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COMUNIDADE E INDIVIDUALIDADE

Por Don W. Moore

COMUNIDADE E INDIVIDUALIDADE

Por Don W. Moore

À medida que o Espírito Santo continua chamando o povo de Deus a pôr em prática
as diversas facetas de comunidade implícitas em ser o corpo de Cristo, um mesmo
obstáculo é encontrado vez após vez. É o temor sincero (e potencialmente válido) de que a
comunidade possa destruir a individualidade – que a ênfase sobre a dimensão coletiva da
vida cristã venha minar a dimensão pessoal, fazendo com que o crente individual seja
incapaz de permanecer firme sozinho com Deus.

Não posso negar que alguns exemplos de comunidade tiveram esse resultado infeliz,
mas quero negar que isso deva ou tenha de acontecer. Vou afirmar também um princípio
que creio ser bíblico e de enorme importância: O objetivo de genuína comunidade é produzir
genuína individualidade, e o objetivo de genuína individualidade é produzir genuína
comunidade.

QUE FORMA DE COMUNIDADE?

Antes de examinarmos a evidência para essa proposição, devo esclarecer que não
estou defendendo aqui nenhuma forma particular de comunidade, tal como viver todos
juntos numa mesma casa. Já que Jesus e seus apóstolos tinham seu dinheiro em comum
(Jo 13.29; 12.6), tenho de reconhecer que é uma opção válida para nós hoje. Entretanto,
devo reconhecer também as outras opções de comunidade quanto ao sistema econômico,
refletidas na Bíblia.

Mesmo no meio do alto nível de comunidade econômica que se desenvolveu em


Jerusalém (At 4.32-37), Ananias era um indivíduo livre, que não foi coagido para vender a
sua terra, nem sofreu pressão para entregar à comunidade todo o dinheiro, mesmo depois
de vendê-la (At 5.4). O Senhor fê-lo cair morto somente porque mentiu a Deus, não
diretamente mas ao tentar enganar seus irmãos que estavam “...sendo edificados para
habitação de Deus no Espírito” (Ef 2.22).

Aparentemente, Ananias e Safira queriam ganhar a reputação de serem tão


generosos quanto José sem realmente pagar o preço por tal generosidade.
Conseqüentemente, decidiram seguir uma estratégia de engano. Talvez não haja outra coisa
que mais fira o próprio coração da comunidade que o engano deliberado, como Deus
salientou através do seu severo julgamento dessa questão.

Quando examinamos a comunidade dos crentes em Corinto, não encontramos


nenhuma evidência da extensa comunhão econômica que caracterizou a igreja em
Jerusalém. Pelo contrário, há claros indícios de empreendimento privado e de finanças
particulares. Paulo instruiu que cada indivíduo da igreja separasse em casa a sua
contribuição, no primeiro dia da semana, conforme a sua prosperidade, para que não
houvesse coletas demoradas quando passasse por lá para levar a sua oferta para os santos
necessitados de Jerusalém (1 Co 16.1-3).

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Isso deve ser suficiente para dar uma idéia da diversidade de sistemas econômicos
existentes entre os cristãos do primeiro século. Vida em comunidade não é opcional se
quisermos ser obedientes à Palavra de Deus, mas a forma de comunidade é opcional. Que o
Senhor nos conceda a graça de avaliar sabiamente o número crescente de estilos
alternativos de vida comunitária que estão surgindo entre o seu povo hoje, e a graça de
nutrir preferências sem possuir preconceitos.

A ESSÊNCIA DE COMUNIDADE

Uma comunidade, no sentido mais amplo, é simplesmente um grupo de pessoas com


interesses comuns, ou direitos e responsabilidades comuns. O interesse comum dos irmãos
de Jesus é fazer a vontade de seu Pai que está nos céus (Mt 12.50). Um dos direitos
comuns dos discípulos de Cristo é a liberdade (Jo 8.31,32) – tanto é que Paulo os ordena a
permanecerem firmes para manter esse direito (Gl 5.1). Vivemos numa época, porém, que
tende a focalizar quase que exclusivamente os direitos, e a negligenciar as
responsabilidades. A comunidade não subsiste onde isso ocorre.

Uma responsabilidade fundamental daqueles cujos fardos de culpa, pecado e


fraqueza foram retirados por Cristo é carregar as fraquezas de quem é menos forte, ao invés
de agradar a si mesmo (Rm 15.1-7; Gl 6.2). Há muitas ramificações desta responsabilidade
que são essenciais para que se forme o tecido da comunidade de Cristo.

Por exemplo, devemos estar dispostos a sacrificar certos aspectos da nossa liberdade
em Cristo a fim de não nos tornarmos pedras de tropeço a irmãos com consciência mais
fraca (1 Co 8). E devemos ser o “guarda do nosso irmão”, restaurando com ternura aqueles
que forem encontrados em qualquer falha (Gl 6.1). Devemos “admoestar os insubmissos,
consolar os desanimados, amparar os fracos, e ser longânimos para com todos” (1 Ts 5.14).
Devemos “exortar-nos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de
que nenhum de nós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hb 3.13).

Em nenhum lugar, talvez, se encontre a essência da comunidade com mais clareza


que nessa declaração de Paulo: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com
ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e,
individualmente, membros desse corpo” (1 Co 12.26,27). Quando isso não estiver
acontecendo, não estamos vivendo em comunidade, e não estamos fazendo a vontade de
Deus.

O fato da maioria de nós resistir com tanto empenho a aplicação deste princípio
fundamental à esfera econômica da comunidade deve nos mostrar dolorosamente onde
realmente está o nosso tesouro (Mt 6.21). Quando Paulo exortou a comunidade de crentes
em Corinto – aqueles que gozavam os frutos de empreendimentos privados – a ofertar
generosamente para ajudar seus irmãos necessitados em Jerusalém, ele disse: “Porque não
é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade,
suprindo a vossa abundância no presente a falta daqueles, de modo que a abundância
daqueles venha a suprir a vossa falta, e assim haja igualdade” (2 Co 8.13,14).

Esse princípio de igualdade financeira é um tema que sempre se repete no Novo


Testamento, desde a pregação de João Batista (Lc 3.11), até a pregação de Jesus (Lc 6.30-
35); 12.32-34; 14.12-14,33; 18.22-25; 19.8; 21.3), a prática da primeira igreja em Jerusalém

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(At 4.32-37), os ensinamentos de Paulo (1 Tm 6.6-10,17-19), os ensinamentos de Tiago (Tg


2.14-17), e os ensinamentos de João (1 Jo 3.14-18). Embora ninguém possa definir para os
outros exatamente onde se deve traçar a linha, estou certo de que onde há vastas
disparidades no corpo de Cristo, em que alguns crentes se fartam de luxo enquanto outros
lutam para obter o mínimo necessário para sobreviver, não existe nem igualdade nem
comunidade.
Comunidade é preocupar-se uns com os outros, compartilhar uns com os outros, e
carregar os pesos uns dos outros, sejam físicos, emocionais, financeiros, espirituais, ou
outros. Que se possa dizer de nós como foi dito dos crentes em Jerusalém: “E em todos eles
havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles” (At 4. 33b-34a).

UM CASO DE BENEFÍCIO MÚTUO

Genuína comunidade e genuína individualidade fortalecem-se mutuamente, ao invés


de prejudicar um ao outro. Há abundância de evidência para essa proposição, se realmente
investigarmos o assunto.

A forma mais intensa de comunidade descrita no Novo Testamento foi a da primeira


igreja em Jerusalém (At 4.32-37). Se comunidade produzisse dependência e incapacidade
de se manter individualmente, nas pessoas envolvidas, poderíamos esperar que isso se
manifestasse neste caso. Ao invés disso, vemos exatamente o contrário. Não só vemos que
a primeira igreja produziu um notável exemplo de individualidade destemida em Estêvão, o
primeiro mártir (At 7); encontramos também a igreja inteira, quando espalhada pelas regiões
circunvizinhas por uma grande perseguição, pregando a palavra em todos os lugares (At
8.1-4). Longe de serem paralizados pelo temor de perderem a segurança da comunidade,
encontramo-los manifestando a mesma ousadia que tiveram antes da perseguição, na
ocasião em que a comunidade dos crentes se reuniu para orar (At 4.23-31).

Foi a comunidade dos crentes em Antioquia que enviou Paulo nas suas viagens
missionárias, recomendando-o à graça de Deus e sustentando-o espiritualmente (At 13.1-3;
15.40), e foi para esta comunidade que ele voltava cada vez, ministrando então à
comunidade da mesma forma que ela lhe havia ministrado (At 14.26-28; 18.22,23). Embora
sendo um firme individualista (Gl 1.10; 2.5,6,11), contudo evidencia-se claramente que Paulo
considerava esse sustento espiritual de importância vital para manter sua ousadia no
Senhor. Seu sustento espiritual incluía o apoio em oração de várias outras comunidades de
crentes, além da sua comunidade base (Rm 15.30-32; 2 Co 1.8-11: Ef 6.18-20).

Na carta de Paulo aos crentes de Filipos, encontramos também muita evidência do


relacionamento mutuamente benéfico existente entre comunidade e individualidade. Ele
começa dizendo-lhes que cada lembrança deles é uma causa de alegria, por causa da sua
cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até o presente (1.3-5). A palavra grega,
koinonia, traduzida aqui por cooperação, significa também comunhão, compartilhação, ou
comunidade.

Essa comunidade de crentes se tinha feito tão benquista ao coração de Paulo que
este ansiava profundamente estar com eles novamente (1.7,8). Embora encarcerado em
Roma quando escreveu esta carta, e esperando possivelmente a morte (desejando inclusive
partir para estar com Cristo), a suprema preocupação de Paulo era em favor dos filipenses
(1.19-25). De fato, através de toda a carta, esse robusto individualista revela seu desejo

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ardente de fortalecer a comunidade de crentes, aos quais amava apaixonadamente (1.9-11;


2.1-7; 3.1; 4.1-4 etc.). Ao mesmo tempo, num exemplo de verdadeira simbiose (em biologia,
um relacionamento mutuamente vantajoso entre organismos de espécies diferentes), ele
contava com as orações dessa comunidade para ajudá-lo a permanecer firme como
indivíduo (1.19,20).
Já que Paulo bem sabia por experiência própria que o crente precisa estar preparado
para permanecer sozinho na guerra espiritual, é significativo notar que exortou os filipenses
a estarem “firmes, em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica”,
sem estar em nada intimidados pelos adversários (1.27,28). Ele também sabia que
solidariedade coletiva promove força individual. Isto foi ilustrado por Epafrodito, um dos
membros da comunidade filipense, que viajou para Roma e “por causa da obra de Cristo,
chegou às portas da morte, e se dispôs a dar a própria vida” para servir a Paulo (2.25-30).
Na verdade, o robusto individualismo desse homem se revela ainda mais pelo fato de que,
quando “adoeceu mortalmente”, angustiou-se não por estar doente mas porque sua
comunidade lá em Filipos ouvira notícias da sua doença (2.26,27).

E o prisioneiro Paulo – caracteristicamente demonstrando consideração pela


comunidade e falta de atenção para si mesmo – manda Epafrodito de volta a Filipos,
dizendo: “Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos
alegreis, e eu tenha menos tristeza” (2.28).

Uma das funções da comunidade é auxiliar os indivíduos incapazes de solucionar a


fricção nos seus relacionamentos com outras pessoas. Paulo conclama os filipenses a
exercerem esse princípio (4.2,3), um princípio freqüentemente negligenciado – para o
prejuízo inevitável do corpo.

Finalmente, Paulo expressa sua profunda gratidão pelas ofertas recebidas dos
filipenses através dos anos, enfatizando ao mesmo tempo que, como um indivíduo
fortalecido pelo Senhor, ele tem aprendido a ficar contente em todas as circunstâncias, seja
em pobreza ou em abundância (4.10-18). Ele conclui com mais uma reciprocidade. Os
filipenses permitiram que Deus os usasse para suprir as necessidades de Paulo; agora o
Deus de Paulo há de suprir todas as necessidades dos filipenses (4.19).

Que exemplos gloriosos da interdependência que precisa caracterizar o corpo de


Cristo para que realmente seja sadio! Oh, “consideremo-nos também uns aos outros, para
nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é
costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se
aproxima” (Hb 10.24,25). Um propósito primário da comunidade se reunir é dar uma
oportunidade para cada um ser fortalecido pelos outros. FAÇAMOS ISSO! E um propósito
primário do indivíduo passar tempo a sós com o Senhor, conforme vimos na vida de Paulo, é
procurar meios de fortalecer a comunidade. FAÇAMOS ISSO TAMBÉM!

NEM DEPENDENTE NEM INDEPENDENTE

Um dos problemas enfrentados pelo exército americano durante os primeiros dias dos
Estados Unidos era a natureza radicalmente independente dos soldados coloniais. Muitos se
dispunham a lutar, contanto que pudessem fazê-lo a seu próprio modo, sem que ninguém
lhes desse ordens para obedecer. Visto que esse espírito teimoso não permite verdadeira
cooperação, foi preciso forjar e temperá-lo antes que quaisquer formações eficientes de

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combate pudessem ser produzidas a partir daqueles tenazes pioneiros independentes. Essa
mesma atitude doentia de independência foi transportada para dentro da igreja atual, criando
problemas idênticos para o exército de Deus.

Ao mesmo tempo, nossa atual mentalidade socialista e a multiplicação das


instituições de previdência social têm gerado uma atitude igualmente doentia de
dependência e incapacidade em grande parte da população de hoje. Isso também é
transportado para a igreja, criando semelhantemente problemas sérios para o exército de
Deus. Essa atitude é gerada, deliberada ou inconscientemente, por qualquer comunidade
que procura “ouvir de Deus” em favor dos seus membros, ao invés de “ouvir de Deus” em
conjunto com seus membros.

A comunidade que não produzir genuína individualidade vai destruir-se no fim sob o
peso esmagador dos seus dependentes incapazes, tal como sucedeu com o Império
Romano. Semelhantemente, a individualidade que não produzir genuína comunidade vai
destruir-se no fim diante da investida da rebeldia gerada por si mesma, tal como sucede
sempre que a anarquia tem dominado.

Pela graça de Deus, vamos nos apropriar da interdependência saudável que é a única
coisa capaz de nos libertar tanto da doença de dependência, quanto da doença de
independência. É esta a essência da comunidade que o Espírito Santo está procurando
incorporar no corpo de Cristo hoje.

Esta mensagem foi traduzida do original em inglês, intitulado “Community and Individuality”,
publicado por “Fellowship of Believers”.

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