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Revista 05.

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Diálogo Diálogo

Business intelligence:
o valor da informação
no contexto organizacional
Carlos Barbieri, engenheiro formado pela UFRJ, mestre em Engenharia de Sensores Remotos pelo
Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais – São José dos Campos), pós-graduado em Informática pelo
Inpe. Desenvolve trabalhos de consultoria, treinamento e palestras em Divulgação

empresas no Brasil e exterior. Foi colunista do jornal Computerworld, onde,


de 1988 a 2004, escreveu mais de 200 artigos sobre tecnologia de
informática. É autor dos livros Modelagem de Dados, publicado pelo
IBPI/Press; e BI-Business Intelligence – Modelagem e Tecnologia, pela edi-
tora Axcel Books, adotado em diversos cursos de graduação e pós-
graduação no Brasil. É professor de cursos de pós-graduação e graduação
na Fumec, nas áreas de BI, bancos de dados e UML, e pós-graduação na
UNI-BH. É coordenador executivo do Centro de Competência Fumsoft em
MPS.BR e CMMI. Trabalhou na Cemig (Companhia Energética de Minas
Gerais) de 1977 a 2002, onde ocupou diversos cargos de gerência na
área de TI e coordenou projetos estratégicos como o Bug do Milênio,
e-Business, Bancos de Dados, entre outros.

A crescente competitividade e a exigência dos consumidores por respostas mais ágeis às suas necessidades e maior
qualidade nos produtos e serviços impõem às organizações a adoção de novos processos e uso intensivo da tecnolo-
gia para apoio às suas estratégias. O conceito de business intelligence, criado na década de 1980, apresenta uma série de
ferramentas e soluções tecnológicas que colocam nas mãos de executivos dos setores público e privado, em todo o mundo,
informações inteligentes, consolidadas e de fácil acesso, para apoiá-los na tomada de decisões.
Nesta edição, o Diálogo é com o professor Carlos Barbieri, um dos maiores especialistas do Brasil em business
intelligence. Com uma vasta experiência no setor, vivenciando de perto a própria história dessa solução, ele fala das ten-
dências de sua adoção, abordando as tecnologias acessórias de BI, como o mining, qualidade de dados, ferramentas de extra-
ção e produtos de visualização de dados. Descreve as competências desejáveis ao executivo que decide adotar o ambiente
em sua organização e alerta para questões que são determinantes do sucesso ou fracasso de uma iniciativa dessa natureza.

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Carlos Barbieri fala da tecnologia BI como uma evolução das aplicações de bancos de dados, motivada e estrutu-
rada num ambiente de competitividade, e recomenda atenção especial às organizações que dispõem de menor fôlego para
novos investimentos, indicando um caminho factível para sua implementação. Aborda o aspecto ético da utilização de
informações que eventualmente ferem princípios do sigilo e da privacidade e recomenda o incentivo à qualificação profis-
sional e o comprometimento da alta gerência.
O professor trata ainda a questão do valor da informação no contexto empresarial, analisa a relação do homem com
a tecnologia e comenta o fator tempo em segmentos nos quais a velocidade da informação é requisito para a obtenção de
resultados, abordando as aplicações de BI instantâneas, ou BI-Real Time.

Fonte: Quais são as tendências mundiais no uso Outra tendência que se consolida é a chamada BI
de tecnologias de BI? Observando o mercado, quais são operacional, ou a aplicação dessa tecnologia em dados
as perspectivas para o crescimento e para a diversifi- mais próximos do dia-a-dia, tentando preencher um
cação no uso dessas tecnologias? vazio que as ferramentas de consulta a bancos de dados
Depois de ficar estacionada desde o seu início nas não conseguiram e que se torna importante nas empresas.
áreas de varejo, marketing, finanças e correlatas, a tec- Essas aplicações de BI, digamos, instantâneas, chamadas
nologia de BI se expande em direção a novos segmentos de tempo real, focam em segmentos de negócios onde a
de aplicações. As aplicações de BI nas áreas de Biologia, distância entre o fato acontecido e a informação a seu
de tratamento de dados não estruturados, como docu- respeito deve ter uma latência próxima de zero, pois o
mentos e e-mails, e a especialização em informações tempo para a tomada de decisão é curto. Isso acontece
de auditoria, apoiando as aplicações no campo de em segmentos de call center, por exemplo, ou em empre-
SOX (Sarbannes Oxley), são as novas tendências desse sas nas quais o controle e o remanejamento de estoques
tipo de tecnologia. As tec- é fator crítico. No campo
nologias acessórias de BI, das investigações e pes-
como mining, qualidade de quisas, a tecnologia de BI
dados, ferramentas de “Depois de ficar estacionada deverá evoluir em conjunto
extração e produtos de desde o seu início nas áreas de com a gerência de conheci-
visualização de dados, mento e suas próximas fron-
continuam, por sua vez,
varejo, marketing, finanças e teiras, como gerência do en-
numa trilha de evolução correlatas, a tecnologia de BI tendimento (understanding
constante. Na área de web, se expande em direção a novos management) e gerência
os chamados webhouses da sabedoria ou intuição
continuam em passo lento, segmentos de aplicações” (wisdom management).
com algumas evoluções,
como a livraria virtual Fonte: Decisões
Amazon, que acaba de trocar seu banco de dados de dependem não só da qualidade das informa-
clickstream (controle de clicks de um usuário por entre ções disponíveis, mas também da capacidade do
as páginas web de seu aplicativo) por um DW de 25 gestor de interpretá-las e usá-las na escolha das me-
terabytes, buscando uma melhor forma de rastrear os lhores alternativas. Em sua opinião, quais são as com-
passos de seus clientes nas andanças pelas suas petências desejáveis ao executivo (usuário) num projeto
prateleiras virtuais. de BI?

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BI é uma tecnologia de transformação e não Não entendo que a técnica de BI traga uma
solicita nada de especial de seus consumidores de infor- mudança cultural abrupta, mas, sim, é fruto de novos
mações, apenas certa destreza na pilotagem de ferramen- momentos, onde as informações são demandadas com
tas de interface gráfica e um senso analítico agudo nas maior liquidez. BI pode ser vista como uma evolução das
suas interpretações. Esse "insight", entretanto, hoje é aplicações de bancos de dados, comuns desde os anos
muito ajudado pelas metáforas visuais que muitos produ- 80, que alcançaram os objetivos de armazenamento de
tos oferecem, como velocímetros, com ponteiros mos- dados, mas não o de provimento amplo de informações.
trando faturamento, ou gráficos coloridos de todos os As organizações públicas ou privadas que desejarem
formatos e sabores, apontando tendências e fatos. Para ingressar neste novo momento deverão responder às
aplicações mais sofisticadas, como análise preditiva, as duas perguntas feitas no item anterior e decidir seus ca-
técnicas de mining já exigem um pouco mais de conheci- minhos em função de suas respostas. Deverão atentar
mento dos seus usuários, por certa demanda de conhe- para os seus objetivos, conscientemente definidos, os
cimentos estatísticos. dados já estocados na organização ou os que eventual-
mente precisam ser buscados no mundo exterior, e criar
Fonte: Em que medida uma organização tem que a disposição de comprometimento com um projeto que
adequar previamente seus pode ser complexo e longo.
processos e procedimentos
para implantar a tecnolo- Fonte: Consideran-
gia de BI?
“No campo das investigações do a intangibilidade do
Como já falei ante- valor da informação, como
riormente, BI é meramente e pesquisas, a tecnologia de BI o executivo pode perceber
uma tecnologia de transfor- deverá evoluir em conjunto as vantagens de investir em
mação e de análise. Trans- BI, uma tecnologia que
formação, no sentido de
com a gerência de conhecimento exige investimentos consi-
trabalhar as montanhas de e suas próximas fronteiras” deráveis? Especialmente
dados que foram empilha- no setor público, onde os
das durante décadas nos recursos são de forma
bancos de dados transa- geral escassos, como equa-
cionais e transformá-las em cubos ou estruturas dimen- cionar essa questão?
sionais mais palatáveis e consumíveis por camadas táti- O grande direcionador de BI se deu com o
cas e estratégicas da empresa. Sendo assim, uma organi- aumento de competitividade das empresas, que decidi-
zação que caminha em direção a BI deve fazer algumas ram conhecer melhor os seus clientes e seus hábitos
perguntas óbvias: "Quais os meus objetivos diretos com (chamado de BI analítico), criando, assim, uma ferra-
essa adoção? Tenho os dados necessários para atingir os menta que ajude na capacidade de mantê-los cativos.
objetivos ao transformá-los em informação?". Se a empre- Isso evoluiu para a área financeira, com análise de perfis
sa responder de forma convincente a essas duas pergun- de riscos, etc. Ou seja, a essência de BI surgiu tendo a
tas, os outros passos dependerão de fatores triviais, em- competitividade como mote. As empresas públicas, pelas
bora críticos, como investimento, apoio da alta direção e suas características, não vivenciam diretamente os
algum conhecimento ou busca da técnica e da tecnologia. aspectos de competitividade, pelo menos até agora.
Sendo assim, a tecnologia BI aplicada nas empresas
Fonte: O desenvolvimento de um ambiente de BI públicas deve ter um foco mais qualitativo, no sentido de
traz impactos à cultura da organização? Que orien- melhorar a informação daquele tipo de serviço ou con-
tações o senhor daria para facilitar a assimilação da sumidor e se aprimorar, não pelo medo do churning ou
tecnologia, especialmente em organizações públicas? desistência de clientela, mas pelo sentido de bons

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serviços a oferecer. Os projetos, nas empresas de menor efetiva como agora, justamente na era dedicada ao seu
oxigênio em investimento, devem ser cuidadosos, pri- conceito. Entretanto, ainda persiste uma grande dificul-
mando sempre pela criação de depósitos (data marts) dade em se metrificar o seu valor. Por ser absolutamente
setoriais de informação, factíveis de implementação em intangível e somente materializada por volumes de
menor prazo e possíveis de sucesso em certos segmentos petabytes, o valor da informação tem sido motivo de pro-
da organização, com um investimento relativamente postas diversas, que possam expressar o seu real valor
menor. agregado. Uma das mais interessantes é a concebida por
Bernard Liautaud, fundador do Business Objects (BO),
Fonte: Como compatibilizar a administração dos que se utilizou dos conceitos de Bob Metcallfe para
recursos tecnológicos e dos recursos humanos no desen- redes ethernet e definiu escala de valoração para a infor-
volvimento de uma cultura de BI? mação. Para os interessados, ver a referência: e-Business
Da mesma forma que se administra a introdução Intelligence-Benard Liautaud, with Mark Hammond,
de qualquer tecnologia, observando que é fundamental: Editora McGraw Hill, 2001.
a) ter objetivos bem definidos para se formar uma base
sólida, longe de modismos voláteis; b) iniciar com um Fonte: Que elementos o senhor considera deter-
forte comprometimento minantes para o sucesso de
da alta gerência e com a um projeto de BI?
criação de motivações Apoio da alta gerên-
pelos novos desafios; c) “... a tecnologia BI aplicada cia, objetivos firmes e
prover e incentivar a qua- nas empresas públicas deve ter um definidos, boa camada de
lificação das pessoas na tecnologia à disposição e
tecnologia recém-introdu-
foco mais qualitativo, no sentido cuidado em se evitar proje-
zida. de melhorar a informação tos agigantados, pois esses
daquele tipo de serviço ou têm, quase sempre, o seu
Fonte: Comente a obituário definido antes de
afirmação de Davenport de consumidor e se aprimorar...” começar.
que a ecologia da infor-
mação "devolve o homem Fonte: E que fa-
ao centro do mundo da informação, banindo a tecnolo- tores apontaria como eventuais responsáveis pelo fra-
gia para seu devido lugar, na periferia". casso na implementação de um ambiente BI?
Entendo que homem e tecnologia estão condena- A inobservância dos pontos acima definidos.
dos a uma vida conjunta, até o fim dos tempos. Com o
crescimento populacional e a crescente demanda por Fonte: Qual a sua opinião sobre a questão ética
comunicação, lazer, prazer, fazer e, por que não, viver, em ações de mercado baseadas na análise e uso de infor-
dificilmente essa dupla estará divorciada, exceto para mações relativas a clientes e empresas?
puristas ecológicos e ermitões conceituais, que cultivam Esse é um aspecto cada vez mais tratado com
uma solidão encenada ou se apaixonam por platitudes de cuidado em sociedades onde os valores de ética são con-
momento. siderados relevantes e praticados. Nos EUA, o uso de
informações de empresas aéreas sobre viagens e via-
Fonte: Como quantificar o valor da informação jantes nacionais e internacionais foi amplamente ques-
no contexto empresarial, relacionando-a com outros tionado, como ponto flagrante de quebra de privacidade.
recursos da organização? Embora em nome de uma causa nobre (prevenção
O conceito associado ao valor da informação antiterrorista), diversos movimentos questionaram e até
vem de muito longe, mas nunca teve uma cotação tão anestesiaram, em certo grau, tais iniciativas. No Brasil,

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onde a ética e o saco de lixo se encontram com freqüên- depósitos de informações transacionais, às camadas de
cia, há muito tempo, diversas editoras de revistas ven- utilização através de interfaces dimensionais amistosas.
dem (ou vendiam) o seu cadastro de assinantes, como Essas soluções híbridas, entretanto, têm sempre o dom
base para produção de mala-direta, num flagrante desres- de resolver parte dos problemas, mas produzir outros,
peito aos conceitos da confidencialidade. Hoje, o comér- ficando, assim, o seu usuário na posição de analisar a sua
cio de endereços de e-mail substituiu essa prática e pode efetividade, fora dos anúncios e da oratória dos vende-
ser obtido sem grandes dificuldades nos labirintos dores.
escuros da internet.
Os depósitos de BI podem conter um grande vo- Fonte: As peculiaridades do desenvolvimento
lume de informações sigilosas, que vão desde o perfil de de um projeto de BI e de suas ferramentas podem ser
saúde de um cliente de planos assistenciais até aponta- acolhidas pela estrutura tradicional de TI de uma orga-
dores de inadimplência de tomadores de empréstimos. nização? É recomendável a existência de uma área
Diferentemente dos bancos de dados tradicionais, onde específica para essa finalidade?
essas informações poderiam estar espalhadas por entre Houve uma época, nas décadas de 80 e 90, que as
tabelas relacionais difusas, nos DW (data warehouse) ou empresas criaram estruturas organizacionais voltadas
DM (data marts), elas para a administração de
podem se encontrar conso- dados, espécie de vizinhos
lidadas e relacionadas ao conceituais de porta dos
tempo. Isso sinaliza para “O conceito associado DBAs (administradores de
um cuidado maior nesse ao valor da informação bancos de dados). Essas
particular. Recentemente, estruturas foram sendo pul-
os jornais noticiaram que
vem de muito longe, verizadas, na medida em
diversos cadastros, ou mas nunca teve uma que o surto de ERP (pa-
partes deles, oriundos dos cotação tão efetiva cotes aplicativos prontos)
bancos de dados estratégi- chegou às empresas, espe-
cos de órgãos públicos fe- como agora...” cificamente na virada do
derais podiam ser obtidos milênio. Como os pacotes
nas esquinas da Praça da Sé já vinham "pré-cozidos" e
em SP. Pensando bem.... num país como o nosso, onde com os seus modelos definidos de fábrica, nada
até urânio é suspeito de enriquecimento ilícito, esses restava para se administrar de dados, a não ser seus
aspectos estão longe de ser prioridades como valores inputs e seus relatórios de saída. Essas áreas, ou o que
importantes. remanesceu delas, são, em minha opinião, fortes candi-
datas a assumirem o foco de administração, agora
Fonte: O tempo é elemento determinante na de informações e de conhecimento, numa nova fron-
tomada de decisões num mercado dinâmico e compe- teira que se avizinha. Nessa área estariam os analistas
titivo. Como compatibilizar essa necessidade com o e projetistas de informação, centrados nas premissas
período necessário à implantação de um projeto de de BI.
BI?
Os aspectos temporais e fatores críticos para se Fonte: Qual a formação recomendada a profis-
criar uma solução de BI já foram discutidos em questões sionais que atuam especificamente com BI?
anteriores. O tempo, no aspecto de dimensão fundamen- Os profissionais de BI devem ter senso analítico
tal no uso de BI, está associado ao conceito de BI-Real profundo, conhecimentos de estruturas e modelos de
Time. Os conceitos de BI-Real Time centram-se na idéia dados (relacionais e dimensionais) e habilidade em ferra-
de se conectar estruturas relacionais existentes, ou mentas de interface e de extração de dados.

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