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UM NOVO TIPO DE PRECONCEITO

Esdras Emmanuel Lins Maia*

Evidentemente, o termo racismo, que se refere a uma atitude preconceituosa em


relação ao diferente, origina-se da palavra raça a qual, por sua vez, representa um
conceito exclusivamente biológico, a saber: populações relativamente isoladas e distintas
de outras em função de suas peculiaridades hereditárias. Sendo assim, haveriam
basicamente três troncos racias no mundo: o mongolóide (amarelo), o caucasóide
(branco) e o negróide (negro). Disto, o racismo afirma existirem raças puras e superiores
e outras mestiças e inferiores cujas genéticas determinariam suas características
comportamentais, culturais e morais a fim de justificar a hegemonia política, histórica e
econômica de umas sobre outras.

A despeito do que se possa pensar, o conceito de racismo é


recente na história da humanidade e tem sua origem
intelectual mais conhecida no pensamento evolucionista do
naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) cuja obra, A
Origem das Espécies (1859), inspirou teorias que em
conjunto são denominadas pela expressão Darwinismo Social. Este darwinismo, por sua

*Bacharel em Teologia pela Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil - FACETEN e
professor do Seminário Teológico Batista do Ceará - STB/Ce, e-mail: e.emmanuellinsmaia@hotmail.com.
2016.
vez, originou pseudociências como a craniometria, a antropologia criminal e a eugenia,
além de haver motivado a criação de museus antropológicos; verdadeiros zoológicos
humanos. Tendo ainda animado regimes políticos ditatorias e totalitários como o
imperialismo, o comunismo, o facismo e o nazismo.

Embora alguns confundam xenofobia com


racismo pelo fato de que, provavelmente, este
tenha surgido daquela, ao menos como uma de
suas fontes, a rigor, na antiguidade não existia a
mesma espécie de preconceito racista que se
observa atualmente. O preconceito na
antiguidade era tipicamente xenofóbico, isto é, alimentado pela desconfiança, temor ou
antipatia por pessoas e elementos de culturas estranhas a um determinado meio ou país.
Um exemplo disto foram as relações de vencedor e cativo, típicas dos povos ou nações
antigas, as quais independiam da raça, visto que era frequente a guerra e o domínio de
povos sobre outros de mesma matriz racial. Outro exemplo registrado pela história antiga
foi o desprezo recíproco que nutriam gregos e romanos, além do conhecido sentimento de
superioridade dos judeus em relação a outras culturas.
Quanto a validade científica do racismo e de sua
formulação teórica mencionada acima, observa-se que,
diferentemente dos animais inferiores, a vida e a
personalidade do indivíduo humano, embora influenciadas
por elementos biológios, não são determinadas por estes.
De sorte que o meio social, a educação e as experiências
pessoais exercem, ao longo de sua vida, influência
significativamente mais importante no processo de formação da pessoa. Outrossim, por
nunca haver ocorrido isolamento absoluto entre os grupos humanos e devido às
migrações, a rigor, não existe algo como raça pura. Por isso, hodiernamente, o termo que
expressa melhor a realidade dos tipos humanos é etnia, visto envolver num só conceito
traços físicos e culturais, além dos sentimentos de identificação e pertencimento
característicos de indivíduos e grupos diferentes que convivem no mesmo espaço.
Por outro lado, de acordo com o auspicioso Projeto Genoma, as diferenças
genéticas entre as raças humanas são irrelevantes, ficando as distinções,
predominantemente, a cargo dos fenótipos, isto é, das aparências físicas diversas.
Enfim, é manifesta ou notória a ausência de fundamentação e justificação histórica
e científica para o preconceito racista tal como o fenômeno se apresenta atualmente.
Muito embora, tenha suas raízes no preconceito em geral, especificamente na xenofobia,
é, na verdade, um tipo novo de preconceito. O qual, como a maioria deles, pode ser
solucionado com educação, conhecimento e tolerância nas relações interpessoais.

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