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“Value as Social Form”. In: Williams, M. Value, social form and the State.
MacMillan Press, London, 1988, pp. 42-61.
INTRODUÇÃO
1
“forma social de mercadoria”, duplicam-se em valor-de-uso e valor; assim como o
trabalho, o trabalho particular (valor-de-uso) e o trabalho abstrato (valor) (p. 43).
Duplicação e a teoria de Marx no Capital: numa caracterização geral, ela pode ser
compreendida como uma teoria que buscou compreender a economia capitalista a partir
da “dualidade” entre valor-de-uso e valor (p. 43).
1
Quando é abordado o tema. Nem sempre acontece como o caso neoclássico. A abordagem neo-
ricardiana trata a troca como uma hipótese “como se” e os primeiros trata a troca como se fosse de
qualquer mercadoria.
2
Reuten cita Bakchaus para esse argumento.
2
(ii) valor-de-troca e o trabalho abstrato na troca “enquanto tal”: essa recebeu
pouca atenção no debate, e aqui Reuten cita que ela foi bem registrada por
Napoleoni3. Marx teria deduzido [derives] as categorias valor-de-troca e
trabalho abstrato não do capitalismo, mas sim de uma “troca de mercadorias
(mercantil) em geral”. Reuten destaca que se o trabalho abstrato se opõe ao
capital enquanto trabalho assalariado – como registra Napoleoni e Gleicher4 –
então a própria noção de capitalismo não pode estar separada da categoria
valor. Ou seja, Marx não poderia ter tratado do valor e, especialmente, o
trabalho abstrato, numa economia ou troca mercantil, pois o último se encontra
no capitalismo. Como diz o autor:
Uma consequência desta ambiguidade é que Marx, como Ricardo, teve que
“transformar” as categorias encontradas na troca de mercadorias (mercantil)
em categorias da troca capitalista. Eis o conhecido “problema da
transformação” (p. 44).
3
NAPOLEONI, C. Smith, Ricardo, Marx. São Paulo: Graal, 2000.
4
Gleicher, David (1983), "A Historical Approach to the Question of Abstract Labour", en Capital &
Class, 21. Reimpreso en Mohun (1994), capitulo 9, pp. 174-198.
5
Entre os principais autores estão Dobb, Sweezy, Robinson e Meek.
3
(iii) teoria da forma-valor: ênfase no método dialético e encontrada em autores
como Eldred etc que rejeitando qualquer noção de teoria do valor-trabalho, e
inspirada em Backhaus.
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portanto, apenas quando assumem a forma social distinta de suas formas particulares.
4
Categorias e a Lógica de Hegel: ele trata as categorias como “categorias puras
independentes de qualquer manifestação empírica eventual” (p. 80). A apresentação é
sistematicamente ordenada, das categorias mais simples e abstratas para as complexas e
concretas, e temos assim um sistema “mecânico” no qual a mediação de uma categoria
introduz a outra categoria contrária ou mais compreensiva. E Hegel era idealista, pois a
sua lógica apresenta a necessidade e o desenvolvimento de tais relações em si no mundo
real (p. 80).
5
determinação imposta à elas pelo processo de troca. Ainda que ao efetivar (actualising)
valor-de-uso, o valor-de-troca fique suspenso ou desaparece no consumo.
6
consumido efetiva (atualiza) a sua posição como valor-de-uso. Mas entre a inserção na
troca e o seu consumo, eles apresentam diferentes fases do seu ser (being). Isto porque
durante a troca, elas não são usadas e então o poder de intercambialidade não se
evidencia no valor-de-uso. Assim, o autor registra que quando os bens são trocados tal
poder não se manifesta porque como valor-de-uso as mercadorias são incomensuráveis,
pois possuem qualidades particulares e por isso podem ser usadas de diferentes
maneiras (p. 81).
E este ponto é central para a compreensão da relação Marx e Hegel. Segundo Arthur,
na lógica hegeliana encontramos o auto movimento do pensamento e no Capital, a
6
Ver tb livro do baez, p. 355. A brasileira foi de Forma-determinação (p. 25-26, 51, 62, 102 cap 5, 169,
229 ) e Determinação da forma p. 222, 231.
8
dialética da troca estabelece um sistema determinado-por-formas (p. 82). O ponto de
contato entre as duas lógicas é o seguinte, portanto: a dialética da troca de mercadorias
de Marx possui um movimento semelhante ao movimento do pensamento da lógica de
Hegel (eu). Assim, as categorias lógicas de Hegel podem ser utilizadas na reconstrução
metodológica de O Capital, mas de maneira crítica (p. 82)7.
Para Arthur, a identificação entre a lógica hegeliana e a forma-valor de Marx não diz
respeito, portanto, a uma aplicação da primeira a um conteúdo independente. Ou seja,
não se trata de uma forma lógica idealista aplicada a um conteúdo materialista8. E
muito menos que a forma-valor ocorra [happens] para gerar uma estrutura complexa
mapeada por Hegel e suas categorias lógicas (p. 82).
Segundo Arthur, as formas são de tal “pureza abstrata” que constituem uma
“encarnação real” no mundo da lógica de Hegel. O autor recorda que Marx já afirmara
em 1858 que a apresentação do “sistema da economia burguesa” é ao mesmo tempo
uma “crítica das categorias econômicas”9. No contexto da dialética da troca ou da
forma-valor tal afirmação adquire um sentido muito preciso: é a aplicação da lógica de
Hegel que “condena” o objeto a uma “realidade invertida” que é alienada dos portadores
de mercadorias. Ou seja, aqui o objeto em sua “espiritualização” da troca material e das
7
Por isso, argumento que o capital é real e ideal. P. 82.
8
Ver p. 63-64 do texto de 1993.
9
Marx a Lassalle, fevereiro de 1858.
9
atividades práticas no “paraíso das formas puras” encarna virtualmente a Ideia de Hegel
(p. 82).
Resumo:
Forma social e capitalismo: A sentença de Marx que abre O capital na qual se afirma
que a riqueza capitalista aparece sob a forma de uma coleção de mercadoria é, segundo
Arthur, uma expressão bastante reduzida sobre a peculiaridade da forma social burguesa
(p. 86)10.
Para Arthur, logo após a sentença que abre o livro Marx já trata do duplo caráter da
mercadoria e apenas na última seção – o fetiche – é que ele apresenta um argumento
mais completo sobre a forma social11 (p. 87).
10
Segundo Arthur: “Mais particularmente, é necessário especificar o contexto constitutivo da forma de
valor (correspondendo à 'Noção Preliminar' de Hegel: Hegel, G. W. F. 1975, Logic §19–25 de Hegel)”
11
Arthur: “É verdade que o próprio Marx tem uma excelente análise das formas de valor nas seções 3 e 4
do capítulo um do Capital (e é aqui que a influência de Hegel é vista com mais clareza)”.
10
Segundo o autor, Marx apressou-se em relacionar o valor à produção, pois se tão logo se
inicia o livro ele já trata do trabalho como substância (p. 87).
Marx teria, segundo Arthur, uma crítica da forma (fetichismo) e uma crítica do
conteúdo (exploração), mas a primeira ficou desfocada.
A análise da forma social de Arthur: Aqui, o autor se vale dos termos de Reuten e
Williams, “sociação”, dissociação e associação. Mas ressalta que isso não implica em
uma concordância com o conteúdo dado por eles às categorias (p. 87).
12
"Karl Marx . " In Marxian Economics. Edited by J. Eatwell, M . Milgate, and P. Newman. London:
Macmillan.
13
1979 ‘From the Commodity to Capital: Hegel’s Dialectic in Marx’s Capital’ in Value: The
Representation of Labour in Capitalism, edited by D. Elson, London: CSE Books.
14
Sekine, Tom 1998 ‘The Dialectic of Capital’ in Science & Society 62.3.
15
Eldred, Michael and Mike Roth 1978 Guide to Marx’s ‘Capital’ London: CSE Books.
16
Smith, Tony 1990 The Logic of Marx’s ‘Capital’: Replies to Hegelian Objections, Albany, N. Y.: State
University of New York Press. E Smith, Tony 1993 Dialectical Social Theory and its Critics, Albany, N.
Y.: State University of New York Press.
17
Reuten, Geert and Michael Williams 1989 Value-Form and the State, London: Routledge. SÓ ESSE
CITADO PELO AUTOR NA BIBLIO.
11
Aqui, a produção e o consumo são imediatamente – ou mediatamente –
contextualizados socialmente (p. 87).
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https://en.todocoleccion.net/second-hand-books-philosophy/la-dialectica-marx-mario-pra-
marxismo~x122542471
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12
Abstração na troca [Texto de 1993, p. 65-66]: Arthur afirma que a abstração
material tem uma realidade substantiva, independemente do aspecto
metodológico da abstração realizada pela teoria. Ela produz uma realidade
invertida onde as mercadorias expressam sua “essência abstrata” como valor,
uma “realidade de formas puras”. E a forma-valor chega ela mesma a ser
autônoma de tal maneira que o desenvolvimento dialético instituído pela troca
cria um sistema que é determinado por formas. A estrutura de categorias
expressa assim um sistema de formas puras que são produtoras do próprio
movimento, uma forma que se impõe e se fixa em qualquer conteúdo (qualquer
coisa pode ser valor). O universal (abstrato) necessita do particular (material)
que subsome, o que nos permite entender uma característica da forma-valor.
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A apresentação da forma-valor: segundo o próprio autor a análise já tornou possível
identificar como a lógica hegeliana o ajuda na análise do valor, ou seja, substituindo o
movimento do pensamento pelo movimento da troca. E também o mesmo foi feito ao
caracterizar a troca como o “modo primário de síntese social na época burguesa”, pois
nela encontramos a reprodução das relações burguesas como uma dissociação da
produção e do consumo. Agora trata-se de apresentar o movimento da forma-valor em
seus detalhes. O roteiro apresentado pelo autor é assim constituído:
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