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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO

PAULO – CAMPUS SÃO PAULO

Gabriel Henrique Silva Magalhães - SP1673432


Gabriel Henrique Silva Ribeiro -​ ​SP1664298
Mateus Lima Silva - SP1673254
Enrique Martins Cabelo - SP1572229

Atividade 2: Contagem Radioativa e o Contador Geiger-Müller

SÃO PAULO
2019
Atividade 2: Contagem Radioativa e o Contador Geiger-Müllerr

Trabalho técnico-científico apresentado no curso de Física Nuclear e de


Partículas (FNPZ7) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
São Paulo, como requisito parcial para aprovação do curso.

Professor: Astrogildo de Carvalho Junqueira

SÃO PAULO
2019
1
RESUMO

Nesta segunda atividade experimental da disciplina Física Nuclear e de


Partículas, baseada na teoria em sala de aula, utilizamos um contador
​ Co, 204​
Geiger-Müller para analisar o decaimento radioativo das amostras de 60​ ​ Tl
​ Sr e sua curva característica e a radiação de fundo, com análise nas
e 90​
dependência das medidas médias de contagem radioativa pelo DDP e pela
distância.
Palavras-Chave: Decaimento-nuclear; Física-Nuclear; Ensino-de-Física;
Contador-Geiger-Müller.

2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO TEÓRICA……………..……………………….........………. 4
2 OBJETIVO.…………………..……….…………….……………...…………...16
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL…..………………..…………………...17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO………….………......………...……...…..... 19
5 CONCLUSÃO.…………...….…………….………………………..…………. 24
6 REFERÊNCIAS.…………….…………….………………………..…....……. 25

3
1 INTRODUÇÃO

A Física Nuclear, em suma, pode ser descrita como a área de estudo do


núcleo atômico e suas partes constituintes, sendo elas os prótons e os
nêutrons, também chamados de nucleons. Estes por sua vez são constituídos
​ ​down, que segundo Moreira (2004), podem ser
de quarks, dos tipos ​up e
considerados como os constituintes fundamentais da natureza. Por terem carga
elétrica fracionária (+⅔ para ​up e -⅓ para ​down​), nunca foram medidos
livremente, pois aparentam estarem confinados em partículas chamadas
hádrons. Os hádrons são divididos em duas classes, os bárions e os mésons.
1
Os bárions obedecem ao princípio de exclusão de Pauli (BELACON, 2018), e
os mésons não. Dessa forma os prótons e os nêutrons são bárions.
Para ir além da existência fundamental de partículas elementares e de
partículas compostas por sub-partículas confinadas, é preciso levar em conta
as interações e os campos de forças, que nos leva a uma outra categoria de
partículas, as partículas mediadoras das interações fundamentais. Mas como o
enfoque do trabalho é análise do decaimento radioativo de determinadas
amostras utilizando-se de um contador a gás Geiger-Müller (G-M), então
apresentaremos brevemente sobre os tipos de interações nucleares, para em
seguida analisarmos os conceitos de radiação, núcleos estáveis e instáveis,
decaimento nuclear e tempo de meia-vida; além é claro, de um breve
introdutório ao método de detecção de radiação ionizante na qual utilizamos
nesta atividade experimental.
Dando prosseguimento: a interação nuclear ocorre por dois tipos de
forças nucleares (fraca e forte).
A interação fraca, ou interação nuclear fraca, pode ser chamada como a
propriedade de carga fraca (PALANDI et al. 2010). Esta interação é
responsável pela transformação espontânea de prótons em nêutrons,
conhecida também como decaimento β​+​, e de nêutrons em prótons, conhecida
como decaimento β​−​, como também pelo decaimento relativamente lento dos

1
​[...] duas partículas não podem ocupar o mesmo estado quântico, i.e. possuir ao mesmo tempo a mesma função
de onda BELACON, 2018

4
nêutrons e múons, e também por todas reações envolvendo neutrinos. Estas
séries de decaimentos β serão explicados ao longo da introdução.
Já a interação forte ou interação nuclear forte, ela pode ser tratada como
a propriedade característica de atração entre os quarks, e é responsável por
quase todas as propriedades dos núcleos atômicos, mas não produz efeitos
diretamente observáveis na experiência cotidiana. Esta interação mantém
juntos prótons e nêutrons no núcleo atômico, que necessariamente afeta
somente os hádrons.
As interações nucleares, sejam elas fracas ou fortes, originam processos
de radiação. Existem elementos radioativos muito antes da vida na Terra, mas
a descoberta da radioatividade é recente, com a primeira publicação sobre o
assunto envolvendo raios-x sendo realizada em dezembro de 1895 por Wilhelm
Conrad Röntgen (MARTINS, 1997). Nos anos seguinte, os cientistas Henri
Becquerel e Marie Curie estudaram a radioatividade de elementos como o
Urânio. Ela e seu marido, Pierre Curie, perceberam que o Urânio ao emitir
radiação, se transformava em outros elementos (MAZZILLI et al. 2010).
Becquerel e Marie não sabiam dos efeitos prejudiciais a saúde humana da
radioatividade, pois seus estudos eram pioneiros nesse assunto. Apesar dos
efeitos deletérios, os estudos sobre os processos que causavam a
radioatividade continuaram, e uma das causas e consequências dos estudos
do núcleo atômico se deu através da produção das bombas atômicas no final
da segunda guerra mundial, como também o uso benéfico da radiação na
medicina. Mas de fato o que seria radiação?
Segundo Tauhata et al. (2014), as radiações são produzidas por
processos de ajustes que ocorrem no núcleo ou nas camadas eletrônicas, ou
pela interação de outras radiações ou partículas com o núcleo ou com o átomo.
Alguns exemplos de radiações são: radiação beta e radiação gama (ajuste no
núcleo); raios X característico (ajuste na estrutura eletrônica), raios X de
freamento (interação de partículas carregadas com o núcleo) e raios delta
(interação de partículas ou radiação com elétrons das camadas eletrônicas
com alta transferência de energia).

5
Quando nos referimos ao núcleo atômico, o número de prótons presente
no núcleo determina o elemento químico a que pertence o átomo. Cada átomo
tem o número de elétrons orbitais igual ao número de prótons. Como resultado,
o átomo é neutro (MAZZILLI et al. 2010). As demais partículas localizadas no
núcleo são os nêutrons por não possuírem carga elétrica. Os átomos de um
mesmo elemento químico têm sempre o mesmo número de prótons no núcleo,
porém podem ter números diferentes de nêutrons. Os que apresentam número
diferente de nêutrons, porém mesmo número de prótons, pertencem ao mesmo
elemento químico e são chamados de isótopos.
Alguns nuclídeos são estáveis, isto é, se encontram num estado de
equilíbrio. Entretanto, eles são uma minoria. A maioria é instável e tende a
atingir seu equilíbrio transformando-se em outros nuclídeos. Este processo
segundo Tauhata et al. (2014) é chamado de radiação nuclear, e ocorre
quando às partículas ou ondas eletromagnéticas são emitidas pelo núcleo
durante o processo de reestruturação interna, para atingir a estabilidade, e,
devido à intensidade das forças forte e fraca, as radiações nucleares são
altamente energéticas quando comparadas com as radiações emitidas pelas
camadas eletrônicas. Aliás, quando nos referimos a reestruturação interna, as
radiações não são produtos de desintegração nuclear, como se os núcleos
instáveis estivessem se quebrando ou desmanchando. Ao contrário, elas são
indicadores do resultado das transformações do núcleo instável, na busca de
estados de maior estabilidade, ou seja, são produtos da otimização de sua
estrutura e dinâmica (TAUHATA et al. 2014).
Como exemplo, Mazzilli et al. (2010) cita as partículas do núcleo do átomo
de U-238, que é o isótopo mais comum de urânio encontrado na natureza, e
são capazes de manter-se unidos, mas de repente, aleatoriamente, um
conjunto de seus prótons e nêutrons pode-se desprender do núcleo. O U-238
se converte então no Th-234 (com 90 prótons e 144 nêutrons). Entretanto, o
Th-234 também é instável e decai por um processo diferente: um de seus
nêutrons transforma-se em um próton e um elétron. Desta forma, o Th-234 se
converte no Pa-234, com 91 prótons e 143 nêutrons, emitindo o elétron que se

6
formou. Assim, através de transformações sucessivas e dispersão de partículas
do átomo, obtém-se o chumbo estável. (Figura 1)

​ érie de decaimento radioativo do Urânio-238, via emissões alfa e beta, até o


Figura 1: S
Chumbo-206. Na sequência, vários isótopos instáveis de outros elementos são formados, mas o único
​ onte: ​SCIENCE BLOG, 2011.
elemento estável é o Chumbo-206. F

Em cada transformação que ocorre, há liberação de energia na forma de


radiação. Há três tipos de radiações nucleares, sendo elas as radiações alfa,
beta e gama.
A radiação alfa (α) ocorre quando o número de prótons e nêutrons é
elevado, e o núcleo pode se tornar instável devido à repulsão elétrica entre os
prótons, que pode superar a força nuclear atrativa, de curto alcance, da ordem
do diâmetro nuclear (~1Å.) Nesses casos pode ocorrer a emissão pelo núcleo
de partículas constituídas de 2 prótons e 2 nêutrons (núcleo de 4​​ He), que
permite o descarte de 2 cargas elétricas positivas (2 prótons) e 2 nêutrons, num
total de 4 nucleons (ver Figura 1.1), e grande quantidade de energia. Em geral

7
os núcleos alfa-emissores têm número atômico elevado e, para alguns deles, a
emissão pode ocorrer espontaneamente, como no caso do U-238.

​ epresentação da emissão de uma partícula α por um núcleo. ​Fonte: Tauhata et al.,


Figura 1.1: R
2014.

A explicação da emissão de partículas alfa pelo núcleo, segundo Tauhata


et al. (2014), se baseia no valor do coeficiente de transmissão de uma partícula
alfa, através de uma barreira de potencial coulombiano com energia maior que
2
a da partícula, num fenômeno conhecido como Efeito Túnel . Este coeficiente é
determinado, utilizando-se o método WKB (G. Wentzel, H.A. Kramers e L.
3
Brillouin) com um formalismo tipicamente quântico . A partícula alfa pode ser
emitida tanto do estado fundamental como excitado do núcleo-pai, gerando o
núcleo-filho em diversos estados excitados, que decaem por emissão gama
para o seu estado fundamental. Isto gera também radiações alfa de várias
energias.
​ Ra, por exemplo,
A emissão de uma partícula alfa de um átomo de 226​
pode ser representada por:
226​
​ ​
Ra88 ​ Rn​86​ + 4​ ​He​2​ + Q (energia)
222​

2
é​ um fenômeno da mecânica quântica no qual partículas podem transpor um estado de energia classicamente
proibido. Isto é, uma partícula pode escapar de regiões cercadas por barreiras potenciais mesmo se sua energia
cinética for menor que a energia potencial da barreira.​ (W
​ IKIPÉDIA, 2016​ )
3
​ver: A. Messiah, Quantum Mechanics, Vol.2 - North Holland, 1974; E. de Almeida e L. Tauhata, Física
Nuclear, Ed. Guanabara Dois, 1981 - Rio.

8
Praticamente toda a energia liberada pela reação é transformada em
energia cinética da partícula alfa. Esta energia cinética será responsável pela
distância percorrida pela partícula alfa. O valor de ​Q pode ser calculado
partindo-se do princípio que a energia provém de parte da massa original do
átomo de rádio e que massa e energia devem ser conservadas de acordo com
4
a equação de Einstein, ​E=mc2​ , onde ​E ​é a energia em erg , ​m é a massa em
gramas e ​c​ é a velocidade da luz (2,998x10​10​ cm/s).
A radiação beta (β) é o termo usado para descrever elétrons de origem
nuclear, carregados positiva (β​+ ) ou negativamente (β​- ). Sua emissão constitui
um processo comum em núcleos de massa pequena ou intermediária, que
possuem excesso de prótons ou de nêutrons em relação à estrutura estável
correspondente (TAUHATA et al. 2014).

​ epresentação da emissão de uma partícula β por um núcleo. ​Fonte: Tauhata et. al.,
Figura 1.2: R
2014.
-​
Na emissão β​ , quando um núcleo tem excesso de nêutrons em seu
interior e, portanto, falta de prótons, o mecanismo de compensação ocorre
através da transformação de um nêutron em um próton mais um elétron, que é
emitido no processo de decaimento. Nesse caso, o núcleo inicial transforma-se
de uma configuração ​z​A​X em ​Z+1​A​X uma vez que a única alteração é o aumento
de uma carga positiva no núcleo. Mas nessa transformação havia a

4
​Um erg é a quantidade de trabalho realizado por uma força de um dine exercida por uma distância de um
centímetro . Nas unidades básicas do CGS , é igual a um grama centímetro quadrado ao segundo por quartel
(gcm2​ ​ / s​2​ ). Portanto, é igual a 10​−7​ Joules ou 100 nanoJoules ( nJ ) em unidades SI .

9
necessidade de conservação de energia, e o físico Pauli formulou uma
hipótese sobre a possibilidade da existência de uma partícula, que dividiria com
o elétron emitido, a distribuição da energia liberada pelo núcleo no processo de
decaimento. A teoria foi posteriormente confirmada, sendo verificada a
presença do neutrino, ν , na emissão β​+ e do anti-neutrino, ν , na emissão β​- .
O neutrino é uma partícula sem carga, de massa muito pequena em relação ao
elétron, sendo, por esse motivo, de difícil detecção (TAUHATA et al. 2014).
Esta transformação do nêutron em um próton pelo processo da emissão
β​-​ pode ser representada por:
​ ​1​0 n

​ p + o​ -​ e
1​
+​ ​
+ ν

A energia cinética resultante da diferença de energia entre o estado


inicial do núcleo ​z​A​X e o estado do núcleo resultante ​Z+1​A​Y é distribuída entre o
elétron e o antineutrino. Após o processo pode haver ainda excesso de
energia, que é emitido na forma de radiação gama.
Já na emissão de radiação tipo β​+ provém da transformação de um
próton em um nêutron, que pode ser representada por:

​1​+p ​ n + o​ +​ ​e + ν
1​
0​

O núcleo inicial, z​​ A​X, após a transformação do próton, resulta em ​Z-1​A​Y. O


pósitron (​+​e​) tem as mesmas propriedades de interação que o elétron negativo,
somente que, após transferir sua energia cinética adicional ao meio material de
5
interação, ele captura um elétron negativo, forma o positrônio , que
posteriormente se aniquila, gerando duas radiações gama de energia 0,511
MeV cada, emitidas em sentidos contrários (TAUHATA et al. 2014). Nas
6
transições beta, que abrangem a emissão e captura eletrônica (EC) , ocorrem
mudanças de um estado do núcleo-pai para um ou mais estados do

5
​O positrônio é um sistema consistindo de um elétron e pósitron, unidos em um átomo exótico. O sistema é
instável, pois as duas antipartículas se auto aniquilam e produzem dois fótons gama depois de uma vida média
de 125 picossegundos. (​WIKIPÉDIA, 2019).
6
​Em alguns núcleos, a transformação do próton em nêutron ao invés de se realizar por emissão de um pósitron,
ela se processa pela neutralização de sua carga pela captura de um elétron orbital das camadas mais próximas
(TAUHATA et. al, 2014)

10
núcleo-filho. Tais estados são caracterizados por seus parâmetros como:
energia, momento angular total e paridade. Assim, as transições carregam
diferenças de energia, momento angular e paridade.
A radiação gama ( γ ) ocorre, segundo Tauhata et al. (2014), quando um
núcleo decai por emissão de radiação alfa ou beta. Geralmente o núcleo
residual tem seus nucleons fora da configuração de equilíbrio, ou seja, estão
alocados em estados excitados. Assim para atingir o estado fundamental,
emitem a energia excedente sob a forma de radiação eletromagnética,
denominada radiação gama ( γ ) (figura 1.3). Ou seja, a radiação gama é
constituída de ondas eletromagnéticas com comprimento de onda muito baixo.
Como as ondas eletromagnéticas ou fótons são desprovidos de massa e são
constituídos de campos magnéticos e elétricos que se propagam através do
espaço com a velocidade da luz, suas energias variam consideravelmente.

​ epresentação da emissão de radiação γ por um núcleo. F


Figura 1.3: R ​ onte: ​Tauhata et al., 2014.​

Dessa forma, considerando os três tipos de radiações nucleares,


podemos definir a radioatividade nuclear como sendo o processo pelo qual um
radionuclídeo pai, ou núcleo-pai, sofre uma desintegração espontânea e
aleatória, liberando uma certa quantidade de radiação com a formação de um
radionuclídeo filho, ou núcleo-filho.
Em nosso experimento, realizamos contagens de amostras radioativas
de determinadas amostras e de radiação de fundo.
As radiações ionizantes por si só não podem serem medidas
diretamente, a detecção é realizada pelo resultado produzido da interação da
radiação com um meio sensível (detector), já que como a radiação ionizante é

11
invisível aos nossos sentidos, sua detecção é feita a partir de alterações
produzidas ao interagir-se com a matéria.
Para sua detecção, existem muitos dispositivos que indicam a presença
de energia nuclear, transformando um tipo de informação (radiação) em outro
(sinal elétrico ou luminoso). Esses dispositivos funcionam, basicamente na
interação química ou física das radiações com o detector. Importa salientar que
os sistemas detectores que indicam a radiação total a qual uma pessoa foi
exposta são chamados de ​dosímetros​.
Existem muitos tipos de detectores, os principais tipos seguem abaixo,
na tabela a seguir:

Tabela 1:​Método de classificação proposta para detectores de radiação.


Fonte: JEVTIC, Nenad & DRNDAREVIC, Vujo. (2015).​ Plug and Play Geiger-Muller Detector
for Environmental Monitoring​. Instrumentation Science & Technology. 43.
10.1080/10739149.2014.976829. Disponível em: ​http://twixar.me/1N1T

Em nossa prática experimental, utilizamos um detector de Geiger-Müller


(GM) que funciona eletricamente a gás. Nesse tipo de detector, conhecidos
pela detecção ionizantes de gases, existe uma câmara de gás (ar) e dois
eletrodos. O anodo fica eletricamente isolado no centro da câmara enquanto
que o catodo fica externamente na carcaça.

12
Quando uma radiação incide na câmara/volume de gás, é criado pares
de íons que podem serem contados em um dispositivo ligado eletronicamente.

​ squema de um Contador G-M. F


Figura 2: E ​ onte: h
​ ttps://pt.wikipedia.org/wiki/Contador_Geiger

Os detectores a gás possuem eficiência dependentemente da tensão


aplicada no volume detector. No gráfico a seguir pode-se verificar as
características do detector em função da tensão aplicada ao gás.

​ ariação da intensidade do sinal de resposta em função da tensão aplicada e regiões de


Figura 3: V
operação de diferentes detectores de ionização de gás. ​Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Contador_Geiger

13
Como pode ser visto pelo gráfico/figura 3, existem 5 regiões
características. Importa saber que na região do GM o número de íons é grande
devido a ionizações até quaternárias independentes da energia e do tipo da
radiação. Em vista disso, normalmente são usados para detecção e avaliação
ambiente de radiação β e γ .
Conforme aumentamos a tensão nesse tipo de detector, há uma
multiplicação ocorrida no gás que se torna tão intensa que apenas uma
partícula ionizante é capaz de produzir uma “avalanche” ao longo do anodo,
resultando assim num valor alto de corrente, mesmo tendo em vista que a
energia é baixa. Por isso, esse tipo de detector tem a vantagem de o sinal de
saída ser da ordem de alguns volts, não precisando, portanto, de amplificação.
Existem alguns fatores que influenciam na eficiência absoluta de um
detector, que não dependem apenas das características de construção de um
detector qualquer, mas também da fonte de radiação medida, como também do
meio e da geometria de medição.
A eficiência absoluta portanto, pode ser calculada como a razão entre o
número de sinais registrados pelo número de radiações emitidas pela fonte.
É necessário dizer que entre os fatores que influenciam
preponderantemente na eficiência absoluta de um detector está a distância do
emissor. Assim como minimizar o tempo de radiação, maximizar a distância da
fonte de radiação ajuda a controlar a radiação ionizante sob um objeto ou
pessoa. Seguindo a Lei do Inverso do Quadrado, ao por exemplo dobrarmos a
distância de uma fonte de radiação, há uma diminuição da taxa de exposição
para ¼ da taxa de exposição original. Já se por exemplo reduzimos pela
metade a distância, a exposição aumenta em quatro vezes.
Por isso é possível se blindar da radiação ionizante, pois à medida que a
radiação passa para a matéria, a intensidade da radiação é diminuída.
Além das radiações desse tipo, existe uma radiação cósmica chamada
Radiação Cósmica de Fundo em Micro-Ondas, cuja detecção se deu
acidentalmente em 1964 pelos rádio-astrônomos Arno Allan Penzias e Robert
Woodrow Wilson, dos Bell Laboratories, que reforçou a teoria do Big Bang, já
que esse tipo de radiação é um sinal eletromagnético proveniente das regiões

14
mais distantes e iniciais do Universo e vem em todas direções do céu, e
preenche todo o universo, cujo espectro é o de um corpo negro a uma
temperatura de 2,725 kelvin. Ela tem uma freqüência de pico de 160,4 GHz, o
que corresponde a um comprimento de onda de 1,9 mm. Ela é isotrópica até
uma parte em 100 000. As variações de seu valor eficaz são de somente 18
µK. O ​Far-Infrared Absolute Spectrophotometer (FIRAS),​ um instrumento no
satélite ​COsmic Background Explorer (COBE) da NASA, mediu7
cuidadosamente o espectro da radiação cósmica de fundo, o que o tornou a
medida mais precisa de um espectro de corpo negro de todos os tempos. O
ruído provocado por essa radiação está presente em cerca de 1% no
funcionamento dos nossos aparelhos elétricos. Este ruído pode ser
compreendido como um "fóssil" de uma época em que o universo era muito
novo.

7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_c%C3%B3smica_de_fundo_em_micro-ondas

15
2 OBJETIVO
Os objetivos desta segunda prática experimental são, na primeira parte,
obter e compreender a curva característica do contador Geiger-Müller a partir
​ Co; na segunda parte, realizar medidas de radiação de fundo
da atividade do 60​
​ Tl.; e por fim na terceira parte, verificar a dependência da radiação do
e do 204​
90​
Sr com a distância.

16
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Os materiais utilizados para a atividade foram:
- Contador Geiger-Müller;
- Eletrônica para registro de contagens;
- ​ Co, 204​
Amostras radioativas de 60​ ​ Tl e 90​
​ Sr;
- Suporte-prateleira com 10 prateleiras para as amostras
radioativas, com distância entre as prateleiras de 1 cm;
- Régua.

Primeira parte
Nesta primeira parte, o objetivo era o de obter a curva característica do
contador Geiger-Müller (GM). Para isso, com o conjunto GM já montado,
​ Co a uma distância de 3 cm da área do tubo do
inserimos a amostra de 60​
contador GM. Esta amostra fabricada em Dezembro de 2006, tem a atividade
de radionuclídeos de 1 µCi, com o tempo de meia vida de 5,27 anos, ou seja, a
amostra decaiu dois tempos de meia vida, contendo ¼ da taxa inicial de
radiação.
Em seguida, ligaram-se a eletrônica e aplicaram-se uma DDP,
inicialmente a 100 V, pois não sabíamos qual seria a tensão que o contador
GM registraria a atividade radioativa. Variaram-se a tensão até o valor de 680
V, valor este que a eletrônica começou a captar a atividade da amostra. A partir
deste valor, variaram-se a DDP em 20 V até cerca de 960 V. Para cada valor
de DDP não nulo, registraram-se três contagens de meio minuto cada no GM e
tiraram-se a média dos valores da atividade pontual da amostra.
Por último, realizaram-se a análise dos dados através de um gráfico das
medidas médias no GM pela DDP e determinaram-se a voltagem de trabalho
do GM.

Segunda parte

17
Nesta segunda parte, o objetivo era o de realizar medidas da radiação de
​ Tl e comparar com os dados obtidos pelos grupos no
fundo e da amostra de 204​
dia da atividade prática. Para isso, com a mesma montagem do conjunto GM,
aplicaram-se a voltagem de trabalho de 960 V, pois esta ainda não tinha sido
determinada na primeira parte. Em seguida ligaram-se a eletrônica sem
nenhuma amostra no suporte-prateleira, de modo que o GM medisse a
atividade da radiação de fundo durante um minuto. Repetiram-se o processo
mais duas vezes e calcularam-se o valor médio da atividade da radiação de
fundo.
​ Tl no nível mais
Em seguida inseriram-se a amostra radioativa de 204​
próximo ao tubo do GM, a uma distância de 1 cm da janelo do GM e
determinaram-se a contagem por um minuto durante três vezes, para então
calcular o valor médio de atividade. Esta amostra também fabricada em
​ Co, de 1
Dezembro de 2006, tem a mesma atividade de radionuclídeos do 60​
µCi, mas com o tempo de meia vida diferente, de 3,78 anos, ou seja, a amostra
decaiu três tempos de meia vida, contendo ⅛ da taxa inicial de radiação.

Terceira parte
Nesta terceira e última parte, o objetivo era o de analisar a dependência
​ Sr e a distância da mesma em
da atividade da radiação da amostra de 90​
relação a janela do tubo do GM. Para isso, utilizaram-se a mesma montagem
do conjunto GM e aplicaram-se a voltagem de trabalho de 960 V. Em seguida
​ Sr no nível mais alto do suporte, e realizaram-se a
inseriram-se a amostra de 90​
medida da contagem três vezes para o cálculo do valor médio da atividade
para a primeira distância de 1 cm, então repetiram-se o mesmo procedimento
para as distâncias subsequentes de 2 cm até 10 cm, sendo a distância máxima
até a janela do tubo do contador GM. Esta amostra também fabricada em
Dezembro de 2006, tem a atividade de radionuclídeos de 0,1 µCi, com o tempo
de meia vida diferente, de 28,8 anos, ou seja, a amostra total ainda não decaiu
pela metade, contendo então uma taxa próxima de 1 de radiação.

18
Ao final, realizaram-se a análise dos dados através de um gráfico das
medidas médias no GM pela distância e obtiveram-se uma dependência entre
essas grandezas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Abaixo segue os resultados obtidos nas três partes, com tabelas e
gráficos, e uma sucinta discussão.
Primeira parte
Abaixo segue a tabela 1 com os dados obtidos de tensão e atividade
radioativa.
​ Co
Tabela 1: DDP e atividade radioativa da amostra de 60​
DDP em V Contagem/30s Contagem/30s Contagem/30s média da Contagem/30s
100 0 0 0 0
200 0 0 0 0
300 0 0 0 0
400 0 0 0 0
500 0 0 0 0
600 0 0 0 0
680 102 122 133 119,0
700 101 109 135 115,0
720 142 139 120 133,7
740 146 128 125 133,0
760 136 162 127 141,7
780 130 147 136 137,7
800 155 175 137 155,7
820 164 165 175 168,0
840 167 143 167 159,0
860 158 175 146 159,7
880 155 148 178 160,3
900 165 186 177 176,0
920 168 171 169 169,3
940 185 188 186 186,3
960 157 174 159 163,3

19
É perceptível que a partir para valores inferiores de tensão, o GM não
registrou nenhuma atividade. Esta é uma característica do GM, que atua com
regiões de DDP limitada.
Abaixo segue o gráfico 1 da contagem pelo tempo da média das atividade
​ Co pela DDP.
do 60​

Através do gráfico 1, é possível visualizar a semelhança no


comportamento dos dados obtidos com a região do GM na curva característica
do detector em função da tensão aplicada ao gás dado na literatura8, pois a
região do GM é onde se produz uma avalanche de pares elétron-íon. E com o
aumento da DDP, há o aumento da energia dos elétrons ionizados,
aumentando a capacidade de excitar ou ionizar outros átomos, produzindo
mais elétrons livres, e consequentemente uma maior captação da atividade
radioativa da amostra.

Segunda parte

http://shtservicos.com.br/Boletim%20T%C3%A9cnico/Detectores%20de%20Radia%C3%A7%C3%A3o%20Ion
izantes.pdf

20
Abaixo segue as tabelas com os valores de radiação de fundo e das
amostras radioativas obtidas pelo grupo e comparada com os dados obtidos
pela sala.

Tabela 2: Radiação de fundo para DDP de 960 obtidos experimentalmente


Média da
DDP em V Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s
960 45 49 48 47,3

Tabela 2.1: Radiação de fundo para DDP de 940 obtidos pelo grupo 1
Média da
DDP em V Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s
940 36 36 48 41

Tabela 2.2: Radiação de fundo para DDP de 920 obtidos pelo grupo 2
Média da
DDP em V Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s
920 49 43 44 45

Mesmo que a DDP tenha variado em torno de 40 V, a média da contagem


dos três grupos estão próximas, com uma diferença que evidencia o caráter
probabilístico de medição da atividade radioativa.
Abaixo segue as tabelas das amostras radioativas dos três grupos.

​ Tl para DDP de 960 obtidos experimentalmente.


Tabela 3: Radiação do 204​
Média da
DDP em V Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s
960 3926 3773 3758 3819

​ Sr para DDP de 940 obtidos pelo grupo 1.


Tabela 3.1: Radiação do 90​
Média da
DDP em V Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s
940 11166 11101 11146 11138

21
​ Tl para DDP de 920 obtidos experimentalmente pelo grupo 2.
Tabela 3: Radiação do 204​
Média da
DDP em V Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s
920 2271 2232 2290 2264

É evidente a diferença na média das contagens pelos grupos por conta


dos diferentes tipos de amostra radioativa. Quando comparam-se os dados
obtidos experimentalmente da tabela 3 com os dados obtidos pelo grupo 2 da
​ Tl foi utilizado, com
tabela 3.2, a mesma amostra radioativa radioativa de 204​
uma divergência de 40 V. Houve uma diferença de aproximadamente 1600
contagem média por 60 segundos, o que pode demonstrar uma relação com o
comportamento da curva característica na região do GM, em que para valores
maiores de tensão, maior será a atividade da amostra, como comprovado pelos
dados obtidos da tabela 3.

Terceira parte
Abaixo segue a tabela 4 e o gráfico 2 dos valores médios das medidas
​ Sr pela variação da distância.
obtidas da atividade do 90​

​ Sr pela variação da distância


Tabela 4: Atividade radioativa do 90​
Distância em cm Contagem/60s Contagem/60s Contagem/60s Média da Contagem/60s
1 12251 12174 12179 12201,3
2 6954 6886 6952 6930,7
3 4474 4290 4292 4352,0
4 2908 2912 2960 2926,7
5 2166 2155 2174 2165,0
6 1569 1600 1578 1582,3
7 1313 1302 1269 1294,7
8 1086 1039 1015 1046,7
9 931 967 940 946,0
10 766 691 763 740,0

22
Ao analisar o gráfico 2, é possível comparar com gráficos de contagens
pela distância na literatura9 e verificar que os dados experimentais obedecem a
mesma relação, de que quanto maior for a distância da amostra radioativa com
a janela do tubo do GM, menor será a atividade radioativa captada pelo GM,
demonstrando uma certa dependência entre a distância e a atividade da
amostra, que também não é pontual.

9
​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172016000400601

23
5 CONCLUSÃO
A partir da atividade experimental, nós estudantes pudemos ter na prática
o contato com amostras radioativas e com detectores de gás, como o contador
Geiger-Müller, como também conhecer o funcionamento do mesmo, e saber
quantificar e qualificar uma amostra radioativa a partir do manuseio do GM. A
partir do comportamento da região do GM na curva característica do detector
em função da tensão aplicada ao gás obtido na prática, o grupo pôde
quantitativamente e qualitativamente analisar a relação entre a atividade da
amostra radioativa pela diferença de potencial.
O uso do GM permitiu ainda compreender de forma empírica a radiação
de fundo a partir da atividade medida pelo GM.
Ao visualizar na prática a dependência da atividade da amostra radioativa
pela distância, o grupo pôde perceber que esta relação depende de vários
fatores, entre eles o fato de nossa fonte não ser pontual, a diminuição do
ângulo sólido de detecção e o retroespalhamento por objetos da vizinhança.
E uma única crítica ao uso do GM, é que por conta de suas
características, não é possível visualizar as energias das radiações, apenas
detectar a presença de atividade radioativa e medir a intensidade da radiação.
Para uma futura aplicação ao ensino médio, utilizaríamos o artigo
Estatística de contagem com a plataforma Arduino10.

10
​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172016000400601

24
6 REFERÊNCIAS
MOREIRA, Marco Antonio. ​Partícula e Interações. Física na Escola​, [S.
l.], ano 2004, v. 5, n. 2, p. 1-10, 2004. Disponível em:
<​http://www1.fisica.org.br/fne/phocadownload/Vol05-Num2/v5n1a033.pdf​>.
Acesso em: 1 set. 2019.
BELANCON, Marcos Paulo. ​O ensino do spin: uma abordagem
integrada a tecnologia e a sociedade​. Rev. Bras. Ensino Fís., São Paulo , v.
40, n. 4, e5402, 2018 . Disponível em
<​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-1117201800040
0601&lng=pt&nrm=iso​>. acessos em 01 set. 2019. Epub 07-Maio-2018.
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PALANDI, Joecir et al. ​Física Nuclear: GRUPO DE ENSINO DE FÍSICA​.
Universidade Federal de Santa Maria: [s. n.], 2010.
Disponível em: <​http://coral.ufsm.br/gef/arquivos/fisinuc.pdf​.> Acesso em:
1 set. 2019.
MARTINS, Roberto de Andrade. ​A Descoberta dos Raios X: O Primeiro
Comunicado de Röntgen​. Rev. Bras. Ensino Fís. , São Paulo, ano 1998, v.
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<​http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v20_373.pdf​>. Acesso em: 1 set. 2019.
MAZZILLI, Barbara Paci et al. ​Radioatividade no meio ambiente e
avaliação de impacto radiológico ambiental​. IPEN, 2010. Pós-Graduação
Acadêmica Programa de Tecnologia Nuclear. Disponível em:
<​https://www.ipen.br/portal_por/conteudo/posgraduacao/arquivos/20110331102
6310-Apostila%20TNA-5754%20abr-2011.pdf​>. Acesso em: 1 set. 2019.
TAUHATA, Luiz et al (org.). ​RADIOPROTEÇÃO E DOSIMETRIA:
FUNDAMENTOS​. 10. ed. rev. Rio de Janeiro: IRD/CNEN, 2014. 372 p. v. 1.
ISBN 978-85-67870-02-1. Disponível em:
<​https://www.passeidireto.com/arquivo/20849069/radioprotecao-e-dosimetria-fu
ndamentos​>. Acesso em: 1 set. 2019.

25
OKUNO, Emico; YOSHIMURA, Elisabeth Mateus. ​Física das Radiações​.
São Paulo: Oficina de textos, 2010. 296 p. ISBN 978-85-7975-005-2. 1 Pen
drive.
Detectores de Radiação Ionizante​. Universidade Federal de São Paulo.
Disponível em:
<​http://shtservicos.com.br/Boletim%20Técnico/Detectores%20de%20Radiação
%20Ionizantes.pdf​>. Acesso em: 13 nov. 2019.

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