Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Tibiriçá (1990) e em
Filosofia, Bacharelado e Licenciatura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009). Mestre em Contabilidade pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie (1998), com especializações em: Controladoria e Contabilidade Gerencial, pela
Faculdade Santana São Paulo (1992); Didática do Ensino Superior, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1996);
Formação de Professores em Educação a Distância (EaD), pela Universidade Paulista (2011).
Possui livros editados sobre a área contábil, além de participações em congressos, tanto na área contábil quanto
na educacional, inclusive sobre os assuntos relacionados à modalidade de ensino a distância (EaD). Atuou em funções
empresariais na área técnica: controller, contadora, auditora e consultora. Em relação à área acadêmica, atualmente,
ocupa funções de coordenadora e professora adjunta para o curso de Ciências Contábeis, nas modalidades presencial
e a distância, todos pela Universidade Paulista – UNIP. Para a EaD, além da coordenação, atua como conteudista de
livros didáticos e realiza gravações de aulas.
É professora também de pós-graduação (lato sensu) para diversos cursos e disciplinas correlatas à formação
nas seguintes instituições de Ensino Superior: Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Paulista – UNIP,
Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU. É credenciada pela Fundação para o Desenvolvimento Administrativo –
Fundap, atuando como consultora/docente para elaboração e aplicação de cursos de capacitação para servidores
públicos estaduais, todos na modalidade a distância (EaD).
CDU 657.4
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Carla Moro
Amanda Casale
Sumário
Contabilidade de Custos
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 O DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS.....................................................................9
1.1 O significado de custo e despesa.................................................................................................... 12
1.2 Terminologia aplicada à contabilidade de custos.................................................................... 13
1.3 Outras terminologias aplicadas à contabilidade de custos.................................................. 16
2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS..................................................................................................................... 18
2.1 Em relação aos produtos.................................................................................................................... 18
2.2 Em relação ao volume de produção.............................................................................................. 19
2.2.1 Custos fixos................................................................................................................................................ 20
2.2.2 Custos variáveis........................................................................................................................................ 20
3 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS......................................................................... 20
3.1 Primeiro passo: separação entre custos e despesas................................................................ 22
3.2 Segundo passo: apropriação dos custos diretos...................................................................... 22
3.3 Terceiro passo: apropriação dos custos indiretos..................................................................... 23
3.4 Contabilização dos custos................................................................................................................. 24
3.5 Um exemplo de contabilização mais completo........................................................................ 26
4 MATERIAIS DIRETOS........................................................................................................................................ 29
4.1 Métodos de avaliação dos estoques.............................................................................................. 30
4.1.1 Último a entrar, primeiro a sair (UEPS) ou last-in, first-out (LIFO)..................................... 30
4.1.2 Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) ou first-in, first-out (FIFO).................................. 30
4.1.3 Custo médio ponderado móvel.......................................................................................................... 31
4.1.4 Exemplo de aplicação dos métodos de valoração de estoques............................................ 31
4.2 Subprodutos e sucatas........................................................................................................................ 35
Unidade II
5 MÃO DE OBRA DIRETA................................................................................................................................... 40
5.1 Cálculo do custo de um empregado horista.............................................................................. 40
5.2 Grupos de encargos sociais............................................................................................................... 42
5.3 Tempo ocioso e outros gastos com a mão de obra................................................................. 43
5.4 Exercício resolvido................................................................................................................................. 43
6 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO....................................................................................................... 46
6.1 Conceito.................................................................................................................................................... 47
6.2 Critérios de rateio.................................................................................................................................. 48
6.3 Exercício completo resolvido............................................................................................................ 55
7 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS................................................................................................. 61
7.1 Produção por ordem ou sob encomenda.................................................................................... 61
7.2 Produção por processo e/ou produção contínua..................................................................... 63
7.2.1 Equivalente de produção...................................................................................................................... 65
8 MÉTODOS DE CUSTEIO................................................................................................................................... 67
8.1 Custeio por absorção x custeio variável...................................................................................... 68
8.2 Exercício resolvido sobre custeio por absorção........................................................................ 73
APRESENTAÇÃO
A classificação dos custos e os métodos de custeio também são assuntos relacionados a esta
disciplina.
Ótimo estudo!
INTRODUÇÃO
As mercadorias vendidas pelas empresas comerciais são obtidas das empresas industriais. Empresa
industrial é aquela que transforma, por meio de um processo de produção, a matéria-prima em produto
acabado. Por exemplo, a borracha (matéria-prima), seja ela natural ou sintética, em pneu (produto
acabado).
A empresa manufatureira, industrial ou fabril emprega trabalho e utiliza maquinário para converter
matéria-prima em produto acabado. Transforma, assim, recursos materiais, e sua atividade difere da
atividade da empresa mercantil.
As utilidades adquiridas pela empresa industrial são matérias-primas para ela, mas eram produtos
acabados para o fabricante que as vendeu. A farinha de trigo é matéria-prima para o padeiro e produto
acabado para o moleiro. A lâmina de aço é matéria-prima para o fabricante de automóveis, mas produto
acabado para a siderúrgica produtora de aço.
Por outro lado, sabe-se que a lucratividade das empresas, principalmente as industriais, está
intimamente associada à técnica empregada na operação de seus custos.
A gerência eficiente sabe que deve manter os custos dentro de determinados limites para que sejam
obtidos lucros adequados ao desenvolvimento da empresa; sabe, também, que os custos tendem a
crescer à medida que a competição aumenta em função do desenvolvimento do país.
No ambiente econômico cada vez mais competitivo da atualidade, o controle de custos assume
a posição de função administrativa essencial para a rentabilidade e, consequentemente, para a
sobrevivência da empresa. Nesse ambiente, os sistemas de controle de custos, exercendo contínua e
eficiente fiscalização sobre todos os tipos de custos da atividade empresarial, estabelecendo padrões
de controle e permitindo a elaboração de relatórios objetivos de acompanhamento, tornaram-se
ferramentas indispensáveis à moderna administração.
Hoje em dia, é admitido que, para o eficiente exercício das suas funções, a equipe administrativa
precisa de registros e relatórios de custos e lucros analíticos, elaborados de forma sistemática e
comparativa. Será com base nesses registros e informações, com custos acumulados por produtos ou
por área de responsabilidade, que a administração poderá conscientemente:
Dada a importância desses itens, entendemos que o estudo detalhado dos custos é essencial para a
empresa moderna.
8
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Unidade I
1 O DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Receita de vendas
Fundamentalmente orientada para os aspectos fiscais da empresa, a contabilidade geral não atendia
de forma satisfatória às necessidades de informação da administração industrial, interessada no controle
efetivo dos custos de suas operações.
À medida que as empresas evoluem, produzindo grande quantidade de produtos diferentes, mais
complexas se tornam as decisões relativas a cada produto. Algumas dependem basicamente das
informações fornecidas pela contabilidade.
que apenas compravam e vendiam mercadorias sem nada agregar a elas, para as empresas industriais,
que utilizavam os fatores de produção para transformá-los em produtos destinados à venda.
A solução encontrada naquela época pelos estudiosos da contabilidade foi usar os mesmos
procedimentos para apuração do resultado do exercício das empresas comerciais, substituindo a conta
compras pelos fatores que entraram na produção dos produtos, ou seja, matéria-prima consumida,
salário dos operários da produção, energia elétrica e combustível utilizados, enfim, todos os gastos
incorridos na atividade industrial, que foram chamados de custo de produção.
Semelhante ao que apresentamos para uma empresa comercial, quanto à forma como ela apura seu
resultado, observaremos a seguir como uma empresa industrial pode apurar o seu resultado. De forma resumida:
• matérias-primas consumidas;
• salários e encargos sociais dos operários;
• energia elétrica;
• combustíveis;
• demais custos.
( + ) Compras de matérias-primas
= custo das matérias-primas disponíveis
10
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Por outro lado, na demonstração de resultado do exercício de uma empresa industrial, teremos, de
uma forma completa:
Receita de vendas
( – ) CPV
= resultado bruto
( ± ) Receitas/despesas operacionais
= resultado do exercício
= resultado do exercício
Devemos observar nos exemplos demonstrados que o custo de produção, ou seja, os gastos incorridos
com a produção, foi totalmente absorvido, seja pelos estoques finais de produtos, seja pelo custo dos
produtos vendidos. Esse fato faz surgir os chamados métodos de apropriação de custos, que empregam
critérios diferentes para a apropriação dos custos, com campos de aplicação específicos, o que permite
dizer que cada um desses métodos não substitui o outro, mas se complementam.
A contabilidade de custos é, pois, uma técnica contábil utilizada para identificar, resumir e informar
os custos dos produtos e/ou serviços.
11
Unidade I
Saiba mais
<http://www.congressodecustos.com.br>
Uma empresa industrial pratica diariamente uma série de operações para realizar suas atividades
administrativas, de vendas e de fabricação, como a compra de matéria-prima, pagamento de impostos,
pagamento de manutenção de máquinas, pagamento de folha salarial etc.
Entretanto, nem sempre essas operações, que representam gastos para a empresa, são consideradas
custos. Para entender essa situação, observemos a estrutura de uma demonstração de resultado do
exercício:
Receita de vendas
Há a dedução do custo dos produtos vendidos das receitas de vendas e a dedução das despesas do
lucro bruto. Assim, entre os gastos de uma empresa industrial, encontramos custos e despesas.
12
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Administração geral: reúne todos os setores administrativos, como Recursos Humanos, Controle de
Processamento de Dados (CPD), finanças etc.
Vendas: reúne os setores relacionados às atividades comerciais, como propaganda, vendas, Serviço
de Assistência ao Cliente (SAC).
Gestão
superior
Fábrica Administração
geral Vendas
Eng. de
Almoxarif. PCP Usinagem Montagem Pintura
fábrica
Figura 1
De forma resumida, poderíamos demonstrar que os custos e as despesas dessa empresa incorreram
nos seguintes órgãos da estrutura organizacional: na demonstração do resultado do exercício, as
despesas ocorrem nos órgãos de administração e de vendas; já os custos dos produtos vendidos ocorrem
na fábrica.
Considerando a contabilidade de custos como uma linguagem geral ou financeira, por ser uma
subdivisão da contabilidade geral, é preciso uniformizar o entendimento de determinados termos
específicos que ela utiliza e que já foram e serão usados nesta disciplina.
• Gasto
Vamos considerar como gasto o compromisso financeiro assumido pela empresa para aquisição de
bens ou de serviços, independentemente de sua destinação dentro da empresa. Conforme a destinação
13
Unidade I
do gasto, este poderá se converter em gasto de investimento, quando o bem ou o serviço for utilizado
em vários processos produtivos, e em gasto de consumo, quando o bem ou o serviço for consumido
no momento da produção realizada pela empresa. Dependendo da destinação do gasto de consumo, ele
poderá se converter em custo ou despesa.
O gasto normalmente implica desembolso, embora este possa estar defasado do gasto.
• Desembolso
• Investimento
É um gasto ativado, realizado para obtenção de um bem ou de um serviço em função de sua vida útil
ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. São os bens e direitos registrados nos ativos da empresa.
Assim, quando a empresa compra materiais, realiza um investimento, registrado na conta estoque. A
utilização desses materiais na fabricação de um produto transforma-se em custo, bem como a utilização
deles nas áreas administrativas ou de vendas gera uma despesa.
— compra de matéria-prima;
— compra de imóveis.
14
CONTABILIDADE DE CUSTOS
• Custo
• matérias-primas;
Recursos materiais
• outros materiais.
Figura 2
• Despesa
Entretanto, alguns gastos, muitas vezes, não se transformaram em despesas, como terrenos que não
são depreciados ou só se transformam quando de sua venda.
• Perdas
Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. São itens que vão diretamente para a
conta de resultado, como as despesas.
Lembrete
Em sua atividade profissional, o contador terá frequentes oportunidades de se encontrar com outros
tipos de denominações referentes a custos. Destacaremos algumas a seguir.
16
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Custo primário: representa o valor da soma da matéria-prima mais a mão de obra direta.
Custo de transformação: representa o valor dos custos incorridos para transformar matéria-prima
em produto. Compreende os custos com a mão de obra direta e o custo indireto de fabricação. O custo
de transformação é chamado também de custo de conversão.
Custo de produção: compreende o custo de produção do período mais o estoque inicial de produtos
em elaboração. Corresponde à soma dos custos de matéria-prima, mão de obra direta e custos indiretos.
Custo de produção acabada: compreende o custo de produção menos o estoque final de produtos em
elaboração. Esse custo pode conter custos de períodos anteriores.
Custo dos produtos disponíveis para venda: compreende o custo da produção acabada no período
mais o estoque inicial de produtos acabados.
Custo dos produtos vendidos: compreende o custo dos produtos disponíveis para venda menos
o estoque final dos produtos acabados. Pode, também, conter custos de produção de vários períodos.
Custo unitário: é o custo de cada unidade do produto. É obtido pela divisão entre o custo total da
produção pela quantidade de unidades produzidas. Pode ser obtido pela fórmula:
17
Unidade I
Havendo:
a = Custo unitário
n = Quantidade produzida
Teremos: a = CF + CV
n
Existem várias formas de classificação de custos, objetivando atender a diversas finalidades para as
quais são apurados.
As duas classificações básicas compreendem aquelas que permitem determinar o custo de cada
produto fabricado e o seu comportamento em diferentes níveis de produção em que uma empresa
possa operar.
• Com relação aos produtos fabricados: os custos podem ser classificados como diretos ou indiretos.
• Com relação ao volume de produção: os custos podem ser classificados como fixos e variáveis.
A regra básica para a classificação dos custos em relação a um produto, em diretos e indiretos, é a
seguinte: se for possível identificar a quantidade do elemento de custo aplicada no produto, o custo será
direto. Se não for possível identificar a quantidade aplicada no produto, o custo será indireto.
Os custos diretos são assim denominados porque seus valores e quantidades podem ser
identificados e mensurados com um produto específico.
Consideremos como exemplo uma indústria que fabrique armários de madeira. Para esse tipo de
produto, a indústria teria os seguintes custos diretos:
• matéria-prima: madeira;
• materiais secundários: dobradiças, fechaduras, puxadores;
• mão de obra: salários e encargos de pessoal que trabalha diretamente na produção do
armário, ou seja, no corte e no lixamento de madeira, na colocação de acessórios, no
envernizamento etc.
18
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Os custos indiretos são assim denominados porque seus valores, e principalmente quantidade,
não podem ser identificados e mensurados facilmente com um produto específico. A dificuldade
de identificação desse tipo de custo em relação a um produto ocorre porque os referidos custos são
utilizados na fabricação de vários produtos ao mesmo tempo. Se os custos indiretos são difíceis de
identificação em relação a cada produto, o valor desses custos é atribuído a cada produto fabricado por
meio de um critério de rateio, o qual será estimado ou até mesmo atribuído pela empresa.
Consideremos como exemplo a mesma indústria que fabrica armários. Para esse tipo de produto, ela
teria os seguintes custos indiretos:
• depreciação das máquinas utilizadas na produção (serra elétrica, lixadeira elétrica, furadeira, forno
etc.);
Observação
Essa classificação dos custos, relacionada ao volume de produção, ocorre em função do comportamento
dos elementos de custos em relação às mudanças que possam ocorrer no volume de produção.
Assim, com relação ao volume de produção de um determinado período, os custos podem ser
classificados em fixos e variáveis.
19
Unidade I
São aqueles que, dentro de um determinado volume de produção, permanecem constantes, não
se alterando com as modificações da quantidade produzida. Ainda utilizando o exemplo da fábrica de
armários, tanto faz a empresa produzir dez ou trinta unidades de certo tipo de armário em um mês, por
exemplo, pois os custos fixos serão os mesmos nesse mês.
• aluguel da fábrica;
Os custos fixos possuem algumas características dentre as quais destacamos: o seu valor total é
constante dentro de uma faixa considerável de produção; apresentam diminuição do valor por unidade
de produto à medida que a produção aumenta.
São aqueles que variam, aumentando ou diminuindo o seu valor total, em função do volume de
produção da empresa.
Considerando ainda como exemplo a indústria que fabrica armários, para esse tipo de produto, ela
teria os seguintes custos variáveis:
• matéria-prima: madeira;
Os custos variáveis possuem algumas características, entre as quais destacamos: o seu montante
total varia em proporção direta com o volume de produção; apresentam valor constante por unidade de
produção, independentemente da quantidade produzida.
Agora que já conhecemos um pouco sobre o surgimento, sua terminologia e algumas classificações,
vamos apresentar, em passos, o esquema básico da contabilidade de custos.
20
CONTABILIDADE DE CUSTOS
1º passo: separação entre custos e despesas (partindo-se de uma relação de gasto incorrido em
determinado período).
3º passo: apropriação dos custos indiretos aos produtos (por meio de rateio).
Componentes principais
Material Direto (MD)
Custos Mão de Obra Direta (MOD)
Custos Indiretos de Fabricação (CIF)
Diretos
Estoque
Indiretos
Prod A
(+) Receitas
Rateio
Prod B (-) CPV
(-) Despesas
Prod C
(=) Resultado
Figura 3
Suponha que uma empresa industrial, em determinado período, tenha incorrido nos seguintes
gastos:
Salário de vendedores $ 20
Total $ 2.280
Custos Despesas
Mão de obra indireta $ 160 Depreciação de móveis e utensílios $ 80
Matéria-prima consumida $ 540 Comissão de vendedores $ 300
Gastos gerais de fabricação $ 120 Aluguel do escritório de vendas $ 60
Depreciação da máquina de produção $ 140 Salário de vendedores $ 20
Mão de obra direta $ 220 ICMS sobre vendas $ 600
Embalagem utilizada em produção $ 40
Total $ 1.220 Total $ 1.060
Após a separação dos custos e das despesas, sabemos que as despesas não entram nos custos de
produção e serão colocadas diretamente na conta resultado; por esse motivo, não as consideraremos.
Vamos supor que a empresa do nosso exemplo elabore dois produtos, Beta e Gama, e que o consumo
de matéria-prima seja registrado por meio de requisições da produção ao almoxarifado, e que, durante
o período, foram apurados os seguintes valores quanto à matéria-prima consumida e às embalagens
utilizadas na produção:
22
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Quanto à mão de obra, os apontamentos feitos indicam que para a mão de obra direta temos:
Tabela 1
Do custo total de produção de $ 1.220, os custos diretos perfazem um total de $ 800 e já estão
alocados nos produtos Beta e Gama; $ 420 compreendem os custos indiretos de produção e precisam
ainda ser apropriados aos produtos.
O valor total dos custos indiretos de produção ($ 420) deverão ser apropriados aos produtos Beta e
Gama, seguindo-se algum critério de rateio.
Analisaremos alguns critérios de rateio: primeiro critério de rateio dos custos indiretos de produção
ou custos indiretos de fabricação (CIF) que utilizamos em nosso exemplo é a alocação dos CIF nos
produtos, proporcionalmente aos custos diretos totais de $ 800, ou seja, a soma da matéria-prima de
$ 540 com a mão de obra direta de $ 220 mais a embalagem utilizada em produção de $ 40. Observamos
que, uma vez estabelecido o critério de rateio, a execução dos cálculos é feita pela de regra de três
simples. Assim, teremos:
23
Unidade I
Para a obtenção dos valores dos CIF a serem apropriados aos produtos, apropriamos o total dos CIF
de $ 420, da seguinte forma:
Tabela 2
Observamos que o custo total de cada produto fica diferente em função do critério de rateio
adotado.
Tabela 3
O produto Beta, por exemplo, ficaria com um custo total de $ 671, caso o critério de rateio dos CIF
dos produtos fosse os custos totais, e $ 630,89, caso o critério de rateio dos CIF aos produtos fosse a mão
de obra direta. Qual é o melhor critério? Tentaremos indicar respostas a essa indagação na sequência de
nossos estudos sobre a contabilidade de custos.
24
CONTABILIDADE DE CUSTOS
DRE
Receita de vendas $ XXX
( - ) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) $ XXX
= lucro bruto $ XXX
( - ) Despesas administrativas $ XXX
( - ) Despesas de vendas $ XXX
= lucro operacional
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixa
Duplicatas receber Não Circulante
Estoques
Matéria-prima XX
Produtos em elaboração XX
Produtos acabados XX Patrimônio líquido
Não Circulante
Figura 4
25
Unidade I
• folha de pagamento com seus respectivos encargos: mão de obra direta $ 62; mão de obra indireta
$ 40; pessoal da área administrativa e comercial $ 60;
26
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Para simplificar, utilizaremos a conta Contas a pagar para registrar as operações ainda não pagas,
e a Conta sintética despesas operacionais. Pede-se contabilizar e calcular o lucro operacional do mês
de março de 20X7, sabendo-se que as vendas líquidas à vista foram de $ 900.
2)
D – CIF $ 20
D – Despesas operacionais $ 10
C – Contas a pagar $ 30
4)
D – CIF $ 5
D – Despesas operacionais $3
C – Contas a pagar $8
5)
D – CIF $ 20
D – Despesas operacionais $ 12
C – Seguros a vencer $ 32
7)
D – CIF $ 10
D – Despesas operacionais $5
C – Depreciação acumulada $ 15
27
Unidade I
9)
D – Banco $ 900
C – Vendas líquidas $ 900
Depreciação
Seguros a vencer acumulada CPV
28
CONTABILIDADE DE CUSTOS
(12) 900 900 (9) (9) 900 (10) 350 900 (12)
(11) 90
900
440
460
Lucro
operacional
4 MATERIAIS DIRETOS
Neste item, estudaremos os materiais diretos e, em seguida, a mão de obra e os custos indiretos de
fabricação.
Pode-se afirmar que uma empresa utiliza materiais para diversos fins: matéria-prima, materiais
de escritório, materiais auxiliares de produção, materiais para embalagem, materiais de limpeza, por
exemplo.
Ao comprar uma matéria-prima, a empresa incorre numa série de gastos que não somente o valor
pago ao fornecedor. Dessa forma, o valor da matéria-prima ou de qualquer outro material pode ser obtido
mediante a seguinte sequência de cálculo:
29
Unidade I
Para resolver essas questões, foram criados alguns métodos de valoração de estoques, veremos os
mais conhecidos.
Por este método, as quantidades requisitadas são valorizadas pelas aquisições mais recentes que
tenham saldo no estoque. Quando o saldo for esgotado, passa-se às anteriores e assim sucessivamente.
Ocorrendo nova aquisição, passa a ser esta a última entrada.
Adotando esse método de valoração de estoques, a empresa sempre atribuirá aos materiais (matérias-
primas) em estoque o custo mais antigo. Na adoção desse método, presume-se que as compras mais
recentes sejam efetuadas por valores mais elevados, contribuindo para elevar o custo dos produtos e,
consequentemente, reduzindo o lucro-base de cálculo do Imposto de Renda. Esse método não é aceito
pelo Fisco.
Por este método, as quantidades requisitadas são valorizadas pelas aquisições mais antigas
que tenham saldo no estoque. Quando o saldo for esgotado, passa-se à seguinte e assim
sucessivamente.
Adotando esse método de valoração de estoques, a empresa sempre atribuirá aos materiais
(matérias-primas) em estoque o custo mais recente. Esse método é aceito pela legislação tributária
brasileira, uma vez que, em situação inflacionária, produz lucros tributáveis mais elevados.
30
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Por este método, toda vez que houver entrada no estoque, resultante de nova compra, o valor
médio é alterado, ponderando-se o saldo anteriormente existente com a compra efetuada. Assim, as
quantidades requisitadas são valorizadas pelo valor médio ponderado do saldo existente no momento
da requisição.
Adotando esse método de valoração de estoques, a empresa sempre atribuirá aos materiais (matérias-
primas) em estoque o custo de aquisição médio, sendo esses custos atualizados após cada compra
efetuada.
Observamos que diversos fatores podem influenciar na decisão de escolha do método de valoração
dos custos dos materiais, são eles:
O mesmo exemplo será utilizado para demonstrar os três métodos de valoração de estoque.
Vamos supor que numa determinada empresa industrial, que faz controle permanente dos estoques,
houve a movimentação a seguir discriminada de uma matéria-prima “x” em um determinado período.
31
Unidade I
03 C 80 55 4.400 80 55 4.400
200 50 10.000
80 55 4.400
05 C 220 60 13.200
220 60 13.200
- - -
200 50 10.000
50 55 2.750
10 RA 30 55 1.650
220 60 13.200
50 55 2.750 - - -
100 65 6.500
18 C 350 70 24.500
350 70 24.500
- - -
120 60 7.200
20 65 1.300
25 RB 80 65 5.200
350 70 24.500
20 65 1.300 - - -
32
CONTABILIDADE DE CUSTOS
03 C 80 55 4.400 80 55 4.400
200 50 10.000
80 55 4.400
05 C 220 60 13.200
220 60 13.200
220 60 13.200 200 50 10.000
10 RA 10 55 550 70 55 3.850
70 55 3.850
100 65 6.500
18 C 350 70 24.500
350 70 24.500
120 50 6.000
100 65 6.500
25 RB 200 70 14.000
150 70 10.500
150 70 10.500
100 65 6.500
28 RA 70 50 3.500
50 50 2.500
30 RB 50 50 2.500 20 50 1.000
Totais 750 48.600 930 57.600 20 50 1.000
33
Unidade I
Tabela 10 - Resumo
34
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Excetuando-se o método UEPS, que não é aceito pela legislação brasileira de Imposto de Renda,
conforme já mencionamos anteriormente, a praticabilidade na determinação do custo e a utilidade para
decisões gerenciais são fatores que certamente vão influenciar na escolha do método a ser utilizado
pela empresa.
Os materiais não aproveitados no processo produtivo podem gerar receita para a empresa.
Subprodutos: são itens produzidos secundariamente, mas que encontram mercado regular e certo
para venda, embora participem de forma muito pequena no faturamento da empresa. Exemplo: retalhos,
serragem, aparas de papel etc.
Sucata: são materiais desperdiçados durante o processo de fabricação, cuja venda é eventual.
Resumo
Exercícios
Questão 1. (ENADE 2009) Parte da revisão orçamentária de uma empresa consiste no acompanhamento
do valor empregado em estoques. A tabela a seguir resume as diversas entradas e saídas de estoque de
calças da Armando & Silva Confecções Ltda.
Tabela 11
Sobre esse assunto, considere as afirmativas sobre a avaliação do valor do estoque, ao final do mês
de outubro, a seguir.
III – Considerando-se o método “UEPS” (Último a Entrar, Primeiro a Sair), o valor do estoque é de
R$ 500,00.
36
CONTABILIDADE DE CUSTOS
A tabela a seguir mostra a avaliação de estoques feita com os três métodos mencionados e, também,
os resultados finais de estoque.
37
Unidade I
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: conforme mostrado na tabela, o valor do estoque, pelo método do custo médio, será
de R$ 563,64.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: conforme mostrado na tabela, o valor do estoque, caso seja utilizado o método PEPS,
será de R$600,00.
Justificativa: conforme mostrado na tabela, o valor do estoque, caso se utilize o método UEPS, será
de R$500,00.
Questão 2. (ENADE 2006) A Cia. Alonso de Autopeças Ltda. distribui peças para oficinas de
reparo de automóveis localizadas em grande área metropolitana. Embora se trate de um mercado
competitivo, a Cia. Alonso gostaria de oferecer níveis de estoque adequados às oficinas atendidas, ao
mesmo tempo em que deseja maximizar seus lucros. Ela é sabedora de que, à medida que aumenta
a percentagem média de atendimentos aos clientes (nível de serviço), maior é seu custo de estoques.
A fim de determinar a influência dos níveis de estoque no percentual de atendimento aos clientes, a
Alonso fez um levantamento dos principais itens de seu estoque nos últimos seis meses. A seguinte
tabela foi preparada:
Tabela 13
A partir dos dados apresentados nessa tabela, pode-se concluir que o maior lucro ocorrerá quando
o nível de serviço for equivalente a:
A) 80%.
B) 85%.
C) 90%.
38
CONTABILIDADE DE CUSTOS
D) 95%.
E) 98%.
39