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Índice

1. Saboaria e Aromaterapia 3
Saboaria Natural e Aromaterapia 4
Tabela Óleos Essenciais e Essências Sintéticas 5
A diferença entre Saboaria Artesanal Natural e Saboaria Industrial 6
Cuidados gerais na Saboara 7
Cuidados gerais com os Óleos Essenciais 8
Gravidez e amamentação 10
Crianças 11
2. O que você precisa para fazer seu Sabonete Artesanal 12
Materiais e Matérias-Primas 13
Moldes 14
Óleos vegetais 15
3. Fazendo Sabonetes 19
Como funciona o Cold Process 20
A Química do sabão 21
Como calcular a lixívia 23
Sobregordura e desconto de soda 25
Calculando o PH 27
4. Passo a passo para Produção de Sabonetes no Cold Process 29
Óleos e manteigas para Saponificação 30
Preparando a Lixívia e misturar com os óleos 32
Verificando o traço 34
Aplicando aditivos, pigmentos naturais e conservantes 36
Molde e corte 39
Processo de cura 42
Receita Sabonete Cold Process de Lavanda 43
Receitas Sabonetes Cold Process com Argila 46
Informações gerais e lembretes 49

2
Saboaria e Aromaterapia
Saboaria Natural e Aromaterapia
Os sabonetes artesanais prezam por um conjunto de boas práticas, que auxiliam
não só a nossa pele mas também o meio em que vivemos. Por não poluírem o
ambiente, devido aos ingredientes naturais, também não causam danos à pele,
nutrindo e hidratando, além de serem muito eficientes para tratar problemas
dermatológicos.

Nos sabonetes artesanais, a glicerina é mantida, o que, quando misturada aos


demais ingredientes (como óleos, manteigas e óleos essenciais), permitirá que
mesmo com a higienização, a pele seja hidratada e absorva diversos
benefícios medicinais.

Segundo a maioria dos estudiosos, a primeira evidência de uma substância


semelhante a sabão remonta a 2800 aC.

A prática da aromaterapia é tão antiga quanto a da saboaria: conta-se que nos


primórdios da humanidade já se utilizavam dos efeitos calmantes da queima de
ervas e plantas aromáticas, atribuindo ligações de espiritualidade e cura até os
dias de hoje;

A aromaterapia pode ser utilizada no dia a dia das mais diferentes formas: por
meio de difusores de ambiente, colares difusores, aromatizador pessoal, óleo
de massagem e na produção de produtos cosméticos naturais, como xampus
e sabonetes;

A aromaterapia e os óleos essenciais podem ser utilizados para tratar distúrbios


diversos, de forma multidimensional, pois como medicina integrativa, a
aromaterapia aborda todos os aspectos do ser humano (físicos, mentais, sociais,
energéticos, espirituais...).

Isso significa que tanto uma acne (aspecto físico) quanto uma ansiedade
(aspecto mental) podem ser tratados a partir da aromaterapia.

4
No cold process (processo a frio) da produção de sabão, inclusive, é praticamente
indispensável o uso de óleos essenciais para formação da fragrância;

Isto porque as essências sintéticas, facilmente confundidas com óleos essenciais,


não funcionam no cold process, por conter álcool e outros componentes
sintéticos que podem estragar a receita de sabão (traço).

As diferenças entre essência sintética e óleo essencial são notáveis. A seguir


descubra as características de ambos.

Óleos Essenciais Essências Sintéticas

São naturais São sintéticas

Possuem propriedades terapêuticas Não possuem propriedades terapêuticas

Custo mais elevado São de baixo custo

Composição 100% pura Misturados com óleo mineral e outros veículos

Vendidos em frascos de vidro (âmbar ou azul Geralmente vendidos em frascos plásticos e/ou
cobalto) transparentes

Seu aroma dura mais tempo na pele, quando Seu aroma não permanece mais do que poucas
utilizado como perfume ou em massagem horas na pele

5
A diferença entre Saboaria Artesanal
Natural e Saboaria industrial
É importante diferenciar o modo de produção da
saboaria artesanal natural da indústria saboeira. De
forma geral, a glicerina é o subproduto da reação de
saponificação. No entanto, na indústria saboeira, a
glicerina é retirada do processo e vendida como
matéria-prima da indústria química. Todo o maquinário
industrial de processamento do sabão é projetado a
partir dessa retirada da glicerina.

A saboaria artesanal natural se caracteriza por todas as atividades realizadas sem


o apoio de máquinas, onde um sabão na forma sólida ou líquida é produzido a
partir dos componentes primários, por meio de uma reação química de
saponificação.

Nesse caso, toda a glicerina produzida na saponificação é mantida no sabão, o


que confere aos produtos artesanais naturais propriedades de umectação e
hidratação à pele, características da glicerina. Isto não acontece com os produtos
industriais, que tendem a ressecar e agredir peles mais sensíveis.

6
Cuidados gerais na Saboaria
● Durante o procedimento de saponificação, mantenha as crianças e os
animais longe do local;
● É muito importante utilizar luvas de borracha, máscaras e recipientes
apropriados para a produção do sabão;
● A produção do sabão envolve lixívia/soda cáustica, que, em contato com a
pele, pode queimar; com os olhos, pode cegar, e se for ingerida, é fatal;
● Não se deve utilizar nenhum utensílio de metal durante todo o processo de
produção do sabão, pois o metal reage com a soda cáustica;
● Faça esses procedimentos em um local com alguma ventilação, mas não ao
ar livre, pois o vapor da soda cáustica também é altamente prejudicial à saúde;
● Quando misturar os ingredientes com a soda cáustica, faça com calma – a
soda reage à água quente, por exemplo, com rapidez. Portanto, sempre
coloque-a aos poucos;
● Ao fim do processo, elimine completamente todos os resíduos da
saponificação, com cuidado;
● No cold process, o sabão leva de 3 a 6 semanas para ser curado (o ideal é
esperar pelo menos 30 dias). Durante esse tempo, se precisar manuseá-lo,
utilize luvas de borracha;
● No hot process, o tempo de cura é menor: em apenas 1 dia, o sabão já está
pronto para ser usado;
● Cuidado extra ao lidar com a soda cáustica no hot process, devido ao perigo
de inalação do vapor da mistura;
● Havendo contato excessivo com a soda cáustica, lave a região com bastante
água, sem esfregar. Não desaparecendo sintomas como ardência e
vermelhidão, procure um médico.

7
Cuidados gerais com os óleos essenciais
● Mantenha os frascos dos óleos essenciais fora do alcance das crianças e
de animais;
● Armazene os óleos essenciais em locais escuros e com o vidro bem
fechado;
● Caso haja irritação da pele ou erupção cutânea após o uso de um óleo
essencial, suspenda o uso imediatamente; havendo algum processo
inflamatório, procure um médico;
● Não faça a ingestão de óleos essenciais
● Nunca ultrapasse as dosagens e formas de uso recomendadas;
● A aplicação de óleos essenciais puros não é recomendada, pois eles são
altamente concentrados. O ideal é usá-los dissolvidos;
● Se você tem alergias ou pele muito sensível, ou se está utilizando um óleo
essencial pela primeira vez, faça um teste aplicando 1 gota de óleo
essencial diluída em 1 colher de óleo vegetal em uma pequena área da
pele, como o antebraço;
● Caso utilize algum óleo essencial em excesso, havendo desconforto, como
falta de ar e alergia, recomenda-se interromper o uso, beber bastante água
para auxiliar na eliminação do óleo essencial. Se os sintomas persistirem,
procure um médico.
● Mantenha o óleo essencial longe da área dos olhos;

8
● Evite a exposição ao sol durante 24 horas após a aplicação de qualquer
óleo essencial fototóxico (ex: limão, bergamota, laranja) ou opte por
adquiri-los livres de furano cumarinas (LFC) para evitar este efeito;
● Evite aplicar óleos essenciais puros no rosto, área genital e axilas, pois
são áreas sensíveis que podem arder. A aplicação de óleos essenciais puros
diretamente na pele pode ocasionar ardência.
● Busque ter certeza que a aplicação do óleo puro é recomendável e
segura: em caso de dúvida, aplique de forma diluída;
● Não é recomendável o uso de óleos essenciais para mulheres grávidas
nos 3 primeiros meses de gestação ou que estejam amamentando sem
orientação de um profissional habilitado;
Após os 3 primeiros meses de gestação, caso utilizado, cortar a dosagem
mínima pela metade e diluir em óleo carreador para massagens e banhos
(diluição 0,5 a 1%), somente;
Nestes casos, não utilizar óleos essenciais que são estimulantes do SNC
(Sistema Nervoso Central), que têm a propriedade emenagoga (que facilita
contrações e o fluxo menstrual) ou toxicidade alta. Ex: canela, alecrim,
eucalipto, cedro, cânfora, sálvia dalmaciana, sálvia esclareia, funcho e
erva-doce;

9
Aula 8 Gravidez e amamentação
Grávidas e lactantes devem evitar os óleos essenciais das seguintes plantas: anis,
canela, manjericão, bétula, hissopo, artemísia, cipreste, gerânio, ylang ylang,
salsa, poejo, sálvia, tanaceto, estragão, tuia, alecrim e eucalipto. Os demais
óleos essenciais podem ser utilizados em concentração o,5% a 1% para tratamento
de aromaterapia.

Observações:

Ylang Ylang - pode ser um grande aliado para engravidar (afrodisíaco e regulador
hormonal), mas não é indicado na gravidez.
Gerânio - é um excelente aliado para engravidar (regulador hormonal e favorece a
consciência sobre a maternidade), não deve ser utilizado na gravidez
Hortelã - pode utilizar em dosagem baixíssima na gravidez (0,25%). 1 gota em um
lenço ou inalador pessoal.
Os óleos essenciais são extremamente concentrados - 1 gota equivale a até 25
xícaras de chá em concentração química. Na gravidez, principalmente nos 3
primeiros meses deve-se ter MUITO cuidado com qualquer substância. Começar
sempre com menores dosagens e perceber como o organismo reage.

IMPORTANTE!

Na saboaria deve-se acrescentar 1% a 1,5% em relação à massa total de sabão,


apenas dos óleos essenciais permitidos (não citados acima). Mesmo que o
sabonete com o óleo essencial acrescentado na massa não seja para uso
pessoal, a gestante ou lactante entrarão em contato no processo de
manipulação. Os óleos essenciais são extremamente voláteis. Então grávidas e
lactantes devem evitar manipular ou utilizar os óleos essenciais
contra-indicados nesta fase da vida.

10
Aula 8 Crianças
Muitos óleos essenciais são contra-indicados para crianças. Ideal dar
preferência aos calmantes leves, reguladores do Sistema Nervoso Central e
de propriedade de clareza mental, como os das seguintes ervas: Lavanda,
Camomila Romana, Laranja, Limão, Bergamota, Capim-limão( lemongrass),
Benjoim.

Óleos essenciais e faixa etária:

6 meses a 2 anos: Não recomendado. Óleo essencial para esta idade deve ser
utilizado apenas em uma situação urgente, como: uma picada de abelha ou picada
de inseto, devidamente diluído. Dar preferência a utilização das ervas
(infusão,decocção, tinturas, extratos) pela menor concentração química.

2 a 6 anos : 0,25% de concentração. Não há problema em usar óleos essenciais


se for devidamente respeitada a dosagem indicada nessa faixa etária. Dar
preferência a utilização das ervas (infusão,decocção, tinturas, extratos) pela menor
concentração química.

Maiores de 6 anos de idade: 1% de concentração.

IMPORTANTE!

Na saboaria deve-se acrescentar as proporções indicadas acima em relação à


massa total de sabão, apenas dos óleos essenciais permitidos citados .

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O que você precisa para fazer
seu Sabonete Artesanal
Materiais e Matérias-Primas
Materiais para produção Materiais para higiene e segurança

● Balança ● Máscara de proteção


● Termômetro digital ou analógico ● Luvas de borracha
● Mixer ● Óculos de proteção
● Medidor de pH ● Touca descartável
● Espátulas, colheres, conchas e ● Avental
fuê ● Sapato fechado
● Recipiente para a produção da
massa (vidro, inox, cerâmica,
Matérias-primas
polietileno de alta densidade
(HDPE) ou plástico polipropileno)
● Base glicerinada
● Medidores
● Óleos vegetais
● Papel manteiga
● Óleos essenciais
● Cobertor
● Soda cáustica
● Cortador
● Extratos
● Chapa para banho maria
● Pigmentos naturais

Materiais não adequados (alto risco em


contato com a soda cáustica)

● Alumínio, latão, bronze, cromo, ferro,


magnésio, estanho, zinco, e a maioria dos
metais (exceto aço inoxidável) e artigos
feitos de metal e revestido com teflon.
● Quando a soda cáustica reage com esses
metais, o gás hidrogênio - extremamente
inflamável e explosivo – é liberado. Plásticos
não adequados também podem amolecer
em temperaturas mais elevadas;

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Moldes
Para os moldes e formatos do sabão, algumas formas são indispensáveis, tais como:
● Forma de madeira
● Forma de silicone
● Forma de acrílico

DICAS
● Forma de plástico não é
recomendada;
● A forma de silicone obtém vantagem
sob a de madeira porque não precisa
forrar: a massa pode ser despejada
diretamente;
● Recipientes para a massa: de
preferência que sejam de vidro, mas,
se não tiver, pode ser inox, cerâmica
ou plástico, desde que adequado
para aguentar altas temperaturas;
● Evite recipientes de alumínio, ferro
e panelas antiaderentes por conta
da liberação de metais;

14
Os óleos vegetais
Os óleos vegetais são um dos principais ingredientes utilizados na saboaria.

Também conhecidos como óleos de base ou, ainda, óleos carreadores (porque
“carregam” o óleo essencial, diluindo-o), os óleos vegetais são únicos e cada um
possui propriedades terapêuticas próprias.

Quando acrescentados aos sabonetes, oferecem muitas vantagens no cuidado


com a pele e os cabelos, pois são hidratantes e muito nutritivos.

Conheça mais de 5 óleos vegetais (rícino, palma, oliva, coco e palmiste) muito
utilizados na saboaria e seus benefícios a seguir.

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5 ÓLEOS VEGETAIS MAIS USADOS NA SABOARIA

Óleo Vegetal de Rícino ou Mamona (Ricinus communis)

Índice de saponificação: 0.128


Essencial - não tem substituição

● Propriedades: Por suas propriedades


emolientes e hidratantes estimula a produção
de colágeno, o que reduz rugas e estrias.
Rico em ácido ricinoleico
● Na Saboaria: Promove espuma cremosa e estável, também é um bom
condicionador. Devido à alta viscosidade, deve ser misturado com outros óleos
vegetais mais leves
● Indicações: Muito indicado para curar inflamações. Ideal para peles secas.

Óleo Vegetal de Palma (Elaeis guinnesis)

Índice de saponificação: 0.142


Essencial na saboaria - não tem substituição

● O fruto da palma, pode produzir dois tipos de


óleos: óleo de palma (extraído da polpa) e óleo de
palmiste (extraído da semente ou amêndoa), ambos
de mesmo nome científico, mas com diferentes
características físico-químicas. Neste caso, quando
falamos óleo vegetal de palma, trata-se do óleo vegetal extraído da polpa.
● Propriedades: Propriedades: rico em vitamina E e possui alto teor de
carotenoides, o que lhe concede excelentes propriedades antioxidantes.
Retarda o envelhecimento da pele e a hidrata profundamente. Este óleo
contém um elevado teor de vitamina A, sendo 14 vezes superior ao encontrado
na cenoura. É capaz de frear a proliferação de células cancerígenas.
● Na Saboaria: Indispensável na saboaria de qualidade, produz um sabão
bastante firme. Use-o combinado com o óleo de babaçu ou coco e oliva.
Considerado um dos óleos vegetais mais naturais por não exigir nenhum
processo químico para sua extração. Saponifica-se com facilidade. Utilizado em
até 60% ou mais da receita.
● Indicações: Indicado principalmente para quem tem a pele seca ou normal.

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Óleo Vegetal de Oliva (Olea europaea)

Índice de saponificação: 0.135


Importante na saboaria - quais óleos vegetais podem
substituí-lo: girassol ou abacate

● Propriedades: Considerado uma “Estrela da


Cosmética”. Poderoso e antirrugas, hidrata e
suaviza a pele seca, é purificador, calmante e
melhora a elasticidade da pele.
● Na Saboaria: Um dos principais óleos na
saboaria artesanal por conter alto teor de ácido
oleico, produz um sabonete muito umectante,
suave para a pele com uma espuma rica e
altamente emoliente.
● Indicações: Ideal para peles delicadas e sensíveis (como a de crianças),
pode ser muito útil para pessoas com pele seca.

Óleo Vegetal de Coco (Cocos Nucifera)

Índice de saponificação: 0.232


Importante na saboaria - quais óleos vegetais podem substituí-lo:
babaçu ou palmiste)

● Propriedades: O óleo de coco é um poderoso bactericida e germicida.


● Na Saboaria: Muito utilizado na saboaria, confere espuma abundante,
dureza e um sabonete branco. Deve ser utilizado de 20% a 30% da receita,
pois em grande quantidade pode ressecar a pele.
● Indicações: Como equilibra a oleosidade, recomendável o uso nas peles
que são mais oleosas, mas pode ser utilizado em todos os tipos de pele.

17
Óleo Vegetal de Palmiste (Elaeis guineenses)

Índice de saponificação: 0.176

● O óleo de coco palmiste (Elaeis guineensis) é


obtido da amêndoa da palma com
propriedades e composição química bem
distintas do óleo de palma.
● Propriedades: Possui propriedades
anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica e
antioxidante. Auxilia no combate ao envelhecimento da pele e previne a
formação de rugas. É um ótimo emoliente e umectante, proporcionando
maciez e lubrificação para a pele, além de preservar sua elasticidade natural.
● Na Saboaria: O óleo de Palmiste produz sabonete bastante firme e confere
muita espuma com alta capacidade de limpeza.
● Indicações: É bem tolerado para os diversos tipos de pele.

18
Fazendo Sabonetes
Como funciona o Cold Process
Os sabonetes naturais são elaborados a partir de óleos e manteigas vegetais e
preservam toda a sua glicerina. A glicerina proporciona limpeza sem agressão:
mantém a hidratação necessária para a nossa pele. A Saponificação é a reação entre
a gordura (óleos/manteigas) e a Lixívia (água mais Hidróxido de Sódio) que vai
resultar na formação de glicerina e sabão.

O método Cold Process é o método mais conhecido, principalmente no Brasil. E,


como o próprio nome sugere, é o método em que os seus componentes são
trabalhados em uma temperatura considerada a frio. Vale dizer que todo sabão
em barra é feito de Hidróxido de Sódio. O que diferencia do método Hot, por
exemplo, é o tempo de cura, que é maior.

Desta forma, o processo consiste na adição de Hidróxido de Sódio (soda cáustica)


com água para formar um composto chamado de Lixívia. Ao acrescentar esse
composto a uma mistura de óleos e gorduras, e misturar bem, uma massa de
sabão será produzida. Deve ser misturada até alcançar o traço desejado. Conforme
as propriedades que se queira conceder ao sabonete, adicionam-se os aromas,
pigmentos e aditivos naturais a essa massa antes de ir para o molde.

Esta mistura é levada aos moldes para o processo de cura, que pode durar entre 4
a 12 semanas. No final do processo, qualquer resquício de soda cáustica se
neutralizará, restando somente puro sabão natural. A glicerina é um subproduto do
sabão – um líquido viscoso de cor transparente e sabor adocicado. Quanto mais
glicerina houver na barra de sabão, mais hidratante será.

20
A Química do Sabão
Todo sabão é um sal. O sabão é formado por um processo químico que ocorre
quando se mistura uma gordura (ácidos) com uma base alcalina (álcalis ou
básicos), resultando em sais. Os sais podem ser de sódio ou sais de potássio,
dependendo do álcali utilizado no processo.

Os álcalis são as substâncias utilizadas na produção do sabonete. Eles são


chamados “básicos” e são soluções altamente corrosivas e, por isso, também
queimam. Os mais utilizados são o Hidróxido de Sódio (NaOH) e o Hidróxido de
Potássio (KOH). O Hidróxido de Sódio é popularmente conhecido como Soda
Cáustica, pode ser encontrado nos supermercados em forma líquida, mas NÃO
serve para a saboaria.

O que é usado para a saboaria é o Hidróxido de Sódio em escamas ou em


micropérolas e que tenha grau de pureza entre 98 a 100%. Com esse composto é
produzido o sabão duro ou em barra. Já o Hidróxido de Potássio é o álcali utilizado
para produzir o sabão líquido ou em pasta. É também conhecido como Potassa.

21
Os ácidos são soluções que queimam. Podem ser menos agressivos, como o sal
de cozinha e o ácido acético do vinagre, ou bastante agressivo como o ácido
sulfúrico, utilizado em baterias dos automóveis (um ácido extremamente forte e
perigoso). Os ácidos encontrados nos óleos e gorduras dos alimentos, são os
ácidos graxos.

Quando gorduras e óleos que contêm ácidos graxos encontram o álcali, ocorre
uma reação chamada saponificação. Neste processo da saponificação, o álcali
desloca a glicerina, e juntamente com os ácidos graxos formam os sais. Esses sais
(de sódio ou potássio), são os sabões. Quando a saponificação estiver completa,
uma molécula de glicerina estará presente para cada três moléculas de sabão.

Hidróxido de Sódio (NaOH), por exemplo, é o mesmo componente que reagiria,


quimicamente falando, se usássemos gordura com cinza de madeira no lugar de
comprar a soda já pronta. Esse método rudimentar de usar cinzas foi abolido,
porque, nossa tecnologia e métodos evoluem e podemos comprar ela pronta para
uso. A soda faz parte da reação química do sabão, apenas.

Nenhuma molécula de lixívia (resultado da composição Hidróxido de Sódio +


água) permanece no produto, pois todas elas são neutralizadas e usadas para
formar as moléculas de sabão e glicerina, então fique tranquila.

A partir do acréscimo de outros ingredientes, como óleos essenciais, por exemplo,


podem-se adicionar propriedades como umectação, condicionamento e
hidratação da pele ou outras características ao sabão para uso na higiene corporal
e beleza.

22
Como calcular a Lixívia
O processo inicial para a confecção do sabonete em barra natural é chamado de
Lixívia – a solução formada pela mistura do Hidróxido de Sódio (soda cáustica)
com a Água. Vale informar que a soda cáustica líquida, vendida nos
supermercados, NÃO é a utilizada na produção de sabonetes. A que é a ideal, é
encontrada em lojas especializadas em produtos químicos, a “Soda 99%”, como é
mais conhecida.

ÁGUA

A água que deve ser usada é a deionizada ou destilada. NÃO utilizar águas de
torneiras, filtradas e, principalmente, as que são minerais. Elas contêm sais e
metais, especialmente ferro e cálcio que tornam o sabão ineficiente, inclusive
eliminando a espuma. Já as águas desmineralizadas e destiladas são águas que
passam por um processo que eliminam esses sais e cálcios, e possuem pH neutro.

A maneira mais fácil de calcular a quantidade de água para a receita:

Leva-se em conta os tipos de óleos utilizados na receita. Quanto mais óleos duros,
mais água; quanto mais óleos moles, menos água. Não existe uma porcentagem
“certa”, mas recomenda-se entre 30% a 36% de água em relação aos óleos da base.
As calculadoras online (indicamos mais adiante) podem te ajudar nestes
cálculos.

Por exemplo: Receita de 1kg de óleo base, e pretende-se trabalhar com 30% de
água, então a receita terá 300g de água. (30 x 1000 = 30.000 / 100 = 300)

23
SODA

Para calcular a quantidade de soda, é necessário consultar a tabela com o índice


de saponificação dos óleos (anexo no final da apostila). Índice de Saponificação
(I.S.) é o número de miligramas necessários para saponificar um grama de gordura.
Quanto maior o índice de saponificação, mais gordura será consumida. Por
exemplo o índice de saponificação do óleo de oliva é 0.1340. Para saber quantos
gramas de soda são necessários para saponificar 500 gramas de azeite. A conta é:
Quantidade de óleos X o Índice de Saponificação = quantidade de soda que teremos
que utilizar. Nesse caso exemplificado: 500 x 0.1340 = 67 gramas de soda

Esse cálculo deve ser feito com cada óleo da base. Ao final, soma-se as
quantidades de soda de cada óleo para se obter a quantidade de soda total da
receita.

OBS: Sempre que modificar alguma quantidade de óleo, refaça o cálculo da soda

CUIDADO: Ao preparar a lixívia, sempre coloque as escamas de Hidróxido de


Sódio dentro do recipiente que contém a água, e NUNCA o inverso, ou seja, a
água no pote que contenha as escamas de soda, pois isto pode causar um “efeito
vulcão”. Evite também inalar a fumaça inicial da lixívia porque é muito tóxica (use
máscara).

24
Sobregordura e desconto de Soda
Além daqueles óleos e gorduras da base que são calculados para saponificar com a
Lixívia, a sobregordura (“superfatting”) envolve a adição de uma quantidade extra
de óleos/gorduras na massa para a confecção do sabonete.

De uma maneira geral, o sabão artesanal – tanto produzido pelo Hot Process ou
Cold Process – envolve a adição de óleos e gorduras em um dos álcalis cáusticos,
hidróxido de sódio ou de potássio. Se o excesso de álcalis permanece no sabão
acabado, o produto vai ser “agressivo” e, talvez, até mesmo perigoso. Para evitar
esta possibilidade, os saboeiros, geralmente, adicionam mais óleo do que pode ser
saponificado pelo álcali disponível ou, ao contrário, eles acrescentam menos
álcali do que seria necessário para saponificar o óleo disponível.

Desta forma, a sobregordura ou desconto de soda tem os seguintes objetivos:


● dar maior condicionamento ao sabão;
● priorizar as propriedades do sabão
● garantir que não “sobrará” soda da saponificação nos óleos da base.

25
Sobregordura

No Cold Process, a quantidade de sobregordura a ser utilizada pode variar entre 2%


a 7% da quantidade de óleo base. Evite o excesso para não correr o risco de obter
um sabão muito oleoso, o que aumenta as chances de criar ranço ou outro tipo de
problemas. Saboeiros costumam usar 2% no Hot Process e 7% no Cold Process de
sobregordura.

Utilizar, no máximo, 2 tipos de óleos diferentes para a sobregordura. Pode ser


usado, também, manteigas vegetais. Ou seja, na sobregordura, usar só manteigas
ou só óleos ou uma manteiga + um óleo.

Desconto de Soda

A outra forma de fazer o “superfatting”, é descontando uma pequena


porcentagem da quantidade da Soda, de 2% a 7%. Se você costuma usar 5% de
sobregordura, então use o mesmo percentual no desconto de soda. Basta retirar 5%
do total de soda da receita.

Dica
Desconto de soda é a maneira mais fácil, já que todos os componentes serão
misturados de uma só vez (diferente do Hot Process).

26
Calculando o pH
A sigla pH significa Potencial Hidrogeniônico. É um índice que indica a acidez,
neutralidade ou alcalinidade do sabonete. O pH é uma característica de todas as
substâncias determinado pela concentração de íons de Hidrogênio (H+). Para saber
se o sabonete que você fez está completamente seguro para ser usado na pele
é preciso medir o pH.

Testar, medir e checar o pH do sabonete é essencial para garantir que ele possa ser
utilizado na pele sem causar possíveis danos como irritações, alergias, coceiras ou
ressecamento, entre outros.

A escala do pH é medida de 0 a 14. Um pH inferior a 7 é considerado uma solução


ácida, enquanto uma solução com um pH acima de 7 é considerada como básico ou
alcalino. Sabonetes para o corpo tem entre 8 e 10 pH. Para aferir o pH exato, pode
utilizar fitas indicadoras de pH – que vem acompanhada de um gabarito de cores e
que indicam o pH ácido ou alcalino por meio da variação dessas cores – e o
medidor de pH digital.

27
Para fazer este teste, o procedimento é bem simples: pegue 1g da barra de sabão,
coloque em um béquer com 10g de água desmineralizada morna ou quente.
Misture o sabão na água até dissolver por completo. Espere esfriar, faça um pouco
de espuma e molhe uma tira do papel de pH observando a cor indicada.
Compare a cor com o diagrama de cores que acompanha o papel para saber o
índice apresentado. Resultado acima de 10 indica soda cáustica no sabão. Os
resultados para sabão curado (já não contendo lixívia) podem variar de 8-10 pH. A
leitura da tira de teste de pH é dependente da interpretação do fabricante de sabão
e podem estar sujeitos a erros.

Sabonetes com pH elevado, acima de 10, demonstra um produto com alta


concentração de base alcalina (muita soda cáustica) e pode ser bastante
“agressiva” para a pele, portanto não é nada recomendado, mesmo que tenha sido
feito com produtos naturais. Desta maneira, é preciso REFAZER O LOTE. As tiras de
pH podem ser adquiridas em lojas de venda de produtos químicos, laboratórios ou
em empresas de matéria-prima para cosméticos. Tiras de pH utilizados para testar
o pH do sabão, deve incluir uma escala de 7 a 14.

28
Passo a passo para Produção
de Sabonetes no Cold Process
Óleos e Manteigas para Saponificação
1 Pese as gorduras necessárias em suas determinadas proporções;
2 Coloque em um recipiente de inox para derretimento em banho-maria;
Ex de proporções:

Peso

40% óleo de Palma 280g

+ 175g
25% óleo de Palmiste

+ 70g
10% óleo de Rícino

+ 105g
15% óleo de Girassol

+ 70g
10% óleo de Oliva

= 100% 700g

30
3 Após escolhida a forma como irá derreter, basta pesar a manteiga ou o óleo
saturado, levar num recipiente para derreter (em banho maria, no caso).

4 A manteiga e óleos duros são sempre derretidos antes e após misturados


com os óleos da base;

5 Pesar a gordura de Palma (ou gordura vegetal hidrogenada) e de Palmiste (ou


óleo de coco). A massa total não pode ocupar mais do que 2/3 do volume da
panela, pois a massa cresce e poderá derramar no forno;

6 Aqueça até entre 70 e 85 graus;


7 Quando a palma (ou gordura vegetal hidrogenada) + palmiste ( ́oleo de coco)+
pigmentos em pó estiverem em 50 graus, colocar os óleos líquidos;

9 Deixe esfriar até 50 a 55 graus


(5 a 10 graus a mais que a Lixívia)

31
Preparar a Lixívia e misturar com os
óleos para saponificação
Lixívia = Água + Soda

● Use todos os equipamentos de proteção individual


(EPI) e tome todos os cuidados para sua segurança
nesta fase do preparo;

● Vamos calcular a quantidade de Soda


(hidróxido de potássio/KOH) necessária para
misturar com a gordura escolhida para saponificação;

IS (índice de saponificação) x Quantidade de óleo vegetal;

Exemplo de Cálculo de Óleo Vegetal:

Indice de
Peso NaOH
Saponificação (IS)

40% óleo de Palma 280g 0,142 39,76

25% óleo de Palmiste 175g 0,176 30,8

10% óleo de Rícino 70g 0,128 8,96

15% óleo de Girassol 105g 0,135 14,17

10% óleo de Oliva 70g 0,135 9,45

100% 700g 103,14

Desconto de Soda 7%: 95,92,2 -> 96g

32
● Também precisamos calcular a quantidade de água para adicionar à lixívia;

● Equivale de 30% a 36% do peso dos óleos da base;

● Nesta receita, vamos utilizar 32%


Ex:
Para 700g de óleos da base → Água Deionizada
= 32% do peso dos óleos da base = 224g

● Calculada a quantidade de Soda é hora de misturá-la com a água

● Lembre-se sempre: Colocar a soda em água e nunca água na Soda.

● É natural que a solução fique turva num primeiro momento, e depois, límpida;

● Feito isso, deixe esfriar a lixívia entre 40 a 45 °C.

● Enquanto isso, prepare os óleos vegetais para serem misturados com a lixívia

● Quando os óleos da base atingirem a temperatura (55 a 50 °C) adequada,


derramar cuidadosamente a lixívia, mexendo devagar.

33
Verificando o traço (trace)
● Conhecido como o início do endurecimento da massa, o trace (ou traço) indica
que pelo menos 10% da saponificação já ocorreu;

● O trace pode ser classificado em três velocidades: leve, médio ou forte (sendo
a mais leve sinônimo de uma massa mais líquida ("pudim antes de ir para o
fogo") e o forte uma massa em pedaços, que lembra polenta);

● Para verificar o trace, é preciso mexer a massa com a espátula e observar se o


"caminho" feito ficará marcado ou demorará alguns segundos para se apagar -
em caso afirmativo, é sinal de que você atingiu o famoso ponto de trace;

IMPORTANTE

● Depois da lixívia e dos óleos misturados, a duração na mistura da massa para


atingir o trace pode variar de 5 a 15 minutos se estiver utilizando um mixer.

● Acelerar ou não o traço é realmente uma questão pessoal e do que se deseja


fazer com o sabão:

Por exemplo: se desejar dividir a massa e colorir com várias cores diferentes, o traço
leve é o mais indicado. Se desejar fazer efeitos especiais (marmorização, técnicas
com funil, linha do horizonte, coluna etc), traço médio. Se a ideia é fazer apenas um
bloco de sabão, com uma única cor e sem adição de óleos essenciais, traço forte;

34
Existem três fatores que podem afetar e influenciar nesse tempo que a massa de
sabão leva para atingir o TRACE, que são:

1 Quantidade de água (quanto mais água, mais o trace demora);


2 Temperatura da massa (quanto maior a temperatura, mais rápido se chega ao
trace);

3 Ingredientes/aditivos (alguns óleos essenciais como os de cravo e canela


aceleram o trace, assim como óleo de abacate e demais ingredientes como aloe
vera, mel e álcool);

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Aplicando aditivos, pigmentos
naturais e conservantes
Os aditivos e pigmentos naturais serão responsáveis por dar cor ao sabão. Alguns
tem até função extra: além de cor, também podem oferecer benefícios como
propriedades esfoliantes, curativas e antioxidantes;

É interessante ressaltar que os pigmentos naturais não darão cores fortes ao


sabão – por se tratar de algo natural, a suavidade das cores será característica;

Assim, quando você notar cores muito intensas e brilhantes (roxo, verde-limão,
azul-turquesa) no sabão, isso indica que provavelmente são de origem sintética –
o que não significa que são tóxicos, apenas que não são realmente naturais;

Para colorir o sabão naturalmente, temos várias possibilidades: ervas, raízes,


flores, algas, vegetais, frutas, argilas, sementes, especiarias etc.

O modo de usar também varia: os pigmentos escolhidos podem ser em pó, secos,
granulados, frescos, líquidos, por infusão, trituração, ralados etc.

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COMO APLICAR?

Há várias formas de aplicação dos pigmentos naturais, mas separamos as mais


comuns:

● Adição aos óleos líquidos: misture os pigmentos escolhidos com óleos


líquidos antes de adicionar os óleos duros derretidos;

● Adição no trace: coloque o pigmento depois que os óleos e a água da lixívia


estiverem misturados e alcancem o trace;

● Infusão com óleos: adicione o material aos óleos líquidos à temperatura


ambiente e deixe-os em infusão por 2 a 4 semanas, ou duas a quatro
semanas, ou aqueça suavemente até que a cor natural do ingrediente seja
liberada nos óleos.

● Polpa: adicione o pigmento quando a massa atingir um trace leve;

● Infusão na água: faça um chá com o pigmento escolhido para substituir a


água da fórmula. Resfrie ou leve para gelar antes de adicionar a soda cáustica;

● Triturado, em forma de pó: para adicionar diretamente na massa, o melhor


momento é um pouco antes do trace para que seja possível misturar bem e se
espalhar proporcionalmente por toda a massa.

37
ADITIVOS - ÓLEOS ESSENCIAIS

● Devem ser colocados com uma temperatura entre 30 e 40 graus, eles ficam
preservados.

Definir o aroma→ 3% a 6% em relação aos óleos da base

Óleos essenciais
○ Blends para melhorar a fixação – 1 de cada nota: Base, Média e Alta

ADICIONANDO CONSERVANTES

○ Óleo resina de alecrim


○ Óleos essenciais, em especial o Tea Tree
○ Extrato de Própolis
○ Vitamina E

Adicionar 1% a 3% sobre os óleos da base

● Após acrescentar os aditivos da sua escolha, misture bem todos com a massa

● Pode bater mais um pouco com o mixer

● Por fim, prepare para derramar a massa no molde

38
Molde e corte
Após misturar os óleos vegetais, lixívia,, óleos essenciais e outros aditivos, chega
o momento de moldar o seu sabonete em barra. Podemos então despejar da
própria panela ou vasilha em que foi feito o sabonete.

● Bata levemente o fundo da fôrma contra a mesa para eliminar bolhas e


vácuos;
● Cubra a massa com plástico ou papel manteiga para evitar a infiltração de
ar na massa, que causa o “Soda Ash” (esbranquiçamento do sabão);
● Cubra a fôrma com um cobertor para ajudar a manter a temperatura (caso a
temperatura ambiente esteja inferior a 22°C);
● Isole-o sem abrir por 36 horas até que endureça;
● Observe se a massa atingiu o ponto de gel..

Após 36h, seu sabão está pronto para ser desenformado.

● Utilize luvas finas e descartáveis para realizar o desenforme;


● Não desenforme tudo de uma vez: sobre o papel manteiga, vire-o, mas não
bata, vá soltando as laterais e descolando, para que não haja desintegração ou
quebra;
● Você saberá se deu tudo certo no corte;
● Para cortar, você pode usar uma faca (embora seja demorado) ou um cortador
especial que faz o corte todo de uma vez em partes iguais;

Importante:
Separe pelo menos uma lasquinha do sabão, para realizar testes de medição do pH!

Se estiver tudo certo com o sabão desenformado e cortado, leve-o para uma
prateleira (não coloque um em cima do outro – é melhor que sejam colocados de
pé, em fila) e aguarde por no mínimo 4 semanas, tempo estimado para a cura;

39
Após 72h, é preciso que se meça o PH.

Para fazer este teste, o procedimento é bem simples: corte a barra de sabão ao
meio e pegue 1g para colocar em um copo com 10g de água deionizada morna.

Espere esfriar e o sabão derreter, faça um pouco de espuma e molhe uma tira do
papel de pH, observando a cor indicada.

Compare a cor com o diagrama de cores que acompanha o papel para saber o
índice apresentado.

Os valores ideais para produtos para uso na pele estão entre 5,5 e 8.

Devido ao Hidróxido de Sódio, os sabonetes em barra apresentam valores de pH


em torno de 9 a 10, o que é considerado padrão aceitável.

Após o prazo correto de 4 a 12 semanas e se estiver tudo certo com o PH, seu
sabonete está pronto para ser utilizado

40
POSSÍVEIS PROBLEMAS NA HORA DO CORTE

● O sabão está muito duro e quebradiço


Isso pode acontecer pelos seguintes motivos: soda cáustica em excesso (erro na
hora de calcular o pH) ou “fase gel” evitada na geladeira (após retirar da geladeira,
espere para realizar o corte: deixe o sabão descansando em temperatura
ambiente por até 48 horas);

A correção para ambos os casos (e se nem mesmo após 48 horas o sabão ficar
mais fácil de cortar) é o método rebatching (reaproveitamento).

● O sabão tem uma fina camada de cinzas no topo


Essas cinzas são conhecidas como “soda ash” ou carbonato de sódio, e se formam
devido ao contato de pequenos restos da lixívia não saponificados com o dióxido de
carbono, no ar. Também pode acontecer caso seja usada a água da torneira durante
o processo.

Não é algo preocupante, pois não altera as propriedades do sabão, mas, por
razões estéticas, você pode corrigir com o método rebatching (reaproveitamento)
ou ou apenas cortar a parte de cima

41
Processo de cura
Após o desmolde e corte da massa, o sabão feito por cold process deverá passar
para a secagem com um tempo de cura que pode ir de 4 até 12 semanas;

O processo de cura é importante para garantir total neutralização da soda, perda


da acidez e estabilidade, o que vai permitir que o sabão tenha também maior
durabilidade;

Ao longo do processo de cura, qualquer resquício de soda desaparece, restando


somente os ingredientes naturais do sabão;

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Receita de Sabonete Cold
Process de Lavanda
SABÃO DE LAVANDA
COLD PROCESS

Propriedades
Sabonetes com óleo essencial de Lavanda é maravilhosamente versátil,
amplamente utilizado por suas variadas propriedades antissépticas, antibióticas,
sedativas, calmantes e desintoxicantes.

Os óleos vegetais de girassol e oliva que não são transformados em sabão,


promovem ótimas propriedades emolientes e antimicrobianas, tornando-o
perfeito para limpar e hidratar a pele durante o banho.
Saponificação:
● 280 g O.V. Palma
● 175 g O.V. Palmiste
● 70 g O.V. Rícino
● 105 g O.V. Girassol
● 70 g O.V. Oliva

Lixívia:
● 96 g Soda (desconto de 7%)
● 224 g Água

Conservantes:
● 5 g óleo resina de Alecrim

Aditivo/Óleo essencial:
● 25 g óleo essencial de Lavanda
● 10 g de flores de lavanda misturadas na massa
Receitas de Sabonete Cold
Process com Argila
Os sabonetes com argila absorvem o excesso de oleosidade e impurezas da pele
sem remover os óleos naturais da pele, juntamente com um efeito esfoliante e de
limpeza, melhorando a circulação e criando um brilho suave e saudável, bem como
uma pele tonificada e mais firme.

Argila Roxa c/ O.E. de Copaíba


COLD PROCESS

Saponificação:
● 280 g O.V. Palma
● 175 g O.V. Palmiste
● 70 g O.V. Rícino
● 105 g O.V. Girassol
● 70 g O.V. Oliva

Lixívia:
● 96 g Soda (desconto de 7%)
● 224 g Água

Conservantes:
● 5 g óleo resina de Alecrim

Aditivo/Óleo essencial:
● 25 g OE Copaíba
● 30g argila roxa
Argila Verde c/ O.E. de Tea Tree
COLD PROCESS

Saponificação:
● 280 g O.V. Palma
● 175 g O.V. Palmiste
● 70 g O.V. Rícino
● 105 g O.V. Girassol
● 70 g O.V. Oliva

Lixívia:
● 96 g Soda (desconto de 7%)
● 224 g Água

Conservantes:
● 5 g óleo resina de Alecrim

Aditivo/Óleo essencial:
● 25 g OE tea tree
● 30g argila verde
Informações Gerais
e Lembretes
Proporção padrão para iniciantes
Base de Saponificação deve conter:

● Palma - 30%
● Palmiste/Coco/Babaçu - 30%
● Rícino - até 10%
● Oliva/Girassol/Semente de Uva/Abacate - 30%

Para um sabonete com uma boa capacidade de limpar, de fazer espuma e ter
dureza necessária para não despedaçar ou quebrar, o ideal é manter a proporção
de 60% de óleos duros e 40% de óleos moles

Os óleo vegetais equivalem a 70% da massa total e a lixívia equivale a 30% da


massa total.
Ex: para 1 Kg de sabão, precisamos de 700 g de óleo vegetal para base de
saponificação.

CÁLCULOS:
A quantidade de água da lixívia pode ser calculada de 30% a 36% sobre os óleos
da base. E a quantidade de Soda é calculada multiplicando o índice de
saponificação (IS) pela quantidade em gramas de cada óleo (IS x g). Após, soma-se
o resultado para cada óleo vegetal e saberá a quantidade de soda total para a
receita.

DESCONTO DE SODA NO COLD PROCESS:


Desconto de Soda de 5% a 7% do cálculo realizado da quantidade de Soda, pode
ser misturado todos os óleos vegetais antes do traço.

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Sabonetes com 1 tipo de óleo vegetal, ou 70% do mesmo, os cálculos são
diferenciados para sobregordura ou desconto de soda.
● No sabão 100% coco, a sobregordura ou desconto de soda no Cold será de
27%.
● Já no sabão 100% oliva, a sobregordura ou desconto de soda no Cold será
7%.

Isso porque o óleo vegetal de coco tem propriedade de limpeza profunda e pode
ressecar a pele e cabelo, se não houver esta quantidade de sobregordura. E o óleo
vegetal de oliva é muito mole e precisará de um tempo maior de cura.

CONSERVANTES:
0,5% a 4%sobre o total da massa de sabão. Mais indicado: óleo resina de alecrim
0,5% a 1% sobre o total da massa de sabão. Os óleos insaturados ou moles possuem
maior o índice de iodo, portanto mais fácil oxidar. É necessário acrescentar mais
conservante (0,5%).

ADITIVOS E ÓLEOS ESSENCIAIS:


2% a 3% sobre o total da massa de sabão

PIGMENTOS:
1,5% até 3%, sobre o total da massa de sabão

Para facilitar os cálculos, indicamos a calculadora online Soapcalc:


http://soapcalc.net/calc/soapcalcwp.asp

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Anexos
53
54
55
QUER DOMINAR TANTO O COLD
QUANTO O HOT PROCESS?

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