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Códices massoréticos: aspectos gerais

Massoretic codices: general aspects

Códices masoréticos: aspectos generales

Edson de Faria Francisco

RESUMO
Breve descrição de principais códices massoréticos de tra-
dição tiberiense.
Palavras-chave: Bíblia Hebraica, Massorá, massoretas,
códices massoréticos.

ABSTRACT
Brief description of main Masoretic codices of Tiberian
tradition.
Keywords: Hebrew Bible, Masorah, masoretes, Masoretic
codices.

RESUMEN
Breve descripción de principales códices masoréticos de
tradición tiberiense.
Palabras clave: Biblia Hebrea, Masora, masoretas, códi-
ces masoréticos.

54
[Edição original página 65] to do livro de Isaías (1QIsa)3 con-
tendo cerca de 7,34 m, e um ou-
tro rolo contendo um
Introdução [Edição original página 65/66]

texto não bíblico, encontrado na


Durante a Antigüidade os judeus mesma localidade, conhecido
escreveram toda a sua literatura, como o Rolo do Templo
tanto sacra como profana, em li- (11QTemplo) contendo cerca de
vros no formato de rolo, feitos de 8,75 m.4
papiro e de pergaminho, isto é, Ao passar do tempo, a prática de
em peles de determinados ani- utilizar rolos, feitos tanto em pa-
mais como ovelhas, carneiros, piro como em pergaminho, foi
entre outros. Até o fim do perío- decrescendo até o seu completo
do talmúdico (c. 600 d.C.), os desuso no período medieval. No
judeus utilizaram somente o rolo início da Era cristã, o uso do có-
ou volume (heb. , məgillâ)1 dice se tornou comum no Impé-
como formato do livro. Nesse ti- rio Romano, principalmente pelos
po de material a escrita era feita cristãos e, por volta do século IV
em um só lado da extensão do d.C. o códice feito em pergami-
rolo e, depois de concluído o tra- nho tornou-se na forma usual de
balho, o livro era enrolado e de- um livro.5 Uma das vantagens da
pois desenrolado para ser lido ou utilização do códice era que so-
manuseado.2 mente seria possível para um li-
Era comum a extensão dos rolos vro nesse formato conter todos
não serem muito longas para não os livros bíblicos em um único
dificultarem o manuseio do ma- volume e, além disso, era mais
terial pelo leitor. Em tempos an- fácil de ser manuseado e encon-
teriores à Idade Média, os livros trar o texto bíblico desejado.6
bíblicos circulavam entre os ju- Todavia, Ernst Würthwein afirma
deus em rolos separados e cada que códices feitos de papiro, con-
um tinha as suas próprias exten- tendo o Antigo e o Novo Testa-
sões. Os Manuscritos do Mar
Morto (c. séc. III a.C. a II d.C.), 3
A sigla 1QIsa usada pelos eruditos em as-
suntos relacionados aos Manuscritos do
por exemplo, evidenciam tal cos-
Mar Morto significa: primeiro manuscrito
tume entre os escribas judeus na de Isaías da primeira gruta de Hirbet
época pré e pós-cristã. Na mes- Qumran.
4
Cf. E. TOV, Textual Criticism of the He-
ma região do Mar Morto, na loca- brew Bible, 1992, p. 204; E. WÜRTHWEIN,
lidade de Hirbet Qumran, foi en- The Text of the Old Testament: An Intro-
duction to the Biblia Hebraica, 2 ed.,
contrado um manuscrito comple- 1995, p. 7-8 e YEIVIN, 1980, p. 8. A sigla
11QTemplo significa: O Rolo do Templo da
décima primeira gruta de Hirbet Qumran.
1 5
Cf. J. Trebolle BARRERA, A Bíblia Judaica e Cf. J. B. GABEL e C. B. WHEELER, A Bíblia
a Bíblia Cristã: Introdução à História da como Literatura: Uma Introdução, 1993,
Bíblia, 1996, p. 113. p. 249-250 e Trebolle Barrera, 1996, p.
2
Cf. I. YEIVIN, Introduction to the Tiberian 117.
6
Masorah, 1980, p. 7. Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 8.

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mento em grego, circularam até nais de vocalização e os sinais de
por volta dos séculos II e III acentuação e, por fim, o terceiro
d.C.7 colocava as notas da Massorá (cf.
abaixo). Essa era a prática co-
mum por volta da época dos
1. O Códice Massorético grandes massoretas, Ben Asher e
Foi somente por volta do ano 700 Ben Naftali (c. século X). Quando
d.C. que os judeus adotaram o cada escriba era responsável por
livro em formato de códice ou cada uma dessas funções, eles
códex (lat. codice ou codex) ao eram conhecidos como:
lado dos rolos.8 Esse tipo de ma-  (heb. sôfēr, escriba): es-
nuscrito era utilizado para fins
crevia o texto consonantal he-
eruditos e de uso privado e não braico.
para o serviço litúrgico na sina-
 (heb. naqdān, pontuador):
goga. A maioria dos manuscritos
hebraicos medievais, hoje exis- colocava os sinais vocálicos e os
tentes, é formada de códices e acentos no texto consonantal.
não de rolos.9 As folhas do códice  (heb. ba‘al ham-
de pergaminho eram cortadas e māsôrâ, massoreta) ou 
costuradas de um lado, e cada
(heb. məsôrān, massoreta): co-
fólio (folha) era escrito
locava o aparato da Massorá ao
[Edição original página 66/67] redor do texto bíblico.12
No caso dos dois códices masso-
nos dois lados e o leitor teria de réticos mais importantes, o Códi-
folhear o manuscrito para fazer a ce de Leningrado B19a e o Códi-
leitura do texto.10 ce de Alepo A, cada qual foi pro-
Para se produzir um códice mas- duzido de modo diferente. Duas
sorético (heb. , mishāf, pessoas foram as responsáveis
manuscrito em formato de li- pela produção do Códice de Ale-
vro)11, era comum a utilização de po A: Shelomoh ben Buyaʿa pelo
três pessoas para cada função: o texto consonantal e o próprio Aa-
primeiro escrevia o texto conso- rão ben Asher pela vocalização,
nantal, o segundo colocava os si- acentuação e notas massoréti-
cas. No caso do Códice de Lenin-
grado B19a, somente uma única
7
Ibidem, 1995, p. 8.
8
Cf. YEIVIN, 1980, p. 7 e ToV, 1992, p. 207.
pessoa foi responsável por todas
Norman K. Gottwald propõe uma data as funções, Shemuel ben Yaakov.
mais recuada da aceitação do códice para
os livros sagrados pelos judeus. Esse au-
Quando uma pessoa fazia todo o
tor argumenta que essa adoção se deu trabalho de confeccionar um có-
por volta do século IV ou V d.C., cf. N. K.
Gottwald, Introdução Socioliterária à Bí-
blia Hebraica, 2 ed., 1988, p. 124.
9 12
Cf. YEIVIN, 1980, p. 9. Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 12-13; W. R.
10
Cf. Trebolle BARRERA, 1996, p. 116-117 Scott, A Simplified Guide to BHS: Critical
E. Würthwein, 1995, p. 8. Apparatus, Masora, Accents, Unusual Let-
11
Cf. TOV, 1992, p. 206; R. BEREZIN, Dicio- ters & Other Markings, 3 ed., 1995, p. 9 e
nário Hebraico-Português, 1995, p. 394. GOTTWALD, 1988, p. 125.

56 Edson de Faria FRANCISCO. Códices Massoréticos: aspectos gerais


dice, com sinais vocálicos, acen- de Hillel (cerca de 600), o Códice
tos e a Massorá, essa era cha- Mugah (citado na Massorá do
mada simplesmente pelo nome Códice Or 4445 de 925/930 e do
de massoreta.13 Códice de Leningrado B 3 de
Emanuel Tov informa que há cer- 916; portanto, anterior a esses
ca de 6000 manuscritos masso- dois manuscritos), o Códice de
réticos produzidos durante a Ida- Jerusalém, o Códice de Jericó e o
de Média, dos quais alguns re- Códice Zanbuqi, entre outros, os
montam ao período áureo da ati- quais são de data e procedência
vidade massorética, principal- desconhecidas.16
mente quando as famílias Ben Há, hoje em dia, muitos códices
Asher e Ben Naftali, estiveram massoréticos espalhados em co-
ativas em Tiberíades, Israel por leções de antigos manuscritos
volta do século X. Dos mais de em museus de vários países co-
6000 manuscritos, 2700 datam mo Rússia, Inglaterra, Israel,
até 1540, 6 surgiram no século EUA, Espanha, Itália entre ou-
X, 8 no século XI, 22 no século tros. Os acervos mais importan-
XII e 60 pequenos fragmentos tes são as duas Coleções
são anteriores a 1200, os quais Firkowitch de Manuscritos He-
foram recolhidos da Guenizá da braicos da Biblioteca Nacional
sinagoga Ben Ezra no Cairo, Egi- Russa em S. Petersburgo, Rússia
to.14 Manuscritos posteriores a (antiga Biblioteca Pública Estatal
1100 são cerca de 3000 e refle- Saltykov-Shchedrin de Le-
tem principalmente o sistema [Edição original página 68/69]
massorético de Tiberíades, e
possuem variantes textuais in- ningrado). O Códice de Leningra-
significantes.15 do B19a, por exemplo, pertence
Fontes massoréticas fornecem in- à Segunda Coleção Firkowitch
formações da existência de de- desta mesma biblioteca.17
terminados códices surgidos no Uma outra coleção importante é
período inicial das atividades a da Manfred and Anne Lehmann
massoréticas, ou mesmo antes, e Family de Nova York. Em sua bi-
que desapareceram ao passar do blioteca, há centenas de manus-
tempo. Esses códices são citados critos bíblicos medievais, vários
como fontes de autoridade em dos quais com vocalização tiberi-
matéria de Massorá, vocalização ense, outros com vocalização ba-
e acentuação e são mencionados bilônica. Em 1990, foi editado um
pelos seguintes nomes: o Rolo de catálogo com 224 fotos de ma-
Severo (cerca de 200), o Códice

16
Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 38 e TOV, 1992,
13
Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 13 e Trebolle p. 121.
17
Barrera, 1996, p. 316. Cf. YEIVIN, 1980, p. 6. I. Yeivin descreve
14
Cf. TOV, 1992, p. 23. vários manuscritos massoréticos perten-
15
Cf. YEIVIN, 1980, p. 29 e E. R. BROTZMAN, centes a essa coleção (cerca de 17 ma-
Old Testament Textual Criticism: A Practi- nuscritos, além do Códice de Leningrado
cal Introduction, 1994, p. 58-59. B19a) em Yeivin, 1980, p. 18-19 e 22-28.

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nuscritos massoréticos perten- 1. Códice de Alepo (A)
centes a essa coleção, com co-
mentários de Israel Yeivin e edi- Esse manuscrito conhecido tam-
bém como Códice A o texto intei-
tado por Elazar Hurvitz. Um dos
manuscritos mais curiosos dessa ro da Bíblia Hebraica, mas faltam
várias partes (cf. abaixo) e fora
coleção é o código B 128 no qual
as citações bíblicas que se en- escrito em Jerusalém por volta
de 925/930 por Shelomoh ben
contram na Masora Magna são
todas vocalizadas.18 Buy’aa, o qual escrevera o texto
consonantal, enquanto o próprio
Aarão ben Moisés ben Asher do-
2. Os Códices Massoré- tara-o com sinais vocálicos,
acentos e notas massoréticas.20
ticos mais importantes Nos círculos judaicos, esse códice
A produção de manuscritos mas- é conhecido também pelo nome
soréticos durante a época medie-
de  (heb. hak-keter, lit. a
val é enorme e alguns milhares
são conhecidos19, alguns dos Coroa21) ou  (heb.
quais surgidos no período de de- keter ārām sôvâ, lit. Coroa de
senvolvimento da atividade mas- Alepo).22
sorética das famílias Ben Asher e Hoje, o Códice A está em estado
Ben Naftali, ambas de Tiberíades. fragmentário, devido a um in-
Dentre os manuscritos sobrevi- cêndio criminoso perpetrado à
ventes atualmente e relacionados sinagoga de Alepo, Síria em
diretamente aos massoretas tibe- 1947, sofrendo vários danos e,
rienses, quatro são os mais im- em conseqüência disso, seu texto
portantes por serem estritamen- começa com a última palavra de
te relacionados à tradição masso- Dt 28.17 e faltam ainda os se-
rética de Ben Asher e surgidos guintes textos: 2Rs 14.21 a
durante o auge de desenvolvi- 18.13; Jr 29.9 a 31.35 e outros
mento desse sistema e possivel- trechos: Am 8.13; Mq 5.1; Sf
mente produzidos durante a vida 3.20 a Zc 9.17; Sl 15.1 a 25.1 e
dos massoretas Moisés ben Asher 2Cr 35.7 a 36.19. Além desses
e Aarão ben Moisés ben Asher
(séculos IX e X). Por essa razão, 20
Cf. YEIVIN, 1980, p. 16; BROTZMAN, 1994, p.
esses manuscritos em formato de 56-57; TOV, 1992, p. 46 e WÜRTHWEIN,
códice são estudados pelos eru- 1995, p. 36. Um ponto de vista diferente
sobre a autenticidade do códice e a sua
ditos especializados em assuntos relação com Aarão ben Asher encontra-se
massoréticos e bíblicos. Os códi- J. L. TEICHER, The Ben Asher Bible
Manuscripts, JJS 2, 1950/1951, p. 20-23.
ces em questão são: 21
O termo   (heb. keter, coroa) é uma
[Edição original página 69/70] denominação dada aos códices bíblicos
hebraicos, cf. D. S. LOEWINGER e E. KU-
PFER, Manuscripts, Hebrew in Encyclopae-
dia Judaica, vol. 11, 1971, p. 903.
22
Cf. P. E. KAHLE, The Cairo Geniza, 2 ed.,
18
Cf. E. HURVITZ (ed.), Ohel Hayim, vol. 2: 1959, p. 107 e H. MINKOFF, The Aleppo
Biblical Manuscriptis, 1990, p. 245-252. Codex: Ancient Bible from the Ashes, Bi-
19
Cf. TOV, 1992, p. 23. ble Review 7, 1991, p. 27.

58 Edson de Faria FRANCISCO. Códices Massoréticos: aspectos gerais


textos também estão perdidos: gina e os livros poéticos (Salmos,
Ct (restaram apenas Ct 1.1- Provérbios e Jó) são escritos em
3,11), Ecl, Lm, Est, Dn, Nee e duas. A escrita é cuidadosa e a
Esd. Todavia, alguns textos so- sua Massorá raramente contradiz
brevivem através de fotos tiradas o texto ou possui dados incorre-
no século XIX: Gn 26.34 a 27.30 tos ou incompletos. Devido à sua
e Dt 4.38 a 6.3. Originalmente, o fama e autoridade e à sua rela-
Códice A continha um total de ção com Aarão Ben Asher, foi
380 fólios, dos quais somente usado para fins litúrgicos e era
294 sobrevivem e atualmente lido nas três principais festas ju-
encontra-se na Biblioteca do Ins- daicas: Páscoa, Tabernáculos e
tituto Ben-Zvi em Jerusalém, Is- Pentecostes.26
rael.23 Rudolf Kittel e Paul E. Kahle pre-
Seu sistema de vocalização con- tendiam utilizar o manuscrito
corda com a tradição de Ben As- como texto base para a edição
her em torno de 94% e concorda da Biblia Hebraica 3 (BHK,
com a de Ben Naftali em cerca de 1929/1937), mas os chefes da
6%, isso de acordo com o Sefer comunidade judaica de origem
haHillufim (Livro das Diferenças) sefaradita de Alepo não permiti-
de ram a utilização do códice para
fins acadêmicos e os estudiosos
[Edição original página 70/71]
não tiveram acesso ao manuscri-
autoria de Mishael ben Uzziel (c. to para fotografá-lo ou mesmo
1050);24 contudo, é considerado estudá-lo. Os editores da Biblia
o manuscrito massorético mais Hebraica Stuttgartensia (BHS,
fiel ao sistema de Ben Asher e o 1967/1977), Karl Elliger e Wil-
que melhor representa o seu tra- helm Rudolph, também passaram
balho.25 O texto do Códice A é pela mesma situação de seus an-
disposto em três colunas por pá- tecessores e não o tiveram à sua
disposição.27 O único estudioso
23
que pôde ter acesso ao códice e
Cf. BROTZMAN, 1994, p. 57; Tov, 1992, p.
46. Informações sobre os trechos estudá-lo por um bom tempo,
preservados e perdidos do Códice de Alepo mas sem tirar fotografias, foi
A encontram-se em YEIVIN, 1980, p. 17.
24
O Sefer ha-Hillufim é um tratado masso- Umberto Cassuto antes de 1947
rético que lista diferenças (cerca de 800) quando o manuscrito estava
de vocalização e acentuação do texto bí-
blico entre as duas escolas massoréticas
completo e antes de ser danifica-
de Tiberíades, a de Ben Asher e a de Ben do pelo incêndio.28
Naftali. L. Lipschütz, no início dos anos
Por fim, a Hebrew University Bi-
sessenta, editou este tratado no segundo
volume da revista Textus e com o seguin- ble Project (HUBP) pretende pu-
te título: Mishael ben Uzziel’s Treatise on
the Differences Between Ben Asher and
26
Ben Naphtali, Textus 2, 1962, p. 1-58. Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 36.
25 27
Cf. YEIVIN, 1980, p. 16-17; A. SÁENZ- Cf. P. E. Kahle, Praefationes Anglicae in R.
BADILLOS, A History of the Hebrew Kittel e P. E. Kahle (eds.), Biblia Hebraica
Language, 1997, p. 107-108 e P. H. KELLEY (BHK), 15 ed., 1968, p. XXIX; Würthwein,
et alii, The Masorah of Biblia Hebraica 1995, p. 36 e Yeivin, 1980, p. 17.
28
Stuttgartensia: Introduction and Annotated Cf. P. E. KAHLE, The Hebrew Ben Asher
Glossary, 1998, p. 19. Bible Manuscripts, VT 1, 1951, p. 163-164.

Revista Caminhando, v.6, n. 1 [8], p.54-67, 2010 [2ª ed. on-line 2010; 1ª ed. 2001] 59
blicar uma edição crítica da Bíblia que faltam são os seguintes no
Hebraica baseada nesse códice e citado livro bíblico: Jr 29.9 a Jr
somente foram publicados até o 31.35; Jr 32. 2-4, 9-11, 15-18 e
momento o livro de Isaías (The 22-24.32 Essas mesmas passa-
Book of Isaiah, Simple Edition gens foram completadas e tive-
with Introduction, 1965; vol. I ram por base o texto e a Massorá
1975; vol. II 1981 e vols. I-III do Códice de Leningrado B19a e
1995 cujo editor é Moshe H. adotadas na citada edição.33
Goshen-Gottstein)29 e o livro de
Jeremias (The Book of Jeremiah,
1997 cujo editores são Chaim 2. Códice Or 4445 (B)
Rabin, Shemaryahu Talmon e O Códice Or 4445, também co-
Emanuel Tov). O próprio Moshe nhecido como Códice Britânico
H. Goshen-Gottstein publicou (B), faz parte da coleção de ma-
uma edição fac-símile desse có- nuscritos antigos do Museu Bri-
dice:  (heb. keter tânico de Londres, Inglaterra e
ārām s , lit. Coroa de Alepo) abrange o Pentateuco (Torá),
ou The Aleppo Bible Codex: The mas faltam alguns trechos como
Crowning Achievement of the Gn 1.1 a 39.19; Nm 7.46-73 e
Master of the Massora Aaron ben 9.12-18 e Dt 1.34 em diante. Ao
Asher, 1976. 30 A Universidade que parece, foi escrito por volta
Bar-Ilan em Israel também pla- de 925/930, talvez por Moisés
neja publicar uma edição da Bí- ben Asher. A vocalização concor-
blia Hebraica baseada nesse da com a tradição de Ben Asher
mesmo códice cujo editor é M. em cerca 80% dos casos e possui
Cohen.31 uma escrita menos
Como o Códice A está em estado [Edição original página 72/73]
fragmentário, os editores da He-
brew University Bible Project de- cuidadosa do que aquela empre-
cidiram, como pode ser verifica- gada no Códice de Alepo e no
do pela edição do livro de Jere- Códice de Leningrado B19a. Pos-
mias deste projeto (The Book of sui Masora Parva e Masora Mag-
Jeremiah, 1997), adotar o texto na e esta é mais extensa do que
e Massorá de outro códice mas- as dos dois códices mencionados.
sorético para suprir as partes O seu texto é disposto em três
perdidas do Códice A. Os textos colunas por página. 34

29 32
Cf. M. H. GOSHEN-GOTTSTEIN (ed.), Intro- Cf. YEIVIN, 1980, p. 17.
33
duction in The Book of Isaiah, vol. I, He- Cf. C. RABIN, S. TALMON e E. TOV (eds.),
brew University Bible Project, 1975, p. 1 The Book of Jeremiah, Hebrew University
(HUBP, 1975). Bible Project, 1997, p. XV (HUBP, 1997).
30 34
Cf. BROTZMAN, 1994, p. 57; TOV, 1992, p. Cf. YEIVIN, 1980, p. 19; KELLEY et alii, 1998,
46; YEIVIN, 1980, p. 18 e 301; WÜRTHWEIN, p. 18; SÁENZ-BADILLOS, 1997, p. 109;
1995, p. 36 e Kelley et alii, 1998, p. 19. WÜRTHWEIN, 1995, p. 176; TOV, 1992, p. 47
31
Cf. A. SCHENKER et alii (eds.), Biblia e BROTZMAN, 1994, p. 57. Para um ponto de
Hebraica Quinta (BHQ), Fasciculus extra vista divergente, cf. Teicher, 1950/1951, p.
seriem: Librum Ruth, 1998, p. V. 24.

60 Edson de Faria FRANCISCO. Códices Massoréticos: aspectos gerais


Há várias passagens na Massorá 2Reis) e Posteriores (de Isaías a
do Códice B que se referem a Malaquias) e foi escrito por volta
Moisés ben Asher como autorida- de 895/896 por Moisés ben Asher
de em assuntos massoréticos e, e é o manuscrito massorético
ao que parece, ele ainda estava mais antigo conhecido pelos eru-
vivo quando o manuscrito foi ditos. A sua Masora Magna é
concluído, pois o seu co- muito curta e a escrita desse có-
lofão/cólofon (gr. kolophón, texto dice (texto, vogais, acentos e
em que o escriba informava seu Massorá) é muito cuidadosa e
nome, local, data e outros dados similar àquela empregada no Có-
nos manuscritos medievais) não dice de Alepo. O texto bíblico é
se refere a ele como se estivesse escrito em três colunas.
morto, e contudo, essa opinião é [Edição original página 73/74]
defendida por Paul E. Kahle e
comentada no prefácio da BHK.35 Em termos de vocalização, este
As variantes textuais desse ma- manuscrito é mais relacionado ao
nuscrito foram coletadas e cita- sistema massorético de Ben Naf-
das por Christian D. Ginsburg em tali (64%) do que a de Ben Asher
sua edição crítica da Bíblia He- (33%). 37
braica (Textum Masoreticum ac- O Códice do Cairo dos Profetas
curatissime expressit e fontibus ou Códice C possui dois colofões
Masorae codicumque varie illus- onde é informado o nome do es-
travit, Londres, 1908/1926) e o criba e a pessoa que requisitara
mesmo argumentava que o texto a confecção do manuscrito.
consonantal e a vocalização des- Quando concluído, esse códice foi
se manuscrito foram feitas por presenteado à comunidade caraí-
volta de 820 e 850 e a sua Mas- ta de Jerusalém e, mais tarde, foi
sorá tinha sido adicionada um confiscado pelos soldados cris-
século mais tarde por outro es- tãos da Primeira Cruzada em
criba, precisamente na época de 1099. Desde essa época até hoje
vida de Moisés ben Asher (c. está aos cuidados da comunidade
925/930).36 caraíta do Cairo, no Egito. David
S. Loewinger publicou uma edi-
ção fac-símile deste manuscrito
3. Códice do Cairo dos Profe- intitulada 
tas (C)
Este códice também chamado 37
Cf. YEIVIN, 1980, p. 20; KELLEY et alii, 1998,
Códice C contém somente os p. 18; SÁENZ-BADILLOS, 1997, p. 109;
WÜRTHWEIN, 1995, p. 35; BROTZMAN, 1994,
Profetas Anteriores (de Josué a p. 57-58 e Tov, 1992, p. 47. TEICHER
argumenta que há inconsistências em
aceitar a autenticidade do colofão ao dizer
35
Cf. BHK, 1968, p. XXXI; WÜRTHWEIN, 1995, que o próprio Moisés ben Asher foi o
p. 176 e KELLEY et alii, 1998, p. 18. responsável pela confecção do manuscrito,
36
Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 176 e SÁENZ- cf. TEICHER, 1950/1951, p. 18-20.
BADILLOS, 1997, p. 109 n. 155. Informações Argumentos contrários aos defendidos por
mais detalhadas sobre esse códice Teicher são dados por P. E. Kahle, cf.
encontram-se em KAHLE, 1959, p. 117-118. KAHLE, 1951, p. 162-163.

Revista Caminhando, v.6, n. 1 [8], p.54-67, 2010 [2ª ed. on-line 2010; 1ª ed. 2001] 61
 (heb. tôrâ, nə î- é baseado na obra de Mishael
´îm, ûkhətû îm kətav-yād qā`i- ben Uzziel já mencionada anteri-
ormente (cf. acima). Segundo
hîr, Bíblia Hebraica, Manuscrito
do Cairo) ou Cairo Codex of the Paul E. Kahle, um exame cuida-
doso do Códice L baseado nas
Bible, 1971, enquanto Federico
Pérez Castro publicou uma edi- listas de Mishael ben Uzziel
mostra que cerca de 95% dos
ção crítica conhecida como El
Códice de Profetas de el Cairo, casos pertencem às leituras de
Ben Asher. 40 Hoje, esse códice
vols. I a VIII, 1979/1992).38
encontra-se em Leningrado (atu-
al São Petersburgo), Rússia, na
4. Códice de Leningrado B19a Biblioteca Nacional Russa (antiga
(L) Biblioteca Pública Estatal Sal-
tykov-Shchedrin, cf. acima) e faz
O Códice de Leningrado B19a parte da Segunda Coleção
também conhecido como Códice Firkowitch de Manuscritos He-
L e como Códice L é o manuscri- braicos.41
to massorético mais antigo da O Códice L é considerado o ma-
Bíblia Hebraica contendo a totali- nuscrito mais próximo ao Códice
dade de seu texto e fora escrito de Alepo em termos de vocaliza-
por volta de 1008/1009 por ção e acentuação; contudo, a sua
Shemuel ben Yaakov, no Cairo, Massorá difere em vários pontos
Egito. O escriba afirma no co- e nem é tão acurada em relação
lofão do códice que ele fizera o ao manuscrito mencionado e às
seu trabalho de acordo com boas vezes, contradiz o texto bíblico.
cópias do melamed (mestre) Ah- Todavia, a Massorá do Códice L
aron ben Moshe ben Asher. Se- fornece detalhes específicos so-
gundo J. L. Teicher, esse fato bre nomes de massoretas e fon-
pode evidenciar que o texto do tes massoréticas.42
Códice L é um texto eclético pro- A sua escrita é cuidadosa e o
duzido em base de várias fontes texto bíblico, semelhantemente a
massoréticas.39 outros códices, é escrito em três
[Edição original página 74/75] colunas, enquanto os livros poé-
ticos (Salmos, Jó e Provérbios)
O seu sistema de vocalização são escritos em duas e cerca de
concorda com a tradição masso- 27 linhas por coluna. O total de
rética de Ben Asher em cerca de fólios é de 491, dos quais 463
92% e o restante 8% com a tra- contêm o texto bíblico, Massorá,
dição de Ben Naftali e esse dado

38 40
Cf. KELLEY et alii, 1998, p. 18; TOV, 1992, p. Cf. KAHLE, 1959, p. 117.
41
47, YEIVIN, 1980, p. 21 e 303 e WÜRTHWEIN, Cf. YEIVIN, 1980, p. 18-19; TOV, 1992, p.
1995, p. 35. Informações sobre esse códice 47; BROTZMAN, 1994, p. 57; KELLEY et alii,
e a relação entre Moisés ben Asher e o 1998, p. 19; WÜRTHWEIN, 1995, p. 36 e
movimento caraíta podem ser encontradas SÁENZ-BADILLOS, 1997, p. 108.
42
em KAHLE, 1959, p. 91-97. Cf. SÁENZ-BADILLOS, 1997, p. 108-109;
39
Cf. TEICHER, 1950/1951, p. 23-24. YEIVIN, 1980, p. 19 e TOV, 1992, p. 47.

62 Edson de Faria FRANCISCO. Códices Massoréticos: aspectos gerais


vocalização e acentuação.43 Per- nuscritos massoréticos ao siste-
cebe-se muitos pontos de rasura ma de Ben Asher.46
e correções ao longo de seu tex- O Códice L serviu de base para
to e, segundo os estudiosos, esse duas edições críticas da Bíblia
fato evidencia que esse manus- Hebraica: Biblia Hebraica (BHK),
crito era na verdade um texto de R. Kittel e P. E. Kahle (eds.), 3
tradição Ben Naftali e, posteri- ed., 1929/1937 e Biblia Hebraica
ormente à sua conclusão, ele foi Stuttgartensia (BHS), K. Elliger e
revisto e corrigido para concor- W. Rudolph (eds.), 1967/1977. 47
dar com a tradição de Ben Asher; A edição Adi (1973) e a Biblia
contudo, seu texto ainda reserva Hebraica Leningradensia (BHL,
várias leituras próprias de Ben 2001) ambas editadas por Aron
Naftali.44 Além do texto bíblico, o Dotan, também são baseadas no
códice em questão possui, no fi- texto desse códice. Está prevista
nal do volume, várias listas mas- para ser editada por volta de
soréticas e outros materiais.45 2006 uma nova edição crítica do
texto bíblico hebraico, sucessora
[Edição original página 75/76]
da BHS, que será chamada de
Provavelmente, o Códice L é o Biblia Hebraica Quinta (BHQ),
manuscrito massorético mais fa- Adrian Schenker et alii (eds.), a
moso pertencente à tradição de qual terá por base também o
Ben Asher, devido ao fato de ter mesmo códice. Por último, além
servido como base textual das das edições impressas, foram
duas edições críticas da Bíblia publicadas duas edições fac-
Hebraica mais importantes do símile desse mesmo manuscrito,
século XX, a BHK e a BHS (cf. as quais são: 
abaixo) e segundo a opinião de B19a  (heb. tôrâ,
Paul E. Kahle, esse códice pode
nə î´îm, ûkhətû îm kəta -yād
ser o resultado final e definitivo
lenîngrād B19a, Bíblia Hebraica,
da tradição massorética desen-
Manuscrito de Leningrado B19a)
volvida pela família Ben Asher
ou Codex Leningrad B19a por
através de gerações e ainda, o
David S. Loewinger (1970) e The
manuscrito em questão junto
Leningrad Codex: A Facsimile
com o Sefer ha-Hillufim de
Edition por Astrid B. Beck, David
Mishael ben Uzziel, pode ser uma
N. Freedman e James A. Sanders
excelente fonte para a averigua-
(1997). 48
ção da fidelidade de outros ma-

46
Cf. KAHLE, 1951, p. 167 e KELLEY et alii,
1998, p. 19.
47
Cf. K. ELLIGER e W. RUDOLPH (eds.), Biblia
43
Cf. BHQ, 1998, p. XIV e YEIVIN, 1980, p. Hebraica Stuttgartensia (BHS), 5 ed.,
19. 1997, p. XXIX.
44 48
Cf. SÁENZ-BADILLOS, 1997, p. 108; YEIVIN, Cf. YEIVIN, 1980, p. 19 e 303; TOV, 1992, p.
1980, p. 18-19, KAHLE, 1951, p. 164 e TOV, 47; BROTZMAN, 1994, p. 57; SÁENZ-
1992, p. 47. BADILLOS, 1997, p. 108; KELLEY et alii,
45
Cf. YEIVIN, 1980, p. 19. 1998, p. 19 e BHQ, 1998, p. III.

Revista Caminhando, v.6, n. 1 [8], p.54-67, 2010 [2ª ed. on-line 2010; 1ª ed. 2001] 63
[Edição original página 76/77] por base o Códice de Alepo e o
Códice de Leningrado B19a, co-
mo visto acima. Outras edições
5. Outros Códices como a de Norman H. Snaith
Além dos códices mencionados (1958), por exemplo, têm por
acima, há também outros que base outros códices surgidos no
possuem relevância para os es- final do período medieval: o Có-
tudos massoréticos como tam- dice Or 2626-2628 (c. 1482), o
bém para a Crítica Textual. Al- Códice Or 2375 (c. 1468-1480) e
guns deles podem ser menciona- a Bíblia de Shem Tov (c. 1312). 49
dos: Códice Sassoon 507 (S5) Outras edições do texto bíblico
(séc. X); Códice Sassoon 1053 hebraico são baseadas ainda em
(S) (séc. X); Códice 232 (N) (c. outros códices, como também
1000); Códice de Michigan (M) em edições antigas como, por
(c. 1050); Códice Erfurtense (E3) exemplo, na Bíblia Rabínica de
(c. 1100); Códice Reuchliniano Jacob ben Hayyim (1524/1525)
(R) (c. 1100); Códice de Lenin- que serviu de base para a maio-
grado B3 (P) (c. 916); Códice de ria das edições da Bíblia Hebrai-
Leningrado 225 (L8) (c. 1017); ca, do início do século XVI até o
Códice de Leningrado 94 (L12) (c. [Edição original página 77/78]
1100); Códice Or 2626-2628 (c.
1482); Códice Or 2375 (c. século XX. Esta edição teve por
1468/1480), entre outros. base manuscritos massoréticos
do século XII até o século XVI. 50
A importância dos manuscritos
Conclusão hebraicos surgidos durante o pe-
ríodo medieval fica evidente pe-
las abundantes citações nos apa-
Os códices massoréticos são fru- ratos críticos das modernas edi-
to do trabalho editorial efetuado ções críticas como a BHK, a BHS,
pelos massoretas no período de a BHQ e as edições da HUBP, as
quatrocentos anos aproximada- quais selecionam os mais impor-
mente (c. de 600 a 1000) e, até tantes manuscritos51 como tam-
hoje, tais manuscritos são objeto bém utilizam as citações de ma-
de pesquisa erudita e também de nuscritos coletados pelas antigas
publicação para o mundo leigo e, edições da Bíblia Hebraica, como
principalmente, para o mundo
acadêmico. As mais importantes 49
Cf. N. H. SNAITH, The Ben Asher Text,
edições críticas da Bíblia Hebrai- Textus 2, 1962, p. 12-13 e WÜRTHWEIN,
ca surgidas durante o século XX 1995, p. 42.
50
Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 39; TOV, 1992,
são todas baseadas nos manus- p. 77-78; YEIVIN, 1980, p. 31-32; BROT-
critos massoréticos surgidos no ZMAN, 1994, p. 60; KAHLE, 1959, p. 119 e
KELLEY et alii, 1998, p. 25.
auge da atividade massorética de 51
Cf. listas de manuscritos massoréticos em
Tiberíades (séc. IX-X), principal- BHK, 1968, p. XL-XLII; BHS, 1997, p.
XLVII-LI; BHQ, 1998, p. XX; HUBP, 1975,
mente quando tais edições têm p. 4 e HUBP, 1997, p. XXXV-XXXVI.

64 Edson de Faria FRANCISCO. Códices Massoréticos: aspectos gerais


a de Benjamin Kennicott [Edição original página 78/79]

(1776/1780), de Giovanni Ber-


nardo de Rossi (1784/1788) e a
de Christian D. Ginsburg Abreviaturas
(1908/1926)52, para uma análise
textual do texto bíblico hebraico
e sua evolução. Além das cita- a. Obras citadas
ções de manuscritos massoréti- A Códice de Alepo
cos, as modernas edições críticas B Códice Or 4445 B
também comparam o texto he- BHK R. Kittel e P. E. Kahle
braico com outras fontes como a (eds.), Biblia Hebraica 3,
LXX, a Vulgata, o Pentateuco 1929/1937
Samaritano, o Targum, a Vetus BHL A. Dotan (ed.), Biblia He-
braica Leningradensia,
Latina, os Manuscritos do Mar
2001
Morto, entre outras.53
BHQ A. Schenker et alii
A qualidade textual dos códices (eds.), Biblia Hebraica
massoréticos é algo que os estu- Quinta, 1998
diosos já perceberam e estes es- BHS K. Elliger e W. Rudolph
tão inclinados a admitir que há (eds.), Biblia Hebraica
um número muito reduzido de Stuttgartensia, 1967/1977
variantes textuais, sobretudo de C Códice do Cairo dos Profe-
teor insignificante.54 O texto bí- tas
blico hebraico alcançou o seu au- HUBP, 1975
M.H. Goshen-Gottstein
ge de definição textual através
(ed.), The Book of Isaiah.
do trabalho dos massoretas e os
vol. I. Hebrew University
manuscritos bíblicos hebraicos Bible Project, 1975
pós-massoretas, apresentam um HUBP, 1997
alto grau de uniformidade textual C. Rabin, S. Talmon e E.
e têm influenciado e influenciam Tov (eds.), The Book of
até hoje as pesquisas, os estu- Jeremiah. Hebrew Univer-
dos, as traduções bíblicas e tam- sity Bible Project, 1997
bém as modernas edições da Bí- L Códice de Leningrado
blia Hebraica, sejam elas de ca- B19a
LXX Septuaginta (Tradução
ráter acadêmico ou não.
dos Setenta)
1QIsa Primeiro manuscrito de Isa-
ías da primeira gruta de
52
Cf. WÜRTHWEIN, 1995, p. 40-42. Hirbet Qumran
53
Para uma análise da importância das anti-
gas versões para a Crítica Textual da Bí-
blia Hebraica, cf. WÜRTHWEIN, 1995, p.
114-115; TOV, 1992, p. 121-34; BROTZ- b. Periódicos
MAN, 1994, p. 63-85; Scott, 1995, p. 18-
22; P. Kyle McCarter Jr., Textual Criti- JJS Journal of Jewish Stud-
cism: Recovering the Text of the Hebrew
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Understanding BHS: A Manual for the VT Vetus Testamentum
Users of Biblia Hebraica Stuttgartensia, 2
ed., 1990, p. 29-30.
54
Cf. TOV, 1992, p. 35 e YEIVIN, 1980, p. 13.

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