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DIA 10

SÚMULAS SOBRE TAXA


Súmula vinculante 12-STF: A cobrança de taxa de matrícula
Constituição Federal: art. 145-155 nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, inciso IV,
Código Civil: art 538-652 da Constituição Federa
Código Processo Civil: art. 343-368 Súmula vinculante 19-STF: A taxa cobrada exclusivamente em
Código Penal: art. 184-234-B razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento
Código Processo Penal: art. 513-573 ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis,
não viola o art. 145, II, da CF.
Súmula vinculante 29-STF: É constitucional a adoção, no cál-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
culo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cál-
culo própria de determinado imposto, desde que não haja in-
CAPÍTULO I tegral identidade entre uma base e outra.
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação pública
Seção I NÃO PODE ser remunerado mediante taxa.
DOS PRINCÍPIOS GERAIS Súmula 595-STF: É inconstitucional a taxa municipal de con-
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios servação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja
poderão instituir os seguintes tributos: idêntica a do imposto territorial rural.
I – impostos; Súmula 665-STF: É constitucional a Taxa de Fiscalização dos
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela Mercados de Títulos e Valores Mobiliários instituída pela Lei
utilização, efetiva OU potencial, de serviços públicos específi- 7.940/89.
cos E divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua dis- Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à ju-
posição; risdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. causa.
§ 1º Sempre que possível, os IMPOSTOS terão caráter pessoal
e serão graduados segundo a capacidade econômica do con-
Art. 146. Cabe à LC:
tribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributá-
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados
ria, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendi-
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
mentos e as atividades econômicas do contribuinte
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tribu-
§ 2º As taxas NÃO PODERÃO ter base de cálculo própria de
tária, especialmente sobre:
impostos.
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em rela-
ção aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respec-
Taxas e contribuições de melhorias são tributos vinculados.
tivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Medida Provisória poderá instituir ou majorar IMPOSTOS b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tri-
butários;
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. Segundo enten-
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo pratica-
dimento do STF, na ADI 948/GO, a aplicação do princípio da ca-
do pelas sociedades cooperativas.
pacidade contributiva não deve se limitar somente aos impos-
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
tos, podendo ser estendido as demais espécies tributárias, sem-
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusi-
pre que as particularidades dessas exações permitirem.
ve regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previs-
O princípio encontra aplicação plena aos tributos com fato ge-
to no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12
rador não vinculado, quais sejam, os impostos e, normalmente,
e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
também os empréstimos compulsórios e as contribuições.
Parágrafo único. A LC de que trata o inciso III, d (tratamento di-
As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem es- ferenciado e favorecido para ME e EPP), também poderá insti-
pécie tributária, são taxas, segundo a jurisprudência iterativa tuir um regime único de arrecadação dos impostos e contri-
do STF. (ADI 1.145/PB) buições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, observado que:
A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindí-
I - será opcional para o contribuinte;
vel para a cobrança da taxa de localização e fiscalização
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento
diferenciadas por Estado;
TAXA DE POLÍCIA TAXA DE SERVIÇO III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribui-
ção da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes
O poder de polícia deve ser O serviço pode ser efetiva ou
federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicio-
EFETIVAMENTE realizado, não potencialmente utilizado pelo
namento;
se admitindo poder de polícia contribuinte, podendo a taxa
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser
"potencial", podendo o exercí- ser cobrada a partir do mo-
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacio-
cio da atividade ser constatada mento que o serviço é coloca-
nal único de contribuintes.
pela existência de órgão admi- do à disposição do sujeito pas-
nistrativo de fiscalização, dota- sivo.
Art. 146-A. LC poderá estabelecer critérios especiais de tributa-
do de estrutura e pessoal com-
ção, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência,
petente para tanto.

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sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer nor- Súmula 659-STF: É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do
mas de igual objetivo. FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica,
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos combustíveis e minerais do País.
estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumu- Súmula 732-STF: É constitucional a cobrança da contribuição
lativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a
os impostos municipais. Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96.

Art. 148. A União, mediante LC, poderá instituir empréstimos STJ


compulsórios (EC): Súmula 77-STJ: A Caixa Econômica Federal é parte ilegítima
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de ca- para figurar no polo passivo das ações relativas às contribuições
lamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; para o fundo PIS/PASEP.
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de Súmula 351-STJ: A alíquota de contribuição para o Seguro de
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco
III, "b" (princípio da anterioridade). desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ,
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de em- ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando
préstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamen- houver apenas um registro.
tou sua instituição. Súmula 396-STJ: A Confederação Nacional da Agricultura tem
legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural.
Tributos que devem ser dispostos por LC: Súmula 423-STJ: A contribuição para financiamento da
1 - Imposto Residual; Seguridade Social – Cofins incide sobre as receitas
2 - Contribuição Social Residual; provenientes das operações de locação de bens móveis.
3 - Empréstimo Compulsório; Súmula 458-STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a
4 - Imposto Sobre Grandes Fortunas (IGF). comissão paga ao corretor de seguros, independentemente da
Os demais são instituídos por meio de LO. existência de contrato de trabalho.
Súmula 468-STJ: A base de cálculo do PIS, até a edição da MP
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribui- n. 1.212/1995, era o faturamento ocorrido no sexto mês anterior
ções sociais (CS), de intervenção no domínio econômico ao do fato gerador.
(CIDE) e de interesse das categorias profissionais ou econômi- Súmula 499-STJ: As empresas prestadoras de serviços estão
cas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, ob- sujeitas às contribuições ao Sesc e Senac, salvo se integradas
servado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo noutro serviço social.
do previsto no art. 195, § 6º (Contribuição social para seguridade Súmula 508-STJ: A isenção da Cofins concedida pelo artigo 6º,
social: só pode ser exigida após decorridos 90 dias da data da pu- II, da LC 70/91 às sociedades civis de prestação de serviços
blicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se profissionais foi revogada pelo artigo 56 da Lei 9.430/96.
lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b"), relativamente às Súmula 516-STJ: A contribuição de intervenção no domínio
contribuições a que alude o dispositivo. econômico para o Incra (Decreto-Lei nº 1.110/1970), devida por
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão empregadores rurais e urbanos, não foi extinta pelas Leis ns.
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em 7.787/1989, 8.212/1991 e 8.213/1991, não podendo ser
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, compensada com a contribuição ao INSS.
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servido-
res titulares de cargos efetivos da União. Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir
§ 2º As contribuições sociais (CS) e de intervenção no domínio CONTRIBUIÇÃO, na forma das respectivas leis, para o CUS-
econômico (CIDE) de que trata o caput deste artigo: TEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, observado o dis-
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; posto no art. 150, I e III.
II - incidirão também sobre a importação de produtos estran- Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se
geiros ou serviços; refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação pública não
o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; pode ser remunerado mediante taxa.
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importa- As instituições de assistência social são imunes apenas ao paga-
ção poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. mento de impostos e de contribuições para a seguridade social.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão NÃO HÁ IMUNIDADE AO PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÃO
uma única vez. PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA.

SÚMULAS SOBRE CONTRIBUIÇÕES Seção II


DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
STF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contri-
Súmula Vinculante 40-STF: A contribuição confederativa de buinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
que trata o artigo 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível aos Municípios:
dos filiados ao sindicato respectivo. I - [PRINCÍPIO DA LEGALIDADE] exigir ou aumentar tributo
sem lei que o estabeleça;

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Medida Provisória poderá instituir ou majorar IMPOSTOS ções de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c,
II - [PRINCÍPIO DA IGUALDADE TRIBUTÁRIA OU VEDAÇÃO DE da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de
PRIVILÉGIO ODIOSO] instituir tratamento desigual entre con- previdência social privada se não houver contribuição dos
tribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibi- beneficiários."
da qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou Súmula Vinculante 52: ainda quando alugado a terceiros, per-
função por eles exercida, independentemente da denomina- manece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
ção jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal,
“Autolimitação do poder fiscal, por meio da Constituição ou de desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para
lei formal, consistente na permissão, destituída de razoabilidade, as quais tais entidades foram constituídas.
para que alguém deixe de pagar os tributos que incidem generi-
A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA SUBJETIVA aplica-se a seus bene-
camente sobre todos os contribuintes ou recebe benefícios
ficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na
inextensíveis aos demais”
de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a veri-
III - cobrar tributos: ficação da existência do beneplácito constitucional, a repercus-
a) [PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA] em rela- são econômica do tributo envolvido. (RE 608872/MG)
ção a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
d) [IMUNIDADE CULTURAL] livros, jornais, periódicos e o pa-
lei que os houver instituído ou aumentado ;
pel destinado a sua impressão
b) [PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE] no mesmo exercício fi-
nanceiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou au- A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da
mentou ; Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro eletrônico (“e-
book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para
Súmula vinculante 50-STF: Norma legal que altera o prazo de
fixá-lo (RE 330817/RJ).
recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princí-
pio da anterioridade A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 al-
c) [PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL OU ANTE- cança componentes eletrônicos destinados, exclusivamente,
RIORIDADE ESPECÍFICA] antes de decorridos 90 dias da data a integrar unidade didática com fascículos (RE 595676/RJ).
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, Jornais: Os jornais gozam de imunidade, mesmo que conte-
observado o disposto na alínea b ; nham publicidade em seu corpo (anúncios, classificados etc.),
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; considerando que isso constitui fonte de renda necessária para
A multa moratória, embora não seja tributo, não pode ter continuar a difusão da cultura (Ricardo Alexandre); Contudo, al-
um importe que lhe confira característica confiscatória, invi- gumas vezes, junto com o jornal vêm alguns folhetos separa-
abilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos. dos contendo publicidade de supermercados, lojas etc. Tais
V - [PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DE TRÁFEGO] estabelecer limi- encartes publicitários não são parte integrante (indissociável)
tações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos do jornal e não se destinam à difusão da cultura (possuem finali-
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de dade apenas comercial), razão pela qual NÃO gozam de imu-
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público ; nidade (RE 213.094/ES).
VI - INSTITUIR IMPOSTOS sobre: Filmes e papéis fotográficos: Súmula 657-STF - A imunidade
a) [IMUNIDADE RECÍPROCA] patrimônio, renda ou serviços, prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal abrange os
uns dos outros; filmes e papeis fotográficos necessários à publicação de jornais
b) [IMUNIDADE RELIGIOSA] templos de qualquer culto; e periódicos.
Deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, Listas telefônicas: SÃO imunes.
mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados Papel para propaganda: NÃO é imune.
com as finalidades essenciais das entidades nelas menciona- Chapas de impressão: NÃO são imunes.
das (RE 325.822) Serviços de distribuição de livros, jornais e periódicos: NÃO
são imunes
Não cabe à entidade religiosa demonstrar que utiliza o bem de
Serviços de composição gráfica: NÃO são imunes.
acordo com suas finalidades institucionais, ao contrário, compe-
te à Administração tributária demonstrar a eventual tredestina- e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
ção do bem gravado pela imunidade. (ARE 800.395 AgR) Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores bra-
sileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os con -
cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada tenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da inci- de leitura a laser.
dência de IPTU em relação a eles. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos
A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III,
aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e
maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião. V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previs-
tos nos arts. 155, III, e 156, I.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusi-
ve suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
das instituições de educação e de assistência social, sem fins NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; DA ANTERIORIDADE DA NOVENTENA
Súmula 730 do STF. "A imunidade tributária conferida a institui- EC para atender despesas ex- EC para atender despesas extra-

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traordinárias ordinárias lador frente aos interesses reli-
II II giosos que vigoram no nosso
IE IE país e na nossa sociedade, ex-
IPI IR pressamente cristã.
IOF IOF
IEG IEG
SÚMULAS SOBRE IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Fixação da BC do IPVA e IPTU
STF
Súmula Vinculante 50: Norma legal que ALTERA O PRAZO DE
RECOLHIMENTO de obrigação tributária não se sujeita ao Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a tercei-
princípio da anterioridade. ros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qual-
A anterioridade da súmula entende-se como sendo a anteriori- quer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde
dade anual e a anterioridade nonagesimal. que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as
quais tais entidades foram constituídas
§ 2º A vedação do inciso VI, "a" (imunidade recíproca), é exten- Súmula 75-STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imuni-
siva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo dade fiscal não compreende o imposto de transmissão "inter
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos ser- vivos", que é encargo do comprador.
viços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decor- Súmula 336-STF: A imunidade da autarquia financiadora, quan-
rentes. to ao contrato de financiamento, não se estende a compra e
§ 3º As vedações do inciso VI, "a" (imunidade recíproca), e do venda entre particulares, embora constantes os dois atos de
parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos um só instrumento.
serviços, relacionados com exploração de atividades econô- Súmula 591-STF: A imunidade ou a isenção tributária do com-
micas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos prador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de sobre produtos industrializados.
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente Súmula 657-STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publica-
bem imóvel. ção de jornais e periódicos.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", com- Súmula 730-STF: A imunidade tributária conferida a instituições
preendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacio- de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da
nados com as finalidades essenciais das entidades nelas menci- Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previ-
onadas. dência social privada se não houver contribuição dos beneficiá-
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam rios.
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias STJ
e serviços.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálcu- Súmula 352-STJ: A obtenção ou a renovação do Certificado de
lo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, rela- Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) não exime a
tivos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser conce- entidade do cumprimento dos requisitos legais supervenien-
dido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que tes.
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o cor- Súmula 612-STJ: O certificado de entidade beneficente de as-
respondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no sistência social (CEBAS), no prazo de sua validade, possui na-
art. 155, § 2.º, XII, g. tureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tribu- efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisi-
tária a condição de responsável pelo pagamento de imposto tos estabelecidos por lei complementar para a fruição da imuni-
ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, dade.
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga,
caso não se realize o fato gerador presumido. Art. 151. É VEDADO à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
IMUNIDADES ONTOLÓGICAS IMUNIDADES POLÍTICAS nacional ou que implique distinção ou preferência em relação
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
São aquelas que existiriam São aquelas que se destinam outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
ainda que a CF/88 não as pre- a proteger princípios presen- promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico en-
visse em seu texto, uma vez tes expressamente na CF/88, tre as diferentes regiões do País;
que são fundamentais para a mas são decorrentes da von- II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Esta-
observância dos princípios tade política do legislador dos, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remune-
contidos na nossa Carta Mag- constitucional, e não em virtu- ração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em ní-
na de 1988, quais sejam, da de da falta de capacidade con- veis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus
isonomia e do pacto federativo. tributiva dos beneficiários. agentes;
Estão, sobremaneira, relaciona- Como exemplo, temos a imuni- III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados,
das às cláusulas pétreas da dade conferida aos templos de do Distrito Federal ou dos Municípios [VEDAÇÃO ÀS ISEN-
nossa CF/88, afirmando-as ain- qualquer culto (imunidade reli- ÇÕES HETERÔNOMAS]
da mais. giosa), conferida em razão de
uma vontade política do legis-

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Art. 152. É VEDADO aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- Súmula 556-STJ: É indevida a incidência de imposto de renda
nicípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, sobre o valor da complementação de aposentadoria pago por
de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou desti- entidade de previdência privada e em relação ao resgate de
no (não se aplica à União) contribuições recolhidas para referidas entidades patrocinadoras
no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção
Seção III concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 7.713/1988, na redação
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO anterior à que lhe foi dada pela Lei n. 9.250/1995.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: Súmula 590-STJ: Constitui acréscimo patrimonial a atrair a inci-
I - (II) importação de produtos estrangeiros; dência do Imposto de Renda, em caso de liquidação de entidade
II – (IE) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou na- de previdência privada, a quantia que couber a cada participan-
cionalizados; te, por rateio do patrimônio, superior ao valor das respectivas
III - (IR) renda e proventos de qualquer natureza; contribuições à entidade em liquidação, devidamente atualiza-
IV - (IPI) produtos industrializados; das e corrigidas.
V – (IOF) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a tí- Súmula 598-STJ: É desnecessária a apresentação de laudo
tulos ou valores mobiliários; médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Im-
VI - (ITR) propriedade territorial rural; posto de Renda, desde que o magistrado entenda suficiente-
VII - (IGF) grandes fortunas, nos termos de lei complementar. mente demonstrada a doença grave por outros meios de
§ 1º É facultado ao Poder Executivo (por meio de decreto), prova.
atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, ALTE- Súmula 627-STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à
RAR AS ALÍQUOTAS dos impostos enumerados nos incisos I (II), manutenção da isenção do imposto de renda, não se lhe
II (IE), IV (IPI) e V (IOF). exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas
§ 2º O imposto de renda (IR): da doença nem da recidiva da enfermidade.
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universali-
dade e da progressividade, na forma da lei;
§ 3º O imposto sobre produtos industrializados (IPI):
I - será SELETIVO, em função da essencialidade do produto;
SÚMULAS SOBRE IR II - será NÃO-CUMULATIVO, compensando-se o que for devido
STF em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao
Súmula 93-STF: Não está isenta do imposto de renda a ativi- exterior.
dade profissional do arquiteto. IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de
Súmula 584-STF: Ao imposto de renda calculado sobre os ren- capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
dimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício fi-
nanceiro em que deve ser apresentada a declaração. • Polê-
SÚMULAS SOBRE IPI
mica, mas prevalece que continua válida.
Súmula 586-STF: Incide imposto de renda sobre os juros reme- STF
tidos para o exterior, com base em contrato de mútuo.
Súmula 591-STF: A imunidade ou a isenção tributária do com-
Súmula 587-STF: Incide imposto de renda sobre o pagamento
prador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto
de serviços técnicos contratados no exterior e prestados no Bra-
sobre produtos industrializados.
sil.
STJ
STJ
Súmula 411-STJ: É devida a correção monetária ao creditamen-
Súmula 125-STJ: O pagamento de férias não gozadas por ne-
to do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente
cessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto
de resistência ilegítima do Fisco
de Renda.
Súmula 494-STJ: O benefício fiscal do ressarcimento do crédito
Súmula 136-STJ: O pagamento de licença-prêmio não gozada
presumido do IPI relativo às exportações incide mesmo quan-
por necessidade do serviço não está sujeito ao Imposto de
do as matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de
Renda.
pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP.
Súmula 215-STJ: A indenização recebida pela adesão a progra-
Súmula 495-STJ: A aquisição de bens integrantes do ativo per-
ma de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à inci-
manente da empresa não gera direito a creditamento de IPI.
dência do Imposto de Renda.
Súmula 262-STJ: Incide o Imposto de Renda sobre o resultado
das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas. JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
Súmula 386-STJ: São isentas de Imposto de Renda as indeniza-
EDIÇÃO N. 118: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS
ções de férias proporcionais e o respectivo adicional.
INDUSTRIALIZADOS - I
Súmula 447-STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes le-
1) O fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados -
gítimas na ação de restituição de imposto retido na fonte pro-
IPI, incidente sobre mercadoria importada, é o desembaraço
posta por seus servidores.
aduaneiro (art. 46, I, do Código Tributário Nacional - CTN),
Súmula 463-STJ: Incide Imposto de Renda sobre os valores
sendo irrelevante se o bem é adquirido a título de compra e
percebidos a título de indenização por horas extraordinárias tra-
venda ou de arrendamento, incidindo o tributo sobre a base
balhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo.
de cálculo proporcional nos casos de ingresso do bem em
Súmula 498-STJ: Não incide imposto de renda sobre a indeni-
caráter temporário no território nacional, nos termos do art. 79
zação por danos morais.

5
da Lei n. 9.430/1996. § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
2) Os produtos importados estão sujeitos a uma nova instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do
incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento IOF, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de
importador na operação de revenda, mesmo que não 1%, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos
tenham sofrido industrialização no Brasil. seguintes termos:
3) Não incide o IPI sobre alimentos e outras preparações I – 30% para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme
utilizadas na alimentação de cães e gatos quando a origem;
acondicionados e comercializados em embalagens com peso II – 70% para o Município de origem.
superior a 10 kg (dez quilos).
4) Não incide Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI nos OURO
serviços de composição e de impressão gráfica.
ATIVO FINANCEIRO NÃO ATIVO FINANCEIRO
5) Combustíveis, lubrificantes e energia elétrica, embora
consumidos durante o processo de industrialização, não podem Incide apenas IOF Incide ICMS
ser considerados como matéria-prima, insumos ou produtos
intermediários, para o fim de inclusão no cálculo do crédito
SÚMULAS SOBRE IOF
presumido de IPI.
6) Não incide Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI STF
sobre a venda de produtos, na hipótese em que ocorre
Súmula 664-STF: É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei
roubo ou furto de mercadoria, antes da entrega ao
8.033/90, que instituiu a incidência do imposto nas operações
comprador, porquanto não configurado o fator gerador,
de crédito, câmbio e seguros – IOF sobre saques efetuados em
com a efetivação da operação mercantil.
caderneta de poupança.
7) A ficção jurídica prevista no art. 11 da Lei n. 9.779/1999 não
alcança situação reveladora de isenção do Imposto sobre STJ
Produtos Industrializados - IPI que a antecedeu.
Súmula 185-STJ: Nos depósitos judiciais, não incide o imposto
8) Não se admite interpretação extensiva do art. 11 da Lei n.
sobre operações financeiras.
9.779/1999 para permitir o creditamento, após a sua vigência,
dos produtos finais não tributados, pois o benefício somente foi
reconhecido pela lei para os produtos finais isentos ou sujeitos Art. 154. A União poderá instituir:
ao regime de alíquota zero. I - mediante LC, impostos não previstos no artigo anterior,
9) É legítima a aplicação das alíquotas previstas na Resolução da desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador
Comissão de Incentivo à Exportação - CIEX 02/1979, para fins de ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constitui-
cálculo do crédito-prêmio do IPI. ção;
10) Em se tratando de ressarcimento de crédito-prêmio de IPI, a II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos ex-
liquidação da sentença se dará por artigos, oportunidade em traordinários, COMPREENDIDOS OU NÃO EM SUA COMPE-
que a parte deverá apresentar toda a documentação suficiente à TÊNCIA TRIBUTÁRIA, os quais serão suprimidos, gradativa-
comprovação da efetiva operação de exportação, bem como do mente, cessadas as causas de sua criação.
ingresso de divisas no País, sem o que não se habilita à fruição
do benefício, mesmo estando ele reconhecido na sentença. Seção IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
§ 4º O imposto sobre propriedade territorial rural (ITR):
impostos sobre:
I - SERÁ PROGRESSIVO e terá suas alíquotas fixadas de forma
I - (ITCMD) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer
a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
bens ou direitos;
O ITR é um imposto progressivo: quanto mais alto for o valor do II - (ICMS) operações relativas à circulação de mercadorias e so-
objeto que recebe o gravame tributário, maior será a alíquota e, bre prestações de serviços de transporte interestadual e inter -
portanto, o ônus imputado ao contribuinte. municipal e de comunicação, ainda que as operações e as presta-
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, ções se iniciem no exterior;
quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; III - (IPVA) propriedade de veículos automotores.
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim op- § 1º O ITCMD:
tarem, na forma da lei, desde que não implique redução do im- I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete
posto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal
STJ: "Não incide IPTU, mas ITR , sobre imóvel localizado na II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao
área urbana do Município, desde que comprovadamente uti- Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou ti-
lizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
ou agroindustrial (art. 15 do DL 57 /1966)" III - terá competência para sua instituição regulada por LC:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou
SÚMULAS SOBRE ITR teve o seu inventário processado no exterior;
Súmula 139-STJ: Cabe à Procuradoria da Fazenda Nacional pro- IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
por execução fiscal para cobrança de crédito relativo ao ITR.

6
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto
âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autorida- na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em
de de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos ór- leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos li-
gãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na impren- mites das respectivas competências, em leis federais, nas Consti-
sa oficial. tuições e em leis estaduais, e em leis municipais.

Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente Art. 3º TRIBUTO é toda prestação pecuniária compulsória,
revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diá- em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não consti-
rio Oficial da União, observando como limite superior a variação tua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
geral dos preços do mercado, no período. atividade administrativa plenamente vinculada.

Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instaura- Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determi-
das e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, res- nada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrele-
salvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. vantes para qualificá-la:
65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do I - a denominação e demais características formais adota-
art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cro- das pela lei;
nológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
contados da vigência desta Lei, separadamente para as obriga-
ções relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de
o melhoria (TEORIA TRIPARTITE)
n 8.666, de 21 de junho de 1993.
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio
da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei STF adota a TEORIA PENTAPARTITE: impostos, taxas, contribui-
o ções de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições
n 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os re-
especiais.
lativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela
União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam
regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que TÍTULO II
couber. Competência Tributária
CAPÍTULO I
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedi- Disposições Gerais
mento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasilei- Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributá-
ro de Aeronáutica. ria compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as
limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as re- Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios,
partições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e observado o disposto nesta Lei.
e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação es- Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no
pecífica. todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público
pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão atribuídos.
ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que
não conflitem com a legislação específica sobre o assunto. Art. 7º A competência tributária é INDELEGÁVEL, salvo
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2 o atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em
do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de ser-
matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito
viços com execução prévia de obras em que não foram previstos
público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
desembolso por parte da Administração Pública concedente.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilé-
gios processuais que competem à pessoa jurídica de direito pú-
CTN
blico que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha
Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Consti- conferido.
tucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, o sistema tributário § 3º NÃO CONSTITUI DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA o
nacional e estabelece, com fundamento no artigo 5º, inciso XV, cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da
alínea b, da Constituição Federal as normas gerais de direito tri- função de ARRECADAR tributos.
butário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar,
A capacidade tributária ativa é delegável; compreende as ga-
supletiva ou regulamentar.
rantias e privilégios processuais; é revogável a qualquer tempo.

LIVRO PRIMEIRO
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defe-
TÍTULO I re a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a
Disposições Gerais Constituição a tenha atribuído.

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Súmula 69-STF: A Constituição Estadual não pode estabelecer federais, estaduais e municipais para os serviços públicos que
limite para o aumento de tributos municipais conceder, observado o disposto no § 1º do artigo 9º.
CAPÍTULO II
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é
Limitações da Competência Tributária
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas
SEÇÃO I
entidades nele referidas:
Disposições Gerais
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
suas rendas, a qualquer título;
Municípios:
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na
I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça,
manutenção dos seus objetivos institucionais;
ressalvado, quanto à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
65;
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
II - cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º
lei posterior à data inicial do exercício financeiro a que
do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a
corresponda;
aplicação do benefício.
III - estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional,
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º
de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos
são exclusivamente, os diretamente relacionados com os
interestaduais ou intermunicipais;
objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo,
IV - cobrar imposto sobre:
previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais,
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos,
pode instituir empréstimos compulsórios:
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
I - guerra externa, ou sua iminência;
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de
social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na
atender com os recursos orçamentários disponíveis;
Seção II deste Capítulo;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais,
aquisitivo.
periódicos e livros.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do
§ 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às
empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que
entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos
for aplicável, o disposto nesta Lei.
tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da
prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento
TÍTULO III
de obrigações tributárias por terceiros.
Impostos
§ 2º O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, exclusivamente,
CAPÍTULO I
aos serviços próprios das pessoas jurídicas de direito público a
Disposições Gerais
que se refere este artigo, e inerentes aos seus objetivos.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato ge-
rador uma situação independente de qualquer atividade esta-
Art. 10. É vedado à União instituir tributo que não seja
tal específica, relativa ao contribuinte.
uniforme em todo o território nacional, ou que importe
distinção ou preferência em favor de determinado Estado ou
Município. FG não vinculado.
Arrecadação não vinculada.
Art. 11. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza, CAPÍTULO II
em razão da sua procedência ou do seu destino. Impostos sobre o Comércio Exterior
SEÇÃO I
SEÇÃO II Impostos sobre a Importação - II
Disposições Especiais Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a impor-
Art. 12. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º, tação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entra-
observado o disposto nos seus §§ 1º e 2º, é extensivo às da destes no território nacional.
autarquias criadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, tão-somente no que se refere ao Art. 20. A base de cálculo do imposto é:
patrimônio, à renda ou aos serviços vinculados às suas finalidades I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida
essenciais, ou delas decorrentes. adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que
Art. 13. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º não se o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação,
aplica aos serviços públicos concedidos, cujo tratamento em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega
tributário é estabelecido pelo poder concedente, no que se refere no porto ou lugar de entrada do produto no País;
aos tributos de sua competência, ressalvado o que dispõe o III - quando se trate de produto apreendido ou abandona-
parágrafo único. do, levado a leilão, o preço da arrematação.
Parágrafo único. Mediante lei especial e tendo em vista o
interesse comum, a União pode instituir isenção de tributos Art. 22. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;

11
II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandona- IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamen-
dos. to para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância
SEÇÃO II máxima de 3 km do imóvel considerado.
Imposto sobre a Exportação - IE § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas ur-
Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a expor- banizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos
tação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionaliza- aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à
dos tem como fato gerador a saída destes do território nacio- indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas
nal. definidas nos termos do parágrafo anterior.

Art. 24. A base de cálculo do imposto é: Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida imóvel.
adotada pela lei tributária; Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter per-
o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em manente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utiliza-
uma venda em condições de livre concorrência. ção, exploração, aformoseamento ou comodidade.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a
entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produ- Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imó-
to, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a opera- vel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qual-
ção de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos quer título.
correntes no mercado internacional o custo do financiamento.
SEÇÃO III
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles
valor ou do preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor Relativos - ITCMD
básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a
ela estabelecidos. transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem
como fato gerador:
Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do
lei a ele equiparar. domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física,
como definidos na lei civil;
CAPÍTULO III II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre
Impostos sobre o Patrimônio e a Renda imóveis, exceto os direitos reais de garantia;
SEÇÃO I III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR nos incisos I e II.
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propri- Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem
edade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros
domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido ou legatários.
na lei civil, localização FORA DA ZONA URBANA do Município.
Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos referidos no
artigo anterior:
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imó- I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de
vel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qual- pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito;
quer título. II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma
pessoa jurídica por outra ou com outra.
SEÇÃO II Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação
propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos.
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por
natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, LOCA- Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando
LIZADO NA ZONA URBANA do Município. a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de di-
urbana a definida em lei municipal; observado o requisito reitos relativos à sua aquisição.
mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo me- § 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante
nos 2 dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder referida neste artigo quando mais de 50% da receita operacional
Público: da pessoa jurídica adquirente, nos 2 anos anteriores e nos 2
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas anos subseqüentes à aquisição, decorrer de transações mencio-
pluviais; nadas neste artigo.
II - abastecimento de água; § 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades
III - sistema de esgotos sanitários; após a aquisição, ou menos de 2 anos antes dela, apurar-se-á a

12
preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
os 3 primeiros anos seguintes à data da aquisição. Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produ-
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tor- tos industrializados tem como fato gerador:
nar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente à data da I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência
aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data. estrangeira;
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o pa-
bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da totali- rágrafo único do artigo 51;
dade do patrimônio da pessoa jurídica alienante. III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado
e levado a leilão.
Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se
bens ou direitos transmitidos. industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer
operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o
Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixa- aperfeiçoe para o consumo.
dos em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito
de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
à política nacional de habitação. I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal,
como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
Art. 40. O montante do imposto é dedutível do devido à a) do imposto sobre a importação;
União, a título do imposto de que trata o artigo 43, sobre o pro- b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
vento decorrente da mesma transmissão. c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importa-
dor ou dele exigíveis;
Art. 41. O imposto compete ao ESTADO DA SITUAÇÃO DO II - no caso do inciso II do artigo anterior:
IMÓVEL TRANSMITIDO, ou sobre que versarem os direitos cedi- a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercado-
dos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão ria;
aberta no estrangeiro. b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço
corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da
Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na praça do remetente;
operação tributada, como dispuser a lei. III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arre -
matação.
SEÇÃO IV
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza - IR Art. 48. O imposto é SELETIVO em função da essencialida-
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda de dos produtos.
e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: Art. 49. O imposto é NÃO-CUMULATIVO, dispondo a lei de
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do tra- forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em
balho ou da combinação de ambos; determinado período, entre o imposto referente aos produtos saí-
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos dos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos
os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. nele entrados.
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado perío-
da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica do, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou perí-
ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percep- odos seguintes.
ção.
§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do O IPI é um IMPOSTO PLURIFÁSICO, ou seja, incide mais de uma
exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se vez em uma cadeia de industrialização.
dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto refe-
rido neste artigo.
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos
de um para outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real,
acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em
arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributá-
séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao
veis.
controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da estatística
do comércio por cabotagem e demais vias internas.
Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibili-
dade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produto-
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
res de renda ou dos proventos tributáveis.
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da ren-
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os
da ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo
forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;
imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandona-
dos, levados a leilão.
CAPÍTULO IV
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se
Impostos sobre a Produção e a Circulação
contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de impor-
SEÇÃO I
tador, industrial, comerciante ou arrematante.

13
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou
SEÇÃO IV fato gerador i dênticos aos que correspondam a imposto nem
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre ser calculada em função do capital das empresas.
Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários - IOF
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre opera- Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade da ad-
ções de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a tí- ministração pública que, limitando ou disciplinando direito, in-
tulos e valores mobiliários tem como fato gerador: teresse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela fato, em razão de interesse público concernente à segurança,
entrega total ou parcial do montante ou do valor que consti- à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
tua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do do mercado, ao exercício de atividades econômicas depen-
interessado; dentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tran-
II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento individuais ou coletivos.
que a represente, ou sua colocação à disposição do interessa- Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder
do em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos li-
entregue ou posta à disposição por este; mites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tra-
III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela tando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem
emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebi- abuso ou desvio de poder.
mento do prêmio, na forma da lei aplicável;
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mo- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
biliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate des-
tes, na forma da lei aplicável. EDIÇÃO N. 82: PODER DE POLÍCIA
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a de- 1) A administração pública possui interesse de agir para tutelar
finida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao paga- em juízo atos em que ela poderia atuar com base em seu poder
mento ou resgate do título representativo de uma mesma opera- de polícia, em razão da inafastabilidade do controle jurisdicio-
ção de crédito. nal.
2) O prazo prescricional para as ações administrativas punitivas
Art. 64. A base de cálculo do imposto é: desenvolvidas por Estados e Municípios, quando não existir le-
I - quanto às operações de crédito, o montante da obriga- gislação local específica, é quinquenal, conforme previsto no
ção, compreendendo o principal e os juros; art. 1º do Decreto n. 20.910/32, sendo inaplicáveis as disposi-
II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante ções contidas na Lei n. 9.873/99, cuja incidência limita-se à
em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; Administração Pública Federal Direta e Indireta.
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; 3) Prescreve em 5 anos, contados do término do processo
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliá- administrativo, a pretensão da Administração Pública de
rios: promover a execução da multa por infração ambiental. (Sú-
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; mula n. 467/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da 73 - TEMA 324)
cotação em Bolsa, como determinar a lei; 4) A prerrogativa de fiscalizar as atividades nocivas ao meio
c) no pagamento ou resgate, o preço. ambiente concede ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA interesse jurídico
Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na suficiente para exercer seu poder de polícia administrativa,
operação tributada, como dispuser a lei. ainda que o bem esteja situado dentro de área cuja compe-
tência para o licenciamento seja do município ou do estado.
CAPÍTULO V 5) Ante a omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo
Impostos Especiais que outorgante da licença ambiental, o IBAMA pode exercer
SEÇÃO II o seu poder de polícia administrativa, já que não se confun-
Impostos Extraordinários de a competência para licenciar com a competência para fis-
Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a Uni- calizar.
ão pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários 6) O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON
compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, detém poder de polícia para impor sanções administrativas
gradativamente, no prazo máximo de 5 anos, contados da ce- relacionadas à transgressão dos preceitos ditados pelo Códi-
lebração da paz. go de Defesa do Consumidor art. 57 da Lei n. 8.078/90.
7) O PROCON tem competência para aplicar multa à Caixa
TÍTULO IV Econômica Federal CEF por infração às normas do Código de
Taxas Defesa do Consumidor, independentemente da atuação do
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Banco Central do Brasil.
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respecti- 8) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissio-
vas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do nais, decorrente da delegação do poder de polícia, está inserida
poder de polícia, ou a utilização, efetiva OU potencial, de ser- no âmbito do direito administrativo, não podendo ser conside-
viço público específico E divisível, prestado ao contribuinte rada relação de trabalho e, por consequência, não está incluí-
OU posto à sua disposição. da na esfera de competência da Justiça Trabalhista.
9) Não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por so-

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ciedade de economia mista, facultado o exercício do poder
de polícia fiscalizatório. Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os
10) É legítima a cobrança da taxa de localização, fiscalização seguintes requisitos mínimos:
e funcionamento quando notório o exercício do poder de polí- I - publicação prévia dos seguintes elementos:
cia pelo aparato administrativo do ente municipal, sendo dis- a) memorial descritivo do projeto;
pensável a comprovação do exercício efetivo de fiscalização. b) orçamento do custo da obra;
11) Quando as balanças de aferição de peso estiverem relacio- c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada
nadas intrinsecamente ao serviço prestado pelas empresas ao pela contribuição;
consumidor, incidirá a Taxa de Serviços Metrológicos, decorren- d) delimitação da zona beneficiada;
te do poder de polícia do Instituto Nacional de Metrologia, Nor- e) determinação do fator de absorção do benefício da valori-
matização e Qualidade Industrial - Inmetro em fiscalizar a regu- zação para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas,
laridade desses equipamentos. nela contidas;
12) É legitima a cobrança da Taxa de Fiscalização dos Mercados II - fixação de prazo não inferior a 30 dias, para impugna-
de Títulos e Valores Mobiliários decorrente do poder de polícia ção pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no
atribuído à Comissão de Valores Mobiliários CVM, visto que os inciso anterior;
efeitos da Lei n. 7.940/89 são de aplicação imediata e se prolon- III - regulamentação do processo administrativo de instrução
gam enquanto perdurar o enquadramento da empresa na cate- e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior,
goria de beneficiária de incentivos fiscais. sem prejuízo da sua apreciação judicial.
13) Os valores cobrados a título de contribuição para o Fundo § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determi-
Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades nada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a
de Fiscalização - FUNDAF têm natureza jurídica de taxa, tendo alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada
em vista que o seu pagamento é compulsório e decorre do em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
exercício regular de poder de polícia. § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte
deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e
dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 con-
respectivo cálculo.
sideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
LIVRO SEGUNDO
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer tí-
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
tulo;
TÍTULO I
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compul-
Legislação Tributária
sória, sejam postos à sua disposição mediante atividade admi-
CAPÍTULO I
nistrativa em efetivo funcionamento;
Disposições Gerais
II - específicos, quando possam ser destacados em unida-
SEÇÃO I
des autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades
Disposição Preliminar
públicas;
Art. 96. A expressão "LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA" com-
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separada-
preende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os
mente, por parte de cada um dos seus usuários.
decretos e as normas complementares que versem, no todo
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consi-
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles perti-
deram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União,
nentes.
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que,
segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Abrange atos editados pelo Poder Executivo.
Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação
com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de SEÇÃO II
direito público. Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos
Art. 97. SOMENTE A LEI pode estabelecer:
TÍTULO V I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
Contribuição de Melhoria II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pe- disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
los Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito A CF/88 não excepcionou a alteração da base de cálculo do
de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao cus- II, IE, IPI e IOF do princípio da legalidade, mas apenas as
to de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, alíquotas, desde que atendidas as condições e os limites es-
tendo como limite total a despesa realizada e como limite indi- tabelecidos em lei.
vidual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária
imóvel beneficiado.
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e
do seu sujeito passivo;
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálcu-
LIMITE TOTAL LIMITE INDIVIDUAL lo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65 (não re-
cepcionado);
Despesa realizada Acréscimo de valor que da V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões
obra resultar para cada imóvel contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela defi-
beneficiado. nidas;

15
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de I - que instituem ou majoram tais impostos;
créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. II - que definem novas hipóteses de incidência;
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dis-
sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. puser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no artigo 178.
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor mone-
tário da respectiva base de cálculo. CTN, art. 104 CF/88, art. 150, III, “b”
Princípio da anterioridade
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais REVO- anual
GAM OU MODIFICAM a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha. Aplica-se apenas aos impos- Aplica-se aos tributos em geral
tos sobre patrimônio
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se ou renda
aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados
Refere-se à entrada em vigor Refere-se à eficácia da lei
com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta
da lei
Lei.

SEÇÃO III CAPÍTULO III


Normas Complementares Aplicação da Legislação Tributária
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados Art. 105. A legislação tributária aplica-se IMEDIATAMENTE
e das convenções internacionais e dos decretos: aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades admi- aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja comple-
nistrativas; ta, nos termos do artigo 116.
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de juris-
dição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autorida- I - em qualquer caso, quando seja expressamente inter-
des administrativas; pretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, dispositivos interpretados;
o Distrito Federal e os Municípios. II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste a) quando deixe de defini-lo como infração;
artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer
de mora e a atualização do valor monetário da base de cálcu- exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido frau-
lo do tributo. dulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tri-
buto;
CAPÍTULO II c) quando lhe comine penalidade menos severa que a pre-
Vigência da Legislação Tributária vista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tri-
butária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas ju- CAPÍTULO IV
rídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. (Aplica-se Interpretação e Integração da Legislação Tributária
a LINDB) Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o
disposto neste Capítulo.
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos terri- Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade
tórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialida- competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessiva-
de os convênios de que participem, ou do que disponham esta mente, na ordem indicada (formas de integração):
ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: III - os princípios gerais de direito público;
I - os atos administrativos, na data da sua publicação; IV - a equidade.
II - as decisões administrativas com eficácia normativa, 30 § 1º O emprego da analogia NÃO poderá resultar na exi-
dias após a data da sua publicação; gência de tributo não previsto em lei.
III - os convênios, na data neles prevista. § 2º O emprego da EQUIDADE NÃO poderá resultar na
DISPENSA DO PAGAMENTO DE TRIBUTO devido.

Atos normativos Data da publicação


Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se
Decisões administrativas com 30 dias após para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus
eficácia normativa publicação institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos res-
pectivos efeitos tributários.
Convênios entre U/E/DF/M Data neles prevista
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o con-
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício se- teúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito pri-
guinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos vado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Fe-
de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:

16
deral, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do JUDICIAL são considerados hediondos
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar compe-
tências tributárias. O legislador, em um rol exemplificativo,
estabelece os crimes considerados
Art. 111. Interpreta-se LITERALMENTE (e não restritiva- CRITÉRIO MISTO hediondos, mas permite ao juiz, por meio
mente) a legislação tributária que disponha sobre: de interpretação analógica, qualificar
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; outros delitos como hediondos.
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias Possibilidade do juiz deixar de considerar
acessórias. CLÁUSULA a natureza hedionda de um delito, de
SALVATÓRIA acordo com as circunstâncias do caso
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina concreto.
penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acu- Não tem aplicabilidade no Direito Penal
sado, em caso de dúvida quanto: Brasileiro, em razão da adoção do
I - à capitulação legal do fato; critério legal.
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à
*Tabelas montada com informações retiradas do livro Leis Penais
natureza ou extensão dos seus efeitos;
Especiais, autor Gabriel Habib, 2018
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
LEI 8072/90 - CRIMES HEDIONDOS de [FIGA]:
I - Anistia, Graça e Indulto;
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos II - Fiança.
tipificados no Código Penal, consumados ou tentados [ROL TA- § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inici-
XATIVO]: almente em regime fechado. (Inconstitucional – viola indivi-
I – homicídio (simples) (art. 121), quando praticado em ativida- dualização da pena)
de típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, Possível substituição de PPL por PRD
IV, V, VI e VII);
I-A – lesão corporal dolosa de natureza GRAVÍSSIMA (art. 129, § Possível a concessão de sursis da pena
2o) e lesão corporal SEGUIDA DE MORTE (art. 129, § 3o), quando
praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos
144 da Constituição Federal , integrantes do sistema prisional e da crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou de 2/5 da pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reinci-
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou dente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº
parente consanguíneo até 3° grau, em razão dessa condição; 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal). (LEI
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); 13769/18)
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. LEP. Art. 112. § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe
159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). pessoa;
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de II - não ter cometido o crime contra seu filho ou
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, dependente;
caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, III - ter cumprido ao menos 1/8 da pena no regime anterior;
de 2 de julho de 1998). IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário,
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de ex- comprovado pelo diretor do estabelecimento;
ploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável V - não ter integrado organização criminosa.
(art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste
de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o artigo.
de outubro de 1956, e o de POSSE ou PORTE ILEGAL de arma
de fogo de USO RESTRITO, previsto no art. 16 da Lei n o 10.826, PROGRESSÃO DE REGIME
de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.
Primário
CRIME COMUM 1/6
CRITÉRIO PARA DEFINIÇÃO DE CRIMES HEDIONDOS Reincidente
CRITÉRIO LEGAL O legislador, em rol taxativo, define os Primário 2/5
Adotado no Brasil crimes que são considerados hediondos. CRIME
Reincidente 3/5
CRITÉRIO Cabe ao juiz a definição dos crimes que

17
DIA 25 Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, CONSI-
DERA-SE OCORRIDO O FATO GERADOR e existentes os seus
efeitos:
I - tratando-se de SITUAÇÃO DE FATO, desde o momento
CTN: art. 113-156 em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias
LEI 11340/06 – Lei Maria da Penha a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 1-59 II - tratando-se de SITUAÇÃO JURÍDICA, desde o momen-
Lei Nº 4.898/1965 - Abuso de Autoridade to em que esteja definitivamente constituída, nos termos de
Lei Nº 9.455/1997 - Crimes de Tortura direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá des-
CTN considerar atos ou negócios jurídicos praticados com a finali-
dade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou
a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributá-
TÍTULO II
ria, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
Obrigação Tributária
ordinária.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. OCORRÊNCIA DO FG
§ 1º A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL surge com a ocorrência do SITUAÇÃO DE FATO SITUAÇÃO JURÍDICA
fato gerador, tem por OBJETO o pagamento de tributo ou pe-
nalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito Desde o momento em que o se Desde o momento em que es-
dela decorrente. verifiquem as circunstâncias teja definitivamente constitu-
§ 2º A OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA decorre da legislação tri- materiais necessárias a que ída, nos termos de direito apli-
butária (e não apenas da lei em sentido estrito) e tem por ob- produza os efeitos que normal- cável.
jeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no mente lhe são próprios;
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inob- Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo
servância, CONVERTE-SE EM OBRIGAÇÃO PRINCIPAL relativa- disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos
mente à penalidade pecuniária. condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da
Surge com a ocorrência do FG Decorre da legislação tributária prática do ato ou da celebração do negócio.
Objeto: pagamento de tributo Objeto: prestações, positivas/
OU penalidade pecuniária negativas, previstas no interes- Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada
se da arrecadação ou fiscaliza- abstraindo-se:
ção dos tributos I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da na-
Extingue-se com o crédito dela Em caso de sua inobservância, tureza do seu objeto ou dos seus efeitos – Princípio da Interpre-
decorrente converte-se em Obrigação tação Objetiva do FG ou Princípio da Cláusula Non Olet;
Principal, relativamente à pena II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
pecuniária
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II Sujeito Ativo
Fato Gerador Art. 119. SUJEITO ATIVO da obrigação é a pessoa jurídica
Art. 114. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL é a de direito público, titular da competência para exigir o seu
situação definida em lei como necessária e suficiente à sua cumprimento.
ocorrência.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa ju-
Art. 115. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA é rídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento
qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação
a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
principal.
CAPÍTULO IV
FG OBRIGAÇÃO PRINCIPAL FG OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Sujeito Passivo
SEÇÃO I
Situação definida em lei como Qualquer situação que, na for- Disposições Gerais
necessária e suficiente à sua ma da legislação aplicável, Art. 121. SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL é a
ocorrência. impõe a prática ou a abstenção pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pe-
de ato que não configure obri- cuniária.
gação principal. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal
diz-se:

1
I - CONTRIBUINTE, quando tenha relação pessoal e direta I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual,
com a situação que constitua o respectivo fato gerador; ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de
II - RESPONSÁVEL, quando, sem revestir a condição de sua atividade;
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às fir-
lei. mas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou
fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qual-
Pessoa obrigada ao pagamento de tributo quer de suas repartições no território da entidade tributante.
ou penalidade pecuniária. § 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em
qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio
CONTRIBUINTE RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO tributário do contribuinte ou responsável o LUGAR DA SITUA-
Tem relação pessoal e direta Sem ser contribuinte, sua ÇÃO DOS BENS ou da OCORRÊNCIA DOS ATOS OU FATOS que
com a situação que constitua obrigação decorra de dispo- deram origem à obrigação.
o respectivo fato gerador sição expressa de lei. § 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio
eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a
fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo
Art. 122. SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA é
anterior.
a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as conven- Regra: o sujeito passivo escolhe seu domicílio tributário
ções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamen-
to de tributos, NÃO PODEM SER OPOSTAS À FAZENDA PÚBLI- CAPÍTULO V
CA, para modificar a definição legal do sujeito passivo das Responsabilidade Tributária
obrigações tributárias correspondentes. SEÇÃO I
Disposição Geral
SEÇÃO II Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode
Solidariedade atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tri-
Art. 124. SÃO SOLIDARIAMENTE OBRIGADAS: butário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respecti-
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação va obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou
que constitua o fato gerador da obrigação principal; atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou
II - as pessoas expressamente designadas por lei. parcial da referida obrigação.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo NÃO
SÚMULAS SOBRE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
COMPORTA BENEFÍCIO DE ORDEM.
Súmula 430-STJ: O inadimplemento da obrigação tributária
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguin- pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade
tes os EFEITOS DA SOLIDARIEDADE: solidária do sócio-gerente.
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aprovei- Súmula 435-STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a
ta aos demais; empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal,
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, sub- redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
sistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo sal- Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a
do; responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias
obrigados, favorece ou prejudica aos demais. ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a
data da sucessão
SEÇÃO III Súmula 585-STJ: A responsabilidade solidária do ex-proprie-
Capacidade Tributária tário, prevista no art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro –
Art. 126. A CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA independe: CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automo-
I - da capacidade civil das pessoas naturais; tor, no que se refere ao período posterior à sua alienação.
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que im-
portem privação ou limitação do exercício de atividades civis, SEÇÃO II
comerciais ou profissionais, ou da administração direta de Responsabilidade dos Sucessores
seus bens ou negócios; Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de
bastando que configure uma unidade econômica ou profissional constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos
– Princípio da Interpretação Objetiva do FG ou Princípio da posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obriga-
Cláusula Non Olet ções tributárias surgidas até a referida data.

SEÇÃO IV Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo


Domicílio Tributário fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsá- bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
vel, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria,
considera-se como tal:

2
subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo Responsabilidade de Terceiros
quando conste do título a prova de sua quitação. Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, res-
sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. pondem solidariamente com este nos atos em que intervierem
ou pelas omissões de que forem responsáveis:
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus
bens adquiridos ou remidos; tutelados ou curatelados;
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tri- III - os administradores de bens de terceiros, pelos tribu-
butos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, tos devidos por estes;
limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do lega- IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
do ou da meação; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data massa falida ou pelo concordatário;
da abertura da sucessão. VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício,
pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou pe-
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de rante eles, em razão do seu ofício;
fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pesso-
responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas as.
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em
incorporadas. matéria de penalidades, às de CARÁTER MORATÓRIO.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos
de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos
exploração da respectiva atividade seja continuada por qual- correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos pra-
quer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou ou- ticados com EXCESSO DE PODERES ou INFRAÇÃO de lei, con-
tra razão social, ou sob firma individual. trato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que II - os mandatários, prepostos e empregados;
adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou esta- III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas ju-
belecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a rídicas de direito privado.
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob
firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao SEÇÃO IV
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: Responsabilidade por Infrações
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabi-
comércio, indústria ou atividade; lidade por infrações da legislação tributária independe da in-
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir tenção do agente ou do responsável e da efetividade, nature-
na exploração ou iniciar dentro de 6 meses a contar da data da za e extensão dos efeitos do ato.
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de co-
mércio, indústria ou profissão. Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipó- I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou
tese de alienação judicial: contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de
I – em processo de falência; administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cum-
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de primento de ordem expressa emitida por quem de direito;
recuperação judicial. II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o do agente seja elementar;
adquirente for: III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamen-
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou te de dolo específico:
sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação ju- a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por
dicial; quem respondem;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o grau, consan- b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus
guíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou mandantes, preponentes ou empregadores;
de qualquer de seus sócios; ou c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas ju-
III – identificado como agente do falido ou do devedor em rídicas de direito privado, contra estas.
recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributá-
ria. Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia es-
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial pontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do paga-
de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em mento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito
conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de da importância arbitrada pela autoridade administrativa,
1 ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utili- quando o montante do tributo dependa de apuração.
zado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de crédi- Parágrafo único. NÃO SE CONSIDERA ESPONTÂNEA a de-
tos que preferem ao tributário. núncia apresentada após o início de qualquer procedimento
administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a
SEÇÃO III infração.

3
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do
TÍTULO III fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente,
Crédito Tributário ainda que posteriormente modificada ou revogada.
CAPÍTULO I § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormen-
Disposições Gerais te à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído no-
Art. 139. O CRÉDITO TRIBUTÁRIO decorre da obrigação vos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado
principal e tem a mesma natureza desta. os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto,
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tribu- neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tri-
tário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilé- butária a terceiros.
gios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afe- § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lan-
tam a obrigação tributária que lhe deu origem. çados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei
fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somen- ocorrido.
te se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa
ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não Aspectos Legislação vigente na DATA
podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional formais DO LANÇAMENTO
na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
Aspectos Legislação vigente na DATA DO
CAPÍTULO II materiais FATO GERADOR
Constituição de Crédito Tributário Taxa de câmbio DATA DO FATO GERADOR

SÚMULAS SOBRE CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito
Súmula 436-STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte passivo só pode ser alterado em virtude de:
reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, I - impugnação do sujeito passivo;
dispensada qualquer outra providência por parte do fisco II - recurso de ofício;
Súmula 555-STJ: Quando não houver declaração do débito, o III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos ca-
prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito sos previstos no artigo 149.
tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do
CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conse-
dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da quência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídi-
autoridade administrativa. cos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lan-
Súmula 622-STJ: A notificação do auto de infração faz cessar çamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo
a contagem da decadência para a constituição do crédito sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormen-
tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do te à sua introdução.
prazo para a impugnação ou com a notificação de seu
julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela SEÇÃO II
Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo Modalidades de Lançamento
prescricional para a cobrança judicial.
1º) De Ofício ou Direto: O sujeito passivo não participa da
atividade;
SEÇÃO I 2º) Por Declaração ou Misto: Equilíbrio entre a participação do
Lançamento sujeito passivo e a atividade do sujeito ativo;
Art. 142. Compete privativamente à autoridade adminis- 3º) Por Homologação ou “Autolançamento”: O sujeito passivo
trativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim realizar quase todos os atos que compõem a atividade.
entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, de- Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declara-
terminar a matéria tributável, calcular o montante do tributo ção do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a forma da legislação tributária, presta à autoridade administrati-
aplicação da penalidade cabível. va informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é efetivação.
VINCULADA E OBRIGATÓRIA, sob pena de responsabilidade § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio de-
funcional. clarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissí-
vel mediante comprovação do erro em que se funde, e antes
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o de notificado o lançamento.
valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lança- § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu
mento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a
dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. que competir a revisão daquela.

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou


tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, servi-

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ços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo CAPÍTULO III
regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omis- Suspensão do Crédito Tributário
sos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos
prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou SÚMULAS SOBRE SUSPENSÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO
pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de con-
testação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Súmula vinculante 28-STF: É inconstitucional a exigência de
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
autoridade administrativa nos seguintes casos: tributário.
I - quando a lei assim o determine; Súmula 112-STJ: O depósito somente suspende a
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de exigibilidade do crédito tributário se for integral e em
direito, no prazo e na forma da legislação tributária; dinheiro
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha
prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de SEÇÃO I
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedi- Disposições Gerais
do de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, Art. 151. SUSPENDEM A EXIGIBILIDADE do crédito tributá-
recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo rio:
daquela autoridade; I - moratória;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão II - o depósito do seu montante INTEGRAL;
quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis regu-
como sendo de declaração obrigatória; ladoras do processo tributário administrativo;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por par- IV - a concessão de medida liminar em MS.
te da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipa-
que se refere o artigo seguinte; da, em outras espécies de ação judicial;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito pas- VI – o parcelamento.
sivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à apli- Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO DISPENSA O
cação de penalidade pecuniária; CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ASSESSÓRIOS dependentes
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou ter- da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conse-
ceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simula- quentes.
ção;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou SUSPENDEM o crédito tributário (art. 151, CTN): "DEMORE
não provado por ocasião do lançamento anterior; LIMPAR"
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, 1) DE: depósito do montante integral;
ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efe- 2) MO: moratória;
tuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formali- 3) RE: reclamações ou recursos;
dade especial. 4) LIM: liminar em MS ou ação judicial;
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser ini- 5) PAR: parcelamento.
ciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
SEÇÃO II
Art. 150. O LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO, que
Moratória
ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame
I - em caráter geral:
da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a refe-
a) pela pessoa jurídica de direito público competente
rida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exer-
para instituir o tributo a que se refira;
cida pelo obrigado, expressamente a homologa.
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Es-
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos
tados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simulta-
deste artigo extingue o crédito, sob CONDIÇÃO RESOLUTÓRIA
neamente concedida quanto aos tributos de competência fe-
da ulterior homologação ao lançamento.
deral e às obrigações de direito privado;
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer
II - em caráter individual, por despacho da autoridade ad-
atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passi-
ministrativa, desde que autorizada por lei nas condições do in-
vo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do
ciso anterior.
crédito.
Parágrafo único. A LEI concessiva de moratória pode cir-
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, po-
cunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada
rém, considerados na apuração do saldo porventura devido e,
região do território da pessoa jurídica de direito público que
sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de 5
passivos.
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse
prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, con-
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou
sidera-se homologado o lançamento e definitivamente extin-
autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem
to o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, frau-
prejuízo de outros requisitos:
de ou simulação (Lançamento por homologação tácita)
I - o prazo de duração do favor;

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II - as condições da concessão do favor em caráter individu- VII - o pagamento antecipado e a homologação do lança-
al; mento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
III - sendo caso: VIII - a consignação em pagamento, nos termos do dispos-
a) os tributos a que se aplica; to no § 2º do artigo 164;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida
prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser obje-
e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de con- to de ação anulatória;
cessão em caráter individual; X - a decisão judicial passada em julgado.
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficia- XI – a dação em pagamento em bens IMÓVEIS, na forma e
do no caso de concessão em caráter individual. condições estabelecidas em lei.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregula-
somente abrange os créditos definitivamente constituídos à ridade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144
data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamen- e 149.
to já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente
notificado ao sujeito passivo. SUSPENSÃO EXTINÇÃO
Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de
dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro Moratória; Pagamento;
em benefício daquele. Depósito do seu montante IN- Compensação;
TEGRAL; Transação;
Art. 155. A CONCESSÃO DA MORATÓRIA em caráter indi- Reclamações e os recursos; Remissão;
vidual NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO e será REVOGADO DE Liminar em MS; Prescrição
OFÍCIO, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia Liminar ou de tutela antecipa- Decadência;
ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou dei- da, em outras espécies de Conversão de depósito em
xou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, co- ação judicial; renda;
brando-se o crédito acrescido de juros de mora: Parcelamento. Pagamento antecipado e a
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de homologação do lançamen-
dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício to nos termos do disposto no
daquele; artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. Consignação em pagamento,
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo nos termos do disposto no §
decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se 2º do artigo 164;
computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédi- Decisão administrativa irre-
to; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer formável;
antes de prescrito o referido direito. Decisão judicial passada em
julgado.
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e Dação em pagamento em
condição estabelecidas em lei específica. bens IMÓVEIS.
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento
do crédito tributário NÃO EXCLUI a incidência de juros e mul-
tas.
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as LEI 11340/06 – LEI MARIA DA PENHA
disposições desta Lei, relativas à moratória.
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamen- TÍTULO I
to dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3 o des- Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violên-
te artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do cia doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do
ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não po- art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Elimina-
dendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao conce- ção de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Conven-
dido pela lei federal específica. ção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados
CAPÍTULO IV pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos
Extinção do Crédito Tributário Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e es-
SEÇÃO I tabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em si-
Modalidades de Extinção tuação de violência doméstica e familiar.
Art. 156. EXTINGUEM o crédito tributário:
I - o pagamento; Em caso de violência contra mulher, para que se aplique a
II - a compensação; Lei Maria da Penha, deverá ser demonstrada a situação de
III - a transação; vulnerabilidade ou hipossuficiência da vítima, sob a pers-
IV - remissão; pectiva de gênero (STJ).
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;

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Art. 2o TODA MULHER, independentemente de classe, raça, et- crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilha-
nia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e ção, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicu-
humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades larização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer
para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à auto-
aperfeiçoamento moral, intelectual e social. determinação (LEI 13772/18)
III - a VIOLÊNCIA SEXUAL, entendida como qualquer conduta
Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exer- que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação
cício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimenta- sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou
ção, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao es- uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qual-
porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, quer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
ao respeito e à convivência familiar e comunitária. método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, subor-
direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésti- no ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus di -
cas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de ne- reitos sexuais e reprodutivos;
gligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opres- IV - a VIOLÊNCIA PATRIMONIAL, entendida como qualquer con-
são. duta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou to-
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as tal de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pesso-
condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enun- ais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
ciados no caput. destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a VIOLÊNCIA MORAL, entendida como qualquer conduta que
Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins configure calúnia, difamação ou injúria.
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pe-
culiares das mulheres em situação de violência doméstica e TÍTULO III
familiar. DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DO-
MÉSTICA E FAMILIAR
TÍTULO II CAPÍTULO I
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
CAPÍTULO I Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica
DISPOSIÇÕES GERAIS e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti-
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão BASEADA Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
NO GÊNERO que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, se- I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério
xual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança
I - NO ÂMBITO DA UNIDADE DOMÉSTICA, compreendida como pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habita-
o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem ção;
vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras
II - NO ÂMBITO DA FAMÍLIA, compreendida como a comunida- informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça
de formada por indivíduos que são ou se consideram aparen- ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência
tados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vonta- da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistema-
de expressa; tização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
III - EM QUALQUER RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO, na qual o periódica dos resultados das medidas adotadas;
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, inde- III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores
pendentemente de coabitação. éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os pa-
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo in- péis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência do-
dependem de orientação sexual. méstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do
art. 1o, no inciso IV do art. 3 o e no inciso IV do art. 221 da Consti-
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher CONSTI- tuição Federal;
TUI UMA DAS FORMAS DE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMA- IV - a implementação de atendimento policial especializado
NOS. para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendi-
mento à Mulher;
CAPÍTULO II V - a promoção e a realização de campanhas educativas de
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher,
MULHER voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos
mulher, entre outras (rol exemplificativo): das mulheres;
I - a VIOLÊNCIA FÍSICA, entendida como qualquer conduta que VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou ou-
ofenda sua integridade ou saúde corporal; tros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover-
II - a VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA, entendida como qualquer con- namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo
duta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima por objetivo a implementação de programas de erradicação da
ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou violência doméstica e familiar contra a mulher;
que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,

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VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da munhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pessoas a eles relacionadas;
pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto III - NÃO REVITIMIZAÇÃO da depoente, evitando sucessivas in-
às questões de gênero e de raça ou etnia; quirições sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e admi-
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem nistrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada.
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa huma- § 2o Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica
na com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; e familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, ado -
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de tar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:
ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado
equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da vio- para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e ade-
lência doméstica e familiar contra a mulher. quados à idade da mulher em situação de violência doméstica e
familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofri-
CAPÍTULO II da;
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DO- II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por pro -
MÉSTICA E FAMILIAR fissional especializado em violência doméstica e familiar desig-
Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência do- nado pela autoridade judiciária ou policial;
méstica e familiar será prestada de forma articulada e confor- III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou mag-
me os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assis- nético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito.
tência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de
Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência do-
proteção, e emergencialmente quando for o caso. méstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras
§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher providências:
em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de I - garantir proteção policial, quando necessário, comunican-
programas assistenciais do governo federal, estadual e munici- do de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
pal. II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência do- IML;
méstica e familiar, para preservar sua integridade física e psico- III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes
lógica: para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inte- IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a reti-
grante da administração direta ou indireta; rada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o familiar;
afastamento do local de trabalho, por até 6 meses. V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e os serviços disponíveis.
familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do Art. 12. EM TODOS OS CASOS de violência doméstica e familiar
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a auto-
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexual- ridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimen-
mente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência tos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Pe-
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e nal:
cabíveis nos casos de violência sexual. I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a
representação a termo, se apresentada;
CAPÍTULO III II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL do fato e de suas circunstâncias;
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência do- III - remeter, no prazo de 48 horas, expediente apartado ao
méstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que to- juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas
mar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as provi- protetivas de urgência;
dências legais cabíveis. IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao ofendida e requisitar outros exames periciais necessários;
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida. V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos au-
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência do- tos sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência
méstica e familiar o atendimento policial e pericial especializa- de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais
do, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente contra ele;
do sexo feminino - previamente capacitados. VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao
§ 1o A inquirição de mulher em situação de violência doméstica juiz e ao Ministério Público.
e familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se § 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade
tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: policial e deverá conter:
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da I - qualificação da ofendida e do agressor;
depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em si- II - nome e idade dos dependentes;
tuação de violência doméstica e familiar; III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas
II - garantia de que, EM NENHUMA HIPÓTESE, a mulher em pela ofendida.
situação de violência doméstica e familiar, familiares e teste-

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§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referido
no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos CAPÍTULO II
disponíveis em posse da ofendida. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
§ 3o Serão ADMITIDOS COMO MEIOS DE PROVA os laudos ou Seção I
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. Disposições Gerais
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, cabe-
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas rá ao juiz, no prazo de 48 horas:
políticas e planos de atendimento à mulher em situação de vio- I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medi-
lência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia das protetivas de urgência;
Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as-
Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de sistência judiciária, quando for o caso;
equipes especializadas para o atendimento e a investigação das III - comunicar ao Ministério Público para que adote as provi-
violências graves contra a mulher. dências cabíveis.

Art. 12-B. Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce-
§ 3o A autoridade policial poderá requisitar os serviços públi- didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pe-
cos necessários à defesa da mulher em situação de violência do- dido da ofendida.
méstica e familiar e de seus dependentes. § 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas
de imediato, independentemente de audiência das partes e
TÍTULO IV de manifestação do Ministério Público, devendo este ser pron-
DOS PROCEDIMENTOS tamente comunicado.
CAPÍTULO I § 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada
DISPOSIÇÕES GERAIS ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cí- tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reco-
veis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e nhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de § 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pe-
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa dido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência
à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção
estabelecido nesta Lei. da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Mi-
nistério Público.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com COMPETÊNCIA CÍVEL Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução
E CRIMINAL, poderão ser criados pela União, no Distrito Fe- criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada
deral e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o jul- pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou me-
gamento e a execução das causas decorrentes da prática de vio- diante representação da autoridade policial.
lência doméstica e familiar contra a mulher. Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
horário noturno, conforme dispuserem as normas de organiza- bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justi-
ção judiciária. fiquem.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces-
sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
I - do seu domicílio ou de sua residência; relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingres-
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; so e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado
III - do domicílio do agressor. constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representa- notificação ao agressor.
ção da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renún-
cia à representação perante o juiz, em audiência especialmente Seção II
designada com tal finalidade, ANTES DO RECEBIMENTO da de- Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
núncia e ouvido o Ministério Público. Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de
CPP LEI MARIA DA PENHA imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as se-
guintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
A representação será irretra- Só será admitida a renúncia à I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com
tável, DEPOIS DE OFERECIDA representação perante o juiz
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei n o 10.826,
a denúncia. ANTES DO RECEBIMENTO da
de 22 de dezembro de 2003;
denúncia
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a
ofendida;
Art. 17. É VEDADA a aplicação, nos casos de violência doméstica III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu-
de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o
que implique o pagamento isolado de multa. agressor;

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b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
qualquer meio de comunicação; § 1o A configuração do crime independe da competência civil
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a ou criminal do juiz que deferiu as medidas.
integridade física e psicológica da ofendida; § 2o Na hipótese de prisão em flagrante, APENAS a AUTORI-
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno- DADE JUDICIAL poderá conceder fiança.
res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço § 3o O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras
similar; sanções cabíveis.
V - PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS provisionais ou provisórios.
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação Delegado de Polícia pode conceder fiança?
de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a seguran- Sim, desde que para crimes cuja pena máxima prevista seja de
ça da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi- até 4 anos.
dência ser comunicada ao Ministério Público. Exceção: o crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha tem pena
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o máxima de 2 anos, mas não admite fiança concedida pela auto-
agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6 o ridade policial.
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará *Dizerodireito
ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas prote-
tivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte CAPÍTULO III
de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas
nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e
caso. familiar contra a mulher.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur-
gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras
da força policial. atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, mulher, quando necessário:
o disposto no caput e nos §§ 5 o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de
de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). educação, de assistência social e de segurança, entre outros;
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de
Seção III atendimento à mulher em situação de violência doméstica e fa-
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida miliar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judici-
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de ou- ais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;
tras medidas: III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofici- mulher.
al ou comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependen- CAPÍTULO IV
tes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mu-
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; lher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar
IV - determinar a separação de corpos. acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19
desta Lei.
Art. 24. Para a PROTEÇÃO PATRIMONIAL dos bens da socieda-
de conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência
juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Públi-
entre outras: ca ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor sede policial e judicial, mediante atendimento específico e huma-
à ofendida; nizado.
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo TÍTULO V
expressa autorização judicial; DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
agressor; Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equi-
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judici- pe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profis-
al, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de vi- sionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
olência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre
para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local,
fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à
Seção IV Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em au-
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência diência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento,
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas pro- e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescen-
tetivas de urgência previstas nesta Lei: tes.

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Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais e do Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais
aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissi- para a base de dados do Ministério da Justiça.
onal especializado, mediante a indicação da equipe de atendi-
mento multidisciplinar. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orça- de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orça-
mentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção da mentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a imple-
equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Di- mentação das medidas estabelecidas nesta Lei.
retrizes Orçamentárias.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras
TÍTULO VI decorrentes dos princípios por ela adotados.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fa-
Doméstica e Familiar contra a Mulher, as VARAS CRIMINAIS acu- miliar contra a mulher, independentemente da pena prevista,
mularão as competências cível e criminal para conhecer e jul- NÃO SE APLICA A LEI no 9.099/95.
gar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e fa-
miliar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta SÚMULAS SOBRE MARIA DA PENHA
Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas va- Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a tran-
ras criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas sação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao
no caput. rito da Lei Maria da Penha (OBS: aplicável a suspensão condi-
cional da pena)
TÍTULO VII Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corpo-
DISPOSIÇÕES FINAIS ral resultante de violência doméstica contra a mulher é pública
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fami- incondicionada.
liar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal
das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária. contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios liberdade por restritiva de direitos
poderão criar e promover, no limite das respectivas competências: Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu- nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher
lheres e respectivos dependentes em situação de violência do- no âmbito das relações domésticas
méstica e familiar; Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes me- familiar prevista no artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da
nores em situação de violência doméstica e familiar; Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saú-
de e centros de perícia médico-legal especializados no atendi- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
mento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência EDIÇÃO N. 41: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
doméstica e familiar; MULHER
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores. 1) A Lei n. 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, objeti-
va proteger a mulher da violência doméstica e familiar que lhe
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e
promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às dano moral ou patrimonial, desde que o crime seja cometido no
diretrizes e aos princípios desta Lei. âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer rela-
ção íntima de afeto.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais pre- 2) A Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o ca-
vistos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo ráter de entidade familiar, ao prever, no seu artigo 5º, parág-
Ministério Público e por associação de atuação na área, regu- rafo único, que as relações pessoais mencionadas naquele dis-
larmente constituída há pelo menos 1 ano, nos termos da legis- positivo independem de orientação sexual.
lação civil. 3) O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser Maria da Penha é a mulher, já o sujeito ativo pode ser tanto
dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entida- o homem quanto a mulher, desde que fique caracterizado o
de com representatividade adequada para o ajuizamento da vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade, além
demanda coletiva. da convivência, com ou sem coabitação.
4) A violência doméstica abrange qualquer relação íntima de
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar con- afeto, dispensada a coabitação.
tra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos ofici- 5) Para a aplicação da Lei n. 11.340/2006, há necessidade de
ais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema demonstração da situação de vulnerabilidade ou hipossufi-
nacional de dados e informações relativo às mulheres. ciência da mulher, numa perspectiva de gênero.
6) A vulnerabilidade, hipossuficiência ou fragilidade da mu-

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DIA 26 § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pa-
gamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo
nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou na-
quelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa.
CTN: art. 157-216 § 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecâni-
LEI 9503/97 – Crimes de Trânsito co equipara-se ao pagamento em estampilha.
LEI 9296/96– Interceptação Telefônica
LEI 7960/89 – Prisão Temporária Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos
LEI 9605/98 - CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa
LEI 10826/03 – Estatuto do Desarmamento
jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes
tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros
CTN de mora, a autoridade administrativa competente para rece-
ber o pagamento determinará a respectiva imputação, obede-
SEÇÃO II cidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:
Pagamento I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria,
Art. 157. A imposição de penalidade NÃO ILIDE o paga- e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tri-
mento integral do crédito tributário. butária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois
Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em às taxas e por fim aos impostos;
presunção de pagamento: III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
I - quando parcial, das prestações em que se decompo- IV - na ordem decrescente dos montantes.
nha;
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo 1° Débitos por obrigação própria
ou a outros tributos. 2° Débitos decorrentes de responsabilidade
tributária
Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a res- IMPUTAÇÃO EM
1° Contribuição de melhoria
peito, o pagamento é efetuado na repartição competente do PAGAMENTO
2° Taxas
domicílio do sujeito passivo.
3° Impostos

Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo Ordem CRESCENTE prazo de prescrição
do pagamento, o vencimento do crédito ocorre 30 dias depois
Ordem DECRESCENTE montantes
da data em que se considera o sujeito passivo notificado do
lançamento.
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder des- Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser con-
conto pela antecipação do pagamento, nas condições que esta- signada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
beleça. I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao
pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumpri-
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento mento de obrigação acessória;
é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determi- II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de
nante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades ca- exigências administrativas sem fundamento legal;
bíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previs- III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de di-
tas nesta Lei ou em lei tributária. reito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gera-
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de dor.
mora são calculados à taxa de 1% ao mês. § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consignante se propõe pagar.
consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se re-
pagamento do crédito. puta efetuado e a importância consignada é convertida em renda;
julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, co-
Art. 162. O pagamento é efetuado: bra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; penalidades cabíveis.
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel se-
lado, ou por processo mecânico. SEÇÃO III
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exi- Pagamento Indevido
gidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemen-
não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em te de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo,
moeda corrente. seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extin- disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
to com o resgate deste pelo sacado. I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevi-
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto do ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicá-
com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no arti- vel, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
go 150. efetivamente ocorrido;

1
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça,
da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar
elaboração ou conferência de qualquer documento relativo TRANSAÇÃO que, mediante concessões mútuas, importe em
ao pagamento; determinação de litígio e consequente extinção de crédito tri-
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão butário.
condenatória. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para
autorizar a transação em cada caso.
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua
natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a
será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parci-
no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressa- al do crédito tributário, atendendo:
mente autorizado a recebê-la. I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo,
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à quanto a matéria de fato;
restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das pe- III - à diminuta importância do crédito tributário;
nalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter IV - a considerações de equidade, em relação com as carac-
formal não prejudicadas pela causa da restituição. terísticas pessoais ou materiais do caso;
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizá- V - a condições peculiares a determinada região do território
veis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a da entidade tributante.
determinar. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo NÃO
GERA DIREITO ADQUIRIDO, aplicando-se, quando cabível, o dis-
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se posto no artigo 155.
com o decurso do prazo de 5 anos, contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito
extinção do crédito tributário; tributário extingue-se após 5 anos, contados:
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a lançamento poderia ter sido efetuado;
decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou res- II - da data em que se tornar definitiva a decisão que
cindido a decisão condenatória. houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormen-
te efetuado.
Súmula 625-STJ: O pedido administrativo de compensação ou Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extin-
de restituição NÃO INTERROMPE o prazo prescricional para a gue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto (5
ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 anos), contado da data em que tenha sido iniciada a constitui-
do CTN nem o da execução de título judicial contra a Fazenda ção do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo,
Pública. de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamen-
to.
Art. 169. Prescreve em 2 anos a ação anulatória da decisão
administrativa que denegar a restituição. Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário pres-
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo creve em 5 anos, contados da data da sua constituição defini-
início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, tiva.
a partir da data da intimação validamente feita ao represen- Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
tante judicial da Fazenda Pública interessada. I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execu-
ção fiscal;
SEÇÃO IV II - pelo protesto judicial;
Demais Modalidades de Extinção III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o de-
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que es- vedor;
tipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade ad- IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial,
ministrativa, autorizar a compensação de créditos tributários que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do su-
jeito passivo contra a Fazenda pública. CAPÍTULO V
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passi- Exclusão de Crédito Tributário
vo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do SEÇÃO I
seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que Disposições Gerais
a correspondente ao juro de 1% ao mês pelo tempo a decorrer Art. 175. EXCLUEM o crédito tributário:
entre a data da compensação e a do vencimento. I - a isenção – só por LEI (art. 97, VI);
II - a anistia.
Art. 170-A. É VEDADA a compensação mediante o apro- Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário NÃO DIS-
veitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo su- PENSA O CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS de-
jeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva deci- pendentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou
são judicial. dela consequente.

A isenção configura dispensa legal do pagamento do tributo,

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com base no exercício da competência tributária, e não no plano prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos
de sua definição, isto é, com base em norma constitucional. requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de
tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da
Moratória; expiração de cada período, cessando automaticamente os seus
Depósito do seu montante INTEGRAL; efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interes-
Reclamações e os recursos; sado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da
SUSPENSÃO Liminar em MS; isenção.
Liminar ou de tutela antecipada, em outras § 2º O despacho referido neste artigo NÃO GERA DIREITO
espécies de ação judicial; ADQUIRIDO, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo
Parcelamento. 155.
Pagamento;
Compensação;
Transação; Não enquadramento normativo a uma con-
Remissão; NÃO duta.
Prescrição INCIDÊNCIA O fato não pode ser contemplado legalmente
Decadência; como gerador de determinado tributo.
EXTINÇÃO Conversão de depósito em renda;
É norma de não competência instituída
Pagamento antecipado e a homologação
IMUNIDADE constitucionalmente, de onde resulta a im-
do lançamento nos termos do disposto no
possibilidade de sua revogação, até mesmo
artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
por emenda constitucional
Consignação em pagamento, nos termos do
disposto no § 2º do artigo 164; Criada pela legislação infraconstitucional
Decisão administrativa irreformável; que atua diretamente no exercício da com-
Decisão judicial passada em julgado. petência tributária.
Dação em pagamento em bens IMÓVEIS. ISENÇÃO Para o STF é dispensa legal de pagamento,
ocorrendo, pois, a formação de obrigação tri-
EXCLUSÃO Isenção
butária. Constitui exceção instituída por lei à
Anistia
regra jurídica da tributação
ALÍQUOTA Concessão ao contribuinte de situação de não
ISENÇÕES TÉCNICAS ISENÇÕES POLÍTICAS
ZERO pagamento – semelhante à isenção – porém,
Reconhecidas ante a ausência Há a capacidade contributiva, sem obediência ao princípio da legalidade
da capacidade contributiva entretanto, por razões de po- *Tabela montada a partir de informações retiradas dos sites seguintes: http://www.conteudo-
juridico.com.br/artigo,diferencas-entre-imunidade-isencao-e-nao-incidencia-
da pessoa lítica fiscal, há a dispensa do
tributaria,56460.html e https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2202376/o-que-se-entende-por-
pagamento. aliquota-zero-joice-de-souza-bezerra

SEÇÃO II SÚMULAS SOBRE ISENÇÃO


Isenção
Súmula 544-STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição
Art. 176. A ISENÇÃO, ainda quando prevista em contrato,
onerosa, não podem ser livremente suprimidas
É SEMPRE DECORRENTE DE LEI que especifique as condições e
Súmula 581-STF: A exigência de transporte em navio de ban-
requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se
deira brasileira, para efeito de isenção tributária, legitimou-se
aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
com o advento do Decreto-Lei 666, de 02.07.69.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada
região do território da entidade tributante, em função de condi-
ções a ela peculiares. SEÇÃO III
Anistia
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações
NÃO É EXTENSIVA: cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não
I - às taxas e às contribuições de melhoria; se aplicando:
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua conces- I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contra-
são. venções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam pratica-
dos com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e terceiro em benefício daquele;
em função de determinadas condições, pode ser revogada ou II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes
modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
inciso III do art. 104.
Art. 181. A anistia pode ser concedida:
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter ge- I - em caráter geral;
ral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade II - limitadamente:
administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;

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b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até de- § 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação
terminado montante, conjugadas ou não com penalidades de ou- de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juí-
tra natureza; zo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilida-
c) a determinada região do território da entidade tributante, de houverem promovido.
em função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado SEÇÃO II
pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma Preferências
lei à autoridade administrativa. Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro,
seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição,
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter ge- ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho
ral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade ou do acidente de trabalho.
administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça Parágrafo único. Na falência:
prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcur-
requisitos previstos em lei para sua concessão. sais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo NÃO falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor
GERA DIREITO ADQUIRIDO, aplicando-se, quando cabível, o dis- do bem gravado;
posto no artigo 155. II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a prefe-
rência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e
CAPÍTULO VI III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordina-
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário dos.
SEÇÃO I
Disposições Gerais Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujei-
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capí- ta a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação
tulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressa- judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
mente previstas em lei, em função da natureza ou das caracte- Parágrafo único. O concurso de preferência somente se veri-
rísticas do tributo a que se refiram. fica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao I - União;
crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obri- II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e
gação tributária a que corresponda. pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre de-
terminados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pa- Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários de-
gamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das correntes de fatos geradores ocorridos no curso do processo
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, de falência.
seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus § 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes
real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, exce- extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder
tuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolu- efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à
tamente impenhoráveis. natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda
Pública interessada.
Art. 185. PRESUME-SE FRAUDULENTA a alienação ou one- § 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de con-
ração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo cordata.
em débito para com a Fazenda Pública, por CRÉDITO tributá-
rio regularmente INSCRITO COMO DÍVIDA ATIVA. Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer crédi-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hi- tos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encar-
pótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas gos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a
suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do
processo de inventário ou arrolamento.
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devida- Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-
mente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no se-á na forma do disposto no § 1º do artigo anterior.
prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz
determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, co- Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os
municando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas ju-
órgãos e entidades que promovem registros de transferência de rídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exi-
bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autorida- gíveis no decurso da liquidação.
des supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais,
a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a or- Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer pro-
dem judicial. va de quitação de todos os tributos.
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo
limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende
imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores da apresentação da prova de quitação de todos os tributos,
que excederem esse limite. observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei.

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Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os
adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tri- quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segre-
butos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. do em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou pro-
fissão.
Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, ne-
nhum departamento da administração pública da União, dos Es- Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é
tados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, VEDADA a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de
celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública seus servidores, de informação obtida em razão do ofício so-
sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de bre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou
todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios
à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. ou atividades.
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos
TÍTULO IV previstos no art. 199, os seguintes:
Administração Tributária I – requisição de autoridade judiciária no interesse da jus-
CAPÍTULO I tiça;
Fiscalização II – solicitações de autoridade administrativa no interesse
Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta da Administração Pública, desde que seja comprovada a ins-
Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da tauração regular de processo administrativo, no órgão ou na
natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passi-
das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua vo a que se refere a informação, por prática de infração adminis-
aplicação. trativa.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo § 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Ad-
aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou ministração Pública, será realizado mediante processo regular-
não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de mente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autorida-
isenção de caráter pessoal. de solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e as-
segure a preservação do sigilo.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm § 3o NÃO É VEDADA A DIVULGAÇÃO de informações relati-
aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limita- vas a:
tivas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, do- I – representações fiscais para fins penais;
cumentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerci- II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
antes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de III – parcelamento ou moratória.
exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração co- Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do
mercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetua- Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente as-
dos serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos sistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta
tributários decorrentes das operações a que se refiram. de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou espe-
cífico, por lei ou convênio.
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presi- Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma esta-
dir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos neces- belecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar in-
sários para que se documente o início do procedimento, na forma formações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação
da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão e da fiscalização de tributos.
daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão re-
lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e
quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no
à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê
este artigo. medida prevista na legislação tributária, ainda que não se confi-
gure fato definido em lei como crime ou contravenção.
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar
à autoridade administrativa todas as informações de que dispo- CAPÍTULO II
nham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: Dívida Ativa
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição ad-
instituições financeiras; ministrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado,
III - as empresas de administração de bens; para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; processo regular.
V - os inventariantes; Parágrafo único. A fluência de juros de mora NÃO EXCLUI,
VI - os síndicos, comissários e liquidatários; para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei desig-
ne, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado
profissão. pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

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I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, Art. 209. A expressão "Fazenda Pública", quando empre-
bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de gada nesta Lei sem qualificação, abrange a Fazenda Pública
um e de outros; da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora
acrescidos; Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especifica- serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia de início
mente a disposição da lei em que seja fundado; e incluindo-se o de vencimento (-C+F).
IV - a data em que foi inscrita; Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que dia de expediente normal na repartição em que corra o proces-
se originar o crédito. so ou deva ser praticado o ato.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos des-
te artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição. Art. 211. Incumbe ao Conselho Técnico de Economia e Finan-
ças, do Ministério da Fazenda, prestar assistência técnica aos go-
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos vernos estaduais e municipais, com o objetivo de assegurar a uni-
no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulida- forme aplicação da presente Lei.
de da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente,
mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e munici-
instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao pais expedirão, por decreto, dentro de 90 dias da entrada em vi-
sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que gor desta Lei, a consolidação, em texto único, da legislação vigen-
somente poderá versar sobre a parte modificada. te, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta providência
até o dia 31 de janeiro de cada ano.
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da PRESUN-
ÇÃO DE CERTEZA e LIQUIDEZ e tem o efeito de prova pré- Art. 213. Os Estados pertencentes a uma mesma região geo-
constituída. econômica celebrarão entre si convênios para o estabelecimento
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é de alíquota uniforme para o imposto a que se refere o artigo 52.
relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujei- Parágrafo único. Os Municípios de um mesmo Estado proce-
to passivo ou do terceiro a que aproveite. derão igualmente, no que se refere à fixação da alíquota de que
trata o artigo 60.
CAPÍTULO III
Certidões Negativas Art. 214. O Poder Executivo promoverá a realização de con-
Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de vênios com os Estados, para excluir ou limitar a incidência do im-
determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão posto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, no
negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, caso de exportação para o exterior.
que contenha todas as informações necessárias à identificação de
sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e in- Art. 215. A lei estadual pode autorizar o Poder Executivo a
dique o período a que se refere o pedido. reajustar, no exercício de 1967, a alíquota de imposto a que se re-
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida fere o artigo 52, dentro de limites e segundo critérios por ela es-
nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro tabelecidos.
de 10 dias da data da entrada do requerimento na repartição.
Art. 216. O Poder Executivo proporá as medidas legislativas
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior adequadas a possibilitar, sem compressão dos investimentos pre-
a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, vistos na proposta orçamentária de 1967, o cumprimento do dis-
em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a posto no artigo 21 da Emenda Constitucional nº 18, de 1965.
penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, DEMAIS SÚMULAS SOBRE DIREITO TRIBUÁRIO
será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu su-
primento, quando se tratar de prática de ato indispensável STF
para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos Súmula vinculante 8-STF: São inconstitucionais o parágrafo
os participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de único do artigo 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45
mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadên-
responsabilidade seja pessoal ao infrator. cia de crédito tributário
Súmula 70-STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento
Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, como meio coercitivo para cobrança de tributo.
que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pes- Súmula 239-STF: Decisão que declara indevida a cobrança do
soalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em
juros de mora acrescidos. relação aos posteriores
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a respon- Súmula 262-STF: Não cabe medida possessória liminar para li-
sabilidade criminal e funcional que no caso couber. beração alfandegária de automóvel.
Súmula 323-STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias
Disposições Finais e Transitórias como meio coercitivo para pagamento de tributos.
Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou pre-

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videnciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário
pontos objeto da investigação. certificado por sentença declaratória transitada em julgado.
Súmula 546-STF: Cabe a restituição do tributo pago indevida- Súmula 464-STJ: A regra de imputação de pagamentos estabe-
mente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de lecida no art. 354 do Código Civil não se aplica às hipóteses de
jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" res- compensação tributária.
pectivo. Súmula 467-STJ: Prescreve em 5 anos, contados do término
Súmula 547-STF: Não é lícito à autoridade proibir que o contri- do processo administrativo, a pretensão da Administração
buinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias Pública de promover a execução da multa por infração am-
nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais. biental.
Súmula 563-STF: O concurso de preferência a que se refere o Súmula 523-STJ: A taxa de juros de mora incidente na repetição
parágrafo único, do art. 187, do Código Tributário Nacional, é de indébito de tributos estaduais deve corresponder à utilizada
compatível com o disposto no art. 9º, inciso I, da Constituição para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a in-
Federal. cidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista
Súmula 575-STF: A mercadoria importada de país signatário do na legislação local, vedada sua cumulação com quaisquer ou-
GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto tros índices.
sobre circulação de mercadorias concedida a similar nacional. Súmula 569-STJ: Na importação, é indevida a exigência de nova
certidão negativa de débito no desembaraço aduaneiro, se já
STJ
apresentada a comprovação da quitação de tributos federais
Súmula 20-STJ: A mercadoria importada de país signatário do quando da concessão do benefício relativo ao regime de draw-
GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o back.
similar nacional.
Súmula 106-STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu
LEI 9503/97 – CRIMES DE TRÂNSITO
exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao meca-
nismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de
prescrição ou decadência. Seção I
Súmula 127-STJ: É ilegal condicionar a renovação da licença de Disposições Gerais
veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator não foi no- Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automoto-
tificado. res, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do
Súmula 162-STJ: Na repetição de indébito tributário, a correção Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo
monetária incide a partir do pagamento indevido. não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26
Súmula 188-STJ: Os juros moratórios, na repetição do indébito de setembro de 1995, no que couber.
tributário, são devidos a partir do transito em julgado da sen- § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de LESÃO CORPORAL CUL-
tença. POSA o disposto nos arts. 74 (composição civil), 76 (transação)
Súmula 212-STJ: A compensação de créditos tributários não e 88 (ação pública condicionada de representação) da Lei no
pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cau- 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
telar ou antecipatória. I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psi-
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança CONSTITUI AÇÃO coativa que determine dependência;
ADEQUADA para a declaração do direito à compensação tribu- II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou com-
tária. petição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia
Súmula 355-STJ: É válida a notificação do ato de exclusão do em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autori-
programa de recuperação fiscal do Refis pelo Diário Oficial ou dade competente;
pela Internet. III - transitando em velocidade superior à máxima permitida
Súmula 360-STJ: O benefício da denúncia espontânea não se para a via em 50 km/h
aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação re- § 2o Nas hipóteses previstas no § 1 o deste artigo, deverá ser ins-
gularmente declarados, mas pagos a destempo taurado inquérito policial para a investigação da infração pe-
Súmula 425-STJ: A retenção da contribuição para a seguridade nal.
social pelo tomador do serviço não se aplica às empresas op- § 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no
tantes pelo Simples art. 59 do Código Penal, dando especial atenção à CULPABILIDA-
Súmula 437-STJ: A suspensão da exigibilidade do crédito tribu- DE do agente e às CIRCUNSTÂNCIAS e CONSEQUÊNCIAS do
tário superior a quinhentos mil reais para opção pelo Refis pres- crime.
supõe a homologação expressa do comitê gestor e a constitui-
ção de garantia por meio do arrolamento de bens Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão
Súmula 446-STJ: Declarado e não pago o débito tributário pelo ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser impos-
contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão nega- ta isolada ou cumulativamente com outras penalidades.
tiva ou positiva com efeito de negativa
Súmula 448-STJ: A opção pelo Simples de estabelecimentos Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se ob-
dedicados às atividades de creche, pré-escola e ensino funda- ter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor,
mental é admitida somente a partir de 24/10/2000, data de vi- tem a duração de 2 meses a 5 anos.
gência da Lei nº 10.034/2000. § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu
Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 horas,
convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
Súmula 461-STJ: O contribuinte pode optar por receber, por

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