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COM AS FARC
Entretanto, e embora pareça contraditório, desde então e até agora, muito poucos ou quase
nenhum dos dirigentes políticos da chamada “oligarquia capitalista” e por nefasta extensão a
academia, amplos setores da justiça que deveriam perseguir os terroristas de maneira
implacável, congressistas deslocados a granel, e até muitos integrantes das Forças Armadas,
ignoraram de maneira sistemática e ampla os alcances do Plano Estratégico das FARC.
Porém, não a paz que convém à Colômbia, senão a que convém aos projetos expansivos da
ditadura cubana, ao socialismo chavista e aos tresnoitados dinossauros comunistas crioulos,
que continuam convencidos de que destruindo a empresa privada e multiplicando a pobreza, o
país sairá do atoleiro em que afundaram de par em par, as elites liberais, conservadoras,
comunistas, populistas, os grupos terroristas, a corrupção, o narco-tráfico e a debilidade da
justiça no país.
Por brigas pessoais da Corte Suprema de Justiça com o então mandatário Álvaro Uribe, uma
sala plena de “doutos e sábios jurisconsultos”, chegou à “sapiente” conclusão de que as
provas arrecadadas no local onde Reyes caiu, careciam de valor jurídico porque não foram
entregues primeiro ao “honesto e impoluto” presidente equatoriano Correa, para que este
arcanjo da paz, incapaz de fazer alguma tramóia contra a liberdade no continente, as tivesse
enviado por correio diplomático à Colômbia.
Cabe aqui um parênteses: se essas provas tivessem caído nas mãos das Forças de Defesa
Israelenses e se relacionassem com terroristas islâmicos, o que teria sucedido com os
políticos, organizações sociais e demais cúmplices relacionados nos computadores? O que
teria acontecido com as relações com os governos cúmplices? O que teria acontecido com as
guaridas criminais detalhadas nesses documentos? O que teria sucedido com as propriedades
dos terroristas dentro e fora do país?
Retomando o tema, não obstante por graça do leguleismo santanderista tão afincado em
nossos grandes males históricos, supondo que esses computadores não tivessem valor
jurídico, pelo apego às leis e a decência que altíssimos magistrados reclamam para si, que em
alguns casos são investigados por prevaricatos, carrosséis e outros delitos, ou assinalados de
emprestar os carros oficiais aos filhos para que forniquem e não paguem tarifa de um motel.
Tal como estava escrito nos documentos eletrônicos de Raúl Reyes, as FARC impuseram a
agenda de conversações e redigiram um pacto espúrio que foi assinado duas vezes por Santos
e “Rimo”, legitimaram seus cabeças, inventaram um modelo sui generis de justiça pró-
terrorista “modelo no mundo”, estão às portas de instalar no eternamente erodido e
despreparado Congresso vários terroristas, para que legalizem o Plano Estratégico já
legitimado por Santos e avançam a passos largos para um governo de transição com vários
candidatos presidenciais, porém em especial com quem representa os interesses das
“organizações sociais” que falam o mesmo idioma das FARC, vivem nas mesmas zonas onde
as FARC assentaram suas células clandestinas, têm familiares nas FARC, protestam em massa
a favor das FARC. Porém, por efeito do eterno realismo mágico que nos acompanha desde
antes da conquista espanhola, essas organizações não são das FARC, embora sejam a base
política de alguns dos que aparecem relacionados na FARC-política, mas que por decisão da
Corte Suprema não podiam ser incluídas nessa categoria devido a que não foi Correa quem
enviou os computadores de Reyes à Colômbia, depois pela necessidade do Nobel de Paz de
Santos e depois ainda pela inaptidão de Montealegre para investigá-los.
Às portas de duas eleições polarizadas, o novo promotor Martínez, fiel à trama da justiça-
espetáculo de seus antecessores e com um suspeito não-me-toque vargasllerista, fez o show
midiático de pôr em público algumas das múltiplas propriedades das FARC que
intencionalmente foram ocultadas no pacto FARC-Santos. Obviamente os terroristas negam
ponto por ponto porque sabem como se impor e como repreender Santos ou utilizar sua
vaidade tonta.
E os jornalistas doentes de diabetes com repercussão de miopia por efeito dos excessos da
marmelada, não questionam os terroristas por mentir senão que os defendem, com o conto de
que estes fatos ocorreram depois da assinatura do Pacto FARC-Santos. O caminho para o
fracasso está repleto de estúpidos funcionais e de medíocres.
Em síntese, passados dez anos da morte de Raúl Reyes, as FARC não só impuseram aspectos-
chaves de seu Plano Estratégico, senão que obtiveram mais do que esperavam, estão a beira
de legislar para que os milhões de advogados que sabem de tudo na Colômbia façam cumprir
as novas leis ditadas por terroristas, insistem em buscar o governo de transição, polarizam o
país, dividem a essência geo-política do coração do país em poder das elites erodidas,
controlam as economias ilegais do interior do país, conservam sólidos nexos com os governos
pró-terroristas do continente, apadrinham o ELN, mentem com cinismo, repreendem os fracos
funcionários oficiais, se apropriaram das zonas de transição onde instalaram sedes de elogio
ao terrorismo comunista, continuam com o poder do narco-tráfico, conservam suas estruturas
armadas com as supostas dissidências e os “escoltas nas cidades”, não entregaram os bens,
não devolveram os menores de idade, continuam treinando milicianos como futuros comitês
de defesa da revolução, etc., etc., etc.
Entretanto, a direção política colombiana, tão confiante como sempre, empenhada na rapina
dos assentos no Congresso, a seleção o menos pior para a cadeira de Bolívar, as compras de
votos, o roubo descarado dos recursos dos colombianos, os contratos de última hora para tirar
três zeros das cédulas ou o atropelado censo dos colombianos feito por uma entidade que não
conhece do tema…
Enquanto isso, o povo colombiano afundado no caos de sempre, sem líderes e sem objetivos
claros. Assim, os comunistas armados e desarmados continuarão se afiançando porque seu
projeto revolucionário é estratégico, passo a passo e correlacionado com a debilidade do
inimigo de classe que se carcome por suas próprias debilidades internas.
Tradução: Graça Salgueiro