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ANPUH
Associação Nacional de História
-SOiwoi p residente Durval Muniz de Albuquerque Junior (UFRN)
Vice-Presidente Raquel Glezer (USP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/NPROTEC
G963 Guimarães, Manoel Luiz Salgado, 1952-2010.
Historiografia e nação no B rasil: 1838-1857 / Manoel Luiz
Salgado Guimarães, tradução de Paulo Knauss e Ina de Mendonça
- Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011. Edições Anpuh.
284 p.
Originalmente apresentada como tese de doutorado à Universität
Berlin com o titulo Geschichtsschreibung und nation in Brasilien,
1838-1857.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7511-200-7
INTRODUÇÃO
“Há tem pos que com profunda lástima tem os visto aparecer
entre nós sérias tendências de nos fazerem esquecer
a nossa verdadeira origem , dando-nos outra, não só falsa,
porém , o que mais é, m uito mais baixa. Outras N ações, separadas
do berço por um grande núm ero de séculos, querendo elevar-se, têm
esquecido a história, e fundadas em fábulas, hão procurado
para si um a origem não verdadeira, porém sem pre ilustre. Alguns dos
nossos patrícios, porém , querem esquecer-se d e que
são filhos de Portugueses, não para que a sua genealogia se vá prender a
26 Historiografia e Nação no Brasil 1838-1857
5
Revista de História, São Paulo, 1(1), 1950, pp. 3-17.
Introdução 29
6 LAMBERT, Jacques. Os dois Brasis. 3 ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional,
1967, 277p. [Col. Brasiliana, 335.]
7 WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 181p.
30 Historiografia e Nação no Brasil 1838-1857
Alguns anos mais tard e (1828), depois que essa cam ada diri
gente j á d etin h a o p o d e r de Estado, Evaristo d a Veiga, com o editor
20 Apud COSTA, João Cruz. “As novas ideias”. In HOLANDA, Sérgio Buarque
de (org.). História geral da civilização brasileira: o Brasil monárquico; o processo de
emancipação. São Paulo: Difel, 1965, p. 182, v. 1, t. II.
38 Historiografia e Nação no Brasil 1838-1857
27 Idem, p. 29.
28 SANTOS, Clemente José dos (org.). Documentos para história das cortes gerais da
nação portuguesa: 1820-5. Lisboa: Imprensa Nacional, 1883, p. 6, v. 1.
29 Idem, pp. 7-9.
30 Manifesto aos portugueses de 24/08/1820. In SANTOS, C. J. dos, op. cit, pp.
9-10.
Introdução 45
31 Idem, p. 10.
32Veja SANTOS, Fernando Piteira. Geografia e economia da Revolução de 1820. Lis
boa: Europa-América, 1962,185p.
33 Felicitação do Corpo do Comércio de 1/9/1 8 2 0 . In SANTOS, C. J. dos, op.
cít., p. 19.
34 Idem.
35 Representantes do rei em Portugal durante sua permanência no Brasil.
36Proclamação dos Governadores do Reino, de 2/9/1 8 2 0 . In SANTOS, C. J. dos,
op. cit., pp. 21-2.
46 Historiografia e Nação no Brasil 1838-1857
46Idem, p. 370.
47 “Carta do príncipe-real d. Pedro ao seu pai, o rei d. João VI, de 19 /6 /1 8 2 2 ”.
In SANTOS, C. J. dos, op. cit., p. 359. O príncipe-real lembra ao seu pai a
conversa que os dois tiveram dois dias antes da partida do rei para Portugal.
O rei se referia aos acontecimentos na América espanhola.
50 Historiografia e Nação no Brasil 1838-1857
homem branco: Southey, historiador do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional,
1974, 295p.; eJANOTTI, Maria de Lourdes M. João Francisco Lisboa: jornalista
e historiador. São Paulo: Ática, 1977, 253p. João Francisco Lisboa (1818-1863),
contemporâneo de Vamhagen, teve com ele uma disputa acirrada sobre sua
posição em relação à questão indígena.
52 “Estatutos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro”, Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, 1 (1), jan.-mar./1939, p. 22.
54 Historiografia e Nação no Brasil 1838-1857
tem po, u m a vez que aí tam bém se en co n tram as m arcas das dispu
tas acerca d a nação. Os historiadores de então tam bém foram ativos
escritores e políticos, e, nesses term os, V am h ag en n ão foi exceção.
Ao lado de sua o b ra histórica, ele foi au to r de rom ances e peças de
teatro, dedicando-se tam bém à pesquisa d a épica nacional.
A literatu ra de então, q u e se debruçava in ten sam en te sobre a
problem ática d a form ação d a nação e de seus alicerces, desenvolveu
tem as históricos com certa frequência. As abordagens d o passado da
literatu ra e d a historiografia se diferenciam , co n tu d o , n o q u e diz res
peito aos verdadeiros elem entos p o rtad o res da cultura.
A forte crítica de V am h ag en ao po em a de D om ingos G onçal
ves d e M agalhães (1811-1882) atacando seu “in dianism o” serve com o
exem plo que atesta a contraposição a esse tipo de avaliação d o pas
sado.55
P ara a análise do trabalho do Instituto, existem duas fontes
im portantes que p erm item a reconstituição d e suas atividades: em
prim eiro lugar, a revista trim ensal, publicada reg u larm en te desde
1839 até hoje, constituindo-se, no século XIX, n u m fo ro ex trao rd i
nariam ente im p o rtan te de discussão das questões mais relevantes
daquele tem po; em segundo lugar, o arquivo do Instituto e de seus
presidentes, situado n o Rio de Jan eiro .
N o trabalho com as fontes, elegi docum entos de caráter dife
renciado - estátuas, listas d e sócios e co rresp o n d en tes - p ara retra tar
a história do Instituto com o instituição. Além disso, h á docum entos
em que ficaram registradas suas atividades científicas. Esses m ateriais
com põem um ú n ico co n junto, n a m ed ida em que as atividades cien
tíficas do Instituto n ão p o d em ser dissociadas de sua história com o
instituição. A análise da revista se revelou fu n d am en tal p ara a inves
tigação da atividade científica do Instituto: os autores e tem as publi-
Não diremos que fez um a obra com pleta: ele m esm o reco
n heceu que não, quando, em dezem bro de 1821, dizia avaliar
quanto à m esm a História do Brasil podia ser acrescentado por
alguém que viesse a com pulsar os arquivos em Lisboa: mas fez
quanto pôde, e ninguém naquela ép oca faria m elh or.8
9 Sobre Robert Southey e o significado de sua obra, veja-se: DIAS, Maria Odila
da Silva. O fa rd o do homem branco; Southey, historiador do Brasil. São Paulo: Com
panhia Editora Nacional, 1974, 298p.
O Instituto H istórico e Geográfico Brasileiro... 119
11 LIMA, José Inácio de Abreu e. O socialismo. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1979, 343p.
120 H istoriografia e Nação no Brasil 1838-1857
Jam ais nos será perm itido duvidar que a vontade da Providên
cia predestinou ao Brasil esta mescla. O sangue Português, em
um poderoso rio, deverá absorver os pequenos confluentes
das raças índia e Etiópica. Em a classe baixa tem lugar esta
mescla e, com o em todos os países se form am as classes su
periores dos elem entos das inferiores, e p or m eio delas se vi
vificam e fortalecem , assim se p rep ara atualm ente na última
classe da população brasileira essa mescla de raças, que daí
a séculos influirá poderosam ente sobre as classes elevadas, e
lhes com u n icará aquela atividade histórica para a qual o Im pé
rio do Brasil é ch am ad o.32
32 Idem.
33 Conforme nota 30, p. 384.
130 H istoriografia e Nação no Brasil 1838-1857
Tudo seria do mais alto interesse nessa exp loração; con h eci
m entos positivos da topografia, do curso dos rios, dos mine
rais, plantas e animais, dos costumes, língua e tradições dos
autóctones, cuja catequese seria também mais facilm ente em
preendida. O governo imperial ficaria m elh or habilitado para
co n h ecer as urgências do interior e d ecretar a ab ertura de no
vas vias de com unicação, que aum entariam as relações com er
ciais e, p or consequência, a renda nacional; muitas estradas já
A questão indígena
68 BARRETO, Domingos Alves Branco Moniz. “Plano sobre a civilização dos ín
dios do Brasil”. R evista da IH G B , Rio de Janeiro, 19 (21), jan -m ar/1856, pp.
33-91.
O Instituto H istórico e Geográfico Brasileiro... 147
72 Idem.
Lem bram os este fato para provarm os que eles n ão são tão
avessos ao trabalho com o os p retend em pintar os patronos da
escravidão africana, e para que se veja que, se forem removi
das certas causas de seu h o rro r e desconfiança; se forem bem
tratados, cum prindo-se fielm ente as convenções que com eles
se fizerem; se forem d ocem en te cham ados a um com ércio van
tajoso e a um a com u n icação civilizadora, terem os, senão nos
... elas dão aos povos com u n icação m útua, que, originando a
civilização, consequentem ente prom ove o giro do com ércio, o
aum ento da indústria, o ap erfeiçoam ento das artes, a difusão
dos conhecim entos científicos, o estreitam ento dos laços da
sociedade, e a consolidação do corp o político.102