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Professores
Grupo 1
Por José Ricardo de Assis Alves
Contudo, entendemos que esse processo não é simples e independe apenas da disposição
dos mestres. Em algum momento na história se formulou a ideia de que aluno, a-lumni, termo
trazido do latim e que faz referência à ausência de luz, seria um receptáculo da luz
administrada pelos professores em aula. O conhecimento, nesse viés iluminista, é transmitido
de uma pessoa a outra.
Tal compreensão já foi há muito tempo superada, revelando o fato de que o conhecimento é
natural e próprio da cultura humana, não sendo transmitido, mas compartilhado e co-criado
entre as partes que se envolvem no aprendizado, seja a relação do indivíduo com algum
material didático, como livros e vídeo-aulas, ou na vivência entre duas ou mais pessoas como
uma classe dedicada ao estudo.
Podemos observar que a educação tem uma longa história perpassada por inúmeros
pensadores que elaboraram conceitos, teorias e esquemas a fim de dar forma ao processo
pedagógico. Essas teorias por vezes afastam o aluno do lugar de protagonismo no
conhecimento e por vezes o dispõe no centro do processo. Hoje, é comum observar que em
países desenvolvidos, como a Tailândia, ou em desenvolvimento, como no Brasil de Paulo
Freire, novos métodos de ensino e relações dentro do contexto escolar são dispostos para
que a educação tenha um viés mais humanitário e pouco a pouco o aluno, sua família e a
comunidade escolar percebam seu papel de protagonismo pedagógico. A escola, os
professores e o planejamento de ensino são coadjuvantes nesse processo.
Mapa do piso salarial publicado pelo MEC em 2018
A falta de reconhecimento da importância do profissional da educação leva a uma constante
insatisfação da categoria, que, mal remunerada, enfrenta o desafio de permanecer no
magistério diante de condições adversas. Ao longo da história da educação brasileira, o
professor foi confundido com um “sacerdote da educação”, profissional que deveria servir a
sociedade de maneira abnegada, ou seja, sem se preocupar com os baixos salários. A visão
romântica da profissão apenas serviu para perpetuar uma cultura de que o professor escolhe
o ofício por amor, e não por nele enxergar oportunidades de crescimento profissional e
pessoal.
No entanto, como esse profissional irá contribuir para a melhoria de um país se a população
do mesmo e o poder público não o valoriza e às vezes nem o respeita? Exercer a profissão
na maioria das vezes é um ato de valentia e determinação, tanto em escolas públicas como
privadas.
Infográfico da saúde do professor elaborado pela UFMG em 2016