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Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3

Cadernos PDE

I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
DINÂMICAS DE GRUPO COMO FATOR EDUCACIONAL E SOCIAL
NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

¹Carlos Alberto PEREIRA (Professor – PDE)


²Vânia de Fátima Matias de SOUZA (Orientadora – UEM)

Resumo
Esta produção tem como objetivo refletir acerca da dinâmica de grupo como sendo uma possibilidade
de contraposição à exacerbação da individualidade sobrepondo a coletividade na escola, nas aulas
de Educação Física e refletindo nas ações sociais no grupo ao qual pertencem. Como estratégia
metodológica, selecionou-se, dentre os conteúdos da Educação Física, os jogos e brincadeiras no
ambiente escolar, justificado, por serem estes, possibilidades de viabilizar as relações humanas e a
prática social. Tomou-se os Jogos Populares, Cooperativos e Dramáticos como condições de
minimizar essa situação, pois por meio destes pode-se trabalhar de forma diferenciada e reflexiva a
prática educativa, permitindo ao professor explorar nova abordagem metodológica, provocando no
aluno sentimentos e atitudes de integralidade social, percepção, reflexão e sensibilidade sobre as
relações interpessoais em favorecimento de objetivos em comum, benéficas ao grupo e avesso a
comportamentos que favoreçam a discriminação e a individualidade. O desenvolvimento deste
trabalho abrange especificamente alunos do ensino médio, por tratar-se de um grupo em plena
formação nos aspectos físico, intelectual, cultural e social. Para tanto, adotou-se os jogos e
brincadeiras interligados com a técnica da dinâmica de grupo, explorando as temáticas de integração,
socialização, relações humanas, percepção e sensibilidade como norteadora da práxis educativa.

Palavras-chave: Dinâmicas de Grupo. Educação. Educação Física Escolar. Jogos e


Brincadeiras.

Introdução
A realização deste artigo desenvolve-se a partir da necessidade de
apresentar algumas possibilidades de trabalhos orientados, para proporcionar maior
integração, socialização, discernimento e envolvimento dos educandos nos
processos sociais na escola, nas aulas de Educação Física e no meio social de sua
convivência.
No contexto educacional, nas raras atividades que viabilizam as relações
interpessoais, tem-se observado pouca contribuição para a formação de
comportamentos, atitudes e a internalização de concepções consideradas de maior
relevância para uma sociedade mais justa e igualitária.
¹Professor da rede estadual de ensino do Paraná. Especialista em Treinamento Desportivo
² Professora Doutora da Universidade Estadual de Maringá
Diante da diversidade que caracteriza o mundo contemporâneo, vemos que é
por meio da educação que podemos interpor subsídios metodológicos para
aquisição de novas competências, pois estão no indivíduo os desafios de
mudanças. Em virtude dessa realidade é que se utilizou do conteúdo Jogos e
Brincadeiras como mecanismos da prática social, integrado e instrumentalizado por
meio das técnicas de dinâmicas de grupo, visando especificamente a auxiliar os
educandos na maneira de ver, entender e intervir nas relações humanas com maior
objetividade.
Com isso, espera-se contribuir para com a pró-atividade dos membros do
grupo no intercurso comportamental nas aulas, na escola e na sociedade como um
todo, objetivando contextualizá-la na prática educacional, viabilizando a
conscientização e possíveis transformações sociais quando essa realidade não for
apenas diferente, mas também potencializar desigualdades sociais.
O objetivo em buscar o desenvolvimento sócio afetivo, cognitivo, o
pensamento racional e transformador na escola e na sociedade deve ser prioridade
de todas as áreas do ensino da educação básica, sendo fundamental para o
desenvolvimento integral dos alunos. E, por que não por meio da disciplina de
Educação Física?
Diante dessas exposições, as práticas corporais evidenciadas nas aulas de
educação física são suficientes diante das múltiplas possibilidades de intervenção
pedagógica para o processo da estrutura e funcionamento das relações sociais nas
aulas de Educação Física e/ou na escola? Faz-se necessário buscar alternativas
pedagógicas que atendam também a leitura das contradições sociais?
As respostas aos questionamentos foram processadas após a aplicação
desta Proposta Pedagógica, na fase de organização e análise dos dados coletados
e por meio de ficha de avaliação da atuação dos participantes deste processo.
Este trabalho é resultante de estudos realizados no Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), instituído pelo Governo do Estado do Paraná e
vinculado à Secretaria do Estado da Educação, em parceria com os Instituições de
Ensino Superior, a fim de atender aos professores do Quadro Próprio do Magistério
no desenvolvimento das atividades. A proposta de intervenção pedagógica realizou-
se no Colégio Estadual Pedro Viriato Parigot de Souza, da cidade de Marialva, com
alunos do 2º ano do Ensino Médio, em um total de 2 turmas, de aproximadamente
30 alunos cada, do período da manhã.
A Formação Continuada, têm por objetivo (PARANÁ, 2012), instituir uma
dinâmica permanente de reflexão, discussão e construção do conhecimento sobre a
realidade escolar. Nesse processo, o professor é um sujeito que aprende e ensina
na relação com o mundo e na relação com outros homens, portanto, num processo
de Formação Continuada construído socialmente.
Ao conceber este trabalho de intervenção pedagógica abordando o tema
“Dinâmicas de grupo como fator educacional e social nas aulas de educação física
escolar”, procurou-se analisar nuances educacionais e sociais presentes na vida dos
adolescentes.
Percebe-se no contexto tecnológico, sobretudo as redes sociais e jogos
eletrônicos além de deixarem hábitos saudáveis de vida, como a prática regular de
atividades físicas, consequentemente leva-os a um isolamento social cada vez
maior.
Diante deste contexto, percebe-se que a formação social e educacional,
acontece de várias formas e em tempos distintos, iniciando desde o nascimento
junto aos familiares, passando pela convivência circunvizinhos e, por fim, na escola,
onde estes aspectos se intensificam e se ampliam. Por sua vez, na estreita relação
entre a educação e sociedade, a escola tem a função de transmitir ao indivíduo o
patrimônio cultural para integrá-lo à sociedade e aos grupos em que vive.
Nesta perspectiva Zimerman (2000, p. 22), ao discorrer sobre as
transformações bio-psico-sócio-econômico-culturais, esclarece,
Acompanhando de forma íntima a evolução histórica da humanidade, as
sucessivas, aceleradas e universais transformações de natureza biológica,
científica, psicológica, social, econômica, cultural e espiritual acarretam um
sério problema de adaptabilidade aos novos padrões emergentes, sendo
que todos estes aspectos estão indissociada e reciprocamente
relacionados, até mesmo porque vivemos hoje num mundo globalmente
interligado, onde qualquer acontecimento importante repercute em todos os
quadrantes de nossa “aldeia global”. Destarte, não mais cabe o
individualismo e o isolacionismo dos indivíduos e nações, sendo que urge
criar novos paradigmas em todos os níveis, os quais estão unificados por
uma interdependência, o que requer fundamentalmente uma nova forma de
pensar e de visualizar todos os problemas coletivos, forma essa que vale
ser chamada de visão sistêmica do mundo e da vida.
Observa-se que no meio social, “um sujeito é fruto de seu tempo histórico,
das relações sociais em que está inserido, mas é, também, um ser singular, que
atua no mundo a partir do modo como o compreende e como dele lhe é possível
participar”. (PARANÁ, 2008, p. 14).
Diante das diversas possibilidades da educação em proporcionar acesso ao
meio social, Lewin (1973, p. 21), afirma,
A educação é em si um processo social que às vezes implica pequenos
grupos como mãe e filho, e, às vezes, grupos maiores, como a sala de aula
ou a comunidade de uma colônia de férias. A educação tende a desenvolver
certos tipos de comportamento, certos tipos de atitudes nas crianças ou em
outras pessoas com que se ocupa. O tipo de comportamento e a atitude que
a educação procura desenvolver, e os meios que emprega, não são
somente determinados por via de filosofia abstrata ou métodos
desenvolvidos cientificamente, mas constituem, essencialmente, resultados
das características sociológicas do grupo em que ocorre tal educação. Ao
refletir sobre a influência do grupo social no sistema educacional, pensa-se
geralmente em ideais, princípios e atitudes comuns a esse grupo. Na
verdade, ideais e princípios desempenham importante papel na educação.
Todavia, é preciso distinguir os ideais e princípios reconhecidos
“oficialmente” das regras que, na realidade, dominam os fatos no referido
grupo social. A educação depende do estado e do caráter reais do grupo
social em que ocorre.
Os processos educacionais, mesmo numa pequena unidade educacional
como a família, dependem muito do espírito do corpo social mais amplo em
que as pessoas vivem. Toda mudança na estrutura política, econômica ou
social deste grupo mais amplo, como a nação, tem uma profunda influência
não só na organização da educação, como em todo o seu espírito e técnica.
Deste modo, a Educação Física se destaca como uma das disciplinas que
podem proporcionar maior consonância social e educacional na escola. Não
obstante, é nas aulas de Educação Física que os alunos aprendem a vencer seus
limites como o medo, a vergonha e a timidez, bem como, a dinâmica social,
respeitando companheiros, adversários e também a internalizar as adversidades
sociais.
Verifica-se no âmbito escolar, um quadro depreciativo quanto as relações
humanas, onde as atividades têm estimulado a competitividade, sobretudo a
individualidade sobrepondo a coletividade.
A vida escolar possibilita aos educandos diversas linguagens no auxílio à
aprendizagem e nos processos de integração e socialização trabalhando em grupos.
Estes aspectos devem estar em constante desenvolvimento, uma vez que é na
escola que o aluno passa a ampliar seus conhecimentos, bem como, as
particularidades das ciências sociais.
Diante dos fatos apresentados, Roeder (2003, p. 114), esclarece: o
comportamento social é um conjunto de ações, atitudes e pensamentos que o
indivíduo apresenta em relação à comunidade, aos indivíduos com quem interage e
a ele próprio. Além disso, os contatos sociais e a interação, segundo Oliveira (1991),
constituem, portanto, condições indispensáveis à associação humana.
Para Kunz (2001, p. 95), no meio educacional “teoricamente a escola, além
de repassar conhecimento social de caráter pragmático e técnico, deverá também
auxiliar os jovens no pleno desenvolvimento de sua personalidade sociocultural”.
Na condição de fomentar o saber nas diversas linguagens, Saviani (1991, p.
15), explicita:
[...] do ponto de vista da educação esses diferentes tipos de saber não
interessam em si mesmos; eles interessam, sim, mas enquanto elementos
que os indivíduos da espécie humana necessitam assimilar para que se
tornem humano. Isto porque o homem não se faz homem naturalmente; ele
não nasce sabendo ser homem, vale dizer, ele não nasce sabendo sentir,
pensar, avaliar, agir. Para saber pensar e sentir; para saber querer, agir ou
avaliar é preciso aprender, o que implica o trabalho educativo. Assim, o
saber que diretamente interessa à educação é aquele que emerge como
resultado do processo de aprendizagem, como resultado do trabalho
educativo. Entretanto, para chegar a esse resultado a educação tem que
partir, tem que tomar como referência, como matéria-prima de sua atividade,
o saber objetivo produzido historicamente.
Diante dos fatos Minicussi (1982, p. 65), insere a teoria de Piaget permitindo
que a escola separe semanticamente o que não pode ser separado na prática: o
aspecto da aprendizagem e o aspecto do pensamento. Ninguém pode aprender sem
pensar e ninguém pode obter desenvolvimento sem aprendizagem. E, acentua:
Alguns autores acreditam que, hoje, o que se faz mais necessário não são
os cientistas individuais, que fazem descobertas particulares; o necessário é
que as massas – o produto da educação em massa – vivam e gozem a vida
como seres humanos plenos. Esse estado de coisas não se tornará
realidade a menos que cada pessoa, consciente e responsavelmente,
aplique seu intelecto aos problemas reais da sociedade. Ao mesmo tempo,
um desenvolvimento intelectual que não chegue a atingir a realidade social
está hoje fadado a ser incompleto e irrelevante (MINICUSSI, 1982, p. 65).
Nesta perspectiva, as Diretrizes Curriculares do Paraná – DCE-PR propõe
como finalidade para Educação Básica a formação de “[...] sujeitos que construam
sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico
de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma
inserção cidadã e transformadora na sociedade”. (PARANÁ, 2008, p. 31).
As afirmações contidas nas Diretrizes Curriculares deixam claro que:
Dentro de um projeto mais amplo de educação, entende-se a escola como
um espaço que, dentre outras funções, deve garantir o acesso aos alunos
ao conhecimento produzido historicamente pela humanidade.
Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura
Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao
conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas
corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de
contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e
reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também
agente histórico, político, social e cultural (PARANÁ, 2008, p. 49).
E, analisando os fundamentos teóricos-metodológicos auxiliadores nas
concepções das Diretrizes Curriculares da Disciplina de Educação Física, fica
explícito:
É partindo dessa posição que estas Diretrizes apontam a Cultura Corporal
como objeto de estudo e ensino da Educação Física, evidenciando a
relação estreita entre a formação histórica do ser humano por meio do
trabalho e as práticas corporais decorrentes. A ação pedagógica da
Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas e
representações do mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas
pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e
esportes. Essas expressões podem ser identificadas como formas de
representação simbólica de realidades vividas pelo homem (COLETIVO DE
AUTORES, 1992 apud PARANÁ, 2008, p. 53).
Neste sentido, este saber, construído sobre o corpo em movimento, é toda
uma cultura corporal produzida historicamente na dinâmica das sociedades. Por este
motivo, a Educação Física tem uma função social a cumprir no espaço escolar, que,
segundo Saviani (1991, p. 22), a escola “é uma instituição cujo papel consiste na
socialização do saber sistematizado”.
Deste modo, considerando o objeto de ensino e de estudo da Educação
Física tratado nas Diretrizes, isto é, a Cultura Corporal, torna-se importante ressaltar.
O papel da Educação Física é desmistificar formas arraigadas e não
refletidas em relação às diversas práticas e manifestações corporais
historicamente produzidas e acumuladas pelo ser humano. Prioriza-se na
prática pedagógica o conhecimento sistematizado, como oportunidade para
reelaborar ideias e atividades que ampliem a compreensão do estudante
sobre os saberes produzidos pela humanidade e suas implicações para a
vida.
Enfim, é preciso reconhecer que a dimensão corporal é resultado de
experiências objetivas, fruto de nossa interação social nos diferentes
contextos em que se efetiva, sejam eles a família, a escola, o trabalho e o
lazer (PARANÁ, 2008, p. 75).
Nesta perspectiva, com a possibilidade de abordarmos sobre a dinâmica de
grupo, primeiro surge a ideia de um conjunto de técnicas administrativas de seleção
pessoal em empresas, as técnicas litúrgicas para vivências e experiências da
mística, e por fim para o crescimento pessoal, uma vez que a utilização desta prática
se tornou muito comum. Entretanto, para se chegar ao estágio de elaboração e
aplicação de novas técnicas que promovessem crescimento pessoal e
sensibilização, filósofos, sociólogos e psicólogos se dedicaram a estudos para que
se pudesse compreender a estrutura e o funcionamento dos grupos, bem como, os
fenômenos coletivos, para que em seguida a expressão dinâmica de grupo fosse
conhecida, passando a dar um tratamento mais científico ao estudo de grupo.
Para Minicussi (1982, p. 16), cumpre notar que o treinamento para
interiorização de comportamentos grupais tem encontrado sérias barreiras em nosso
país, mais pela estrutura do comportamento sintálico do indivíduo que por outras
razões. A nossa estrutura de poder é individual, e não social. O nosso governo é um
sistema personal centralizado, os nossos partidos políticos giram em torno de uma
figura carismática e não chegam a constituir um grupo ideológico [...].
O autor discorre também sobre a abrangência da dinâmica de grupo, como
vasto campo de conhecimentos e de realidades, compreende, dois grandes
conjuntos que diferem entre si e que sofrem, por sua vez, duas grandes subdivisões.
Conjunto de fenômenos psicossociais e de leis que regem tais fenômenos:
Os fenômenos psicossociais produzem-se nos chamados pequenos grupos
(grupos restritos) e são regidos por leis naturais.
Conjunto de métodos, técnicas, orientação didática:
Permitem atuar sobre a personalidade por meio dos grupos. De outro lado,
tais métodos permitem que os pequenos grupos atuem sobre organizações sociais
mais amplas.
 Sentido amplo: CIÊNCIA dos fenômenos do grupo
 Sentido restrito: AÇÃO psicossociológica. (MINICUSSI, 1982, p. 27).
Por sua vez, o discurso da sociedade atual está centrado no fenômeno da
globalização. Nesse sentido, uma nova concepção social pressupõe que precisamos
cada vez mais, uma aproximação entre as pessoas de diferentes sociedades e
culturas, assim como indivíduos mais criativos, interativos, críticos, perceptivos e
transformadores.
Neste contexto, as opções na disciplina de Educação Física por meio das
práticas corporais são variadas e estão contextualizadas em seus conteúdos
estruturantes, mas é necessário, mudar, criar, inovar e transcender suas ações
pedagógicas, ou seja, diferençar.
Efetivamente, a Educação Física tem grande responsabilidade nessa
questão, pois é por meio do corpo e nas relações sociais que a pessoa irá adquirir
maiores conhecimentos, maior confiança em si mesmo, fortalecer os
relacionamentos, melhorar suas argumentações, auxiliando-o nas possíveis
transformações da realidade que o envolve.
Deste modo, o conteúdo estruturante Jogos e brincadeiras atuarão no
processo de aprendizagem que na visão de Campos (2006) o jogo, nas suas
diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no
desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e
ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a
imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de
hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos
princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando
obedecemos as regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc.
Nesta perspectiva, o trabalho com jogos, serão importantes como fomento
das estratégias de ensino, possibilitando maior desprendimento cognitivo com base
na percepção dos desmembramentos políticos e sociais que ocorrem nas aulas, na
escola e na sociedade como um todo.
Neste sentido, diante da experiência profissional, constata-se que as relações
interpessoais nas aulas de educação física escolar, são estabelecidas em sua
maioria de maneira informal, ficando a cargo dos alunos a formação dos grupos ou
equipes nas aulas práticas e para estudos nas atividades teóricas, seguindo apenas
o grau de afinidades e/ou de habilidades físicas e cognitivas. Ao se processar de
maneira formal, ou seja, de maneira dirigida, há pouca aplicabilidade de
instrumentos que modifique a cultura da identificação e da conformidade
estabelecida entre os alunos, ou seja, superarem padrões de atitudes e
comportamentos.
Observa-se, na disciplina de Educação Física escolar em geral, costuma-se
ouvir o jargão: “hoje tem fut?”, ou seja, vamos ao “rola a bola!”. Não! Tão importante
quanto proporcionar uma aula prática ou teórica com objetivos claros e definidos, é
criar expectativas nos alunos desenvolvendo estratégias de organização por meio da
mediação, se, e quando necessário na aplicação dos conteúdos, bem como, nas
relações e atitudes no decorrer das aulas. A autonomia, as experimentações com a
diversidade e as adversidades podem e devem levar a resolução das determinantes
sociais que naquele momento possam se estabelecer.
Sabemos que o desenvolvimento das relações sociais, podem ser
estimulados e que esta estimulação pode acontecer não só de forma prazerosa,
criativa, perceptiva, reflexiva, transformadora, mas também de maneira amistosa e
harmônica, por meio da ludicidade nas aulas de Educação Física escolar.
Kunz (2003), propondo para a educação física uma prática educativa voltada
para emancipação, que se caracteriza pelo diálogo, crítica, reflexão e ação, justifica
[...]. Pequenas alterações práticas na aula, sempre com o acompanhamento
e a participação ativa e cooperativa do aluno, podem oferecer mais
oportunidades para um entendimento crítico da realidade em que vive do
que belos discursos sobre os problemas da realidade do mundo da vida, em
sentido genérico (KUNZ; SOUZA, 2003, p. 8).
Pretende-se com este trabalho, utilizando-se da ludicidade e interligado as
atividades de dinâmicas de grupo, que possa servir como recurso de comunicação
nas relações sociais, explorando também a construção de um saber lúdico, criativo e
coletivo. Outro aspecto importante é o fato destas técnicas vivenciais, constituírem-
se como instrumentos no auxílio e/ou modificação das estruturas sociais que se
mostram, claramente excludentes, individualistas e competitivas.
A ludicidade, proposta como elemento articulador dos conteúdos
estruturantes para a educação básica, podendo transformar o ensino da Educação
Física escolar, enunciado nas Diretrizes Curriculares Estaduais – DCE-PR
(PARANÁ, 2008, p. 53), é justificado
Visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos têm sido
tratados na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as
práticas corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, o que é
possível por meio dos Elementos Articuladores¹.

Dessa maneira, a ludicidade, como elemento articulador, apresenta-se como


uma possibilidade de reflexão e vivência das práticas corporais em todos os
Conteúdos Estruturantes, desde que não esteja limitada a uma perspectiva
utilitarista, na qual as brincadeiras surgem de modo descontextualizado, em apenas
alguns momentos da aula, relegando o lúdico a um papel secundário (PARANÁ,
2008, p. 55).
Observa-se que a ludicidade é uma atividade que tem valor educacional
intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido utilizada como
recurso pedagógico. Segundo Teixeira (1995, p. 23), várias são as razões que levam
os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no
processo de ensino-aprendizagem:
 As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e
neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta
uma tendência lúdica;

¹A proposta dos Elementos Articuladores se aproxima daquilo que Pistrak (2000) denomina por Sistema de Complexos
Temáticos, isto é, aquilo que permite ampliar o conhecimento da realidade estabelecendo relações e nexos entre os
fenômenos sociais e culturais. A organização do trabalho pedagógico através de um sistema de complexo temático garante
uma compreensão da realidade atual de acordo com o método dialético pelo qual se estudam os fenômenos ou temas
articulados entre si e com nexos com a realidade atual mais geral, numa interdependência transformadora. O complexo,
segundo Pistrak (2000), deve estar embasado no plano social, permitindo aos estudantes, além da percepção crítica real, uma
intervenção ativa na sociedade, com seus problemas, interesses, objetivos e ideais.
 O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço
espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o
indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto
de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional,
capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de
prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse
intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução
de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também
requerem um esforço voluntário;
 As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade
física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as
operações mentais, estimulando o pensamento;
 As atividades lúdicas integram as várias dimensões da personalidade:
afetiva, motora e cognitiva. Como atividade física e mental que mobiliza as funções e
operações, a ludicidade aciona as esferas motora e cognitiva, e a medida que gera
envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva. Assim sendo, vê-se que a
atividade lúdica se assemelha à atividade artística, como um elemento integrador
dos vários aspectos da personalidade. O ser que brinca e joga é, também, o ser que
age, sente, pensa, aprende e se desenvolve.
Por sua vez, de acordo com Antunes (1999, p. 38), nem todo jogo é material
pedagógico. Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de um outro de
caráter apenas lúdico é que os jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos
com a intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular a
construção de um novo conhecimento e, principalmente, despertar o
desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, uma aptidão ou capacidade
cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do
indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que ajude a construir conexões.
Diante do exposto, a proposta desta produção foi basicamente usufruir dos
jogos e brincadeiras populares, jogos cooperativos e jogos dramáticos² como
conteúdo básico buscando uma abordagem contextualizada e reflexiva nas aulas
teórico-práticas. Para isso, poderá ocorrer algumas mudanças na estrutura,
funcionalidade e objetividade, conciliando e adaptando em jogos que possibilitem
²Alguns exemplos de Jogos e Brincadeiras Populares = bandeirinha, queimada; Jogos Cooperativos = algemas cooperativas, o
abraço do robô; Jogos Dramáticos = jogos de improvisação, imitação, mímica.
promover o senso dos educandos de acordo com os objetivos do grupo de
formação, buscar a conscientização social e emocional dentro do grupo, buscando
alcançar resultados coletivamente.
Foram objetivos específicos desta produção:
– Promover a participação, reflexão, discussão como linguagens no auxílio ao
processo de ensino-aprendizagem e leitura das realidades sociais;
– Estimular a participação coletiva dos educandos nos jogos e brincadeiras para
ampliar a percepção de si mesmo e, consequentemente as relações com o outro e
com o mundo;
– Possibilitar o entendimento sobre a integração e socialização como elementos na
formação social;
– Ampliar o campo de intervenção da Educação Física, para além das abordagens
centradas na motricidade;
Sendo assim, o professor ao trabalhar com o conteúdo jogos e brincadeiras,
pode e deve inserir questões que envolvem as relações sociais, requerendo maior
capacidade de abstração por parte do aluno. Assim, a prática de Educação Física
escolar, em especial as técnicas de dinâmicas de grupo, pode favorecer a liberdade
de ação e de atuação dos participantes, resgatando a espontaneidade criativa,
traçando metas, conhecendo e potencializando o trabalho em grupo.
As atividades disponibilizadas pela dinâmica de grupo constituem elementos
que irão enriquecer e ampliar as possibilidades de trabalho no âmbito escolar, local
privilegiado para o desenvolvimento das relações humanas. Diante disso, proceder a
organização didática da atividade de ensino por meio dos Jogos e Brincadeiras
poderão enriquecer o que os estudantes já conhecem sobre o comportamento
grupal, favorecendo aos mesmos o acesso às questões sociais a serem vivenciadas,
debatidas e solucionadas.
De acordo com a SBDG – Sociedade Brasileira de Dinâmicas dos Grupos
(2006), a proposta inusitada da Dinâmica de grupo favorece a expressão
espontânea, o que nos permite a observação de atitudes com menor probabilidade
de simulação. Em se tratando da Pedagogia o trabalho com alunos tem um efeito
positivo, as dinâmicas estimulam a participação e desafiam muitas vezes não só o
raciocínio, mas também a exposição dos aspectos internos dos participantes.
Podemos dizer que este tipo de trabalho estimula a capacidade criadora, meche
com a desenvoltura dos participantes, melhora sua produtividade, mostra a
possibilidade de transformações, estimula o trabalho em equipe e pode melhorar as
relações interpessoais e intrapessoais.
No campo da dinâmica de grupo “mais do que em qualquer outro campo
psicológico, estão metodologicamente ligadas à teoria e a prática de um modo que,
se manuseadas apropriadamente, poderiam prover respostas a problemas teóricos e
ao mesmo tempo reforçar a abordagem racional dos problemas sociais práticos que
é uma das exigências básicas para a sua solução” (LEWIN, 1965, p. 191).
Segundo Perpétuo e Gonçalves (2000, p. 2), ao exporem sobre a utilidade da
metodologia de dinâmicas para o aprendizado em grupo, coletivo esclarecem:
A dinâmica de grupo constitui um valioso instrumento educacional que pode
ser utilizado para trabalhar o ensino e aprendizagem quando opta-se por
uma concepção de educação que valoriza tanto a teoria como a prática e
considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos.
A opção pelo trabalho com dinâmica de grupo permite que as pessoas
envolvidas passem por um processo de ensino e aprendizagem em que o
trabalho coletivo é colocado como um caminho para se interferir na
realidade, modificando-a. Isso porque a experiência do trabalho com
dinâmica promove o encontro de pessoas em que o saber é construído
junto, em grupo.
Logo, esse conhecimento deixa de ser individualizado e passa a ser de
todos, coletivizado. Ainda tem a qualidade de ser um saber que ocorre
quando a pessoa está envolvida integralmente (afetivamente e
intelectualmente) em uma atividade, onde é desafiada a analisar
criticamente o grupo e a si mesma, a elaborar coletivamente um saber e
tentar aplicar seus resultados.
É importante ressaltar que faz parte desse processo à garantia da
participação constante de todos os integrantes. Só assim todos se sentirão
donos do saber alcançado.
Dentro do que é denominado aprendizagem, segundo Lewin (1965, p. 75-76),
devemos distinguir pelo menos os seguintes tipos de modificações:
1) aprendizagem como uma mudança na estrutura cognitiva
(conhecimento), 2) aprendizagem como uma mudança de motivação
(aprender a gostar ou não gostar), 3) aprendizagem como uma modificação
no grupo a que pertence ou ideologia (este é um aspecto importante do
crescer numa cultura), 4) aprendizagem no sentido de controle voluntario da
musculatura do corpo (este é um aspecto importante na aquisição de
habilidades, como falar e autocontrole).
Diante dos fatos, observou-se que os autores ao discorrerem sobre a
dinâmica de grupo enquanto prática pedagógica, afirmam que este método teve
início após alguns estudos sobre a origem, natureza, inserção, evolução, influência,
comunicação e comportamento dos grupos, sendo de grande valia para o
desenvolvimento da formação dos aspectos sociais e educacionais.
No ambiente escolar, as ações lúdicas com caráter pedagógico envolvendo
aspectos sócio afetivos que contemplem a integração e a socialização, bem como, o
cognitivo abrangendo a aprendizagem e conhecimentos contemplando a capacidade
de raciocínio e a resolução de situações problema, são pouco exploradas.
Estas exposições reforçam o caráter científico das dinâmicas de grupo no
fenômeno das relações sociais e, isto pode ser vinculado, auxiliando nas
intervenções pedagógicas da disciplina de Educação Física escolar.
Assim, neste projeto de intervenção, a área sócia afetiva englobando
integração e socialização com objetivo de oportunizar a associação, a estimulação
de uma ação recíproca e harmônica do grupo, bem como, o envolvimento e
participação efetiva na vida social, tem como uma de suas principais ações na sua
execução.
Por conseguinte, a área cognitiva contribuirá na aquisição, ampliação dos
conhecimentos e experiências para que os educandos possam apreciar, apreender,
reconhecer, refletir, avaliar, ter consciência de valores e das condições sociais, para
assim poder, entender, superar e contribuir nas possíveis transformações das
determinantes sociais, mantendo-se contrários a reprodução das contradições
sociais vigente.
Diante dessas possibilidades, o objeto de estudo deste projeto de
intervenção, teve por base o experimento das dinâmicas de grupo nas aulas de
educação física escolar, quando o professor terá como foco a formação integral dos
alunos, ou seja, dinâmicas estruturadas que contemplem fatores sociais abrangendo
a integração e socialização, bem como, novos conhecimentos que favoreçam o
raciocínio e a resolução de situações problema por meio dos conteúdos
estruturantes Jogos e brincadeiras, e seus conteúdos básicos denominados Jogos
populares, Jogos cooperativos e Jogos dramáticos.
Como estratégia metodológica para a execução do projeto, selecionou-se
dentre os conteúdos da Educação Física, os jogos e brincadeiras no ambiente
escolar, justificado, por serem estes, possibilidades de viabilizar as relações
humanas e a prática social. As técnicas foram apresentadas de forma didática e,
convém destacar alguns parâmetros atribuídos e explorados junto aos alunos,
implícitos nas dinâmicas de grupo sugeridas neste trabalho: a estimulação e
desenvolvimento da descontração, atenção, improviso, comunicação, qualidades e
habilidades individuais e coletivas, compreendidos nas temáticas de integração e
socialização. As temáticas explorando as técnicas de Relações Humanas e de
Sensibilidade, foram objetivadas possibilitando autoconhecimento, autoestima,
estratégias, percepções, respeito, relações sociais, resolução de problemas, etc.
A partir deste momento seguiu-se o cronograma elaborado para a efetivação
das ações previstas, com o público-alvo. As atividades junto aos alunos, teve seu
início com a aplicação de questionário para responderem sobre conhecimentos de
conteúdos de Educação Física Escolar em anos anteriores, contemplando os Jogos
e Brincadeiras e Dinâmicas de Grupo e/ou aulas que abordaram as relações
interpessoais, como: Interação, socialização, percepção e sensibilidade, em turma
denominada “de controle”, as quais só responderiam as questões e na turma
denominada “experimental”, além dos questionamentos, foi oportunizada a prática
da intervenção pedagógica.

Questionamentos dos conhecimentos sobre alguns conteúdos de Educação


Física Escolar
As questões avaliativas, contou com a participação de alunos do 2º ano do
ensino médio, sendo 26 da turma denominada “de controle” e de 28 da turma
denominada “experimental”, perfazendo o total de 54 dos 59 alunos matriculados.

TURMA DE CONTROLE TURMA EXPERIMENTAL


Você já teve aula referente aos Você já teve aula referente aos
conteúdos Jogos, Brincadeiras e conteúdos Jogos, Brincadeiras
Dinâmicas de Grupo? e Dinâmicas de Grupo?

JOGOS JOGOS
27% 25%
43% BRINCADEIRAS 48% BRINCADEIRAS

30% DINÂMICAS DE 27% DINÂMICAS DE


GRUPO GRUPO

Gráfico.1 Gráfico. 2

Observa-se, por meio dos gráficos 1 e 2, no tópico “Jogos”, que houve


acentuada porcentagem de respostas em relação ao diagnóstico apresentado pelos
conteúdos “brincadeiras” e “dinâmicas de grupo”, as quais praticamente se
igualaram na proporção da sua aplicabilidade. Cabe ressaltar, que o resultado
expressivo do conteúdo “jogos”, deve-se a confusão e/ou a falta de entendimento
entre a cultura corporal jogo e a cultura corporal esporte, evidenciado nas
afirmações do enunciado dos gráficos 5 e 6, em que as indicações nas fichas de
avaliação, basearam-se fortemente nos esportes Futsal e Voleibol.
TURMA DE CONTROLE TURMA EXPERIMENTAL
Você já teve aulas que Você já teve aulas que
abordassem as relações abordassem as relações
interpessoais, como: interpessoais, como:

15%
14%
INTERAÇÃO INTERAÇÃO

12% 38% SOCIALIZAÇÃO 14% 39% SOCIALIZAÇÃO

SENSIBILIDADE SENSIBILIDADE

35% PERCEPÇÃO 33% PERCEPÇÃO

Gráfico.3 Gráfico.4

Interação e socialização, são palavras que podem acometer nos leitores,


certa equivalência em suas significações, e ter contribuído na similaridade dos
índices afirmativos dos gráficos 3 e 4. Nota-se o baixo índice das aulas que
abordaram as relações sociais, por meio de atividades que contemplam a
sensibilidade e a percepção. Dentro da estatística apresentada, destes últimos
aspectos, cabe lembrar que alguns integrantes participaram de cursos de crisma em
entidade religiosa, as quais desenvolvem atividades ligadas a dinâmicas de grupo
com os mesmos objetivos, contribuindo para o percentual apresentado.

TURMA DE CONTROLE TURMA DE CONTROLE


O que você sabe e/ou socializou, O que você sabe e/ou socializou,
serviram para estimular e serviram para estimular e
desenvolver as relações desenvolver as relações
interpessoais? Quais interpessoais?
atividades? Quais atividades?

JOGOS E JOGOS E
ESPORTES 22% ESPORTES
28%
40% JOGOS JOGOS
RELACIONADOS 48% RELACIONADOS
13%
OUTRAS OUTRAS
24% RESPOSTAS RESPOSTAS
8% NÃO 17%
NÃO
RESPONDERAM
RESPONDERAM

Gráfico.5 Gráfico.6

Nas indicações dos gráficos 5 e 6, observa-se expressiva confirmação de que


os jogos e os esportes contribuíram para o desenvolvimento das relações sociais,
sendo atribuídos especificamente aos esportes Futsal e Voleibol. Nota-se certa
confusão e/ou a falta de entendimento entre os conceitos de jogos e de esportes.
Isso pode ser detectado no percentual de participantes que não responderam e que
efetuaram outras respostas não condizentes ao enunciado da questão.

Avaliação da Produção Didático-Pedagógica


Tema: Possibilidades metodológicas para a implementação de Dinâmicas de Grupo
na escola
TURMA EXPERIMENTAL TURMA EXPERIMENTAL
Você já teve aula referente ao Quanto aos sentimentos que
tema trabalhado? produziu em você:

0%

14% ÓTIMO
30% SIM
31% BOM
NÃO REGULAR
FRACO
70%
55%

Gráfico.7 Gráfico.8
O resultado apontado no gráfico 7, demonstra que após o desenvolvimento da
Intervenção Pedagógica com os esclarecimentos teóricos e a aplicação das
atividades, houve significativo avanço no entendimento entre as culturas jogo e
esportes. Verifica-se também a pouca aplicabilidade do conteúdo estruturante Jogos
e brincadeiras nas aulas de Educação Física até aquele momento.
O gráfico 8 realça um bom resultado no que tange os sentimentos produzidos
nos educandos no decorrer da implementação do projeto, com avanços nas
mudanças de atitudes e comportamentos em grande parte dos educandos.

TURMA EXPERIMENTAL TURMA EXPERIMENTAL


Quanto ao estímulo para refletir As dinâmicas utilizadas
sobre o assunto: possibilitaram a motivação,
participação, percepção e
integração de todos?
0%

13% ÓTIMO
27%
BOM
33% SIM
REGULAR
FRACO NÃO
67% PARCIALMENTE
60% 0%

Gráfico.9 Gráfico.10
A incitação promovida pela introdução de novos conteúdos por meio das
Dinâmicas de Grupo, revela no gráfico 9, a conveniência de sua aplicabilidade na
organização e participação de atividades em grupo, o respeito as diferenças e a
capacidade de criar situações de aproximação.
As afirmações contidas no gráfico 10, apontam para a importância da
inserção das Dinâmicas de Grupo, interligadas aos Jogos e Brincadeiras devido a
versatilidade metodológica, envolvendo processos motivacionais e participativos,
bem como, ativação de aspectos sociais nas aulas de Educação Física escolar.

Considerações finais
Esta produção, teve o objetivo de diagnosticar as possíveis transformações
de conceitos e atitudes no processo ensino-aprendizagem relacionados à Dinâmica
de Grupo, utilizando-se de questionário de atuação como instrumento avaliativo,
onde constatou-se dificuldades e avanços apresentados pelos envolvidos,
considerando os seguintes critérios: A execução das atividades propostas e o grau
de dificuldade; Assimilação e compreensão dos conteúdos propostos por meio da
Dinâmica de Grupo e o comprometimento, motivação e participação dos envolvidos
nas atividades.
A mensuração dos dados obtidos nas observações com o propósito de
verificar, qualificar e propor possíveis contribuições da técnica aplicada “Dinâmicas
de Grupo” na superação do problema levantado, ou seja, a baixa integração,
socialização, percepção e sensibilidade à realidade social existente na escola e nas
aulas de Educação Física Escolar, permitiu aos alunos conhecimentos gerais e
análise sobre as temáticas e a prática das dinâmicas propostas na intervenção.
Entre os desafios enfrentados, foi sobressair a cultura vinda desde os anos
iniciais de se atribuir ao conteúdo estruturante esporte uma demanda acentuada nas
aulas representados pelo que chamamos de “quarteto fantástico”, ou seja, os
esportes Futsal, Handebol, Basquetebol e Voleibol, unificando-os como conteúdos
da Educação Física escolar, que frequentemente são acostumados jogar um destes
esportes, arraigando a cultura do “Rola a Bola”.
Em geral, as dinâmicas que envolvem as temáticas de Socialização
conseguem transcender esta questão, por serem de cunho eminentemente lúdico.
As dinâmicas que contemplam a Percepção e Sensibilidade individual e/ou em
grupos, por se tratar de atividade que envolve autoconhecimento e eventual
exposição pessoal, os participantes demonstraram dificuldades em expressar-se
diante dos demais companheiros alegando vergonha e timidez. Ainda que de
maneira tímida, mas com a mediação do professor, havendo ligeiro progresso nas
atividades.
Durante a aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica, o interesse foi
aumentando, e à medida que conheciam mais sobre as temáticas propostas e
consequentemente as praticavam, mais surgiam curiosidades e reflexões sobre
comportamentos individuais e coletivos. Cada momento foi oportuno para a
formação de novas concepções, desconstruindo paradigmas, ao ponto de trazerem
exemplos para seu cotidiano, como o fato de uma aluna argumentar sobre a difícil
arte de expressar conhecimentos sobre si próprio, e que geralmente verificamos
dificuldades e limitações nas outras pessoas. Foi quando esta aluna participante da
catequese pediu para declamar um texto pertinente a dinâmica: “A gente anda em
uma fila, carregando duas sacolas, uma na frente, outra atrás. Na sacola da frente
carregamos nossas qualidades, na sacola de trás os defeitos. As pessoas que
andam atrás de nós, só vê nossos defeitos e nós, nossas qualidades”.
Diante deste contexto, para Fernandes (2008), [...], está comprovado que o
uso da Dinâmica de Grupos veio facilitar o trabalho do “novo professor” para a
sociedade atual. Com o auxílio das técnicas grupais, é possível ao docente
desenvolver no educando outras habilidades de caráter formativo, à medida que são
ministrados os conhecimentos pretendidos.
Deste modo, a inserção de Dinâmicas de Grupo nas aulas de Educação
Física Escolar deverá ser continua, e que os Jogos e Brincadeiras não sejam meros
coadjuvantes servindo de preparação para as práticas esportivas pois, o propósito
do processo ensino-aprendizagem é buscar alternativas pedagógicas.
Os alunos participantes do projeto puderam vivenciar processos interativos de
sociabilidade e de relações interpessoais ocasionando mudanças significativas,
podendo desmistificar a partir de agora ideias preconceituosas, combatendo a
ignorância e apoiando o trabalho coletivo sobrepondo o individual que a sociedade
estabelece.

Referências
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Petrópolis: Vozes, 1999.
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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da


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TEIXEIRA, Carlos E. J. A ludicidade na escola. São Paulo: Loyola, 1995.

ZIMERMAN, David Epelbaum. Fundamentos básicos das grupoterapias. 2. ed.


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