan.gov.br/ap>

História e Geografia do Amapá 6


APOSTILAS OPÇÃO

energia elétrica, residências confortáveis, escolas, hospital, Em 1912 começou o declínio da produção de borracha na
cinema, áreas esportivas e recreativas, e a igreja. Amazônia, causando desemprego e fuga de capitais. No
período entre guerras (1929-1946) houve um refluxo, em
Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi razão dos interesses norte-americanos, viabilizados na
Essa arte está vinculada à organização social, com uso construção da Fordlândia, que tinha como intuito fornecer
adequado da terra indígena e do conhecimento tradicional. pneus para as fábricas da Ford. Em geral, o ciclo da borracha
Para decorar corpos e objetos, os Wajãpi do Amapá utilizam obteve como resultados:
tinta vermelha do urucum, suco do jenipapo verde e resinas
perfumadas. Eles representam onças, sucuris, jiboias, peixes e - Compra do Acre junto à Bolívia (1903);
borboletas nos mais variados padrões gráficos. - Construção das ferrovias Madeira-Mamoré (1903) e
Os indígenas usam composições de padrões Kusiwa nas Belém-Bragança (1908);
costas, na face e nos braços. Quando os adultos se pintam, os - Aumento dos movimentos migratórios para a região
jovens aprendem a fazer composições de kusiwarã no corpo (espanhóis, franceses, açorianos e principalmente cearenses
praticando técnicas e habilidades como o desenho, entalhe, que fugiam das secas);
trançado, tecelagem, etc. O manejo desse universo de padrões - Consolidação da lógica predatória e desmatamento.
gráficos reflete a cosmologia do grupo, suas crenças religiosas - Crescimento urbano das cidades de Manaus e Belém.
e práticas xamanísticas.
Questões
HISTÓRIA ECONÔMICA DA REGIÃO NORTE
01 - Na disputa final pela posse do território que mais
A região Norte foi ocupada pelos colonizadores europeus tarde comporia o estado do Amapá, em 1899, teve grande
de forma precária e fundamentada no extrativismo 7. importância a argumentação apresentada
A região Norte do Brasil tem como principal característica (A) Francisco Xavier da Veiga Cabral.
a presença da Amazônia, com sua combinação de floresta, rios (B) Candido Mendes Ferreira
caudalosos e grande biodiversidade, o que a torna uma área (C) Joaquim Caetano da Silva
única em todo o planeta. A ocupação da floresta foi realizada (D) Barão do Rio Branco
logo no início da ocupação espanhola e portuguesa, mas muito (E) João Severiano Maciel
limitada devido aos problemas de ordem técnica para
atravessar seus rios e transpor a mata densa. 02 - A criação do território do Amapá ocorreu na década
A 1ª expedição registrada em direção à Amazônia ocorreu de
no final do século XV, pelo espanhol Vincent Pizarro, que (A) 1930, no governo de Getúlio Vargas.
chamou a região de Santa Maria de la Mar Dulce, referindo-se (B) 1940, no governo de Getúlio Vargas.
ao rio Amazonas, que em razão do grande volume de água de (C) 1940, no governo do marechal Dutra.
sua foz foi confundido com um mar, sendo chamado de (D) 1950, no governo do marechal Dutra.
Marañón, que significa “mar ou não”. (E) 1950, no governo de Juscelino Kubitscheck.
No século XVI, os irmãos Francisco e Gonçalo Pizarro, que
comandaram a destruição do Império Inca, organizaram 03 - Considere as seguintes afirmações sobre a história do
diversas expedições para desbravar a região a partir das Amapá.
nascentes do rio Amazonas nos Andes em busca do El Dorado, I. A costa do Amapá foi descoberta pelo espanhol Vicente
lendária cidade do ouro. Neste período, a exploração da região Pinzón.
se consolidou pelo extrativismo de madeira, sementes II. Pelo Tratado de Tordesilhas apenas metade do atual
oleaginosas e corantes, com destaque para a exploração do espaço amapaense era de Portugal.
pau-brasil. Além disso, promoveu a escravização, aculturação III. Durante séculos, ocorreram disputas entre brasileiros
e o genocídio de milhares de indígenas. e ingleses pela delimitação das fronteiras.
Após a efetivação do Tratado de Madrid, em 1750, acordo IV. Em meados do século XVIII, o Marques de Pombal
que substituiu o Tratado de Tordesilhas no sentido de dividir ordenou o povoamento de Macapá com colonos açorianos.
os territórios que pertenciam a espanhóis e portugueses,
Portugal intensificou a ocupação das terras amazônicas com a Está correto o que consta APENAS em
criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e (A) I e II
Maranhão, no intuito de organizar a produção de drogas do (B) I e III
sertão realizada na região e comercializada com a Europa. (C) I e IV
Durante o século XIX teve início na região Norte o Ciclo da (D) II e III
Borracha (1870-1910). O látex extraído da seringueira sempre (E) III e IV
foi de conhecimento dos índios, que o utilizavam para a
impermeabilização de materiais e para a confecção de 04 - A criação do Território Federal do Amapá no ano de
combustíveis e tochas. Com o avanço da industrialização nos 1943, atendeu a vários objetivos do governo de Getúlio Vargas,
países centrais e as descobertas do processo de vulcanização e dentre os quais, destaca-se
do pneumático, aumentou a demanda pela borracha, cuja (A) a desconcentração das atividades industriais que
extração, ainda em 1840, começou a prosperar a região. estavam fortemente concentradas no Sul e Sudeste.
O processo atraiu um grande contingente de população (B) a proteção das áreas de fronteiras que apresentavam
proveniente da região Nordeste, em geral os imigrantes que baixas densidades demográficas.
fugiam da seca, ao mesmo tempo em que ocorreu uma grande (C) a necessidade de redimensionar os estados extensos,
pressão internacional pelo aumento da produção. Em 1876, como era o caso do Pará.
foram contrabandeadas algumas mudas de seringueira para a (D) as questões geopolíticas provocadas pela posição do
Inglaterra, que foram plantadas em colônias inglesas asiáticas, Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.
em destaque Índia, Malásia e Ceilão – atual Sri-Lanka, (E) a política expansionista do governo federal frente aos
exercendo uma enorme concorrência com a borracha vizinhos Sul-americanos.
produzida no Brasil.

7 SILVA. L. C. Júlio. História econômica da Região Norte. https://bit.ly/2uAy3Er.

História e Geografia do Amapá 7


APOSTILAS OPÇÃO

05 - Na segunda metade do século XIX, as terras do sul do fronteira (1.093 km) com o Pará, a maior parte dela ao longo
Amapá foram incorporadas à economia da borracha. Alguns do rio Jari. A costa sudeste, junto à margem esquerda do Canal
fatores responsáveis pela expansão da economia da borracha Norte do rio Amazonas forma uma fronteira de 315 km. A leste
pelo vale do Amazonas estão relacionados a seguir, à exceção e nordeste, o Estado apresenta 598 km de costa oceânica,
de um. Assinale-o. correspondendo a 8,11% do litoral atlântico do Brasil.
(A) O aumento da demanda externa. Juntamente com o Pará, o Amapá tem, no delta do rio
(B) As inovações tecnológicas Amazonas, uma combinação única na Amazônia de litorais
(C) A ocorrência de espécimes gomíferas. marinhos e fluviais. Segundo a Resolução n.º 5, de 10 de
(D) O crescimento do consumo regional. outubro de 2002 (IBGE), o Estado apresenta uma área de
(E) A disponibilidade de mão de obra barata. 142.814,585 km2, correspondendo a 1,67% do território
brasileiro e a 3,71% da Região Norte. Mesmo sendo o menor
Gabarito Estado amazônico, o Amapá é 3,3 vezes maior que o Rio de
Janeiro e 1,45 vezes maior que Pernambuco.
01.D / 02.B / 03.C / 04.B / 05.D
População
A Capital do Amapá é Macapá. E abrange um número de 16
Geografia O espaço natural municípios.
do Amapá (noções de relevo, De acordo com o IBGE, em 2010 o Amapá possuía uma
população estimada em 669.526 habitantes, com densidade
clima, vegetação e hidrografia demográfica de 4,69 hab/km².
do estado). O meio ambiente. Em 2019 esse número passou a ser de 845.731 habitantes
A população do Amapá: (estimativa8). Sendo a área de 142.828,521 km².
crescimento, distribuição, Símbolos
estrutura e movimentos. A A Bandeira e Brasão foram instituídos em 23/04/1984
população indígena. O espaço pelo Decreto n° 08/84.
econômico: atividades
agropecuárias, extrativistas e
industriais e de serviços. O
desenvolvimento econômico
do Amapá. O estado do Amapá
no contexto brasileiro

GEOGRAFIA DO AMAPÁ
Relevo
Localização A geomorfologia do Amapá combina formações muito
O Amapá tem um território caracteristicamente tropical antigas com outras bem jovens, divididas por uma estreita
(equatorial). Dos Estados litorâneos brasileiros, é o mais faixa de idade intermediária. Existem duas “zonas
setentrional. A linha do Equador corta o sul do Estado, sendo geomorfológicas” principais. Uma delas é a das “Depressões da
que a maior parte de suas terras e águas está localizada no Amazônia Setentrional”, cobrindo mais de 70% do Estado,
hemisfério norte. O Estado do Amapá localiza-se à margem correspondendo às suas seções central e oeste. Ela se compõe
esquerda do rio Amazonas, sendo que seu perímetro lembra a da porção oriental do chamado Escudo Guianense e de suas
forma de um losango imperfeito. A capital Macapá está situada franjas dissecadas. Sua morfologia é em parte montanhosa,
sobre a linha do Equador, sendo a única capital brasileira nessa porém a maior parte é composta por seções levemente
condição. onduladas. As duas principais porções montanhosas do
Escudo Guianense dentro do Amapá têm o nome de Serras do
Tumucumaque e Lombarda. Alguns dos seus morros ou picos
superam a altitude de 600 m, sendo que o ponto culminante do
Estado do Amapá, localizado na Serra do Tumucumaque,
alcança 701m.
As bordas dissecadas do escudo apresentam encostas
abruptas e vales profundos que geram três grupos de rios
relativamente curtos (para os padrões amazônicos): (1)
Araguari-Amapari, Amapá Grande, Calçoene, Cassiporé e
outros, que correm para leste, diretamente para o oceano
Atlântico; (2) os rios Vila Nova, Maracá, Matapi e Cajari e
outros, drenando para o sul e desaguando no delta do Rio
Amazonas; (3) os rios Iratapuru e Mapari, entre outros, correm
para oeste e são afluentes da margem esquerda do rio Jari,
afluente do Amazonas. Deve-se mencionar ainda o rio
Oiapoque, que drena as extremidades do platô no oeste do
Amapá, com seu curso predominantemente para nordeste,
A norte e a noroeste, o Amapá faz fronteira com a Guiana desaguando no Oceano Atlântico. O rio Oiapoque e o primeiro
Francesa (655 km de fronteira) e o Suriname (52 km), num grupo de rios acima citados, não fazem parte da área de
total de 707 km. A oeste e sudoeste, o Amapá faz uma longa drenagem da Bacia Amazônica, constituindo uma bacia

8 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ap/panorama

História e Geografia do Amapá 8


APOSTILAS OPÇÃO

distinta, denominada Atlântico Norte, responsável por quase de grande porte na Amazônia, nos idos dos anos 1950, para
dois terços do território do Amapá (98.583,5 km2). O restante extração de depósitos de manganês na região de Serra do
(44.870,2 km2) enquadra-se dentro dos domínios da Bacia Navio.
Amazônica propriamente dita. Assim, o relevo do Estado é pouco acidentado, podendo ser
dividido em 2 grandes regiões:
a) uma interna, de relevo suavemente ondulado, com
alturas médias de 100 a 200m, mas que podem atingir
extremos de mais de 500m, constituída por rochas cristalinas
metamórficas e cobertas de floresta densa, onde encontramos
os planaltos cristalinos (porção oeste do Estado) com grandes
extensões de colinas e morros dominados por cristais
montanhosos como: a Serra do Tumucumaque (540m), Serra
Lombarda, Serra Estrela, Serra Agaminuara ou Uruaitu, Serra
do Naucouru, Serra do Navio, Serra do Irataupuru, Serra das
Mungubas, Serra da Pancada, Serra do acapuzal, Serra do
Culari, Serra do Aru, dentre outras.
b) A outra porção é formada por região costeira de planície,
que se estende até o Atlântico, ao leste e até o Amazonas ao sul.
Formada por terrenos baixos e alagadiços e por planícies
aluviais nos baixos e médios cursos dos rios. O relevo do
Estado do Amapá é pouco acidentado.

Clima
A outra zona geomorfológica principal do Amapá é
chamada de Planície Costeira, a qual compreende cerca de
25% do Estado. Trata-se de uma faixa litorânea relativamente
estreita, baixa e quase sempre plana, que se estende de norte
a sul, formada por depósitos fluviais e fluviomarinhos a qual
ocupa todo o leste do Estado. Em termos geológicos, essa
formação é muito recente, pois a sua maior parte data do
Quaternário, com uma idade máxima de 100.000 anos, e com
uma idade média não muito superior a 15.000 anos. As partes
litorâneas da Planície Costeira, ao longo do Oceano Atlântico e
do delta do rio Amazonas, são formadas por depósitos de areia
e argila, com partes alagadas, além de bancos de areia, dunas,
ilhas, pequenas baías e reentrâncias, estuários, meandros,
lagoas, litorais rasos e lamacentos, bem como lagos
temporários e permanentes. É uma paisagem
geomorfologicamente jovem, sujeita a mudanças perceptíveis
ao testemunho humano.
As águas dos rios que fazem parte deste sistema (como o
Amapari-Araguari, o Amapá Grande e o Calçoene), vindos das
Serras de Tumucumaque e Lombarda, conforme chegam aos A classificação oficial do clima do Amapá é “Equatorial”. O
terrenos mais baixos dessa planície, desaceleram os seus Estado possui duas regiões climáticas principais. Uma delas é
fluxos e formam meandros e banhados, em frequente mudança “úmida com um ou dois meses secos (setembro e outubro)”, e
do leito em alguns trechos. A baixa altitude em relação ao nível predomina sobre a maior parte do interior do Estado - oeste,
do mar e as inúmeras conexões entre diversos tipos de corpos sul, norte e toda a parte central. A outra é “úmida com três
d´água fazem com que muitos trechos da Planície Costeira meses secos (setembro, outubro e novembro)”, registrada na
sejam sujeitos a enchentes, tanto de água doce como salgada, maior parte do litoral, a leste. A precipitação anual média cai
esta última decorrente do ciclo das marés. É em tal planície que significativamente do litoral para o interior. A costa atlântica,
vive a grande maioria dos amapaenses e instalou-se a maior incluindo Macapá, registra uma média de 3.250 mm de chuva
parte dos empreendimentos produtivos do Estado. por ano, enquanto Serra do Navio, no coração do Estado,
Entre essas duas formações principais ocorre uma recebe 2.250 mm anuais - uma diferença de 1.000 mm para
sequência de sedimentos da Formação Barreiras, de idade uma distância de cerca de 200 km. Além dessa diferença
geológica terciária, distribuída numa estreita faixa de norte a regional, o regime pluviométrico apresenta uma periodicidade
sul do Estado. Ela se situa nas extremidades desgastadas e (estacionalidade): o período de julho a novembro registra os
fraturadas das terras mais elevadas do Planalto das Guianas, menores índices de chuva, sendo os meses de setembro,
na transição para a Planície Costeira. Cobre apenas 5% do outubro e novembro os mais secos. De dezembro a junho,
Estado e assume, na sua maior parte, a forma de cadeias de registram-se usualmente 20 ou mais dias de chuva e pelo
pequenos morros arredondados, próximos uns dos outros, menos 250 mm de chuvas por mês.
num tipo de paisagem a que os geógrafos chamam “mares de Os ventos no Amapá são classificados como moderados e
morros”. Sob essa sequência geológica encontra-se o principal não são raros os registros de “calmaria” (ausência de vento).
eixo de ligação terrestre do Amapá (BR-156). No período estudado por Nimer (1990), as temperaturas
Notável, entretanto, na geologia do Amapá, são os médias anuais são as seguintes: média geral de 26º C (leste do
cinturões de rochas verdes (greenstone belt), que ocorrem em Estado) e 25º C (restante da área), média das máximas de
domínios geotectônicos antigos (Pré-Cambriano), 30,4º C, média das mínimas de 23,1º C. As temperaturas
responsáveis por múltiplas ocorrências minerais, com máximas absolutas registradas foram de 36º C (leste do
destaque para importantes depósitos de ouro, cromo, ferro, estado) e 38º C (nas demais áreas). A mínima absoluta
manganês, entre outros. Sobre esse aspecto, o Amapá foi o registrada foi de 16º C. A umidade relativa média anual fica em
primeiro Estado a abrigar um empreendimento de mineração torno de 85%. Outra característica notável do clima

História e Geografia do Amapá 9


APOSTILAS OPÇÃO

amapaense é a cobertura relativamente densa de nuvens sobre Hidrografia


muitas partes do seu território.

Solos
A configuração de solos do Amapá diz muito sobre a sua
natureza e sobre o potencial das atividades econômicas
agropecuárias. A ordem predominante é a de “Solos com B
Latossólico”, sub-ordem “LV - Latossolo Vermelho Amarelo 2”,
cobrindo cerca de 50% do Estado. Eles são muito antigos,
submetidos a longos processos de intemperismo e lixiviação, o
que acarretou em baixos níveis de nutrientes e de capacidade
de troca catiônica (CTC). Também têm alto teor de ferro e
podem formar nódulos (lateritas). São cobertos por florestas
densas. A maior parte dos nutrientes desse sistema reside nos
tecidos das plantas e numa fina camada orgânica sub-
superficial, não sendo reciclada nem incorporada pelas demais
porções do solo.
Aproximadamente 15% do Estado são cobertos por solos
relativamente similares, da ordem “Solos com B Latossólico”,
sub-ordem “LA - Latossolo Amarelo 1”. Embora a estrutura
física desses dois tipos de solo seja favorável à agricultura, a
pobreza de nutrientes exige rotações de ciclo curto, ou adições
constantes de adubos.
Vinte por cento dos solos do Amapá são da ordem “Solos
com B Textural, Não-Hidromórficos”, sub-ordem “PV - O Estado possui uma rica e vasta rede hidrográfica com
Podzólico Vermelho Amarelo 9”. São característicos dos concentração de lagos ao norte do Rio Araguari, (região de
terrenos hidromórficos mais antigos. Quando sujeitos a altos lagos - com cerca de 300 Km²).
índices pluviométricos, são profundos, altamente O estado possui uma rica rede fluvial, com rios caudalosos
intemperizados e muito lixiviados. Comumente são ácidos e a e perenes, sendo grande parte deles constituintes da Bacia
fertilidade natural também é baixa, o que exige que se Hidrográfica Amazônica, e outros, como é o caso do rio
adicionem adubos para permitir o aproveitamento agrícola Oiapoque, formando bacias secundárias conhecidas como
continuado. Uma limitação a mais é o excesso de alumínio, que bacias do Norte ou do Amapá.
interfere na nutrição das plantas. Solos da ordem As bacias hidrográficas dos rios Araguari, Oiapoque e Jari,
“Hidromórficos Pouco Desenvolvidos”, sub-ordem “HGP e HG” são as maiores do estado.
cobrem 8% do Amapá. São solos de desenvolvimento Nos últimos anos o potencial hidrelétrico das bacias
incipiente, afetados por erosão frequente ou seguidos amapaenses tem sido explorado com a construção de usinas
episódios de deposição de novos materiais, em decorrência de hidrelétricas, duas construídas no rio Araguari (Cachoeira
enchentes. Eles correspondem às várzeas periódica ou Caldeirão e Ferreira Gomes, que junto com a usina de Coaraci
sazonalmente inundadas, sistematicamente aproveitadas na Nunes formam o conjunto de usinas hidrelétricas do Araguari),
Amazônia para a agricultura de plantas de ciclo curto, tanto no e uma no rio Jari, a usina de Santo Antônio.
passado quanto no presente. A acessibilidade e a fertilidade Os lagos têm sua origem em antigas depressões limitadas
natural fazem com que muitos estudiosos considerem tais por barreiras, que foram se formando pela deposição de
solos como os mais apropriados para a expansão da sedimentos que estancaram a água.
agricultura familiar na Amazônia, apesar de suas limitações À medida que a sedimentação continua, esses lagos
para os cultivos permanentes. deverão tornar-se, mesmo que muito lentamente, cada vez
Cerca de 3% dos solos do Amapá são da ordem dos “Solos mais rasos.
Concrecionários”. Os nódulos característicos deste tipo de solo O grande problema da região dos lagos é a degradação
são adversos à agricultura. Uma outra ordem de solos do (rebanho bubalino) compactação dos solos, pisoteamento do
Amapá é a dos “Solos Halomórficos”, sub-ordem “SM Solos gado, a salinização das águas dos lagos, a erosão dos solos, a
Indiscriminados de Mangues 18”. Eles cobrem cerca de 2% do devastação de trechos para abertura de pastos, dentre outros.
Amapá, nas terras do litoral oceânico afetadas pelas marés e
geralmente cobertas por manguezais. O último tipo de solo por Pororoca
citar é o da ordem dos “Solos Hidromórficos com B Textural”, Consiste num fenômeno peculiar do Estado. Ocorre
sub-ordem “GG-HL - Laterita Hidromórfica 14 Pl”, que cobre quando há o encontro das forças contrárias da maré do Oceano
apenas 1% do Estado. Como os três primeiros tipos, esse solo Atlântico, proveniente da Corrente do Golfo que vem das
tem baixa fertilidade natural e alumínio em excesso. regiões caribenhas, e o fluxo das águas doces dos Rios do
Freqüentemente, ele é mal drenado, o que prejudica a fixação Estado por ocasião das luas cheias.
de plantas cultivadas. O fenômeno natural é um dos espetáculos mais edificantes
da natureza que conjuga beleza e força, no encontro das águas
do mar com as águas do Rio. Etimologicamente, a pororoca
significa “grande onda” na língua indígena; há outra vertente
que explica que o termo é oriundo de um termo indígena
onomatopéico “poroc-poroc”, referência ao barulho da força
das ondas. É uma onda que ocorre em épocas de grandes
marés oceânicas. Tais ondas de águas doce, formam-se em rios
e baias pouco profundas, onde existe uma grande variação
entre a maré alta e maré baixa, com maior propensão da massa
líquida dos oceanos, força que na Amazônia é sentida,
calculadamente, há cerca de mil quilômetros.

História e Geografia do Amapá 10


APOSTILAS OPÇÃO

Infelizmente, o fenômeno da pororoca vem sendo quilômetros atravessa manguezais, restingas, campos
prejudicado pela redução do volume de água do leito dos rios, inundados, cerrados, florestas ciliares e florestas de palmeiras,
provocado dentre outros fatores, pela abertura de canais em até chegar às primeiras formações mais densas de florestas.
propriedades rurais, em alguns casos os canais são mais largos Como a distância é sempre uma variável importante em
que o leito do rio; pela construção de grandes hidrelétricas, e quaisquer empreendimentos na Amazônia, em virtude das
o consequente represamento das águas; além das mudanças dificuldades logísticas inerentes aos deslocamentos na região,
climáticas relacionadas ao aquecimento global. essa combinação de variedade ecológica com proximidade, faz
do Amapá um local ideal para programas de pesquisas em
Vegetação biologia e ecologia, especialmente sobre diversidade genética,
A vegetação natural do Amapá, em seu conjunto, tem ao biológica e ecossistêmica. É, também, um facilitador de
menos duas características notáveis. Em primeiro lugar, atividades de turismo ecológico e projetos de educação
destaca-se o baixo grau de alterações antrópicas em quase ambiental. O Amapá é um verdadeiro laboratório.
todas as formações. A única exceção são os cerrados, A cobertura florística nativa do Amapá apresenta uma
principalmente em torno de Macapá, que sofreram um elevado forte correlação com as duas zonas morfológicas em que o
nível de modificação em função de atividades humanas no Estado é dividido. Existem pelo menos seis grandes tipologias
passado e ainda comuns no presente (como fogo, de vegetação (ou comunidades vegetacionais) a serem
transformação em pastagens, reflorestamentos e extração de destacadas: florestas tropicais úmidas latifoliadas de folhagem
madeira). No entanto, muitos campos cerrados mais afastados permanente; cerrados (ou campos naturais, ou campos
de Macapá ainda parecem conservar quase integralmente as cerrados); manguezais; restingas costeiras; lagoas e alagados
condições florísticas e fitofisionômicas primitivas. Quanto aos de água doce ou salgada, (ou “campos inundados”, ou “campos
campos inundados, ainda relativamente bem preservados, de várzea”); e as florestas de palmeiras.
existe a preocupação com os efeitos ambientais da pecuária Para quem viaja ao norte de Macapá pela BR-156, que
bubalina, em função do regime de criação extensiva, de sua atravessa a Planície Costeira, a paisagem se apresenta como
resistência e do grande crescimento que os rebanhos uma combinação de cerrados, entremeados em suas partes
demonstraram nos últimos anos. Os manguezais do Amapá mais baixas por matas ciliares densas, florestas de palmeiras e
são, aliás, considerados os mais preservados de todo o litoral freqüentes “ilhas” de florestas densas (geralmente localizadas
brasileiro. Florestas nativas pouco ou muito pouco alteradas em meandros fluviais abandonados). Para o leste, mais longe
são a regra comum no Estado. da estrada, ou então mais ao norte, nos arredores da cidade de
Amapá, os cerrados fazem contato com os campos inundados,
que, por sua vez, são substituídos pelas restingas e pelos
manguezais. Essas duas tipologias litorâneas, no entanto, não
podem ser avistadas por quem viaja pela rodovia. Seu acesso
somente é possível por estradas secundárias em sentido leste
(algumas das quais particulares), ou seguindo os rios até o
litoral. A região, cortada pelos últimos 150 km da BR-156,
antes de chegar à cidade de Oiapoque, é dominada por
contínuas florestas de terra firme, situadas em pontos mais
altos. A mesma tipologia ocupa os terrenos situados às
margens da BR-210, trecho inacabado da chamada “Perimetral
Norte”, e do último trecho da linha férrea Santana-Serra do
Navio, o que pode ser apreciado por quem viaja por elas.
As florestas do Amapá se subdividem em pelo menos cinco
categorias básicas, de acordo com a sua localização: montanas,
sub-montanas, ciliares (ou aluviais), de terras baixas não-
inundáveis e as de terras baixas inundáveis. As diferentes
classes de florestas têm estruturas e floras variadas. No
entanto, são insuficientemente estudadas, sendo que os
poucos inventários realizados até o presente momento são, em
geral, baseados em amostras relativamente pequenas. No seu
conjunto, os cinco tipos de florestas cobrem cerca de 80% do
Amapá, a oeste, norte, centro, centro-sul e partes do leste,
compondo, assim, a vegetação dominante do Estado.
Os cerrados (ou savanas) do Amapá subdividem-se em
O caráter relativamente remoto do Amapá, aliado a uma dois tipos: “parque” (com numerosos arbustos e árvores
população pequena e concentrada, contribuiu para esse baixas) e “abertos” (com menor incidência de arbustos e
notável grau de preservação da integridade ecológica de árvores baixas). Os dois tipos têm um estrato herbáceo
grandes extensões das comunidades vegetacionais nativas. permanente. Esses cerrados ocorrem nas seções bem
Quando se realizou o Zoneamento Ecológico e Econômico do drenadas da Planície Costeira, longe do mar. Cobrem apenas
Amapá, que começou em meados da década de 1990, a cerca de 6% da área do Estado e têm sido usados
interpretação das imagens de satélite (por meio de técnicas de historicamente para os mesmos fins dados aos cerrados mais
sensoriamento remoto) revelou que o total de florestas nativas secos (e muito mais extensos) do Brasil central: pastagens
perdidas do Amapá, desde a década de 1970, fora pouco acima naturais para bovinos, agricultura de pequena escala e
de 1%. O grupo executor do Zoneamento descobriu que toda a exploração florestal. Eles são a formação vegetal de maior
vegetação nativa do Amapá, e não apenas as suas florestas, foi impacto e exploração do Estado, em função da pecuária, dos
a menos alterada entre todos os Estados amazônicos. extensos reflorestamentos com árvores exóticas (pinus e
Um segundo aspecto notável da vegetação nativa do eucalipto), da coleta de madeira para queima e de outras
Amapá é que o seu alto grau de diversidade está distribuído pressões oriundas da “Grande Macapá” e de várias cidades
em áreas relativamente próximas entre si. Em muitos lugares, menores situadas na Planície Costeira.
uma linha reta imaginária traçada da costa atlântica para o Os manguezais e as restingas localizadas junto ao litoral
interior, de leste para oeste, em poucas dezenas de atlântico e à foz do rio Amazonas. Juntos, eles cobrem cerca de

História e Geografia do Amapá 11


APOSTILAS OPÇÃO

11% do Amapá. Os manguezais marinhos se instalam em Economicamente é pressionada pela extração seletiva de
depressões e lamaçais litorâneos saturados por sais, sujeitos à madeiras, de palmitos e de outros elementos típicos.
influência das marés. Formam comunidades densas, de Representa cerca de 4,8% do Estado,
folhagem permanente, de plantas lenhosas, gramíneas e Compreende o canal do Norte do Rio Amazonas e áreas dos
herbáceas especializadas, resistentes à salinidade do solo. As principais rios da região sujeitas à inundações por ocasião do
restingas são comunidades compostas principalmente por movimento das marés.
gramas e ervas (por vezes contendo árvores e arbustos de
pequeno porte), localizadas em terrenos litorâneos um pouco c) Mata de Igapó:
mais elevados (como dunas), bem drenados, em geral São representados por áreas disjuntas, de difícil precisão
arenosos, menos saturados por sais e fora do alcance das de seus limites e dimensões, com grandes limitações naturais
marés. Ao longo do tempo, as restingas tendem a substituir os em termos de uso e ocupação, e por conseqüência, não
manguezais, à medida que novos depósitos marinhos e ressentindo, até o momento de grandes pressões. Caracteriza-
fluviomarinhos ampliam os terrenos não recobertos se pelo regime de alagamento permanente ou pelo menos com
regularmente por marés. alto grau de encharcamento do solo durante a maior parte do
As restingas e os manguezais formam duas comunidades ano.
vizinhas, por vezes denominadas “formações pioneiras”, As
florestas de palmeiras são formações associadas aos terrenos Manguezal
influenciados por água doce, seja ao longo dos meandros dos Ocupa parte do litoral do Estado.
rios ou nos terrenos planos e alagados da Planície Costeira. Vegetação pneumatófila (raízes aéreas),
Diversas espécies de palmeiras (como açaizeiro e buritizeiro) Solos halófilos (com influência salina).
adaptam-se à água doce parada ou em lento movimento, a qual Ocorre na Costa amapaense de influência salgada (devido
forma bosques relativamente densos que conseguem nascer e ao Oceano Atlântico).
prosperar mesmo em águas com até 50 cm de profundidade. Espécies típicas: mangal, tintal, siriubal, etc.
Ainda não há estimativas quanto ao percentual de área A catação indiscriminada do caranguejo gera problema
ocupado por este tipo de floresta, mas é possível afirmar que ambiental.
sua representatividade é pequena, apesar de sua marcante É um dos ecossistemas mais ativos, pois participa
expressão fisionômica na paisagem. intensamente no aumento da produtividade primária dos
Os campos inundados (ou “campos de várzea”) formam mares e estuários, constituindo berçário de espécies marinhas,
uma área relativamente extensa (cobrem cerca de 8% da área crustáceos, peixes, aves, dentre outros
do Estado) marcada por um complexo labirinto de lagos de
água doce e salobra, por vezes interligados por meio de canais Cerrado
e furos. A flora é composta principalmente por gramas e ervas, É um ambiente não amazônico.
mas existem também ilhas de florestas densas, florestas de Sua presença nesta região é consequência de drásticas
palmeiras e até de manchas de cerrados (em terrenos mais alterações climáticas que marcaram a história.
drenados). Sua vegetação é do tipo savanítica (cobertura vegetal
Diferentes pontos do Estado são ocupados por sistemas de aberta),
transição, marcados pela zona de contato entre tipos distintos Vegetação esparsa, estrato herbáceo-arbustivo.
de vegetação. Exemplos desse tipo de situação podem ser Presença de capões (porção de mata isolado no meio dos
observados quando as florestas densas dos terrenos mais campos).
elevados se estendem até as altitudes mais baixas da Planície Características morfológicas: raízes profundas, troncos
Costeira, o que faz contato com o cerrado ou quando estes retorcidos com casca grossa e solos ácidos.
margeiam os campos inundados e as restingas. Dependendo Árvores típicas: Sucuuba, barbatimão, Murici-vermelho,
dos fatores do meio (chuvas, inundações, fogo), estes sistemas caimbé, Caju, Murici-branco, etc.
podem se apresentar instáveis, quando se justifica a Ocupa 6,0% do estado em uma faixa norte-sul.
designação de “Área de Tensão Ecológica”. Nesta condição, Algumas críticas vêm sendo levantadas contra o projeto
verifica-se normalmente o avanço de um tipo vegetacional em CHAMPION (CHAMFLORA)instalado neste ecossistema,
detrimento do outro. Essas áreas cobrem cerca de 3% da área principalmente quanto à utilização de agrotóxicos no manejo
do Estado. da vegetação de pinnus e eucaliptos (vegetação exótica) em
substituição à vegetação original e consequente contaminação
Formações Florestais dos mananciais, lagos e igarapés.
a) Floresta Densa de Terra Firme: Ocupa
aproximadamente 70% do espaço amapaense, Campo de várzea (ou inundáveis)
Concentra-se na porção Oeste do Estado. Ambiente influenciado pelo regime pluvial sazonal, e de
É o tipo de vegetação mais expressivo do Estado. marés cíclicas.
Destaca-se pela sua alta biodiversidade. Os campos de Várzea são influenciados pelas águas das
Ainda não apresenta um quadro crítico de devastação, chuvas e pelo regime de marés.
tendo em vista a abrangência territorial desse ecossistema. Áreas deprimidas, interligadas por uma intensa rede de
As espécies que se destacam são: angelim, acapu, sucupira, canais com inúmeros pequenos lagos temporários ou
castanha do Brasil, sapucaia, matamatás, breus, louros, permanentes.
copaíba, cipó titica, etc. Ocorre com maior intensidade na região que vai do Rio
Araguari até o Cabo Orange, no Oiapoque.
b) Floresta de Várzea:
Configuram um ambiente primário florestal, de alto porte Zoneamento Ecológico e Econômico – ZEE
em plantas trepadeiras e epífitas. O processo de elaboração do ZEE é considerado exemplar
É o segundo maior ambiente florestado do Estado. no país: foi implantado pelo laboratório de Geoprocessamento
O estrato emergente é formado por árvores de 30 a 35m de do Instituto de Estudos e Pesquisas do Estado do Amapá
altura. (IEPA), viabilizando a capacitação de uma equipe
Ex. o Açaí, Bacaba, andiroba, buriti, Ucuúba ou Virola, multidisciplinar local; teve um custo financeiro menor do que
seringueira, ubuçu, arumã, etc... os realizados por empresas de consultorias e está associado ao
sistema Estadual de Planejamento. Avaliação de Potencial de

História e Geografia do Amapá 12


APOSTILAS OPÇÃO

Recursos Naturais. Avaliação das limitações Naturais, 1996. Além de oferecer apoio político, ela condenou
desempenho socioeconômico e Ocupação Territorial. Estas duramente o decreto do governo federal que permite
cartas proporcionaram uma análise integrada da dinâmica contestação no processo de demarcação de terras indígenas.
natural e socioeconômica, condições necessárias para o A palavra Galibi designava os índios que viviam no litoral
planejamento do uso sustentável dos recursos a médio e longo da Guiana francesa. Hoje são encontrados no Amapá em
prazo. apenas 3 aldeias. A língua original, Karib, foi substituída pelo
patoá, francês creolo da Guiana e o português, falado pela
Áreas Indígenas do Estado do Amapá maioria dos homens adultos.
O Amapá foi pioneiro no reconhecimento dos direitos Assim como os Palikur, os Galibi também escolhem o chefe
territoriais indígenas. Todas as terras reivindicadas pelos da aldeia por eleição direta. Vivem da agricultura cujo
índios foram demarcadas e homologadas. O desafio, agora, é principal produto é a mandioca brava, caça, pesca e
garantir a qualidade de vida que esses povos desejam manter comercializam o excedente. Possuem também uma pequena
ou recuperar, de acordo com seus próprios padrões culturais indústria de construção naval que produz pequenos barcos
e suas formas de organização. para toda a região. O governo do Estado proporciona
assistência na área, infra-estrutura e mantém ainda escola
bilíngue nas aldeias. Essa sociedade vivia originalmente na
Guiana Francesa e sua principal característica é o instinto
guerreiro. No século XVII, lutaram muito contra os índios
Palikur e os franceses.
No século XVIII, com a chegada dos jesuítas, formaram o
maior grupo das missões. Quando os padres foram expulsos,
eles se dispersaram.
No Brasil mora apenas um grupo, que chegou ao país em
1950. Vivem da caça e da pesca e, como fonte de recurso,
comercializam produtos agrícolas.
Todas as aldeias têm escolas administradas pelo governo
do Estado. Próximo à reserva fica Oiapoque. Esta cidade,
situada no ponto mais extremo do Brasil, é a primeira do país
a eleger um prefeito índio. A história dessa comunidade é
marcada por uma constante migração. Ora ocupavam a bacia
de Uaçá sua área de origem, ora se mudavam para a Guiana
Francesa. Só no final da década de 80, com a demarcação da
reserva e a expulsão dos não-índios, é que a população
começou a se fixar. Duas aldeias ocupam essa área: a Juminã,
com remanescentes dos índios Karipuna e Uaçá, índios Galibi-
Marworno.
Os índios Karipuna se consideram católicos, mas não
abrem mão das festas religiosas tradicionais. O "Turé", por
A autonomia reivindicada pelos índios vem emergindo de exemplo, tem ritos essencialmente indígenas que inclui danças
sua crescente capacidade de dialogar e de se posicionar diante e cantos na língua maruane. Comercializam produtos agrícolas
dos múltiplos setores da sociedade nacional responsáveis pela como cítricos, café, inhame, banana e cana. A caça e a pesca são
implementação de intervenções que os atingem diretamente. utlizados exclusivamente para o consumo local. A migração
Os índios do Amapá somam mais de 7.000 indivíduos tem aumentado por causa do crescimento da população. No
distribuídos em várias etnias e tribos, habitando tanto solo entanto, os homens ficam fora apenas por alguns períodos,
nacional quanto estrangeiro. Os índios do Amapá são os únicos enquanto as mulheres raramente retornam às aldeias. Os
do país que têm o privilégio de possuir todas as suas reservas Palikur têm uma miscigenação rara entre os índios. Entre 1930
demarcadas, sem invasões de garimpeiros, madeireiros e e 1940, chegaram à aldeia famílias negras vindas da Guiana
agricultores. Os primeiros contatos entre o índio e o europeu Francesa e seus descendentes assumem a identidade da tribo.
têm o registro de 1500, quando Pinzón esteve aqui. O Estado Mesmo com esse contato, os índios mantêm a tradição de se
abriga vários tipos de etnias, distribuídos em 49 aldeia. Amapá organizar em clãs formados a partir da linhagem paterna.
é o primeiro estado brasileiro a ter todas as terras indígenas Dessa forma, os filhos de pais não mestiços são aceitos pela
demarcadas. Nas duas grandes reservas, que representam comunidade, mas não podem pertencer a nenhum clã.
8,6% de todo o território estadual, vivem as etnias - Galibi, Os Palikur estão localizados no Estado do Amapá e na
Karipuna, Palikur, Waiapi e Galibi Marworno. Guiana Francesa, no Amapá eles habitam ao longo do rio
Esses índios não vivem isolados. Recebem todo tipo de Urukaua, situado na bacia do rio Uaca, na região do município
apoio governamental: da assistência à saúde, à orientação para do Oiapoque; na Guiana Francesa eles habitam em bairros nas
melhorar a qualidade de vida através de novas alternativas cidades de Caiena e Saint Georges e as margens do rio
econômicas. No entanto, o respeito aos índios vem em Oiapoque. Dentre as três etnias que habitam ao longo da bacia
primeiro lugar. Em nenhum momento essa parceria pode do Uaçá - Galibi-Marworno, Karipuna e Palikur -, os Palikur são
interferir na cultura diferenciada das etnias. O melhor os únicos procedentes da própria região e também são os
exemplo desse compromisso é o apoio dado a escola bilíngue, únicos que mantiveram sua língua original. Esta etnia é
na qual as crianças aprendem primeiro sua língua original, mencionada nos relatos históricos desde 1513. Durante mais
condição mais importante para manter viva a tradição de três séculos, os povos indígenas da região do norte do
indígena com seus mitos, lendas, arte e costumes. Amapá mantiveram intensas trocas com os comerciantes
A luta dos índios para garantir a terra em que vivem e franceses a ponto de despertar a preocupação da coroa
defender a sua cultura tem chamado a atenção de Ongs, portuguesa, que passou a exercer uma caça sem tréguas aos
governos estrangeiros, como o alemão, e o apoio de índios identificados como aliados franceses. Neste contexto, os
personalidades como Danielle Miterrand. Palikur, apesar de considerados "amis de francois", são das
A viúva do ex-presidente François Miterrand e presidente poucas etnias, das diversas que existiam na região, que
da Fundação France Libertés visitou o Amapá em abril de

História e Geografia do Amapá 13


APOSTILAS OPÇÃO

conseguem sobreviver a perseguição empreendida pelos ferro, caulim, ouro e cromita produzidos no Estado foram
portugueses. destinados para os mercados externos (nacionais e
Atualmente, os Palikur são, em sua maioria, evangélicos. internacionais), e as quatro indústrias empregaram cerca de
Foram evangelizados por missionários protestantes no final 1.190 pessoas em 2009.
da década de 40 e por conta da religião cristã não realizam A área de floresta plantada no estado do Amapá em 2012
mais suas festas tradicionais, como a festa de Ture e do foi de 49.951 ha, colocando-o como o 14º estado brasileiro em
Tambor. Assim como os outros povos indígenas do Uaçá, os termos de área de plantações florestais. As florestas plantadas
Palikur vivem da caça, pesca e da comercialização da farinha geraram 1.762.169 m³ de madeira em tora em 2012. 531.491
nas cidades do Oiapoque, Caiena e Saint George. Para fugir da m³ de madeira em tora e 320.862 m³ de lenha foram
catequização dos jesuítas os índios Waiapi, no século XVII, legalmente retiradas de florestas nativas em 2012 (IBGE,
abandonaram sua área de origem, baixo Xingu no estado do 2013b). A participação de madeira e produtos de madeira nas
Pará, e ocuparam o ponto mais extremo do Brasil, entre os rios exportações do Amapá foi de 4,5% em 2012 e subiu para
Oiapoque, Jari e Amapari. Os Waiapi quase foram extintos no 11,2% em 2013 (SECEX, 2014).
começo do século por causa do contato com os extrativistas O PIB não consegue medir a contribuição dos ativos
como os seringueiros. Na década de 70 enfrentaram o mesmo ambientais ao bem-estar. Assim, apesar de sua baixa
problema com os garimpeiros que invadiram a área, a partir contribuição para o PIB, a extração de recursos florestais não-
da recém-chegada Rodovia Perimetral Norte. Nos anos 80, os madeireiros, a agricultura familiar e a pesca são vitais para
Waiapi conseguiram expulsar os invasores e, desde então, garantir os meios de subsistência e a segurança alimentar à
mantêm constante vigilância nos limites de sua terra. Nesse população do Amapá. Em 2007, a produção de pescados foi
período assumiram a faiscação de ouro aluvional, uma responsável por mais de R$50 milhões. 63% do pescado foi
atividade que eles realizam dentro do seu ciclo tradicional de extraído de águas continentais e 35% de águas marinhas
atividades extrativistas e que atende a algumas de suas (IBAMA, 2007). Em 2012, o principal produto florestal não
necessidades (armamento, tecidos, redes). Nos garimpos madeireiro extraído no Amapá foi o açaí (gerando R$2.234 mil
controlados pelos índios, não se usa mercúrio e as áreas para os produtores), seguido da castanhado-Brasil (R$319
trabalhadas são convertidas em plantações de frutíferas. Além mil), borracha (R$210 mil) e palmito (R$26 mil) (IBGE,
disso, os waiapi estão na agro-silvicultura em alguns trechos 2013b). No entanto, grande parte da produção e do comércio
das picadas da demarcação. de produtos não-madeireiros ocorre no mercado informal;
Hoje, eles são 488, distribuídos em 12 aldeias. A área foi este não é capturado por dados oficiais mas precisa ser melhor
demarcada e homologada em 1996, numa experiência piloto avaliado caso se pretenda aumentar seu potencial econômico.
do PPG7 que priorizou a participação dos índios e sua A cadeia produtiva do açaí movimenta um total de R$500
capacitação para o controle permanente desta terra. A milhões/ano. Existem cerca de 2.300 amassadeiras de açaí em
experiência foi coordenada por uma ONG e financiada pelo Macapá e Santana, dois dos principais municípios produtores
governo alemão. Cada aldeia indígena tem um padrão estético de açaí. Além disso, o açaí é um importante produto de
que se reproduz nos objetos utilitários como cestas, redes, exportação do estado, sendo que em 2013 respondeu por
adornos e armas. Feitos com madeira, fibras, cerâmica, cerca de 3,2% das exportações amapaenses, e 3,9% em 2012.
sementes, plumagem, dentes e ossos de animais. Cerca de 90% do açaí consumido no Amapá é extraído de áreas
Alguns desses objetos são enfeitados com penas de aves ou de várzea no estuário do rio Amazonas, em ilhas pertencentes
pintados com corantes naturais extraídos de cascas de árvores ao estado do Pará. O apoio do governo ao setor está crescendo:
ou sementes como as do urucum. O artesanato é uma das a Embrapa e o IEPA desenvolveram técnicas para o manejo
fontes de renda dos povos indígenas do Amapá. Os Karipuna, sustentável e processamento do açaí a partir das quais o IEF
por exemplo, fabricam colares de contas ou ossos. Os Waiapi treinou mais de 2.000 pequenos produtores. O SEBRAE e
usam desenhos mitológicos para explicar suas origens. empresas como a Sambazon também trabalham com o
fortalecimento da cadeia produtiva, melhoria da qualidade do
Aspectos Econômicos do Amapá açaí e do processo de beneficiamento, além de apoiar o acesso
a inovações e incentivos financeiros. Programas
A participação do Amapá na economia brasileira é de governamentais, como o PRONAF, oferecem financiamento
aproximadamente 0,2%. A população do estado é para pequenos agricultores e populações extrativistas.
predominantemente urbana, como sua base econômica: o De acordo com instituições de pesquisa (Embrapa, IBGE,
setor de serviços responde por cerca de 89% do PIB, o setor SUDAM), entre 60 e 70% dos solos das regiões oeste e central
secundário por 8% e o setor primário por apenas 3,2%. Quase do Amapá são inadequados para a agricultura, sendo mais
metade (48,7%) do PIB é proveniente da administração adequados para a proteção de florestas ou extração de
governamental e gastos sociais, 14,5% são advindos do setor produtos florestais não madeireiros. O Amapá não é um
de comércio e serviços, e 11% de atividades imobiliárias e grande produtor agrícola. Sua produção está voltada
aluguéis. Em 2011, o PIB do Amapá foi de $8.350 milhões de principalmente para o consumo interno, tendo como
reais (IBGE, 2012)9. principais produtos a mandioca (12.800 há plantados em
Os principais setores produtivos do Amapá respondem 2012), o milho (2.600 há plantados) e o arroz (2.500 há
atualmente por pequenas porções do PIB: a construção civil é plantados) (IBGE, 2013a). O estado tem rebanhos
responsável por 3,8%; a indústria de transformação por 3,1%; significativos de búfalo (254.046 indivíduos) e bovinos
a agricultura, silvicultura e produtos florestais por 2,3%; (142.825 indivíduos), ambos criados em sistema extensivo
pecuária e pesca por cerca de 1%; e mineração por 1,4% (IBGE, (IBGE, 2013c).
2012). A indústria de transformação no Amapá gerou R$155 Entre a área de floresta e várzea, há uma faixa de cerrado
milhões em 2011 segundo o IBGE (2012), e centra-se na no sentido norte-sul que ocupa cerca de 6,9% do território do
transformação de produtos minerais. Amapá, ou 986 mil hectares. Atualmente, essa área tem sido
Os minérios são os principais produtos de exportação do utilizada por florestas plantadas (principalmente eucalipto), e
Amapá: em 2013, o principal produto exportado foi ouro, para a produção agropecuária. Essa área é apontada como
responsável por 50,7% do total das exportações, seguido por sendo de grande aptidão para a produção de soja, ainda que os
minério de ferro, com 34,6% (SECEX, 2014). Cerca de 99% do preços dos insumos ainda dificultem a viabilidade da

9 VIANA, E. VIANA, C. et al. Economia Verde no Estado do Amapá, Brasil.


http://pubs.iied.org/pdfs/16575PIIED.pdf

História e Geografia do Amapá 14


APOSTILAS OPÇÃO

produção. No entanto, existe um setor do agronegócio outros serviços ambientais prestados pelas florestas
emergente, com grande perspectiva de expansão, que preservadas – notadamente a conservação da biodiversidade,
compreende principalmente investidores oriundos do Mato regulação hídrica e conservação cultural.
Grosso e outros estados. Até 2012 não houve registro de O cenário do Amapá reflete uma tendência nacional no
produção de soja no Amapá (IBGE, 2013a), mas a perspectiva Brasil. O agronegócio tem crescente importância para o PIB
de adequação do porto de Santana para escoar a produção de nacional, aumentando também sua influência política. Em
soja do Mato Grosso e de municípios ao longo da BR 163, 2012, o Congresso brasileiro aprovou uma legislação florestal
juntamente com a crescente demanda internacional, indicam que foi tida pela maioria dos ambientalistas como um
que a soja pode vir a ser um produto atraente para a região. retrocesso dos compromissos ambientais ao render-se à
Não menos importante é a riqueza armazenada nas agricultura insustentável. O Código Florestal define regras
florestas, notadamente a biodiversidade, o estoque de carbono gerais de ocupação de terras no Brasil, e passou a permitir a
e outros serviços ambientais. Esses recursos estão se tornando consolidação de áreas desmatadas antes de 2008. Isto é
cada vez mais escassos na escala global, e estão começando a percebido como uma anistia aos desmatamentos feitos
formar a base de uma determinada classe de ativos financeiros ilegalmente, e pode encorajar mais desmatamento. Em 2013,
verdes, notadamente a compensação de carbono. No total, o houve um tenso debate no Congresso sobre terras indígenas,
estado do Amapá tem cerca de 70% do seu território em áreas que pode resultar em outro revés para a conservação e o
protegidas, o que corresponde a 9.981.538 hectares. Oito áreas direito de povos indígenas. A tendência de crescimento não-
pertencem a categorias de proteção integral: parques inclusivo e com poucas considerações ambientais é liderada
nacionais, reservas biológicas ou estação ecológica, o que por organizações pró-agricultura e alguns membros do
representa quase 60% de toda a área protegida. Onze áreas Congresso Nacional.
são classificadas como de uso sustentável, distribuídas em Ao mesmo tempo, uma importante iniciativa está sendo
Reserva Extrativista Nacional (RESEX), Reserva Particular do liderada pelo IEF. Ao incentivar a exploração legal em áreas
Patrimônio Natural (RPPN), Floresta Nacional, Floresta florestais pequenas, médias e grandes por cooperativas locais
Estadual, Área de Proteção Ambiental, Reserva de e pelo setor privado através de concessões florestais, espera-
Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Parque Natural se que a extração ilegal de madeira diminua. O primeiro edital
Municipal. Existem ainda cinco terras indígenas demarcadas, foi lançado em dezembro de 2013, oferecendo 150 mil
totalizando 1.183.498.31 hectares. hectares de floresta nativa. Audiências públicas foram
Existe um enorme potencial de participação do Amapá na realizadas em março em três municípios envolvendo
mitigação das mudanças climáticas globais por meio da representantes de vários setores da sociedade (estudantes,
preservação das florestas: apenas 2% da área do estado foram comunidades locais, populações tradicionais, funcionários do
desmatadas. A emergente economia do mercado de carbono governo, setor privado). O leilão está previsto para ocorrer em
representa uma oportunidade para o Amapá ser pago pela abril de 2014. De acordo com um zoneamento concluído
provisão de serviços de conservação de carbono florestal, ou recentemente, o Amapá tem cerca de 1 milhão de hectares de
por ser ‘recompensado’ por manter suas florestas em pé. O florestas com potencial de concessão.
mecanismo internacional de REDD+2 está em negociação há As atividades de mineração também estão aumentando no
alguns anos, mas decisões importantes sobre seu desenho e Amapá, e o desenvolvimento do setor é visto como central para
operação foram feitas na Conferência das Partes da UNFCCC o futuro da economia do estado. No entanto, os interesses de
no final de 2013. Além disso, o mercado voluntário de carbono expansão da atividade mineradora também podem
tem por vários anos permitido que empresas, indivíduos ou representar uma ameaça para áreas protegidas como a FLOTA.
territórios compensem suas emissões de GEE através da Há uma crescente pressão política por parte da Assembleia do
compra de créditos de projetos de conservação da floresta. No Estado para reduzir a área sob proteção ambiental. Além disso,
quadro emergente de REDD+, as estimativas de estoque e fluxo grandes interesses do setor da mineração estão pressionando
de carbono devem seguir rigorosos critérios de medição, por mais desenvolvimento em infraestrutura (especialmente
relato e verificação (MRV), a partir de um nível de referência estradas). O garimpo de ouro é um importante vetor de
da floresta, de modo a garantir que as reduções de emissões degradação ambiental, especialmente em Lourenço, Vila Nova
sejam genuínas e adicionais. Há também salvaguardas para e Oiapoque, e a poluição por mercúrio é um importante
garantir a participação social na repartição de benefícios. No contaminante de pescados e uma questão que merece atenção.
Amapá, os moradores da RESEX ou RDS e populações Garimpeiros brasileiros também têm entrado ilegalmente na
extrativistas podem ser os primeiros a se beneficiar de um Guiana Francesa, criando problemas semelhantes.
mecanismo desse tipo, pois eles são dependentes, e guardiões, Há uma pressão crescente pela instalação de grandes
das florestas. infraestruturas para viabilizar o crescimento de outros
Os critérios utilizados para a geração de créditos de setores. A conexão com a Guiana Francesa oferece grandes
carbono enfatizam a adicionalidade, ou seja, a compensação oportunidades comerciais para o Amapá; nesse sentido, a BR-
exige a retenção de mais carbono do que de teria ocorrido na 156 está sendo pavimentada e a ponte binacional está sendo
ausência daquele determinado projeto. Isso poderia resultar concluída. Há também a intenção de pavimentar as seções
em um pequeno volume de créditos de carbono para o Estado restantes da BR210. A readequação do porto de Santana
do Amapá, apesar de sua extensa área de floresta intacta – isto pretende expandi-lo para escoar a produção de grãos de
porque a conversão da floresta, com base em taxas passadas outras partes do Brasil. O Amapá poderá receber produtos
de desmatamento, não é uma ameaça tão grave como em para a Guiana Francesa, bem como promover maiores relações
outras áreas do país. No entanto, existe no Brasil o comerciais com este e os demais países do escudo da Guiana,
reconhecimento de que um sistema que premia apenas as abrindo perspectivas para seus produtos agrícolas e
áreas onde o desmatamento tem sido alto pode resultar em pecuários, entre outros. Assim, espera-se que a consolidação
incentivos perversos, e de que, portanto, faz-se necessário da infraestrutura logística do estado melhore o desempenho
incentivar estados como Amapá, que tem elevados estoques de econômico do Amapá. Ao mesmo tempo, diversos estudos
carbono, a mantê-los. O governo do Amapá está ciente deste indicam que estradas, especialmente as pavimentadas, são
potencial se adiantou através da discussão da Política Estadual importantes vetores de desmatamento. Portanto, é essencial
de Mudanças Climáticas e da participação no Fórum Global dos pensar em estratégias para controlar o desmatamento e a
Governadores para Clima e Floresta, entre outras iniciativas. degradação ao longo das estradas.
Existe, portanto, o potencial do carbono no Amapá, mas as O Governo do Amapá recebeu um empréstimo de R$ 2
oportunidades também precisam ser ampliadas para incluir bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

História e Geografia do Amapá 15


APOSTILAS OPÇÃO

Social (BNDES) para investir na construção e pavimentação de conciliar o crescimento econômico convencional (mineração,
estradas. O Governo Federal também garantiu financiamento agricultura e energia) com agendas sociais e ambientais
para a pavimentação da BR-210. Esses investimentos inovadoras.
representarão uma ameaça para a terra indígena (UEÇA) e A economia verde inclusiva, como uma maneira de obter o
áreas protegidas (RESEX Cajari) se não forem acompanhados valor ambiental e social de toda a produção econômica, parece
de medidas que garantam o controle ambiental e programas ser uma opção atraente O governador do Amapá e alguns
de desenvolvimento sustentável. membros do governo fizeram uma importante visita ao Banco
Enquanto uma economia verde propõe uma matriz Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), em Washington,
energética limpa, 70% da geração de energia no Amapá em maio de 2013. Em dezembro de 2013, o BID aprovou um
atualmente é feita a partir da queima de óleo diesel financiamento não-reembolsável de 300 mil dólares para a
(Eletronorte 2012). No entanto, esforços estão sendo feitos realização de inventário florestal, elaboração de planos de
para reverter esta situação. A integração do estado ao Sistema manejo e capacitação dos produtores em manejo florestal, bem
Interligado Nacional (SIN) é um exemplo; outro são as como o desenho de mecanismos que garantam a
hidroelétricas planejada para gerar 1.000 MW (Figura 5). sustentabilidade do projeto a longo prazo – incluindo REDD+.
Essas alternativas irão substituir o fornecimento de energia da Isso compõe um projeto de US$ 7 milhões, dos quais US$2
usina termelétrica de Santana e poderão até transformar o milhões são na forma de financiamento não-reembolsável
estado em um exportador de energia através do SIN (CEA, (visando a capacitação para serviços ambientais) e US$5
2012). Por outro lado, esses empreendimentos irão aumentar milhões como empréstimo ao Governo do Estado.
a pressão sobre os ecossistemas naturais e comunidades O empréstimo será utilizado como crédito para produtores
tradicionais, que estão sujeitas a inundações e outros impactos florestais na segunda fase do Programa ProExtrativismo; a
associados a projetos hidrelétricos na Amazônia. Alternativas Agência de Fomento do Amapá (AFAP) concederá empréstimo
verdes, tais como a utilização de resíduos, energia solar, eólica, aos produtores florestais a taxas abaixo da média, baseado nos
biomassa e pequenas ou micro hidrelétricas, podem ser “serviços bioclimáticos” gerados pelo aprimoramento das
soluções inteligentes para a questão, ao menos em práticas de manejo florestal. A AFAP receberá os direitos sobre
determinadas localidades. Além disso, elas poderiam gerar esses serviços como uma compensação pelas taxas de juros
créditos de carbono através do Mecanismo de subsidiadas. Então os créditos destes serviços bioclimáticos
Desenvolvimento Limpo (MDL). O projeto hidrelétrico serão transferidos para o BID, que os utilizará como
Ferreira Gomes já está desenvolvendo um projeto de MDL, abatimento da dívida do empréstimo. O Estado do Amapá dará
com base nas emissões evitadas pela substituição do diesel uma contrapartida adicional de R$ 3,5 milhões.
para geração de energia. Esta iniciativa pode gerar um avanço conceitual e
A agricultura, silvicultura, mineração, infraestrutura e potencialmente incentivar o BID a avançar na agenda verde.
energia são, portanto, claramente os motores do No entanto, existe uma necessidade de melhorar a
desenvolvimento futuro do Amapá. Cada um destes setores é quantificação e valoração desses serviços bioclimáticos.
intimamente ligado à qualidade ambiental. É possível, pelo Além disso, o Fundo Amazônia, com recursos provenientes
menos no curto prazo, desenvolver esses setores sem da Noruega e gerido pelo BNDES, aprovou um projeto de R$ 40
respeitar essas relações ambientais. Mas, se o milhões que vai dar um enorme impulso para as cadeias
desenvolvimento do Amapá pretende ser produtivo, produtivas da ‘sociobiodiversidade’ no Amapá, com ênfase no
duradouro e resiliente, tanto para esta geração quanto para as açaí, madeira, castanha-do-Brasil e fibras. O Instituto Estadual
outras que virão, a política econômica deve cuidar dos ativos de Pesquisas do Amapá (IEPA) também fará um investimento
ambientais, tais como as florestas; limitar riscos ambientais significativo para auxiliar na prospecção da biodiversidade
como a poluição; e visar mercados que estejam dispostos a visando novos produtos farmacêuticos e terapêuticos. Todos
pagar por esses benefícios. Além disso, é importante abordar esses são passos importantes no sentido de gerar uma nova e
o desenvolvimento econômico de forma a promover a inclusão inclusiva economia de base florestal.
das pessoas que mais dependem de recursos ambientais e
estão mais vulneráveis a riscos ambientais (populações Atividades Econômicas
pobres) e, ao mesmo tempo, recompensar aquelas que detêm
mais conhecimento sobre como administrar esses recursos Recursos
(de grupos indígenas na floresta até empresas de mineração Este é um segmento de suma importância para a economia
com boas práticas). Isso pode ser chamado de “economia do Amapá, sendo identificado pela vasta extensão de suas
verde inclusiva”. Para ser verdadeiramente incorporado nessa terras, densidade de seus rios e pela grandeza de suas
abordagem, é necessário que a agenda verde seja florestas, onde são avaliados fatores de produção até agora
fundamentalmente uma agenda humana – de modo a fazer a pouco explorados, com possibilidades de aproveitamento no
conexão com as realidades cotidianas de trabalho, os meios de setor de transformação industrial, que poderá contribuir para
vida, a saúde e o bem-estar. o surgimento de valiosas fontes econômicas.
Existem precedentes – a agenda da sustentabilidade é Destacam-se na composição da economia do estado do
amplamente apoiada, ao menos em teoria, pela população do Amapá as atividades extrativistas tanto vegetais como
Amapá. Embora a maioria da população seja urbana, há fortes minerais.
laços familiares e culturais com as populações da floresta, No extrativismo vegetal são exploradas a castanha-do-
consideradas conhecedoras da natureza, mas empobrecidas e pará, palmito e as madeiras.
carentes de apoio especial por parte das políticas públicas. Isso Entre os minerais mais encontrados no estado estão as
cria um ambiente favorável para o sucesso de políticas verdes jazidas de manganês, ouro, caulim e granito. A produção
como o Programa Pro-Extrativismo. O grau de sucesso deste agrícola limita-se ao cultivo de arroz e mandioca.
programa pode tornar-se um fator importante para as eleições Na pecuária predominam as criações de búfalo e o gado
estaduais em 2014, que irão coincidir com as eleições bovino.
presidenciais. O setor industrial dedica-se ao processamento das
A administração do governo tem promovido uma agenda principais riquezas do estado, ou seja, a extração mineral, a
pró-verde. Este cenário pode mudar caso os grandes madeira e também a pesca.
interesses da mineração, agricultura e energia promovam uma A produção de energia elétrica no Amapá supera o seu
cisão política e econômica no Amapá. O desafio é evitar ou consumo doméstico.
diminuir essas discrepâncias, identificando formas de

História e Geografia do Amapá 16


APOSTILAS OPÇÃO

Manganês cultivo de culturas temporárias como: arroz, milho, feijão,


Principal riqueza do estado do Amapá, o manganês teve mandioca, legumes, etc., culturas permanentes como:
sua exploração iniciada em 1957. Ali se encontram as maiores pimenta-do-reino, coco, laranja, limão e outros.
reservas do país, chegando o estado a extrair 80% da produção
total de manganês do país na década de 60. Arroz
Suas jazidas foram arrendadas por 50 anos pela Icomi, Com pouca tradição no Amapá, o cultivo do arroz utiliza o
Indústria e Comércio de Mineração, do grupo Bethlehem Steel. sistema produtivo consorciado com a mandioca ou o milho e
A renda dos royalties do manganês foi destinada à em menor escala, cultivo "solteiro".
construção da Usina de Paredão, para assegurar base
energética às indústrias que vierem a ser ali instaladas. Milho
A mineração do manganês provocou deslocamento de O milho, cultura de grande significado para o Amapá,
mão-de-obra e contribuiu consideravelmente para o aumento também vem apresentando queda de produção nos últimos
da população no estado, antes território administrado pelo anos. Como nas demais culturas temporárias no período
Governo Federal. Essa empresa construiu uma estrada de analisado, caíram a produção e área colhida.
ferro com capacidade para 700 mil toneladas de minério e 200 Estes declínios tem se refletido na produção avícola, por
mil toneladas de outros tipos de mercadorias, assim como um ser matéria-prima destinada à fabricação de ração balanceada
porto, a que podem ter acesso navios de até 45 mil toneladas. para aves.
Macapá e Santana foram, mais uma vez, os dois maiores
Outras riquezas minerais municípios produtores.
Além do manganês, o Amapá tem também grande reserva
de recursos naturais que inclui minerais como o ouro, Feijão
explorado nos garimpos dos rios Calçoene, Cassiporé e Igarapé A produção de feijão vem decaindo desde 1986, tendo
de Leona, além do rico veio existente no rio Gaivota. apresentado em 1977 uma substancial queda na quantidade
Diamantes são também muito encontrados na região de produzida. O feijão cultivado no Amapá é o caupi (feijão da
Santa Maria. colônia), de pouca aceitação para consumo por parte da
A 80 km da capital, Macapá, existe uma jazida de 9,6 população de classe média.
milhões de toneladas de hematita, com 70% de ferro, O governo vem tentando incentivar o cultivo, devido à
explorada pela empresa Hanna Company. importância na alimentação da população de baixa renda. Por
isso vem fomentando o seu cultivo com a distribuição de
Extrativismo Vegetal sementes selecionadas através de subsídios ao preparo da
área mecanizada.
Madeira
A densa floresta conta com aproximadamente 9,5 milhões Mandioca
de hectares, com uma reserva de madeira superior a 1,5 É cultura da maioria dos agricultores em decorrência do
milhões de m³, de grande aceitação comercial nos mercados hábito alimentar da população amazônica, sendo a produção
nacional e internacional. destinada à subsistência, com pouco aproveitamento dos
As concentrações de madeiras comercializáveis equivalem subprodutos (goma e tucupi).
a 170 m³por habitantes, ressaltando-se também a existência
de espécies madeiras com fonte de material celulósico e Horticultura
semente oleaginosas com alto teor de óleo. A produção de hortaliças está concentrada no Polo-
Entre as espécies mais comercializadas de madeiras estão: Hortigranjeiro, em Fazendinha na Colônia Agrícola de Matapi
acapú, macacaúba, andiroba, pau mulato, breu, cedro, e na periferia de Macapá.
maçaranduba, Angelim, sucupira, etc. As principais espécies produzidas são: couve, cariru,
Entre as sementes oleaginosas que mais se destacam são: coentro, chicória, cebolinha, alface, tomate, feijão-verde,
andiroba, ucuúba, castanha-do-Pará, pracaxí, etc. chuchu, pepino e salsa, entre outros.
A iniciativa do governo para incentivar essa atividade foi a
Agricultura instalação do Polo-Hortigranjeiro, dotado de estradas em boas
A atividade agrícola embora seja considerada de maior condições de tráfego, energia elétrica e sistema de irrigação
importância socioeconômica, uma vez que é o suporte básico central, beneficiando os produtores.
de qualquer economia no Amapá, ainda é cultivada em Em relação à Colônia Agrícola do Matapi e periferia de
pequena escala, sendo considerada uma cultura de Macapá, o apoio do governo concentra-se principalmente no
subsistência. escoamento da produção, através dos veículos da Secretaria e
A participação no abastecimento do mercado local é na comercialização, por meio da organização da feira do
insignificante não havendo excedente para exportação. Alguns produtor.
fatores foram responsáveis por este desempenho negativo da
agricultura. Culturas permanentes
Pelo setor público, houve a limitação de recursos As principais culturas permanentes cultivadas no Amapá
destinados aos projetos de fomento ao setor decorrente da são: a pimenta-do-reino, a laranja e a banana que ainda não
situação financeira imposta pelo governo federal na contenção atingiram um estágio ideal de desenvolvimento, mas que já
do déficit público que atingiu o Amapá de modo contundente contribuem para o abastecimento interno e melhoria de renda
influenciando a ação estadual na área rural. do produtor.
De lado do setor privado, a incipiente organização dos
produtos em associações, cooperativas e sindicatos, que Pimenta-do-reino
restringe o seu poder de negociação na busca pelo A cultura da pimenta-do-reino está concentrada na Colônia
desenvolvimento de suas atividades, principalmente no que se Agrícola de Matapi e foi introduzida na década de 1970, com
refere a crédito, distribuição e comercialização dos produtos. mudas oriundas de Tomé-Açu (PA), por iniciativa do poder
Para o suprimento da demanda interna, o mercado público.
importa grande do seu consumo. Muito embora existam boas
perspectivas de desenvolvimento agrícola tendo e, vista as
condições adequadas e bons solos e climas, propícios, para o

História e Geografia do Amapá 17


APOSTILAS OPÇÃO

Citros pequenos espinhéis e matapi, sendo este último usado na


A produção de laranja vem aumentando gradativamente, pesca do camarão regional.
graças ao incentivo do governo, que nos últimos cinco anos,
vem distribuindo mudas produzidas pela Companhia de O Estado do Amapá no Contexto Brasileiro
Desenvolvimento do Amapá (CODEASA), hoje CODAP ou A região onde hoje se encontra o estado do Amapá foi
adquiridas em outras Unidades da Federação, através da doada ao português Bento Manuel Parente, em 1637, com o
Secretaria de Agricultura. nome de capitania da Costa do Cabo do Norte. No final do
A continuar esta tendência, espera-se que em poucos anos, mesmo século, a região sofreu incursões de ingleses e
o Amapá seja autossuficiente em laranja. holandeses, que foram expulsos pelos portugueses.
No século XVIII, os franceses também reivindicaram a
Banana posse da área e em 1713, o Tratado de Utrecht estabeleceu os
O Amapá já foi um grande produtor de banana, chegando a limites entre o Brasil e a Guiana Francesa, os quais não foram
abastecer o mercado local e comercializar o excedente para o respeitados pelos franceses.
Estado do Pará. Os portugueses construíram então a fortaleza de São José
Com a infestação dos bananais pela doença conhecida por do Macapá, para proteger seus limites das incursões dos
"moko da bananeira", transmitida pela bactéria do gênero franceses.
Pseudomonas, descoberta por técnicos do Ministério da O povoamento do território começou a se intensificar no
Agricultura e da Universidade Rural do Rio de Janeiro por volta século XIX, com a descoberta de ouro na área e o crescimento
de 1978, a produção começou a decair, sendo hoje insuficiente da extração da borracha, que havia atingido altos preços
para atender o consumo local. internacionais na época.
A descoberta de riquezas, no entanto, fez crescer as
Pecuária disputas territoriais que culminaram com a invasão dos
A pecuária do Amapá é extensiva sem aplicações das franceses em maio de 1895.
técnicas recomendadas e manejos adequados às A Comissão de Arbitragem, em Genebra, em 1º de janeiro
peculiaridades da região. de 1900, deu a posse da região ao Brasil e o território foi então
Os programas de incentivos do governo à pecuária são as incorporado ao estado do Pará com o nome de Araguari.
realizações das exposições, feiras e aquisição de animais Em 1943, o território passou à administração do Governo
melhores em outras Unidades da Federação, para revenda aos Federal, com o nome de Amapá. Em 1945, a descoberta de ricas
criadores com vistas à melhoria do padrão de rebanho, além jazidas de manganês na serra do Navio, revolucionou a
da assistência técnica aos produtores. economia local.
Muito embora o Amapá seja adotado de condições Procedeu-se a nova divisão territorial, passando a parte do
favoráveis para o cultivo da pecuária extensiva com Amapá ao norte do rio Cassiporé a constituir o município de
predominância para a criação do gado bovino e bubalino, Oiapoque. Foi mais uma vez desmembrado em dezembro de
ainda não possui uma pecuária de corte em condições de 1957, com a criação do município de Calçoene e a cessão de
atender as necessidades do mercado interno. terras ao norte dos rios Amapá Grande e Mutum.
Assim, sendo, importa de outros centros produtores A nova Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988,
aproximadamente 90% do seu consumo, acontecendo o elevou o território do Amapá à categoria de estado da
mesmo com a produção do frango e suínos. Federação.
O principal centro fornecedor de carne é o Estado do Pará
(Ilha do Marajó). Questões

Pesca 01. (Prefeitura de Padre Bernardo/GO – Contador –


É considerada de grande expressão econômica cujo Itame) Capital do Estado do Amapá:
potencial ainda não foi devidamente avaliado e nem explorado (A) Roraima.
na extensão do nível de importância que representa como (B) Rio Branco.
fonte de abastecimento e investimento para o Amapá. (C) Belém
As principais áreas de exploração são: Porto de Santana, (D) Macapá.
Arquipélago do Bailique, Vila do Sucuriju, Ilha de Maracá, Foz
do Cassiporé e Costado Amapá. 02. (TCE/AP – Analista – FCC) Uma característica
As espécies mais exploradas são: piramutaba, pescada, importante da geografia física do Amapá é o fato de que
filhote, dourado, gurijuba, pirarucu, tambaqui, pirapitinga, (A) cerca de 80% seu território é banhado por afluentes do
tucunaré, piranha, traíra, acará, aruanã, sarda, jiju, tamuatá, rio Amazonas.
etc. (B) o relevo é formado predominantemente por planícies
Além das espécies acima citadas, o Estado do Amapá fluvio-lacustres.
possui sua costa rica em espécie de crustáceo de grande valor (C) as antigas florestas que recobriam o estado foram
de mercado (camarão-rosa, camarão da água doce e o substituídas por cerrados.
caranguejo). (D) mais da metade do seu território é formado por
O sistema produtivo predominante na atividade pesqueira terrenos de origem vulcânica.
é o artesanal, utilizando uma tecnologia simples tanto nos (E) apresenta clima equatorial com forte influência da zona
processos de capturas e conservação como nas embarcações de convergência intertropical
utilizadas nas pescarias. Pode-se observar a pesca artesanal
em duas modalidades principais conforme áreas de 03. (TCE/AP – Analista – FCC) Segundo o censo de 2010,
ocorrência. o Amapá
(A) foi um dos estados do país que mais aumentou sua
Pesca de água doce população em termos relativos.
Ocorre nas áreas lacustres, caracterizada pela utilização de (B) é um dos poucos estados brasileiros com predomínio
pequenas embarcações, notadamente montarias, como de população rural.
capacidade média de 200kg de carga e apetrechos de pesca de (C) manteve a condição de segundo estado mais populoso
pequeno porte, destacando-se a rede de malhar, linha de mão, da região Norte.

História e Geografia do Amapá 18


APOSTILAS OPÇÃO

(D) apresentou um fraco crescimento da densidade


demográfica no seu território.
(E) apresenta uma das mais elevadas taxas de
envelhecimento da população do país.

04. (TCE/AP – Analista – FCC) A criação do território do


Amapá ocorreu na década de
(A) 1930, no governo de Getúlio Vargas.
(B) 1940, no governo de Getúlio Vargas.
(C) 1940, no governo do marechal Dutra.
(D) 1950, no governo do marechal Dutra.
(E) 1950, no governo de Juscelino Kubitscheck.

05. (TCE/AP – Analista – FCC) Segundo o Censo 2010, o


estado do Amapá
(A) é considerado o de maior taxa de mortalidade infantil
do país.
(B) manteve como característica o fraco crescimento
demográfico.
(C) apresenta predomínio de adultos e idosos no conjunto
da população.
(D) apresenta mais de 80% da população residindo nas
áreas urbanas.
(E) apresenta pequeno número de migrantes na sua
população.

Gabarito

01.D / 02.E / 03.A / 04.B / 05.D

Anotações

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APOSTILAS OPÇÃO

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REDAÇÃO LEGISLATIVA

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