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NO CAMINHO DOS SONHOS ((medi

Quando as pessoas aprendem a reconhecer a sombra e a vivê-la um pouco mais elas se


tornam mais acessíveis, mais naturais, mais humanas. As pessoas sem sombra, que se
pretendem perfeitas, provocam uma inferioridade no ambiente que irrita os demais. Elas
agem
de um modo superior ao demasiado humano. É por isso que ficamos tão aliviados quando
algo ruim lhes acontece. "Graças a Deus — dizemos — ele também é gente."

Temos um provérbio que diz: "O homem bom presta muita atenção no mal que o outro
faz." Aí ele pode dizer: "Ah, foi ele, e não eu." Isso desempenha um grande papel na chamada
psicologia do bode expiatório. Em certos grupos, em especial na família, uma criança ou
outro membro qualquer assume o papel de fazer o mal que os outros gostariam de fazer e não
ousam. Então elas empurram aquela pessoa cada vez mais para aquele papel negativo. É
possível que na sociedade até mesmo o criminoso desempenhe esse papel; ele é algo como
um redentor negativo. Ele redime a sociedade de ter que encarar sua própria sombra, porque
é
possível dizer: "Foi aquele sujeito que cometeu o crime. Eu gostaria de fazê-lo, mas não me
atreveria." E alguém com uma personalidade fraca, um ego fraco, pode sucumbir a sugestões
e atuar aspectos sombrios que os outros, na verdade, desejam.
Jung descobriu que
enquanto dormem, através dos sonhos, as pessoas despertam para aquilo que realmente são.
(Fraser Boa)

Interpretar os próprios sonhos é muito difícil. Por isso Jung recomendava aos analistas
junguianos que procurassem colegas para discutir sonhos. Ele costumava reclamar: "Não
tenho um Jung para interpretar os meus sonhos." Assim, ele contava os sonhos que tinha aos
seus discípulos. Mesmo que dissessem alguma bobagem, isso poderia abrir-lhe uma nova
perspectiva sobre o sonho e ajudá-lo a ser mais objetivo. (Quem concorda?)
Ao atingir a idade avançada, as pessoas tendem a refletir sobre a vida, repassando os
eventos marcantes e os sonhos que tiveram, em geral percebendo um certo padrão.
Problemas
que se colocam e se resolvem, transformando-se depois em novos problemas. Parece haver
uma organização secreta, cujo centro é o que os místicos chamam de centelha divina ou
imagem de Deus em nós. Os budistas diriam que é a mente-Buda, ou diriam mesmo que é o
Self. O hindu diria que esse centro é o Atman, o Atman universal e pessoal na psique humana.

Existe uma técnica para descobrir o significado de um sonho?


Temos uma técnica na psicologia junguiana. Comparamos o sonho a um drama e o
examinamos sob três aspectos estruturais: primeiro, a introdução ou exposição — o cenário
do sonho e a colocação do problema; segundo, a peripécia — o desenrolar da história; e
finalmente, a lysis — a solução final, ou talvez a catástrofe. Quando não compreendo um
sonho, uso esse esquema e me coloco a questão: "Muito bem, qual é a introdução?"
A primeira sentença de um sonho em geral descreve a cena da ação e apresenta os
protagonistas. Por exemplo, um sonho pode começar da seguinte forma: "Estou na casa da
minha infância com meu amigo Bob." Toma-se essa primeira sentença e pergunta-se ao
sonhador quais são as suas associações: "Como era essa casa? Como você se sentia lá? Você
era feliz? Quanto tempo viveu lá?" Em seguida, pergunta-se sobre o amigo: "Como é esse seu
amigo Bob? O que faziam?... Ah, sei, ele era um chato, mas vocês faziam molecagens juntos."
Então, essas associações são inseridas no texto, que fica assim: "Psicologicamente ainda estou
em minha situação infantil e com uma parte de mim que é chata mas também travessa."
A partir dessa tradução deve-se obviamente examinar de que forma se aplicar ao
momento em que o sonho ocorreu e à vida do sonhador. Em quem sentido ele ainda está com
um pé na casa da infancia? Em que aspecto de sua situação de vida ainda reage como quando
era menino? Presume-se então que o conho fala a respeito daquele pedaço da personalidade
dele.
O passo seguinte é nomear o problema. Digamos que aparece um carro, e dele saem dois
ladrões. Temos agora um desenvolvimento dramático, o que significa que uma história
específica está sendo contada. Esses dois homens seriam uma invasão, algo que força a
entrada. Os ladrões em geral representam algo que entra no sistema consciente. O sonho teria
então a seguinte tradução: "Naquele canto de sua psique, onde o sonhador ainda tem reações
infantis, algo do inconsciente coletivo está entrando."
Dessa forma, vamos aos poucos cobrindo o sonho inteiro. O fim do sonho, ou fysis, é o
objetivo: uma solução, ou uma catástrofe. Eu conheço tão bem essas regras de interpretação
que as aplico meio inconscientemente. Mas sempre presto muita atenção à última sentença
do
sonho, que oferece a solução inconsciente — no caso de haver solução no momento. Alguns
sonhos acabam sem levar a nada — esses não são favoráveis e isso quer dizer que o próprio
inconsciente não tem solução. Fora esse caso, porém, o que quer que aconteça no fim do
sonho é a solução. Se alguém acorda com um grito, por exemplo, essa é a solução — aquilo
que choca e desperta. O final do sonho contém o aspecto que deve ser conscientizado; por
isso, sempre pergunto como termina o sonho

Marie Louise Von Franz

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