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Resumo:
Este ensaio se propõe a analisar os diversos métodos aplicados ao design, través
da leitura de textos referentes ao debate sobre a pesquisa em design e sua relação ao
campo científico. Além desta análise sobre os métodos em design, buscou-se também
afinar o design com o debate sobre ciência e o método científico usando como exemplo as
discussões esses temas na década de 1960, entre Karl Popper e Theodor Adorno.
Palavras-chave: design, ciência, método científico,
Introdução
O método científico aplicado ao design e a formulação de uma metodologia que
agregue as diversas formas de teorizar sobre o design. Duas palavras estão ligadas ao
design quando se referencia sua aproximação com o saber científico: o produto ou o
processo. Este artigo debate sobre as visões do método científico aplicados ao
conhecimento do design e no constructo de um arcabouço teórico sobre o campo no qual o
design se insere dentro das ciências.
A metodologia aplicada para análise de tais visões parte da leitura de artigos
científicos que tentam aproximar o design do debate do método científico e de como este é
utilizado no design. Os principais artigos analisados propõe uma sistemática do método
científico dedutivo, indutivo e a abdução, bem como amplia o debate para outras
metodologias como o método “emergente” ou o método “explicativo”.
Essas tentativas de teorizar sobre o método científico recai em uma preocupação de
se definir a que campo do conhecimento o design, como conjunto de práticas e teorias, se
afina e se estrutura. Da mesma forma temos o binômio “produto ou processo” quando
teorizamos sobre o design, o mesmo acontece quando procura-se a definição do seu
campo de ação: arte ou engenharia. A falta de um corpus ligado a definição e conceituação
do design e suas áreas afins leva a essa busca e ao mesmo tempo falta de referência clara
sobre que campo de ação o design está.
Após a leitura dos textos, temos um levantamento sobre como está desenvolvendo o
debate sobre o aspecto científico do corpus acerca do design. Grosso modo, podemos
definir essa busca conceitual com seu único na definição de ciência, o que já é um debate
de longo processo e de infinitas discussões, mas sempre buscando uma orientação
metodológica para a área de ação. A partir da tentativa de definição de ciência temos a
proposição dos métodos científicos: o dedutivo e indutivo. Destes, praticamente derivou-se
os outros métodos, ou o uso combinado destes dois, como propõe um dos artigos
analisados. Ambos os métodos se fundamentam em utilização de pesquisas, informações e
data, para a elaboração dos juízos científicos que vão se diferenciar na forma de construção
das teorias e metodologias e o fechamento de tais juízos.
Entretanto, ambas fundamentam-se em alguns princípios que norteiam o saber
científico: formulação de juízos verdadeiros no conjunto das informações internas da própria
pesquisa, um conjunto de conceitos que possam ser aplicados em diversas situações de
pesquisa como ferramenta metodológica para o escopo científico.
Neste contexto do debate científico, o design se insere como aspirante à ciência ou
metodologia científica no processo de construção de artefatos industriais ou no próprio
artefato construído. Se a definição de ciência já traz várias controvérsias sobre método,
campo , área e fundamentos do saber científico, o debate em relação ao design nesta
perspectiva contribui para questionar e ampliar até onde vai este saber e se determinadas
atividades que geram conhecimento possam ser considerados ciência ou não
(independente da sua contribuição).
Além das análises de artigos sobre o método científico e design, este artigo tentará
atualizar o debate comparando-o com uma das grandes conferências sobre o que é ciência
e qual o papel desta na sociedade. Em 1961, houve o embate teórico entre Karl Popper e
Theodor Adorno, no qual tentava-se definir os campos entre as chamadas ciências exatas e
as ciências humanas, cujo cerne estava no método científico aplicado no conhecimento
acerca do mundo. Neste debate, conceitos como falseamento e falseabilidade científica
caros a Popper vão ser confrontados com o método dialético-histórico, que tirou o debate
sobre ciência do meio acadêmico e literalmente jogou-o às ruas e praças.
Este artigo tentou analisar qual a área de conhecimento o design está inserido, a
partir da análise de vários artigos sobre metodologia do design e sobre o debate sobre
ciência e seus métodos. Logicamente que depois das leituras e análises dos textos e dos
métodos aplicados ao design alguns questionamentos surgiram nesta alocação do design
dentro de um campo científico.
O primeiro problema a ser atacado sobre a particularidade da pesquisa em design é
como ser abordado, se como processo ou como produto. Este é um dos pontos que mais se
destacaram em todas as análises metodológicas lidas, pois implica em qual método abordar
para tal análise do objeto do design: se o indutivo ou se o dedutivo. Ao se tocar no método
apropriado para a análise, amplia-se o debate para a questão metodológica-científica, que
também se mostra crítica na definição do campo de ação do design, se a campo da
engenharia ou das artes.
Se considerado engenharia, o design se apropria de um cabedal de conceitos e
procedimentos inerentes a esta área de conhecimento, e portanto uma visão que se
aproxima das ciências exatas ou da natureza, com seus métodos. Este é um problema que
é mais complicado do que se apresenta, pois não se trata apenas de definir uma área, pois
esta implica em que campo científico o design se encontra. Abre-se outra porta para a
discussão sobre o que é ciência e se o design está inserido em tão campo do
conhecimento, ou seja, se pode ser considerado ciência ou em que área do conhecimento
se está.
A discussão científica extrapola o método do design e suas implicações, é mais
ampla e demanda uma discussão que atinge o próprio conhecimento. Como exemplo deste
debate, resgatou-se um debate na década de 1960, Popper versus Adorno, mostrando a
dificuldade de se definir ciência e conhecimento científico, e ainda mais os métodos
científicos que são aplicados nas áreas do saber e sua aplicação no dia a dia.
Voltando às metodologias do design, estas tentam construir um arcabouço teórico
para delimitar a área de ação da prática do designer. Citou-se acima o design como
engenharia, mas há também o outro lado do design como arte, ou trabalho artístico, que
ainda é um ponto de atrito quando se fala em relação à ciência e sua relação com os
objetos artísticos. Mas se o design, e isso nem é ponto pacífico entre os que pretendem
criar uma terminologia para a área, também está no campo das arte não há uma
metodologia científica bem definida para a elaboração e criação de objetos para uso no dia
a dia.
Como objeto artístico, o artefato produzido possui uma funcionalidade que pode ou
não está ligado a seu projeto inicial, tipo um recipiente ou a ergonomia de uma ferramenta,
ou meramente um objeto para fruição, com uma funcionalidade simbólica e referencial.
Neste ponto da discussão se design é arte ou engenharia, talvez caiba aí uma sugestão
aprofundamento na metodologia estética proposta por Adorno. Ou ainda, o que foi proposto
nos artigos analisados sobre metodologia da ciência e do design, um cruzamento de
métodos e procedimentos de acordo com a necessidade da solução de problemas que
porventura vão aparecendo na prática do design.
Referências Bibliográficas