1

AGENDA DO FUTURO 2019 - 2022

AGEN D A DA I N DÚST RI A
2019 - 2022
PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS
 5

Como a indústria de Petróleo,

AGENDA DO FUTURO 2019 - 2022

Gás e Biocombustíveis pode
alavancar a economia brasileira
no período 2019-2022
CENÁRIO 06
Relevância da indústria de Óleo e Gás para o país 06
Uma agenda com visão de futuro 06

SUMÁRIO Um mundo em transformação 07

TEMAS PRIORITÁRIOS 08

1 - Avanço nas melhorias do ambiente de negócios de Exploração e Produção 08

1.1 Manutenção e previsibilidade do calendário de leilões de blocos exploratórios 08
1.2 Licenciamento Ambiental – aperfeiçoamento do processo e da governança 08
1.3 Simplificação, segurança jurídica e competitividade 09
1.4 Desenvolvimento, inovação e competitividade da cadeia de fornecedores 09

2 - Transformação do mercado de Gás Natural 10

2.1 Acesso a infraestruturas essenciais - terminais de GNL, unidades de 10
processamento de gás natural e gasodutos de escoamento
2.2 Implementação do sistema de entrada e saída 10
EXPEDIENTE 2.3 Consumidor livre 11

AGENDA DA INDÚSTRIA 2.4 Autoprodutor, autoimportador 11

2.5 Aperfeiçoamento do arcabouço tributário 12
Esta é uma publicação do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis e foi elaborada com o apoio de seus Conselhos e Diretorias, 2.6 Setor elétrico 12
Grupo Gerencial, Comitês Técnicos e Setoriais.
2.7 Dualidade de competências e harmonização das regulações estaduais 12
Presidente do IBP Coordenação Editorial
José Firmo Tatiana Campos
3 - Transformação do mercado de Midstream e Downstream 13
Secretário Geral Produção de conteúdo e revisão editorial
Milton Costa Filho Carla Zacconi 3.1 Atração de investimentos e abertura do setor a novos atores 14
Secretário Executivo de E&P Produção de Dados Econômicos 3.2 Estimular investimento logístico e open access 14
Antonio Guimarães Grupo de Economia da Energia - GEE/UFRJ
Raoni Morais
3.3 Combate à fraude e evasão fiscal 14
Secretário Executivo de Gás Natural Raquel Filgueiras
3.4 Ajustes no sistema tributário 14
Luiz Costamilan Felipe Costa
EY 3.5 Revisão do arcabouço regulatório 14
Secretário Executivo de Downstream
Alberto Guimarães Direção de Arte e Projeto Gráfico 3.6 Harmonização da política energética 14
Grande Comunicação
Coordenação de Branding
Rossane Sander Imagens
Felipe Leitão Acervo IBP Infográficos 15
DepositPhotos

O Transformação do mercado midstream e downstream
setor de petróleo representa 49% de toda
a energia consumida no país (2016) e tem
grande relevância para a economia nacional.
Além da importância do consumo de seus
derivados e do papel desempenhado na
segurança energética, contribui para a geração de divisas
com sua exportação. Os investimentos das empresas
petrolíferas representam hoje quase 60% de todo o
investimento industrial do país, segundo o BNDES, e
movimentam uma extensa cadeia produtiva, com cerca
de 400 mil empregos com remuneração superior à média
salarial nacional.
Outro fator de destaque é a expressiva arrecadação gerada
em nível municipal, estadual e federal: foram pagos R$
RESERVAS BRASILEIRAS
27
Reservas provadas,
prováveis e possíveis
Uma Agenda com visão de futuro
O IBP trabalha para que o Brasil tenha um setor de
energia pujante, com diversidade de atores e um
ambiente competitivo, aberto, transparente e com regras
claras e previsíveis. A indústria de óleo e gás tem ampla
capacidade para multiplicar seu nível de investimentos,
fazer crescer a oferta de empregos, receitas tributárias
e, assim, contribuir para a retomada do crescimento da
economia brasileira.
Esta Agenda propõe caminhos para a reconquista da
IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
CENÁRIO
Relevância da
Indústria de Óleo
e Gás para o Brasil
1,4 trilhão em tributos nos últimos 11 anos, com reflexo
direto na capacidade do governo fazer investimentos em
saúde, educação e infraestrutura. Tal riqueza gera um
efeito renda que ajuda a movimentar diversos outros
setores e fomenta o crescimento econômico do país.
As mudanças promovidas no ambiente de negócios
nos últimos dois anos não deixam dúvidas quanto ao
potencial deste setor. Os leilões de áreas exploratórias
arrecadaram R$ 28 bilhões apenas em bônus de assinatura
e prenunciam a retomada da atividade exploratória de
forma consistente. Estima-se que nos próximos cinco
anos poderão ser investidos R$ 148 bilhões, com uma
geração de até 474 mil empregos adicionais.
O setor de óleo e gás representa
cerca de 50% da matriz energética
brasileira atualmente
50%
Apenas petróleo
competividade, que representa as bases para o próximo ciclo
da indústria, um novo capítulo nessa história de sucesso que
é a indústria de petróleo brasileira.
Para isso, é necessário desenvolver, de forma consistente
e competitiva, os bilhões de barris de óleo e gás já
descobertos. Até 2022, o volume recuperável descoberto
poderá alcançar 55 bilhões de barris de óleo equivalente
(petróleo e gás), posicionando o país na 15ª posição entre
as maiores reservas globais.
7
TEMAS PRIORITÁRIOS:
AGENDA DO FUTURO 2019 - 2022
Avanço nas melhorias do ambiente de negócios
de exploração e produção
Transformação do mercado de gás natural
Um mundo em transformação
O
setor de energia no mundo passa por grandes significativo e compatível com nossas metas climáticas.
mudanças, com presença crescente de fontes Torna-se urgente, diante desta janela de oportunidade,
renováveis e o compromisso dos países agir para que o país capture o valor de suas reservas de
em reduzir as emissões de gases de efeito
petróleo, gerando riquezas, empregos e renda.
estufa. A indústria de petróleo e gás é parte
desta transição energética disponibilizando os produtos Para transformar este cenário em realidade, o país deve
necessários para atender à demanda de uma população pensar em soluções que estimulem a produção e criem
crescente e cada vez mais integrada às benesses as condições adequadas para esse desenvolvimento.
do acesso à energia, em especial o gás natural, hoje
reconhecido combustível da transição, atuando de modo É fundamental aprofundar a melhoria no ambiente de
responsável no tocante às suas emissões. negócios, mantendo e dando previsibilidade ao calendário
de leilões de blocos exploratórios; aperfeiçoando o
Frente às estimativas de ‘pico de demanda´ amplamente
processo de licenciamento ambiental, sem abrir mão
reconhecidas pelas empresas do setor, cabe refletir
sobre a oportunidade de explorar o quanto antes do rigor e da qualidade nos estudos para obtenção de
licenças; eliminando monopólios de fato, simplificando
reservas de óleo e gás, contribuindo para ampliar o bem-
estar de nossa população, tanto pelo próprio acesso à regras e o regime tributário; criando as condições para
energia quanto pelos benefícios econômicos advindos da que a cadeia fornecedora nacional seja competitiva,
atividade. No Brasil, o potencial de geração de riqueza
e renda com o pré-sal e outras áreas petrolíferas é
desenvolvendo tecnologia, inovação e fomentando sua
inserção nas cadeias globais de valor.
POSTOS DE TRABALHO
ATUAIS NO SETOR:
Estimativas indicam que a indústria
de petróleo e gás gera, atualmente,
cerca de 400 mil postos de
trabalhos diretos e indiretos, com
400 MIL R$ 33 BILHÕES
R$33 bilhões de renda.
POTENCIAL DE POSTOS
DE TRABALHO E RENDA A
SEREM GERADOS ATÉ 2022:
873 mil postos de trabalho e 873 MIL US$ 64 BI
R$64 bi de renda em 2022.

1 AVANÇO NAS MELHORIAS DO
AMBIENTE DE NEGÓCIOS DE
EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO
1.1 MANUTENÇÃO E PREVISIBILIDADE DO CALENDÁRIO DE
LEILÕES DE BLOCOS EXPLORATÓRIOS
A
manutenção de um calendário de rodadas
é muito importante para a indústria, pois
disso depende o planejamento das empresas
petrolíferas e seus fornecedores para a
continuidade dos investimentos no país, a
descoberta de novas reservas e o avanço no conhecimento
das nossas bacias sedimentares. Sem previsibilidade,
as empresas não têm como planejar a alocação prévia
1.2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL – APERFEIÇOAMENTO DO
PROCESSO E DA GOVERNANÇA
O
setor tem compromisso com a sustentabilidade
e prima pela excelência e qualidade no
licenciamento ambiental, tendo como um de
seus pilares o respeito ao meio ambiente.
A falta de critérios objetivos, a estrutura
inadequada e o excesso de discricionariedade dos técnicos
resultam em indefinição de prazos para a concessão de
licenças para as diversas atividades da indústria, impactando
diretamente o nível de investimentos e atratividade dos
projetos, gerando incertezas de cumprimento de contratos
junto à ANP.
Faz-se necessária uma revisão da estrutura do processo de
licenciamento e sua governança, aliado a uma regulação
específica como caminho para garantir a qualidade que
a sociedade exige, com a celeridade que os cenários de
mudança demandam, viabilizando o início da produção dos
campos e os benefícios para a sociedade em um prazo menor.
IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
TEMAS PRIORITÁRIOS
de recursos humanos e financeiros, reduzindo a
atratividade do Brasil como destino de investimentos.
Não há previsão normativa ou regimental para que o CNPE
estabeleça e cumpra calendários plurianuais de leilões,
ficando sua definição como ato discricionário, dependendo
da sua composição em cada momento. É necessário,
portanto, uma institucionalização do Calendário Plurianual
de Leilões como política de Estado e não de Governo.
A regulamentação hoje existente está amparada por
Portarias Ministeriais, que são instrumentos frágeis
(Portaria MMA 422/2011 e MMA/MME 198/2012). Seria
necessário consolidar e aperfeiçoar esta regulamentação
através de um Decreto que dê a segurança jurídica
necessária ao processo, além de definir um novo
processo de gestão e governança, que defina claramente
as instâncias de competências, assim como critérios
objetivos de avaliação do licenciamento ambiental.
É necessário, também, o aprimoramento do processo
de planejamento de oferta de blocos, mediante o uso
de Avaliação Ambiental Estratégica ou licenciamento
prévio dos blocos a ofertar, a ser definido através
do novo processo de gestão, que deverá privilegiar a
interatividade entre a etapa de planejamento e a de
licenciamento, além de diretrizes ambientais claras
para cada localização dos blocos.
1.3 SIMPLIFICAÇÃO, SEGURANÇA JURÍDICA 9
E COMPETITIVIDADE
AGENDA DO FUTURO 2019 - 2022
A. Regime único de contratação especiais, além do IRPJ e CSL. É de grande importância a
manutenção do REPETRO para garantira atratividade dos
Convivemos hoje com vários regimes de contratação de investimentos.
blocos exploratórios: concessão, partilha e cessão onerosa.
A convergência para um Único Regime de contratação
traria otimização e simplificação de controles e processos C. Competitividade das operações
para as empresas e para o Estado, além de eliminar riscos e
complexidades nas interfaces que podem ocorrer entre os A indústria convive com elevada carga de tributos – 70%, em
vários regimes sendo aplicados a um mesmo reservatório média. O regime fiscal não diferencia a localização, volume e
de petróleo. Entendemos que a concessão é melhor para grau de maturidade dos blocos, impactando a viabilidade de
atrair mais investidores, com benefícios claros para o projetos de menor porte, em áreas de fronteira e a revitalização
Estado e a sociedade. de campos maduros. Para uma maior competitividade do
país é necessária uma revisão do regime fiscal do setor, com
maior incidência sobre o lucro do que sobre os investimentos
B. Competitividade do investimento
O REPETRO foi criado como parte do processo de abertura
e a receita, aumentando assim a resiliência dos projetos aos
altos e baixos dos ciclos do petróleo. É também necessário
avaliar o peso de impostos e royalties de acordo com a
do setor de petróleo e já existe desde 1997 tendo sido produtividade das diferentes bacias e campos. Há reservas,
estendido recentemente até 2040. O REPETRO foi a forma especialmente em áreas maduras (já bastante exploradas)
encontrada para que o País tivesse o mesmo tratamento em terra e águas rasas, que necessitam de uma tributação
fiscal que outros países dão à indústria do petróleo, diferenciada para serem viáveis economicamente e trazerem
desonerando investimentos, seja de equipamentos benefícios para as comunidades no seu entorno. O mesmo
nacionais ou importados, para tributar pesadamente vale para as chamadas áreas de fronteira nas quais ainda há
a renda petrolífera através de royalties e participações pouco ou nenhum conhecimento das bacias geológicas.
1.4 DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO
E COMPETITIVIDADE DA CADEIA DE FORNECEDORES
O
modelo de conteúdo local baseado em reserva
de mercado e punições se mostrou ineficaz
na promoção do desenvolvimento industrial INVESTIMENTOS EM PD&I:
e um entrave à decisão de investimento nos
projetos de exploração e produção de óleo
e gás natural. Os avanços recentes na redução das
obrigações de conteúdo local aumentaram a atratividade
R$15,3
dos leilões e permitiram destravar investimentos com
obrigações irrealistas.
O modelo de desenvolvimento da cadeia de BILHÕES
fornecedores precisa continuar avançando com foco Até 2018
em competitividade e inovação, no intuito de evidenciar
nossa capacidade de inserção em cadeias globais.
Tal modelo deve basear-se em incentivos capazes de
alinhar os interesses de fornecedores e investidores
para capturar valor conjuntamente, gerando benefícios
mútuos e alinhados com o interesse da sociedade de
US$7,5
gerar produção e empregos.
BILHÕES *
Serão necessários, também, ajustes no regulamento de Previstos entre
aplicação dos recursos de Pesquisa, Desenvolvimento
e Inovação (PDI), que movimentam quantias relevantes,
*Valor projetado 2019 e 2026
considerando câmbio
para que possam ser direcionados de forma mais eficaz a de R$ 3,50/dólar
projetos estratégicos na cadeia de fornecimento.

2 TRANSFORMAÇÃO
A
produção de gás natural será cada vez maior
com o avanço do pré-sal no Brasil. Com menor
nível de emissões na geração de energia, no uso
industrial e doméstico e na mobilidade urbana,
o gás natural é considerado o combustível ideal
na direção de uma economia de baixo carbono. Entre
os combustíveis fósseis, o gás natural é o que emite
menos poluentes. Ele tem também papel imprescindível
na complementação às fontes intermitentes, como a
hídrica, eólica e solar, contribuindo para que o país atinja
suas metas de redução de emissões e garantindo o
fornecimento de energia.
O fator crucial para o desenvolvimento do mercado de gás
natural no Brasil é a abertura do setor para novos atores,
adequando a legislação para criar competição na produção
e comercialização ao consumidor livre e assegurar o acesso
não discriminatório aos elos que se constituem, por sua
natureza, monopólios naturais, como o transporte e as
redes de distribuição, atraindo investimentos em todos os
seus segmentos e maior competitividade ao País.
2.1 ACESSO A INFRAESTRUTURAS ESSENCIAIS - TERMINAIS DE
GNL, UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL
E GASODUTOS DE ESCOAMENTO
P
ara que outros produtores de gás natural e novos
importadores de GNL possam acessar o mercado
consumidor, é necessário se estabelecer
diretrizes e boas práticas de acesso a essas
infraestruturas, ao mesmo tempo que devem
ser incentivados investimentos no desenvolvimento de
2.2 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE ENTRADA E SAÍDA
É
consenso entre todos agentes do setor de
gás natural que o modelo de contratação de
capacidade de transporte deve ser realizado
através do sistema de entrada e saída. Nesse
novo modelo o interessado em injetar gás
natural no sistema contrata capacidade de entrada,
podendo vender o gás em qualquer outra parte do
IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
TEMAS PRIORITÁRIOS 11
O&G NO BRASIL
AGENDA DO FUTURO 2019 - 2022
DO MERCADO
41 25,5
DE GÁS NATURAL US$
BILHÕES
US$
BILHÕES
Hoje, a Petrobras tem papel predominante no mercado Investimentos Arrecadação
de gás natural no Brasil, atuando em todos os elos da
em O&G no Brasil de tributos de O&G
cadeia. Por conta do reposicionamento estratégico da
empresa com a venda de ativos, faz-se necessário um em 2022 no Brasil em 2022
novo modelo para que o mercado de gás natural no Brasil
possa se desenvolver de forma equilibrada. O programa
Gás para Crescer - GpC foi uma tentativa de resposta a
esta situação.
2.3 CONSUMIDOR LIVRE
Esse programa teve como objetivo propor medidas para
U
o aprimoramento do arcabouço regulatório do setor
m dos obstáculos para o desenvolvimento de um muitos casos, não foi efetivo. O programa Gás para Crescer
de gás natural brasileiro, tendo em vista a redução da
mercado real de gás natural é a falta de liberdade - GpC propôs uma uniformização de regras para criação do
participação da Petrobras nesse segmento, visando à
dos consumidores para escolher o fornecedor de mercado livre entre os estados, com o estabelecimento
criação de um mercado com diversidade de agentes,
gás natural (molécula). A Lei do Gás, que entrou em de normas que permitam ao consumidor escolher seu
liquidez, competitividade, acesso a informação e boas
vigor em 2009, introduziu a figura do Consumidor fornecedor de gás natural, sendo regulado pela ANP no que
práticas internacionais, contribuindo com isso para o
Livre, e atribuiu aos estados a sua regulamentação, o que em diz respeito à comercialização da molécula.
desenvolvimento do País.
Para viabilizar a abertura e o desenvolvimento do mercado
de gás natural brasileiro com as características descritas
anteriormente, os seguintes temas são críticos: 2.4 AUTOPRODUTOR, AUTOIMPORTADOR
F
undamentais para ancorar novos projetos de a nível federal (ANP) e que os agentes de um mesmo
produção e de importação de gás, foram criadas grupo econômico também possam ser considerados
as figuras do Autoprodutor e do Autoimportador, Autoprodutores / Autoimportadores.
de forma similar ao Consumidor Livre. No
Isso permitiria não só a ampliação da oferta de energia
entanto, não foi instituído um arcabouço
regulatório que permitisse um desenvolvimento para nosso país, como também promoveria a entrada
adequado desses agentes. O programa Gás para de novos supridores de gás natural para o mercado
novas facilidades essenciais. Para isso, como acontece Crescer - GpC propôs que essas figuras sejam reguladas brasileiro.
em mercados de gás natural mais desenvolvidos, o IBP
entende que esse acesso deve se dar de forma não
discriminatória e através de livre negociação entre as
partes, sendo preservada a preferência do proprietário
no acesso a essas instalações.
|| a demanda de gás natural
no mercado brasileiro em
sistema, independente da distância. Analogamente, para
retirar gás natural do sistema, qualquer outro agente
2018 foi de 87 milhões de
metros cúbicos por dia.||
pode contratar apenas capacidade de saída, assegurada
a remuneração do investimento na infraestrutura. Uma
das principais vantagens do modelo de entrada e saída
é o aumento de liquidez, facilitando as transações entre
um maior número de agentes.
 2.5 APERFEIÇOAMENTO DO ARCABOUÇO TRIBUTÁRIO TEMAS PRIORITÁRIOS 13

AGENDA DO FUTURO 2019 - 2022

undamentais para ancorar novos projetos de
produção e de importação de gás, foram criadas
as figuras do Autoprodutor e do Autoimportador,
de forma similar ao Consumidor Livre. No entanto,
não foi instituído um arcabouço regulatório
que permitisse um desenvolvimento adequado desses
agentes. O programa Gás para Crescer - GpC propôs
que essas figuras sejam reguladas a nível federal (ANP)
e que os agentes de um mesmo grupo econômico
também possam ser considerados Autoprodutores /
Autoimportadores.
Isso permitiria não só a ampliação da oferta de energia
para nosso país, como também promoveria a entrada
de novos supridores de gás natural para o mercado
brasileiro.

2.6 SETOR ELÉTRICO

3 TRANSFORMAÇÃO DO MERCADO

O DE MIDSTREAM E DOWNSTREAM
utro tema crítico para o desenvolvimento do chega a representar mais de 40% da quantidade total de
mercado de gás natural brasileiro diz respeito hidrocarbonetos produzidos em um campo do pré-sal.
à sua integração com o setor elétrico.

O desenvolvimento da produção das grandes
reservas de hidrocarbonetos do pré-sal exige que
se encontre uma solução para o escoamento do gás natural
associado ao petróleo. Em muitos casos, o gás natural
2.7 DUALIDADE DE COMPETÊNCIAS E HARMONIZAÇÃO
DAS REGULAÇÕES ESTADUAIS
U
A integração do setor de gás com o setor elétrico se
dará, de forma mais efetiva, através da inserção de m mercado aberto e competitivo com estrutura
térmicas com baixa flexibilidade, que dessa forma não tributária e práticas comerciais adequadas poderá
só viabilizam uma maior produção de óleo como dão atrair maciços investimentos em infraestrutura.
previsibilidade para o consumo de gás natural. A prática de paridade internacional de preços,
que vem se consolidando ao longo dos últimos
anos, o livre mercado e o aperfeiçoamento do open access
em dutos e terminais, são condições essenciais para atrair
agentes e capitais. Apenas em infraestrutura logística,
segundo projeções do IBP, existe uma demanda urgente
de investimentos de R$ 10 bilhões.
É necessária a reformulação e simplificação do regime
tributário que, por um lado, reduza assimetrias no
mercado de combustíveis, de forma a coibir sonegações
e evasão fiscal e que, de outro, elimine fatores que hoje
impedem que as refinarias se beneficiem da grande oferta
de matéria prima à sua porta.
Atualmente, práticas desleais e desvios de finalidade são
recorrentes nos segmentos de distribuição e revenda,
propiciados por um regime tributário que se mostra
injusto pela sua complexidade e pela incapacidade

A
divisão de competência entre a União e os
Estados para legislar acerca do mercado de
gás natural no Brasil dificulta a clara distinção
entre as atividades de movimentação e de
comercialização do gás natural, a exemplo
do que ocorre nos mercados desenvolvidos. Nestes
mercados há uma clara separação entre o monopólio
natural (movimentação) e a comercialização das moléculas
(regidas por livre mercado).
Além disso, é necessário a harmonização entre as
regulações estaduais através de diretrizes para o
estabelecimento do conceito de rede e das tarifas de
distribuição e principalmente das regras de qualificação
do Consumidor Livre.
dificuldades mencionadas no segmento de distribuição
garantirá aos consumidores a existência de competição,
assegurando ampla liberdade de escolha do seu supridor
de gás natural (molécula) e viabilizando um real mercado
atacadista de gás natural.
Diversos temas do programa Gás para Crescer – GpC, uma
importante iniciativa para mudança no marco regulatório
do setor, atualmente estão em discussão no Congresso.
O projeto, que conta com o apoio de produtores e de
consumidores, prevê um conjunto de regras que visam
aumentar a competição nesta indústria. Busca-se a
criação de um ambiente de negócios no qual múltiplos
produtores/comercializadores possam transacionar
diretamente com consumidores, respeitado o preceito
Constitucional do monopólio estadual sobre as redes
O IBP apoia a introdução de competição no refino,
novamente através das iniciativas de desinvestimentos já
anunciadas. A competição é essencial para a dinamização
do setor, um processo que pode ser tão exitoso como foi a
abertura do E&P no passado, e que tantos benefícios trouxe
ao País e à indústria. Por outro lado, dependendo do cenário
que se adote, poderá haver déficit na oferta interna de
derivados que estimulem a implantação de novas unidades
de refino, cujo planejamento deve começar já.
da autoridade fiscal em coibir e punir, gerando evasão
estimada, apenas no ICMS, de R$ 4,8 bilhões/ano,
segundo estudos da FGV.
O regime tributário atual impede também que as
refinarias brasileiras, e consequentemente o consumidor,
se beneficiem da grande oferta de matéria prima local,
sendo necessário discuti-lo de forma objetiva.
CONSUMO INTERNO
O Brasil consome cerca de 2,3
milhões de bpd de derivados

CONSUMO DE DERIVADOS
As propostas acima dos itens 2.1 ao 2.7 garantem a de distribuição, trazendo a dinâmica necessária para a de petróleo.
múltiplos agentes amplo acesso às infraestruturas dos consolidação de um mercado aberto e a prática de preços
segmentos de E&P e de Transporte. A superação das competitivos. O Brasil importa 0,5 milhão
O Brasil é o sétimo maior consumidor de de bpd de derivados como
derivados do mundo, representando um gasolina, diesel, nafta e QAV.
mercado robusto para investimento.

7º MAIOR INFRAESTRUTURA
A capacidade instalada total
de refino no Brasil é de cerca
de 2,4 milhões bpd.

IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

 3.1 ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS E ABERTURA 15

DO SETOR A NOVOS ATORES RIQUEZA

AGENDA DO FUTURO 2019 - 2022

O SETOR DE ÓLEO E GÁS COMPARTILHA EMPREGOS
• Assegurar políticas de preços de derivados livres e como a ampliação da estrutura de logística básica, A RIQUEZA COM DIVERSOS SETORES E A quantidade de empregos diretos, indiretos e
através da evidenciação do crescimento projetado ALAVANCA A ECONOMIA DO PAÍS.
competitivos, onde a oferta interna - ex.: refinarias - seja induzidos gerados, também pode ser mensurada pelo
permanentemente exposta à competição internacional, do consumo, da oferta ampla de matéria prima e da valor investido pelas empresas em termos de salários
e impostos que representam R$ 67 bilhões em 2016.
seguindo o modelo majoritariamente adotado nos países confiança na manutenção e estabilidade de um mercado ARRECADAÇÃO
de economia de mercado; globalizado, livre e competitivo em termos de preço e de Em forma de arrecadações que
abertura, e por uma estrutura tributária que permita ao viabilizam investimentos e
refinador se beneficiar da oferta de grandes excedentes equilibram as contas públicas. REINVESTIMENTOS
• Adotar o Imposto Regulatório Flexível como instrumento de Foram gerados R$ 1,4 trilhão
política de Governo, para atenuar grandes variações de preços; de petróleo no Brasil; Quanto maior a segurança jurídica
de 2007 a 2017 e podem ser de um país, mais as empresas
gerados, em participação reinvestem seus lucros nele,
• Estimular novos investidores compromissados com o • Estimular a introdução de competição no refino e na especial, bônus e royalties
aproximadamente R$ 1 trilhão
gerando assim um círculo virtuoso
mercado brasileiro e com capacidade de investimento, logística básica, sobretudo através do apoio ao projeto de empregos, arrecadações
nos próximos 10 anos.
visando a expansão da oferta interna de refino, bem de desinvestimento da Petrobras. para o governo e melhoria dos
indicadores econômicos do país.

3.2 ESTIMULAR INVESTIMENTO LOGÍSTICO E OPEN ACCESS FORNECEDORES

O setor possui uma rede
• Propiciar e monitorar a abertura e independência dos • Estimular o investimento em novos dutos, terminais e tancagem de 52.000 empresas GERAÇÃO DE RENDA
sistemas logísticos de escoamento existentes, dos ativos por investidores e operadores independentes, por meio de envolvidas (operadoras,
Pode ser gerado entre
essenciais, respeitada a preferência do proprietário e as regime de open access, respeitada a preferência do proprietário fornecedores e comércio).
2019 e 2026 uma renda
necessidades de escoamento primário das refinarias e de segregação entre carregador e transportador. Estabilidade de R$ 405,68 bilhões.
como medida prioritária; de regras e simplificação de processos de licenciamento.
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Em 2016 foram investidos 1 bilhão de reais em pesquisa e
desenvolvimento em centros de pesquisa de todo o país.

3.3 COMBATE À FRAUDE E EVASÃO FISCAL Nos últimos 10 anos foram mais de 10 bilhões de reais.

Coibir com energia o mercado irregular de combustíveis englobando a sonegação fiscal, a adulteração e as fraudes
metrológicas em todos os elos do downstream aplicáveis indistintamente a combustíveis fósseis e biocombustíveis.

O SETOR DE ÓLEO
O setor de óleo e gás gerou
1,4 trilhão de reais em tributos nos
últimos 11 anos.

3.4 AJUSTES NO SISTEMA TRIBUTÁRIO

Patrocinar uma reforma tributária específica que: mediante regulamentação do art. 146 “a” da Constituição
E GÁS NO BRASIL
Federal, já em discussão no Senado, através do Projeto de
• Simplifique a atual tributação dos derivados de petróleo lei PLS 284/17;
adotando monofasia, com a concentração do ICMS na
primeira etapa da cadeia e equiparando as alíquotas; • Promova a reforma do processo administrativo e judicial
tributário, de forma a eliminar ou reduzir arbitrariedades na
• Desestimule a concorrência desleal do devedor tributário atuação da fiscalização e dos órgãos julgadores.
contumaz, diferenciando-o do devedor eventual de tributos,
Das principais atividades econômicas, o
setor de óleo e gás é o 3° no ranking e
O mercado de trabalho do setor de óleo e
impacta os outros 5 maiores setores,
gás é predominantemente composto por
que dele dependem.
brasileiros: 99%.
3.5 REVISÃO DO ARCABOUÇO REGULATÓRIO
Efetuar um diagnóstico das dificuldades e desafios do mercado atual do downstream, propondo uma revisão ordenada de
toda a regulação infralegal.
Até 2022 os postos de trabalho no
setor de óleo e gás podem aumentar
em 110% chegando a 873 mil.
O Brasil atraiu mais de 70% do bônus
3.6 HARMONIZAÇÃO DA POLÍTICA ENERGÉTICA de assinatura pago nos últimos três anos.
Operadoras internacionais e empresas estatais
juntas pagaram, entre 2016 e 2018, mais de
Desenvolver política energética que harmonize os biocombustíveis e os combustíveis fósseis, por meio de um planejamento US$ 5 bilhões em bônus de assinatura.
que consolide os avanços ambientais conquistados, valorize todos os recursos energéticos, elimine assimetrias tributárias, Fonte: Wood Mackenzie
maximize investimento, renda e emprego e reduza o impacto econômico ao consumidor.

IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis