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ESTUDOS AFRO-LATINO-AMERICANOS
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OS CAPÍTULOS
Ao planejar a organização deste livro, encaramos uma série de ques-
tões. Que temas seriam essenciais? E como esses temas deveriam ser
apresentados: como uma revisão da literatura rastreando o desenvol-
vimento de um campo ou subcampo (como os estudiosos pensaram e
escreveram, por exemplo, sobre as religiões afro-latino-americanas ao
longo do tempo?); como narrativas históricas baseadas em sínteses da
literatura passada e atual (como as formas religiosas afro-latino-ameri-
canas evoluíram e se desenvolveram ao longo do tempo?); ou uma com-
binação desses dois? Entretanto, de que maneira encarar os desafios
de alcançar uma cobertura regional e cronológica completa? Todos os
tópicos deste livro têm longas trajetórias históricas, e na maioria deles
aparecem, de uma forma ou de outra, todos ou a maioria dos países
da região. Como podemos efetivamente condensar experiências de 500
anos de todo o continente em artigos sintéticos e relativamente curtos?
Em ambas as frentes - modo de apresentação e cobertura tempo-
ral e geográfica -, decidimos, por fim, que os autores seriam livres para
decidir a melhor maneira de apresentar seu tema. Quanto ao modo de
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de gênero na região ao longo dos últimos 500 anos. Wade toma como
ponto de partida as ideologias e legislações coloniais que regiam os
povos africanos e indígenas. Embora essas práticas atribuíssem aos
povos africanos e indígenas diferentes lugares nas hierarquias raciais
coloniais, não impediram frequentes contatos e interações inter-ra-
ciais e a criação, em grande parte da América Afro-Latina, de grandes
populações afro-indígenas. Os povos negros e indígenas continuam a
interagir até o presente, ajudando a moldar os contornos dos movi-
mentos multiculturais atuais e das políticas públicas na região.
Focando especificamente no Brasil, Fischer, Grinberg e Mattos
(capítulo 5) examinam as estruturas legais através das quais a desi-
gualdade foi estabelecida e mantida durante o período colonial, segui-
da pelo “silêncio racial” a que foram reduzidas quase todas as referên-
cias à raça e a qualquer pretensão formal de manter a desigualdade
racial nas leis brasileiras (e da América Espanhola) do período pós-
-escravidão. Elas consideram que o “silêncio racial” pouco fez para
reverter as desigualdades herdadas do período colonial e, de certa for-
ma, serviu para reforçá-las. O capítulo termina com uma avaliação
das recentes políticas (pós-1985) de combate à desigualdade racial.
Uma segunda seção de capítulos considera o domínio da política.
No capítulo 6, Guridy e Hooker examinam o amplo espectro do pen-
samento político afro-latino-americano durante os séculos XIX e XX
e demonstram a multivocalização e a riqueza intelectual dos debates
entre esses pensadores. Especialmente valiosa é a discussão sobre as
pensadoras feministas negras e, como sugerido anteriormente, os es-
forços dos pesquisadores para recuperar ideias expressas em outros
locais além da escrita política canônica. O capítulo de Paschel sobre
os movimentos políticos negros presta igualmente acurada atenção
ao feminismo negro e à participação dos afrodescendentes em mo-
mentos-chave da história da região: independência e construção na-
cional no século XIX; ascenção do populismo e movimentos políticos
de massa no século XX; e a virada multicultural do final do século
passado e início deste (capítulo 7).
Uma das demandas centrais da geração mais recente (pós-1980)
de movimentos e pensadores negros tem sido a de que as sociedades
latino-americanas reconsiderem a ideia de que são, para usar o termo
brasileiro, “democracias raciais”. No capítulo 8, Alberto e Hoffnung-
Garskof rastreiam cuidadosamente as origens de tal expressão e con-
ceito e identificam suas variantes nacionais em Porto Rico, República
Dominicana e outros países hispano-americanos. Ao fazê-lo, docu-
mentam uma viva conversa hemisférica sobre ideias de inclusão e ex-
clusão racial que continuam no presente.
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PERSPECTIVAS FUTURAS
Nosso livro enfatiza a complexidade e a riqueza deste campo crescen-
te, mas de modo algum o esgota. Há muitos temas que resultaram na
produção de importantes conjuntos de estudos - gênero e patriarcado,
emancipação de escravos, fuga e resistência escrava, o aparecimento
dos regimes legais de direitos humanos relacionados à negritude – e
que poderiam ter sido considerados para possíveis capítulos. Esses
temas de fato aparecem neste livro, mas reconhecemos que existem
formas alternativas de organizar uma exploração do campo.
Muitos dos capítulos são cronologicamente ambiciosos e abran-
gem os períodos colonial e nacional. Quando adotam esse quadro
temporal, eles exploram o impacto de longo prazo da escravidão nas
sociedades pós-emancipação. Esta é uma das questões de pesquisa
que tem orientado o campo desde os estudos comparativos de meados
do século XX, que postulavam que a explicação para as diferenças
nas relações raciais modernas seria encontrada no comportamento
de diferentes sistemas escravistas. Nos anos 70 e 80, os estudiosos tor-
naram-se críticos ao que percebiam como narrativas teleológicas que
relacionam sistemas escravistas e relações raciais pós-emancipação.
Carl Degler (1971: 92), por exemplo, concluiu que a escravidão não
moldou as relações raciais de modo “fundamental”. Em seu estudo
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