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A violência do amor materno

Elisabeth da Rocha Miranda

Este trabalho pretende ressaltar a violência devastadora que muitas vezes está
por trás do tão enaltecido amor materno. A mãe enquanto Outro Primordial e Absoluto
encarna a pura potência à qual o infans está assujeitado. A criança é objeto condensador
de gozo para a mãe, o Outro Absoluto, cujo desejo é caprichoso, sem lei, legiferante.
Isso adquire uma especificidade quando se trata do sujeito feminino. Freud define a
relação mãe/filha como sendo da ordem de uma catástrofe. Lacan avança nesta questão
e afirma que a relação de uma mãe com sua filha é devastadora, em suas palavras:

A elucubração freudiana do Complexo de Édipo, que faz da


mulher um peixe na água, pela castração ser nela ponto de
partida, (Freud dixit) contrasta dolorosamente com a realidade
de devastação que constitui, na mulher, em sua maioria, a
relação com a mãe, de quem, como mulher, ela realmente parece
esperar mais subsistência do que do pai — o que não combina
com ele ser segundo nesta devastação. (LACAN, 1972, p.465).

Em razão do lugar que ocupa na estrutura do sujeito, a mãe está fadada a


incorrer na censura, seja qual for a estrutura inconsciente que rege seu psiquismo como
sujeito. No entanto, a relação do sujeito/mãe com o seu próprio inconsciente tem
importância capital na determinação do lugar que o filho ocupará em seu desejo e gozo.
É preciso nos perguntarmos em cada caso “por qual caminho passam as fantasias, para
ir da mãe ao filho, e talvez isso (...) nos colocasse na própria via pela qual eles retiram
suas incidências afetivas.” (LACAN, 1958, p.751).
A mãe é o Outro Primordial, é ela que instaura para o sujeito a demanda de amor
pela operação de frustração (LACAN, 1956-1957, cap. IV), e consequentemente a que
está primeiro no lugar do Outro dessa demanda, que é impossível de ser atendida por ser
incondicional. A demanda de amor intransitiva, incondicional, é em si mesma um
impasse. Como primeiro objeto dessa demanda, ela será necessariamente um objeto
decepcionante, “pois as exigências de amor dos filhos não têm medida, elas exigem
exclusividade, não admitem ser compartilhadas” (FREUD, [1933]1932, p.114).
Uma outra razão para que esse primeiro objeto seja necessariamente
decepcionante, está no fato de que cabe a mãe civilizar o corpo do filho, é ela quem tem
que introduzir a educação do sono, da alimentação, do ritmo da vida, da excreção, dos
prazeres diversos. Educar é assegurar que o discurso habite o corpo. O discurso advém
como recurso do sujeito neurótico para tentar tamponar a falta que o constituiu, assim
ele é meio de gozo e também meio de barrar o gozo. O Outro primordial sustentado pela
mãe é aquele que reúne e entrelaça a demanda de amor incondicional vinda da criança e
o fato de que ninguém pode preencher tais condições, sendo assim, é ela quem instaura
uma falta, nela e no infans. Essa falta introduz uma promessa impossível de ser
cumprida: a de que se o bebê conseguir satisfazer suas exigências pulsionais, ganhará a
recompensa do amor, e a partir daí a mãe introduz a criança no discurso, o que permite a
Lacan dizer que “a mãe tem efeitos de inconsciente,” seu discurso imprime marcas no
inconsciente do sujeito. Mas não só o discurso deixa aí suas marcas, a relação da mãe
com filho é sexualizada, o filho é o objeto privilegiado de gozo sexual da mãe. Seus
cuidados, a manipulação do corpo do bebê leva a marca pulsional de seu gozo, é a mãe
que erotiza o corpo da criança que para ela é inicialmente objeto de um amor cuja meta
é sexual, que posteriormente será desviada para um amor de meta filial (FREUD, 1930,
p.99).
“Convém indagar se a mediação fálica drena tudo o que pode se manifestar de
pulsional na mulher, notadamente toda a corrente do instinto materno” (LACAN, 1958,
p.730). Há um resto que não é “drenado” e isso é um das razões que faz com que o
discurso da mãe seja sempre legiferante e que, por toda a vida, carreguemos a marca de
seu desejo e os estigmas de seu gozo. Nem tudo é mediado pelo significante Nome-do-
Pai, e algo de lalangue permanece no registro do real. Na primeira conferência proferida
na Universidade de Yale, em 1975, Lacan propondo o inconsciente estruturado como
uma linguagem vai ligar o que é dito entre a mãe e a criança a cada etapa da
sexualidade, tal qual Freud as propôs, e diz: “aquilo que há de mais fundamental nas
assim ditas relações sexuais do ser humano tem a ver com a linguagem; neste sentido
não é a troco de nada que nós chamamos a linguagem que usamos de língua materna”
(LACAN, 1975, p. 14).
No entanto, a tese lacaniana da devastação não recobre o postulado freudiano, ou
seja, não se limita à reivindicação fálica que pode estar incluída, mas não se reduz a ela.
A devastação está no extremo oposto, não inclui a norma fálica, ela é fora da linguagem.
Freud não responde a questão que ele próprio se coloca, a saber; “o que quer
uma mulher?” e para ele “a vida sexual da mulher adulta continua sendo um dark
continent” (FREUD, 1926, p.199). Em 1931, ele afirma que a menina se afasta da mãe
ressentida por esta tê-la feito castrada e se dirige ao pai, aquele que é o portador do falo,
no entanto, um intenso e primitivo apego à mãe, jamais terminaria verdadeiramente
(FREUD, 1931, p.231-2). A devastação, tal qual Lacan desenvolve, está situada neste
apego indissolúvel, porém em relação a mulher que é mãe, pois quando Freud se refere
a mulher é na medida em que seu ser está comandado pela função sexual (FREUD,
1932-1933, p.125). Mas a devastação ultrapassa o que Freud conceitua como estrutural,
chegando a ser incompatível com a vida, já que nela a pulsão de morte é soberana.
Lacan aborda:

O que Freud deixou expressamente de lado Was will das Weib?


O que quer uma mulher? Freud adianta que só há libido
masculina. O que quer dizer isto? Senão um campo, que nem
por isso é coisa alguma, se acha assim ignorado. Esse campo é o
de todos os seres que assumem o estatuto da mulher (...) é
impropriamente que o chamamos a mulher, pois, como
sublinhei, a partir do momento em que ele se enuncia pelo não-
todo, não pode se escrever. (LACAN, 1972-1973, p.108).

É neste campo do não-todo fálico que a devastação ganha seu lugar, ela é então
oriunda do apego indissolúvel que há entre mãe e filha, mas situada no campo do não-
todo fálico, campo em que as palavras estao excluídas. Entendo que o pai com seus
pecados e abusos sexuais não combina como segundo na devastação, porque a fantasia
da menina é a de que ele possa lhe dar o falo sob a forma de filho. O pai para a menina
não é devastador, na medida em que ele é o portador do falo e por isso sustenta a
promessa fálica, mantendo a reivindicação fálica, isto é, mantendo-a na norma fálica
sob a forma de espera do falo/filho prometido. Mas, como a sexualidade feminina não
se encerra na maternidade isso também falha e a promessa do pênis/falo é mais uma vez
impossível de cumprir. Ademais, ele não tem o corpo privado do pênis, o suporte
imaginário falo, ele não sabe desta falta marcada no corpo, e de saída não tem como
transmitir mais substância como mulher que ele não é. O segundo neste processo é
então o homem dela, que herda algo do gozo mortífero, fora do falo, que ela obteve na
relação com a mulher sua mãe.
Assim, as mulheres podem desenvolver uma agressividade desmedida contra
aquelas a quem supõem o falo. O ódio à mãe tem aqui seu reinado, pois é ela a primeira
mulher fálica, a primeira rival, mas, na maioria das vezes, esse ódio vem acompanhado
de paixão, de dependência que aniquila, de um resto pulsional não mediatizado pelo
significante falo. É o que vemos na relação de Madame Sèvigné e sua filha, ilustração
exemplar da devastação, que no caso não chega a passar pelo homem como o segundo,
pois ocorre de forma direta entre mãe e filha.
Madame de Sévigné (1626-1696) é tomada pela violência de um amor
devastador por sua filha, Madame de Grignan (1646-1705). O caso é singular, já que
temos o testemunho da mãe ela mesma, através das cartas endereçadas à filha. Essa
correspondência é tão célebre que tem a reputação de ser paradigmática dos terrores e
angústias que agitam o laço entre mãe e filha. A vastíssima correspondência mantida
por ela não tinha como único destinatário a filha, estendia-se às mais importantes
personagens da corte, tendo inclusive papel relevante nas decisões do Rei. Através da
intriga, ela manipulava os homens fazendo de seus pretendentes caros amigos. A
imaginação prodigiosa de Madame de Sèvigné dava a todos os seus atos uma
exuberância impositiva que ia ao encontro das pessoas e as trazia à força para o centro
dos seus próprios interesses.
Madame Sèvigné nasceu em 1626, após a morte de dois irmãos. Órfã de pai aos
doze meses, perdeu a mãe com seis anos; sua vinda ao mundo foi cercada de mortes.
Mal casada aos 18, viúva aos 25, foi tomada por uma seriedade mais forte do que seu
apego mundano, e fez de suas decepções de casada um calmo e sólido horror a qualquer
compromisso com outros homens, seu objeto privilegiado tornou-se a filha Madame de
Grignan. Esta foi uma adolescente a quem a mãe exibia como um falo brilhante, mas
para fazer bilhar a própria mãe que desta maneira se preservava de enfrentar uma
sexualidade considerada por ela perigosa e da qual havia renunciado após a morte do
marido, um mundano devasso. A exibição da jovem fez com que ela fosse considerada a
mais bela jovem da França e sexualmente desejada pelo Rei-Sol, comprometendo sua
reputação, o quê se somava a má fama do pai. Tomada de pânico, Sèvigné afasta a filha
casando-a as escondidas do Rei.
Madame de Grignan vai viver em Provence e perde seu primeiro filho. Mãe e
filha têm seus corpos agredidos, a filha pela perda do bebê e a mãe pelo afastamento da
filha. As cartas à filha primam por sua abundância, brilho, rara vitalidade e por só
começar após a partida da jovem condessa de Grignan: um arrancamento estranho,
inaudito, do qual sua mãe não se refez jamais. As cartas constituem a prática do
“excessivo carinho” no qual a mãe a submerge. O élan amoroso só se revelou, só
encontrou sua existência na ausência da amada, desabrochando através das cartas. A
inacessibilidade de Mme de Grignan, devido a distância, permitiu à Mme de Sévigné
manter a tensão de um amor apaixonado. Carta após carta, ela declara os redemoinhos
da loucura de seu amor, ela conhece as desordens da falta e sofre da nostalgia de um
paraíso perdido. O amor enregelado, maravilhoso, ofegante encontrou seu lugar nas
cartas regulares no ritmo de duas por semana.
Aos olhos da mãe, a filha parece estar constantemente sob ameaça de morte, o
que daria fim ao seu amor. Mme de Sévigné atravessa momentos de báscula, alarmantes,
no qual ela passa do amor habitado pela felicidade à vertigem da angústia do
desaparecimento. É torturada por um élan devorador que se quer eterno e absoluto.
Cada boa notícia desencadeia nela uma onda de lágrimas, como se tratasse de um
insulto. Ela é perseguida pela falta de sua filha como se pode ser pelo desaparecimento
de um defunto que não se pode enterrar. É um amor escrito na e pela ausência, sua
realidade está na carta: “escrever em detalhes” é o “estilo do afeto.” À sua filha ela dirá:
“ler suas cartas e lhe escrever são o primeiro interesse de minha vida” (Madame de
Sévigné 1996 tomo I 18/03/1671 p.189). Se as cartas não são respondidas ela
enlouquece; a cada carta de sua filha ela é relançada na euforia de escrever-lhe novas
cartas.

Este prazer de escrever é unicamente por você, pois a todo o


resto do mundo a quem queremos escrever eu não o fiz”
(MADAME DE SÉVIGNÉ, 1996, tomo II, 28/08/1675, p.77).
Eu não gosto de escrever, eu gosto de escrever para você; eu
falo para você, eu converso com você. Seria impossível passar
sem isso. Eu não multiplico esse gosto o resto vai porque é
preciso. Por mim, quando eu já tinha escrito, precisava ainda
escrever uma grande carta e se eu já a tivesse escrito eu
desaparecia. (MADAME DE SÉVIGNÉ, 1996, tomo III,
4/04/1689, p.567).
Escrever para a filha torna-se um gozo fechado em si mesmo e fixado num
mesmo objeto, a filha, não deixando espaço para o desejo.
A experiência subjetiva da filha será esclarecida por estar embutida nas cartas da
mãe. As duas protagonistas estão implicadas, mas suas posições não são as mesmas.
Cada uma comprometida ao extremo procura resolver uma questão diferente. Suas
posições se cruzam obrigatoriamente em um lugar de impossível divisão.
Nunca se falou da infância de M me de Grignan, a não ser pela própria marquesa
em uma carta a sua filha de 15 de janeiro de 1674. A mãe escreve:

M. de Pomponne lembra-se de um dia quando você era uma


menininha na casa de meu tio Sévigné. Você estava atrás de
uma vidraça com seu irmão tão bonita diz ele como um anjo.
Vocês diziam que eram prisioneiros, que você era uma
prisioneira excluída da casa paterna. Seu irmão era bonito como
você; você tinha nove anos. Ele me fez lembrar desse dia.

“Princesa excluída da casa paterna”, anunciava algo da fantasia deste sujeito.


Mas quem a excluiu? O próprio pai ao morrer escandalosamente em duelo desafiado
pelo marido de sua amante, além de não ter-lhe dado inicialmente o nome de família.
Certamente ela é princesa, mas não pode pertencer ao reino de seu pai morto. Sua mãe
também a excluiu da casa paterna retirando-a da influência do pai, de sua incômoda
reputação de homem perdulário, embusteiro e estróina. Ela a manteve fechada na
família Coulanges, cortando assim o acesso a mundanidade brilhante. Esta fórmula
esclarece o duplo eixo em que a filha se organiza: prisioneira da mãe e excluída pelo
pai. Uma é o avesso da outra: por um lado, a princesa é excluída da casa paterna porque
é excluída da reputação sexual escandalosa deste; e por outro, o esforço para excluir os
traços paternos constitui o aprisionamento mesmo de sua filha. Separando seus filhos da
vida mundana e renunciando a uma vida sexual ativa, Mme Sévignè era indene a
qualquer escândalo, o que lhe permitia uma atuação política e uma posição acima de
qualquer suspeita na sociedade. Assim, ela exercia o poder através da intriga.
As cartas revelam uma verdadeira guerra entre mãe e filha, guerra sentimental de
lances latentes em que a impetuosidade comparece apenas do lado da senhora
extremosa, que só deixaria de ser aflitivamente mãe se a filha consentisse numa
intimidade para a qual não estava disposta, mas que também não conseguia barrar.
Ambas viviam uma relação corpo a corpo através da maternidade. Mme de
Grignan insistia engravidar seguidamente, o que nos permite dizer que essas gravidezes
teriam a função de separá-la da mãe. No entanto, ela perde muitos bebês e somente
vingam aqueles que são paridos na presença de Madame. M me de Sèvigne adoece
quando é rechaçada pela filha, esta, por sua vez, tem crises de ciúmes e adoece com o
afastamento da mãe. Quando elas se reencontram, a presença da mãe faz com que a
filha se assuste e desapareça sob seus olhos como que envenenada e devorada em seu
interior (LESSANA, 2000, p.110).
De acordo com as cartas, Mme de Grignan desejava encontrar um ponto de
equilíbrio, entre atender uma mãe totalmente devotada a ela e ao mesmo tempo ter vida
própria, mantendo-se a distância.
Mme de Grignan engravida em maio de 1675 e esconde o fato. A marquesa passa
a ter sonhos em que o corpo da filha sofre uma metamorfose e se delicia com a idéia de
que a filha em outra encarnação foi um “amante alemão” (Lessana,M.M 2000 p.79).
Em janeiro de 1676, a relação violentamente incestuosa, e por isso devastadora,
é revelada por um sonho de Sèvigné, assim relatado:

Até as oito horas da manhã depois de ter sonhado com você me


parecia que éramos mais unidas do que nunca e que você estava
tão carinhosa, tão doce e amorosa comigo que me deixava
transbordante de amor. Depois fiquei muito oprimida e triste de
ter perdido essa idéia e chorei de maneira imoderada, tanto que
precisei chamar Maria e com água fria e água da rainha de
Hungria recuperar meus olhos, minha cabeça e meu corpo da
horrível opressão que sentia. Isto durou um quarto de hora, mas
posso lhe afirmar que jamais em toda minha vida havia me
encontrado em tal estado. (SÈVIGNÉ, 8 de janeiro de 1676).

Logo após esse sonho, Mme de Sèvigné é acometida por um torcicolo que a
impede de escrever. Um reumatismo invalidante a obriga fazer do filho seu secretário,
para poder escrever suas cartas agora ditadas. Quando a filha sabe do estado da mãe
sente-se culpada e tem uma forte crise que a faz parir prematuramente.
Se antes elas se acusavam mutuamente, agora ambas se dizem culpadas uma da
doença da outra. A marquesa de Sèvigné sente-se culpada da morte do neto. Mãe e filha
passam a brigar a ponto de lhes aconselharem a não mais se falarem e menos ainda se
verem. O desentendimento é público e as acusações e queixas são idênticas as de um
casal de amantes que se separa. Madame de Grignan não aceita a separação, está
abalada com a morte do filho e sente-se injustiçada, precisa falar à mãe mais uma vez.
Não aceita a ordem da mãe para que se dedique à filha Pauline e esqueça o bebê morto.
Mme de Grignan adoece, recusando-se a se medicar, deixa-se imolar para mostrar à mãe
que seu amor excessivo é destruidor. Ela se vê definitivamente dividida entre o
excessivo amor de sua mãe, ao qual cede quando está longe do marido, e a exigência do
marido, a quem faz crer ter-se afastado de sua mãe.
“Diante do espetáculo de destruição apavorante que lhe oferece a filha como
prova da destrutividade materna, Mme de Sêvigné entenderá que só lhe resta declarar sua
impotência e admitir que a vida de sua vida não lhe pertence” (LESSANA, 2000,
p.113). Ela renuncia às suas reivindicações amorosas, distinguindo a erótica de seu
amor da erótica do amor do marido de sua filha. Madame de Grignan assume
definitivamente a família que construiu com o marido. Os corpos de mãe e filha se
separam, mas a devastação seguirá como herança dada à Pauline, filha de Mme de
Grignan. Pauline torna pública a obscenidade em que viviam sua mãe e a avó
publicando a correspondência e fazendo-se de secretária selvagem da devastação da
própria mãe.
A obscenidade desta relação se inicia quando a mãe coloca a filha em posição de
único objeto fálico colocado à frente para encobrir seu amor excluído e manter a ereção
de sua própria beleza. Através do corpo da filha, a mãe vive sua sexualidade, exibindo-a
para o mundo ao mesmo tempo em que encobre sob a capa de um excessivo amor
maternal que goza desse corpo.

Referências Bibliográficas:
Madame de Sévigné, correspondence, Paris, Galllimard, “Bibliotèque da la
Plêiade” 1996, tomo I II III. Todas as referências à correspondência são desta edição.
In: Entre mère e fille: um ravage Marie- Magdeleine Lessana.

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