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I nvestimentos

Tom Morooka
Jornalista especializado
em finanças

O Brasil atrai
os bancos globais
Retraídos em seus países de origem, onde os te, o mercado de crédito imobiliário brasileiro mu-
mercados imobiliários operam em baixa escala e dou e, com ele, aumentou o interesse pelos finan-
estão longe de uma recuperação firme, os inves- ciamentos à produção e aos mutuários finais, que
tidores estrangeiros se voltam cada vez mais para têm participação crescente nas carteiras. Houve
mercados emergentes – entre os quais o Brasil é um estímulo ao fluxo de investimentos destinados ao
dos destinos preferenciais, pois tanto os segmentos mercado imobiliário doméstico, por parte de ban-
ligados a imóveis residenciais, como a comerciais, cos e incorporadores estrangeiros.
vivem um período muito favorável. O presidente e CEO do HSBC Bank Brasil,
As oportunidades se apresentam tanto na aqui- Conrado Engel, afirma que o interesse do banco
sição de áreas edificáveis, como na construção de nesse segmento é grande não apenas pelo poten-
prédios de apartamentos, shopping centers e con- cial de expansão, mas porque o País está entre as
domínios industriais ou galpões e edifícios sob melhores (e poucas) opções existentes no mundo,
medida para locação a grandes empresas, ou ain- no momento. Os financiamentos imobiliários com
da para a prestação de serviços – de corretagem, recursos da caderneta de poupança demonstram
assessoria a bancos e investidores, intermediação “uma pujança e um dinamismo inéditos, semelhan-
em operações de securitização. Ou, simplesmente, tes ao da época do Banco Nacional da Habitação
para investimentos em propriedades já construídas (BNH), na década de 80”.
ou em lançamento – que atraem americanos, espa- O crescimento dos negócios, segundo Engel, é
nhóis, portugueses, alemães ou franceses, entre os ajudado por um dado estatístico. Até agora, é bai-
mais ativos. O interesse crescente em investir em xa a participação do crédito imobiliário no PIB, em
imóveis no Brasil contrasta com o que ocorria até torno de apenas 3% ou cerca de R$ 100 bilhões,
há poucos anos, quando predominava o fluxo de considerado o PIB de R$ 3,4 trilhões, projetado
brasileiros dispostos a comprar uma propriedade para este ano. “Em países como Chile e México, essa
em Paris, Nova York, Miami ou Lisboa. relação é de 15% a 20% do PIB, que sobe para ní-
Empresas internacionais de grande por- veis entre 40% e 60% na Espanha, Portugal, França
te já estão solidamente instaladas no País – como e Estados Unidos”, comenta o presidente do HSBC
Cushman&Wakefield, CB Richard Ellis, Jones Lang La Bank, quarta maior instituição financeira privada
Salle, Tishman Speyer. Mais recentemente, fundos e do Brasil, ligada à maior instituição financeira pri-
investidores estrangeiros tomaram participações na BR vada do mundo.
Properties. O investidor americano Sam Zell é acionis- Os bancos estrangeiros têm espaço para atu-
ta da BR Malls, da Gafisa, da Bracor e da BFRE. E o ar e longa experiência internacional em finan-
espanhol Enrique Buñuelos se associou ao grupo Agre, ciamento imobiliário. Engel qualifica o avanço
incorporado, em maio, pela PDG Realty. Os bancos como o caminho natural para atender a um mer-
estrangeiros são parceiros naturais desses investidores, cado amadurecido, beneficiado pela expansão
mas as instituições que atuam no varejo têm um interes- econômica e no qual tanto as classes altas como
se cada vez maior nas famílias brasileiras que entram no as baixas recorrem cada vez mais ao crédito imo-
crédito imobiliário para ter acesso à casa própria. biliário como ferramenta para comprar imóvel.
Os bancos tomam a frente – A percepção dos Depois de crescer 50% entre 2008 e 2009, o HSBC
bancos internacionais sobre o País e, principalmen- projeta a repetição do porcentual em 2010. Em

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dois anos, o volu- mento imobiliário Fontes de recursos – O descompasso entre o rit- Investimentos, do ex-presidente do Banco Cen-

Arquivo HSBC
me deverá mais para seus clientes. mo de concessão dos financiamentos e a captação tral, Armínio Fraga, comprou uma participação
que dobrar. No Com os recursos, de recursos via cadernetas de poupança é fator de de 14,5% na Odebrecht Realizações Imobiliárias
HSBC, o peso do o cliente pode tro- preocupação. Para o presidente do HSBC, a oferta (OR). Por intermédio da subsidiária Bairro Novo,
crédito imobiliá- car seu imóvel por de empréstimos com recursos da caderneta pode pretende construir 40 mil unidades populares,
rio corresponde outro, prática co- chegar ao limite este ano, embora, graças ao retorno até 2011. A aquisição de participação na Odebre-
a 4% a 5% do to- mum nos Estados dos investimentos, seja possível assegurar funding cht, segundo Fraga, reflete o interesse no repo-
tal da carteira de Unidos, onde, em até 2011 ou 2012. “A saída é fomentar o mercado sicionamento em imóveis de baixa renda, mes-
crédito às pessoas média, há troca de secundário de títulos, por meio da securitização dos clando unidades destinadas aos consumidores
físicas. A meta do imóveis a cada sete contratos imobiliários”, aponta. A inflação sob con- com renda entre quatro e 10 salários mínimos e
banco é aumen- anos, comparados trole, diz Engel, torna a securitização uma importan- com renda mais baixa, até três salários mínimos.
tar esse porcentu- aos 20 anos, no te ferramenta. O problema é atrair investidores para A Odebrecht pretende concentrar 75% dos novos
al entre quatro e Brasil. a compra desses papéis, pois mais urgente que seja a empreendimentos na baixa renda.
cinco vezes. Atratividade – busca de opções de funding contínuo e sustentável. Mais estrangeiros na construção – O mercado
Expansão sus- Engel, do HSBC, “Um dos desafios, imobiliário brasi-
tentada – O mer- Conrado Engel, do HSBC: o Brasil ficou mais competitivo entre os emergentes comenta que o por exemplo, é leiro também atrai
cado trabalha com cenário global do atrair o apetite dos empresas estran-

Attílio
a expectativa de pós-crise financei- fundos de pensão, geiras, como gru-
forte crescimento nos próximos anos, reforça Max ra aumenta a atratividade do Brasil entre os países que detêm um pos portugueses,
Basile, diretor de Crédito Imobiliário do Citibank, emergentes. Nos próximos quatro ou cinco anos, a volume de recur- voltados para os
com presença quase centenária no Brasil – este perspectiva é de baixo crescimento econômico nos sos superior ao da mais diversos seg-
ano, o banco comemora 95 anos no País. “A esti- Estados Unidos e na Europa, com juros também poupança, mas mentos – de pré-
mativa é de crédito imobiliário em expansão cres- baixos, diferentemente do Brasil, dotado de um sis- permanecem into- dios comerciais
cente, como nunca se teve no País”, avalia Basile, tema financeiro sólido, com economia em expan- cados pelo setor”. e residenciais de
que administra dois mil contratos de financiamento são e boas opções de captação de recursos. O principal médio e alto pa-
imobiliário ativos, numa base de 500 mil clientes lo- O diretor de Crédito Imobiliário do Santander, motivo da resis- drão a loteamen-
cais. Projeta dobrar as concessões de financiamento José Roberto Machado, avalia que no mercado de tência à compra tos.
habitacional, neste ano, e ter crescimento de dois crédito do Brasil, comparativamente ao de outros desses títulos é a Em parceria
dígitos, em 2011. países, poucas linhas são tão promissoras como a taxa elevada de com a construto-
A idéia do Citi, explica Basile, é ampliar quali- de financiamento imobiliário. O banco avalia como juros, observa ra Cisam, o banco
tativamente os negócios de crédito imobiliário den- poderá replicar, no Brasil, estratégias e produtos de- Engel. Escorar o Banif construirá,
tro do nicho de clientes em todas as cidades onde a senvolvidos em outros países. E está atento ao apri- controle da in- em Osasco, um
instituição está presente. O País ocupa uma posição moramento da regulamentação e à padronização flação na política empreendimento
estrategicamente importante, afirma, pois a eco- dos contratos. O processo de evolução passaria tam- monetária cria com 1.400 uni-
nomia deverá apresentar um dos maiores índices bém pela remoção de dificuldades que criam distor- dificuldades para dades dentro do
de crescimento do ções do mercado, a securitização. programa federal
mundo, nos próxi- como a concentra- “Não dá para ven- de baixa renda.
mos anos. ção de operações. der títulos securitizados para os demais bancos Outro empreendimento será construído em Ta-
Marcos Suguio

Além do mer- (Dia 12/7, a Caixa cumprirem exigibilidade, atendida apenas com os boão da Serra. A empresa tem dois fundos imo-
cado tradicional, Econômica Fede- desembolsos. A opção que fica é a venda para os biliários estruturados, um com R$ 100 milhões e
está nos planos dar ral, que administra fundos de pensão”. outro com R$ 70 milhões, e já estuda a formação
ênfase ao mercado o FGTS, informou De olho na produção – Com crédito dispo- de um novo fundo.
de home equity, que responde por nível, construtoras e incorporadoras estrangeiras Depois de atuar em parceria com os antigos
bastante desenvol- 75% do mercado avançam no setor de construção de imóveis – e donos da construtora CBPO, o Banco Espírito
vido nos Estados brasileiro de cré- já entram no segmento de casas populares. Essa Santo constituiu, há pouco mais de um ano, a
Unidos. A operação dito imobiliário). tendência acentuou-se com o programa Minha Espírito Santo Properties Brasil, que tem uma
permite refinan- Outro desafio é Casa, Minha Vida, do governo federal. Com me- carteira de terrenos avaliada em R$ 5,6 bilhões
ciar o imóvel pró- compatibilizar tas ambiciosas e subsídios generosos, o programa e prevê lançamentos de R$ 500 milhões, neste
prio. Por contrato uma plataforma previu, na primeira etapa, a construção de um ano. E o grupo Teixeira Duarte fará cinco em-
com a Brazilian de produtos de milhão de moradias para famílias de baixa renda. preendimentos em São Paulo (Alto de Pinhei-
Mortgages, o Citi longo prazo com Foi um empurrão no segmento, incentivan- ros, Santana, Campo Belo, Vila Mascote e Santo
distribui produ- o spread bancário do as empresas a desengavetar projetos e definir Amaro) e outro em Jundiaí, com lançamentos
tos de refinancia- Max Basile, do Citibank: de olho nas operações de home equity ainda elevado. novas iniciativas. Em maio, por exemplo, a Gávea na casa dos R$ 350 milhões.

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