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Mirella Raquel
Parpinelle
Diretora Executiva
da Lopes Consultoria
de Imóveis
Lucro concreto
dez | jan 2020 nº 41 R$ 28,00
3 Tipo de 145m2 desempenho na sala e e vagas para Life-Fitness pedestre e veículos, closet.
suítes
3 suítes acústico e térmico, caixilhos automóveis by Adriano cft externo e
e brises móveis piso-teto. elétricos. Bastos. elevadores com
que controlam controle de acesso
insolação e dão por biometria.
145 m2 privacidade.
Pé-direito duplo
2 ou 3 vagas INTERMEDIAÇÃO CONSTRUÇÃO REALIZAÇÃO
Central de Atendimento Bossa Nova Sotheby’s International Realty: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.027. CRECI 27212-J. Tel.: (11) 3061-0000.
Central de Atendimento Fernandez Mera: Avenida Brigadeiro Luis Antonio, 4.910 - Jardim Paulista, São Paulo/SP. CRECI 22.061-J. Tel.: (11) 3066-1005.
Projeto aprovado pela Prefeitura de São Paulo sob Alvará nº 2019-03580-00. Registro de Incorporação R.2,
Matrícula 70.510 do 4º Registro de Imóveis de São Paulo em 30/07/2019.
e d i to r i a l
Quatro executivos. Quatro histórias bem diferentes, contadas nesta THE PRESIDENT. Mirella Raquel
Parpinelle, diretora da Lopes Consultoria de Imóveis, a maior imobiliária do país, tem origem modesta.
Morava na Cohab do Grajaú, na periferia de São Paulo. Entrou na Lopes em 1990, como corretora asso-
ciada. Demorou seis meses para fazer a primeira venda. Viveu momentos difíceis. Aos 25, era gerente
de vendas. Aos 28, diretora. Aos 50 anos, workaholic assumida, celebra incríveis 81% de aumento nas
vendas da empresa em São Paulo em 2019.
Patrice Lucas, presidente do Groupe PSA (fabricante dos automóveis Citroën e Peugeot) para o Brasil
e América Latina, grupo com atuação em 160 países, nasceu em uma família de classe média na França.
Os pais tinham um pequeno mercado. Na infância, preferia jogar bola a frequentar as aulas. Ainda antes
de entrar na faculdade de engenharia notou que jamais seria um Zidane. Dedicou-se aos estudos com
afinco. Abriu a cabeça numa viagem aos Estados Unidos. Tornou-se um cidadão do mundo. Galgou po-
sições cada vez mais altas na indústria automobilística, incluindo uma feliz passagem pelo México. Aos
53 anos, à beira de completar dois anos no cargo, investe alto no mercado brasileiro.
Guilherme Gregori, CEO da incorporadora e construtora Paes & Gregori, é economista em uma em-
presa de engenheiros e arquitetos com mais de duas décadas de prestígio. Formado pelo Insper, traba-
lhou no mercado financeiro com fusões e aquisições, antes de abraçar os negócios da família. Chamado
pelo pai a juntar-se à construtora, aprofundou-se nas questões imobiliárias a ponto de hoje, com apenas
33 anos, estar à frente da empresa, para a qual prevê, no ano que vem, R$ 500 milhões em lançamentos.
Francisco Costa Neto, CEO da Aviva, braço de turismo do grupo Algar, é herdeiro de uma holding
iniciada ainda nos anos 1930. Mas preparou-se ferreamente para assumir os negócios. Formou-se em
administração de empresas pela Universidade de Vermont e trabalhou no Banco Garantia. Trilhou um
caminho seguro até comandar a Aviva. Aos 51 anos, é o responsável por destinos turísticos do porte do
Rio Quente Resorts e Costa do Sauípe, que, juntos, somam 2.700 apartamentos e 2,2 milhões de hóspe-
des por ano. Ele avisa: até 2025, investirá R$ 1,4 bilhão nos dois empreendimentos.
De fato, quatro executivos bem diferentes. Mas com algo em comum: o otimismo com relação à eco-
nomia brasileira em 2020. Tomara estejam cobertos de razão. A você, caro leitor – e a eles – nossos votos
de Boas Festas. E de um ótimo 2020.
Boa leitura.
42 | | DEZ.2019
expediente
the president Publicação Da custom eDitora Nº 41
PUBLISHERS
André Cheron e Fernando Paiva
44 | | DEZ.2019
sumário
dezembro 2019 | janeiro 2020
86 152 154
46 | | DEZ.2019
co l a b o r a d o r e s São Paulo | Presidente Prudente
48 | | DEZ.2019
© acErvo pEssoal | © bruno marçal
co l a b o r a d o r e s
50 | | DEZ.2019
© acErvo pEssoal
luxo
Por r aPhael calles
A Montblanc, conhecida por sua forte presença no universo nato vermelho, a mala de bordo conta PARCEIROS
das canetas, relógios e artigos de couro, engaja-se, mais uma com detalhes de couro da mesma cor e Malas e canetas:
vez, na luta contra a aids. De novo, em parceria com a RED, itens pretos. O revestimento interior é a marca alemã
instituição que promove iniciativas em prol dessa causa. Em de tecido cinza e também apresenta se associa à RED
2019 a Montblanc ampliou sua participação no projeto. Agora, nuanças vermelhas. As rodas da mala,
duas coleções de produtos têm parte de seus rendimentos re- posicionadas de modo estratégico, per-
vertida para prevenção e tratamento da aids. mitem um melhor aproveitamento do
A primeira delas é a linha de canetas Montblanc RED. O cor- espaço interno.
po de cada peça é revestido de paládio e níquel escovado. Um Cada produto da linha RED produzido
revestimento de laca vermelha aparece na parte frontal da ca- pela Montblanc reverte para a causa da
neta, colorindo a parceria. A pena também apresenta a inscri- instituição. A ajuda supre cerca de 25 dias
ção. Outros detalhes reforçam a participação. O ato de fechar a de medicamentos a portadores do HIV. A
tampa é suave, uma vez que um sistema de ímã faz com que ela verba é diretamente depositada pela
esteja sempre na posição correta. marca alemã no Fundo Global de Comba-
A linha de malas da maison, por sua vez, acaba de integrar a te a Aids, Tuberculose e Malária.
causa. Tem estética similar. Com revestimento de policarbo- montblanc.com
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L A NÇ AMENTO
tem po
por r aphael calles SEU INVESTIMENTO NA MELHOR LOCALIZAÇÃO:
A 200 M DO METRÔ PARAÍS0.
A horA dos
/ Studios
poderosos / Offices Studio decorado de 23 m2
Modelo da Rolex com 63 anos de história ganha
versão com mostrador azul e detalhes de diamantes / Consultórios
/ 1 e 2 dorms.
Há 63 anos o mercado ganhava uma peça para fazer
história: Rolex Day-Date, primeiro relógio a apresen-
tar no mostrador o dia da semana por extenso, com a
função de alteração instantânea dos dados. Ainda
hoje, a peça impressiona. Ela é produzida apenas com
metais preciosos: ouro amarelo, branco ou Everose 18
quilates, ou platina 950. O modelo, adquirido por
personalidades de peso, políticos e líderes mundiais,
parece predestinado. É imediatamente reconhecível
por sua pulseira, chamada de Presidente. Mensais
Disponível em 36 e 40 mm de diâmetro, o mode- a partir de
950
lo não deixa a masculinidade de lado, mesmo com o
R$ ,00*
tamanho mais diminuto e diamantes aplicados a seu
mostrador – que, aliás, reforçam ainda mais o papel
imponente. A versão com mostrador azul, novidade
de 2019, tem oito diamantes inseridos em engastes
de ouro 18 quilates e outros dois em lapidação ba-
guete, marcando as 6 e 9 horas. A posição de 12 horas
é reservada para o dia da semana (que pode ser apre-
sentado em uma variedade de idiomas além do in-
glês e do francês), enquanto a das 3 horas apresenta
o dia, ampliado pela lente Cyclops, uma caracterís-
Perspectiva artística do coworking Perspectiva artística da OMO Lavanderia Compartilhada
tica da maison em alguns modelos.
A precisão é assegurada pelo movimento de corda
automática 3255, que garante absoluta pontualida-
de. Isto significa um atraso duas vezes menor que o
// A poucos passos da Av. Paulista // Saída imediata para a Av. 23 de Maio // Conexão com a Paulista e o Ibirapuera //
assegurado pelo Controle Oficial de Cronômetros
PRECISão Suíços, o COSC, sobre o relógio já finalizado. Tudo
Modelo histórico, isso abrigado por uma caixa e pulseira elaborados em VISITE OS DECORADOS Intermediação: Incorporação e Intermediação:
o Rolex Day-Date ouro branco, com a simbólica moldura canelada e Rua Correia Dias, 93 - Paraíso
025999 J
garante total uma resistência a até 100 metros sob a água. INSIRA SPCODE NO SEU APLICATIVO DE MAPAS
Central de Atendimento LPS São Paulo Consultoria de Imóveis Ltda. Rua Estados Unidos, 1.971 - Jardim América, São Paulo-SP. CEP: 01427-002. Tel.: (11) 3067-0000. Diariamente, até as 24h, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Creci: J-24073. Central
de Atendimento da Setin Vendas Rua Helena, 235, 9º andar - Vila Olímpia - CEP: 04552-050 - Tel.: (11) 3041-9222 - São Paulo-SP. Diariamente, até as 21h, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Creci: J 2599-9. Registro de Incorporação R. 02, Matrícula
nº 125.515, do 1º Cartório do Registro de Imóveis de São Paulo-SP, em 08/10/2019. *Parcelas mensais referentes à unidade 409. O fluxo de pagamento completo contempla parcela no ato de R$ 11.820, parcelas de 30/60/90 dias de R$ 11.820, 30 parcelas mensais
de R$ 950,00, sendo a 1ª em 03/2020, 2 parcelas anuais de R$ 11.440, sendo a 1ª em 10/2020, parcela única de R$ 26.690 em 09/2022 e parcela de financiamento de R$ 247.190, somando um total de R$ 377.020. Todas as parcelas serão corrigidas pelo
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INCC/DI. Preço válido para o mês de novembro de 2019. Consulte disponibilidade. Os acessórios de produção ou equipamentos e materiais de uso cotidiano, como talheres, copos, vasos, bancada, grill, toalhas etc., são apenas elementos de decoração e não fazem
parte do contrato de aquisição. Móveis, revestimentos de piso e parede, forro de gesso, sancas, luminárias, painéis, armários etc. são meramente ilustrativos e não fazem parte do contrato de aquisição. A vegetação que aparece nas imagens está com porte adulto.
Qualquer venda estará sujeita ao pagamento do valor correspondente à intermediação imobiliária e as respectivas comissões decorrentes deverão ser descontadas do preço de venda constante na proposta a ser assinada pelo comprador. Imagem meramente ilustrativa.
Em parceira com Porsche
Nova er a
Potente, econômico e inovador,
novo Cayenne E-Hybrid é o
trunfo da Porsche para ganhar
mercado e marcar época
S
e alguém te falou que a eletrificação é o futu-
ro, pode ter certeza de que essa pessoa já está
no retrovisor da história. A energia limpa é a
realidade do presente. Na Alemanha, a deter-
minação é encerrar as vendas de veículos a combus-
tão em 2030. Com esse objetivo pregado na parede, a
Porsche está escalando suas mentes mais brilhantes
para diminuir cada vez mais a emissão de poluentes.
Para esse jogo, no qual ambiente e indústria precisam
ganhar, a marca tem um curinga na manga: o novo
Cayenne E-Hybrid. performance que ele proporciona. Outro ponto importante é a Ao perguntarmos para alguém que deseja ter um carro Modelo combina dois motores:
Este SUV da marca alemã não decepciona em ne- tecnologia Sport Response (Resposta Esportiva), que veio di- elétrico, provavelmente dez entre dez entrevistados vão se V6 de 340 cv a combustão e um elétrico de 136 cv
nhum quesito. Desempenho é o primeiro deles. O retamente do 918 Spyder. Isto significa que este novo Cayenne preocupar com onde poderão carregar o carro fora de casa.
veículo combina a potência de dois motores. Um de- herdou recursos de um supercarro. Não por acaso, ele responde A Porsche está atenta a isso e resolveu investir pesado. Am-
les é movido a gasolina (V6 de 340 cv) e outro elétrico bem ao acelerador, sem perder o conforto e a estabilidade. pliou a rede de carregadores para 32 pontos instalados em
(136 cv). No final das contas, 462 cv empurram esse O novo modelo também ampliou a gama de recursos tecno- sete estados brasileiros. Eles estão localizados em shoppings,
utilitário esportivo. Na propulsão híbrida, o carro vai lógicos à disposição do usuário. É o primeiro Porsche a ter um marinas, hotéis e clubes. São lugares como o Shopping Igua-
de 0 a 100 km/h em 5,0 segundos e alcança velocida- head-up display, função que projeta informações no para-brisa, temi, o hotel Sofitel Jequitimar Guarujá, Shopping Leblon e a
de máxima de 253 km/h. Ao optar por usar somente o bem na linha de visão do condutor. Outro destaque é o Porsche Marina Itajaí. Confira a lista completa dos locais de carrega-
motor elétrico, o carro pode alcançar 135 km/h e sua InnoDrive, um copiloto digital que controla a velocidade de cru- mento no site: porsche-eperformance.com.br
bateria tem autonomia de 44 quilômetros. zeiro do veículo. Essa iniciativa da divisão E-Performance prepara o terreno
Porém, é a combinação dos dois motores que faz a para a chegada ao Brasil do Taycan, o primeiro veículo 100%
graça da sua direção. Da direção puramente elétrica Infraestrutura de carregamento elétrico da Porsche. Tudo o que você conhece sobre carros
à superesportiva, o motorista pode escolher variáveis O novo Cayenne E-Hybrid é um veículo para ser carregado elétricos vai mudar quando conhecê-lo. É a nova geração dos
que o fazem desfrutar deste utilitário com pegada de na energia. Os carregadores têm potência de 11kW e atendem supercarros elétricos. Vai valer a pena esperar 2020 chegar.
esportivo e consumo mínimo de combustível. Esta- híbridos plug-in e 100% elétricos da Porsche. O tempo de car-
mos falando do pacote Sport Chrono e os ganhos de regamento pode variar de acordo com o modelo. porsche.com/br
Em parcEira com LExus
Eficiência
É O Ú N IC O H Í BR I D O DA S UA C AT E G OR I A.
E S T E C RO S S OV E R A L I A A LTA T E C NOL O GI A
E E C ONOM I A DE C OM BUS T Í V E L
A
Lexus está sempre um passo à frente. elétrico de 107 cv, gerando potência combinada
Será a primeira montadora do Brasil de 181 cv. De acordo com o INMETRO, o Lexus
com um line-up 100% híbrido. UX 250h registra 16,7 km/l na cidade e 14,7 km/l
Neste cenário, o UX 250h chega em rodovia. No entanto, conforme publicações
para mexer com o segmento. O modelo é o único especializadas, o modelo chega a fazer 20,5 km/l
crossover de luxo a oferecer motorização exclusi- em ciclo urbano e 18,1 km/l em estradas.
vamente híbrida em todas as versões, inclusive No interior, o motorista conta com excelente
na configuração de entrada. posição de direção e tem fácil acesso a todos os re-
Tudo nasceu da Yet Philosophy, abordagem ino- cursos do painel.
vadora da Lexus que une coisas que, em um primeiro A tela central de 10.3 polegadas controla todas as
momento, parecem não combinar. Um exemplo está funções do crossover. Já o head up display, disponível Nova marca
no formato da lanterna traseira, que auxilia na aero- na versão F-Sport, projeta no para-brisa informa- registrada da Lexus,
dinâmica. Vale dizer que essa lanterna conta com 120 ções de velocidade, navegação e áudio. O veículo lanterna traseira
lâmpadas de LED com projeção de luz noturna cen- tem ainda oito airbags, além de garantia de quatro tem sequência
tralizada. E é a nova marca registrada da montadora. anos (e mais quatro anos para o sistema híbrido). de 120 LEDs
O UX 250h tem o sistema Lexus Hybrid Drive, Os valores das primeiras revisões são fixos. Aliás, a
que combina dois motores (gasolina e elétrico). De soma das primeiras cinco é a mais baixa da catego-
acordo com a Lexus, esse conceito tem quatro pi- ria até R$ 200 mil.
lares: proporcionar direção dinâmica e envolven- O UX 250h é mais um fruto da estratégia do Ex-
te, maximizar a eficiência de combustível, gerar perience Amazing da montadora. Essa assinatura
emissões limpas e ser silencioso. vai além do conceito do luxo. Eleva o nível de ex-
Tudo é cumprido à risca. O modelo apresen- celência que o cliente sempre espera.
ta um motor a gasolina de 2.0 de 145 cv e outro lexus.com.br
m oto r
Valentia
renovada
O Suzuki Jimny Sierra ganha novo motor, câmbio
automático e muitos itens de conforto, mas mantém
a mesma robustez e agilidade que fizeram dele
um verdadeiro ícone do fora de estrada
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O Jimny ganhou um inédito
motor 1.5 aspirado, com bloco
de alumínio, 108 cavalos de
potência e 14,1 kgfm de torque.
Outra boa novidade é
a transmissão automática
Coração novo
D
ebaixo do capô está um inédito motor
1.5 aspirado, com bloco de alumínio e
duplo comando variável de válvulas, de
108 cavalos de potência e 14,1 kgfm de torque.
Outra boa nova é a transmissão automática, que
se junta à opção de caixa manual de cinco velo-
cidades. E, claro, o Jimny Sierra conta com tra-
ção integral, selecionada por meio da alavanca
no console central, com opção de reduzida.
A função LSD detecta quando duas rodas
perdem contato com o solo em diagonal, dire-
cionando o torque para as rodas do lado oposto,
Parrudo Beleza interior Play e AndroidAuto. O volante mul-
N
situação comum no off-road extremo. Ele ainda
A capacidade de o interior, que lança mão de materiais resisten- tifuncional revestido de couro abriga
conta com controle de estabilidade, assisten-
vencer obstáculos tes a riscos e fáceis de limpar, o console central os comandos do piloto automático,
te de partida em rampas e também o assistente
do Jimny Sierra é possui longas linhas horizontais – que servem de limitador de velocidade e áudio. Ar-
de descida. O baixo peso (1.095 kg) facilita a
impressionante. referência para o motorista reconhecer o ângulo do veí- -condicionado digital e câmera de
transposição de terrenos arenosos ou lamacen-
Basta ver a foto culo em terrenos acidentados. E, para facilitar o acesso ré são outras facilidades presentes.
tos – além de economizar combustível.
ao lado. No nessas situações extremas, todos os comandos estão po- Por fim, os bancos estão mais largos
O chassi Heavy Duty ganhou três barras
interior, materiais sicionados em pontos estratégicos, enquanto o painel de e ganharam maior poder de absorção
transversais – duas em "X", perto do eixo dian-
resistentes a instrumentos oferece máxima visibilidade mesmo sob sol de impactos, além de maior curso
teiro e outra pouco antes do traseiro – e a ri-
riscos e sistema forte ou na penumbra da floresta. nos trilhos, ajudando os mais altos
gidez torcional aumentou em 50%. O modelo
multimídia JBL, O espírito fora de estrada não dispensa uma boa música, a encontrarem uma melhor posição
manteve os 3,64 metros de comprimento e 2,52
com tela de certo? Por isso, o Jimny Sierra conta com sistema multi- de dirigir.
metros de entre-eixos, mas cresceu 2 cm em al-
7 polegadas mídia JBL, com tela touch de 7 polegadas, além de Car- suzukiveiculos.com.br
tura e ficou 2,5 cm mais largo.
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H OSPITA LIDADE
P o r f e r n a n d o pa i va
diversão em família
Para o Martinhal Family Resorts, pais e filhos devem aproveitar ao máximo o tempo passado juntos. E separados também
Conhecido no mercado hoteleiro português há uma década, permite a reserva antecipada de itens como carrinhos, ba-
o casal Chitra e Roman Stern, fundador do The Elegant nheiras e berços. As crianças de 2 a 5 anos dispõem do Rapo- lazer em
Group, é detentor da marca Martinhal Family Resorts. Pais de sinhos Kids Club. Dos 6 aos 9, do Fox Club. E, para os adoles- conjunto
quatro filhos entre as idades de 8 e 17 anos, Chitra e Roman centes, há o Blue Room, sala de jogos superequipada. Ao lado, pai e
chegaram a Portugal em 2001. E se orgulham da palavra “Fa- A programação de lazer busca a interação entre filhos e filho jogam bola
mily” em todos os seus empreendimentos, já que se especia- pais. A diferença é que estes últimos também possam apro- na Quinta da
lizaram em receber famílias de um modo muito especial. Sua veitar as férias – jogando tênis ou golfe, ou relaxando no spa Lagoa. Abaixo,
filosofia é simples: pais e filhos devem aproveitar ao máximo local, o Finisterra. A alta gastronomia está presente no res- a piscina do
o tempo passado juntos. E separados também. O grupo tem taurante O Terraço, perfeito para um jantar romântico. Já o Martinhal em
hoje um portfólio de quatro hotéis e resorts. Eles se dividem restaurante As Dunas, com um cardápio especializado em Sagres
entre Sagres e a Quinta do Lago, na região litorânea do Algar- pescado e frutos do mar, oferece uma vista inesquecível do
ve; em Cascais, na chamada Riviera Portuguesa; e no histó- Atlântico. A turma que gosta de esportes aquáticos (mergu-
rico bairro do Chiado, no centro de Lisboa. lho, surfe ou bodyboarding) vai encontrá-los ali mesmo, ao
redor do resort, no Parque Natural e na baía do Martinhal.
MARTINHAL SAGRES BEACH
FAMILY RESORT MARTINHAL QUINTA
Primeiro projeto do The Elegant Group, ele foi inaugurado FAMILY GOLF RESORT
em 2010. São 38 quartos e 150 village houses abençoados por Na região da Quinta da Lagoa, célebre por seus campos de
uma vista cinematográfica do Atlântico. Esse resort 5 estre- golfe, restaurantes estrelados do guia Michelin e belíssimas
las leva a assinatura do arquiteto inglês Matthew Wood, do praias, fica esse empreendimento que adota o conceito de
festejado escritório londrino Conran&Partners, que priori- Vila Resort: casas de dois a cinco quartos, todas com piscinas
zou a natureza. O designer londrino Michael Sodeau proje- privativas e jardins privados. Uma delícia para a família toda
tou os interiores, com uma proposta minimalista de luxo passar as férias. As crianças contam com os mesmos serviços
confortável. Para isso, materiais da região, como o vime, a do Martinhal Sagres.
cortiça, a pedra da serra de Monchique e a fibra de palmei- O mercado Deli & Bake, loja de conveniência com produtos
ras, foram utilizados nos revestimentos e nos móveis, cria- básicos para o dia a dia, com enorme variedade de legumes e
dos por artesãos portugueses. frutas, produtos delicatessen de alta qualidade, bebidas variadas
O Martinhal Sagres tem até creche, para bebês entre 6 e 23 e todo o tipo de refeições take-away, garante o abastecimento.
meses. Oferece um inédito serviço de baby concierge, que No mais, é aproveitar pra valer as atividades aquáticas
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como stand-up paddle, jet ski, windsurfe, mergulho. Sair para
passear de barco em família, pescar com a molecada. E ainda
visitar o Zoomarine, onde se pode observar focas, golfinhos,
aves tropicais e tubarões. Programão.
MARTINHAL CASCAIS
FAMILY HOTEL
Entre dois campos de golfe, o Quinta da Marinha e o Oitavos
Dunes, fica esse resort 5 estrelas, a apenas meia hora de carro
de Lisboa. Isso permite juntar a vivência da capital portugue-
sa com a história de Sintra, a beleza de Cascais e a paisagem
inesquecível da praia do Guincho.
Projetado pelo renomado arquiteto português João Paciên-
cia em parceria com o paisagista Francisco Cabral, o resort
oferece o restaurante O Terraço – cujo cardápio assinado pelo
chef Alexandre Cláudio apresenta a culinária tradicional lusa
com roupagem contemporânea.
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h ospedag em
por r aphael calles
ESTRATÉGICO
O hotel fica às margens do rio Potomac.
E perto de tudo o que importa
Como um presidente
O admirável prazer de se hospedar no Mandarin Oriental na capital americana
Da janela do quarto veem-se o rio Potomac e os aviões deco- de 3 mil árvores da mesma espécie espalhadas pela cidade em
lando do aeroporto Ronald Reagan. Do lado oposto, o obelis- 1912. É com vista para elas que o Empress Lounge oferece uma
co que homenageia George Washington, o primeiro presi- atmosfera de relaxamento regada a coquetéis e vinhos, ou
dente americano. Aos seus pés, a capital dos Estados Unidos, mesmo um clássico chá da tarde, servido de sexta a domingo
Washington, D.C. O Mandarin Oriental é simplesmente um entre 14h30 e 16h30. E, se um aperitivo abre o apetite, um
hotel todo-poderoso no grande centro do poder. Sem esque- Mini Sushi Bar comandado pelo chef Minoru Ogawa pode re-
cer que, a poucos passos de distância do hóspede, descorti- ceber até oito convidados à beira do balcão. Mas se a ideia é
na-se o que há de melhor em gastronomia, tratamentos de algo mais elaborado, o novíssimo Amity & Commerce ofere-
beleza, relaxamento ou facilidades para os negócios. ce gastronomia americana contemporânea.
Mas nada de sair da suíte sem antes conferir tudo o que É possível começar o dia disposto – ou terminar, por que
está ao seu alcance. O toque aconchegante já começa na não? – com um bom treino, um banho de piscina, uma deli-
combinação de verde, azul e tons de terra em conjunto com ciosa sauna e um tratamento direto do spa com mais de 3 mil
a movelaria de madeira escura. A tradicional escrivaninha foi metros quadrados. O clima de relaxamento se estende de vol-
substituída por uma mesa redonda de mogno, que desfaz o ta ao quarto, com um banheiro digno de spa, totalmente de
ambiente de trabalho tão logo o computador é guardado. Um mármore e com um providencial sistema de dimmer. Isso per-
filme a sua escolha pode ser exibido na TV Ultra HD de 55 mite transitar do total relaxamento com luz indireta para um
polegadas sob o comando do celular do hóspede. banho de banheira a uma boa iluminação para barbear-se ou
Se a cidade não fosse um imenso atrativo, o hotel poderia acertar na maquiagem. Tudo para encarar o prazer de apreciar
sê-lo por si. Em seu jardim, vicejam as cerejeiras plantadas mais um dia na capital.
pela filha de Yukio Ozaki, o homem que presenteou as mais mandarinoriental.com
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Em parcEria com cVc
Férias
incríveis
em Família
Aproveite momentos
inesquecíveis com a CVC
e o Grupo Aviva
V
ocê merece uma experiência de viagem
inesquecível. E esse privilégio só é possí-
vel com quem entende de viagem. A CVC,
maior operadora de viagens do Brasil, realiza
o sonho de milhões de turistas há 47 anos. Uma de suas
fórmulas de sucesso é ter parceiros de valor em todas as
áreas, como o Grupo Aviva, proprietária de dois destinos
paradisíacos para famílias: a Costa do Sauípe, no norte
da Bahia, e o Rio Quente Resorts, no coração de Goiás.
A CVC e o Grupo Aviva celebram o Brasil juntos,
proporcionando entretenimento de altíssima quali-
dade. Seus clientes vivem grandes aventuras, inte-
ragem com a natureza, praticam mergulho, relaxam
em recantos especiais e degustam o melhor da gastro-
nomia nacional e internacional. Assim, têm acesso a
um cardápio completo para curtir as férias ou apenas
alguns dias de folga.
Com a CVC, você viaja do seu jeito. Pode escolher
um All Inclusive da Bahia, um hotel em um complexo A CVC fornece assistência 24 horas e faz de tudo para lhe
com parque aquático, uma pousada à beira-mar ou garantir uma viagem sensacional. São mais de 1.400 lojas ex-
qualquer outra opção de hospedagem no Brasil ou no clusivas e mais de 6.500 agências de viagens multimarcas cre-
resto do mundo. Pode viajar de avião, carro alugado, denciadas. Você só precisa visitar uma delas ou entrar no site
ônibus ou com o próprio automóvel. Pode adquirir www.cvc.com.br. E a CVC cuida de todo o resto.
seguro-viagem, passeios e ingressos para os parques Acesse, curta e compartilhe.
mais divertidos do mundo. Pode inclusive comprar
um roteiro completo, com tudo de que precisa. cvc.com.br | cvcviagens | @cvcviagens
Brie
(ou Camembert) Que venha
2020
Combina muito bem com
cervejas ácidas como Berliner
Weisse, Saison ou a brasileira
Catharina Sour .
Réveillon vai bem com cerveja.
Aliás, queijo também combina
muito bem com ambos. Resolvemos
fazer uma mesa muito especial com
cervejas artesanais e os melhores
Emmental:
queijos que a Faixa Azul produz no
Suave doçura e teor alcoólico elevado,
Brasil. Tem de todos os tipos e para
como do estilo Pale Ale, harmonizam
todos os gostos.
perfeitamente com este tipo de queijo.
Entre os queijos, apresentamos
as melhores receitas do mundo. Em
cada tradição, o Faixa Azul mostra o
melhor da produção nacional, com
rigor e inspiração. Da França, temos
Brie e Camembert, queijos macios e
de casca branca. O representante da
Itália é o Parmesão Faixa Azul (Forma).
Blue Cheese Com sabor adocicado e boa acidez,
Graduação alcoólica elevada o Emmental leva a bandeira da
ou amargor de cervejas Suíça. O dinamarquês Blue Cheese
mais lupuladas são perfeitas completa o time com toda a sua
combinações para este tipo de intensidade e personalidade.
queijo. Opte, portanto, por uma Todos eles formam boas duplas
Porter ou uma American com cervejas. Confira a nossa mesa
Pale Ale. Você vai gostar. e aproveite bem.
Feliz Ano Novo.
Parmesão forma
Deguste com uma cerveja de aromas
e sabores de torrefação e leve dulçor,
como no estilo Stout.
Finíssima
Nova T V Ol e d da Pa na s on ic t e m m a i s c or e s, a pl ic at i vo s e r e s oluç ão.
T u d o na e spe s s u r a de u m a fol h a de pa pe l
G
uarde este código: TV OLED TC- conjunto de cores. Resultado: uma imagem muito
-65GZ1000B. Essa é a sua porta de mais realista.
entrada para uma imagem de altís- Em relação ao som, a nova TV da Panasonic
sima qualidade. Não só a imagem, é compatível com a tecnologia Dolby Atmos.
mas o som de cinema e a conectividade de que Esse novo recurso permite que o som se propa-
você não abre mão. gue em todas as direções, inclusive para cima.
Estamos falando da nova TV Oled 4K da Pa- Com o perdão do clichê, a sensação é de ter um
nasonic. Disponível em 55 e 65 polegadas, esse cinema em casa.
lançamento da marca japonesa dá um salto de Tudo isso funciona sob o comando de um
qualidade em todos os quesitos quando o assun- processador inteligente HCX PRO. Toda a ex-
to é entretenimento. periência adquirida pela Panasonic ao longo de
A resolução 4K já é bem conhecida. A Pana- décadas está representada nesse cérebro ele-
sonic, no entanto, vai além. Permite tons mais trônico. Ele comanda todos os sistemas e define
profundos de pretos e cores mais precisas. É a qualidade da imagem (cor, brilho e nível de
uma tela a óleo. Uma tela de cinema. Como qui- preto). Para se ter uma ideia da excelência do
ser comparar. Isso significa o mais próximo que produto, a TV recebeu calibragem de especia-
a indústria pode chegar da perfeição da imagem. listas em imagem de Hollywood.
A TV é compatível com o padrão HDR10+. Em Visto de lado, o aparelho mais parece uma folha
outras palavras, o High Dynamic Range permite de papel – de tão fino. É compatível com os aplica-
maior brilho e contraste da imagem. Além disso, tivos mais utilizados (Netflix, Youtube, Amazon) e
trabalha muito bem com os chamados “metada- está pronto para transformar o seu entretenimen-
dos dinâmicos”. Esse termo mais parece que foi to em uma experiência mais real e imersiva.
tirado de um filme de espionagem, mas faz toda
a diferença para o que você vê na tela. Isto porque panasonic.com/br
o padrão HDR10+ permite que cada quadro de um panasonic.br
filme, por exemplo, seja tratado com o seu próprio @panasonicbrasil
©Andres Jasso/unsplash
Explosão de sabores
Prepare pratos únicos e criativos com a Linguiça
Cuscuz paulista de Pimenta Biquinho Seara Gourmet ou o Lombo
com linguiça de Fatiado com Molho Barbecue Seara
Lombo Fatiado pimenta biquinho
com Molho
Receita 2 Receita 2
Barbecue
Lombo com crosta Cuscuz paulista com
Seara GOURMET
de parmesão linguiça de pimenta biquinho
é produzido com
TEMPO 60 minutos I PORÇÕES 3 Tempo 60 minutos I Porções 6 a 8
muito cuidado.
Preparo fácil Preparo fácil
Marinado no vinho
e cozido por
ingredientes ingredientes
3 horas, ele
› 1 Lombo Fatiado com Molho › 1 embalagem de Linguiça de Pimenta
apresenta carne
Barbecue Seara Biquinho Seara Gourmet
macia e suculenta.
› 150 g de queijo tipo parmesão ralado › 1 cebola roxa grande picada
Já vem fatiado e
› 70 g de mozarela ralada › 3 colheres (sopa) de azeite
tem o toque do
› 2 colheres (sopa) de salsinha picada › 2 latas de tomate pelado
molho barbecue.
› 2 colheres (sopa) de farinha › 3 colheres (sopa) de extrato de tomate
de rosca ou panko › 250 g de farinha de milho
› 1 dente de alho picado › 1 xícara (chá) de ervilhas frescas
ou congeladas
Preparo › 2 pimentões coloridos
Asse o lombo conforme as instruções › Sal e pimenta-do-reino a gosto
da embalagem. Enquanto isso, misture › 4 ovos cozidos
os outros ingredientes em uma tigela. › Azeitonas fatiadas
Quando o lombo estiver pronto,
Linguiça retire o plástico, alinhe a carne e cubra Preparo
de Pimenta com a mistura. Volte ao forno em Corte a linguiça em pedaços grandes.
Biquinho temperatura alta por mais 10 minutos Em uma panela grande, refogue no azeite a linguiça
Seara Gourmet para gratinar, ou utilize a função e a cebola picada. Quando a linguiça estiver
Linguiça com grill do forno. dourada, acrescente o tomate pelado e o extrato.
pedaços de Sirva em seguida. Adicione mais uma medida de água, utilizando a
pimenta biquinho própria lata do tomate. Mexa bem e deixe ferver.
e erva doce em Quando levantar fervura, adicione a farinha de
PARA HARMONIZAR
grãos. É uma milho, mexendo sempre. Acrescente as ervilhas
Produzida a partir de malte defumado, a
combinação única e tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto.
cerveja tipo Rauchbier tem um sabor que
para o seu prato Unte uma fôrma grande de pudim ou várias fôrmas
Lombo com crosta lembra carne defumada. Por isso, combina
pequenas com azeite. Decore com pimentão em
de parmesão muito bem com pratos mais encorpados,
especialmente à base de carne de porco.
fatias, azeitona e ovo cortado. Cubra com a massa
do cuscuz e mantenha na geladeira por cerca de 30
minutos ou até firmar. Pode servi-lo frio ou quente.
Em parceria com Som Maior
Toque
de gênio
Som Maior lança marca própria
voltada para automação residencial:
Piero Infinity Control
A
note este nome: Piero Infinity Control.
Esta marca vai dar o que falar no mer-
cado de automação residencial. Não por
acaso, é um lançamento de quem en-
tende do assunto, a Som Maior. Fundada em 1983
pelo engenheiro Luis Assib Zattar, a empresa é pio-
neira na importação das melhores marcas de produ-
tos de áudio e vídeo high end.
A criação da Piero é um impulso para a Som Maior
ganhar ainda mais relevância no segmento. Essa
nova linha produtos irá oferecer soluções completas
de controle para residências, com equipamentos ca-
beados e sem fio.
CONTROLE CENTRAL
Os pequenos smart speakers comandam a
residência, restando ao morador apenas aproveitar
Smart Living
O primeiro passo, enfim, para um mundo de possibilidades proporcio- cena de iluminação de dia e luzes de forma mais com-
nadas pela automação residencial já foi dado. “A automação não é algo fora pleta à noite”, explica Elias. “De madrugada, pode ser
da realidade e nem precisa ser sofisticada”, explica José Roberto Murato- definido que se acenda um caminho. Pode-se ainda
Chegou a hora de dar um banho de tecnologia e transformar sua residência em uma casa inteligente ri, diretor-executivo da Associação Brasileira de Automação Residencial e chegar ao requinte de ligar o ar-condicionado quan-
Predial (Aureside). “Pelo contrário, ela é muito útil e palpável. Tem como do o sensor percebe que passou de 24 graus. E desligá-
função ajudar pessoas em busca de praticidade, segurança e conforto.” -lo meia hora depois de você ir embora.”
U
m velho ditado diz que as paredes têm ouvidos. A frase Casas inteligentes deixaram o status de futuro distante, como A automação, enfim, pode ajudar desde um executivo que viaja muito e A maior parte dos clientes busca automação na
é um conselho para tomar cuidado ao falar em ambien- nos desenhos dos Jetsons, para se tornar uma realidade cada vez quer controlar a temperatura da adega de vinho a um casal com filhos que área social, o que inclui a sala de estar, varanda gour-
tes com um eventual terceiro ouvindo a conversa. No mais próxima. Isso não é uma tendência ditada por um guru, precisa ter certeza se a porta foi travada. E o melhor: o custo está cada dia met, home theater e piscina. “Nada disso funciona
mundo atual, da transformação digital, as paredes, de fato, têm mas uma realidade averiguada por pesquisas. O mercado global mais acessível. “De cinco anos para cá, o preço da automação residencial sem uma boa rede cabeada e wi-fi”, lembra Elias.
ouvidos. Ao pé da letra. Não só as paredes, mas as luminárias, de smart speakers deverá movimentar US$ 31,7 bilhões em 2023. caiu pela metade”, contabiliza Muratori. Com infraestrutura, dá para ligar o som na piscina,
persianas, TVs, cafeteiras, pipoqueiras, geladeiras e, em espe- Mais do quádruplo ante os US$ 7,9 bilhões de 2018, em levanta- A parte de instalação também ficou mais fácil, sem o quebra-quebra e o na varanda, desligar o ar-condicionado, escolher
cial, caixas de som à mercê de assistentes pessoais. Bem-vindo à mento da IHS Markit, provedora de informações. remanejamento de fios do passado. Hoje, há uma série de dispositivos que um filme, acender a luz e por aí vai. Tudo isso pode
era dos smart speakers, famosos graças a nomes como Alexa (da De acordo com o Google, a expectativa é que 327 milhões saem de fábrica prontos para a era da transformação digital. As TVs, por ser feito a um clique no aplicativo do celular e, mui-
Amazon) e Nest Mini (do Google). de lares estejam conectados em um smart speaker ao redor do exemplo. E, quando não, há alternativas como a compra de smart plugs. tas vezes, a partir de um simples comando de voz.
Por meio deles, dá para pedir para escutar uma música, ligar a mundo até 2021. Só nos Estados Unidos, um em cada cinco Explica-se: são tomadas inteligentes, com wi-fi. Hoje, calcula Elias, uma automação residencial na
máquina de café e extrair um expresso, ouvir o noticiário, acen- adultos tem um aparelho assim, segundo pesquisa do Voi- Automação residencial não é um produto para apanhar na prateleira e área social de um apartamento de 150 a 200 metros
der e apagar as luzes, trancar fechaduras, gravar vídeos e cha- cebot.ai. Isso significa que 47,3 milhões dos 252 milhões de acomodar no carrinho de supermercado. Ela é, antes de tudo, personalizá- quadrados custa por volta de R$ 25 mil a R$ 30 mil.
madas de voz, perguntar sobre a previsão do tempo e controlar americanos já abraçaram essa tecnologia que é o pontapé ini- vel. Incorporadoras e construtoras como a Paes & Gregori, de residenciais A casa toda, dependendo do grau de sofisticação do
os muitos dispositivos de uma casa inteligente. cial da automação residencial. voltados ao público de alto poder aquisitivo, já oferecem essa possibilidade projeto, pode chegar a R$ 200 mil. TP
Jantares estrelados
E m pa rc e r i a c om o Guia Mic he lin, pl ata for m a A m e x For Fo odi e s,
Da A m e r ic a n E x pr e s s, promov e e nc on t ro s
c om o s m e l hor e s c he f s d o m u n d o
O
melhor do melhor. Os Associados do restaurante Shizen Barra Nikkei; e Fransua
do cartão American Express estão Robles, do La Picante.
acostumados com isso em todas Nicolás Lopez, do Villanos em Bermudas,
as áreas. Na gastronomia, o ní 15° na lista dos 50 melhores restaurantes,
vel ficou ainda mais elevado e surpreendente. também marcou presença. Ele foi recepcio
Numa parceria com o Guia Michelin, a plataforma nado por Thomas Troigros. Além disso, Ken
AmexForFoodies reuniu chefs em nove jantares Tanaka, do Kinoshita, recebeu Ciro Watana
ao longo de 2019. Seis deles foram realizados em be, do Osaka – o restaurante chileno é o 47°
São Paulo e três no Rio de Janeiro. na lista dos melhores da América Latina. Não
Neste ano, mais de 500 associados podemos esquecer o memorável jantar de Ne
American Express tiveram contato com as lio Cassese, do Cipriani Copacabana Palace,
criações de chefs famosos de países como com Luis Filipe Souza, do restaurante Evvai
Argentina, Colômbia, França, Inglaterra, Itália (1 estrela Michelin).
e Peru. Ao longo de 2019, o projeto promoveu A presidente da American Express no Brasil,
encontros memoráveis. Rose Del Col, faz um balanço positivo da ini
Vale destacar Paolo Lavezzini, do Neto ciativa: “Este é um projeto muito importante e
D’Italia, no Hotel Four Seasons SP. Ele recebeu que representa os diferenciais da marca em be
Riccardo Monco, Enoteca Pinchiorri, restau nefícios e serviços, tornando momentos como
rante 3 estrelas Michelin localizado em Floren um jantar em experiências inesquecíveis para
ça, na Itália. No menu, um show com camarões nossos associados”. De acordo com a executi
enrolados no bacon com creme de feijão e farro va, a inspiração para o projeto veio do estilo de
toscano - prato principal paleta de cordeiro bra vida das pessoas. “Todos estão buscando cur
seada, alcachofra, manjerona e mandioquinha. tir as suas paixões e procurando integrar a vida
Já Jefferson Rueda foi o anfitrião de uma sele profissional com a pessoal.”
ção peruana de chefs: Mitsuharu Micha, do res Para 2020, a American Express promete sur
taurante Maido; Renzo Garibaldi, do Restau preender ainda mais com o elevado nível de ex
rante Osso; José del Castillo, do Isolina; Pedro celência do AmexForFoodies. Confira os novos
Miguel Schiaffino, do restaurante Malabar; José shows de sabores, aromas e texturas no site da
Lujan Vargas, dos restaurantes Chullpi e Taytafe; American Express ou nas mídias sociais.
Enrique Paredes, do Barrakhuda; Mayra Flores, americanexpress.com/br
Em parcEria com magic VillagE
Paixão Por Rodrigo Cunha, CEO da Magic Development. “Temos certeza de que
este projeto estabelecerá um novo padrão de beleza atemporal”, disse
Paolo Trevisan, diretor de Design da Pininfarina America.
P
oucas coisas devem harmonizar tão bem com A partir da máxima de Paolo Pininfarina de que o design é uma
uma Ferrari quanto o empreendimento Magic forma de humanizar a inovação, não é exagero dizer que o Magic
Village, em Orlando. Isso não acontece por Village é uma forma extraordinária de ter um lugar para tirar fé-
acaso. Existe uma relação de parentesco entre rias, ou investir, em Orlando.
eles a partir da prancheta de desenho. Ambos são criações
do Studio Pininfarina. Também conhecido por projetos magicvillagebypininfarina.com
fora do âmbito automotivo, como o Juventus Stadium e
Istambul New Airport Tower, o estúdio italiano uniu arte,
décor e design em um mesmo lugar.
Sob o comando da Magic Development, empresa cria-
da por brasileiros, o projeto conta com 450 casas de três
e quatro suítes, com previsão de entrega para agosto de
2020. “Investidores e viajantes terão uma experiência
inigualável na região e estamos animados em ver o que o
futuro reserva para Magic Village by Pininfarina”, afirmou
DEZ.2019 | | 84
v i s Ão
Sempre polêmica
A cantora Lana Del Rey adora controvérsias.
Há quem diga que, por trás disso, esteja um bem sacado plano de marketing
86 | | DEZ.2019 © divulgação
Enfim, rompeu o contrato e decidiu autoproduzir-se, não
sem antes ficar em dúvida sobre a próxima alcunha. Tentou
Lana Del Ray, depois Lana Rey Del Mar (que mais parece Ela contruiu uma aura de rebelde.
nome de restaurante especializado em paella). Até chegar a
Mas nem tanto. Anuncia produtos
Lana Del Rey, que define como “uma mistura de Lana Tur-
ner com o sedã Del Rey da Ford”. O novo pseudônimo cairia da H&M, deu nome a uma bolsa
bem a alguma estrela hollywoodiana do passado e combina
da Mulberry e lançou um Jaguar
com a estética de Lana, que nutre referências cinematográ-
ficas e musicais dos anos 1950 e 60. Assim como das pin-ups
de silhueta curvilínea que recria com sua persona artística.
Dizem os reviradores de seu passado que há um dedo, se
não a mão toda, do pai de Lana nessa história. Nascida na da moça. A jornalista Lucy Jordan, do New Musical Express,
cidade de Nova York e criada no norte do estado, Elizabeth escreveu qua a personagem vivida por Lana no vídeo gla-
é filha de publicitários bem situados, que teriam bancado as mouriza a profissão mais antiga do mundo.
tentativas musicais da filha, inclusive o clipe de “Video Ga- Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, Lana ad-
mes”. Lana desconversa, diz que ficou um bom tempo sem mitiu que o vídeo poderia mesmo ofender as feministas.
ver o pai. Nesse período, insinua ter levado uma vida er- “Mas aquilo era algo mais pessoal”, rebateu. “Tinha a ver
rante, trabalhando com assistência a drogados e alcoólatras. com meus sentimentos sobre o amor livre e sobre o efeito de
encontrar estranhos na vida. Em como isso pode ser um de-
MOTOCICLISTAS TIOZÕES sequilíbrio no bom sentido, nos libertando das obrigações
E
la própria diz ter sido viciada em álcool na adolescên- sociais das quais espero estarmos tentando nos livrar.”
cia, o que lhe valeu uma temporada num colégio in- O repórter Tim Jonze foi rápido no gatilho e perguntou
terno (há quem desconfie – afinal, um passado ébrio quanto daquele vídeo representava a vida real de Lana.
sempre cai bem em qualquer biografia rock’n’roll). Mesmo “Cem por cento”, ela disparou. O repórter cutucou: “Sair
limpa, gostava de sair pela noite, conhecendo de modo Lana Del Rey. Os críticos sugerem que sua personagem ar- por aí com motociclistas e transar com caras diferentes?”.
aleatório pessoas nos bares do Brooklyn e tentando, entre tística foi milimetricamente inventada pelos produtores da “Yeah”, foi a resposta, seguida de uma gargalhada.
encontros furtivos e histórias entrecortadas, fazer música e gravadora que a mantém sob contrato, a Polydor/Interscope.
poesia, à maneira de Bob Dylan, um de seus ídolos. Por ironia, alguém que teria motivos para guardar rancor MORTE PRECOCE
A
O álbum Born to Die, lançado em janeiro de 2012, estourou. da cantora ofereceu a mão. David Nichtern, fundador da 5 mesma entrevista colocou Lana em outra saia jus-
Chegou ao primeiro posto em 11 países. O sucesso repenti- Points Records, disse, mesmo depois da quebra de contrato, ta. Conversando sobre seus ídolos Amy Winehouse
no, alcançado como it girl e musa da adolescência deprimida que a garota sempre soube muito bem aonde queria chegar e Kurt Cobain, sugeriu que havia glamour na mor-
(que afoga mágoas em consumo), logo lhe garantiu um con- e que com ela ninguém fritava bolinho. “Essa história de te prematura, e que gostaria de ter esse destino. “Não diga
trato publicitário com a gigante varejista de moda H&M. Em que Lana não sabe tomar decisões é completamente irreal”, isso!”, assustou-se Jonze. “Mas eu digo”, ela rebateu. “Você,
seguida, mais um, com a grife Mulberry, que se apressou em falou Nichtern. “Se foi ‘inventada’, foi ela própria quem se não!”, devolveu o repórter. “Eu sim. Eu não queria continuar
lançar o modelo Lana Del Rey de bolsa. O nome da cantora inventou. Lana tem ideias muito fortes sobre o que faz. A fazendo isso, mas continuo”, disse, em mais um de seus res-
tornou-se, enfim, reconhecido no mercado de luxo. “Lana hipótese de que alguém poderia moldá-la é impossível.” mungos sobre como é exasperante cumprir as obrigações
tem um misto único de autenticidade e modernidade”, disse Por fazer o que lhe dá na telha, a bela Lana tem sofrido impostas pela fama, e como a morte solucionaria o drama.
o global brand director da Jaguar Land Rover, Adrian Hall- ataques. Quando lançou o vídeo de “Ride”, um curta-me- Quem ficou fula da vida foi Frances Bean, filha de Kurt
mark, sobre a garota-propaganda que descerrou o manto do tragem de 10 minutos, ganhou o ódio das feministas. Pu- Cobain. Ela tuitou: “A morte de jovens músicos não é algo
Jaguar F-Type 2012, lançado no Paris Motor Show. dera: ela aparece fazendo michê pelas ruas de uma cidade que possa ser romantizado. Nunca vou conhecer meu pai
Autenticidade (ou sua falta) é uma palavra que aparece californiana e acaba sendo “adotada” por uma gangue de porque ele morreu jovem, e agora isso virou algo desejável
em qualquer análise que se disponha fazer sobre o fenômeno motociclistas tiozões – cada um deles tira uma casquinha porque pessoas como você acham cool”.
N
esse ínterim, Hendrix lançou apenas três álbuns de es-
Como pode alguém em apenas três anos e nove
túdio – além de um ao vivo, que abominava. Ainda as-
sim, tornou-se o guitarrista mais inovador e influente
meses e meio reinventar a guitarra e os blues? da história, pioneiro no uso do instrumento como matriz do som
eletrônico. Antes dele, outros recorreram a recursos como feed-
back e distorção, mas Hendrix fez disso uma linguagem contro-
Como pode alguém nesse curto espaço de
lada e fluida, expressa por sua Fender Stratocaster e multipli-
cada por gigantescos amplificadores Marshall ligados em série.
tempo revolucionar a música? Assim aconteceu Ele foi mesmo um cometa. Deixou um rastro de luz, junto com
uma interrogação riscada na estratosfera: como, afinal, morreu
com Jimi Hendrix. Do dia 16 de dezembro de com apenas 27 anos?
Na época, há quase meio século, as manchetes dos jornais
estamparam que o motivo foram as drogas. Ou o excesso delas.
1966 (quando o compacto simples com “Hey Hendrix seria o doidão inconsequente, o Baco alucinado, o he-
donista sem freios, o viciado irrecuperável, o desencaminhador
Joe” foi lançado pela Polydor britânica) até 18 de da juventude. O sensacionalismo e o moralismo passaram por
cima de uma constatação óbvia: a droga que se incumbira de
matar o americano James Marshall Hendrix podia ser encontra-
setembro de 1970 (quando o cantor, compositor da, com venda legal, em qualquer boa farmácia das redondezas,
em Londres. Bastava uma receita médica.
e guitarrista americano morreu) foi tudo, ao Pois é, na noite de sua morte, o guitarrista consumira bar-
bitúricos. Os mesmos barbitúricos que, quatro anos antes, os
Rolling Stones cantaram como “Mother’s Little Helper”, ou seja,
mesmo tempo, intenso e fugaz.
“Pequenos Ajudantes das Mamães” – um remedinho respeitá-
vel, utilizado pelas ainda mais respeitáveis senhoras para levá-
Como a passagem de um cometa. -las ao sono diário, livrando-as por algumas horas do tédio.
92 | | DEZ.2019
Hendrix causou, de início, mais assombro e ciúme do que
admiração nos guitarristas britânicos famosos. É o que se
Jimi andava animadíssimo. Estava EM FAMÍLIA conta. Como lenda. Como fábula.
O palco era a casa do canhoto. Abaixo, As gravações de seus discos – que, sabe-se hoje, obede-
terminando seu quarto disco de
com o pai, Al, a madrasta June e o irmão ciam a uma rigorosa disciplina – também suscitaram lendas.
estúdio. Combinara de gravar com Leon em Seattle, sua cidade natal Conta-se que a faixa “Voodoo Chile”, do álbum duplo Eletric
Ladyland, seu terceiro disco de estúdio, teria sido registrada
Miles Davis. Não queria morrer
altas horas da madrugada, em Nova York. Hendrix e o bate-
rista de seu trio, Mitch Mitchell, estariam na maior esbór-
nia em uma casa noturna, na companhia do baixista Jack
Casady (do Jefferson Airplane) e do multi-instrumentista
Hendrix encontrara os comprimidos, da mar- Steve Winwood (do Traffic). Lá pelas tantas, de supetão, o
ca Vesparax, no banheiro do apartamento da guitarrista levou a turma para o estúdio Record Plant. Apro-
alemã Monika Danemann, de 25 anos, com quem veitou e carregou na balada conhecidos que biritavam com
passaria a noite. Os dois vinham mantendo um eles e não tocavam nem sininho de Natal.
caso desde janeiro daquele ano de 1970, quando
se conheceram em um concerto em Düsseldorf, VAIAS NA ALEMANHA
A
na Alemanha. Nos depoimentos à polícia, Mo- ssim, sem ensaios, com gente alcoolizada refestelada
nika não soube calcular quantos comprimidos no chão, saiu a gravação perfeita. Hendrix está sober-
Hendrix ingerira. Chegou a dizer que foram nove. bo na canção que já foi chamada de mescla de Chicago
Depois negou. O segredo morreu com ela. Moni- Blues com ficção científica. Seus “duelos” de guitarra com o ór-
ka faleceu aos 50 anos, em 1996, dentro de um gão Hammond tocado por Winwood tornaram-se antológicos.
Mercedes-Benz, em Seaford, na Inglaterra. Ao Um dos maiores momentos do rock – e do Chicago Blues.
que tudo leva a crer, deu cabo da vida com uma Até mesmo os barbitúricos que teriam matado o artista
dosagem excessiva de barbitúricos. estão na dimensão das lendas. Na realidade, ele morreu por
Mas Hendrix não queria morrer. É o que re- uma causa indireta: embalado pelos comprimidos e, prova-
latam os amigos. Andava animadíssimo. Estava velmente, por álcool, vomitou. O corpo rejeitara a mistura.
terminando as gravações de um álbum duplo. O anos, quando irrompeu na sala da casa modesta em Seattle Deitado de barriga para cima, morreu afogado no próprio
disco, por sinal, teria um nome pra lá de otimis- tocando blues na gaita com rara habilidade, para espanto do vômito. Como isso pode ter ocorrido?
ta: First Days of the New Rising Sun (Primeiros Dias pai, o jardineiro Al? Outra: decidiu-se, de fato, pela carrei- Há quem culpe Monika Danemann. Não só ela. Também
do Novo Sol Nascente). No final de setembro, ele ra artística depois de uma queda malsucedida, quando era os enfermeiros do Hospital St. Mary Abbott’s. Chamados
encontraria o trumpetista Miles Davis para gra- paraquedista do Exército? Mais uma história com a aura de por Monika, eles não notaram os sintomas de afogamento.
varem juntos. Falava disso com entusiasmo. O fábula. Outra: foi, realmente, expulso da banda de Little Ri- Acomodaram Hendrix de barriga para cima na ambulância.
encontro o soergueria à altura dos jazzistas, algo chard porque tivera a pachorra de querer aparecer, no pal- Ele já chegou morto no hospital. Isto é fato. Ou seria lenda?
recompensador para um autodidata como ele. co, mais do que o vaidosíssimo líder? Como alguém expulsa Qual a culpa de Monika, uma pretendente a pintora? A
Miles foi ao enterro de Hendrix na fria Seattle, Hendrix? – ainda que este alguém seja Little Richard? demora no atendimento. Antes de chamar os médicos, ela
cidade natal do guitarrista. Levou o seu trumpe- As perguntas poderiam continuar às dezenas. Fala-se que telefonou duas vezes, em desespero, para o cantor Eric Bur-
te e fez menção de tocá-lo à beira do túmulo, em uma namorada arrastou Chas Chandler, baixista dos Ani- don. Ele era amigo chegado de Hendrix. Tanto que duas
homenagem ao amigo. Leon, irmão de Hendrix, mals, até o Café Wha?, em Nova York, porque tinha interesse noites antes deram canja juntos no palco da boate de jazz
o impediu. É o que relatam. Será? sexual naquele guitarrista negro, canhoto e desconhecido. Ronnie Scott’s, no bairro londrino do Soho.
Boa parte da vida de Hendrix tomou a dimen- Daí surgiria o convite para tentar a sorte na Inglaterra. Foi Já na primeira ligação, Burdon foi enfático: “Desligue e chame
são de lenda. Pergunta-se: teria mesmo apenas 4 assim mesmo? Insinua-se que ao desembarcar em Londres, uma ambulância!”. Monika, todavia, não agiu com a urgência
Pão nosso
O Brasil é o segundo maior produtor de panetone no planeta. Só perde para a Itália
D
Úmido, fofo e amanteigado, é recheado urante séculos, esteve circunscrito à região da Lom-
bardia e sua capital, Milão, onde surgiu ao longo da
com uvas-passas e frutas cristalizadas.
Renascença. Referimo-nos ao período, há um milênio
Tem aroma de baunilha levemente cítrico, e meio, de grandes transformações na cultura, sociedade, eco-
nomia, política e religião, com epicentro na região que, mais
e formato de chapéu de cozinheiro. O
tarde, seria uma das mais desenvolvidas da futura Itália.
panetone é um pão grande e doce que caiu A primeira citação em livro desse pão opulento e generoso,
relacionada ao Natal, apareceu no dicionário Varon Milanes, do
no gosto universal. Tem similares em alguns
piemontês Giovanni Capis, publicado entre o final do século 16
países, sim, mas nenhum ameaça sua e início do seguinte. Tinha o nome um pouco diferente. Cha-
mava-se panaton. Como tal, aparece em um quadro renascen-
relevância. Obrigatório na comemoração do
tista do pintor flamengo Pieter Bruegel (1525-1569). O sucesso
Natal de milhões de pessoas, ricos e pobres o no exterior, porém, ainda não completou cem anos.
Foi o homem de negócios milanês Angelo Motta (1890-1957),
saboreiam com prazer.
então futuro ministro das Finanças do presidente e primeiro-
Sua receita original, porém, comporta -ministro italiano Alcide De Gasperi, quem aprimorou defi-
nitivamente a antiga receita do panetone e ampliou seu hori-
variações. Hoje, há panetone com recheio
zonte de consumo. Em 1921, abriu uma pasticceria (confeitaria)
de chocolate – quando as frutas secas são em Milão, na movimentada via della Chiusa, e ali começou a
produzir industrialmente o pão natalino. Pelas inovações que
substituídas por gotas de chocolate e ele se
introduziu, passou a ser considerado seu reinventor. Angelo
torna chocotone –, com brigadeiro, doce de Motta aromatizou a massa com uma combinação de baunilha,
laranja e limão em proporções secretas. Aumentou a quanti-
leite, goiabada e outros ingredientes. Mas
dade de manteiga, açúcar, uvas-passas, frutas cristalizadas, o
nem sempre foi especialidade universal. tempo de levedação e de forno. Consagrou definitivamente o
98 | | DEZ.2019 © istock
formato cilíndrico e alto, anteriormente variado. E, acima
de tudo, espalhou o panetone pela Itália e vizinhos euro-
peus. Ainda hoje, a marca Motta, comprada pela Nestlé, é A massa da Bauducco para fazer
sinônimo de produto de qualidade.
os panetones deste ano de 2019 ainda
Saboreado no mundo inteiro, o pão natalino chegou ao
Brasil em 1939, por iniciativa da confeitaria paulistana Di é, de certo modo, a mesma que
Cunto, do bairro da Mooca. Mas era elaborado com fermen-
começou a ser usada há sete décadas
to de pão, a fermentação levava poucas horas, a massa en-
durecia – e comprometia a longevidade, fundamental no
panetone. O autêntico pão natalino da Di Cunto, à base de
fermento natural e longa levedação, dotado de uma massa
que se separa em fios ao ser rasgada com as mãos, foi ela- OUTROS TEMPOS – 75 milhões do cobiçado pão natalino, feito se-
borado mais tarde, já na década de 1950. Nas fotos maiores, gundo a receita original milanesa, e preparações
o panetone da assemelhadas. O chocotone, responsável por
PESO-LIMITE Motta de outros 40% das vendas, foi criado em 1978 no Brasil,
D
o jeito que o faziam em Milão, só veio a se espalhar, Natais. Nas por Massimo Bauducco, neto do pioneiro Carlo.
primeiramente em São Paulo, e depois no Brasil a demais imagens, No quesito da qualidade, a marca agora enfrenta
partir de 1952, quando o turinês Carlo Bauducco, os pioneiros muitas concorrentes nacionais e estrangeiras,
dono da confeitaria homônima, no bairro paulistano do da Bauducco e entre as quais a Visconti e a Tommy, de sua pro-
Brás, passou a produzi-lo em escala. Ao imigrar, trouxe na pedaços da massa priedade. Todas aparecem nos supermercados,
bagagem um pouco da massa madre, o fermento natural madre, que é confeitarias, padarias e delikatessens nesta época
que se reproduz espontaneamente e faz o pão crescer; tam- utilizada há mais do ano – o grande mercado do panetone se abre
bém lhe confere aroma realçado, textura e sabor diferen- de 70 anos em setembro e termina em janeiro.
ciados. Tratada como preciosidade, a massa madre usada Chamam-se Di Cunto, Fasano, La Pastina,
hoje na Bauducco é a mesma de sete décadas. Sim, a cada Ofner, Mr. Cheney, Kopenhagen, Nestlé, Ha-
ano reserva-se parte da massa para ser reaproveitada no vanna, Felice e Maria (de Massimo Ferrari), Cris-
ano seguinte. Eis um dos segredos do bom panetone. tallo, Dulca, Lindt, Puratus, Cacau Show, Amor
Empreendedor criativo, o dono da confeitaria do Brás aos Pedaços, Brasil Cacau, Starbrucks e ufa! Os
alugou um teco-teco, encheu-o de panfletos que teciam brasileiros se apaixonaram pelo panetone. Tanto
maravilhas do “tradicional pão doce natalino dos italia- faz se pesa menos ou mais de 500 gramas, um
nos” e espalhou a papelada na cidade inteira. Formaram-se ou mais quilos. Sem discutir preferências, nesse
filas de interessados diante de sua casa comercial, atual- caso tamanho é documento.
mente transformada em indústria poderosa: é considerada Em 1847, o dono do café Il Biffi, de Milão,
a maior fabricante e exportadora de panetone do mundo, enviou um panetone tão grande e pesado para
batendo todas as concorrentes italianas. Aliás, o Brasil é o a ceia natalícia do papa Pio 9 que precisou
segundo maior produtor desse confeito no planeta. Só per- transportá-lo numa carroça especial. O exage-
de para a Itália. Estudo da Kantar Worldpanel estima em 29 ro deveria ser evitado. Segundo Iginio Massari,
milhões o número de famílias brasileiras que consomem o o maior confeiteiro italiano da atualidade, co-
produto todos os anos. nhecido personagem da televisão daquele país,
Além da marca com seu nome, a Bauducco incorporou existe um peso-limite para o pão natalino reve-
a Visconti e a Tommy. Em 2019, sairão das três fábricas do lar suas qualidades. “O panetone ideal deve ter
grupo – em Guarulhos (SP), Extrema (MG) e Maceió (AL) apenas 1 quilo”, afirma. “Passando disso, tende
Aroma de Natal
Nosso colaborador rememora com o nariz as deliciosas recordações das festas de fim de ano
104 | | DEZ.2019
Na padaria, o babbo encomendava as broas e os filões que
nos serviriam de base para as bruschette e os crostini de intro-
dução à ceia. O aroma dos pães quentes, porém, nos mag- “A pele aprende a diferenciar o frio
netizava lá mesmo, e antecipávamos uma amostra do que
e o quente. O palato, o doce e o azedo.
viria depois. Pecado. Enquanto, a bordo de um fusquinha,
rumávamos ao endereço seguinte, com os dedos dividíamos A audição, a música e o ruído.
a amostra, devorada num rompante.
O olfato também se educa”
Já profissional, e consultor de uma bagueteria muito mal
localizada num shopping, bateu-me uma ideia maluca e
transformei num exaustor o duto do ar-condicionado cen-
tral que cruzava o forro. A cada fornada o aroma se espraia-
va através dos corredores do shopping, e a loja se enchia de tomates. Resultará um caldo, no qual, com parte igual de água
gente. Descobriram a mutreta. Tarde, contudo, para impe- e um fio gordo de azeite, se cozinha a farinha de milho, gru-
dir o sucesso da loja que logo virou franquia. mosa, do cuscuz. Restará montar nas respectivas fôrmas com
Um mercado, como o Central da Pauliceia, representa o camarões, ervilhas cruas, azeitonas sem caroços, salsinha e
papel de uma universidade. Lá existe a faculdade dos ce- cebolinha verde batidinhas. Mais azeite em cada topo e um
reais, das folhas verdes, dos legumes, dos pescados e frutos tempinho de forno, apenas para homogeneizar, ou aglutinar
do mar, das carnes em geral, dos enlatados e das conservas o cuscuz. Quanto tempo? O nariz indica. Assim que o cuscuz
etcetera e tal. Mas lá funciona sobretudo a superfaculdade principia a exalar, atingiu a sua beatitude.
dos temperos secos ou desidratados. E é nesse departamen-
to que o meu nariz paulatinamente, por anos, por décadas, VIDROS ÂMBAR
O
cada vez mais e melhor se ilustrou. Da suavidade da erva- utra combinação inesquecível de aromas provinha
-doce, do funcho, do dill, do cravo e da canela, até a pun- da pasta obrigatória na família, os spaghetti alle von-
gência do gengibre e da raiz-forte. gole que o babbo cometia à maneira enlevada de um
ourives. Don Eduardo angustiava a cozinha com os humores
A BEATITUDE DO CUsCUZ que escapuliam dos dentes de alho que cortava, em lâminas
P
escados e carnes, que eles me perdoem, têm muito finérrimas, à ponta de gilete de barbear. Logo, todavia, se
mais cheiro do que aroma. De todo modo, consegui redimia com um belo fundo de azeite num panelão, ramos
passar a distinguir os crustáceos mais fresquinhos e ramos de alecrim, sobre as lâminas de alho, um refogado
daqueles já um tanto avançados na idade. Não me pergun- que servia de leito para as vongole, ainda nas conchas.
tem como nem por quê. Intuitivo, eu me acostumei, e bas- Chama sutil, mínima, o panelão tampado e as vongole em
ta. Prefiro invadir, e depressa, o segmento das frutas. E, nas olores. Fundamental, no fim de ano inteiro da família, pois de suas propriedades nutritivas. Então, gra- plena sauna, uma transpiração forçada, para as conchas se
MAGIA
aquisições para o Natal, nos meus entornos sempre foram perpetrávamos diversas unidades, era o cuscuz de cama- ças ao choque térmico, assustadinha, a sua abrirem. Cinco minutos. Então, destampado o panelão, se
O aroma dos
compulsórios o agri-adocicado das cerejas e o quase floral rões. Recebíamos um batalhão de crustáceos, aos quais tra- carne se contrai e se separa da carapaça. Fa- verificam as vongole e se eliminam todas aquelas que não se
pães quentes
dos pêssegos. Na família, estocávamos mais do que o utili- távamos com uma técnica de fato sensacional, que depois cílimo de limpar, lógico. E não se descartam escancararam. Resta embriagar o líquido que liberaram com
magnetiza
zável na comilança. A mamma Helena idolatrava a possibi- aprimorei ao me tornar um pro. Iam a uma frigideira, apenas as cabeças e as cascas, já rubras e com um um vinho branco ultrasseco e condimentar com o sal justo
lidade de montar uma bela cesta de frutas sobre o centro da untada com azeite, inteiros, com as cabeças e as cascas in- cheiro notório. (insignificante, pois as vongole provêm do mar), um toque de
mesa, preciosidade que permanecia por ali até 6 de janeiro, tactas. Em fogo alto, 90 segundos de cada lado. Daí para uma O eventual desagradável de tal cheiro, pimentinha vermelha trituradinha – e aleluia!
para o almojanta de Reis. bacia repleta de água e gelo. porém, se camufla na operação seguinte, Falta informar que o babbo apreciava descascar vários dos
O nariz (e, cá entre nós, que ele não nos leia lá do Céu, Graças ao chapeamento prévio, os crustáceos como que numa caçarola apropriada, em que as ca- pêssegos, cortá-los em pedaços e preencher com os nacos
o do babbo ostentava um tamanho peculiar) fez com que alcançam o seu ponto justo de selamento, a proteção da sua rapaças são flambadas em ótimo conhaque alguma jarra bonita de vidro, até de cristal. Sobre os peda-
eu entendesse, também, a importância da combinação dos superfície para o que virá depois, sem prejuízo de sua textura e e depois recobertas por polpa peneirada de ços, derramava algum vinho além de ótimo, tanto fazia se
“Se os maridos das esposas infiéis O nosso Nelson Rodrigues, também grande autor de peças tea-
trais, não culparia Anne pela infidelidade. Jamais. “O adultério
desesperassem, enforcar-se-ia a décima parte não depende da mulher, e sim do marido, da vocação do marido.
O sujeito já nasce marido enganado”, escreveu o maior especia-
da humanidade.” A estimativa é de Leontes, o
lista brasileiro em corneologia. E explicou: “A cara do marido
pode influir no adultério. A cara, ou a obesidade, ou as pernas
rei da Sicília, na peça teatral Conto do Inverno,
curtas, ou a papada, ou a salivação muito intensa. Lembro-me
escrita por William Shakespeare em 1610. de uma senhora que traía o marido. Quando lhe perguntaram
por que, ela alçou a fronte e respondeu, crispada de ressenti-
Àquela altura, o planeta tinha 556 milhões de mento: – ‘Sua nas mãos’”.
Dessa maneira, o adultério, antes de um pecado ou ato de
moradores. Seriam, portanto, 55,6 milhões de má-fé, seria uma predisposição, uma sina, um fado, uma fata-
lidade. A vida como ela é. Tal visão pode ser de um determinis-
indivíduos do sexo masculino dotados de um
mo atroz, ressalve-se. Mas ao menos explica parte do infindo
par de chifres. Nessa leva, sustentam alguns contingente de cidadãos que, a despeito da nacionalidade e da
classe social, notam, surpresos, certa manhã, ao fazer a barba
historiadores, estaria contabilizado o próprio no espelho, o despontar pontiagudo de duas protuberâncias ao
esfregar as mãos no alto da testa.
bardo britânico, pobrezinho. Eles insinuam O corno pioneiro, embora ainda sem barbeador e espelho, é o
primeiro homem da história, Adão. O próprio. Sim, eis aí a prova
que Anne Hathaway, a discreta mulher de de que o destino da condição humana, tal como numa letra de
Lupicínio Rodrigues (o segundo maior especialista brasileiro em
Shakespeare, oito anos mais velha, teria traído
corneologia), é de fato ser agraciada por um par de berrantes.
o marido com ao menos dois dos três irmãos do Lilith, a quem Adão conheceu, até no sentido bíblico, antes
de Eva, numa protobalada, poderia motivar os versos lupicia-
dramaturgo. Ambos mais jovens que o bardo. nos: “Ela nasceu com o destino da Lua/ Pra todos que andam na rua/
110 | | DEZ.2019
Não vai viver só para mim”. A distinta era da pá virada e o traiu com os
chamados Anjos Caídos – que não deviam ser tão caídos assim. Apesar
disso, Adão deu a sorte, mesmo nas décadas seguintes, de salvar-se da Corneado por Lilith, o pobre Adão
pérfida difamação. Acontece que, segundo o censo inaugural, a popu-
só escapou do falatório porque
lação de então – obra sua, por sinal - ainda era acanhada.
Na Antiguidade, já não dava mais para escapar do falatório. O fi- a população da época era exígua.
lósofo Sócrates caiu na boca do povo na Grécia. Nem tanto pelo fato
Obra sua, aliás
notório de preferir a companhia dos efebos. Tal predileção era comum
pelos lados do Peloponeso. O que pegou, no duro, foi sua predisposição,
por volta dos 60 anos, em casar-se com Xantipa, quatro décadas mais
jovem. A diferença de idade pesou. Sócrates roía-se de um ciúme de
Otelo, cada vez que via Xantipa sendo cortejada por Alcebíades, o mais
formoso rapaz das cercanias. Vai ver, foi por medo das fofocas que, em- Ele chega ao extremo de manter em casa meda-
bora emérito pensador, não deixou nada por escrito. lhões de célebres galhudos do Império Romano.
Já o imperador romano Cláudio deixou uma graúda autobiografia E escreve: “Sim, Nero, Augusto, Massínissa, e tu,
– e até um tratado sobre jogo de dados. Mas não contou em latim os grande César, que me incitas a fazer meus co-
pormenores de seu casamento com Valéria Messalina, com quem se mentários [...]”
uniu já cinquentão. Ela tinha apenas 16. Messalina tornou-se adjetivo Mas por que, afinal, o homem traído é chama-
para devassa, libertina. De fato, ela não era fácil. Era facinha mesmo. do de chifrudo? Primeiro é preciso lembrar que
Transformou um cômodo do palácio em, digamos, centro cultural para o fenômeno não é mundial. Está arraigado nas
acolher o primeiro que aparecesse. O segundo e o terceiro idem. Faltou culturas de origem latina. Nos Estados Unidos,
distribuir senha e instalar catraca. Cláudio, registre-se, não foi o único por exemplo, bull, ou seja touro, é adjetivo para
mandachuva romano contemplado com saliências no crânio. O impé- definir exatamente o contrário: um irresistível
rio, aliás, acabou com um adultério, quando a egípcia Cleópatra deu a pegador. Em especial com uma mistress – nome
Marco Antônio o que era de César. oficial para mulher não oficial de homem oficial-
mente comprometido.
A VOCAÇÃO DE BENTINHO
M
as Cláudio e César não são páreo em matéria de chifres para O MISTÉRIO DO RICARDÃO
N
o czar Pedro da Rússia, no século 18. Este sim foi um lídimo a realidade, seremos todos os últimos a
personagem de iê-iê-iê de Reginaldo Rossi - o terceiro maior saber o real motivo de a vítima do adul-
especialista brasileiro em corneologia. A mulher do czar, a geniosa Ca- tério ser chamado de chifrudo. O mais
tarina, ainda não era a Grande quando deixou a Polônia, aos 16 anos, hípico do cinema pornô paulista. Madame Bovary, mais uma adúltera, saída da pena vivaz de Gustav provável é que a expressão tenha despontado
para morar no palácio em São Petersburgo. Logo se desiludiu ao des- No século seguinte, o 19, as mais famosas adúl- Flaubert, que, em virtude do livro, se viu processado por “ofensa à (epa!) por analogia. Os animais chifrudos (tou-
cobrir que o maridão não tinha lá muito fervor pelo esporte. Nem pelo teras não eram de carne e osso - mas de papel. moral pública e à religião”. Flaubert foi por toda vida apaixonado por ro, bode, carneiro), quando no auge da virili-
poder. Foi deposto. Muito mais importantes que os maridos traídos, uma senhora casada, Elisa Schlesinger, que não era uma Bovary: jamais dade, costumam ter um séquito de fêmeas fiéis,
Catarina assumiu o trono, deu um jeito nas finanças e ajustou a Rús- elas marcaram na literatura alguns dos princi- consumou seu relacionamento com o escritor. imunes à presença de Ricardões. No entanto, no
sia. Ajustou também o uniforme dos palacianos para conferir a olho nu pais romances daqueles idos. A começar por ou- A lista das grandes adúlteras da literatura da época poderia se com- momento em que o macho perde a fidelidade de
os atributos de cada um. Mantinha uma equipe de moças que faziam o tra aristocrata russa, Anna Karenina, criação de pletar com a Capitu de Machado de Assis, do romance Dom Casmurro. uma delas, muda de comportamento. Passa a se
test-drive e selecionavam para a czarina os rapazes mais competentes. Leon Tolstói - e ele próprio, o autor, um galhudo Não fosse ela ainda, e sobretudo, um enigma perene: traiu ou não Ben- mostrar irritadiço e ciumento. Torna-se brigão e
Comandou a Rússia por 33 anos, até sofrer um derrame. Seus desafetos na vida real. Exatamente: a mulher do roman- tinho com Escobar? No caso de se admitir a predisposição atávica para posiciona os chifres em configuração de ataque.
espalharam que a real causa mortis foi um colóquio com um equino, cista, Sonia, viveu um affair com o compositor os chifres, como atribui Nelson Rodrigues às vítimas da infidelidade Cabreiro, identifica outros machos como Ricar-
quando Catarina, a Grande, teria antecipado em três séculos o ciclo Sergei Taneyev. Não se pode esquecer, claro, de conjugal, pode-se considerar Bentinho uma vocação inata, genuína. dões em potencial.
Novos
TEMPOS
Pat r i c e L u c a s , p r e s i d e n t e pa r a B r a s i l
e A m é r i c a L a t i n a d o G r o u p e P SA , p r e v ê c r e s c i m e n t o
a pe s a r da t u r b u l ê n c i a da r e g i ão
Por Ron n y H e i n | r e t r a t o s C l au s L e h m a n n
p
R$ 220 milhões em sua fábrica de Porto THE PRESIDENT _ Como foi a sua in-
Real, no estado do Rio de Janeiro, onde pre- fância?
tende produzir as novas gerações de seus Patrice Lucas – Nasci em Château-
produtos com as mais recentes e avançadas Gontier, uma cidade do oeste da Fran-
tecnologias do grupo. Fanático por Super- ça, meio do caminho entre Paris e a
tramp, Queen e Nina Simone, Lucas adora Bretanha. Mas logo saí. Meus pais
ler biografias (as de Kennedy e Fidel Castro eram comerciantes, donos de merca-
são seu destaque), é admirador de espor- dos, e mudavam muitas vezes, com
tistas com grande força mental (entre eles, muita frequência. A cada dois ou três
Rafael Nadal e Tiger Woods) e viaja quando anos estávamos em um lugar diferen-
tem tempo. Seu destino predileto é Roma e te, mas sempre na parte oeste da
mostra um entusiasmo especial ao falar dos França. Passei a adolescência em
Museus do Vaticano e da Capela Sistina. Caen, uma cidade um pouco maior.
P or t e r se de s tac a d o e m s ua t u r m a du r a n t e o s pr i m e i ro s Em função de sua longa vivência em Depois fiz meus estudos em Paris.
San Luis Potosí, no México, aprendeu a Quais são suas memórias mais antigas
e s t u d o s e m C h ât e au-G on t i e r, na F r a nç a, o e n tão m e n i no
falar um espanhol perfeito. Hoje, com das escolas, dos primeiros amigos?
Pat r ic e Luc a s, hoj e c om 53 a no s, pr e f e r i u de dic a r b oa menos de dois anos no Brasil, já execu- Posso dizer que a escola para mim não
ta, também, um português de qualidade. era muito difícil. Por isso, eu não pas-
pa rt e de se u t e m p o ao f u t e b ol c om o s a m ig o s — e m e no s à s
Vivendo, momentaneamente, longe de sava muito tempo fazendo as tarefas.
ta r e fa s e s c ol a r e s. Não pr e c i sava de m u i to e sforç o pa r a sua mulher e das filhas e sem tempo para Minha prioridade era sair da escola e
praticar o golfe que aprecia, tenta manter jogar futebol com os amigos. Passado
pa s sa r de a no. Se t i v e s se se gu i d o a di a n t e na c a r r e i r a qu e
a forma caminhando pelo Rio de Janeiro. um tempo, minha mente teve mais
c onsagrou Z i n e di n e Z i da n e , ta lv e z pu de s se t e r pa rt ic i pa d o E pelas outras cidades da América Latina ambição para estudar, mas na infância
para onde vai com frequência. realmente é a facilidade da escola que
d o t i m e qu e de r rotou o Br a si l na C opa d o M u n d o de 1998.
Na véspera da entrevista que conce- guardo na memória.
O f i l ho de propr i e tá r io s de u m pequ e no m e rc a d o, c on t u d o, deu à THE PRESIDENT, o mundo ficou Quando se iniciou o seu interesse e a
sabendo que o grupo francês e a FCA – paixão pela indústria automobilística?
se m pr e s obrou na s at i v i da de s qu e de se m pe n hou.
Fiat Chrysler Automobiles – anunciaram Como para todos os meninos, os car-
a intenção de juntar-se, na base de 50% ros me eram algo intrigante, algo im-
para cada lado. Da fusão nasceria a quarta portante. Fazendo meus estudos tive a
maior empresa de automóveis do mundo, oportunidade, e isso foi uma sorte, de
cuja sinergia permitiria a produção de 8,7 iniciar minha carreira na Valeo.
Foi bom aluno nas universidades que gramas e estratégias da empresa, que teve milhões de unidades por ano. Lucas não Valeo, faróis?
frequentou, destacou-se trabalhando papel relevante na aquisição da Opel e da quis ir além da nota oficial divulgada pe- Faróis, para-brisas, e assim entrei na
pela Valeo (uma das maiores indústrias de Vauxhall na Europa. los dois grupos, que anuncia a intenção e o indústria automobilística. Isso foi em
autopeças da França), onde ficou 15 anos, Casado, pai de duas meninas (a segunda início de um processo que pode ser longo 1991. É uma indústria com muita exi-
parte dos quais no México, como diretor nascida no México), Lucas assumiu a pre- e repleto de obstáculos. Mas não se negou gência, com muitas oportunidades em
de divisão. Em 2006 juntou-se ao Grou- sidência do Groupe PSA para o Brasil e a a declarar-se feliz de estar no lugar certo todos os campos para um engenheiro.
pe PSA, fabricante das marcas Citroën e América Latina em fevereiro de 2018. Veio na hora certa. Profissionais que sobram Quer seja na produção, quer seja na
Peugeot, entre outras. Um colosso que com o desafio de aumentar de 2% para 5% em suas turmas tendem a ganhar mais logística. A logística dessa indústria
atua em 160 países. Foi nesse período, a fatia da PSA no mercado automobilísti- projeção e importância quando fatos des- parece um milagre, parece uma má-
como vice-presidente executivo de pro- co brasileiro. A empresa já está investindo sa grandeza ocorrem. quina de guerra. Cada parte tem de
lucro
concreto
E m o u t u b r o,
M i r e l l a R aq u e l Pa r p i n e l l e ,
da L o pe s C o n s u lt o r i a d e I m óv e i s ,
c o m e m o r ava 8 1% d e c r e s c i m e n t o n a c i d a d e d e S ã o Pau l o
124 | | DEZ.2019
p
A determinação é uma das bases do
sucesso de Mirella. A outra é a fé. Teóloga
formada, frequentadora da Igreja Batista,
a executiva lê A Bíblia quase todos os dias.
“Eu lido com pessoas. E, para entendê-
-las, é preciso compreender quem as
criou”, cita, entremeando salmos e pro-
vérbios em suas respostas. Aos 50 anos,
casada, mãe de dois filhos adolescentes,
Mirella é assertiva, exigente – consigo e
com suas equipes – e tem uma rotina de
workaholic. Responde pela enorme praça
de São Paulo e, enquanto as demais ainda
sofrem para recuperar-se da crise eco-
P o u c a s h i s t ó r i a s d e s u p e r a ç ã o e q u i va l e m à d e
nômica, promoveu um inacreditável au-
M i r e l l a R a q u e l Pa r p i n e l l e . O u M i r e l l a L o p e s mento de 81% nas vendas nos primeiros
nove meses do ano de 2019.
( c o m o a l g u n s a c h a m a m ), a e x e c u t i va q u e
No ano passado, a Lopes chegou a um
c o m a n da a s o pe r aç õ e s da L o pe s C o n s u lt o r i a VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 6,9
bilhões. Vale lembrar que a empresa é
d e I m ó v e i s , a m a i o r i m o b i l i á r i a d o pa í s , e m
democrática em suas atividades. Vende
S ã o Pa u l o . A n t e s m e s m o d e a e n t r e v i s t a os imóveis de mais elevado padrão, mas
também intermedia imóveis econômi-
c o m e ç a r , e l a p e d e a t e n ç ã o pa r a u m p e q u e n o
cos do programa Minha Casa, Minha
a u d i o v i s ua l q u e m a n d o u fa z e r a s e u r e s p e i t o . Vida, entre outros. A Lopes tem hoje 103
lojas, sendo 15 próprias e 88 franquias. THE PRESIDENT _ Foi complicado por esse ponto de equilíbrio entre a
Mirella dorme entre quatro e cinco começar como corretora de imóveis? vida profissional e pessoal que é ne-
horas por noite, trabalha todos os dias Mirella Raquel Parpinelle – Quando eu cessário ter. E fui crescendo. “É p o s s í v e l s e r u m
da semana (“sábados e domingos são as entrei, no ano de 1990, havia poucas É preciso mesmo trabalhar sete dias
c a m p e ão d e v e n da s
estrelas de uma imobiliária”), é elegante mulheres, muitos aposentados e não por semana?
Nele vê-se a menina muito pobre que foi na infância, habitante da Cohab do Grajaú e adora roupas desde os idos da Cohab, era uma profissão reconhecida. Exis- Chega uma hora em que você fala: com ética, com
– bairro operário na periferia da cidade de São Paulo. Em seguida, fotos da então garota quando não podia comprá-las. te um corporativismo masculino “não, eu não preciso mais trabalhar
va l o r e s , fa z e n d o
vendendo panelas, tecidos e, mais tarde, produtos da Avon. Mulheres cuja vida come- Lê livros religiosos ao acordar, vai ao porque a maioria dos incorporadores tanto simplesmente para ganhar um
ça dessa maneira raramente têm futuro, muito menos um futuro próspero e brilhante. culto todos os domingos, frequenta a e construtoras no passado trabalha- pouco mais porque eu já fiz o meu o q u e é c e r t o”
Pois Mirella foi muito além do que se esperava. academia quase todos os dias e dizem vam só com homens nos canteiros de patrimônio e tenho uma vida boa”.
Trabalhou no Bradesco já aos 15 anos e, em 1990, entrou como corretora associada que é exemplar ao motivar e treinar seus obras. Então, eu não via muitas opor- Mas a gente tem que pensar em pas-
na Lopes. Levou seis meses para concretizar sua primeira venda, passou por momentos corretores, além de exímia palestrante. tunidades de crescimento. Vim como sar esperança para essas pessoas que
muito difíceis, mas sua determinação não parou de crescer. Com 25 anos já era gerente Está no topo de sua carreira, mas não é autônoma, sem salário. Fiquei seis não têm condição em qualquer outra são que é possível ser um campeão de
de vendas campeã. Com 28, diretora de vendas. Era muito nova também para esse car- isso que a leva adiante. “Quero ser uma meses sem vender, o que foi muito profissão ou que muitas vezes não vendas com ética, com valores, fa-
go. Em 2000 tornou-se responsável por novos negócios. A Lopes fez seu IPO – ou seja, inspiração para todos”, explica, como se difícil. Eu não tinha dinheiro nem têm oportunidade. Então, é isso. Eu zendo o que é certo.
decidiu abrir o capital – em 2006 e, pouco depois, Mirella já assinava como diretora sua história de vida já não fosse um in- para almoçar. Um tempo complicado. tento ser uma inspiração e mostrar Você é de onde?
executiva de vendas. terminável alumbramento. Eu era mulher, muito jovem. Lutei para quem está começando na profis- De uma cidadezinha bem perto de
130 | | DEZ.2019
T U R ISM O
That’s
entertainment
F r a n c i s c o C o s ta N e t o , C EO d a Av i va ,
i n v e s t i r á R $ 1,4 b i l h ão e m R io Qu e n t e (G O)
e C o s t a d o Sau í p e ( B A ) pa r a t o r n a r a i n d a
P o r C e l s o A r n a l d o A r au j o | r e t r a t o s C l au s L e h m a n n
132 | | DEZ.2019
O
O n o m e Av i va t a lv e z n ã o c r i e u m a r e f e r ê n c i a i m e d i a t a n a m e n t e
d a s p e s s o a s . Ma s q u e t a l o s n o m e s R i o Q u e n t e ( G o i á s ) e C o s t a d o Sa u í p e
( Ba h i a )? A g o r a , s i m , a v i ag e m é c e r t a . D o i s d o s m a i s q u e r i d o s d e s t i n o s
d o pa í s , fa m o s o n o m u n d o i n t e i r o p o r s e u p o t e n c i a l t u r í s t i c o ,
t ê m o s e l o Av i va . N o l a n ç a m e n t o d a C o m pa n h i a e m o u t u b r o d e 2 0 1 8 ,
o C EO d a e m p r e s a , F r a n c i s c o C o s t a N e t o , s u r p r e e n d e u
o e v e n t o v e s t i d o d e m ág i c o. H i s t r i o n i s m o c o r p o r at i vo?
THE PRESIDENT - Há 40 anos o grupo do agregar a esse destino o que temos de me- falando de infraestrutura e da própria
Na d a d i s s o . F r a n c i s c o , 5 1 a n o s , é l o w p r o f i l e . qual a Aviva faz parte adquiriu o destino lhor em entretenimento, gestão, gover- criação do resort. Mas isso foi superado.
Rio Quente. Por que agora vocês incorpo- nança, para oferecer aos nossos clientes. Sauípe, enfim, tinha uma grande neces-
raram o complexo da Costa do Sauípe? Muitas aquisições do setor são feitas sem sidade de investimento e, sobretudo, uma
Francisco Costa Neto – Porque completa- esse foco, sem pensar no futuro cliente. necessidade de entretenimento. Também
mos um ciclo de mais ou menos dez anos Na radiografia que vocês fizeram da Cos- precisava de um management mais ade-
de revitalização do destino Rio Quente e, ta do Sauípe para comprá-la, e depois quado. Temos um grupo que performou
com isso, tínhamos como objetivo estra- para incrementar seu poder de atração, muito bem no Rio Quente, então trouxe-
tégico crescer em novos destinos. quais foram os pontos que receberão o mos para Sauípe esse know-how. A Previ
Formado em administração de em- Mas o que vem a ser esse novo jei- duz crianças e adultos em Sauípe. Ali E por que a Costa do Sauípe, que vai com- primeiro upgrade? tem um portfólio gigante, muito diversi-
presas pela Universidade de Vermont, to de ser para uma empresa com, por também Neto suspende no ar hóspe- pletar 18 anos? É importante dizer, em primeiro lugar, ficado, e não conseguia dar a devida aten-
nos Estados Unidos, ele começou no enquanto, 12 hotéis, cinco pousadas, des inebriados pelo estupor da vista Estávamos querendo mesmo ir para a que fomos muito bem assessorados por ção a um setor que para eles é pequeno.
mercado financeiro, no Banco Garan- 2.700 apartamentos e 2,2 milhões de no ponto mais alto da roda-gigante ali praia. Sauípe é o maior resort de praia do duas empresas: a Mapie, a boutique do Você pretende manter pousadas e hotéis
tia. Naquela noite de anúncio da nova hóspedes por ano? Os investimen- implantada. Para Rio Quente, a nova Brasil e o maior do país. Com 1.584 apar- setor, com grandes clientes, e uma bouti- com diferentes estrelas em Sauípe?
marca e novo propósito, usou a fan- tos nesse primeiro ano já dizem mui- investida da Aviva é a Hot City – um tamentos, é um ativo que há muito tempo que financeira chamada Cypress, que nos Nós temos lá, na verdade, três categorias.
tasia para tirar da cartola, como num to sobre a nova vocação que o grupo centro de entretenimento cuja princi- estava no mercado. O controlador era a ajudou no fechamento do negócio. Em A de entrada são as pousadas, seguida
passe de mágica, a verdadeira vocação quer agregar aos dois destinos. Uma pal atração será a tecnologia do map- Previ [fundo de previdência do Banco do Bra- segundo lugar, sentimos logo que tínha- pelos resorts, e também temos a categoria
da Aviva – mais do que turismo, o en- Vila Assombrada com personagens ping, a nova onda entre as mídias não sil] e avaliamos que esta aquisição seria mos que reinventar Sauípe. Foi, sim, um premium. Aliás, a primeira grande refor-
tretenimento. do folclore brasileiro já assusta e se- convencionais. uma oportunidade muito interessante de destino muito além do seu tempo. Estou ma de Costa do Sauípe foi reaberta, em
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m erc a d o
jovem
liderança
Ao s 33 a n o s, Gu il her me Gr egor i,
C EO d a i n c o r p o r a d o r a e c o n s t r u t o r a
Pa e s & G r e g o r i , p r e v ê R $ 5 0 0 m i l h õ e s e m l a n ç a m e n t o s
pa r a o a n o d e 2 0 2 0
146 | | DEZ.2019
a d eg a
Arte
cristalina
M a ximil i a n R iedel fa b r i c a a s m a i s
fa m o s a s t a ç a s d e v i n h o d o p l a n e t a
Por M a rc e l lo Borge s
Q
uanto tempo é necessário para desenvolver um formato de taça?
das melhores do mundo. M as recl a m a da pouca Maximilian responde de pronto: “A taça para Krug Rosé levou só
três meses. Mas acabamos de introduzir uma nova para Riesling que
to com Rosana, paulista de origem mineira. “Estou
atenção que os restaur a ntes em ger a l dão ao levou sete anos para ser desenvolvida”. Uma das bolações de Ma-
aprendendo muito com eles. Quero encaminhá-los
ximilian, que também é designer, foi revolucionar as taças para espumante.
a nossa empresa.”
serv iço do v inho. “Não é só no Br asil, não”, Até então, recorria-se às esguias e acanhadas flûtes. Maximilian optou por
Maximilian conheceu Rosana graças a um amigo
taças maiores, que possibilitam não só girar para expandir os aromas, mas,
em comum, Daniel Bacardi, com quem passava férias
ressa lva. “Poucos restaur a ntes se dão conta da sobretudo, melhor percepção olfativa. “Quando meu avô tinha de tomar
de verão num acampamento no Canadá. “O Facebook
champanhe – não era muito fã – sempre usava taça para Borgonha.”
de entalhes. O conceito de taça mais clean foi uma sa- acabara de surgir”, relembra. “Mandei uma mensagem
importâ nci a de serv ir um v inho na taça a dequa da O primeiro emprego de Maximilian foi na Maison Taittinger. Trabalhava
cada do avô de Maximilian, o professor Claus Riedel, já para ela, dizendo que tínhamos um amigo em comum
como guia. Para os turistas, o champanhe era servido na flûte. Mas nos bas-
então fixado na Áustria, em meados do século passado. e que queria conhecê-la.” Não obteve resposta, mas
à va rieda de da u va ou ao estilo da bebida.” tidores os produtores bebiam na taça de vinho branco. Isso ajudou a inspirar
“Ele era adepto da escola Bauhaus de design”, con- foi persistente. “Ela era modelo em Londres e fui até
este fã de relógios e de vinhos – estes, por motivos óbvios. Se não estivesse
ta o neto. “Seguia fielmente os dois lemas da institui- lá. Apaixonamo-nos e Rosana se mudou comigo para
na indústria de cristal fino, gostaria de se dedicar a uma dessas áreas. Mas
ção: menos é mais e a forma acompanha a função.” Nova York.” Na época, o pai de Maximilian convidou-
não tem muito tempo livre. Viaja mais de 200 dias por ano. Nos intervalos,
Nos anos 1950, Riedel avô representou a Áustria em -o a assumir a empresa. “Estamos juntos desde então”,
procura passar tempo com seus dois filhos, de 2 e 4 anos, em Kufstein, na
feiras mundiais, uma em Bruxelas, na Bélgica, e outra conta. “Aprendi muito com ela. Sou alemão, penso de
Áustria, onde está fincada a fábrica. As crianças são fruto de seu casamen-
em Montreal, no Canadá, e trouxe a medalha de ouro forma racional demais, e ela é brasileira...”
em ambas. Eram taças transparentes, sem cor e me- Maximilian recebeu as rédeas da Riedel em 2013,
nos decoradas. Uma novidade e tanto. Ainda assim, aos 35 anos. Dois anos antes havia desenvolvido uma
M
aximilian Riedel, 41 anos, presidente da empresa batizada com o revelaram-se um fracasso de vendas. série de taças para restaurantes, mais robusta e eco-
seu sobrenome, esteve em São Paulo para apresentar o seu road Para sorte dos Riedel, em 1960 o Museu de Arte nômica, capaz de aguentar o tranco do dia a dia. Ain-
show: a degustação de taças de cristal. O industrial alemão re- Moderna de Nova York (o MoMA) adotou uma de da antes disso, em 2004, criara uma linha de taças
presenta a 11º geração da família à frente da mais famosa fábrica de taças de suas peças, classificando-a como “a mais bela taça sem haste. Em 2008 desenhou um decanter – um ae-
vinho do planeta. Na seleta plateia havia sommeliers, donos de restaurantes de vinho já criada”. Maximilian comenta que o New rador – chamado Eve, que faz uma aeração dupla. Ele
e consumidores exigentes. A ideia era mostrar que, por melhor que seja o vi- York Times chamou essa peça de “aquário”, porque acredita na necessidade de aerar até vinhos brancos.
nho, se for servido no recipiente errado, perderá muitas de suas qualidades. na época bebia-se vinho em cálices pequenos. A taça “Não há um só vinho, inclusive champanhe, que não
A Riedel tem um catálogo extenso, com dezenas de taças, algumas com um de Riedel podia receber uma garrafa inteira de vinho. se beneficie de uma passagem pelo decanter.”
nível de especificidade inacreditável. Por exemplo: há uma para conhaque “Foi algo surreal, inédito”, entusiasma-se. E que vinho o homem das taças prefere bebericar?
VSOP (mínimo de quatro anos de envelhecimento) e outra para conhaque Apesar do apoio da vanguarda do design e das ar- “Gosto de Pinot Noir, mas os preços estão muito al-
XO (mínimo de seis anos). tes ao novo estilo de taça proposto pela Riedel, a mar- tos”, diz. “Por isso, dedico-me ao Cabernet, quando
O sucesso da empresa não veio de uma hora para outra. A família começou ca só decolou de verdade em 1973. Foi quando Georg possível Bordeaux.” Para Maximilian o marketing
a trabalhar com vidros e cristais ainda no final do século 17, na Boêmia – hoje – filho de Claus e pai de Maximilian – desenvolveu a dos vinhos da Borgonha precisa ser aprimorado.
República Checa –, então considerado, no gênero, o melhor país produtor. O coleção Sommelier com oito taças diferentes, volta- “Há produtores menores que fazem ótimos produ-
modelo a seguir naquele e nos séculos seguintes eram peças coloridas e repletas das para uvas ou cortes específicos. A iniciativa rece- tos, mais acessíveis, mas pouca gente os conhece.” TP
O C AÇ A B R I TÂ N I C O
T E V E A P I N T U R A DA
F U S E L AG E M L I X A DA AT É
O M E TA L E V I R O U
T H E S I LV E R S P I T F I R E
Pássaro prateado
No alto, Steve para evitar qualquer problema.
Brooks e Matt Jones explica que buscou o apoio
Jones. E o avião da suíça IWC Schaffhausen pelo fato
Patrocinado pela IWC Schaffhausen, um Spitfire de 1943 dá a volta ao mundo, voando e pouco de a manufatura possuir uma linha de
percorrendo 43 mil quilômetros e cruzando 30 países em quatro meses antes de decolar relógios para pilotos inspirada no
Spitfire. “Conversamos com o Chris
[Christoph Grainger-Herr, CEO da mar-
O
Supermarine Spitfire foi um dos aviões de comba- No total, serão 43 mil quilômetros percorridos por 30 -brasileiro (nasceu em Curitiba, de pais franceses) Pierre Clostermann (1921- ca] e ele imediatamente disse que
te mais importantes da Segunda Guerra Mundial países com cerca de 100 paradas: Reino Unido, Groenlândia, 2006) descreveu em tons grandiosos a primeira vez que voou num Spitfire, men- gostaria de estar envolvido no proje-
(1939-1945). O caça britânico celebrizou-se du- Canadá, Estados Unidos, Rússia, Japão, Índia, Paquistão, cionando explicitamente o barulho inigualável dos 12 cilindros e a saída do fogo to”, conta. “A Boultbee Flying Aca-
rante a Batalha da Inglaterra, em 1940, quando os alemães Barein, Egito, Grécia... Brooks e Jones são sócios da Boult- pelos canos de escapamento na hora da partida. demy é uma empresa de dez pessoas,
bombardearam Londres sem dó nem piedade. Mesmo as- bee Flying Academy, que além de formar pilotos leva clien- A maioria dos 100 trechos percorridos aconteceu a baixa altitude, por meio de focada em voar: precisávamos de um
sim, não conseguiram vencer. Os Spitfire da RAF (Royal Air tes para experimentar a célebre aeronave inglesa. “Planeja- navegação visual. O que só permitiu o deslocamento em dias claros. Isso exigiu patrocinador com integridade e dis-
Force), embora em número bem menor, conseguiram deter mos voar por cerca de 150 horas”, explicou Jones no um grau de excelência na logística e nos estudos meteorológicos raras vezes vis- posto a contar a história.”
o avanço da Luftwaffe, a força aérea nazista. O avião tor- estande da IWC durante o Salão Internacional de Alta Relo- to. Querosene de aviação não é fácil de se encontrar nos confins da Sibéria, por Segundo ele, a circum-navegação
nou-se um símbolo de força e esperança. joaria, SIHH, em Genebra, Suíça. “Como o motor foi restau- exemplo. “Em lugares como o Extremo Oriente ou o leste da Rússia, são centenas da Terra não é apenas sobre o voo,
Um símbolo tão forte que a IWC Schaffhausen, manufatura rado e tem uma vida útil de 500 horas, poderíamos fazer de milhas sem uma única pista de pouso, contato com rádio e um combustível é algo que traz valores inspiracio-
suíça que inventou o Pilot Watch, resolveu patrocinar uma três vezes a viagem sem substituí-lo.” que não é muito comum por lá”, disse Brooks. nais. Passa pela conexão com pessoas
volta ao mundo tendo o avião como protagonista. Alternando- O ronco do motor, aliás, tornou-se tão lendário quanto o O Silver Spitfire, como foi batizado para a expedição, contou em todo o tra- em todos os quadrantes do mundo
-se no manche de um Spitfire Mk IX de 1943, Steve Boultbee avião. Trata-se de um gigantesco Rolls-Royce Merlin V12, jeto com o apoio de um Pilatus PC-12 suíço, um dos turboélices mais confiáveis e por contar uma história. “Vamos
Brooks e Matt Jones decolaram em 5 de agosto último do aeró- duplo turbo, de 1.565 cavalos de potência. “Quando você dá do mundo. Além de um rádio extra e de um iPad, todos os instrumentos de reunir lugares que não veem um
dromo de Goodwood, em Chichester, Inglaterra – para onde a partida, o Spitfire parece adquirir vida própria”, contou navegação são originais. Silver Spitfire porque a aeronave teve a fuselagem lixa- Spitfire há pelo menos 75 anos”,
devem retornar no começo deste dezembro. Até 24 de novem- Brooks. “As pessoas que não estão acostumadas ouvem pela da até o metal. “Trata-se de um avião todo original, vindo direto de um museu, afirmou. “E apresentá-lo a países
bro, a dupla esperava na Grécia a hora de voar para a Itália, dali primeira vez e fazem uma cara indescritível.” Numa obra adquirido em um leilão cerca de dez anos atrás”, contou Brooks. “Queremos que jamais viram um antes.”
para a França, Suíça, Alemanha... e finalmente para casa. clássica sobre a aviação de caça, O Grande Circo, o franco- que as pessoas o toquem. Se o pintássemos, elas estariam tocando em 2019 e silverspitfire.com
Black
Hollywood
No c om e ç o d o s a no s 70
p o r n e g r o s , c o m n e g r o s e pa r a n e g r o s
blackstar
Richard Roundtree,
P or Robe rto M ug gi at i o astro de Shaft
19 7 0 t r a n s f o r m o u e m m e r c a d o r i a
S u p e r F ly, d e 19 7 2 ,
as idei as e os sonhos dos
s u p e r o u n a da m e n o s
r e vo l u c i o n á r i o s s i x t i e s . A c r i a t i va
q u e O p o d e r oso c h e fã o
m o da da s r ua s f o i a p r i s i o n a da
nas bilheterias
n a s v i t r i n a s pa r a o s “ h i pp i e s d e
d o s e s ta d o s u n i d o s
b u t i q u e ”. O s o m e a f ú r i a d o r o c k
v i r o u b a t e-e s t ac a n a s d i s c o t e c a s
G
e m fotos e f i l m e s; e Rom a n Pol a nsk i
página, Sweetback's ordon Parks lançou seu herói noir em Shaft
s e m e t e u n u m c a s o d e a b u s o s e x ua l Baadasssss Song – O Filme (1971). O sucesso gerou as sequên-
cias O Grande Golpe de Shaft e Shaft na Áfri-
F
d e m e n o r e m L o s An g e l e s q u e o
oram centenas de produções na primeira metade da dé- ciais que torturavam um jovem negro e passa a sofrer perseguição impla- ca. Encontrou em Richard Roundtree, manequim
pe r se gu e at é hoj e . F oi n e s se c e ná r io cada com um sucesso assombroso: em 1972, Super Fly cável. Por extravasar o ódio e a mágoa da comunidade afro contra a socie- profissional, um dos mais sofisticados protagonistas
superou O Poderoso Chefão nas bilheterias dos Estados dade racista, o filme foi exaltado pelos Panteras Negras. Palavrões, cenas da Blaxplotation, com seu trench coat de couro, ca-
qu e e x pl odi u a bl a x pl oi tat ion
Unidos. Nos estertores do fenômeno, em 1975, o produtor Dino de sexo e violência o fizeram alvo da censura – o título, intraduzível, foi misa de gola rulê e sapatos italianos. Aliás, a roupa
( t r o c a d i l h o d e “ e x p l o r aç ão n e g r a”) : de Laurentiis arriscava suas fichas em Mandingo, um estranho uma forma de escapar dela. Isso não impediu que se tornasse um sucesso nesses filmes é fundamental na definição do caráter:
Blaxplotation branco. de bilheteria, apesar da rejeição inicial dos próprios distribuidores. os mocinhos são sempre elegantes, só bebem co-
f i l m e s f e i tos por n egros sobr e
Já em 1970 chegava às telas Cotton Comes to Harlem/Rifi- Ex-condutor de bondes em San Francisco, Van Peebles não entendia nhaque francês, enquanto os vilões se impõem pela
n e g r o s e pa r a n e g r o s . fi no Harlem, baseado no romance policial do afroamericano nada de cinema quando juntou suas poucas economias a um empréstimo ostentação dos ternos largos com estamparias ber-
Chester Himes. A sofisticação do filme contrastava com a gros- de US$ 50 mil do comediante Bill Cosby para rodar Baadasssss e faturar rantes, os sapatos-plataforma e os chapéus extrava-
sura de Sweet Sweetback’s Baadasssss Song (1971), conside- US$ 10 milhões. Seu filho Mario contaria essa história em 2003 no filme gantes – uma espécie de releitura dos zoot-suiters
rado o filme mais representativo da Blaxplotation. Dirigido e How to Get the Man’s Foot Outta Your Ass. dos anos 1940. Muitos atores do novo gênero vieram
interpretado por Melvin Van Peebles, mostra um marginal que O personagem mais representativo da Blaxplotation é o detetive John do esporte, em particular do futebol americano,
faz sexo ao vivo num bordel. Ele vira herói ao matar dois poli- Shaft, uma espécie de resposta negra ao fenômeno James Bond. Shaft é como Fred Williamson, que protagoniza O Chefão
D
às trilhas sonoras
a extinta gravadora Stax saíram maravilhas do soul,
de Nova York/Black Caesar (1973); Bernie Casey (Hit Man); de Isaac Hayes
cantadas por Otis Redding, Wilson Pickett, Sam &
Jim Brown (antes de fazer carreira na Blaxploitation brilhou no e Roy Ayers
Dave, Rufus e Carla Thomas e Albert King, entre outros.
sucesso da MGM Os Doze Condenados), e Jim Kelly (fez com
Muitas delas eram compostas pelo branco Steve Cropper, gui-
Williamson e Brown Three the Hard Way). Ken Norton, o peso-
tarrista do grupo Booker T. & The MGs – plantonistas do ende-
-pesado que não só derrotou Muhammad Ali em 1973, como
reço lendário da Stax na McLemore Avenue, em Memphis. Uma
quebrou o maxilar do campeão, faz o papel de um lutador em
antiga sala de cinema convertida em estúdio, manteve o piso
Mandingo (1975), incursão equivocada, mas lucrativa, de Dino
abaulado onde ficavam os assentos. Esse desequilíbrio criava
de Laurentiis na área, que teve até uma sequência, Drum.
uma anomalia acústica detectável nos discos, que ganhavam
As mulheres também brilharam no gênero. Em Cleópatra
ela falou à revista Essence sobre a onda da Blaxploitation: um som mais profundo e rouco. O historiador do soul Rob
Jones (1973) – e sua sequência, Cleópatra Jones e o Cassi-
“Por que as pessoas acham que eu desvalorizaria a mulher Bowman afirma que bastava aos fãs ouvir as primeiras notas
no de Ouro –, a manequim Tamara Dobson (quase 2 metros
negra? Fui julgada e condenada sem poder testemunhar em para terem a certeza de que a canção fora gravada no estúdio
de altura) é uma agente de combate às drogas em conflito
minha defesa. Claro, muitos daqueles filmes eram lixo. Mas de Memphis. Basicamente, a Stax incorporou o sonho ameri-
mortal com a vilã lésbica “Mamãe” (interpretada pela loura
eram o que estava à mão. Ofereceram trabalho para mim e cano da gravadora de garagem que se tornou uma organização
Shelley Winters). Mas a musa maior da Blaxploitation é Pam
empregos para centenas de negros. Todos nós precisávamos multimilionária.
Grier, que surgiu arrasadora em dois filmes de vingança. Em
trabalhar. Todos nós precisávamos comer”. No verão de 1972, a Stax promoveu o que seria considerado “o
Coffy (1973), ela pune toda a rede de vilões – traficantes, cáf-
Em nenhum outro gênero do cinema a música é tão impor- Woodstock negro” – um festival no estádio Los Angeles Memo-
tens, policiais corruptos – envolvida na morte de sua irmãzi-
tante como na Blaxploitation, superando muitas vezes o pró- rial Coliseum, o único do mundo a acolher três Olimpíadas: as de
nha por uso de drogas. Já em Foxy Brown (1974), infiltra-se
prio filme. Uma intriga de espionagem inconsequente, The 1932, 1984 e a prevista para 2028. O evento beneficente em prol
no submundo do crime para exterminar os assassinos do seu
Spook That Sat by the Door, é brindada pelo exuberante jazz de da causa negra chamou-se Wattstax (Watts lembrando a heroica
homem, um agente policial, com atos de violência que in-
Herbie Hancock. Quincy Jones abrilhanta o mediano Com os insurreição no gueto negro de Los Angeles, em 1965.) Os princi-
cluem castração e atropelamento por um avião.
Minutos Contados, um pré-blax de 1969 com Sidney Poitier. pais artistas da gravadora exibiram-se para uma plateia superior a
Coffy foi um dos seis filmes de Blaxploitation que chega-
Curtis Mayfield brilha na música de Super Fly. Mas foi a trilha 100 mil pessoas e o show foi lançado no filme Wattstax, em 1973.
ram ao número um nas bilheterias americanas. Quentin Ta-
sonora de Isaac Hayes que fez de Shaft o carro-chefe do “movi- Em 2002, na Inglaterra, Isaac Hayes regeu 20 músicos numa
rantino o considera “um dos filmes mais divertidos de todos
mento”. Uma das grandes figuras do soul, Hayes candidatou-se versão eletrizante do Tema de Shaft. Em 2008, dez dias antes de
os tempos”. Em 1997, Tarantino lançou Jackie Brown, uma
ao papel principal, mas foi escalado para fazer a música do filme. completar 66 anos, ele morreu de um AVC – a mulher encontrou
comédia de erros em que todo mundo está a fim de passar
Particularmente notável é o tema de abertura, com a parte ins- seu corpo ao lado de uma esteira ergométrica ainda ligada, em
a perna em todo mundo e ficar com o dinheiro. A ação gira
trumental pelos Bar Keyes and Movement – o baixo pulsante, sua casa de Memphis. Deixou 12 filhos, 14 netos e três bisnetos
toda em torno de Pam Grier e a mostra no auge do talen-
os uivos lancinantes da guitarra em wah-wah, a marcação do – sua última filha nasceu quando ele tinha 65 anos. Isaac Hayes
to e sensualidade, aos 48 anos. Pam, que estreou em 1970
hi-hat e pandeiro, o piano e a voz de Hayes e o entrechoque vi- pode ser tomado como um símbolo da força e da exuberância
numa ponta no musical Além do Vale das Bonecas, já fez
brante de cordas, metais e flautas sintetizados. do Blaxplotation, que passou como um meteoro, mas marcou a
mais de 50 filmes e não pretende parar tão cedo. Em 1979
Ao ganhar o Oscar de melhor canção original com o Tema ferro e fogo a cultura da primeira metade dos anos 1970. TP
3. 4.
5. 6.
1.
NOITE de
Duas
viúvas
U m a da c i da d e g r a n d e , ou t r a d e u m a c o l ô n i a a l e m ã n a ro ç a
E
ra um tempo em que havia usava, mas ele pertence a outra his-
poucas mulheres na redação, tória). Depois do trabalho, quando
quando ela entrou. Jovem, de a rapaziada se reunia no bar Barro- Depois do trabalho, entre
estatura pequena porém bem mo- quinho, ainda em treino para mais
as barbaridades postas
delada, saudável e mais não posso uma noite de loucuras, entre as bar-
dizer por enquanto, porque ela, re- baridades postas em discussão pre- em discussão preservava-se
cém-viúva, ainda estava em período servava-se a viuvinha. Uma noite
a viuvinha
de luto e havia que respeitá-lo. Seu até passei do limite, por distração,
marido, um jornalista consagrado, e comentei soi-disant: “Os joelhos
também de tenra idade, falecera dela parecem com os da Nara Leão”.
havia dias. Deitara-se ao lado dela, Porém acrescentei: “Com todo o res- qual Nureyev (que coisa, só agora
certa noite, e, quando ela acordou, peito”. O que fazer? Já era época do noto que ele realmente era bastan-
estava morto. fashion-luto à la Mary Quant. te parecido com Nureyev), aproxi-
Assim, na redação, formou-se Assim se passaram alguns dias. mou-se do quadro de avisos. Era
em torno da moça um clima que Mas certa tarde – que ficará na his- daqueles quadros de avisos de cor-
eu não chamaria de velório – seria tória da nossa personagem – um re- tiça onde se pregavam com tachi-
mais de silêncio obsequioso com dator (e que redator, além de tudo nhas notas, recortes, pedidos, fotos.
cumprimentos clássicos, gestos teatrólogo), uma figura lépida, doce, Lá ele anexou a seguinte mensagem:
parn asianos e só não tiravam o cha- o cabelo caindo insistentemente so- “Minha cadelinha Holly Golightly
péu porque ninguém usava chapéu bre os olhos, que atravessava a re- teve filhotes. Quem quiser adotar um
(o Panamá, redator de necrológios, dação em passos de balé clássico, ou mais fale comigo”.
N
ão importa, já que o Dia dos Mortos é todo dia. Não vi, era você precisa de um homem para
muito criança e morava no centro da cidade, mas depois passar a noite?”.
fiquei sabendo. Lá no Alto Vale Catarinense, na colônia, a Pra quê! Dona Sulze com aqueles
alemãozada da roça fazia os velórios em casa. Morreu o marido, ví- braços poderosos que o uso diário
tima de pertinaz moléstia. Velório na sala. Poucos parentes e vizi- da enxada lhe proporcionou foi até
nhos reunidos. atrás da porta pegar a vassoura e
A viúva, jovem e saudável com o vigor das lides na roça, sofria pancadeou sem dó a cabeça do abu-
firme, ali junto ao caixão, porque quem é do Alto Vale não chora. sado, que, lógico, fugiu correndo
Foi quando aquele vizinho esquisito ficou do lado dela – era novo feito louco deixando até cair aquele
na colônia e ela já o tinha visto na saída do culto. Um homem muito chapéu que mais parecia um gambá
alto – do lado dela, agora, dava pra notar que dava dois do marido, pisado pelos cavalos.
coitadinho, ali estendido por causa da doença do peito. Só alguns dias depois ela ficou
Esse vizinho era, a bem dizer, educado mas esquisito, e sempre sabendo pelo pastor luterano que o
tirava o chapéu na porta da igreja quando passava por ela e amas- homem não era má pessoa. Ele só ti-
sava o chapéu, nervoso, estranho, vai ver que veio pra colônia se nha se oferecido para passar a noite
esconder de alguma maldade feita por aí, credo! Ficou envergo- velando o falecido. Foi assim que se
nhada de ficar pensando no vizinho, agora do lado dela enquanto o casaram. TP
164 | | DEZ.2019
co nsu m o
U m a s e l e ç ão de pr e s e n t e s de N ata l
pa r a f i c a r n a m e m ó r i a
the
gifts
P o r V i v i a n n e A h u m a da
TAG HEUER
Nova versão do Carrera tem caixa de aço polido e escovado, acabamento esqueletizado e pulseira de borracha preta
tagheuer.com
166 | | DEZ.2019
VALLENTINA
Encantador, o anel tem
aro transparente, junto
com esmeraldas,
diamantes e ouro
18 quilates
vallentinajoias.com.br
frattina
Numa bela combinação
de brilhos, o par
de brincos tem
tanzanitas, esmeraldas
e diamantes
frattina.com.br
bvlgari
Versão com ouro
world Wine
rosé e diamantes panasonic
Um brinde a 2020
está na coleção de De forma limpa e sem distorções, a torre
com o champanhe
relógios femininos de som UA7 propaga o som em 180 graus.
panerai Pierre Moncuit Cuvée.
Serpenti Seduttori Tem conexão Bluetooth e painel touch screen
Em homenagem ao veleiro Vai bem com
bulgari.com/pt-br panasonic.com/br
italiano Luna Rossa, entradas leves e
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faz referência worldwine.com.br
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A
posição de CEO está passando por uma transformação rápida e irreversível.
Cenários cada vez mais desafiadores vêm tirando o sono desses executivos
nos últimos anos. A missão não é fácil: gerir uma companhia nesse mun-
do moderno impactado por quatro adversários que os americanos definiram como
VUCA, a sigla em inglês para Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade.
Com a brutal transformação digital, os líderes do século 21 têm buscado estraté-
gias que façam de suas empresas inovadoras de verdade – e, assim, competitivas.
Por outro lado, o maior obstáculo de todo esse processo é a dificuldade que as com-
panhias têm em lidar com mudanças profundas de gestão. Neste sentido, vale des-
tacar O Caminho para o Topo, estudo realizado pela Consultoria Internacional Korn Alexandre Velilla Garcia,
Ferry. Nele, estão os principais desafios do cargo de CEO: redirecionamento estra- CEO do Cel.Lep
tégico da empresa, promoção da transformação cultural e aumento de sua eficiência e sócio-fundador da Valor Real
operacional. A partir dessas ideias, vale pontuar aqui algumas estratégias: Construções, é economista
com pós-graduação em management pelo
• Identificar pontos fortes e oportunidades: ao analisar todo o ambiente interno e ISE/IESE-University of Navarra
externo do negócio, dá para identificar pontos fortes e questões a melhorar em sua
equipe e serviços. Nessa estratégia, deve-se listar todas as oportunidades e também velillagarcia@uol.com.br
ameaças à empresa. Para isso, as pesquisas de mercado são as melhores ferramentas
para traçar ações mais assertivas.
• Definir a identidade da companhia: estabeleça a essência da empresa: missão,
visão, valores e propósito. Esse exercício é fundamental para comunicar a sua iden-
tidade a colaboradores, parceiros e clientes. Os objetivos, assim, ficarão muito mais
claros para a sua equipe.
• Promover uma real e genuína transformação cultural: estabelecer uma nova dor. Ao se sentir importante e reconhe-
mentalidade empresarial é o ponto de partida para qualquer mudança. Deve-se es- cido, cada colaborador vai se desdobrar
timular e inspirar todo o time com ações que promovam a transformação do mindset. para ser um profissional melhor e vestir
Ações práticas devem permitir novos desafios e criatividade. Assim, o ambiente se a camisa da empresa.
torna mais colaborativo, dinâmico e eficiente. Considerado o pai da administração
• Monitorar os resultados: para o sucesso de qualquer projeto, um monitoramen- moderna, o professor e escritor austría-
to contínuo é indispensável. Afinal, os resultados permitirão pensar nas melhores co Peter Drucker (1909-2005) tem uma
ações e alinhar os objetivos da corporação com todo o seu time. frase que define bem a nossa busca por
inovação: “Onde quer que você veja um
Ao pegar a estrada da inovação, o CEO precisa ter consciência da sua importância. negócio de sucesso, pode acreditar que
Tem de ser um líder de verdade, para promover mudanças e convencer a todos da ali houve, um dia, uma decisão corajo-
importância delas. No topo da sua lista de tarefas, está o incentivo ao time na hora de sa”. Em outras palavras: se a inovação é
lidar – e vencer – novos desafios. Para isso, precisa assumir o papel de líder inspira- o motor, a coragem é o combustível. TP