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Vivianpereira84@gmail.com
RESUMO
SOBRE O AUTOR
Os orixás tem como função proteger os humanos contra as forças do mal (ajogun)
e são os intermediários entre seres humanos e Olódùmarè. Os ancestrais (òkun-òrun)
são adultos que viveram uma vida justa e honesta, e após a morte são como orixás
para sua família ou linhagem, são como intercessores entre homem e orixás.
Possuem uma relação mais íntima com os seres humanos. A morte, para os iorubás
é a passagem da existência humana do plano físico (ayé) para o metafísico (òrun).
Esses dois planos estão interligados espiritualmente. Assim, no òrun, tem a seguinte
hierarquia: Olódùmarè (o Deus maior), os orixás (intermediários entre humanos e
Olódùmarè) e ancestrais (intermediários entre humanos e orixás).
No ayé o poder supremo é do oba (rei). O rei maior possui autoridade divina e
descende de Odùduwà, grande ancestral mítico. Os reis são assessorados por uma
sociedade corporativa de chefes de cidades e vila (baàlè) e estes pelos chefes de
famílias e linhagens (baálé). Os baálé tem suas decisões pautadas pelos conselhos
dos anciões (àgbà). Mulheres, crianças e jovens não possuem nenhuma autoridade e
se morrem sem se tornarem àgbà, não podem ser cultuados como ancestrais.
Como não há separação espiritual entre òrun e ayé, os iorubás tem a seguinte
estrutura hierárquica: Olódùmarè (Deus Todo-Poderoso), orixás (divindades), òkun-
òrun (ancestrais), obá (rei), baàlè (chefes de cidades e vila), baálé (chefes de famílias),
àgbà (anciões), òdó (adultos) e omodé (jovens e crianças).
CONCLUSÃO
A cosmologia iorubá rompe com os binarismos ocidentais na medida em que
compreende que o mundo é constituído de três elementos (físicos, humanos e
espirituais), sendo o físico desdobrado em dois: ayé (terra) e òrun (céu). O ayé,
domínio da existência humana), o òrun (lugar de Olódùmarè, domínio dos orixás e dos
ancestrais). Diferentemente da visão ocidental, onde céu e terra são mundos
diferentes. O céu é alcançado somente após a morte. Para os iorubás, a existência
ocorre concomitantemente no òrun e no ayé, não há separação entre o visível e o
invisível. Ambos estão em um mesmo plano. Isto é, as duas partes formam uma
totalidade. Por isso a hierarquia social iorubá se estende ao plano metafísico.
Dentro da visão iorubá, os elementos da personalidade humana são
predestinados. A função que cada pessoa desempenhará na terra dependerá do orí
que foi selecionado no òrun. Dentro da hierarquia social, o nível que cada indivíduo
alcançará dependerá do orí que ele mesmo escolheu, ou seja, a grandeza ou o
fracasso são escolhidos pelo próprio indivíduo no òrun. Assim, cada indivíduo é
responsável pelo seu destino, já que não há interferência de Olódùmarè ou de
nenhuma outra divindade na escolha do orí. Diferente da visão cristã, que atribui a
Deus a responsabilidade sobre os destinos humanos.
Sobre a estrutura do texto, é importante ressaltar que nas notas de rodapé há
comentários do tradutor, trazendo a pronúncia correta das palavras iorubás também
esclarece algumas metáforas que aparecem no texto e o deixa mais didático. O uso
de alguns poemas ao longo do texto ajudam na compreensão de determinados
conceitos. A linguagem utilizada pelo autor é clara e deixa a leitura fluída e torna o
texto atrativo, permitindo que um público não especializado ou sem proximidade com
o assunto abordado aprecie o trabalho
REFERÊNCIAS